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FABRICAÇÃO MECÂNICA

Instrutor. Arlan Ferreira

09111176@senaimgdocente.com.br

Atritos; Óleos lubrificantes; Graxas lubrificantes

FIPMoc Engenharia Mecânica 9º Período 2016/2


SENAI Operador de Processos de Produção 2º Módulo 2020/2
LUBRIFICAÇÃO

Lubrificar é aplicar uma substância lubrificante entre


duas superfícies em movimento relativo, formando uma
película que evita o contato direto entre as superfícies.
Os lubrificantes são geralmente aplicados entre duas
superfícies sólidas, na maioria dos casos metálicas.

Película lubrificante Superfícies sólidas


Definição de lubrificante
• São substancias que aplicadas entre duas superfícies moveis ou uma
móvel e outra fixa forma uma película protetora que tem a função
principal de reduzir o atrito entre as mesmas.
• O que é atrito?
• Atrito é uma força natural que atua apenas quando um objeto está em
contato com outro e sobre ação de outra força que tende a colocá-lo em
movimento.
Funções da
Lubrificação
• Redução do atrito;
• Vedação;
• Proteção Anticorrosiva;
• Limpeza;
• Refrigeração;
• Transmissão de força;
Lubrificação

• Além de proporcionar a separação de dois elementos de atrito, a


lubrificação também tem a tarefa de garantir o resfriamento do local.
Para que se conseguir isso, muitas vezes o lubrificante é transportado
ao local sob condições de alta pressão para garantir uma rápida
circulação do mesmo.
Destilação do petróleo

•Petróleo é uma mistura de diversos hidrocarbonetos com


características diferentes por isso tem pouca utilidade.
•Por destilação tem-se a separação dos hidrocarbonetos. Os
principais produtos da destilação são:
• * Asfalto
• * Diesel / óleo diesel
• * Nafta
• * Óleo combustível
• * Gasolina
• * Querosene e querosene de aviação
• * Gás liquefeito de petróleo
• * Óleos lubrificantes
• * Ceras de parafinas
• * Coque
Especificação de lubrificantes
• A especificação descreve as exigências mínimas e métodos de teste para
produtos que foram determinados pelo fabricante de maquinas.
A especificação mais conhecida para fabricantes de graxas e óleos é por
exemplo a especificação MIL do exército dos Estados Unido.
Um outro exemplo são as especificações AGMA
“American-Gear-Manufactures-Assotiation” que incluem recomendações
para óleos de câmbios em 9 faixas de viscosidade.
A principal ferramenta para determinar estes exigências e métodos de
teste são as normas de ensaios, como por exemplo normas DIN, ASTM,
ISO, VG, etc.
Estas normas facilitam a escolha mais correto possível do lubrificante a ser
usado e assim pode ser obtida um bom funcionamento do elemento de
maquina durante a sua vida útil esperada.

http://www.lubrificantes.net/esp-001.htm
Especificação de lubrificantes
•DIN é a norma Alemã de Industrias: Deutsche Industrie Norm.

ASTM ( American Society for Testing Materials ) é a associação


de profissionais nos Estados Unidos para a normatização de
métodos de testes e determinações para especificações de
lubrificantes.

Para determinar a consistência de graxas usa-se na maioria dos


casos a especificação NLGI = National Lubrication Grease
Institute (USA). Exemplo: Molykote BR-2 plus, onde o numero 2
indica a consistência da graxa.
Tipos de lubrificantes

• De modo geral podemos escolher entre 4 tipos de lubrificantes:

- lubrificantes oleosos, líquidos e fluidos lubro-refrigerantes


(emulsões)
- lubrificantes graxosos
- lubrificante pastoso
- lubrificante seco (pó ou verniz)
Classificação dos lubrificantes

•SAE: Society of Automotive Engineers (Associação dos


Engenheiros Automotivos)- define a classificação do
lubrificante conforme a necessidade, normalmente está
relacionada a viscosidade do óleo.
•API: American Petroleum Institute (Instituto Americano de
Petróleo)- desenvolve a linguagem para o consumidor em
termos de serviços dos óleos lubrificantes.
•ASTM: American Society for Testing of Materials
(Associação Americana para Prova de Materiais)- Define os
métodos de ensaios e limites de desempenho do
lubrificante.
Classificação quanto a viscosidade

• Quando um fluido muda do estado de repouso para o de movimento,


ocorre uma resistência ao fluir, devido ao atrito interno do mesmo. A
viscosidade é uma medida desse atrito interno.

• Sua classificação se dá pela norma SAE seguido por números com dois
algarismos (para lubrificantes de motores a explosão). Quanto maior for
esse número, maior será a viscosidade do óleo. Em termos mais vulgar,
digamos "mais grosso". Assim temos: SAE 5, SAE 10, SAE 20, SAE 30, SAE
40, etc. Esses lubrificantes também são chamados de monograu ou
monoviscoso, pois independente da temperatura.
• Temos também os óleos multigrau ou multiviscosos. Esses óleos
possuem dois números, sendo o primeiro acompanhado pela letra W
(winter) que significa inverno em inglês, lembrando baixas temperaturas.
Sendo assim, sua viscosidade pode variar de acordo com a temperatura,
atendendo melhor o motor. Ex: SAE 20W 40, SAE 20W 50, etc.
Classificação quanto ao serviço

• A norma API classifica o óleo lubrificante quanto ao serviço prestado por eles
(motores que atendem). Sua classificação se dá sempre pela sigla API seguida da
letra S (service) e outra que vai de A até L atualmente. Quanto mais avançado for
a segundo letra, melhor é o lubrificante em termos de serviço, ou seja, atendem
a todos os motores fabricados até hoje. Ex: API SA, SB, SC, SD, SE, SF, SG, SH, SI, SJ
e SL.
• Os óleos SA não possuem aditivação e atendem apenas aos motores muito
antigos, fabricados antes da década de 50. Os óleos SL são indicados a todos os
motores fabricados até hoje. Lembre-se, quanto maior o avanço da segunda
letra, mais caro é o óleo.
• Se você tem um carro da década de 80 por exemplo, não necessita utilizar óleos
SJ ou SL. Logicamente não trarão problemas, mas seria como se quisesse colocar
uma tachinha com uma marreta. Veja abaixo algumas das classificações:
• SF: De 1980 a 1989;
SG: De 1989 a 1994;
SH: De 1994 a 1996;
SI: De 1996 a 1998;
SJ: De 1998 a 2000;
SL: De 2000 aos dias atuais.
ÓLEOS
•Já os velhos Egípcios usaram produtos para facilitar o
transporte de estatuas em 2400 a.C. Como naquela época não
eram conhecidos óleos minerais e nem sintéticos, usava-se
aceite de olivas.
Com o descobrimento de petróleo e o inicio da revolução
industrial começou o uso do óleo mineral como lubrificante. O
óleo mineral é hoje praticamente a base de todos os tipos de
lubrificantes, sejam
eles hidráulicos, de motores, de engrenagens, de redutores ou
graxas de diversos espessantes ( sabões metálicos, bentonita,
poliureia etc.) Os óleos sintéticos como por exemplo glicóis,
ésteres ou silicones tem a mesma função como o óleo mineral,
porém são quimicamente mais estáveis e resistem melhor a
temperaturas elevadas ou muito baixas.
Óleos
•Devido as pesquisas e esforços da industria química, os
lubrificantes minerais tem aumentadas nos últimos anos suas
propriedades através de aditivos modernos e cada vez mais
eficientes.
Fora dos aditivos modernos usados nos fluidos minerais,
melhoraram também nos últimos anos os processos de
refinação e fabricação.
•ÓLEOS com hidro-craqueamento
•Um destes processos é o hidro-craqueamento. Com este
processo
consegue-se tirar todos os hidrocarbonetos não-saturados dos
óleos minerais,
deixando-os assim mais estável e resistente ao envelhecimento
(oxidação), menos vulnerável a formação de emulsão em caso
de influencia de umidade ou água e a formação de vernizes em
temperaturas mais elevadas.
Óleos Minerais

• Os óleos minerais se dividem em:


Parafínicos
Naftênicos
Óleos Minerais
• Óleo mineral de base Parafinicos
• Enquanto os hidrocarbonetos parafínicos formam em sua estrutura
molecular linear, os naftênicos formam em sua maioria ciclos.
• Óleo minerais de base naftênicos
• Os naftênicos em geral são usados para produzir lubrificantes para
baixas temperaturas.
Desvantagem dos naftênicos é sua incompatibilidade com materiais
sintéticos e elastômeros.

• Óleo mineral de base misto


• Para atender as características de lubrificantes conforme
necessidade e campo de aplicação a maioria dos óleos minerais é
misturada com base naftêncio ou parafínico em quantidades
variados.
Naftênicos X Parafínicos

Naftênicos Parafínicos

• Cadeia fechada; • Cadeia aberta;


• Incompatibilidade com • Resistentes a oxidação;
materiais sintéticos e • Utilizado para altas
elastômeros; temperaturas.
• Utilizado para baixas
temperaturas.
Óleos sintéticos
• São, ao contrário dos óleos minerais, produzidos artificialmente. Eles possuem, na
maioria das vezes, um bom comportamento de viscosidade-temperatura com
pouca tendência de coqueificação em temperaturas elevadas, baixo ponto de
solidificação em baixas temperaturas, alta resistência contra temperatura e
influências químicas. Quando falamos em óleos sintéticos temos de distinguir cinco
tipos diferentes:
• 1. Hidrocarbonetos sintéticos
• Entre os hidrocarbonetos sintéticos destacam-se hoje com maior importância de
um lado os polialfaoleofinas (PAO) e os óleos hidrocraqueados. Estes óleos são
fabricados a partir de óleos minerais, porém levam um processo de sintetização, o
qual elimina os radicais livres e impurezas, deixando-os assim mais estável a
oxidação. Também consegue-se através desde processo um comportamento
excelente em ralação a viscosidade-temperatura. Estes hidrocarbonetos
¨semi-sintéticos¨ atingem IV (Indices de Viscosidade) até 150.
• 2. Poliol ésteres
• Para a fabricação de lubrificantes especiais, fluidos de freios, óleos hidraúlicos e
fluidos de corte
os poli-alquileno-glicois, miscível ou não miscível em água tem hoje cada vez mais
importância.
Óleos sintéticos
• 3. Diésteres
• São ligações entre ácidos e álcoois através da perda de água. Certos grupos
formam óleos de ésteres que são usados para a lubrificação e, também, fabricação
de graxas lubrificantes.Os di ésteres estão hoje aplicados em grande escala em
todas as turbinas da aviação civil por resistir melhor a altas e baixas temperaturas
e rotações elevadíssimas. Dos óleos sintéticos eles tem o maior consumo mundial
• 4. Óleos de silicone
• Os silicones destacam-se pela altíssima resistência contra temperaturas baixas,
altas e envelhecimento, como também pelo seu comportamento favorável quanto
ao índice de viscosidade. Para a produção de lubrificantes destacam-se os
Fenil-polisiloxanes e Methil-polisiloxanes.Grande importância tem os Fluorsilicones
na elaboração de lubrificantes resistentes à produtos químicos, tais como
solventes, ácidos, etc.
• 5. Poliésteres Perfluorados
• Óleos de flúor- e flúor-cloro-carbonos tem uma estabilidade extraordinária contra
influência química. Eles são quimicamente inertes, porém em temperaturas acima
de 260°C tendem a craquear e liberar vapores tóxicos.
Características dos óleos
lubrificantes
• Viscosidade;
• Densidade;
• Ponto de fulgor e inflamação;
• Ponto de fluidez;
• Propriedades antidesgaste;
• Acidez e alcalinidade;
• Demulsibilidade e emulsibilidade.
Viscosidade
• É a resistência de um fluido ao
escoamento.

Principal influenciador: temperatura


Óleos monoviscosos x multiviscosos
Índice de viscosidade
• Expressão numérica da variação da
viscosidade com a variação da temperatura.
Densidade
• É a relação da massa de um óleo e o volume por ele
ocupado.
Densidade 20/4° C= Densidade do óleo a 20° C
Densidade da água a 4° C

Densidade 60/60° F= Densidade do óleo a 60° F


Densidade da água a 60° F

• Densidade API:

ºAPI = 141,5 131,5


Densidade 60/60º F
Ponto de fulgor e inflamação
• Ponto de Fulgor: É a
temperatura a que o produto
deve ser aquecido, sob
condições do método, para
produzir suficiente vapor,
para formar, com o ar, uma
mistura capaz de se inflamar
momentaneamente pela
presença de uma chama
piloto;
• Ponto de inflamação: quase
idêntico ao ponto de
fulgor,mas a diferença e que
a inflamação é continua.
Ponto de fluidez
• É a mais baixa temperatura na qual o
óleo ainda flui, nas condições normais do
teste.

Ponto de névoa🡪é a temperatura na qual


começa ser formado os cristais, tornando o
óleo turvo.
Propriedades antidesgaste
• Extrema pressão: Evitar contato metálico entre as
superfícies, especialmente quando as pressões são
extremamente elevadas.
Propriedades antidesgaste
Acidez e alcalinidade
Aditivos
Principais funções dos aditivos
• Aprimorar uma característica já existente
no óleo
🡪Ex: Aumento da resistência à oxidação e do
Índice de Viscosidade.

• Fornecer ao lubrificante nova característica


não existente naturalmente
🡪Ex: Reserva alcalina e proteção antimicrobiana.
Principais aditivos
• Aditivos de Extrema Pressão;
• Aditivos Detergentes e Dispersantes;
• Aditivos de Adesividade;
• Aumentadores do Índice de Viscosidade;
• Inibidores de Oxidação e Corrosão.
Aditivos de Extrema Pressão e
Antidesgaste
• Sua função básica é reduzir o desgaste das partes
lubrificadas e protegê-las contra pressões elevadas
decorrentes da operação dos equipamentos.

• As principais substâncias utilizadas para tal fim são:


Carbonato de Cálcio;
Óxido de Zinco;
Betonita(mica);
Grafite;
Parafinas cloradas;
Diesteres sulfurados;
Bissulfeto de Molibdênio;
Naftenatos metálicos (chumbo e alumínio).
Aditivos Detergentes e
Dispersantes
• A principal função destes aditivos é manter
limpas as superfícies metálicas que estão
sendo lubrificadas.

• Compostos orgânicos de alto peso


molecular.
Aditivos de Adesividade
• Destinam-se a melhorar as características de
adesividade de um óleo ou graxa lubrificante.
• Muito desejada em lubrificantes destinados a
engrenagens abertas, peças sujeitas à força
centrípeta, etc.
• Destacam-se as seguintes substâncias:
Polímeros de hidrocarbonetos de alto peso molecular;
Sabões de alumínio;
Estereato de potássio;
Ceras de origem animal ou vegetal. (abelha, carnaúba,
etc.)
Aumentadores do Índice de Viscosidade
• Têm como finalidade principal fornecer aos
óleos lubrificantes características tais, que
a variação de temperatura não acarrete
acentuadas variações na sua viscosidade.
Inibidores de Oxidação e Corrosão
• A principal função destes aditivos é minimizar a
formação de vernizes e borras, protegendo as
superfícies metálicas contra a corrosão e
oxidação, evitando, por outro lado, a formação de
substâncias ácidas que acarretam a deterioração
do lubrificante, através de sua oxidação.
• Os principais aditivos são:
Substâncias Fenólicas;
Aminas Aromáticas;
Sulfetos Orgânicos;
Fosfitos.
Oxidação de óleos
Graxas
•São lubrificantes com propriedades de redução de atrito e
desgaste, com consistência graxosa, compostos de óleo,
engrossadas através de espessantes.
Os espessantes das graxas são, sabões metálicos ou agentes
orgânicos ou inorgânicos.
Os principais objetivos são:
- redução de desgaste
- redução de atrito
- proteção contra corrosão
- diminuir ruídos
- reduzir as vibrações
Graxas

•Menos : Eliminar o calor gerado


Mais : Vedação contra o meio ambiente (poeira, água, etc.).
Evitar fugas do lubrificante (do óleo).
A maioria dos mancais de rolamentos é lubrificada com
graxa, especialmente devido aos problemas de vedação dos
rolamentos.
Graxas com lubrificantes sólidos são, na sua maioria,
previstas para condições de atritos mistos em baixas
velocidades ou elevadas cargas. Estas massas com
lubrificantes sólidos, como por exemplo graxas grafitadas ou
com bissulfêto de molibdênio, podem aumentar a vida útil
dos rolamentos consideravelmente.
Consistência das graxas

• O primeiro passo para escolher a graxa adequada é a informação da


velocidade (rpm) e o diâmetro médio do rolamento para poder calcular o
fator DN que é um fator de rotação calculado multiplicando o diâmetro
médio do rolamento pelo numero de rotações por minuto.
Tendo esta informação podemos indicar a consistência adequada:
Consistência de Graxa
• Classe- NLGI Descrição DN (mm/min)
00 graxa fluida 1 até 1,2 x 106 (Max. 1,5 x
106)
0a1 rotação elevada até Max. 1x 106
2 normal até Max. 800.000
3 normal até Max. 400.000
4 graxa vedante até Max. 50.000
Penetração (ASTM D217 / IP 50)

Consistência é uma medida de qualidade de graxas lubrificantes. O aparelho de


ensaio para medir a consistência de uma graxa é o penômetro.
Para medir a consistência usa-se um cone, um copo com o material a ser analisada e uma escala em
1/10 mm. O ensaio é feito com 25°C e mede-se, quantos mm o cone penetra na massa.
Consistência da graxa

• A consistência é indicada conforme tabela NLGI ( National Lubricating


Grease Institute ).
A classificação mais simples de consistência de graxa lubrificante é
dividida em 9 classes e medida como penetração trabalhada ( 60 ciclos )
como por exemplo:
• Consistência de graxas
• Classe de consistência Penetração trabalhada
(1/10 mm)
00 400 – 430
0 355 – 385
1 310 – 340
2 265 – 295
3 235 – 255
• Responsável pelo grau de consistência é mais a quantidade de
espessante usado na fabricação do que a viscosidade do óleo básico.

http://www.lubrificantes.net/esp-002.htm
Graxas com sabão de cálcio

• As graxas fabricadas com sabão de cálcio, óleo mineral e aditivos são


lubrificantes cada vez menos encontrados nas linhas de produtos ofertadas
pelos fabricantes. Em geral estes produtos estão hoje sendo substituídos na
maioria dos casos pela graxa a base de sabão de lítio.
A grande vantagem da graxa com sabão de cálcio é a sua facilidade de
fabricação e seu custo final ao usuário.
As vezes estes lubrificantes ainda encontram campos de aplicação onde
podemos lubrificar freqüentemente e onde queremos uma boa resistência à
água.
Um destes pontos de aplicação são cabos de aço, chassis e molas de veículos
pesados.
Nestes casos ainda encontramos graxa grafitada com sabão de cálcio.
Graxas com sabão de cálcio

•A grande desvantagem das massas com sabão de


cálcio é o seu baixo ponto de gota: estas graxas tem
uma faixa de uso muito limitada com relação a
temperaturas mais elevadas.
Com temperaturas acima de 80 °C o sabão de cálcio
começa a se fundir e sendo assim
o óleo básico começa a sair do ponto de
lubrificação.
Faria por exemplo pouco sentido fabricar uma
graxa com sabão de cálcio e óleo básico sintético.
Graxas de sabão de lítio
• Os lubrificantes mais usadas são as graxas de sabão de lítio. São massas
lubrificantes de óleo mineral ou sintético que foram espessadas através de sabão
de lítio e ácido orgânico (resistente a água).
O ponto de fusão do sabão de lítio é de 180 °C, o que permite usar o produto até
uma faixa de temperatura de 140 °C por curtos períodos.
A maioria das graxas de sabão de lítio são aditivadas com antioxidantes, aditivos EP
(Extrema Pressão), anticorrosivos, melhoradores de índice de viscosidade e aditivos
de adesividade (tacking agent). Além destes aditivos existem massas de sabão de
lítio com aditivação de lubrificantes sólidos como Bissulfêto de Molibdênio grafite
ou lubrificantes sólidos brancos como PTFE (Politetrafluoretileno).
Graxas de sabão de lítio

•Óleos sintéticos, como alquilenoglicoís ou ésteres são usados


em graxa de sabão de lítio semi-fluido para a lubrificação de
pequenos moto-redutores.
Polialphaoleofinas (PAO) são usadas como óleo básico para
graxa especialmente desenvolvida para a lubrificação de
materiais plásticos ou sintéticos.
Em casos para temperaturas extremamente baixas existem
graxas de sabão de lítio com óleo de silicone ( - 75 °C).
Graxas de lítio com óleos sintéticos a base de ésteres podem
ser usadas até – 60 °C.
Graxa de silicone
• Devido a ampla faixa de temperatura de uso, a graxa de silicone destaca-se
das outras graxas sintéticas. Dependendo do tipo de graxa de silicone, esta
faixa de temperatura de uso pode variar de -75ºC até +290ºC
Enquanto as graxas para baixas temperaturas até -75ºC usam em geral
sabão de lítio como espessante os produtos até +290ºC são espessados
com fuligem, Azul Indanthren,
Phthalocyanine(pigmento azul), sabão complexo de alumínio ou Aril
ureias.
Graças à sua inércia química, o silicone esta sendo usado cada vez mais na
indústria de alimentos. Existem hoje Compostos de silicone que possuem
liberação FDA e NSF, órgãos regulamentares de uso de produtos em
contato com alimentos.
Graxa de silicone

• Em estufas de secagem de pinturas, aonde também temos altas


temperaturas, a graxa de silicone não está sendo mais recomendada,
devido ao fato que o silicone pode impedir a fixação da tinta.
Neste caso recomenda-se de usar produtos com base de outros óleos
sintéticos indicados para altas temperaturas.
Graxa de silicone
• Demais vantagens de graxa de silicone:
- Excelente estabilidade a oxidação
- Resistência a produtos químicos
- Resistente a radiação
- Não ataca ou incha elastômeros, materiais
plásticos(recomendamos testar antes!)
- Em alguns casos serve como lubrificante permanente
Graxas grafitadas

•A graxa grafitada com lubrificantes sólidos , na sua maioria,é


prevista para condições de atritos mistos em baixas
velocidades ou elevadas cargas. Estes produtos com
lubrificantes sólidos, como por exemplo graxas grafitadas ou
com bissulfêto de molibdênio, podem aumentar a vida útil
dos rolamentos consideravelmente.
Geralmente a graxa com bissulfêto de molidênio é indicada
para mancais lisos e mancais de rolamentos, enquanto a
com grafite é mais indicada para a
lubrificação de cabos de aço e engrenagens abertas.
Graxas grafitadas

•Desvantagem dos dois lubrificantes sólidos acima citados é


sua cor preta e sendo assim eles tem sua aplicação restrita
em diversos segmentos da indústria como por exemplo na
indústria têxtil, alimentícia, farmacêutica etc.

Para estes casos de aplicação foram desenvolvidos produtos


com lubrificantes sólidos brancos a base de PTFE
(politetrafluoretileno), oxido de zinco etc.

Quando encontramos massas com cobre, alumínio, zinco ou


outros lubrificantes sólidos em geral não são graxas, mas sim
pastas de montagem.
Graxas alimentícias
• Todos os lubrificantes alimentícios são produtos que podem entrar,
acidentalmente,em contato com alimentos, medicamentos ou produtos
cosméticos. Essencial para as graxas alimentícias é que elas não tenham
influência sobre o sabor, cheiro ou cor dos alimentos ou produtos médicos e
que igualmente não haja ameaça à saúde do consumidor.
Consequentemente, a fabricação e distribuição de graxas atóxicas precisa
estar de acordo com os regulamentos adequados, e procedimentos
aprovados.
Nos E.U.A. dois órgãos regulamentadores estão envolvidos nesta área:
1. FDA (Food and Drug Administration - Administração de alimentos e
medicamentos)
2. NSF (National Science Foundation - Fundação Nacional de Ciencias) A
marca de NSF é mundialmente reconhecida para a identificação de
produtos.
No Brasil o órgão regulamentador é o DIPOA(Departamento de Inspeção de
Produtos de Origem Animal) subordinado ao Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento.
Graxas alimentícias
• A maioria das graxas alimentícias é fabricada com óleo mineral branco e
aditivos aprovados pelos órgãos regulamentadores.
Outras exigências para graxa alimentícia:
- sem odor ou gosto
- grande resistência à lavagem por água
- excelente adesividade
- resistência a grandes cargas
- repelir a umidade
Como o sabão de lítio é um sabão metálico, este espessante não pode
ser usado em lubrificantes para a industria alimentícia. Neste caso são
indicadas graxas a base de sabão de alumínio ou alumínio-complexo.
Natureza de Espessante

Lítio Cálcio Sódio Aluminio

Temp. Fusão
180 - 260 90 - 110 150 - 200 110 - 120
Ponto de gota
Temp. Máx.
140-180 70 120 60
aplicação
Estabilidade Má a Má a Má a
Boa
mecânica excelente boa boa
Resistência
Boa Excelente Má Excelente
à água

Adesividade Boa Má Excelente Excelente

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