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SUMÁRIO

1 – TUBOS, MATERIAIS, PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E DIÂMETROS COMERCIAIS. ........4


1.1 – DEFINIÇÕES:........................................................................................................................4
1.2 – PRINCIPAIS MATERIAIS PARA TUBOS NA INDÚSTRIA. ...................................................4
1.3 – PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE TUBOS .......................................................................5
1.3.1 – TUBOS SEM COSTURA (SEAMLESS) .........................................................................5
1.3.2 – TUBOS COM COSTURA (WELD PIPE) ........................................................................6
1.3.3 – DIFERENÇAS ENTRE TUBOS COM COSTURA E SEM COSTURA ...........................7
1.4 – TUBOS DE AÇO CARBONO .................................................................................................7
1.5 – TUBOS DE AÇO LIGA E INOXIDÁVEIS ................................................................................9
1.5.1 – AÇOS LIGA ....................................................................................................................9
1.5.2 – AÇOS INOXIDÁVEIS ...................................................................................................10
1.6 – NORMALIZAÇÃO DE TUBOS DE AÇO...............................................................................11
1.7 – TUBOS DE FERRO FUNDIDO ............................................................................................15
1.8 – TUBOS DE METAIS NÃO FERROSOS...............................................................................15
1.8.1 – TUBOS DE COBRE E SUAS LIGAS............................................................................15
1.8.2 – TUBO DE ALUMÍNIO E SUAS LIGAS .........................................................................16
1.8.3 – TUBOS DE CHUMBO E SUAS LIGAS ........................................................................16
1.8.4 – TUBOS DE NÍQUEL E SUAS LIGAS ...........................................................................16
1.8.5 – TUBOS DE TITÂNIO E SUAS LIGAS ..........................................................................16
1.9 – TUBOS NÃO METÁLICOS ..................................................................................................17
2 – MEIOS DE LIGAÇÃO DE TUBOS.............................................................................................18
2.1 – INTRODUÇÃO.....................................................................................................................18
2.2 – LIGAÇÕES ROSQUEADAS ................................................................................................18
2.3 – LIGAÇÕES SOLDADAS ......................................................................................................19
2.3.1 – SOLDA DE ENCAIXE OU SOQUETE..........................................................................19
2.3.2 – SOLDA DE TOPO ........................................................................................................20
2.4 – LIGAÇÕES FLANGEADAS .................................................................................................21
2.4.1 – TIPOS DE FLANGES PARA TUBOS...........................................................................21
2.4.2 – FACEAMENTO DOS FLANGES ..................................................................................22
2.4.3 – MONTAGENS PARA FLANGES..................................................................................23
2.4.4 - DADOS PARA ENCOMENDA ......................................................................................23
2.5 – JUNTAS PARA FLANGES...................................................................................................24
2.5.1 – MATERIAIS PARA JUNTAS ........................................................................................25
2.5.2 – TIPOS DE JUNTA ........................................................................................................25
2.6 – PARAFUSOS E ESTOJOS PARA FLANGES......................................................................25
2.7 – LIGAÇÃO PONTA E BOLSA................................................................................................26
2.8 – SISTEMAS DE LIGAÇÃO PARA TUBULAÇÃO DE AÇO ....................................................27
3 – ACESSÓRIOS DE TUBULAÇÃO..............................................................................................28
3.1 – CLASSIFICAÇÃO QUANTO A FINALIDADE.......................................................................28
3.1.1 – PARA MUDANÇAS DE DIREÇÃO...............................................................................28
3.1.2 – PARA DERIVAÇÕES ...................................................................................................28
3.1.3 – MUDANÇA DE DIÂMETRO .........................................................................................28
3.1.4 – PARA LIGAÇÃO...........................................................................................................29
3.1.5 – PARA FECHAR EXTREMIDADES...............................................................................29
3.2 – CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO SISTEMA DE LIGAÇÃO...................................................29
3.2.1 – ACESSÓRIOS PARA SOLDA DE TOPO.....................................................................29
3.2.3 – ACESSÓRIOS ROSQUEADOS ...................................................................................31
3.2.4 – ACESSÓRIOS FLANGEADOS ....................................................................................32
3.2.5 – NIPLES.........................................................................................................................33
3.3 – CURVAS EM GOMOS .........................................................................................................34
Tubulações

3.4 – DERIVAÇÕES SOLDADAS.................................................................................................35


3.4.1 – BOCAS DE LOBO ........................................................................................................35
3.4.1.1 – BOCAS DE LOBO SIMPLES ................................................................................35
3.4.1.2 – BOCA DE LOBO COM REFORÇO SIMPLES ......................................................35
3.4.2 – DERIVAÇÃO COM LUVA SOLDADA ..........................................................................35
3.4.3 – DERIVAÇÃO COM COLAR FORJADO .......................................................................36
3.4.4 – DERIVAÇÃO COM SELA.............................................................................................36
3.5 – OUTROS ACESSÓRIOS DE TUBULAÇÃO ........................................................................36
4 - VÁLVULAS.................................................................................................................................37
4.1 – CLASSIFICAÇÃO ................................................................................................................38
4.1.1 – VÁLVULAS DE BLOQUEIO .........................................................................................38
4.1.2 - VÁLVULAS DE REGULAGEM......................................................................................38
4.1.3 - VÁLVULAS QUE PERMITEM FLUXO EM UM SÓ SENTIDO......................................38
4.1.4 - VÁLVULAS QUE CONTROLAM A PRESSÃO A MONTANTE.....................................39
4.1.5 - VÁLVULAS QUE CONTROLAM A PRESSÃO A JUSANTE ........................................39
4.2 - CONSTRUÇÃO DE VÁLVULAS...........................................................................................39
4.3 - MEIOS DE OPERAÇÃO DAS VÁLVULAS ...........................................................................40
4.4- VÁLVULAS GAVETA ............................................................................................................42
4.5 - VÁLVULAS MACHO.............................................................................................................43
4.6 - VÁLVULA GLOBO................................................................................................................44
4.7 - VÁLVULA DE RETENÇÃO...................................................................................................46
4.8 - VÁLVULA DE SEGURANÇA E ALÍVIO ................................................................................49
4.9 - VÁLVULA DE CONTROLE...................................................................................................50
4.10 - OUTRAS VÁLVULAS .........................................................................................................51
4.10.1 - VÁLVULAS REDUTORAS DE PRESSÃO..................................................................51
4.10.2 - VÁLVULAS DE BORBOLETA.....................................................................................51
4.10.3 - VÁLVULAS DE DIAFRAGMA .....................................................................................51
4.10.4 - VÁLVULAS DE QUEBRA VÁCUO (VENTOSAS).......................................................52
4.11 - SELEÇÃO DE VÁLVULA....................................................................................................52
4.11.1 - ETAPAS ......................................................................................................................52
4.11.2 - FATORES DE INFLUÊNCIA DO USO GERAL...........................................................52
4.11.3 - FATORES DE INFLUÊNCIA DAS CARACTERÍSTICAS E DETALHES ....................53
4.12 - DADOS PARA ENCOMENDA ............................................................................................53
5 - JUNTAS DE EXPANSÃO...........................................................................................................54
5.1 - JUNTAS DE EXPANSÃO DE TELESCÓPIO........................................................................55
5.2 - JUNTAS DE EXPANSÃO DE FOLE OU SANFONA.............................................................56
5.3 - DADOS PARA ENCOMENDA ..............................................................................................58
6 - SUPORTES DE TUBULAÇÃO...................................................................................................58
6.2 - SUPORTES FIXOS ..............................................................................................................60
6.3 - SUPORTES SEMIMÓVEIS (PARA TUBOS VERTICAIS) ....................................................61
6.4 - SUPORTES ESPECIAIS PARA TUBOS LEVES..................................................................61
6.5 - SUPORTES MÓVEIS ...........................................................................................................62
6.5.2 - SUPORTES DE CONTRAPESO ..................................................................................64
6.6 - SUPORTES QUE LIMITAM OS MOVIMENTOS DO TUBO .................................................64
6.7 - FINALIDADE DOS SUPORTES QUE LIMITAM OS MOVIMENTOS DOS TUBOS ..............65
6.8 - SUPORTES PARA TUBOS SUJEITOS A VIBRAÇÕES.......................................................66
7 - DESENHOS DE TUBULAÇÃO ..................................................................................................66
7.1 - FLUXOGRAMAS ..................................................................................................................67
7.2 - PLANTAS DE TUBULAÇÃO.................................................................................................67
7.3 - DESENHOS ISOMÉTRICOS ...............................................................................................67
7.4 - FOLHA DE DADOS DE TUBULAÇÃO (LISTA DE LINHAS).................................................67
8 - INSPEÇÃO DE TUBULAÇÕES .................................................................................................78
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Tubulações

8.1 - DEFINIÇÕES........................................................................................................................78
8.2 - ENSAIOS UTILIZADOS NA INSPEÇÃO DE TUBULAÇÕES ...............................................81
8.2.1 - INSPEÇÃO VISUAL ......................................................................................................81
8.2.2 - INSPEÇÃO COM LÍQUIDOS PENETRANTES.............................................................81
8.2.3 - INSPEÇÃO COM PARTICULAS MAGNÉTICAS ..........................................................81
8.2.4 - INSPEÇÃO RADIOGRÁFICA (COM RAIO X OU RAIOS GAMA) ................................81
8.2.5 - INSPEÇÃO POR UTRA-SOM.......................................................................................81
8.2.6 - INSPEÇÃO POR MEDIÇÃO DE ESPESSURA ............................................................81
8.2.7 - TESTE DE MARTELAMENTO......................................................................................81
8.3 - PREPARATIVOS PARA INSPEÇÃO....................................................................................82
8.3.1 - OS SEGUINTES ITENS DEVERÃO SER VERIFICADOS ANTES DO INÍCIO DA
INSPEÇÃO ...............................................................................................................................82
8.3.2 - MATERIAIS E EQUIPAMENTOS..................................................................................82
8.4 - REQUISITOS DE SEGURANÇA ..........................................................................................82
8.5 - CONSIDERAÇÕES GERAIS................................................................................................83
8.6 - ROTEIRO DE INSPEÇÃO EM TUBULAÇÕES.....................................................................83
8.6.1 - TUBULAÇÕES AÉREAS SEM ISOLAMENTO TÉRMICO ...........................................83
8.6.1.2 - CORROSÃO EXTERNA ........................................................................................83
8.6.1.3 – PINTURA...............................................................................................................84
8.6.2 - TUBULAÇÕES AÉREAS COM ISOLAMENTO TÉRMICO...........................................84
8.6.2.1 - ISOLAMENTO TÉRMICO ......................................................................................84
8.6.2.2 – PINTURA...............................................................................................................84
8.6.2.3 - CORROSAO SOB ISOLAMENTO .........................................................................84
8.6.3 - SUPORTES DE TUBULAÇÃO......................................................................................85
8.6.3.1 - SUPORTES NÃO RÍGIDOS (MOLA) .....................................................................85
8.6.3.2 - SUPORTES SEMI - RÍGIDOS (PENDURAIS) .......................................................85
8.6.3.3 - SUPORTES RÍGIDOS (BERÇOS, PATINS, GUIAS E PEDESTAIS) ....................85
8.6.4 - JUNTAS DE EXPANSÃO..............................................................................................86
8.6. 5 - CONEXÕES DE PEQUENO DIÂMETRO (CPD) .........................................................86
8.6.5 - CONEXÕES ROSCADAS.............................................................................................86
8.6.7 - UNIÕES FLANGEADAS OU ROSCADAS....................................................................86
8.6.8 - VÁLVULAS E DEMAIS ACESSÓRIOS DE TUBULAÇÃO............................................86
8.6.9 - TUBULAÇÕES ENTERRADAS SEM PROTEÇÃO CATÓDICA ...................................87
8.7 - MEDIÇÃO DE ESPESSURA ................................................................................................87
8.7.1 - ESCOLHA DO PONTO DE MEDIÇÃO .........................................................................87
8.7.2 - EXTENSÃO DA MEDIÇÃO ...........................................................................................87
8.7.3 - ESPESSURA MÍNIMA ARBITRÁRIA DA TUBULAÇÃO...............................................88
8.8 - TESTE HIDROSTÁTICO ......................................................................................................88
8.9 - CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO...............................................................................................88
8.10 - REGISTRO DE RESULTADOS E EMISSÃO DE RECOMENDAÇÕES DE
INSPEÇÃO...................................................................................................................................89
8.11 – ANEXOS............................................................................................................................90

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Tubulações

1 – TUBOS, MATERIAIS, PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E DIÂMETROS COMERCIAIS

1.1 – DEFINIÇÕES:

• TUBOS – condutos fechados destinados ao transporte de fluidos em geral. Características:


Possuem normalmente seção circular. Trabalham geralmente como condutos forçados
(seção plena).

• TUBULAÇÃO – É o conjunto de tubos mais seus acessórios.


Necessidade de existência: integrar as unidades de geração, armazenamento e pontos de
utilização.
Aplicação: Qualquer fluido (líquido ou gasoso), materiais pastosos ou com sólidos em
suspensão. Admitem tudo e qualquer faixa de pressão e temperatura.
Importância: Sua importância varia de 15 a 20% do custo total de uma instalação industrial.
Denominações: Conduto flexível => mangueira; mangote.
Conduto rígido => tubos.

• PIPE – Condução de fluidos.

• TUBING – Conduzir sinais ou troca térmica.

1.2 – PRINCIPAIS MATERIAIS PARA TUBOS NA INDÚSTRIA.

• TUBOS METÁLICOS:

Aço carbono
Aço liga
- Ferrosos: Aço inoxidável
Ferro fundido

Cobre
Latão
- Não ferrosos: Bronze
Monel
Incoloy (cupro-níquel)

Materiais plásticos
Cimento amianto
Concreto armado
• TUBOS NÃO METÁLICOS: Barro vidrado
Elastômeros (borracha)
Vidro
Cerâmica

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Tubulações

1.3 – PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE TUBOS

1.3.1 – TUBOS SEM COSTURA (SEAMLESS)

• LAMINAÇÃO (ROLLING): Aplicados em tubos de aço carbono, aço liga, aço inoxidável,
nos Ø de 3 a 26 polegadas.

Fig. 1.1 – Fabricação de tubos por Fig 1.2 – Fabricação de tubos por
laminação – Laminador oblíquo. laminação – Laminador de acabamento.

ESTRUSÃO (EXTRUSION): Aplicados em tubos de aço com Ø inferior a 3 polegadas nos


seguintes materiais: Alumínio, cobre, latão, bronze, chumbo, plástico e etc.

Fig. 1.3 – Fabricação de tubos por extrusão

• FORJAMENTO (FORGING): Aplicados para tubos de aço de elevada espessura que


trabalharão em elevadas pressões.

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Fig. 1.4 – Fabricação de tubos por forjamento.

• FUNDIÇÃO (CASTING):
- Por molde fixo: Aplicados em: ferro fundido, vidro, porcelana, borro vidrado, concreto,
cimento amianto e borracha.
- Por centrifugação: Aplicados em: ferro fundido, aço liga, concreto, etc.
Vantagens: Centrifugação apresenta textura mais homogênea e mais compacta (mais
uniforme).

Fig. 1.5 – Fabricação de tubos fundição.

1.3.2 – TUBOS COM COSTURA (WELD PIPE)

• POR SOLDA (WELDING):


Os processos de soldagem mais importantes são:

- Com adição material:


Solda por arco submerso;
Solda com proteção de gás inerte;
Solda com eletrodo revestido (solda de topo).

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- Sem adição de metal:


Resistência elétrica: Para Ø elevados a junta é sobreposta e para Ø
pequenos a solda é de topo.
Os tubos com costura podem ser fabricados a partir de chapas planas calandradas ou
bobinas.

- A disposição das juntas utilizadas é:


Topo – Ø até 200 mm.

ss

Sobreposto – Ø acima de 200 mm


Fig. 1.6 – Tipos de solda em tubos com costura.
- Disposição da costura:
Longitudinal (maioria)
Espiral (elevados Ø e comprimentos)

Fig. 1.7 – Tubo com solda longitudinal. Fig. 1.8 – Tubo com solda espiral.

1.3.3 – DIFERENÇAS ENTRE TUBOS COM COSTURA E SEM COSTURA

Os tubos sem costura apresentam melhor tolerância dimensional, menor perda de carga,
maior qualidade em geral, melhor desempenho no processo de mandrilhamento em
espelhos de permutadores de calor.
Os tubos com costura possuem menor custo.

1.4 – TUBOS DE AÇO CARBONO

• CARACTERÍSTICAS:
É o material de uso geral, sua aplicação em instalação industrial está em torno de
80% do total aplicado, isto porque é de baixo custo, boa resistência mecânica e apresentam
facilidade na soldagem.

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• SEUS COMPONENTES SÃO:


Ferro, carbono, manganês, silício, enxofre e fósforo.
O somatório de enxofre e fósforo deverá ser inferior a 0,06% para que o tubo apresente uma
boa soldabilidade.

• TIPOS:
Efervescentes e acalmados.

• LIMITES DE TEMPERATURA:
* Alta:
- Resistência mecânica: acima de 480 ºC começa a sofrer uma forte redução;
- Oxidação superficial: intensa acima de 530 ºC.
- Fluência: acima de 360 ºC.
- Grafitização: acima de 440 ºC.

*Baixa:
- Fragilidade: abaixo de – 40 ºC.

• USOS:
*Serviços contínuos:
- Acalmados (480 ºC a - 40 ºC).
- Efervescentes (390 ºC a - 0 ºC).
*Serviços periódicos (curto período de tempo): 550 ºC.

• APLICAÇÃO OU SERVIÇO:
Água doce, vapor, ar comprimido, gases, hidrocarbonetos (até 250 ºC), alcanis (até 50 ºC) e
alguns ácidos concentrados.

• OBSERVAÇÕES:
a) A partir da temperatura de 370 ºC, os aços carbono estão sujeitos ao fenômeno de
deformações permanentes por fluência.
b) A partir de 530 ºC os aços carbono sofrem uma intensa oxidação superficial.
c) As exposições prolongadas em temperaturas superiores a 440 ºC, os aços carbono estão
sujeitos ao fenômeno de precipitação do carbono (grafitização).
d) A resistência mecânica dos aços carbono fica seriamente comprometido a partir de
480ºC.
e) Influência do percentual e carbono no aço carbono:
- Quanto maior o percentual de carbono, maior será a dureza e o limite de
escoamento; menor será a ductibilidade e a soldabilidade.
- Os aços carbono são limitados em 0,35% de carbono.

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f) Os traços acalmados apresentam em sua composição química 0,1% de silício ou


alumínio, cuja finalidade é expulsar os gases indesejáveis do processo. Eles possuem
estrutura cristalina mais fina e uniforme e são de qualidade superior aos efervescentes.
g) Para aplicação em temperaturas baixas os aços carbono devem ter baixo teor de carbono
e serem normalizados a fim de evitar fraturas frágeis.

• ESPECIFICAÇÕES PARA TUBOS DE AÇO CARBONO:


- ASTM A 106 Gr. A (0,25% C; s/ costura; acalmados)
Gr. B (0,30% C, s/ costura; acalmados).
Gr. C (0,35% C, s/ costura; acalmados).
- ASTM A 53 Gr. A (com ou sem costura; não acalmados).
Gr.B (com ou sem costura; não acalmados).
- ASTM A 120 (não acalmados)
- ASTM A 333 (normalizados e acalmados para baixas temperaturas).
- ASTM A 211 (com costura).
- ASTM A 671 (com costura).
- API 5L (similar ao ASTM A 53).

1.5 – TUBOS DE AÇO LIGA E INOXIDÁVEIS

• CARACTERÍSTICAS:
a) São de custos mais elevados e soldabilidade mais difícil.
b) Aplicados quando:
- Temperatura elevada (oxidação; fluência; resistência mecânica): acima de 370ºC.
- Temperaturas baixas: inferiores a – 45 ºC
c) Elevada corrosão (economia).
d) Exigência de não contaminação.
e) Segurança de instalação (fluidos com temperaturas elevadas; tóxicas; inflamáveis;
explosivos e etc.).

1.5.1 – AÇOS LIGA

• CARACTERÍSTICAS:
a) tipos:
- Mo e Cr-Mo (altas temperaturas) até 1% Mo e 9% Cr;
- Ni (baixas temperaturas).
b) Efeitos do cromo:
- Eleva a resistência à oxidação (até 650 ºC);
- Acima de 1% não há mais grafitização;
- Até 2,5% elevam a resistência à fluência;

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- Acima de 12% não há mais oxidação;


c) Efeitos do molibdênio:
- Eleva a resistência à fluência e a resistência à corrosão alveolar.
d) Efeitos do níquel:
- Eleva a resistência mecânica em altas e baixas temperaturas;
- Eleva a resistência à corrosão.
e) Aplicação:
- Hidrocarbonetos;
- Vapor;
- Hidrogênio.
f) Desvantagens:
- Apresentam soldabilidade difícil.

1.5.2 – AÇOS INOXIDÁVEIS

• CARACTERÍSTICAS:
- Acima de 12% de cromo.

• AUSTENITICOS:
- Não magnéticos;
- Percentual de cromo 16 a 26%;
- Percentual de níquel 6 a 22%;
- Elevada resistência mecânica;
- Elevada resistência à corrosão;
- Boa ductibilidade em temperaturas altas e baixas;
- Ótima resistência à fluência;
- Boa soldabilidade;
- Em presença do íon cloro (cloretos, água salgada) estão sujeitos à corrosão sob
tensão e alveolar;
- Normalmente não são estabilizados, e na faixa de 450 a 850 ºC sofrem o fenômeno
da sensitização (precipitação do carboneto de cromo). Este fenômeno pode ser
controlado com adição de titânio ou cobalto (aços estabilizados tipo 321 e 347) ou
pela redução do percentual de carbono (304L e 316L);

Aplicações:
- Temperaturas elevadas (700 ºC);
- Temperaturas criogênicas (- 250 ºC)
- Serviços corrosivos e oxidantes;
- Serviços com produtos alimentícios e farmacêuticos;
- Serviços com produtos hidrogênio em pressão e temperaturas elevadas.

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• FERRÍTICOS:
- Não magnéticos;
- Composição 12 a 30% de cromo;
- Em relação aos Austeniticos apresentam menor resistência mecânica, à fluência e à
corrosão, custo mais baixo, menor soldabilidade. Apresentam melhor resistência à
corrosão sob tensão e alveolar;
- Não especificados para serviços de baixa temperatura (abaixo de - 40 ºC).

1.6 – NORMALIZAÇÃO DE TUBOS DE AÇO

• NORMAS DIMENSIONAIS:
- ANSI B 36,10 => Aço carbono e aço liga Ø 1/8’’ a 36 ‘’.
- ANSI B 36.19 => Aço inox Ø 1/8’’ a 12‘’.

• ABNT=> Engloba as duas normas (não emplacou).

• OBSERVAÇÃO:
Até 12’’ o diâmetro nominal não coincide nem com o Ø externo nem com o Ø interno, porém
a partir de 14’’ Ø nominal coincide com o Ø externo do tubo.

Fig. 1.9 – Seções de transversais em tubos de 1’’ de diâmetro nominal. (Diâmetro externo =
3,34 cm = 1.315 pol).

• DIÂMETROS NOMINAIS PADRONIZADOS: 1/8’’; 1/4"; 3/8’’; 1/2'’; 3/4'’; 1’’; 1 1/4'’; 1 1/2'’;
2’’; 2 1/2'’; 3‘’; 3 1/2'’; 4’’; 5’’; 6’’; 8’’; 10’’; 12’’; 14’’; 16’’; 18’’; 20’’; 22’’; 24’’; 26’’; 30’’ E 36’’.

• SCHEDULE NUMBER: 10; 10S; 20; 30; 40; 40S; 60; 80; 80S; 100; 120; 140 e 160.
S – Standard – até 10’’ é similar a SCH 40.
XS – Extra-strong – até 8‘’ é similar a SCH 80.
XXS – Double extra-strong – até 8’’ é aproximadamente igual ao SCH 160.

• COMPRIMENTO: Tubos com costura – 6 a 10 metros.


Tubos sem costura – 6 a 12 metros.

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Fig 1.10 – Tipos de extremidades de tubos de aço.

• EXTREMIDADES:
- Lisas: simplesmente esquadrejadas;
- Chanfradas: ANSI B 16.25.
- Rosqueadas: ANSI B 12.1

• DADOS PARA ENCOMENDA: Quantidade; diâmetro nominal; schedule; norma


dimensional; especificação do material; processo de fabricação e acabamento; tipo de
extremidade; acabamento ou revestimento se houver.
Ex: 10m, Ø 12’’, SCH 20, ASME B 36.10, A -106 Gr. A, EL.

• DIMENSÃO DOS TUBOS DE AÇO DE ACORDO COM AS NORMAS ANSI B.36.10 e


B.36.19.
- ANSI B 36.10 => Para tubos de aço carbono e aços de baixa liga.
- ANSI B 36.19 => Para tubos de aço inoxidável.

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Tab 1.1 – Tubos de aço – Dimensões normalizadas

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1.7 – TUBOS DE FERRO FUNDIDO

• CARACTERÍSTICAS:
- Baixa resistência mecânica;
- Elevada resistência à corrosão;
- São fabricados em Ø 2’’ a 24’’;
- Extremidades: lisas, ponta e bolsa, rosqueadas e flange integral;
- São fabricados em ferro fundido comum e nodular ligado ao silício, cromo e níquel.

• APLICAÇÕES: Gás, água doce, água salgada e esgoto em serviço de baixa pressão e
temperatura ambiente.

1.8 – TUBOS DE METAIS NÃO FERROSOS

• CARACTERÍSTICAS:
- Custo elevado;
- Elevada resistência à corrosão;
- Baixa resistência mecânica (*);
- Baixa resistência à alta temperatura (*);
- São indicadas para aplicações especiais;
- São fabricadas por extrusão no diâmetro máximo de 12’’.

(*) – com exceção das ligas de níquel.

1.8.1 – TUBOS DE COBRE E SUAS LIGAS

• CARACTERÍSTICAS:
- Aplicados em serviços de refrigeração, aquecimento e instrumentação;
- Possuem elevado coeficiente de transmissão térmica;
- Apresentam boa dobrabilidade;
- Em contato com a amônia, amina e outros compostos nitrados apresentam
corrosão sob tensão;
- Apresentam boa resistência a água salgada, alcalis, compostos orgânicos e
fluidos corrosivos;
- Seu uso é proibido para serviços alimentícios e farmacêuticos devido aos
resíduos tóxicos deixados pela oxidação.
- Limite de temperatura => - 180 ºC a 200 ºC.
• TIPOS:
- Cu puro => ASTM B.88.

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- Cupro-níquel => ASTM B.466.


- Latões e bronzes => ASTM B.111.

1.8.2 – TUBO DE ALUMÍNIO E SUAS LIGAS

• CARACTERÍSTICAS:
- Materiais de baixo peso específico;
- Possuem elevado coeficiente de transmissão térmica;
- Possuem elevada resistência à corrosão atmosférica;
- Os resíduos oriundos da corrosão não são tóxicos;
- São especificados pela ASTM B.241;
- São os materiais de mais baixo custo aplicáveis em temperaturas criogênicas;
- Limite de temperatura: - 270 ºC a 200 ºC.

1.8.3 – TUBOS DE CHUMBO E SUAS LIGAS

• CARACTERÍSTICAS:
- Possuem elevada resistência à corrosão;
- Possuem elevado peso específico;
- Possuem baixa resistência mecânica;
- Aplicados em serviços com ácido sulfúrico em qualquer concentração;
- Limite de temperatura: 120 ºC a 200 ºC.

1.8.4 – TUBOS DE NÍQUEL E SUAS LIGAS

• CARACTERÍSTICAS:
- Elevada resistência à corrosão;
- Elevada resistência à oxidação;
- Elevada resistência mecânica;
- Elevado custo;
- São especificados para trabalhos em baixa temperatura.

• TIPOS:
- Ni comercial: - 200 ºC a 1050 ºC.
- Monel (67% Ni e 30% de Cr): - 200 ºC a 550 ºC.
- Incoloy (80% Ni e 13% Cr): - 200 ºC a 1100 ºC.

1.8.5 – TUBOS DE TITÂNIO E SUAS LIGAS

- Possuem elevada resistência à corrosão;

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Tubulações

- Possuem boa resistência à temperatura elevada;


- Possuem boas qualidades mecânicas;
- Possuem baixo peso específico;
- Possuem alto custo.

1.9 – TUBOS NÃO METÁLICOS

Comentaremos somente os tubos plásticos:

• TIPOS DE TUBOS PLÁSTICOS:


- Termoplásticos: São os tubos plásticos que podem ser conformados pelo calor.
- Termoestáveis: Não podem ser conformados pelo calor.
Ex: Epóxi com fibra de vidro.

• VANTAGENS:
- Baixo peso específico;
- Fáceis de trabalhar;
- Baixa condutividade térmica e elétrica;
- Elevada resistência à corrosão;
- Baixa perda de carga;
- Ótima aparência;
- Boa resistência a ácidos minerais diluídos, álcalis; alogênios, soluções salinas,
salmoura, produtos químicos, atmosfera, água doce e solo.

• DESVANTAGENS:
- Baixa resistência mecânica;
- Baixa resistência à temperatura (inferior a 100 ºC);
- Baixa estabilidade dimensional;
- Elevado coeficiente de dilatação;
- Alguns plásticos são combustíveis;
- Em presença de luz solar apresentam decomposição e tornam-se quebradiços, a
fim de contornar este problema existem alguns tipos resistentes à luz solar, pois
possuem em sua composição química um elemento denominado “negro de
fumo”.
- Apresentam baixa resistência a ácidos minerais altamente concentrados,
hidrocarbonetos e solventes orgânicos.

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Tubulações

2 – MEIOS DE LIGAÇÃO DE TUBOS

2.1 – INTRODUÇÃO

• FINALIDADE: Os meios de ligação têm por finalidade, conectar tubos entre si, tubos a
acessórios, válvulas e equipamentos.

• TIPOS:
- Ligação rosqueada;
- Ligação soldada;
- Ligação flangeada;
- Ligação ponta e bolsa.

• PARÂMETROS PARA ESCOLHA: Material, diâmetro, finalidade da ligação, segurança,


custo, pressão, temperatura, fluído, necessidade ou não de desmontagem.

• EM UMA MESMA TUBULAÇÃO PODEMOS TER:


a) Ligações ao longo da tubulação (onde a preocupação é o baixo custo e a segurança
contra vazamento);
b) Ligações na extremidade da tubulação a válvulas e equipamentos (onde a preocupação
é a facilidade de desmontagem).

2.2 – LIGAÇÕES ROSQUEADAS

Fig. 2.1 – Ligações rosqueadas de tubos.


• CARACTERÍSTICAS:
- Padronizadas pela norma API – 5B ou ANSI B 2.1;
- São usadas em serviços de baixa responsabilidade (tubulações prediais e
tubulações industriais secundárias);
- São de baixo custo;
- São de fácil execução;
- Aplicados em diâmetros, igual ou inferior a 4’’;
- São de baixa estanqueinidade;

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Tubulações

- Apresentam baixa resistência mecânica (schedule mínimo recomendado é o de


80);
- Acessórios utilizados: Luva e união;
- Aplicados exclusivamente em tubos de aço carbono galvanizados e não
exclusivamente em tubos de aço carbono, aço liga e materiais plásticos e etc.

2.3 – LIGAÇÕES SOLDADAS

• CARACTERÍSTICAS:
São as mais utilizadas em montagem industrial.

• TIPOS:
- Solda por fusão;
- Solda por topo;
- Solda de encaixe ou soquete;
- Brasagem.

• VANTAGENS:
- Elevada resistência mecânica;
- Ótima estanqueinidade;
- Boa aparência;
- Facilidade de aplicação de pintura e de isolamento térmico;
- Dispensa manutenção.

• DESVANTAGENS:
- Custo elevado;
- Dificuldade de desmontagem;
- Exige mão de obra especializada.

2.3.1 – SOLDA DE ENCAIXE OU SOQUETE

Fig. 2.2 – Ligações de solda de encaixe para tubos.

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• CARACTERÍSTICAS:
- Usadas em tubos de aço carbono, aço liga e aço inoxidável de Ø igual ou inferior
a 1 1/2'’ e materiais plásticos com Ø igual ou inferior a 4’’.
- Aplicada em qualquer faixa de pressão e temperatura, não recomendada para
serviços de corrosão e erosão elevados;
- Acessórios utilizados: luva e união.

2.3.2 – SOLDA DE TOPO

Fig. 2.3 – Chanfros para solda de topo e tubos.

• CARACTERÍSTICAS:
- Utilizadas em tubo de aço carbono, aço liga e aço inoxidável de Ø igual ou
superior a 2’’;
- Podem ser aplicados em serviços considerados severos em qualquer faixa de
pressão e temperatura;
- A extremidade dos tubos com chanfro para solda seguem a norma ASNI B.16.25,
conforme abaixo:
t < 3/16’’ => sem chanfro
3,16’’ ≤ t ≤ 3/4'’=> chanfro em “V”.
t > 3/4" => chanfro duplo “J”.

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Tubulações

2.4 – LIGAÇÕES FLANGEADAS

Fig. 2.4 – Ligação flangeada entre tubos.

• CARACTERÍSTICAS:
- As ligações flangeadas são compostas de: um par de flanges, uma junta de
vedação e um jogo de parafusos máquina ou estojo de porcas;
- São empregados quando em ligações com válvulas, equipamentos, local em que
haja previsão de desmontagem da tubulação, quando não há possibilidade de
soldagem (ferro fundido e tubos com revestimento interno), em tubulações de Ø
igual superior a 2”;
- Flanges são peças de alto custo, peso elevado, alto volume, sujeito a
vazamentos.

2.4.1 – TIPOS DE FLANGES PARA TUBOS

Fig. 2.5 – Tipos de flanges para tubos.

Os flanges são fabricados conforme a norma ASNI B 16.5.


a) Integral: seu uso é raro, são os mais resistentes, normalmente fabricados em ferro
fundido;

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Tubulações

b) De pescoço (welding-neck – WN): são de usos geral, apresentam elevada resistência


mecânica, admitem elevado aperto, são de difícil montagem (exigem tubo chanfrado e
comprimento certo), fabricados em Ø igual ou acima de 1 1/2", são mais resistentes que
os integrais, dão origem a menores tensões residuais em conseqüência da soldagem,
sua face interna fica perfeitamente retilínea com a intercessão do tubo;
c) Sobrepostos (slip-on – SO): são os de mais baixo custo, fácil montagem, baixa
resistência mecânica, admite pouco aperto, utilizados em tubulações para serviços
pouco severos, suas tensões residuais são elevadas, apresentam descontinuidade de
seção, são especificados para tubulações de vapor até 300 psi;
d) Rosqueados (screwed – SCR): utilizados em tubos não soldáveis ou não metálicos,
admitem baixo aperto, baixa resistência mecânica, em função da rosca apresentam
elevadas tensões e possibilidade de vazamento;
e) Encaixe (soket-weld – SW): Especificadas para tubulações de Ø igual ou inferior a 2”,
são de fácil montagem, não são recomendadas para serviços sujeitos a corrosão por
concentração diferencial ou sob depósitos, são mais resistentes que os sobrepostos;
f) Solto (lap-joint): utilizados com virola, o flange não tem empregados em serviços que
exijam materiais nobres tais como: aço inoxidável, ligas de níquel, tubos com
revestimento anticorrosivo. Nestes casos o flange pode ser de material menos nobre e a
virola de material compatível com o tubo;
g) Cego (blind): utilizado em bocais de equipamentos, extremidades de tubos onde haja
previsão de expansão futura.

2.4.2 – FACEAMENTO DOS FLANGES

Fig. 2.6 – Tipos de faceamento de flanges.

A – FACE COM RESSALTO (Raised-face – RF).


É o tipo mais comum para flanges de aço, aplicável a qualquer condição de temperatura e
pressão.
- Ressalto: superfície lisa, superfície ranhurada (ranhuras concêntricas ou
espiraladas).
- Altura do ressalto: classes de pressão até 300# = 2,0 mm; classes de pressão
acima de 300# = 7,0 mm.

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B – FACE PLANA (Flat- face – FF):


Admitem baixo aperto é usual para ferro fundido e materiais frágeis, como plásticos.

C – FACE PARA JUNTA DE ANEL (Ring Type Joint – RTJ):


Especificado para serviços severos, de altas pressões (> 600#) e temperaturas (> 550 ºC) e
produtos tóxicos e inflamáveis.
RTO – Anel oval.
OTS – Anel oval com seção octogonal.

D – FACE MACHO E FEMEA (Male e Female):


Usados para serviços especiais com fluidos corrosivos, porque neles a junta está confinada,
não havendo quase contato da mesma com o fluido.

E – FACE DE FLANGE COM VIROLA:


Este tipo de face é aplicado somente aos flanges soltos para baixar os custos, já que o
flange pode ser de material menos nobre que a virola. O acabamento da face da virola é o
mesmo flange com ressalto.

2.4.3 – MONTAGENS PARA FLANGES

• NORMAS DIMENSIONAIS:
- 1/2'’ a 24” => ANSI B 16.5

- Acima de 24” => MSSP – SP – 44 (Manufacturers Standart Society).


API 605.
ASME – Seção 8, apêndice 2.

• CLASSES DE PRESSÃO:
- 125, 150, 250, 300, 400, 600, 900, 1500, 2500 psi.

• PRESSÃO NOMINAL:
É a pressão admissível de trabalho em função da temperatura e do material do
flange.

2.4.4 - DADOS PARA ENCOMENDA

Quantidade; diâmetro nominal, tipo, norma dimensional, classe de pressão nominal,


tipo de faceamento (acabamento das faces se necessário), material (especificação e grau),
espessura da parede do tubo, tipo de rosca (para rosqueados).

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2.5 – JUNTAS PARA FLANGES

Fig. 2.7 – Juntas para flanges

• CARACTERÍSTICAS:
- É o elemento de vedação nas ligações flangeadas.

• ESFORÇOS SOFRIDOS:
- Compressão (devido ao aperto dos parafusos);
- Cisalhamento ( devido à pressão interna do fluido).

• CARACTERÍSTICAS DO MATERIAL:
- Deformável, elástica e resistente (tais características atendem a necessidade da
junta se amoldar à superfície do flange, se acomodar em função do diferencial de
pressão e temperatura e do tipo do fluido e sua temperatura).

• INFLUÊNCIA DA ESPESSURA:
- Grande espessura = boa vedação, baixa resistência mecânica.
- Pequena espessura = baixa vedação; elevada resistência à compressão.

• INFLUÊNCIA DA DUREZA:
- Duras = baixa vedação; admitem elevadas pressões.
- Macias = boa vedação; admitem baixas pressões.

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2.5.1 – MATERIAIS PARA JUNTAS

- Borracha;
- Amianto;
- Papelão hidráulico;
- Plásticos;
- Metal;
- Aço carbono;
- Aço liga;
- Aço inoxidável.

2.5.2 – TIPOS DE JUNTA

a) Juntas não metálicas:


- Para flanges de face plana e flange com face com ressalto.

b) Junta mista (amianto + metal):


- Tipo 1: Espiralada;
- Tipo 2: Encamisada ou foleadas;
- Para flange de face com ressalto; face macho e fêmea e face com virola.

c) Juntas metálicas maciças:


- Para flanges de face com ressalto, face macho e fêmea e face com virola.

d) Juntas metálicas de anel:


- 1º Tipo: Octogonal;
- 2º Tipo: Ovalado;
- Para aplicação nos flanges para junta de anel;
- Norma dimensional ANSI B 16.20.

2.6 – PARAFUSOS E ESTOJOS PARA FLANGES

• TIPOS:
- Parafusos máquina (ASTM A307; 20 Kgf/cm² e 260 ºC).
- Parafusos estojo (ASTM A193) + Porca (ASTM A194).

• PADRONIZAÇÃO:
- ANSI B 18.2.

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• TIPOS DE APERTO:
- Inicial: A finalidade é escoar o material da junta sem pressão.
- Residual: A finalidade é compensar a pressão.
- À quente: A finalidade é compensar a dilatação térmica dos parafusos.

• O APERTO OCASIONA:
- Tração nos parafusos, compressão na junta, flexão no flange.
- O aperto está limitado pela tensão de escoamento do parafuso.

Fig. 2.8 – Parafusos para flanges

2.7 – LIGAÇÃO PONTA E BOLSA

Fig. 2.9 – Ligações ponta e bolsa.

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• CARACTERÍSTICAS:
- Utilizados em: tubos de ferro fundido, ferro fundido ligado, barro vidrado,
concreto, cobre, PVC;
- Utilizados em: serviço de água, esgoto, gás, líquidos corrosivos, serviços de
baixa pressão e temperatura.

• MATERIAIS DE VEDAÇÃO UTILIZADOS:


- Em tubos de ferro fundido: Estopa alcatroada, chumbo derretido, anéis retentores
de borracha ou elásticos.
- Em tubos de concreto: Barro vidrado, argamassa de cimento, anéis de borracha.

2.8 – SISTEMAS DE LIGAÇÃO PARA TUBULAÇÃO DE AÇO

• DEFINIÇÃO:
- Serviço não severo: significa baixa responsabilidade, pressão até 7,0 kgf/cm² e
temperatura até 100 ºC.
- Serviço severo: significa alta responsabilidade (fluidos inflamáveis e tóxicos),
pressão acima de 7,0 kgf/cm² e temperatura acima de 100 ºC.

Tab. 2.1 – Sistema de ligação de aço.

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3 – ACESSÓRIOS DE TUBULAÇÃO

3.1 – CLASSIFICAÇÃO QUANTO A FINALIDADE

Fig 3.1 – Emprego de acessórios de tubulação.

3.1.1 – PARA MUDANÇAS DE DIREÇÃO

- Curvas de raio longo;


- Curvas de raio curto;
- Curva de redução;
- Joelho;Joelho de redução;
Nos seguintes ângulos: 22,5º ; 45º ; 90º e 180º.

3.1.2 – PARA DERIVAÇÕES

- “T”normal a 90º;
- “T” a 45º;
- Peça em “Y”;
- Cruzeta;
- Cruzeta de redução;
- Sela;
- Colar.

3.1.3 – MUDANÇA DE DIÂMETRO

- Redução concêntrica;
- Redução excêntrica;
- Bucha de redução.

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3.1.4 – PARA LIGAÇÃO

- Luva;
- União;
- Flange;
- Niple;
- Virola para flange.

3.1.5 – PARA FECHAR EXTREMIDADES

- Tampões, cap;
- Bujão, plug;
- Flange cego.

3.2 – CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO SISTEMA DE LIGAÇÃO

- Para solda de topo;


- Para solda de encaixe;
- Rosqueados;
- Flangeados;
- Ponta e bolsa.
3.2.1 – ACESSÓRIOS PARA SOLDA DE TOPO

Fig. 3.2 – Acessórios para solda de topo.


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• MATERIAL:
- Aço carbono (ASTM A – 234);
- Aço liga (ASTM A – 234);
- Aço inox (ASTM A – 403).

OBSERVAÇÃO: A obtenção destes acessórios pode ser feita através de chapas, tubos e
tarugos forjados.

• DIÂMETRO:
- Uso normal de 2 “a 24” (até 8 “sem costura).

• NORMA DIMENSIONAL:
- ANSI B 16.19.

• ESPESSURA:
- Schedule 40, 80 e 160.

• EXTREMIDADES:
- Com chanfro para solda segundo a norma ANSI B 16.25.

• NÃO DESMONTÁVEIS:
- São soldados diretamente entre si ou diretamente ao tubo.

3.2.2 – ACESSÓRIOS PARA SOLDA DE ENCAIXE

Fig 3.3 – Acessórios para solda de encaixe.

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• MATERIAL:
- Aço forjado: aço carbono (ASTM A – 181; A – 105);
aço liga (ASTM A – 182).

• DIÂMETROS:
- De 1/4" a 4” – normal até 1 1/2".

• NORMA DIMENSIONAL:
- ANSI B 16.11.

• CLASSE E PRESSÃO:
- 2000 psi; 3000 psi; 4000 psi e 6000 psi.

• DESVANTAGENS:
- Não desmontável;
- Não podem ser ligadas diretamente entre si.

3.2.3 – ACESSÓRIOS ROSQUEADOS

Fig. 3.4 – Acessórios rosqueados.

• CARACTERÍSTICAS:
- Material; classe de pressão; diâmetro nominal:

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Material especificado Classe de pressão Ø nominal

Aço carbono
2000; 3000 e 6000 psi 1/8” a 4”
(ASTM A-105 e A-181)

Ferro maleável
150 e 300 psi 1/4" a 6”
(ASTM A – 197)

Ferro fundido
125 e 250 psi 1/8” a 4”
(ASTM A – 126)

Latão 125 e 250 psi 1/8” a 4”

Plástico (PVC) Série 40, 80 e 120 1/4" a 6”

• NORMA DIMENSIONAL:
- ANSI B 16.11.

3.2.4 – ACESSÓRIOS FLANGEADOS

Fig. 3.5 – Acessórios flangeados.

• CARACTERÍSTICAS:
- Fabricados em: ferro fundido, aço fundido;
- Os flanges de face plana apresentam as seguintes classes de pressão: 125 e 250
psi;
- Os flanges com face de ressalto são encontrados nas seguintes classes de
pressão: 150, 300, 400, 600, 900 e 1500 psi.
- Os diâmetros nominais encontrados de 1/2" a 24”.

• NORMA DIMENSIONAL:
- ASNI B 16.5.

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3.2.5 – NIPLES

Fig. 3.6 – Tipos de niples e exemplos de emprego

• CARACTERÍSTICAS:
- Definição: são pedaços curtos de tubos preparados para ligação entre válvulas
ou acessórios, rosqueados ou de solda de encaixe;
- Niples paralelos: ambas as extremidades lisas; ambas as extremidades
rosqueadas; uma extremidade lisa e outra rosqueada.
- Niples de redução: ambas as extremidades lisas; ambas as extremidades
rosqueadas; extremidade maior rosqueada e menor lisa; extremidade menor
rosqueada e maior lisa.
- Apresenta-se em diâmetro de até 4”.
- Os comprimentos variam de 50 a 150 mm.

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3.3 – CURVAS EM GOMOS

Fig. 3.7 – Curvas em gomos e derivações soldadas.

• CARACTERÍSTICAS:
- Fabricados a partir de chapas planas calandradas em pedaços de tubos cortados
em ângulo e soldadas;
- Apresenta-se em Øn de 3” ou acima em qualquer ângulo;
- Acima de 12” de Øn existem limitações em termos de pressão e temperatura
(limite de pressão 7,0 kgf/cm² ). Acima de 24” de Øn são fabricados sobre
encomenda;
- Qualidade variável (maior perda de carga, menor resistência mecânica; menor
flexibilidade) comparada com os forjados.

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Tubulações

3.4 – DERIVAÇÕES SOLDADAS

3.4.1 – BOCAS DE LOBO

- Aplicadas quando o ramal tem Ø de 2” ou mais e o tubo tronco seja maior que o
Ø do ramal.

3.4.1.1 – BOCAS DE LOBO SIMPLES

- Derivação de tubo contra tubo.

• VANTAGENS:
- Baixo custo;
- Facilidade de execução (única solda);
- Não há necessidade de acessórios.

• DESVANTAGENS:
- Baixa resistência;
- Elevada concentração de tensão;
- Controle de qualidade e inspeção radiográfica difícil.

3.4.1.2 – BOCA DE LOBO COM REFORÇO SIMPLES

- Derivação com anel de reforço.

• VANTAGENS:
- Baixo custo;
- Facilidade de execução;
- Não necessita de acessórios especiais, menor resistência mecânica;
- Concentração de tensão atenuada com relação à boca de lobo simples.
• DESVANTAGENS:
- Perda de carga elevada;
- Inspeção radiográfica difícil.

3.4.2 – DERIVAÇÃO COM LUVA SOLDADA


- Aplicadas com tubos e ramais até 1 1/2"; tubo tronco no mínimo de 4” e serviços
severos.

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3.4.3 – DERIVAÇÃO COM COLAR FORJADO

- Aplicados em ramais acima de Ø 1”.

• VANTAGENS:
- Boa resistência mecânica e melhor distribuição de tensões;
- Controle de qualidade e inspeção radiográficas mais fáceis;
- Serviço severo.

• DESVANTAGENS:
- Maior custo;
- Necessidade de acessório especial para combinação de diâmetro.

3.4.4 – DERIVAÇÃO COM SELA

- Aplicadas em ramais acima de Ø1”.

• VANTAGENS:
- Excelente resistência mecânica;
- Baixa perda de carga;
- Melhor distribuição de tensões;
- Sem limite de pressão e temperatura;
- Serviços severos.

• DESVANTAGENS:
- Custo elevado;
- Montagem difícil sendo a sela um acessório especial de fabricação forjada.

3.5 – OUTROS ACESSÓRIOS DE TUBULAÇÃO

- Figura “8”;
- Raquete;
- Raquete ventada;
- Válvula de flange cego;
- Junta giratória;
- Amortecedor de pulsação;
- Silenciador;
- Disco de ruptura.

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Tubulações

Fig. 3.8 – Raquete e figura “8”.

OBS:
1º) Figura “8”, raquete, válvula de flange cego são empregados quando se deseja um
bloqueio rigoroso.
2º) A junta giratória é empregada quando se deseja movimento axial entre os eixos.
3º) Amortecedor de pulsação são aplicados quando se deseja amortecer a pulsação no
fluido ou por golpe de aríete.
4º) Silenciadores são peças aplicadas para reduzir o ruído provocado por descarga de
gases.
5º) Disco de ruptura destina-se a proteger a tubulação contra sobre pressões externas.

4 - VÁLVULAS

• DEFINIÇÃO:
- São dispositivos destinados a estabelecer controle e interromper o fluxo de uma
tubulação.

• CARACTERÍSTICAS:
- São os acessórios mais importantes e de maior custo de uma instalação
industrial, cerca de 8% do total da instalação;
- Introduzem perda de carga e são possíveis de vazamento (juntas, gaxetas, etc).
- Devem ser instalados em locais de fácil operação e manutenção.

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4.1 – CLASSIFICAÇÃO

4.1.1 – VÁLVULAS DE BLOQUEIO

• DEFINIÇÃO:
- Servem para interromper estabelecer ou interromper o fluxo.

• CARACTERÍSTICAS:
- Operam completamente abertas ou fechadas.
- São do mesmo diâmetro da tubulação.

• TIPOS:
- Válvulas de gaveta;
- Válvulas de macho;
- Válvulas de esfera;
- Válvulas de comporta.

4.1.2 - VÁLVULAS DE REGULAGEM

• DEFINIÇÃO:
- Servem para controlar o fluxo.

• CARACTERÍSTICAS:
- Operam com qualquer posição de fechamento;
- Podem ter diâmetro menor que a tubulação.

• TIPOS:
- Válvulas de globo;
- Válvulas de agulha;
- Válvulas de controle;
- Válvulas de borboleta;
- Válvulas de diafragma.

4.1.3 - VÁLVULAS QUE PERMITEM FLUXO EM UM SÓ SENTIDO

• TIPOS:
- Válvulas de retenção;
- Válvulas de retenção com fechamento;
- Válvulas de pé.
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Tubulações

4.1.4 - VÁLVULAS QUE CONTROLAM A PRESSÃO A MONTANTE

• TIPOS:
- Válvulas de segurança e alívio;
- Válvulas de contra pressão.

4.1.5 - VÁLVULAS QUE CONTROLAM A PRESSÃO A JUSANTE

• TIPOS:
- Válvulas redutoras;
- Válvulas reguladoras de pressão.

4.2 - CONSTRUÇÃO DE VÁLVULAS

Fig. 4.1- Válvula gaveta pequena, castelo Fig. 4.2 - Válvula gaveta grande, castelo
rosqueado. aparafusado.

• PARTES PRINCIPAIS:
a) Carcaça: parte externa;
b) Mecanismos internos;
c) Extremidades das válvulas.

A) CARCAÇA:
- Divide-se em: corpo (parte externa) e castelo (parte superior removível).
- Ligação do corpo ao castelo;
- Castelo rosqueado - utilizado para pequenas válvulas e serviços de baixa
pressão.

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Tubulações

- Castelo de união - utilizado em válvulas de até 2" de diâmetro podendo ser


aplicadas a serviços severos;
- Castelo aparafusado - utilizado em válvulas de grande diâmetro, normalmente
acima de 3" de diâmetro, admitem serviços severos e é considerado o melhor
sistema em termos de vedação.

B) MECANISMOS INTERNOS:

- DEFINIÇÃO:
São peças de fechamento, sedes e hastes. Normalmente são fabricadas de materiais mais
nobres que o corpo da válvula;

- ENGAXETAMENTO DA HASTE:
- Caixa de gaxeta com sobreposta;
- Caixa de gaxeta com porca de união;
- Sistema especial de vedação (retentores, foles, etc).

- ROSCA DA HASTE:
- Esta pode ser externa ou interna. A externa apresenta a vantagem de ano entrar
em contato com o fluido.

C) EXTREMIDADES DAS VÁLVULAS:

- Extremidade flangeada → Sistema usado em todos os tipos de válvulas,


empregados normalmente em diâmetros acima de 2";
- Extremidade de solda de encaixe → Aplicados em válvulas de aço em tubulações
com diâmetro abaixo de 2".
- Extremidade rosqueada → Utilizada em todos os tipos de válvulas e diâmetro
inferior a 4".
- Extremidade de solda de topo → Aplicado em válvulas de aço, tubulações acima
de 2" e serviços severos.

4.3 - MEIOS DE OPERAÇÃO DAS VÁLVULAS

A) OPERAÇÃO MANUAL - É o sistema mais comum e sua operação se dá por meio de


volante, alavanca, engrenagem e parafuso sem fim, volante com corrente, haste de
extensão.

B) OPERAÇÃO MOTORIZADA (CASOS DE USO):


1º) Comando de instrumento automático;
2º) Locais inacessíveis;
3º) Válvulas de grande Ø e operação freqüente.

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Tubulações

• SISTEMAS:
- Hidráulico;
- Pneumático;
- Elétrico.

C) OPERAÇÃO AUTOMÁTICA - Dispensa qualquer atuação externa.


• SISTEMAS:
- Pelo próprio fluido, através do diferencial de pressão ( ex: válvula de retenção);
- Por meio de molas e contrapesos (ex: válvula de segurança e alívio).

D) VÁLVULAS COM SISTEMAS DE OPERAÇÃO DIFERENTES PARA ABRIR E


FECHAR (ex: válvula de controle).

Fig. 4.3 - Válvula gaveta com redução de Fig. 4.4 - Válvulas com volante, com
engrenagem. corrente e com haste de extensão.

41
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Tubulações

4.4- VÁLVULAS GAVETA

Fig. 4.3 - Válvula gaveta com redução

• CARACTERÍSTICAS:
- É o tipo de válvula mais importante e de uso mais generalizado;
- O fechamento dessas válvulas é feito pelo movimento de uma peça chamado
gaveta, que se desloca paralelamente ao orifício da válvula, e
perpendicularmente ao sentido de escoamento do fluido;
- São sempre operadas totalmente abertas ou fechadas;
- Quando totalmente aberta apresenta baixa perda de carga;
- Quando parcialmente fechada apresenta elevada perda de carga;
- Seu fechamento é lento a fim de evitar golpe de aríete;
- Sua vedação não é considerada totalmente estanque;
- São consideradas à prova de fogo;
- Modelos de grande diâmetro põem apresentar by-pass (tubo contornado a gaveta
da válvula), sua função é equalizar as pressões.
- Movimento da haste: Haste ascendente: rosca externa e indicação visual (haste
com movimento de translação, o volante com movimento de rotação); Haste
ascendente com rosca interna (haste e volante com movimento de rotação e
translação); Haste não ascendente (haste e volante com movimento de rotação).
-As hastes são indicadas para serviços com óleo, água, líquidos em geral, desde
que não muito corrosivos e nem deixe sedimentos sólidos ou tenham sódio em
suspensão. Em diâmetros acima de 8" são indicadas para linhas de ar
comprimido.

• VARIANTES:
a) VÁLVULAS DE COMPORTA OU GUILHOTINA:
- Utilizadas em linhas de grande Ø de ar, gases e água em baixa pressão, assim
como pasta de papel, fluidos viscosos e para fluidos abrasivos.

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Tubulações

b) VÁLVULAS DE FECHO RÁPIDO:


- Utilizado em sistemas de enchimento de vasilhames.

4.5 - VÁLVULAS MACHO

Fig. 4.6 - Válvula de macho

• CARACTERÍSTICAS:
- Normalmente indicada para bloqueio de gases em todos os diâmetros e
condições;
- Para pequenos diâmetros e baixas pressões são indicadas para fechamento
rápido de líquidos;
- Sua importância é de cerca de 10% do total das válvulas instaladas;
- Apresenta baixa perda de carga;
- Apresenta-se em dois tipos: com lubrificação e sem lubrificação. Nas válvulas
com lubrificação a finalidade da lubrificação é de auxiliar na vedação. Nas
válvulas sem lubrificação são consideradas estanques e sua sede é fabricada de
material resistente (borracha natural, neoprene, teflon, viton, etc).
- Não são consideradas à prova de fogo;
- Ocupam pequeno espaço.

• VARIANTES:
a) VÁLVULAS DE ESFERA:
- Indicadas para bloqueios de líquidos e gases;
- Seu funcionamento se dá através do giro de uma esfera deslizando sob um
diâmetro entre anéis retentores;
- Apresenta baixíssima perda de carga;
- Sua vedação é considerada estanque;

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Tubulações

- Os anéis retentores normalmente são de materiais não metálicos (borracha


nítrica, teflon, viton, etc), estas não são consideradas à prova de fogo (fire safe);
- Em relação às válvulas gavetas apresentam as seguintes vantagens: o menor
tamanho, peso e custo, melhor vedação, menor perda de carga, maior facilidade
de operação.

Fig. 4.7 - Válvula de esfera.

b) VÁLVULAS DE 3 OU 4 VIAS:
- É construída de macho vazado em forma de "T", "L" ou "X" tendo 3 ou 4 bocais
de ligação. Normalmente fabricados em diâmetros de 4".

Fig 4.8 - Válvula de três vias (corte em projeção horizontal).

4.6 - VÁLVULA GLOBO

• CARACTERÍSTICAS:
- São válvulas de regulagem, seu emprego se dá em sistema cujo fluido seja
liquido ou gasoso onde se deseja regulagem ou bloqueio;

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Tubulações

- Seu funcionamento se dá através da trajetória e sentido do fluido (a entrada é


sempre pela parte inferior do tampão).
- Apresenta perda de carga elevada;
- São consideradas estanques. A vedação é feita através do tampão que se ajusta
na sede da válvula;
- São à prova de fogo;
- O movimento da haste é similar a da válvula gaveta.

Fig. 4.9 - Válvula de globo.

• VARIANTES:
a) VÁLVULA ANGULAR:
- Possui bocais na entrada e saída formando um ângulo de 90º;
- Apresenta perda de carga inferior a da válvula globo;
- São pouco utilizadas, pois em função de sua construção absorvem esforços da
tubulação;
- Aplicação: Extremidades de linha.

Fig. 4.10 - Válvula angular.

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Tubulações

b) VÁLVULA SEM SEDE:


- É uma variante da válvula angular;
- Sua forma construtiva é um embolo com furos.

c) VÁLVULA EM "Y":
- Sua forma construtiva basicamente forma um ângulo de 45º entre a haste e o
corpo;
- Apresentam pequena perda de carga;
- Sua principal aplicação é em sistemas de bloqueio regulagem a vapor.

Fig. 4.11 - Válvula em "Y". Fig. 4.12 - Válvula em agulha.

d) VÁLVULA EM AGULHA:
- Sua forma construtiva é similar aos das válvulas globo, porém o tampão é
substituído por peça cônica denominada agulha.
- Apresentam preciso controle de fluxo;
- São indicadas para sistemas líquidos ou gasosos de diâmetro nominal até 2"onde
se deseja um controle fino de fluxo.

4.7 - VÁLVULA DE RETENÇÃO

• CARACTERÍSTICAS:
- Permitem o fluxo em um só sentido;
- Seu fechamento é automático por diferença de pressão;
- Casos típicos de emprego: Linhas de saídas de bombas centrífugas em paralelo;
Linha de alimentação de reservatórios situada em ponto elevada em relação à
alimentação.
- Devem ser instalados de forma em que seu funcionamento seja a favor da
gravidade;
- Possui modelos diferentes quando instalados na posição horizontal ou vertical.

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Tubulações

• TIPOS:

VÁLVULAS DE RETENÇÃO DE PISTÃO:


- Funcionam como uma válvula globo, porém sem comando externo;
- Apresenta elevada perda de carga;
- Seu fechamento é quase que instantâneo;
- São fabricadas em diâmetros até 6";
- São indicadas para serviços com líquidos ou gases.

Fig. 4.13 – Válvula de retenção

VÁLVULA DE RETENÇÃO DE PORTINHOLA:


- É o tipo mais usual;
- Apresentam menor perda de carga em relação à de levantamento;
- Acima de 12" a portinhola deve ser balanceada a fim de amortizar o choque no
fechamento;
- São indicadas para serviços com líquidos.

Fig. 4.14 - Válvula de retenção de portinhola. Fig. 4.15 - Válvula de retenção de


portinhola dupla.

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Tubulações

c) VÁLVULA DE RETENÇÃO DE ESFERA:


- Suas características são similares as das válvulas de retenção de levantamento,
porém seu fechamento é mais rápido e sua vedação mais confiável.
- Fabricadas até 2"Ø.

Fig. 4.16 - Válvula de retenção de esfera. Fig. 4.17 - Válvula de pé.

•VARIANTES:
VÁLVULA DE PÉ:
- São similares as de levantamento, porém possuem disco de material resiliente
(ex: couro, borracha e etc) no tampão para melhorar a vedação;
- Possui grade de proteção externa a fim de evitar danos causados por objetos
estranhos;
- São indicadas em tubulação de sucção de bomba, a fim de manter a escorva.

VÁLVULA DE RETENÇÃO E FECHAMENTO:


- São semelhante às válvulas globo, o tampão desliza sobre a haste. Quando na
posição aberta funcionam como válvula de retenção de levantamento e quando
na posição fechada funcionam como válvula de bloqueio.

Fig. 4.18 - Válvulas de retenção e fechamento.

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4.8 - VÁLVULA DE SEGURANÇA E ALÍVIO

Fig. 4.19 - Válvula de segurança.

• CARACTERÍSTICAS:
- Seu funcionamento é automático. Abre-se quando a pressão a montante
ultrapassa o valor de calibragem;
- Seu fechamento é feito por mola ou contrapeso, possui sistema de regulagem;
- Sua construção é similar a da válvula globo angular.
• TIPOS:
- Válvulas de segurança - trabalha com gases e deve ter abertura rápida;
- Válvulas de alívio - trabalha com líquidos, pode ter abertura gradual.

OBS:
- A diferença entre os tipos apresentados acima se dá no perfil do tampão e da
sede.

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Tubulações

4.9 - VÁLVULA DE CONTROLE

Fig. 4.20 - Válvula de controle.

• CARACTERÍSTICAS:
- São empregadas para controlar a vazão ou a pressão de um fluido;
- Sua operação é motorizada, sendo comandada por instrumento automático que
administra a pressão do ar e varia a abertura da válvula;
- São geralmente construídas com tampões duplos balanceados;
- A operação pelo diafragma se dá em sentidos opostos ao da mola de regulagem;
- Cada válvula possui gráfico próprio: entre o percentual de abertura e o fluxo
permitido;
- O perfil do tampão e da sede pode ser especialmente desenhado em função da
aplicação.

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Tubulações

4.10 - OUTRAS VÁLVULAS

4.10.1 - VÁLVULAS REDUTORAS DE PRESSÃO

• CARACTERÍSTICAS:
- Regula a pressão a jusante;
- Seu funcionamento é automático. Este se dá através de pequena válvula piloto
integral com a válvula principal e atuada pela pressão a montante que dá ou não
passagem ao fluido para operação da válvula principal.

4.10.2 - VÁLVULAS DE BORBOLETA

Fig. 4.21 - Válvulas de borboleta.

• CARACTERÍSTICAS:
- São válvulas utilizadas para bloqueio e regulagem, sua vedação não é
considerada estanque;
- No Brasil são fabricadas em diâmetros nominais de 2" a 48", sendo sua maior
faixa de aplicação a partir de 20".
- São indicadas para serviços de baixa pressão e fluidos líquidos com sólidos em
suspensão, água, materiais pastosos, ar e gases;
- Sua sede pode ser substituída e podem ser fabricadas em materiais metálicos e
plásticos;
- Basicamente existem dois tipos: Lug e wafer.

4.10.3 - VÁLVULAS DE DIAFRAGMA

• CARACTERÍSTICAS:
- São indicadas para serviços corrosivos, tóxicos e que representem algum tipo de
risco ao meio ambiente.

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Tubulações

Fig. 4.22 - Válvula de diafragma.

4.10.4 - VÁLVULAS DE QUEBRA VÁCUO (VENTOSAS)

• CARACTERÍSTICAS:
- Sua função é admitir ar na tubulação a fim de evitar colapso na mesma, pela
ação da pressão atmosférica, quando nesta é interrompido o fluido.

4.11 - SELEÇÃO DE VÁLVULA

4.11.1 - ETAPAS
- Seleção de tipo geral;
- Especificação de características e detalhes.

4.11.2 - FATORES DE INFLUÊNCIA DO USO GERAL

a) Finalidade básica (bloqueio, regulagem, retenção);


b) Natureza do fluido (liquido, gás, etc);
c) Tipo de fluido (corrosão, erosão, sedimentos sólidos, etc);
d) Diâmetro nominal;
e) Condições de operação (fechamento estanque, fechamento rápido, operação freqüente,
comando remoto, resistência ao fogo);
f) Custo;
g) Espaço disponível;
h) Pressão e temperatura de operação.

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4.11.3 - FATORES DE INFLUÊNCIA DAS CARACTERÍSTICAS E DETALHES

a) Especificação dos materiais (carcaça e mecanismos internos);


b) Tipo de extremidade;
c) Tipo de ligação corpo castelo;
d) Tipo de movimento da haste;
e) Tipo de engaxetamento;
f) Sistema de acionamento.

4.12 - DADOS PARA ENCOMENDA

• DADOS OBRIGATÓRIOS:
- Tipo;
- Diâmetro nominal;
- Classe de pressão nominal;
- Tipo de ligação corpo castelo;
- Tipo de movimentação da haste;
- Tipo de mecanismo interno;
- Tipo de extremidade (especificação completa);
- Tipo de engaxetamento da haste e da ligação corpo castelo;
- Especificação dos materiais do corpo e internos;
- Norma dimensional;
- Teste de inspeção e condições de aceitação;
- Condições especiais, se houver.

• DADOS FACULTATIVOS:
- Fluido circulante;
- Pressões: mínima, normal e máxima de operação.

• DADOS ADICIONAIS PARA VÁLVULAS DE SEGURANÇA E ALÍVIO:


- Pressão de abertura;
- Descarga livre ou valor de contra pressão de descarga;
- Vazões: máxima, mínima e de regime.

• DADOS ADICIONAIS PARA VÁLVULAS DE CONTROLE:


- Tipo de curva característica de fechamento;
- Vazões: máxima, mínima e de regime;
- Posição desejada da mola para abertura ou fechamento;
- Características do ar de comando.
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5 - JUNTAS DE EXPANSÃO

Fig. 5.1 - Tipos de movimentos nas juntas de expansão.

• DEFINIÇÕES:
- São peças não rígidas que se intercalam na tubulação com a finalidade de
absorver totalmente ou parcialmente as dilatações provenientes das variações de
temperatura e também impedir a propagação das vibrações.

• CASOS DE USO:
a) Quando o espaço disponível é insuficiente para um trajeto adequado de tubulação;
b) Para tubulações com diâmetro igual ou superior a 20". Neste caso cabe uma avaliação
de custo;
c) Quando o material da tubulação é considerado nobre;
d) Quando por exigência do serviço (o trajeto tem que ser retilíneo);
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Tubulações

e) Quando é necessária a absorção de vibrações de grande amplitude;


f) Controlar esforços sobre equipamentos sensíveis;
g) Parada e partida freqüente de um sistema.

• CARACTERÍSTICAS:
- Sua instalação devera ser obrigatoriamente entre dois pontos fixos, e neste
espaço só poderá haver uma única junta de expansão;
- Sempre devera ser feito um estudo de viabilidade econômica;
- Normalmente são fabricadas sob encomenda.

• DESVANTAGEM:
- É o ponto fraco da tubulação. A falha desse acessório pode provocar vazamento,
acidentes e até paralisação do sistema.

• TIPOS:
1) Telescópica;
2) Fole ou sanfona.

• TIPOS DE MOVIMENTOS ABSORVIDOS POR JUNTA DE EXPANSÃO:


- Axial;
- Angular;
- Lateral.

5.1 - JUNTAS DE EXPANSÃO DE TELESCÓPIO

Fig. 5.2 - Juntas de expansão de telescópio.


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• TIPOS:
1°) Juntas com extremo rosqueado de diâmetro até 3";
2°) Juntas com extremo flangeado e pé de ancoragem com diâmetro 3".

• CARACTERÍSTICAS:
- São formadas por tubos concêntricos deslizantes;
- Seu sistema de vedação é através de gaxetas;
- Só admitem movimentos axiais em dimensões acima de 3", possuem guia a fim
de evitar deslizamento;
- Exigem dispositivos limitadores de curso;
- São fabricadas em aço carbono fundido, ferro fundido e bronze com diâmetro até
24".

• EMPREGOS:
- Serviços de baixa responsabilidade (pressões inferiores a 40 Kgf/cm²) e curso até
30 cm.

5.2 - JUNTAS DE EXPANSÃO DE FOLE OU SANFONA

Fig. 5.3 - Juntas de expansão de fole.

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Tubulações

• CARACTERÍSTICAS:
- São fabricadas de chapa finas flexíveis, normalmente não possuem sistema de
engaxetamento;
- Permitem movimentos axiais angulares e laterais;
- São empregadas para serviços severos;
- Não são completamente drenáveis quando na posição horizontal;
- Suas principais desvantagens são: baixa resistência à fadiga, e são bastante
suscetíveis à corrosão e a erosão.

• TIPOS:

a) JUNTAS SIMPLES:
- São fabricadas apenas com um fole;
- Podem ter dispositivos limitadores como os tirantes que evitam a distensão
excessiva do fole quando submetido a um esforço de tração, o qual é
proporcional a pressão;
- Admitem movimentos axiais, angulares e pequenos movimentos laterais.
b) JUNTA COM ANÉIS DE EQUALIZAÇÃO:
- Evitam a compressão excessiva;
- Distribuem os esforços por igual;
- Normalmente possuem camisa de proteção contra erosão;
- Admitem injeção de fluido de lavagem;
- Admitem movimentos axiais, angulares e pequenos movimentos laterais.

c) JUNTA DE EXPANSÃO DE FOLE SIMPLES ARTICULADA:


- Admitem apenas movimentos angulares.

d) JUNTA DE EXPANSÃO DE FOLE DUPLO:


- Admitem movimentos combinados ou grandes movimentos laterais;
- Possui tubos intermediários entre os foles;
- Este tubo intermediário deve ser suportado.

• MATERIAIS DO FOLE:
- Aço carbono, aço inox, cobre, latão, monel e materiais não metálicos.

OBS: O material do fole é função da pressão, temperatura e característica do fluido.

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Tubulações

5.3 - DADOS PARA ENCOMENDA

- Natureza e propriedade do fluido;


- Pressão e temperatura de operação e projeto;
- Tipos de juntas desejadas;
- Diâmetro nominal do tubo ou dimensões do duto;
- Tipos de extremidades;
- Material do tubo ou do duto;
- Condição de corrosão e erosão;
- Tipo de isolamento térmico se houver necessidade;
- Posição de trabalho da junta;
- Esforços externos;
- Dimensões máximas disponíveis para a junta;
- Movimentos previstos;
- Freqüência dos movimentos;
- Tempo de vida útil requerido;
- Esquema de tubulação (sistema de suportação);
- Norma de projeto, fabricação e inspeção.

6 - SUPORTES DE TUBULAÇÃO

Fig. 6.1 - Exemplos de empregos de vários tipos de suportes.


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Tubulações

• DEFINIÇÃO:
- Os suportes de tubulação são os dispositivos destinados a suportar os pesos e
os demais esforços feitos pelos tubos ou sobre os tubos, transmitindo esses
esforços diretamente ao solo, às estruturas vizinhas, a equipamentos ou, ainda, a
outros tubos próximos.

• CLASSIFICAÇÃO:
⇒ SUPORTES DESTINADOS A SUSTENTAR OS PESOS:
- Fixos;
- Semimóveis;
- Moveis (suportes de mola e suportes de contrapeso)

⇒ SUPORTES DESTINADOS A LIMITAR OS MOVIMENTOS DOS TUBOS:


- Dispositivos de fixação total - Ancoragem;
- Dispositivos que permitem apenas movimentos em uma direção - Guias;
- Dispositivos que permitem o movimento em um sentido - Batentes;
- Dispositivos que permitem os movimentos laterais - Contraventos;
- Dispositivos que absorvem as vibrações - Amortecedores.

6.1 - CARGAS QUE ATUAM SOBRE O SUPORTE:

• PESOS:
- Peso próprio dos tubos, válvulas e outros acessórios da rede de tubulações;
- Peso do fluido contido;
- Peso do isolamento térmico, se houver;
- Sobrecargas diversas exercidas sobre a tubulação, tais como: peso de outros
tubos, pessoas, plataformas, estruturas, etc., apoiadas na tubulação;

• FORÇAS DE ATRITO:
- Provenientes dos movimentos relativos entre os tubos e os suportes.

• CARGAS:
- Conseqüentes das dilatações dos tubos;
- Devidos a ações diversas, tais como: golpes de aríete, acelerações do fluido
circulante, vibrações, ações do vento, etc.

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6.2 - SUPORTES FIXOS

Fig. 6.2 - Suportes fixos.

Chamam-se suportes fixos os que não se deslocam verticalmente, não permitindo assim,
nenhuma liberdade de movimento vertical aos tubos. São comuns de todos os tipos de
suportes. Estes suportes podem ser apoiados ou pendurados, conforme transmitam os
pesos para baixo ou para cima.

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6.3 - SUPORTES SEMIMÓVEIS (PARA TUBOS VERTICAIS)

PENDURAIS APARAFUSADOS COM PENDURAIS SOLDADOS COM ORELHAS


BRAÇADEIRAS

Fig. 6.3 - Suportes semimóveis (pendurais).

Os suportes semimóveis (pendurais) são os que transmitem o peso para cima,


empregada principalmente para tubos leves dentro de prédios ou em áreas de processo.
Todos esses suportes dão grande liberdade de movimentos aos tubos: por esta razão não
devem ser empregados para tubos sujeitos a vibrações, choques dinâmicos, golpes de
aríete, etc. Quando for necessário limitar os movimentos laterais de tubos suportados por
pendurais, devem ser colocados contra-ventos.

6.4 - SUPORTES ESPECIAIS PARA TUBOS LEVES

Fig. 6.4 - Suportes para tubos leves.

Para os suportes de tubos leves e pouco importantes (até Ø 1 1/2"), tanto horizontais
como verticais, é freqüentemente mais econômico o emprego de ferragens compradas
prontas no comércio, principalmente no caso de tubos que correm isoladamente.
Há uma grande variedade dessas ferragens: braçadeiras, grampos, colares,
pendurais, etc.
Deve ser sempre deixada a maior liberdade possível de movimentos aos tubos, e por
esse motivo, os grampos, braçadeiras, etc., não devem ser apertados contra os tubos.

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Tubulações

6.5 - SUPORTES MÓVEIS

Fig. 6.5 - Emprego de suportes móveis.

Fig. 6.6 - Emprego de suportes móveis.

Os suportes móveis são dispositivos capazes de se deslocar verticalmente,


continuando, ao mesmo tempo, a sustentar o peso da tubulação. Esses suportes são bem
mais caros e complicados do que os suportes fixos, e, por isso, empregados somente nos
casos em que forem indispensáveis, isto é, nos pontos de suporte em que a tubulação tiver
um movimento vertical de amplitude tal que não possa ser absorvido pela simples flexão do
trecho do tubo entre dois suportes consecutivos.

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Tubulações

6.5.1 - SUPORTES DE MOLA:

Fig. 6.7 - Suporte de mola de carga variável. Fig. 6.8 - Suporte de mola de carga
constante.

Fig. 6.9 - Algumas disposições usuais de suporte de mola.

Os suportes de mola de carga variável são os dispositivos de suporte móvel de uso


mais freqüente; consistem em uma mola helicoidal de aço, geralmente dentro de uma caixa
também de aço, de maneira que o peso dos tubos seja suportado diretamente pela mola,
tendendo a comprimi-la.
Esses suportes são chamados de carga variável porque a força necessária para
comprimir a mola aumenta à medida que a deflexão aumenta, isto é, a cada deflexão da
mola e vice-versa.
Os suportes de carga constante são aparelhos também com mola de aço, nos quais
o peso dos tubos age através de um jogo de alavancas e articulações colocadas de tal
maneira que o braço da alavanca que atua sobre a mola aumenta à medida que a deflexão
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Tubulações

aumenta, exigindo maior esforço para comprimir a mola. Desta maneira a capacidade de
suporte fica praticamente constante ao longo de todo o curso de deflexão da mola. Esses
dispositivos são bem mais caros e complicados dos que os suportes de carga variável, e,
por isso mesmo, de uso mais restrito.

6.5.2 - SUPORTES DE CONTRAPESO

Fig. 6.10 - Suporte de contrapeso.

Os suportes de contrapeso são aparelhos muito simples, consistindo em um


contrapeso associado a um conjunto de roldanas e cabos de aço ou a uma alavanca. Esses
suportes dão muita liberdade ao tubo suportado e tem, evidentemente uma capacidade de
suporte rigorosamente constante, porque é igual ao peso de contrapeso. São usados
principalmente quando se têm grandes cargas simultaneamente com grandes
deslocamentos verticais.

6.6 - SUPORTES QUE LIMITAM OS MOVIMENTOS DO TUBO

São os quatro tipos gerais mais importantes deste tipo de suporte:

a) Ancoragens→ são pontos de fixação total, isto é, são suportes que restringem
completamente todos os movimentos dos tubos.
b) Guias→ são dispositivos que impedem os movimentos laterais dos tubos. Existem
também guias transversais que impedem os movimentos longitudinais e guia de
pinos que permitem somente os movimentos angulares e longitudinais.
c) Batentes → impedem somente o movimento longitudinal, em um sentido ou em
ambos os sentidos.
d) Contra-ventos → são dispositivos que o rigor não deveriam estar incluídos entre os
suportes de tubulação porque não suportam os pesos exercidos pelos tubos,
limitando apenas movimentos laterais dos mesmos.

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Tubulações

Fig. 6.11 - Ancoragens, guias, batentes e contra-ventos.

6.7 - FINALIDADE DOS SUPORTES QUE LIMITAM OS MOVIMENTOS DOS TUBOS

Do ponto de vista da flexibilidade, o ideal é que as tubulações não tivessem


nenhuma restrição, isto é, que pudessem dilatar-se e movimentar-se livremente para todos
os lados quando ocorressem variações de temperatura. Se essa situação fosse possível,
não haveria o aparecimento de tensões nos tubos.
Na prática, essa situação é irrealizável porque ainda que não houvesse dispositivos
especiais para limitar os movimentos, os pontos extremos de fixação dos tubos nos vasos e
equipamentos, e o atrito nos suportes, por si só já constituiriam restrição ao livre movimento
dos tubos.

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Tubulações

Embora qualquer restrição aos movimentos tenda a diminuir a flexibilidade natural


das tubulações, essas restrições são necessárias pelos seguintes motivos:
a) Limitar e dirigir os movimentos causados pelas dilatações térmicas, fazendo com que
esses movimentos sejam tal como previsto no projeto, e não de forma aleatória qualquer;

b) Proteger os pontos fracos do sistema composto pelos equipamentos e tubulações;

c) Evitar interferências, isto é, evitar que os tubos ao se dilatarem esbarrem uns contra os
outros ou contra paredes, estruturas, equipamentos, etc.;

d) Evitar flechas exageradas, no próprio tubo por efeito de flambagem ou em um tubo-tronco


pela dilatação de um ramal a ele ligado;

e) Ancorar os tubos nos pontos de travessia de limites de propriedade e de limite de áreas


para evitar a transmissão de movimentos de um lado para outro, e permitir que os projetos
de tubulação, em ambos os lados, possam ser feitos de forma independente um do outro;

f) Subdividir sistemas complexos ou pelo menos simplificar o seu comportamento quanto à


dilatação térmica, para facilitar o projeto e o estuda da flexibilidade;

g) Aumentar a capacidade de auto-suporte da linha, permitindo em certos casos, um maior


espaçamento entre os suportes;

h) Isolar as vibrações ou aumentar a freqüência natural das mesmas, para diminuir a


amplitude e evitar ressonância.

6.8 - SUPORTES PARA TUBOS SUJEITOS A VIBRAÇÕES

Os tubos sujeitos a vibrações fortes (como, por exemplo, os tubos de saída de


compressores e bombas alternativas) devem ter suportes e fixações independentes, para
que suas vibrações não se transmitam a estruturas e outros tubos.
Quando as vibrações são de grande amplitude, freqüentemente são necessários
dispositivos especiais para absorver essas vibrações, tais como: amortecedores, suportes
de mola ou mesmo juntas de expansão.

7 - DESENHOS DE TUBULAÇÃO

• TIPOS UTILIZADOS NA INSPEÇÃO DE TUBULAÇÕES:

1) Fluxogramas;
2) Plantas de tubulação;
3) Desenhos isométricos;
4) Folhas de dados de tubulação.

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Tubulações

7.1 - FLUXOGRAMAS

Os fluxogramas são desenhos esquemáticos sem escala que mostram todo um


sistema constituído por diversos vasos, equipamentos e instrumentos e a respectiva rede de
tubulações a eles ligados. Os fluxogramas têm apenas a finalidade de mostrar o
funcionamento do sistema, não se destinando a nenhum efeito de fabricação construção ou
montagem. A figura 7.1 é um exemplo de um fluxograma de detalhamento e a figural 7.2 as
convenções de fluxograma.

7.2 - PLANTAS DE TUBULAÇÃO

As plantas de tubulação são desenhos feitos em escala, contendo todas as


tubulações de uma determinada área, representadas em projeção horizontais, olhando-se
de cima para baixo. A figura 7.3 é um exemplo de plantas de tubulação, a figura 7.4 as
convenções das plantas de tubulação e a figura 7.5 mostra o emprego das convenções.

7.3 - DESENHOS ISOMÉTRICOS

Os isométricos são desenhos feitos em perspectiva isométrica, sem escala; faz-se


geralmente um desenho para cada tubulação individual ou pequena grupo de tubulações
próximas que sejam interligadas. No caso de uma tubulação muito longa ode ser necessário
subdividir a tubulação por vários desenhos isométricos sucessivos. Nunca se deve figurar
em um mesmo desenho isométrico duas tubulações de áreas diferentes. A figura 7.6 é um
exemplo da convenção de isométricos, a figura 7.7 exemplo de um isométrico e a figura 7.8
um mesmo sistema de tubulações mostrado em três representações.
Nos desenhos isométricos, os tubos verticais são representados por traços verticais
e os tubos horizontais, nas direções ortogonais do projeto, são representados por traços
inclinados com ângulo de 30º sobre a horizontal para direita ou para esquerda. Os tubos fora
de qualquer uma das três direções ortogonais são representados por traços inclinados com
ângulo diferente de 30º devendo ser indicado no desenho o ângulo verdadeiro de inclinação
do tubo com qualquer das três direções ortogonais de projeto. Os tubos curvados e as
curvas nos são representados por curvas em perspectivas, devendo sempre ser indicado o
raio verdadeiro de curvatura da linha de centro do tubo. Todos os tubos, qualquer que seja o
diâmetro, são representados por um traço único, na posição da sua linha de centro.
Nos desenhos isométricos devem aparecer obrigatoriamente, todas as válvulas e
todos os acessórios de tubulações, mostrados individualmente, bem como a localização de
todas as emendas dos tubos e acessórios.

7.4 - FOLHA DE DADOS DE TUBULAÇÃO (LISTA DE LINHAS)

As folhas de dados de tubulação são documentos em forma de tabela, onde estão


relacionadas todas as tubulações de uma instalação industrial. Geralmente faz-se uma
folha, ou uma série de folhas, para cada fluxograma, abrangendo, portanto, as tubulações
mostradas em varias plantas e em numerosos isométricos. A figura 7.9 mostra um exemplo
de folha de dados de tubulação.

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Tubulações

As folhas de dados de tubulação contém, usualmente, para cada tubulação, as


informações abaixo relacionadas:

a) Número de ordem;
b) Classe ou tipo de fluido;
c) Diâmetro nominal;
d) Sigla indicativa da especificação de materiais;
e) Extremidade de linha, isto é, de onde a linha vem e para aonde a linha vai;
f) Velocidade e/ou vazão do fluido;
g) Perda de carga unitária;
h) Temperatura e pressão de operação;
i) Temperatura e pressão de projeto;
j) Pressão de teste hidrostático;
k) Necessidade ou não de isolamento térmico; tipo de isolamento;
l) Necessidade ou não de aquecimento da linha.

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Tubulações

Fig. 7.1 - Fluxograma de detalhamento.

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Tubulações

Fig. 7.2 - Convenções de fluxograma.

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Tubulações

Fig. 7.3 - Planta de tubulação - Unidade 3 - Área 31.

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Tubulações

Fig. 7.4 - Convenções de planta de tubulação.


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Tubulações

Fig. 7.5 - Emprego de convenção de plantas.

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Tubulações

Fig. 7.6 - Convenções de isométricos.

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Tubulações

Fig. 7.7 - Exemplo de isométrico.


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Tubulações

Fig. 7.8 - O mesmo sistema de tubulações mostrado em três representações.

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Tubulações

Fig. 7.9 - Folha de dados de tubulação.


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Tubulações

8 - INSPEÇÃO DE TUBULAÇÕES

8.1 - DEFINIÇÕES

- Alteração de projeto:
Qualquer intervenção que resulte em alterações no projeto original, inclusive nos
parâmetros operacionais da tubulação.

- Classe de tubulação:
Grau de importância dos sistemas de tubulações, em classes, de forma a enquadrá-
los em função dos efeitos à segurança das pessoas, às instalações e ao meio ambiente,
decorrentes de um eventual vazamento provocado por falha do sistema.

- Conexão de pequeno diâmetro:


São consideradas conexões de pequeno diâmetro, todas as conexões em operação
ou não que apresentem diâmetro nominal igual ou inferior a 2" (INPS ≤ 2"), tais como vents,
drenos e tomadas para instrumentação de equipamentos e tubulações de maior diâmetro.

- Lista de linhas:
Documentos que contém a listagem de todas as tubulações da unidade de processo,
com seus dados técnicos (identificação, diâmetro, origem e destino, fluido, pressão e
temperatura de operação e projeto, pressão de teste hidrostático, tipo de isolamento e
espessura).

- Inspeção de tubulação:
Conjunto de ações de monitoração e acompanhamento das condições físicas de
tubulações, com o uso de técnicas, procedimentos e métodos que visem a garantia de
operação segura e confiável do sistema dentro de prazos definidos.

- Inspetor de tubulação:
Profissional com formação na área de inspeção de equipamentos de Refinarias e
Plantas Petroquímicas, capacitado para avaliar o estado de deterioração e evolução de
danos em tubulações, solicitar reparos e substituições, bem com determinar vida útil residual
de sistemas de tubulação.

- Intensidade de deterioração:
Grau de comprometimento de um determinado componente ou sistema em relação a
um critério de integridade pré-estabelecido para esse componente ou sistema.

- Isométrico de inspeção:
Desenho de tubulação em perspectiva isométrica, sem escala, contendo as
seguintes informações: orientação geográfica, sentida de fluxo, número da linha,
identificação dos pontos de medição, pontos de origem e destino, drenos, vents e outros

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Tubulações

acessórios. O isométrico de inspeção pode ser o isométrico de montagem elaborado pelo


projeto.

- Linha:
Parte integrante de um sistema de tubulações e que interliga geralmente dois
equipamentos, um equipamento e uma linha ou duas linhas diferentes entre si.

- NPS (nominal pipe size):


Designa o diâmetro nominal de um tubo de condução.

- Ponto de controle de espessura ou ponto de medição:


Local onde é medida a espessura de uma tubulação e através do qual se determina
a taxa de corrosão local, que juntamente com outros pontos se avalia a corrosividade do
sistema ou tubulação.

- Potencial de risco:
Fator atribuído à tubulação em função das conseqüências de uma eventual falha da
mesma sob o ponto de vista de segurança, continuidade operacional e proteção ao meio
ambiente.

- Probabilidade de falha:
Fator atribuído à probabilidade de que ocorra uma ou mais falhas na tubulação ou
sistema em função do nível de deterioração existente.

- Reclassificação:
Mudança na temperatura de projeto ou na máxima pressão de trabalho admissível de
um sistema de tubulação. A reclassificação pode consistir em um aumento, decréscimo ou
em combinação de ambos.

- Recomendação de inspeção (RI):


Documento que tem como objetivo garantir um adequado nível de confiabilidade de
determinado equipamento ou tubulação, propondo ações preventivas e corretivas, técnica e
economicamente viáveis, para sua operação inspeção e manutenção, visando assegurar a
segurança e a continuidade operacional.

- Relatório de inspeção:
Documento destinado ao registro permanente de informações coletadas durante a
inspeção de tubulação, e que deve propiciar rastreabilidade do sistema ao longo de toda sua
vida útil, indicando sua medição de espessura, inspeção visual externa e resultados dos
demais ensaios definidos nessa rotina.

- Reparo:
Qualquer intervenção que vise estabelecer a operacionalidade após a falha ou
corrigir não conformidades com relação ao projeto original.

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Tubulações

- Sistema de tubulação:
Conjunto de tubulações usadas para conduzir fluidos, interligadas entre si e/ou a
equipamentos estáticos ou dinâmicos e sujeitas às mesmas condições de projeto
(temperatura e pressão).

- Taxa de corrosão:
Número que indica a perda de espessura da tubulação ocorrida em determinado
período de tempo num ponto ou conjunto de pontos de controle e expressa em mm/ano.

- Tubulação:
Conjunto de tubos e acessórios (válvulas, flanges, curvas, conexões, etc.) destinados
ao transporte de fluidos entre diversos equipamentos de processo, transferência, estocagem
e utilidades.

- Tubulação de processo (linha "on site"):


Tubulação que interliga sistemas de tubulação ou equipamentos no espaço físico
definido pelas unidades de processo.

- Tubulações de transferência (linhas "off line"):


Tubulação que interliga sistemas de tubulação ou equipamentos no espaço físico
fora das unidades de processo.

- Tubulações de utilidades:
Tubulação que transporta fluidos auxiliares, necessários ao processo e
armazenamento.

- Tubulações de pequeno diâmetro:


São consideradas tubulações de pequeno diâmetro todos os ramais em operação ou
não que apresentem diâmetro nominal igual ou inferior a 2" (INSP ≤ 2"), tais como: ramais
secundários, conexões de injeção de produtos químicos, linhas de amostragem, conexões
ligadas diretamente a bombas (drenos, vents, linhas de óleo de lavagem, etc.).

- Vida útil residual (VUR):


Período de tempo que um ponto ou trecho de tubulação levara para atingir a
espessura mínima admissível após a última medição, tomando como referencia a taxa de
corrosão calculada.

- Zonas mortas:
Componentes ou regiões de tubulação que normalmente não apresentam fluxo
significativo. São enquadradas como zonas mortas: conexões com flange cego, sistemas de
desvio (by-passes) de tubulação de válvulas de controle com pouco uso, vents e drenos de
equipamentos (inclusive tubulações), conexões para instrumentação e serviços auxiliares,
conexões de entrada de válvulas de segurança, etc.

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Tubulações

8.2 - ENSAIOS UTILIZADOS NA INSPEÇÃO DE TUBULAÇÕES

8.2.1 - INSPEÇÃO VISUAL

É a inspeção realizada com ou sem auxilio de aparelhos óticos ou de iluminação


especial, deve ser realizada por pessoa experiente, é capaz de descobrir os defeitos
superficiais (trincas, corrosões, empenamentos e etc.), como também indicar os locais
prováveis de defeitos internos.

8.2.2 - INSPEÇÃO COM LÍQUIDOS PENETRANTES

Serve para detecção de defeitos superficiais, ou defeitos internos abertos para a


superfície do material, tais como: trincas, poros, dobras (em forjados), etc.

8.2.3 - INSPEÇÃO COM PARTICULAS MAGNÉTICAS

Serve para detecção de defeitos superficiais e subsuperficiais, em materiais


magnéticos, tais como: trincas, falta de penetração em soldas, etc.

8.2.4 - INSPEÇÃO RADIOGRÁFICA (COM RAIO X OU RAIOS GAMA)

É um processo de inspeção de emprego e interpretação relativamente fáceis e é


capaz de localizar defeitos internos, tais como: bolhas, falta de fusão, inclusão de escória,
porosidade, etc.

8.2.5 - INSPEÇÃO POR UTRA-SOM

É um processo de inspeção bem mais sensível e moderno do que a radiografia, não


havendo praticamente nenhum defeito significativo que possa passar desapercebido; o seu
emprego e interpretação são, entretanto, bem mais difíceis e por isso seu uso é menos
freqüente.

8.2.6 - INSPEÇÃO POR MEDIÇÃO DE ESPESSURA

É um processo de inspeção por ultra-som que tem com objetivo mensurar a


espessura de um material com acesso apenas por um lado da superfície do mesmo.

8.2.7 - TESTE DE MARTELAMENTO

É um processo que visa detectar baixa espessura em conexões de pequeno


diâmetro (CPD), quando fora de operação, utilizando-se um martelo bola de 300g.

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Tubulações

8.3 - PREPARATIVOS PARA INSPEÇÃO

8.3.1 - OS SEGUINTES ITENS DEVERÃO SER VERIFICADOS ANTES DO INÍCIO DA


INSPEÇÃO

a) Relatórios anteriores;
b) Isométricos de inspeção;
c) Alteração de projeto;
d) Mudança de parâmetros operacionais;
e) Ferramentas de inspeção;
f) Procedimento específico (ex: medição de espessura por ultra-som).

8.3.2 - MATERIAIS E EQUIPAMENTOS

- Martelo de bola 300g;


- Espátula;
- Medidor de espessura por ultra-som;
- Lixa;
- Graxa para acoplamento;
- Estilete;
- Trena;
- Calibre de rosca;
- Material para ensaio com líquido penetrante;
- Imã;
- Máquina fotográfica;
- Marcador industrial;
- Kit de teste por pontos;
- Espelho de bolso.

8.4 - REQUISITOS DE SEGURANÇA

Na inspeção de tubulações deverão ser observados os seguintes requisitos e


segurança:

1) Verificar se os acessos são adequados;


2) Verificar se foi emitida permissão para trabalho pelo órgão operacional;
3) Utilizar sempre os EPI's adequados para situação de risco.

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Tubulações

8.5 - CONSIDERAÇÕES GERAIS

- T.I. deve emitir as recomendações de inspeção contendo os reparos necessários.


- Registrar todos os fatos e observações relevantes e observações para consulta,
estudos posteriores e confecção de relatório.
- Tubulações que possuem revestimento interno, linhas de material de alta liga,
acessórios de ferro fundido não devem ser martelados.
- Sendo verificada corrosão alveolar externa, realizar medição de espessura nas
regiões vizinhas aos alvéolos, para certificar-se de que não há corrosão interna e
medir a profundidade dos alvéolos utilizando micrometro de profundidade,
paquímetro ou medição de espessura após planificação da região, para definição
dos serviços a serem executados.
- Os END deverão ser realizados utilizando-se procedimentos qualificados. Os
inspetores de END deverão ser qualificados e certificados pelo Sistema Nacional
de Qualificação e Certificação - SNQC.

8.6 - ROTEIRO DE INSPEÇÃO EM TUBULAÇÕES

Este roteiro de inspeção deve ser utilizado para linhas de quaisquer bitolas, inclusive
as de pequeno diâmetro. Ele aborda, basicamente, a inspeção visual dos componentes.
Deverão ser verificados os seguintes itens como indicado a seguir:

8.6.1 - TUBULAÇÕES AÉREAS SEM ISOLAMENTO TÉRMICO

8.6.1.1 - OCORRÊNCIA

- Amassamentos e corrosão em geral;


- Deformações e trincas (especialmente em regiões de restrição, suportes rígidos,
e ligações com equipamentos e em tubulações com histórico de vibração);
- Desgaste por atrito em tubulações longas apoiadas diretamente nos suportes
(comprimento > 100m).

8.6.1.2 - CORROSÃO EXTERNA

- Avaliar regiões com possibilidade de acúmulo de contaminantes, tais como:


regiões dos suportes, frestas, etc.
- Tubulações que se enquadrem em pelo menos uma das seguintes condições são
potencialmente mais susceptíveis a corrosão externa:
a) Tubulações situadas próximo à torre de esfriamento, vents e purgadores
de vapor;
b) Tubulações situadas próximo a sistemas com possibilidade de vazamento
ou derramamento de misturas ou vapores ácidos;
c) Tubulações situadas em trincheiras.

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Tubulações

8.6.1.3 – PINTURA

- Observar a existência de defeitos de película, como: empolamento, empoamento,


descascamento, arranhões, fendilhamento e impregnação de impurezas.
- A decisão quanto a necessidade de reparos de pintura deverá ser feita levando
em conta os seguintes fatores:
a) Perda de espessura da tubulação por corrosão externa;
b) Início de corrosão externa;
c) Identificação da linha por necessidade operacional.

8.6.2 - TUBULAÇÕES AÉREAS COM ISOLAMENTO TÉRMICO

8.6.2.1 - ISOLAMENTO TÉRMICO

O exame visual do isolamento térmico normalmente é suficiente para determinar sua


condição.
Verifique:
- As condições físicas do isolamento térmico quanto a amassamentos, quebras
das placas de silicato, falta ou danos da folha de alumínio corrugado, sujeira e
condições das caixas de medição de espessura.
- Se estiver havendo encharcamento, por água e, se for necessário, solicite
remoção de parte do isolamento para inspeção.

8.6.2.2 – PINTURA

- Sistemas isolados que operem a temperaturas menores que 120ºC ou que


trabalhem em regime intermitente, tendo aplicação de tinta de fundo. Inspecionar
a pintura conforme descrito para tubulações aéreas sem isolamento térmico (item
8.6.1.3).

8.6.2.3 - CORROSAO SOB ISOLAMENTO

- Certas tubulações são potencialmente mais suscetíveis à corrosão sob


isolamentos térmicos que a outras estando essa possibilidade, associada aos
seguintes fatores:
a) Tubulações de aço carbono que operam entre - 4 ºC e 120 ºC e
particularmente as que operam em condições que permitem,
constantemente, a condensação e a reevaporação de misturas
agressivas;
b) Regiões de tubulações próximo de tomadas de instrumentos e conexões
não isoladas e que operem em temperaturas diferentes da temperatura de
operação do ramal principal;
- Os locais de tubulações mais suscetíveis à corrosão sob isolamento são listados
a seguir:

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Tubulações

a) Todas as aberturas do isolamento (para vents, drenos, suportes de mola,


válvulas, conexões, "steam-tracing", etc).
b) Isolamento térmico com danos;
c) Região de termino do isolamento em trechos verticais;
d) Componentes de tubulações de materiais dissimilares em contato;
e) Janelas para medição de espessura, onde o isolamento é removível.
Neste caso, solicitar a instalação de caixa de medição.

8.6.3 - SUPORTES DE TUBULAÇÃO

8.6.3.1 - SUPORTES NÃO RÍGIDOS (MOLA)

Devem ser verificados os seguintes itens:


a) Deterioração da pintura do dispositivo;
b) Aspecto visual da mola: corrosão (em especial da região inferior), fratura ou
deformações;
c) Verificação da existência de placa de identificação: é recomendável puncionar no corpo
do suporte sua identificação, escala para ajuste da pressão da mola, bem como as
cargas de ajuste do dispositivo a frio (sem circulação de produtos) e à quente (com
sistema em operação);
d) Verificação da carga sobre a mola. Existindo divergências em relação ao valor
especificado, devera ser feito ajuste imediatamente. Caso haja dificuldade de remover o
suporte para recuperação, deve ser feita a calibração do dispositivo através de medição
de carga com diâmetro.

8.6.3.2 - SUPORTES SEMI - RÍGIDOS (PENDURAIS)

a) Pintura → Observar a existência de defeitos de película, como: empolamento,


empoamento, descascamento, arranhões, fendilhamentos e impregnação de impurezas;
b) Verificar a corrosão de tirantes, braçadeiras, estojos, porcas e soldas de fixação do
suporte.

8.6.3.3 - SUPORTES RÍGIDOS (BERÇOS, PATINS, GUIAS E PEDESTAIS)

a) Pintura → Observar a existência de defeitos de película, como: empolamento,


empoamento, descascamento, arranhões, fendilhamentos e impregnação de impurezas;
b) Verificar a existência de trincas nas soldas de fixação dos suportes aos tubos, que
podem indicar restrição a dilatação da linha. Caso haja indicações, avaliar a
possibilidade de substituição do suporte por guias, se o motivo das trincas não puder ser
caracterizado como decorrente de vibração do sistema ou por anormalidades
operacionais ("golpe de aríete", por exemplo).

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8.6.4 - JUNTAS DE EXPANSÃO

Verificar a existência de deformações, trincas no fole, ajuste de tirante e indicações


de vazamento. As deformações máximas admissíveis de juntas de dilatação são dados de
projeto.

8.6. 5 - CONEXÕES DE PEQUENO DIÂMETRO (CPD)

- Para efeitos deste procedimento, são consideradas conexões de pequeno


diâmetro todas as conexões, em operação ou não, que apresentem diâmetro
nominal igual ou inferior a 2" (NPS ≤ 2"). Enquadra-se nesta classificação: vents,
drenos e tomadas para instrumentação. Este procedimento também contempla
conexões ligadas diretamente a bombas (vents, drenos e linhas de água de
lavagem e de selagem).
- A inspeção deverá ser feita em campanha, ficando para a parada, somente os
sistemas, cuja temperatura não permita realizar a medição de espessura.
- Efetuar a medição de espessura com ultra-som nos pontos de controle.
- Efetuar exame radiográfico das conexões para determinação da espessura
remanescente, onde houver interesse ou for necessário como complemento aos
ensaios realizados.
- Para estes casos, o executante do serviço de radiografia, deverá apresentar
procedimentos específicos.

A execução do ensaio radiográfica é requerida quando:


a) A inspeção convencional não permite caracterizar o estado da CPD;
b) O acesso é inadequado para inspeção convencional da CPD;
c) Há possibilidade de liberação da CPD para inspeção.

8.6.5 - CONEXÕES ROSCADAS

As roscas inspecionadas devem estar em conformidade com o ASME B1. 20.1.

8.6.7 - UNIÕES FLANGEADAS OU ROSCADAS

Verificar a ocorrência de vazamentos, desalinhamentos, trincas, empenamentos de


hastes e rompimento de volantes.

8.6.8 - VÁLVULAS E DEMAIS ACESSÓRIOS DE TUBULAÇÃO

Verificar a ocorrência de vazamentos, desalinhamentos, trincas, empenamentos de


hastes e rompimentos de volantes.

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Tubulações

8.6.9 - TUBULAÇÕES ENTERRADAS SEM PROTEÇÃO CATÓDICA

Inspeção da interface ar-solo, avaliando a corrosão e danos ao revestimento


anticorrosivo (pintura, fita adesiva, concreto, etc.). Caso se constate corrosão significativa,
efetuar escavações para avaliação do estado dos trechos enterrados. Executar teste de
estanqueidade do sistema, se possível na mesma freqüência definida para inspeção através
da escavação. O sistema deverá ser pressurizado preferencialmente com água à pressão
de operação da tubulação e mantido por pelo menos 12 horas para observação. A
verificação será feita por queda de pressão e/ou com detentores ultra-sônicos de
vazamento.

8.7 - MEDIÇÃO DE ESPESSURA

As medições de espessura devem ser realizadas de acordo com a norma de ensaios


não destrutivos, nos pontos de controle identificados nos isométricos.

8.7.1 - ESCOLHA DO PONTO DE MEDIÇÃO

A escolha dos pontos de medição deve ser feita considerando os seguintes


aspectos:

a) Taxa de corrosão → Locais, onde a taxa de corrosão seja historicamente maior.

b) Acesso → Locais de fácil acesso, direto ou com auxílio de uma escada, sem necessidade
de montar andaimes.

c) Temperatura → Pontos mais quentes estão sujeitos à corrosão mais acentuada.

d) Experiência → Locais onde, por experiência anterior, espera-se taxa de corrosão mais
elevada (por exemplo, geratriz inferior de tubulações de alívio para flare).

8.7.2 - EXTENSÃO DA MEDIÇÃO

- Como via de regra, escolhe-se um ponto no início do isométrico e outro no final,


colocando-se outros pontos intermediários se a tubulação for muito longa.
- A cada inspeção, reavaliar se a extensão está adequada, acrescentando ou
diminuindo pontos, se necessário.
- Após substituição de um trecho, verificar a necessidade de relocação dos pontos.
Se o ponto de controle estava no trecho substituído, acrescentar um novo ponto
no trecho antigo, para controle do mesmo.

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Tubulações

8.7.3 - ESPESSURA MÍNIMA ARBITRÁRIA DA TUBULAÇÃO

- Os valores de espessuras mínimas arbitrárias adotadas estão no Anexo I.


- As espessuras mínimas arbitrárias e as demais considerações aqui
apresentadas, foram extraídas do API - Recommended Pratices for Refinery
Inspections - Part I - Process Equipment (1948).
- Para tubulações rosqueadas, deve ser somado 1.3 mm (0.05") aos valores de
espessura mínima arbitrária, a menos que as uniões rosqueadas recebam solda
de selagem cobrindo todos os fios de rosca expostos. Utilizar, neste caso, a
espessura mínima arbitrária da tabela.
- Para as conexões com extremidade para solda de topo, devem ser utilizados os
mesmos valores de espessura mínima utilizadas para a tubulação.
- Conservativamente, podemos adotar como espessuras mínimas para válvulas e
conexões fundidas ou forjadas de 1,5 vezes os valores tabelados.
- Para serviços com vácuo, utilizar os valores de espessura mínima arbitrária.
- Exceto para serviços com vácuo, todos os sistemas devem ter calculadas as
espessuras mínimas conforme norma de projeto de tubulação e comparadas aos
valores arbitrários. Assumir como espessura mínima, o maior valor entre a
calculada e a arbitrária.

8.8 - TESTE HIDROSTÁTICO

Quando ocorrer a execução de teste hidrostático após os reparos, os seguintes itens


devem ser observados:
a) Verificar a pressão de teste.
b) Verificar se os manômetros encontram-se calibrados e ajustados e se a faixa da escala
atende à pressão de teste.
c) Verificar se as válvulas de bloqueio dos manômetros estão abertas.
d) Verificar se a mangueira de pressurização está desconectada.
e) Verificar há ocorrências ou indícios de vazamentos.
f) Deixar a tubulação pressurizada no mínimo por trinta minutos.
g) Verificar novamente a ocorrência ou indícios de vazamentos após os trinta minutos
mínimos.
h) Verificar se houve queda na pressão ou indícios de vazamentos após os trinta minutos
mínimos.
i) Acompanhar a despressurização através do manômetro.

8.9 - CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO

- As espessuras encontradas devem estar acima dos valores mínimos, sem risco
de atingir o valor mínimo durante a campanha seguinte, considerando-se que a
taxa de corrosão anterior se mantenha.

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Tubulações

- O critério preliminar para avaliação da espessura mínima do equipamento ou


tubulação adota como base a diferença entre a espessura nominal e a sobre-
espessura de corrosão de projeto. Ao se atingir este valor de espessura, faz-se
novo cálculo seguindo-se a norma de projeto (ANSI).
- Analisar os resultados dos END realizados, comparando-os aos limites de
aceitação das Normas aplicáveis.
- O teste hidrostático é considerado aceito se durante o período mínimo de trinta
minutos não se observar indícios de vazamentos e queda de pressão nos
manômetros de teste.

8.10 - REGISTRO DE RESULTADOS E EMISSÃO DE RECOMENDAÇÕES DE INSPEÇÃO

- As medições de espessura e as taxas de corrosão devem constar no registro de


medições conforme anexo IV.
- Os itens inspecionados, os reparos executados e as não conformidades devem
ter suas localizações e identificações registradas de forma precisa no relatório de
inspeção de condições físicas conforme anexo III.
- Todo e qualquer serviço que resulte do trabalho da inspeção, deverá ser
encaminhado em formulário próprio (Recomendações de Inspeção - RI) conforme
anexo II.

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8.11 – ANEXOS

ANEXO I - ESPESSURAS MÍNIMAS ARBITRÁRIAS PARA TUBULAÇÃO:

NPS (in) DIÂM. EXT. (in) SCH 40 (mm) SCH 80 (mm) ESP. MÍN. (mm)

1/2 0,840 2,80 3,70 1,8


3/4 1,050 2,90 3,90 1,8
1 1,315 3,40 4,50 2,1
1 1/2 1,900 3,70 5,10 2,3
2 2,375 3,90 5,50 2,6
2 1/2 2,875 5,20 7,00 2,6
3 3,500 5,50 7,60 2,6
4 4,500 6,00 8,60 3,1
6 6,625 7,10 11,00 3,9
8 8,625 8,20 12,70 4,6
10 10,750 9,30 15,10 4,9
12 12,750 10,30 17,50 4,9
14 14,000 11,10 19,00 4,9
16 16,000 12,70 21,40 4,9
18 18,000 14,30 23,80 4,9
20 20,000 15,10 26,20 4,9
24 24,000 17,50 31,00 4,9

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Tubulações

ANEXO II - FORMULÁRIO DE RECOMENDAÇÃO DE INSPEÇÃO (RI).

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ANEXO III - FORMULÁRIO DE RELATÓRIO DE INSPEÇÃO DE TUBULAÇÃO.

(frente)

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Tubulações

(verso)

93
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Tubulações

ANEXO IV - FORMULÁRIO DE RELATÓRIO DE MEDIÇÃO DE ESPESSURA PARA


TUBULAÇÕES.

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Tubulações

ANEXO V - FORMULÁRIO DE SUPORTES DE MOLA - FOLHA DE CONTROLE DE


AJUSTES.

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