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MATERIAIS PARA
CONSTRUÇÃO
MECÂNICA
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Presidente da FIEMG
Robson Braga de Andrade
Gestor do SENAI
Petrônio Machado Zica
Elaboração
Francisco Reginaldo da Rosa / CFP-“Orlando Chiarini”
Unidade Operacional
Centro de Formação Profissional “Orlando Chiarini”
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO .............................................................................................................. 3
ALTO FORNO................................................................................................................... 12
AÇO .................................................................................................................................. 15
COBRE ............................................................................................................................. 33
LATÃO .............................................................................................................................. 35
BRONZE ........................................................................................................................... 37
ALUMÍNIO......................................................................................................................... 39
TRATAMENTO TERMOQUÍMICO.................................................................................... 47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................. 50
Curso Técnico 2
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APRESENTAÇÃO
“O SENAI, maior rede privada de educação profissional do país, sabe disso, e consciente
do seu papel formativo, educa o trabalhador sob a égide do conceito da competência:”
formar o profissional com responsabilidade no processo produtivo, com iniciativa
na resolução de problemas, com conhecimentos técnicos aprofundados,
flexibilidade e criatividade, empreendedorismo e consciência da necessidade de
educação continuada.”
O SENAI deseja, por meio dos diversos materiais didáticos, aguçar a sua curiosidade,
responder às suas demandas de informações e construir links entre os diversos
conhecimentos, tão importantes para sua formação continuada !
Curso Técnico 3
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Aos estudarmos a classe dos materiais, podemos dividi-los em dois grandes grupos:
CLASSES DOS MATERIAIS
(A) METÁLICOS (B) NÃO METÁLICOS
Ferrosos Não-Ferrosos Naturais Sintéticos
Alumínio Madeira Vidro
Aço Cobre
Couro Cerâmica
Zinco
Chumbo
Ferro Fundido Borracha Plástico
Estanho
Curso Técnico 4
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Estes materiais são amplamente utilizados em peças sujeita a oxidação. Dada a sua
resistência, sendo muito utilizado em tratamento galvânico (Galvanoplastia), superficial e
materiais. São também bastante utilizados em equipamentos elétricos, como isolantes.
Nos últimos anos, a importância dos metais leves e suas ligas principalmente nas
construções de veículos aeronaves e navios. Bem como na mecânica de precisão, pois
se têm conseguido ligas metálicas de alta resistência e baixo peso. E com isto tende - se
a trocar o aço e o ferro pôr estes metais.
Curso Técnico 5
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Está relacionada com a natureza das ligações que existem entre os átomos, de cada
material, seja ele metálico ou não. Todos esses materiais possuem características
próprias devido às suas propriedades e que são reunidas em dois grupos: Propriedades
Físicas e Propriedades Químicas.
1- Propriedades Mecânicas:
Determinam a maior ou menor capacidade para transmitir ou resistir aos esforços que lhe
são aplicados. Na indústria mecânica, são as mais importantes para a escolha e seleção
de uma matéria prima para o projeto.
• Resistência Mecânica - capacidade de resistir às ações de determinados esforços.
Ex. tração e compressão.
• Elasticidade – é a capacidade que o material tem de se deformar quando submetido
a um esforço, voltando posteriormente a sua forma original.
• Plasticidade - capacidade de deformar o material e este mantém seu estado
deformado, quando cessa o esforço. Essa propriedade é importante na prensagem e
estamparia de peças, laminação de chapas, etc.
• Dureza – Resistência do material a penetração, deformação plástica permanente e
ao desgaste.
• Fragilidade - Baixas resistências ao choque, ex. vidro.
• Densidade - Relação entre massa e volume de um material.
• Resiliência – resistência a choques, impactos, golpes. Ex. martelo, talhadeira, etc.
• Maleabilidade / Ductibilidade – Propriedade de o material ser laminado, estampado e
forjado;
2- Propriedades Térmicas:
É o comportamento dos materiais quando são submetidos à variação de temperatura.
Dentre elas, destacam-se:
• Ponto de fusão – temperatura em que o material passa do estado sólido para o
estado líquido.
• Ponto de ebulição – É quando existe a passagem do estado liquido para o gasoso.
Curso Técnico 6
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3- Propriedade Elétrica:
Determinam à capacidade de transmissão ou resistência à passagem de eletricidade.
• Condutibilidade elétrica - capacidade dos materiais de conduzir eletricidade.
• Resistividade - resistência que o material oferece para a passagem de corrente
elétrica.
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A estrutura cristalina dos metais depende da ordenação ou arranjos dos átomos dos
metais do processo de solidificação.
No estado sólido os átomos não estão em repouso, mais vibram em torno de
determinadas posições de equilíbrio assumido espontaneamente pôr eles ao se
solidificarem. Estas posições apresentam uma ordenação geométrica, especial,
característica que é da natureza do metal.
Essas disposições ordenadas dos metais sólidos e de outros materiais não metálicos se
denominam ESTRUTURA CRISTALINA. A Estrutura cristalina formada na solidificação
através do resfriamento, ira definir a estrutura formada, os seus constituintes e as
propriedades resultantes em função desta mesma estrutura.
Curso Técnico 8
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Observe que usamos duas formas para representar a estrutura: como esferas cheias,
encostadas umas nas outras e, em desenho esquemático, para facilitar a visualizaçâo da
forma geométrica.
Na representação com esferas, observe como elas estão organizadas muito juntas.
Quando os metais são deformados por processos mecânicos, como a laminação, as
camadas de átomos deslizam umas sobre as outras ao longo dos planos de átomos que
se formam nas estruturas cristalinas. Esses planos são chamados de planos cristalinos.
Estruturas cristalinas cúbicas possuem mais planos de átomos do que as estruturas
hexagonais. Por isso, é mais fácil deformar um material que possui estrutura cúbica,
como o alumínio, o cobre e o ferro, do que um metal que possui estrutura hexagonal
como o magnésio e o cádmio.
Ao estudar os metais e suas propriedades, você também ouvirá falar de defeitos
cristalinos. Esses defeitos, que se formam na maioria das vezes durante o processo de
fabricação, surgem na forma de contorno dos grãos, por exemplo.
• E como o contorno do grão se forma? Durante o processo de solidificação de
qualquer metal, a formação dos cristais se inicia em diversos pontos ao mesmo tempo.
Nos locais onde esses cristais se encontram, forma-se uma área de transição com
átomos que não pertencem a nenhum dos cristais.
Na região dos contornos dos grãos, a deformação é mais difícil, pois os planos cristalinos
são interrompidos, dificultando o deslizamento Por isso, a ruptura de um metal, na
maioria dos casos, acontece no contorno do grão.
Curso Técnico 9
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MINÉRIO DE FERRO
Para que o material metálico seja considerado ferroso, é preciso que ele se constitua de
uma liga de ferro com carbono e outros elementos como o silício, o manganês, o fósforo,
o enxofre, considerados como impurezas.
Na natureza, se encontra o minério de ferro, que precisa ser processado para ser
transformado em ferro fundido ou aço.
Os metais podem estar puros na natureza, como o ouro e a platina, ou sob a forma de
minerais, ou seja, combinações de metais com outros elementos formando óxidos,
sulfetos, hidratos, carbonatos.
Quando o mineral contém uma quantidade de metal e de impurezas que compensa a
exploração econômica, ele recebe o nome de minério. O lugar onde esses minérios
aparecem em maior quantidade é chamado de jazida.
TIPO DESIGNAÇÃO DESIGNAÇÃO FÓRMULA TEOR
MINERALÓGICA QUÍMICA METÁLICO
Carbonato Siderita Carbonato FeCO3 25 a 45%
férrico
Magnetita Óxido ferroso Fe3O4 45 a 70%
férrico
Óxidos Limonita Óxido férrico Fe2O3 40 a 60%
3H2O
Hematita Óxido férrico Fe2O3 45 a 70%
Além dos elementos da fórmula química mostrados no quadro acima, o minério de ferro
contém ainda: Cal, Sílica, Alumina, Enxofre, Manganês
• Magnésio, em quantidades bem pequenas. Para o processo de transformação,
alguns deles são considerados impurezas.
• Processo de Beneficiamento do Minério
Mas será que a gente usa o minério assim, do jeito que ele sai da jazida? Não, é preciso
prepará-lo para que ele fique adequado para ser empregado como matéria-prima.
A principal função da preparação do minério de ferro é torná-lo adequado ao uso no Alto-
Forno. Pois, nas jazidas do Brasil há grande quantidade de minério de ferro em pó e
cerca de 55% do minério é encontrado em pedaços que medem menos de 10 mm. E
como o Alto-Forno, equipamento onde se produz o ferro-gusa, só trabalha com pedaços
entre 10 e 30 mm, isso tornou-se necessário desenvolver processos que permitem a
utilização desse tipo de minério: PROCESSOS DE SINTERIZAÇÃO E A PELOTIZAÇÃO.
Curso Técnico 10
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PROCESSO DE PELOTIZAÇÃO
Por esse processo, o minério de ferro é moído bem fino e depois umedecido para formar
um aglomerado. O aglomerado é, então, colocado em um tipo de moinho em forma de
tambor. Conforme esse tambor gira, os aglomerados vão sendo unidos até se
transformarem em pelotas (daí o nome: pelotização). Depois disso, essas pelotas são
submetidas à secagem e queima para endurecimento.
PROCESSO DE SINTERIZAÇÃO
São obtidos blocos feitos com partículas de minério de ferro, carvão moído, calcário e
água. Isso tudo é misturado até se obter um aglomerado. Depois, essa mistura é
colocada sobre uma grelha e levada a um tipo especial de equipamento que, com a
queima de carvão, atinge uma temperatura entre 10000C e 13000C. Com esse
aquecimento, as partículas de ferro derretem superficialmente, unem-se umas às outras e
acabam formando um só bloco poroso. Enquanto ainda está quente, esse bloco é
quebrado em pedaços menores chamados sínter.
Curso Técnico 11
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ALTO FORNO
Depois que o minério de ferro é beneficiado, ele vai para o alto-forno para se transformar
em ferro-gusa. O ferro-gusa é a matéria-prima para a fabricação do aço e do Ferro
Fundido (FoFo). Só que nesse processo, a gente coloca o minério de ferro no alto-forno,
com os fundentes, os desoxidantes, desfosforizantes e os combustíveis.
Os FUNDENTES, isto é, o material que ajuda o minério de ferro a se fundir, é o calcário.
Esse material é uma rocha constituída por carbonato de cálcio que, por sua vez, é uma
combinação de cálcio com carbono e oxigênio.
Para eliminar as impurezas que os minérios contêm, coloca-se, por exemplo, a cal, onde
é usada como fundente, ou seja, torna líquida a escória do ferro-gusa.
Os DESOXIDANTES elimina oxigênio que contamina o aço. O minério de manganês
atua como elemento liga (≈ 33 a 35 Kg Ton de aço) e como DISSULFURANTE,
ajudando a diminuir os efeitos nocivos do enxofre que é uma impureza que torna o aço
mais frágil.
Os DESFOSFORIZANTES, a CAL, são materiais que ajudam a eliminar as impurezas,
como o Fósforo.
Os COMBUSTÍVEIS são muito importantes na fabricação do ferro-gusa, pois precisam ter
um alto poder calorífico.Isso quer dizer que têm de gerar muito calor e não podem
contaminar o metal obtido. Dois tipos de combustíveis são usados: carvão vegetal e
carvão mineral (Coque).
Por suas propriedades e seu elevado grau de pureza, o CARVÃO VEGETAL é
considerado um combustível de alta qualidade. Na indústria siderúrgica brasileira, esse
tipo de combustível participa, ainda, em cerca de 40% da produção total de ferro fundido.
Suas duas grandes desvantagens são o prejuízo ao ambiente (desflorestamento) e a
baixa resistência mecânica, muito importante no alto-forno, porque o combustível fica
embaixo da carga e tem que agüentar todo o seu peso.
O CARVÃO MINERAL produz o COQUE, que é o outro tipo de combustível usado no
alto-forno. Para que ele tenha bom rendimento, deve apresentar um elevado teor
calorffico e alto teor de carbono, além de apresentar grande resistência ao esmagamento
para resistir ao peso da coluna de carga.
Além de serem combustíveis, tanto o coque quanto o carvão vegetal têm mais duas
funções:
• gerar gás redutor ou agir diretamente na redução.
• assegurar a permeabilidade à coluna de carga (permitir que o calor circule com
facilidade através da carga).
Curso Técnico 12
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Curso Técnico 13
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Curso Técnico 14
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AÇO
AÇO AO CARBONO
São os que contêm além do ferro, pequenas porcentagens de carbono, manganês, silício,
enxofre e fósforo. Os elementos mais importantes do aço ao carbono são os ferros e os
carbonos. O manganês e silício melhoram a qualidade do aço, enquanto que o enxofre e
o fósforo são elementos prejudiciais.
A quantidade de carbono define a resistência do aço e tratamento pós-fabricação.
Curso Técnico 15
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O ferro “Gusa” contém em sua composição de 4,5% a 6,5% de carbono, assim como S,
P, Mn e Si. É a matéria–prima preponderante na obtenção do Aço e FoFo.
O modo de se fabricar o aço depende da matéria-prima que você tem à disposição:
• Gusa líquido pede fornos com injeção de ar.
• sucata pede fornos elétricos.
O tipo de aço que você tem, após a fabricação, também depende desses processos:
• Fornos a ar produzem aços-carbono comuns.
• Fornos elétricos produzem aços de melhor qualidade, cuja composição química pode
ser mais rigorosamente controlada.
Curso Técnico 17
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O número de tipos de aço é muito elevado, pois além dos aços simplesmente ao carbono
com teores variáveis de carbono, é muito grande a quantidade de aços ligados. Para
facilitar sua seleção, associações técnicas especializadas classificam os aços pela sua
composição química, dando origem aos sistemas SAE e AISI (americanos), DIN
(alemão), ABNT (brasileiro) etc. Alguns desses sistemas estão indicados na Tabela
abaixo.
Curso Técnico 18
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SEGUNDO A ABNT
A fim de facilitar as interpretações técnicas e comerciais, a ABNT, (Associação Brasileira
de Normas Técnicas) achou por bem dar números para a designação dos aços de acordo
com a porcentagem de carbono.
Então, o aço 1020, é um aço ao carbono cuja porcentagem de carbono varia entre 0,18%
a 0,23%.
Curso Técnico 19
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Por exemplo:
1045 - aço-carbono com teor médio de C 0,45%
1120 - aço de usinagem fácil, ao enxofre, com 0,20% de carbono médio
4420 - aços ao Ni-Cr-Mo, com 1,85% Ni, 0,50% Cr, 0,25% Mo e 0,20% C
5140 - aço ao Cr com 0,70% a 0,90% Cr e 0,40% C.
Os tipos de aços especiais, bem como composição, características e usos industriais são
encontrados em tabelas.
Curso Técnico 21
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O aço com até 0,35% de carbono, desprendem fagulhas em forma de riscos (Aços de
baixa porcentagem de carbono). (Fig.21)
Nos aços com 0,4% até 0,7% de carbono as fagulhas saem em forma de estrelinhas.
(Aço de média porcentagem de carbono).
Acima de 0,7% de carbono as estrelinhas saem em forma de um feixe. (Aço de alto teor
de carbono). (Fig.23)
Curso Técnico 22
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1- Aços Níquel
1 a 10% de Níquel
Resistem bem à ruptura e ao choque, quando temperados e revenidos.
Usos - peças de automóveis, máquinas, ferramentas, etc.
10 a 20% de Níquel
Resistem bem à tração, muito duros - temperáveis em jato de ar.
20 a 50% de Níquel
Resistentes aos choques, boa resistência elétrica, etc.
Usos - válvulas de motores térmicos, resistências elétricas, cutelaria, instrumentos de
medida, etc.
2- Aços Cromo
até 6% Cromo
Resistem bem à ruptura, são duros, não resistem aos choques.
Usos - esferas e rolos de rolamentos, ferramentas, projéteis, blindagens, etc.
11 a 17% de Cromo
Inoxidáveis.
Usos - aparelhos e instrumentos de medida, cutelaria, etc.
20 a 30% de Cromo
Resistem à oxidação, mesmo a altas temperaturas..
Usos - válvulas de motores a explosão, fieiras, matrizes, etc.
3- Aços Cromo-Níquel
8 a 25% Cromo, 18 a 15% de Níquel
Inoxidáveis, resistentes à ação do calor, resistentes à corrosão de elementos químicos.
Usos - portas de fornos, retortas, tubulações de águas salinas e gases, eixos de bombas,
válvulas e turbinas, etc.
4- Aços Manganês
7 a 20% de Manganês
Extrema dureza, grande resistência aos choques e ao desgaste.
Usos - mandíbulas de britadores, eixos de carros e vagões, agulhas, cruzamentos e
curvas de trilhos, peças de dragas, etc.
5- Aços Silício
1 a 3% de Silício
Resistências à ruptura, elevado limite de elasticidade e propriedades de anular o
magnetísmo.
Curso Técnico 23
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Curso Técnico 24
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Curso Técnico 25
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Quando se necessita de barras com formas e medidas precisas recorre-se aos aços
trefilados, que são barras que após laminadas passam por um processo de acabamento
denominado trefilação. (Fig.25)
2º) Perfilados - São vergalhões laminados em perfis especiais tais como: L(cantoneira),
U, T, I (duplo T), Z. (Fig.26).
3º) Chapas - São laminados planos, encontradas no comércio nos seguintes tipos:
• Chapas pretas - sem acabamento após a laminação, sendo muito utilizadas nas
indústrias.
• Chapas galvanizadas - recebem após a laminação uma fina camada de zinco. São
usadas em locais sujeitos a umidade, tais como calhas e condutores, etc.
Curso Técnico 26
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Interpretação:
É uma barra de aço de baixa
porcentagem de carbono (0,20%) com 2”
de diâmetro e 100mm de comprimento.
(Fig.30).
Curso Técnico 27
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FERRO FUNDIDO
Os ferros fundidos podem ser produzidos a partir do ferro gusa branco e cinzento .
• Ferro Gusa branco: Aço, ferro fundido maleável.
• Ferro Gusa cinzento: ferro fundido
CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES
O ferro fundido é o que chamamos de uma liga ternária. Isso quer dizer que ele é
composto de três elementos: ferro, carbono (2 a 4,5%) e silício (1 a 3%). Existe ainda o
ferro fundido ligado, ao qual outros elementos de liga são acrescentados para dar alguma
propriedade especial à liga básica.
O ferro fundido de primeira fusão (gusa) é transformado numa segunda fusão em ferro
fundido (FoFo), feita no forno Cubilot (Fig.3.1), a partir de lingotes de ferro gusa obtido no
Alto-Forno contendo silício e quase sempre com adição de sucata. Se for adicionado
também cromo, níquel ou molibdênio. Obtêm-se diferentes classes de ferro fundido com
características especiais, como:
• Ferro Fundido refratário - para tampas e grelhas de forno,
• Ferro Fundido resistente a ácidos ou resistentes ao desgaste, com grande dureza
superficial - usado para a fabricação de anéis de segmento e pistões de motores .
Forno Cubilôt
O forno cubilot é um forno de cuba, cilíndrico com um diâmetro de aproximadamente um
metro e de seis a oito metros de altura.
Compõe - se de uma camisa de chapa de aço revestida com um material refratário. Ele
trabalha com ferro-gusa, sucata de aço, calcáreo (para separar as impurezas), ferro-
silício, ferro-manganês, e coque (com combustível).
Ele funciona sob o princípio da contracorrente e carregado por cima (como no alto-forno),
ou seja, a carga metálica e o coque descem e os gases sobem.
Após o aquecimento, quando se encontra no estado líquido, o ferro fundido acumula-se
em um cadinho, na parte inferior, e em seguida, é feito a corrida.
O ferro fundido é vertido em uma caçamba ou concha de fundição e transportado até os
moldes onde são fundidos as peças.
Curso Técnico 28
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No forno Cubilot, não permite que se faça um controle rigoroso da composição química
do metal, sendo empregado para a produção de FoFo que será usado na fabtricação de
peças que não sofrerão grandes esforços.
Para a produção de Ferros Fundidos de alta qualidade, são usados fornos elétricos ou
fornos Cubilot em conjunto com os fornos elétricos.
Curso Técnico 29
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Aplicação e Característica
Por causa da elevada dureza, os ferros fundidos brancos são frágeis, embora tenham
uma grande resistência à compressão, ao desgaste e à abrasão. Essa resistência e
dureza se mantêm mesmo em temperaturas elevadas. Por isso, esse tipo de material
ferroso é empregado em equipamentos de manuseio de terra, mineração e moagem,
rodas de vagões e revestimentos de moinhos.
Aplicação e Característica
Os ferros fundidos cinzentos apresentam boa usinabilidade e grande capacidade de
amortecer vibrações. Por causa dessas características, são empregados nas indústrias
automobilística, de equipamentos agrícolas e de máquinas e, na mecânica pesada, na
fabricação de blocos e cabeçotes de motor, carcaças e platôs de embreagem, suportes,
barras e barramentos para máquinas industriais.
Curso Técnico 30
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Aplicação e Característica
Curso Técnico 31
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Os produtos de ferro fundido, assim como os de aço, e de qualquer outro tipo de material,
são normalizados, ou seja, seguem as normas da ABNT (Associação Brasileira de
Normas Técnicas). Nos catálogos, esses produtos são apresentados de acordo com
designações ou especificações dessas normas.
Curso Técnico 32
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COBRE
Curso Técnico 33
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Esses tipos de cobre são fornecidos em forma de placas, chapas, tiras, barras, arames e
fios, tubos, perfis ou conformados por forjamento.
Suas propriedades mecânicas variam dentro dos seguintes limites:
(A) limite de escoamento - 5 a 35 Kgf/mm2;
(B) limite de resistência à tração - 22 a 45 Kgf/mm2
(C) alongamento - 48 a 60%
Curso Técnico 34
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LATÃO
Os latões comuns são ligas de cobre-zinco, podendo conter zinco em teores que variam
de 5 a 50%, o que significa que existem inúmeros tipos de latões.
A presença do zinco, obviamente, altera as propriedades do cobre.
À medida que o teor de zinco aumenta, ocorre também uma diminuição da resistência à
corrosão em certos meios agressivos, levando à “dezinficação”, ou seja, corrosão
preferencial do zinco.
No estado recozido, a presença de zinco até cerca de 30% provoca um ligeiro aumento
da resistência à tração, porém a ductilidade aumenta consideravelmente.
Nessa faixa de composição, pode-se distinguir vários tipos representados na Tabela I,
com as respectivas propriedades mecânicas.
Os valores das propriedades estão representadas numa larga faixa, devido à condição da
liga - se recozida ou mais ou menos encruada.
Os latões indicados na Tabela I apresentam as seguintes aplicações:
• cobre-zinco 95-5
Devido a sua elevada conformabilidade a frio, é utilizado para pequenos cartuchos de
armas; devido a sua cor dourada atraente, emprega-se na confecção de medalhas e
outros objetos decorativos cunhados, tais como emblemas, placas etc.;
• cobre-zinco 90-10
Também chamado de bronze comercial;
De características semelhantes ao tipo anterior, sua principais aplicações são feitas na
confecção de ferragens, condutos, peças e objetos ornamentais e decorativos tais como
emblemas, estojos, medalhas etc.;
• cobre-zinco 85-15
Também chamado latão vermelho;
Características e aplicações semelhantes às ligas anteriores;
• cobre-zinco 80-20
Ou latão comum - idem;
Curso Técnico 35
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• cobre-zinco 70-30
Também chamado latão para cartuchos - combina boa resistência mecânica e excelente
ductilidade, de modo que é uma liga adequada para processos de estampagem; na
construção mecânica, as aplicações típicas são cartuchos para armas, tubos e suportes
de tubo de radiadores de automóveis, carcaças de extintores de incêndio e outros
produtos estampados, além de pinos e rebites.
Outras aplicações incluem tubos para permutadores de calor, evaporadores,
aquecedores e cápsulas e roscas para lâmpadas;
• cobre-zinco 67-33
Embora, apresentando propriedades de ductilidade ligeiramente inferiores ao tipo 70-30,
as aplicações são idênticas.
A partir de 37% de zinco, nota-se uma queda mais acentuada na ductilidade.
• cobre-zinco 67-37
Na fabricação de peças pro estampagem leve, como componentes de lâmpadas e
chaves elétricas, recipientes diversos para instrumentos, rebites, pinos,
parafusos componentes de radiadores etc.;
• cobre-zinco 60-40
Também chamado metal Muntz - esta liga de duas fases presta-se muito bem a
deformações mecânicas a quente. É geralmente utilizada na forma de placas, barras e
perfis diversos ou componentes forjados para a indústria mecânica; na indústria química
e naval, emprega-se na fabricação de tubos de condensadores e permutadores de calor.
Curso Técnico 36
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BRONZE
A Tabela II apresenta os principais tipos. Nos bronzes comerciais o teor de estanho varia
de 2 a 10%, podendo chegar a 11% nas ligas para fundição.
Curso Técnico 37
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Curso Técnico 38
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ALUMÍNIO
Seu peso específico é de 2,7 g/cm3 a 20ºC; seu ponto de fusão corresponde a 660ºC e o
módulo de elasticidade é de 6.336 Kgf/mm2.
Apresenta boa condutibilidade térmica e relativamente alta condutibilidade elétrica (62%
da do cobre).
É não-magnético e apresenta baixo coeficiente de emissão térmica.
Esses característicos, além da abundância do seu minério principal, vêm tornando o
alumínio o metal mais importante, após o ferro.
O baixo peso específico do alumínio torna-o de grande utilidade em equipamento de
transporte - ferroviário, rodoviário, aéreo e naval - e na indústria mecânica, numa grande
variedade de aplicações.
O baixo ponto de fusão, aliado a um elevado ponto de ebulição (cerca de 2.000ºC) e a
uma grande estabilidade a qualquer temperatura, torna a fusão e a moldagem do
alumínio muito fáceis.
A condutibilidade térmica, inferior somente às da prata, cobre e ouro, o torna adequado
para aplicações em equipamento destinado a permutar calor.
Sua alta condutibilidade elétrica e ausência de magnetismo o tornam recomendável em
aplicações na indústria elétrica, principalmente em cabos condutores.
Finalmente, o baixo fator de emissão o torna aplicável como isolante térmico.
Entretanto, a resistência mecânica é baixa; no estado puro (99,99% Al), o seu valor gira
em torno de 5 a 6 Kgf/mm2; no estado encruado (laminado a frio com redução de 75%)
sobe para cerca de 11,5 Kgf/mm2. É muito dúctil: alongamento de 60 a 70%.
Apresenta boa resistência à corrosão, devido à estabilidade do seu principal óxido Al2O3
que se forma na superfície do metal. Essa resistência à corrosão é melhorada por
anodização, que ainda melhora sua aparência, tornando-o adequado para
aplicações decorativas.
As ligas de alumínio não apresentam a mesma resistência à corrosão que o alumínio
puro, de modo que quando se deseja aliar a maior resistência mecânica das ligas com a
boa resistência à corrosão do alumínio quimicamente puro, utiliza-se o processo de
revestimento da liga por capas de alumínio puro (“cladding”), originando-se o material
“Alclad”.
Devido a sua alta ductilidade, é facilmente laminado, forjado e trefilado, de modo a ser
utilizado na forma de chapas, folhas muito finas, fios, tubos etc.
Curso Técnico 39
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Curso Técnico 40
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Há muitos séculos atrás o homem descobriu que com aquecimento e resfriamento podia
modificar as propriedades mecânicas de um aço, isto é, torná-los mais duro, mais mole,
mais maleável, etc.
Mais tarde, descobriu também que a rapidez com que o aço era resfriado e a quantidade
de carbono que possuía influíam decisivamente nessas modificações.
O processo de aquecer e resfriar um aço, visando modificar as sua propriedades,
denomina-se TRATAMENTO TÉRMICO. (Fig.1).
Curso Técnico 41
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(A) TÊMPERA
(B) REVENIMENTO
(C) RECOZIMENTO
(A) CEMENTAÇÃO
(B) NITRETAÇÃO
TÊMPERA
É o tratamento térmico aplicado aos aços com porcentagem igual ou maior do que 0,4%
de carbono. O efeito principal da têmpera num aço é o aumento de dureza.
FASES DA TÊMPERA
1ª Fase: - Aquecimento
Curso Técnico 42
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Efeitos da Têmpera
1. Aumento considerável da dureza do aço.
2. Aumento da fragilidade em virtude do aumento de dureza. (O aço torna-se muito
quebradiço).
3. Reduz-se a fragilidade de um aço temperado com um outro tratamento térmico
denominado revenimento.
Observações:
1º) - A temperatura de aquecimento e o meio de resfriamento são dados em tabelas:
2º) - O controle da temperatura durante o aquecimento, nos fornos, é feito por aparelhos
denominados pirômetros. Nas forjas o mecânico identifica a temperatura pela cor do
material aquecido.
Curso Técnico 43
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3º) - De início o aquecimento deve ser lento, (pré-aquecimento), afim de não provocar
defeitos na peça.
4º) - A manutenção da temperatura varia de acordo com a forma da peça; o tempo nesta
fase não deve ser além do necessário.
REVENIMENTO
É o tratamento térmico que se faz nos aços já temperados, com a finalidade de diminuir a
sua fragilidade, isto é, torná-lo menos quebradiço.
O revenimento é feito aquecendo-se a peça temperada até uma certa temperatura
resfriando-a em seguida. As temperaturas de revenimento são encontradas em tabelas e
para os aços ao carbono variam entre 210ºC e 320ºC.
Fases do Revenimento
1ª Fase: – Aquecimento
O forte calor que desprende do bloco, aquece lentamente a peça, produzindo nesta uma
coloração que varia à medida que a temperatura aumenta. Essas cores, que possibilitam
identificar a temperatura da peça, são denominadas cores de revenimento.
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3ª Fase: – Resfriamento
O resfriamento da peça pode ser:
– Lento – deixando-a esfriar naturalmente.
– Rápido – mergulhando-a em água ou óleo.
EFEITOS DO REVENIMENTO
Diminui um pouco a dureza da peça temperada, porém aumenta consideravelmente a
sua resistência aos choques. Geralmente, toda peça temperada passa por um
revenimento, sendo até comum dizer-se “peça temperada” ao invés de “peça temperada
e revenida”.
RECOZIMENTO
O recozimento é o tratamento térmico que tem por finalidade eliminar a dureza de uma
peça temperada ou normalizar materiais com tensões internas resultantes do forjamento,
da laminação, trefilação etc..
Tipos de recozimento
1 - Recozimento para eliminar a dureza de uma peça temperada.
Fazes do Recozimento
1ª Fase: - Aquecimento
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A peça é aquecida a uma temperatura que varia de acordo com o material a ser recozido.
(Entre 500ºC e 900ºC). A escolha da temperatura de recozimento é feita mediante
consulta a uma tabela. Exemplo de tabela:
3ª Fase: - Resfriamento
O resfriamento deve ser feito lentamente, tanto mais lento quanto maior for a
porcentagem de carbono do aço. No resfriamento para recozimento adotam-se os
seguintes processos:
1 - Exposição da peça aquecida ao ar livre. (Processo pouco usado).
2 - Colocação da peça em caixas contendo cal, cinza, areia ou outros materiais.
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TRATAMENTO TERMOQUÍMICO
CEMENTAÇÃO
Muitas peças de mecânica necessitam ter elevada dureza externa para resistirem ao
desgaste; entretanto, internamente precisam permanecer “moles”, para suportarem
solavancos.
Definição do Processo
A cementação é um tratamento que consiste em aumentar a porcentagem de carbono
numa fina camada externa da peça.
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A cementação é feita aquecendo-se a peça de aço de baixo teor de carbono, junto com
um material rico em carbono (carburante). Quando a peça atinge alta temperatura (750ºC
a 1.000ºC) passa a absorver parte do carbono do carburante.
Quanto mais tempo a peça permanecer aquecida com o carburante, mais espessa se
tornará a camada. Os carburantes podem ser sólidos, (grãos ou pós), líquidos ou
gasosos. A qualidade dos carburantes influi na rapidez com que se forma a camada.
Fases da cementação
1ª Fase: - Aquecimento
• Cementação em caixa:
As peças são colocadas em caixas juntamente com o carburante, fechadas
hermeticamente e aquecidas até a temperatura recomendada.
• Cementação em banho:
As peças são mergulhadas no carburante líquido aquecido, através de cestas ou
ganchos.
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NITRETAÇÃO
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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