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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

DANILLO SÉRGIO BRANDT

IMPLANTAÇÃO DA MODELAGEM À EXECUÇÃO DA TECNOLOGIA BIM EM


PROJETOS DE INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS NUMA CONSTRUTORA

Palhoça
2018
DANILLO SÉRGIO BRANDT

IMPLANTAÇÃO DA MODELAGEM À EXECUÇÃO DA TECNOLOGIA BIM EM


PROJETOS DE INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS NUMA CONSTRUTORA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Engenharia Civil da Universidade
do Sul de Santa Catarina como requisito
parcial à obtenção do título de Engenheiro
Civil.

Orientador: Roberto De Melo Rodrigues

Palhoça
2018
Dedico este trabalho em especial a minha
família que foi paciente e compreensiva
quanto as minhas escolhas e decisões. E
também as pessoas especiais que participaram
e me auxiliaram no decorrer dessa jornada.
AGRADECIMENTOS

Um grande agradecimento aos meus pais, Cristiane e Gérson que sempre


me apoiaram com disposição e companheirismo em todos os momentos e escolhas de
minha vida.
Aos meus familiares, especialmente a minha vó Olga que foi grande incenti-
vadora e apoiadora de todo esse caminho e também ao meu irmão Daniel por toda a
parceria.
À minha namorada Caroline que sempre nutria os momentos mais difíceis
com palavras de incentivo e tornava os dias mais leves.
Ao meu Orientador Roberto de Melo Rodrigues pela paciência e disposição
despejadas em todos os momentos dessa caminhada e também a todos os professores
e colaboradores da Unisul.
Um agradecimento também aqueles amigos que fiz durante o estágio na
ALZ Construtora que sem o auxílio e liberdade que me deram nada disso seria possível.
E em especial aos grandes amigos que fiz e que me deram suporte para
vencer mais essa etapa da vida que vou levar com muito carinho e boas lembranças.
“Quando os desafios são os mesmos para muitos a união é a melhor solução”
(Nery Sebastião Ferreira, 2016).
RESUMO

A necessidade de melhoria da qualidade de processos e redução do desper-


dício na construção civil faz com que o mercado busque novas alternativas e conceitos.
Nesse contexto a utilização do BIM e de suas ferramentes proporcionam às constru-
toras e projetistas grandes avanços, entre os quais, precisão nos dados, agilidade na
modelagem e visualização global do projeto. A disciplina de sistemas hidráulicos pode
se beneficiar de tais avanços através da modelagem 3D e pré-visualização dos mo-
delos construtivos. Sendo assim este estudo de caso tem por objetivo a abordagem
do conceito BIM dentro de uma construtora e seu uso para a disciplina de sistemas
hidrossanitários desde a modelagem até a sua execução. Serão apresentados o fun-
cionamento do processo de remodelagem dos sistemas hidrossanitário, problemas
encontrados através da modelagem, os desafios para implantação da metodologia na
construtora e os benefícios encontrados.
Palavras-chave: BIM. Sistemas hidrossanitários. Estudo de caso.
ABSTRACT

The need of improving the quality of processes and waste reduction in the
civil construction makes the market searches for news alternatives and concepts. In
this context the use of BIM and it’s tools provides to builders and system designer great
improvements, such as, data accuracy, agility in the modeling and global visualization of
the project. The subject of hydraulic system can be benefited by these advances through
the 3D modeling and the construction modelings preview. Therefore, this case study
has as its objective the approach of BIM concept inside a construction company and it’s
use for the discipline of hydrosanitary systems from the modeling to its execution. It will
be presented how the system modeling process works, problems encountered through
the modeling, the challenges for the implementation and it’s benefits.
Keywords: BIM. hydrosanitary systems. case study.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Ciclo de vida do BIM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17


Figura 2 – Conceito de interoperabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
Figura 3 – Exemplo de aplicação do LOD . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Figura 4 – Interferência entre dois elementos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Figura 5 – As ferramentas mais utilizadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Figura 6 – Desenvolvimento de um edifício . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
Figura 7 – Desenvolvimento do projeto preliminar . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Figura 8 – Diagrama funcional para sistema de água fria . . . . . . . . . . . . . 33
Figura 9 – Área de trabalho do Revit . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Figura 10 – Ribbon de sistemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Figura 11 – Barra dos itens de modificações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Figura 12 – Diagrama de elementos do Revit . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Figura 13 – Família de tubos Tigre carregadas através do Revit . . . . . . . . . . 40
Figura 14 – Visibilidade gráfica do Revit . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Figura 15 – Exemplos de vínculos no Revit . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Figura 16 – Fluxograma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Figura 17 – Estrutura organizacional da ALZ Construtora . . . . . . . . . . . . . 47
Figura 18 – Imagem ilustrativa do modelo arquitetônico . . . . . . . . . . . . . . 49
Figura 19 – Modelo IFC do estrutural . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
Figura 20 – Modelagem sobreposta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Figura 21 – Cotas aplicadas a elementos de projeto . . . . . . . . . . . . . . . . 52
Figura 22 – Detalhe do BWC do apartamento térreo e apartamento tipo 1 . . . 53
Figura 23 – Planta baixa do tipo 1 e esquema isométrico da pruma . . . . . . . . 54
Figura 24 – Comparativo entre traçado adotado na modelagem e traçado original 54
Figura 25 – Imagem ilustrativa do modelo arquitetônico e estrutural . . . . . . . 55
Figura 26 – Locação das esperas para tubulações da laje tipo 1 do Residencial
Ferrara . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Figura 27 – Locação e medida das esperas da laje do tipo 1 do Residencial Ferrara 56
Figura 28 – Representação isométrica BWC tipo 1 Residencial Ferrara . . . . . 57
Figura 29 – Recorte do projeto original de água fria . . . . . . . . . . . . . . . . 58
Figura 30 – Representação da alteração da tubulação de água fria . . . . . . . . 59
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Níveis de desenvolvimento segundo o AIA e suas utilizações . . . 24


Quadro 2 – Softwares BIM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
Quadro 3 – Lista de tubos geradas através do Revit . . . . . . . . . . . . . . . 53
Quadro 4 – Falhas encontradas e suas soluções . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
Quadro 5 – Lista de conexões para sistema de água fria . . . . . . . . . . . . . 58
Quadro 6 – Falhas encontradas e suas soluções . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

2D Duas dimensões

3D Três Dimensões

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

BIM Building Information Modeling

CAD Computer-aided design

EUA United States of America

IFC Industry Foundation Classes

ISO International Organization for Standardization, ou Organização Internaci-


onal para Padronização, em português

LOD Level of detail

MEP Mechanical, electrical, and plumbing

NBR Norma Brasileira

OS Operating System
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.1 JUSTIFICATIVA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.2 OBJETIVOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.2.1 Objetivos gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.2.2 Objetivos específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.3 PROBLEMA DE PESQUISA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.4 LIMITAÇÕES DA PESQUISA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.5 METODOLOGIA DE PESQUISA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.6 ESTRUTURA DE TRABALHO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.1 CONCEITUAÇÃO DO BIM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.1.1 Benefícios do BIM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.2 HISTÓRIA DO BIM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.3 OBJETOS PARAMÉTRICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.4 DIMENSÕES DE PROJETO BIM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.4.1 BIM 4D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.4.2 BIM 5D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.4.3 BIM 6D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.5 IFC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.6 INTEROPERABILIDADE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.7 NÍVEIS DE DESENVOLVIMENTO DO MODELO . . . . . . . . . . . . 22
2.8 COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.8.1 Compatibilização utilizando BIM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.9 BIM NO BRASIL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.9.1 Norma BIM NBR 15965 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.9.2 BIM em Santa Catarina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.10 IMPLEMENTAÇÃO DO BIM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.10.1 Dificuldades de Implementação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.10.2 Níveis de maturidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.11 OS PRINCIPAIS SOFTWARES BIM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
2.12 CONCEPÇÃO DE PROJETO DOS SISTEMAS PREDIAIS . . . . . . 31
2.12.1 Projeto Conceitual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
2.12.2 Projeto preliminar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
2.12.3 Requisitos básicos para os Sistemas prediais . . . . . . . . . . . 34
3 A FERRAMENTA AUTODESK REVIT . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3.1 REVIT MEP . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3.2 A ÁREA DE TRABALHO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3.3 ELEMENTOS DA MODELAGEM E FAMÍLIAS . . . . . . . . . . . . . 37
3.3.1 Elementos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
3.3.2 Famílias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
3.3.3 Familias para sistemas hidráulicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
3.4 TEMPLATES NO REVIT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
3.5 A MODELAGEM DE SISTEMAS HIDRÁULICOS NO REVIT . . . . . 41
4 ESTUDO DE CASO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
4.1 METODOLOGIA DO TRABALHO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
4.1.1 Revisão bibliográfica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
4.1.2 Escolha do estudo de caso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
4.1.3 Modelagem em 3D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
4.1.4 Classificação dos problemas encontrados . . . . . . . . . . . . . 46
4.2 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA CONSTRUTORA . . . . . . . 46
4.2.1 Serviços desenvolvidos pela construtora . . . . . . . . . . . . . . 47
4.2.2 Processo de implantação da ferramenta BIM na construtora . . . 47
4.3 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DOS MODELOS EM BIM . . 48
4.4 RESIDENCIAL VICENZA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
4.4.1 Processo de modelagem da disciplina hidráulica . . . . . . . . . 50
4.4.2 Apresentação dos modelos para execução . . . . . . . . . . . . . 51
4.4.3 Obtenção dos quantitativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
4.4.4 Falhas observadas e suas soluções . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
4.5 RESIDENCIAL FERRARA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
4.5.1 Apresentação dos modelos para execução . . . . . . . . . . . . . 56
4.5.2 Obtenção dos quantitativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
4.5.3 Falhas observadas e suas soluções . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES . . . . . . . . . . . . . . . . 60
5.1 CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
5.1.1 BIM versus o processo tradicional . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
5.1.2 Dificuldades de implementação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
5.1.3 Compatibilização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
5.1.4 Obtenção de quantitativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
5.1.5 Melhorias para o processo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
5.2 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS . . . . . . . . . 62
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
12

1 INTRODUÇÃO

O edifício pode ser considerado como um sistema composto por diversos


subsistemas que se relacionam entre si. Assim, para se obter o melhor desempenho do
todo, deve-se procurar uma solução conjunta de todas as partes que o compõem (ILHA;
GONÇALVES, 1993 apud YWASHIMA; ILHA, 2010). Devido a isso observa-se uma
crescente preocupação com a melhoria dos processos, desde o projeto a execução.
O formato CAD 2D, utilizado atualmente na modelagem de projetos requer
muita atenção do projetista na verificação de possíveis incompatibilidades, isso acon-
tece, pois as diversas disciplinas de projeto são feitas de forma isolada, dificultando
o cruzamento de informações e portanto aumentando o número de interferências.
As consequências são a má qualidade do produto final, retrabalho e alto custo para
produção e desperdícios. (OKAMOTO, 2006)
Por sua vez, o Building Information Modeling (BIM) vem sendo apresen-
tado como uma tecnologia e um grupo associado de processos para produção, comu-
nicação e análise do modelo de construção que pode reverter esse problema, pois,
envolve uma prática de projetos integrada, onde haveria um envolvimento de todos os
participantes da cadeia da construção no que tange à construção de um único modelo
do edifício. (ANDRADE; RUSCHEL, 2009)
O modelo de informação da construção BIM, utilizando de diversas ferra-
mentas para o cruzamento de dados de projeto e facilitando a interoperabilidade das
várias disciplinas, vem como possível solução para a problemática.
A aplicação do BIM aos projetos de instalação pode torna-los mais eficientes
e menos suscetíveis as falhas e, portanto, minimizar gastos indevidos ou atrasos de
cronograma. Segundo Amorim (1997) as falhas presentes em sistemas prediais são,
na sua grande maioria, originadas nas etapas de projeto e execução.
Sendo assim a implementação do BIM ao cenário da construção civil no
Brasil pode tornar-se uma grande decisão levando em conta as melhorias na qualidade
do serviço, redução do tempo e custo em cada etapa da construção, melhoria da comu-
nicação entre os diversos integrantes envolvidos e maior assertividade nas tomadas de
decisões.(SMITH; TARDIF, 2009)
Entretanto a implementação desse novo modo de trabalho apresenta suas
barreias, pois há a necessidade de mudar por completo o fluxo de informações e a forma
como se modela uma estrutura, sendo necessário o aprendizado de novas ferramentas,
o treinamento da equipe e a definição de novas responsabilidades.(EASTMAN et al.,
2014)
Este trabalho apresentará o estudo da implementação da tecnologia BIM
em projetos de instalações hidrossanitárias (da modelagem a execução) em uma
construtora de edificações multifamiliares considerando as possíveis melhorias no
13

processo e apresentando as dificuldades para pôr em prática o uso das ferramentas.

1.1 JUSTIFICATIVA

Atualmente boa parte dos projetos desenvolvidos para sistemas hidráulicos


são modelados utilizando a plataforma CAD. O formato é definido através de linhas e
coordenadas e os elementos representados não carregam informações importantes, a
não ser suas próprias dimensões. (COSTA; FIGUEIREDO; RIBEIRO, 2015)
Com a crescente mundial de utilização do BIM, percebe-se que a ferramenta
pode trazer melhorias consideráveis quanto a modelagem de sistemas e verificações
do modelo de forma global, que tornariam todo o processo mais seguro, rápido, eficaz
e sustentável.
Os altos custos envolvidos em retrabalhos, na resolução de problemas de
incompatibilidade entre disciplinas e a falta de qualidade do serviço prestado pela
construção civil fazem com que a introdução de novas tecnologias para gestão e
produção de projetos ganhem espaço dentro de um ambiante tão receoso quanto a
novidades no Brasil. (CHAGAS; PADILHA JUNIOR; TEIXEIRA, 2015)
Porém, diante das mudanças e da crescente busca do mercado por me-
lhorias e ganho de qualidade, as empresas construtoras tem buscado formas de
redução dos custos e ganhos de produtividade para então se realinharem a realidade
do cenário. (MELHADO, 2001)
Para Souza, Amorim e Lyrio (2009) os principais ganhos com a adoção
do BIM na modelagem de projetos são: facilidade nas alteração de modelos, grande
redução de erros, redução do tempo de modelagem e consequentemente do prazo
de entrega, redução de erros e melhor qualidade do projeto. Tais evoluções devem
impactar diretamente na qualidade do serviço e na diminuição de erros na execução de
sistemas hidrossanitários.
Essa mudança no paradigma da representação, modelagem e a posterior
excução de sistemas no ambiente de obra, aliada às dificuldades de implementação
de novos métodos e novas formas de apresentar conceitos já estabelecidos, trazem
um novo desafio para o setor da construção civil brasileiro. Que deve rearranjar a
cadeia construtiva e o setor de projetos para se adaptar as novas mudanças e obter os
benefícios que novas ferramentas tecnológicas podem trazer.
Diante disso, devemos avaliar os impactos, as dificuldades que a plataforma
BIM deve trazer para a modelagem de sistemas hidráulicos, como devemos tratar
essa nova forma de representar projetos e como levar seus benefícios até o ambiente
construtivo.
Sendo assim, este trabalho buscará interpretar e apresentar as possíveis
melhorias que a utilização da ferramente BIM pode trazer e também, descrever as
14

dificuldades de sua implantação e sua utilização para sistemas hidráulicos prediais,


considerando as dificuldades de verificação de incompatibilidades entre os diversos
sistemas utilizando projetos em 2D e a imprecisão quanto a obtenção de quantitati-
vos, avaliando os possíveis ganhos com a utilização de ferramentas paramétricas.

1.2 OBJETIVOS

O objetivo está descrito de forma dividida, entre os objetivos gerais e os


objetivos específicos.

1.2.1 Objetivos gerais

O Objetivo geral deste trabalho é avaliar a implementação da tecnologia BIM


para instalações hidrossanitárias em uma construtora, da modelagem a execução.

1.2.2 Objetivos específicos

• Comparar o uso do BIM com o processo tradicional;

• Discriminar as dificuldades de implementação da tecnologia;

• Descrever resultados obtidos quanto a compatibilização de projetos hidros-


sanitários;

• Descrever resultados obtidos quanto a obtenção de quantitativos hidráulicos;


e

• Buscar possíveis melhorias para o processo de modelagem e execução da


disciplina hidráulica.

1.3 PROBLEMA DE PESQUISA

• A utilização da tecnologia BIM facilita a verificação de incompatibilidades


entre projetos e melhora a visualização das etapas da concepção e execução
dos projetos hidrossanitários?

1.4 LIMITAÇÕES DA PESQUISA

O uso da ferramenta em sua plenitude está limitado ao utilizador ou modela-


dor, portando por se tratar de um processo de implementação ainda recente dentro da
construtora, é possível que falhas no processo de modelagem sejam detectadas.
As informações referentes a projetos e a parte de modelagem BIM está
atrelada ao que foi considerado importante pelo construtor, que delimitou os níveis de
15

detalhamento do que seria feito e os sistemas que seriam aplicados. O que pode tornar
as verificações de incompatibilidade menos eficaz.
Portanto não é intuito desta pesquisa modelar por completo, planejar ou
projetar uma instalação hidráulica.

1.5 METODOLOGIA DE PESQUISA

A pesquisa bibliográfica contida neste trabalho inclui temas relacionados


ao Building Information Model que explicam seus aspectos para melhor compreensão
e foi realizada através de recursos fornecidos por livros, artigos, periódicos científicos
e materiais disponíveis online. Segundo Gil (2010, p. 44) a pesquisa bibliográfica “é
desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e
artigos científicos”.
A pesquisa realizada no presente trabalho pode ser definida como de caráter
exploratório e descritivo.
Para Zikmund et al. (2000) os estudos exploratórios são normalmente utili-
zados no desenvolvimento de novas ideias e na busca de alternativas e ainda como
dito por Gil (2010) capacita o pesquisador a ter maior proximidade da problemática
tornando-á mais explicita.
Segundo Gil (2002) “as pesquisas descritivas tem como objetivo primordial
à descrição das características de determinada população ou fenômeno (. . . )”. Já para
Cervo e Bervian (2002) basicamente a pesquisa descritiva se baseia na captação de
fatos e dados obtidos da realidade estudada.
A metodologia utilizada neste trabalho é definida como um estudo de caso e
conforme Costa, Costa e Neves (2007) esse tipo de pesquisa tem por objetivo o estudo
de situações e parâmetros reais que ajudam e condicionam a tomada de decisão e a
prática da análise.

1.6 ESTRUTURA DE TRABALHO

O trabalho será dividido em cinco capítulos, onde o primeiro tratará de ideias


introdutórias, como os objetivos gerais e específicos, as limitações da pesquisa, as
hipóteses para o trabalho, a metodologia e a estrutura.
O segundo capítulo trará a revisão bibliográfica dos conceitos que o BIM
envolve, detalhando os itens mais pertinentes quanto a aplicação da tecnologia no am-
biente da construção civil e informações relativas a projetos de instalações hidráulicas.
O terceiro capítulo apresentará a ferramenta utilizada na modelagem, bus-
cando esclarecer seu funcionamento e as possibilidades de utilização para instalações
hidrossanitárias.
16

O quarto capítulo tratará do estudo de caso, da implementação da tecnologia


BIM e seu uso em instalações hidrossanitárias em uma construtora.
O último capítulo apresentará os resultados e as considerações finais de
acordo com o tema pesquisado.
17

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 CONCEITUAÇÃO DO BIM

O Building information (BIM) model ou no português, modelagem da in-


formação da construção é uma das tecnologias mais promissoras dentro do mundo
da construção civil. Usando o BIM é possível desenvolver um modelo digital preciso
da edificação que contém dados importantes para auxiliar os processos gerenciais e
construtivos. (EASTMAN et al., 2014)
O modelo digital criado possui um banco de dados rico em detalhes, sendo
possível detalhar, modelar e analisar todo o ambiente construído de forma automatizada,
dessa forma é possível a obtenção de mais informações do que os modelos tradicionais
em Computer Aided Design (CAD) em todo o ciclo de vida de uma construção, como
apresentado na figura 1. (COELHO; NOVAES, 2008)

Figura 1 – Ciclo de vida do BIM

Fonte: Mello (2012)

O modelo em BIM permite alterações em tempo real, ou seja, as alterações


feitas em um prancha são automaticamente repetidas nas pranchas relacionadas, a ado-
ção de objetos paramétricos facilita essa tarefa.(COELHO; NOVAES, 2008)
Eastman et al. (2014) diz que o BIM está ligado a um conjunto de proce-
dimentos para investigar, comunicar e executar construções. O modelo trabalha de
forma única e paramétrica, eliminando a método sequencial de se elaborar as diversas
disciplinas incluídas no projeto. (JERNIGAN, 2008)
18

A Modelagem de Informação da Construção (BIM) é um processo baseado


em modelos tridimensionais inteligentes que possibilita a criação e o gerencia-
mento de projetos de edificações e infraestrutura de maneira mais rápida, mais
econômica e com menor impacto ambiental. Tecnologicamente falando este
processo é caracterizado pela criação e uso de informação computacional
internamente consistente e coordenada, o que garante redução de erros e
maior assertividade ao longo de todo o processo de projeto. (MELLO, 2012, p.
2)

2.1.1 Benefícios do BIM

O modelo de informação da construção pode trazer benefícios a diversas


fases no ciclo de vida da construção, Eastman et al. (2014) as descreve de acordo com
essas fases da seguinte forma:

1) Concepção - Primeiros estudos com maior assertividade e possibilidade de


simulação de alternativas;

2) Projeto - Projeção da construção através de ferramentas de visualização


3D, mudança automatizada do modelo em todas as suas instâncias, geração
de desenhos e detalhes 2D precisos e de fácil obtenção, interconexão entre
as diversas disciplinas de projeto, extração automática de quantitativos;

3) Construção - Ligação das etapas de projeto do modelo ao cronograma


executivo da obra, verificação de interferências entre as disciplinas ou ele-
mentos, gerenciamento das alterações da construção; e

4) Operação da Edificação - Melhor gerenciamento da edificação já pronta.

2.2 HISTÓRIA DO BIM

Existem algumas dúvidas quanto a origem certa do conceito BIM, porém na


introdução do livro “BIM Handbook “ Jery Laiserin da o título de pai do BIM a Chusck
Eastman, autor mesmo livro. Segundo Laiserin as primeiras definições do que é hoje o
BIM foram feitas por Eastman num protótipo de trabalho publicado em 1975 num jornal
já extinto chamado Jornal AIA. (EASTMAN et al., 2014)
Segundo Eastman et al. (2014) o BIM nasceu a partir de outro conceito o
BDS (Building Description system) desenvolvido no instituto tecnológico da Georgia por
Eastman e outros estudiosos. O BDS tinha por ideal descrever através da computação
os modelos de projeto e dessa forma melhorar os pontos fortes dos desenhos e
minimizar suas fraquezas.
19

2.3 OBJETOS PARAMÉTRICOS

Objetos parametrizados possuem um conjunto de medidas e valores que


determinam características e a forma como eles agem dentro de um modelo, ou
seja, o sistema interpreta o item parametrizado como ele é e não apenas como uma
geometria. (KOWALTOWSKI et al., 2011)
Sendo assim é possível alterações diretas no objeto, sem a necessidade
de redezenha-lo. Por exemplo, caso seja necessário alterar as medidas horizontais
de uma janela só é preciso trocar o valor do parâmetro e então todos os objetos
relacionados serão alterados bem como suas representações, tabelas de quantitativos
e custos. (COSTA, 2013)
Segundo Andrade e Ruschel (2009), softwares que utilizam o conceito de
objeto paramétrico tornam mais seguras e rápidas o estudo de alternativas em um
projeto, pois, não há necessidade de eliminar objetos quando se tem o interesse de
altera-lo, sendo necessário somente a mudança de seus parâmetros.

No Projeto paramétrico, em vez de projetar uma instância de um elemento


de construção como uma parede ou uma porta, um projetista define uma
família de modelos ou uma classe de elementos, que é um conjunto de
relações e regras para controlar os parâmetros pelos quais as instâncias
dos elementos podem ser geradas, mas cada uma irá variar conforme seu
contexto.(EASTMAN et al., 2014, p. 29)

Objetos paramétricos fazem parte de famílias compostas por itens de mesma


categoria que possuem instâncias diferentes e parâmetros diverso sendo assim possível
a utilização em várias posições. (ANDRADE; RUSCHEL, 2009)
Para Eastman et al. (2014) a definição de objetos paramétricos é primordial
para o entendimento do BIM, pois é o que o torna diferente de modelos CAD tradicionais,
Eastman define objeto paramétrico da seguinte maneira:

• Geometrias com regras e dados associados;

• As dimensões do objeto não devem ser falsas, ou seja, formada de múltiplas


vistas 2D e sim consistente em qualquer vista;

• Os parâmetros dos objetos quando modificados alteram automaticamente


as geometrias associadas. Uma janela se adapta automaticamente a uma
parede independentemente de sua espessura;

• As alterações nos diversos componentes de um objeto alteram o objeto


como um todo, ou seja, se você altera o peso de um componente, o peso do
objeto relacionado a esse componente também muda;

• Objetos possuem regras que viabilizam ou não certas mudanças; e


20

• Objetos possuem a capacidade de vincular ou receber parâmetros de acordo


com suas capacidades acústicas, energéticas, etc.

2.4 DIMENSÕES DE PROJETO BIM

A modelagem em várias dimensões é um diferencial permitido pelo BIM que


adiciona informações pertinentes ao longo da vida da edificação, tais como conforto
acústico e térmico, economia de energia, acessibilidade, custos, cronograma, etc. Isso
mostra que o uso da ferramenta vai além da simples modelagem do espaço 3D. (FU et
al., 2006)

2.4.1 BIM 4D

A dimensão 4D é a dimensão do tempo, onde as atividades construtivas es-


tão relacionadas a determinadas datas em um cronograma e uma sequência construtiva.
Dessa forma é possível realizar simulações que descrevem graficamente o andamento
da obra em tempo real, quer dizer, é possível prever falhas no cronograma e assim
evitar erros no futuro e também facilitar o gerenciamento da obra. (CAMPESTRINI et
al., 2015)

2.4.2 BIM 5D

o modelo BIM 5D pode ser carregado com informações de custo de ma-


teriais, mão-de-obra e equipamentos, assim é possível gerar orçamentos e modelos
com todos os itens quantificáveis de uma edificação. Isso permite maior controle
sobre os custos totais da obra e uma melhor análise orçamentária de cada etapa
construtiva. (CAMPESTRINI et al., 2015)

2.4.3 BIM 6D

O BIM 6D está relacionado ao uso da edificação, simulações de consumo


de energia e água, conforto acústico e térmico. O BIM 6D pode auxiliar na tomada de
decisões sustentáveis. (CAMPESTRINI et al., 2015)

2.5 IFC

O BIM tem como um dos principais fundamentos o compartilhamento de


informações, entretanto, diversas ferramentas são utilizadas no desenvolvimento de
projetos, o que pode acabar limitando a troca de dados entre os diversos integrantes
do projeto. Para vencer essa barreira é necessário um tipo de arquivo que faça o
intercâmbio de informações entre as diversas plataformas e para tal temos o IFC
21

(Industry Foundation Class). Segundo Eastman et al. (2014) o IFC foi desenvolvido
para intercâmbio de dados e representações na área da engenharia civil e arquitetura.
O IFC funciona como um tradutor de dados que navega entre os diversos
softwares BIM. Ele encontra-se livre para utilização de qualquer ferramenta e não
possui propriedade, ou seja, não foi desenvolvido por um desenvolvedor de software
específico. (EASTMAN et al., 2014)
Para Costa (2013) o IFC é um elemento padronizador de caráter internacio-
nal, que tem por função o compartilhamento de dados e produtos, potencializando a
interoperacionalidade das plataformas.
Para Tavares Junior (2014) o IFC ainda não está completo, apesar do
constante desenvolvimento ainda há perda de algumas informações na troca de dados
entre os softwares. No entanto, as perdas podem ser irrelevantes frente aos interesses
do modelo.

2.6 INTEROPERABILIDADE

No ambiente da construção ou no desenvolvimento de projetos, a falta de


comunicação é um dos principais problemas. É normal que os diversos integrantes,
sejam eles arquitetos ou engenheiros, tenham conceitos ou preocupações diferentes.
Assim surge a necessidade de um modelo genérico, que une os vários envolvidos. A
interoperabilidade pode ser entendida como um círculo que interliga todos os envolvidos
a um modelo único como representado na figura 2. (ALVES et al., 2012)
22

Figura 2 – Conceito de interoperabilidade

Fonte: Manzione (2013)

Segundo Eastman et al. (2014) o grande diferencial do BIM é a interopera-


bilidade, isto é, a capacidade de interpretação e troca de dados através de softwares
utilizados no desenvolvimento de projetos. Para ele, os profissionais envolvidos nas
diversas disciplinas que utilizam a plataforma BIM trabalham de forma mais colaborativa
e ágil, intensificando o intercâmbio de informações.

2.7 NÍVEIS DE DESENVOLVIMENTO DO MODELO

O conceito de LOD (Level of development) foi criado frente a necessidade


de coordenar a evolução do projeto e a modelagem de suas informações. O termo
apareceu pela primeira vez no BIM Protocol Exhibit 2008, documento que formaliza
processos referentes ao BIM e foi concebido por membros da indústria de softwares. A
23

figura 3 apresenta uma representação esquemática do conceito. (MANZIONE, 2013)

Figura 3 – Exemplo de aplicação do LOD

Fonte: Sabs.in

“O nível de desenvolvimento descreve o grau de completude para o qual um


elemento do modelo é desenvolvido(. . . )”. (MANZIONE, 2013)

Os níveis de desenvolvimento são representados em uma escada que va-


ria em cinco graus, correspondendo a um detalhamento que vai ocorrendo
progressivamente ao longo do projeto: 100 (fase conceitual), 200 (geometria
aproximada), 300 (geometria precisa), 400 (execução ou fabricação e 500
(obra concluída). (MANZIONE, 2013, p. 85)

A quadro 1 apresenta as possíveis utilizações para cada LOD e o conteúdo


de cada modelo:
24

Quadro 1 – Níveis de desenvolvimento segundo o AIA e suas utilizações

Fonte: Adaptado de AIA (2008)

2.8 COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS

Para Melhado (2005) compatibilizar é uma forma de unir as diferentes dis-


ciplinas envolvidas num projeto, verificando através da sobreposição os diferentes
projetos, buscando interferências e conflitos.
Para Campestrini et al. (2015) existem basicamente quatro maneiras de se
compatibilizar projetos:

1) Manualmente através de projetos impressos: método mais antigo, utili-


zando projetos impressos e sobrepondo-os, muito suscetível a falhas.

2) Com Softwares CAD 2D: menos desgastante do que o anterior, porém,


ainda muito limitado devido a dificuldade em ler todas as informações e
enterpreta-las.

3) Utilizando modelos 3D: Uma evolução do 2D entretanto falho na discrição


das informações referentes ao processo.
25

4) Através de softwares BIM: método automatizado, com a possibilidade de


definição de regras e a simulação de situações

A compatibilização tem por objetivo verificar as diversas disciplinas que fa-


zem parte da edificação em busca de conflitos com o foco de reduzir custos, desperdício
de materiais e possíveis atraso. (GONÇALVES, 2016)

2.8.1 Compatibilização utilizando BIM

Grande parte da compatibilização feita atualmente utiliza o método 2D, com a


sobreposição de projetos, ou utilizando modelos 3D não parametrizados. Tais métodos
são lentos e ineficientes. A verificação de conflitos feito através de ferramentas BIM são
ágeis e mais precisas, pois, são feitas de forma automatizada e não há limite quanto
ao número de disciplinas utilizadas. A figura 4 apresenta um exemplo modelado em
BIM e diversas incompatibilidades entre disciplinas. (EASTMAN et al., 2014)

Figura 4 – Interferência entre dois elementos

Fonte: bimtech-eng.com

Pesquisa feita por Goes (2011) em sua dissertação demonstra resultados


comparativos entre a compatibilização através de métodos 2D e BIM. O método BIM
encontrou 78,7% mais interferências que o método 2D e no projeto executivo foram
encontradas 123% a mais.

2.9 BIM NO BRASIL

A implantação do BIM no Brasil vem crescendo e precisando de medidas


regulares para capacitar e difundir esta nova plataforma, isso inclui a criação de
protocolos BIM e a capacitação de novos profissionais.
26

Diferentemente do Brasil, em outros países, o conceito de Integrated Project


Delivery (IPD) já é uma realidade, resultando em empreendimentos mais seguros e
eficientes, existindo uma multidisciplinaridade entre projetista, construtores, governo e
partes interessadas. (SUCCAR; KASSEM, 2015)
Aqui no país apesar de o BIM vir se desenvolvendo, existe ainda um agra-
vante quanto à interoperabilidade, pois dependemos de processos formadores de
preço para contração, a exemplo das licitações que envolvem o menor preço, criando
uma barreira entre projeto e execução, indo na contramão do que propõe o processo
BIM. (SUCCAR; KASSEM, 2015)
Segundo Manzione (2013) , o surgimento dos sistemas BIM, vem demostrar
que novas condições de trabalho precisam ser criadas, porém, o Brasil ainda se en-
contra num cenário inicial de desenvolvimento, pois as equipes de projeto trabalham
de maneira isolada, trocando informações somente nos eventos principais de compa-
tibilização. Isso, segundo o autor, demonstra que o método de trabalho ainda segue
uma maneira muito convencional, o que mostra um aproveitamento menor em relação
às potencialidades apresentadas pela tecnologia.

2.9.1 Norma BIM NBR 15965

Segundo Catelini e Santos (2016) no Brasil através do Ministério do Desen-


volvimento, Industria e Comércio, criou-se uma comissão com o intuito de desenvolver
normas sobre BIM, a comissão se chama ABNT/CCE-134. A comissão definiu três
atividades para dar início:

• tradução da norma ISO 12006-2;

• desenvolvimento de um sistema de classificação para a construção; e

• desenvolvimento de diretrizes para a criação de componentes BIM.

Num segundo momento Catelini e Santos (2016) dizem que foi publicado
a norma “ABNT NBR ISO 12006-2:2010 Construção de edificação - Organização de
informação da construção”. Tal norma define regras para a estruturação do sistema
para classificação da informação da construção.
Catelini e Santos (2016) explicam que a NBR 15965 foi criada para servir
como modelo de padronização nacional das nomenclaturas utilizadas nos processos e
que esta é composta por 13 tabelas baseadas no modelo americano OmniClass™.

2.9.2 BIM em Santa Catarina

Em Santa Catarina, através da Secretaria de Estado do Planejamento, foi


desenvolvido um Caderno BIM que “(. . . ) contém/normatiza/descreve os procedimentos
27

para o desenvolvimento de projetos com BIM (. . . )”. O caderno deve ser utilizado em edi-
tais e na contração de novo projetos utilizando o modelo de informação da construção.
(GOVERNO DE SANTA CATARINA, SECRETARIA DE ESTADO DO PLANEJAMENTO,
2014)

2.10 IMPLEMENTAÇÃO DO BIM

Succar e Kassem (2016) citam que “a adoção do BIM atualmente é a expres-


são de inovação dentro da indústria da construção civil” porém, devido à dificuldade
de compreensão quanto aos conceitos que o BIM envolve há certa lentidão em sua
difusão.
Para que haja melhor compreensão de conceitos e formas de se utilizar
o BIM foram criadas diretrizes ao redor do mundo. Elas servem para que o building
information model possa ser utilizado em sua excelência, padronizando processos de
modelagem, planejamento, organização, construção e operação. “As diretrizes relacio-
nam atividades com diferentes benefícios do BIM, além de indicar os intervenientes e
suas responsabilidades para que os objetivos discutidos sejam alcançados” (SHIGAKI;
TZORTZOPOULOS, 2013).
Em sua pesquisa Shigaki e Tzortzopoulos (2013) reuniram diretrizes encon-
tradas em diversos países:

• Penn State BIM Project Execution Planning Guide version 2.0 (EUA, 2010);

• United States National Building Information Modeling Standard – version 1-


NBMIS-US (EUA, 2007);

• GSA BIM Guide Series (EUA, 2007);

• Senate Properties’ BIM Requirements (Finlândia, 2007);

• Common BIM Requirements - COBIM (Finlândia, 2012);

• Autodesk BIM Deployment Plan (EUA, 2010);

• Statabygg BIM manuals (Noruega, 2011);

• National Guidelines for Digital Modelling (Austrália, 2009); e

• BSI B/555 e PAS 1192-2 (Reino Unido, 2012-3).

2.10.1 Dificuldades de Implementação

Por se tratar ainda de uma tecnologia em desenvolvimento o BIM deve apre-


sentar dificuldades quanto a sua implementação. Para Silva, Coelho e Melhado (2015) a
28

indústria da construção é fragmentada e os agentes participantes não trabalham de


forma colaborativa e ainda há falta de qualificação por parte dos profissionais.

O surgimento dos sistemas BIM mostra que um novo paradigma para o traba-
lho colaborativo precisa ser criado. Porém, em um estágio inicial, observado
ainda no Brasil, percebe-se que as equipes de projeto continuam a trabalhar
de madeira individual e com trocas de informação somente nos momentos
de eventos-chave de compatibilização. Na prática, continua-se trabalhando
de forma convencional, sem o aproveitamento dos benefícios possíveis da
tecnologia BIM. (MANZIONE, 2013, p. 11)

Antes de qualquer mudança quanto aos modos de se desenvolver um projeto


é necessário que se faça uma avaliação dos riscos envolvidos. Os interessados na
adoção do BIM devem compreender as novas abordagens da ferramenta e assim tirar
suas conclusões frente as suas necessidades. (DEUTSCH, 2011)
Silva, Coelho e Melhado (2015) dividem as dificuldades de implementação
de acordo com a sua natureza, ou seja, em diferentes categorias: pessoas, tecnologia
e gestão e as descreve da seguinte forma:

• Pessoas: “Falta de tempo e planejamento para implantação da tecnologia


(. . . )”. Necessidade de profissionais qualificados e com experiencia. Re-
sistência por parte dos profissionais mais experientes. (SILVA; COELHO;
MELHADO, 2015);

• Tecnologia: Hardware com maior poder de processamento quando compa-


rado com o CAD visando evitar atrasos no desenvolvimento. Deficiências
no software utilizado na modelagem, adicionando ou eliminando itens ao
modelo, sem necessidade. Falta de compatibilidade entre os diversos softwa-
res utilizados, mesmo com a utilização do IFC como padrão. Biblioteca de
elementos deficiente quando comparada as necessidades da norma brasi-
leira. (SILVA; COELHO; MELHADO, 2015); e

• Gestão: Tamanho dos arquivos criados geram dificuldades gerenciais. Falta


de gestão e planejamento nas alteração necessárias. (SILVA; COELHO;
MELHADO, 2015)

Estudo realizado por Stehling (2012) em empresas de arquitetura e enge-


nharia de Belo Horizonte apresentou os principais itens que podem dificultar a adoção
do BIM:

• Tempo elevado de treinamento;

• Falta de suporte em português por parte das empresas fabricantes de


softwares BIM;
29

• Custo elevado do Software;

• Desconformidades com as normas brasileiras;

• Falta de mão de obra especializada;

• Necessidade de trabalho colaborativo e em equipe;

• Pouca integração entre universidades, empresas e governo; e

• Comprometimento de projetistas, construtores e fornecedores.

2.10.2 Níveis de maturidade

Khosrowshahi e Arayici (2012) dividem os níveis de maturidade de imple-


mentação do BIM em quatro estágios, são eles:

• Pré-BIM - Estágio em que boa parte do material disponibilizado é ainda


em papel apresentando alto nível de imprecisão e ineficiência. Grande
número de conflitos entre os diversos elementos do projeto e má gestão das
informações contidas, o que pode dificultar a compreensão do trabalho;

• Estágio 1- Momento onde há a migração do 2D para o 3D e os elementos


do modelos são feitos de forma fiel à realidade. A informação passa a ser
disponibilizada de forma digital, porém através de arquivos CAD;

• Estágio 2- Evolução da modelagem individualizada para a modelagem


colaborativa. Os processos são desenvolvidos através de todos envolvidos
utilizando o conceito da interoperabilidade do BIM. Requer colaboração e
compartilhamento de informações; e

• Estágio 3- Integração completa do modelo tornando-o uma representa-


ção interdisciplinar do ambiente construtivo além da integração de todo os
envolvidos.

Para Tobin (2008) a implementação do BIM se divide em três fases:

• BIM 1.0 (CAD on Steroids): Modelagem em 3D para agilizar e facilitar a


produção de documentação de projetos;

• BIM 2.0 (The Big Bang in Reverse): Modelo composto por diversas disci-
plinas e com usos diversos, seja para planejamento ou para análises de
desempenho; e

• BIM 3.0 (Post-interoperability): “protobuildings“ feitos de forma totalmente


colaborativa e em rede.
30

2.11 OS PRINCIPAIS SOFTWARES BIM

O quadro 2 apresenta os principais softwares utilizados para modelagem


BIM pesquisados por Costa (2013) ao qual estão divididos por disciplinas como pode
ser visto a seguir:

Quadro 2 – Softwares BIM

Fonte: Adaptado de COSTA (2013)

Para Barinson e Santos (2011) os softwares mais utilizados por escritórios de


projetos são o Revit da Autodesk, o ArchiCAD da Graphisoft e o Bentley Architecture,
da Bentley.
Segundo Maria (2008) o Revit por se tratar de uma suite mais completa, pos-
suindo módulos para arquitetura, hidráulica, elétrica, sistemas mecânicos e gerenciador
de dados se destaca entre as opções. Em sua dissertação Maria (2008) apresentou os
softwares mais utilizados para modelagem BIM como mostra a figura 5:
31

Figura 5 – As ferramentas mais utilizadas

Fonte: Maria (2008)

2.12 CONCEPÇÃO DE PROJETO DOS SISTEMAS PREDIAIS

Com a crescente necessidade de redução de custos, economia de materiais


e sustentabilidade é notável que o mercado da construção civil precisa de sistemas que
auxiliem na gestão e controle de projetos objetivando a melhoria da qualidade. Segundo
Grilo, Peña e Santos (2001) o setor da construção civil depende diretamente da
qualidade dos projetos.
Para Ywashima e Ilha (2010 apud AMORIM, 1997) o projeto pode ser
definido da seguinte forma:

• Representação do processo de criação;

• Ligação com os participantes do processo de construção da edificação;

• Permite análises futuras; e

• Elemento que conversa com os responsáveis pela execução.

Já Farina (2002 apud MELHADO, 1994) diz que o projeto deve ser encarado
como parte do processo de construir e ser responsável pelo processo de organizar,
informar, desenvolver e transmitir informações de cunho físico e tecnológicos envolvidos
na construção. Farina (2002) exemplifica de forma sistêmica as etapas presentes no
edifício na figura 6.
32

Figura 6 – Desenvolvimento de um edifício

Fonte: Farina (2002)

Porém, na prática, para Farina (2002), o desenvolvimento em sistemas


prediais segue as seguintes etapas:

• Estudo preliminar: Tem por objetivo prever as dimensões necessárias para


implantação dos sistemas e informá-los a equipe de projeto;

• Anteprojeto: Composto de representações gráficas e possíveis mudanças


no arquitetônico;

• Projeto Executivo: Detalhes pertinentes à execução, dimensões, memoriais


de cálculo, materiais e descrições; e

• Projetos Legais: Projetos específicos em conformidade com as necessida-


des dos serviços públicos.

2.12.1 Projeto Conceitual

Considerando que os sistemas têm por finalidade satisfazer os interesses e


necessidades dos usuários e que tais itens devem ser considerados antecipadamente,
cabe ao projeto conceitual a identificação. Nessa etapa são definidas as necessidades
técnicas e legais como também as exigências que o sistema solicita. (GRAÇA; FREIRE;
FARINA, 1998 apud YWASHIMA; ILHA, 2010)
De acordo com Graça, Freire e Farina (1998), Ywashima e Ilha (2010) o
projeto conceitual é pouco aproveitado no projeto de sistemas prediais, restando aos
momentos de reuniões as definições de detalhamento e de certa forma ignorando o
estudo de alternativas e verificações de itens que possam afetar o sistema. Dessa
forma a qualidade final do projeto fica atrelada somente a experiência do projetista que
deve prever as dificuldades que a atividade pode encontrar.
33

2.12.2 Projeto preliminar

O projeto preliminar tem por objetivo o detalhamento e passa pelas seguintes


etapas descritas na figura 7:

Figura 7 – Desenvolvimento do projeto preliminar

Fonte: Graça et al (1998)

Desmembrando alguns itens do projeto preliminar chegamos ao de análise


funcional, que engloba as partes de desenvolvimento, operação e suporte ao sistema.
Nessa fase, além da identificação e definição de todos os elementos, também há a
compreensão dos recursos necessários para suprir as necessidades (BLANCHARD;
FABRYCKY, 2010). Usa-se para auxílio do desenvolvimento do projeto um diagrama
funcional que organiza de maneira lógica os diversos sistemas envolvidos e pode ser
melhor entendido na figura 8. (GRAÇA; FREIRE; FARINA, 1998)

Figura 8 – Diagrama funcional para sistema de água fria

Fonte: Graça et al (1998)

Para Blanchard e Fabrycky (2010) a síntese preliminar e alocação dos


requisitos tem por função o detalhamento de parâmetros físicos e técnicos relacionados
ao sistema como comprimento, desempenho, capacidade de operação, custos de
operação, manutenção, formas de utilização entre outros.
34

Na etapa de estudo de alternativas são definidas as melhores formas de


satisfazer os itens específicos previstos anteriormente utilizando métodos analíti-
cos. (GRAÇA; FREIRE; FARINA, 1998)

2.12.3 Requisitos básicos para os Sistemas prediais

Encontrada as necessidades do sistema, são definidos os requisitos gerais,


que de certa forma estabelecem as principais características do sistema como um
todo, uma espécie de “filosofia de concepção” que, na prática é estabelecida pelo
empreendedor. (GRAÇA; FREIRE; FARINA, 1998)
Segundo Graça, Freire e Farina (1998) são exemplos de requisitos gerais do
sistema os seguintes itens:

• Padrão de qualidade;

• Custo;

• Tecnologia envolvida;

• Público alvo;

• Segurança;

• Durabilidade;

• Manutenção;

• Modo de operação; e

• Economia de insumo.
35

3 A FERRAMENTA AUTODESK REVIT

O Revit é uma ferramenta desenvolvida pela Autodesk e uma das mais popu-
lares quando o assunto é BIM. O software pode ser utilizado em diversas disciplinas de
arquitetura e engenharia, sendo que na engenharia as disciplinas mais utilizadas são a
estrutural, sistemas elétricos e sistemas hidraulicos. (PROGRAMA DE EDUCAÇÃO
TUTORIAL DE ENGENHARIA CIVIL UFSC, 2016)
A plataforma Revit para modelagem de informações de construção consiste
em um sistema de desenho e documentação que suporta projetos, desenhos e tabelas
necessários para a construção de um projeto. (AUTODESK, 2011)
No Revit o modelo de construção e as vistas 2D e 3D possuem o mesmo
conjunto de dados da construção ou seja, enquanto você modela, o Revit coordena
as alterações para todas as outras vistas do projeto, sejam folhas, vistas, cortes ou
plantas. (AUTODESK, 2011)
A ferramenta é segmentada em três áreas, o Revit Architecture, o Revit
Estructure e o Revit MEP. Antes de 2013 os pacotes eram disponibilizados separada-
mente, ou seja, cada pacote era limitado a sua discplina, no entanto atualmente o Revit
engloba a três categorias no mesmo software.
O Revit foi o software escolhido para a modelagem do sistema hidráulico.
Portanto o capítulo 3 tratará de aspectos relacionados ao software e como a ferra-
menta trata e desenvolve sistemas hidráulicos.

3.1 REVIT MEP

Uma das segmentações do Revit, o MEP do inglês: Mechanical, Electrical


and Plumbing esta voltado para a modelagem, análise e colaborações entre os agentes
integrantes do projeto de sistemas. (AUTODESK, 2018b)
A ferramenta MEP da Autodesk permite a elaboração de projetos de insta-
lações elétricas, hidráulicas e de ar condicionado, gerando desenhos e documenta-
ções. (COSTA, 2013)
Apesar da suposta divisão entre as discliplinas dentro da plataforma, quando
o assunto entra no ambito da modelagem essa divisão se defaz, pois é possível a
união de todos os modelos envolvidos no projeto num único ambiente de análise, o que
possibilita executar verificações e estudos.

3.2 A ÁREA DE TRABALHO

A área de trabalho do Revit é dividida em três principais ambientes como


destacado na figura 9:
36

Figura 9 – Legenda

Fonte: Do autor (2018)

1) Ribbon (barra de tarefas): Composta pelos itens de modelagem, análise,


anotações e compartilhamento;

2) Propriedades: Contém informações referentes a cada elemente, esteja ele


aplicado no projeto ou não, vale ressaltar que as alterações feitas nessa
guia são implantadas em tempo real ao modelo; e

3) Área de modelagem: Área destinada a vizualização do modelo, seja em 3D


ou em 2D, nesta área também é possível vizualizar as folhas de desenho e
também isolar itens especificos. O Revit permite esconder grupos de itens
específficos através de filtros.

Na Ribbon é possível identificar a aba sistemas, nesta aba encontram-se os


principais elementos para modelagem de sistemas hidráulicos, elétricos e mecânicos.
Ao selecionar-se o elemento tubo, a área de propriedades descreve as caracteristicas do
tubo em destaque, informando por exemplo: diâmetro, rugosidade, material, inclinação
etc. Ainda com o elemento selecionado a ribbon entra em modo de modificações,
assim é possível a alteração de inclinações, diâmetros e outros aspectos que facilitam
a modelagem. As figuras 10 e 11 apresentam a Ribbon de sistemas e a Ribbon de
modificaçoes do Revit respectivamente:
37

Figura 10 – Ribbon de sistemas

Fonte: Do autor(2018)

Figura 11 – Ribbon de modificações

Fonte: Do autor (2018)

3.3 ELEMENTOS DA MODELAGEM E FAMÍLIAS

3.3.1 Elementos

A modelagem dentro de uma plataforma BIM, diferente da plataforma tradici-


onal CAD, exige que os elementos incluidos no modelo disponham de propriedades
dimensionais precisas e bem definidas. Um projeto pode incluir milhares de elementos
diferentes que interagem um com o outro no ambiente modelado.
O Revit divide-se em três conjutos básicos de elementos:

• Elementos do modelo: Elementos que representam a geometria real cons-


truida; (AUTODESK, 2018a)

• Elementos de dados: Ajudam a definir o contexto do projeto. São exemplos,


níveis e planos de referência; e(AUTODESK, 2018a)

• Elementos específicos da vista: Ajudam a documentar ou descrever o


modelo, cotas são exemplos. (AUTODESK, 2018a)

A figura 12 categoriza e exemplifica essa divisão dentro do ambiente Revit:


38

Figura 12 – Diagrama de elementos do Revit

Fonte: Autodesk (2018)

Deve-se salientar ainda que o Revit sub-divide os compomentes do modelo


em três grupos:

• Elementos do Revit Architecture;

• Elementos do Revit Structure; e

• Elementos do Revit MEP.

3.3.2 Famílias

Um conjunto de elementos similares, que possuam parâmetros e funções


comuns entre sí, no Revit, são denominados de Famílias. As famílias podem ser vistas
como um grupo de janelas, ou um conjunto de conexões hidráulicas ou até um conjunto
de vegetações.
39

Existem no Revit três conjuntos de famílias:

• Famílias do sistema: Famílias definidas pela plataforma, não sendo sendo


possível alterações além daquelas já pré-definidas. São exemplos de famílias
do sistema: Paredes, telhado, forro, piso, escadas entre outros; (MARITAN,
2009)

• Famílias carregáveis: São elementos editáveis que podem ser ou não


carregados ao projeto. Também é possível salvar em arquivo externo as
alterações feitos no objeto para posterior utilização. São exemplos de famílias
carregáveis: Registros hidráulicos, peças sanitárias, portas, janelas entre
outros; e(MARITAN, 2009)

• Famílias no Local: São elementos únicos e exclusivos criados para deter-


minada função em projeto. São modelados dentro do próprio arquivo de
projeto. (MARITAN, 2009)

A plataforma Revit permite a importação de diversos grupos de família, de


modo que diversos fabricantes de produtos para construção possuem boa parte de
suas linhas disponibilizadas para uso em BIM.

3.3.3 Familias para sistemas hidráulicos

Entre as várias familias para Revit, existem as específicas para a modelagem


de sistemas hidráulicos, a plataforma possui um conjunto próprio de modelos genéricos,
porém muito resumida para as necessidades atuais. Porém para uma boa modelagem
do sistema hidráulico é necessário que o modelador edite os elementos padrões
disponibilizados pela autodesk ou carregue de famílias disponibilizadas por terceiros.
A figura 13 apresenta alguns elementos disponiveis para a modelagem de sistemas
hidráulicos:
40

Figura 13 – Família de tubos Tigre carregadas através do Revit

Fonte: Do autor (2018)

Fabricantes de tubulações e conexões hidráulicas, peças sanitárias, re-


gistros e hidrometros disponibilizam boa parte de seus produtos através de famílias
carregaveis para o Revit. Isso não só facilita como também melhora a precisão dos
parâmetros contidos no elementos modelados.

3.4 TEMPLATES NO REVIT

o template é um arquivo que carrega uma pré-configuração de propriedades


que podem ser utilizadas como base inicial na modelagem de sistemas. Pode incluir
famílias, tipos de vistas, unidades pré-definidas, características de visualização entre
outras pré-definições que possam agilizar o processo.
Para cada disciplina o Revit disponibiliza um template diferente, ou seja,
41

um arquivo inicial que contém as famílias (paredes, portas, janelas, tubulações) de


equipamentos básicos para a modelagem. (COSTA, 2013)
O Revit possuí templates próprios para arquitetura, estruturas e MEP, cada
um deles carrega elementos específicos de cada disciplina. Se você esta modelando
o estrutural de um edifício dentro de um template Revit de estruturas e deseja co-
meçar a modelar os sistemas complementares, terá que abrir um novo arquivo com
o template para MEP, que pré-carrega os elementos para modelagem.
Porém, nem sempre os templates do próprio sistemas suprem a necessidade
do modelador, de forma que são possíveis alterações que o tornem mais efetivo frente
às necessidades. Sendo assim, para que o modelador consiga utilizar ao máximo a
ferramente deve-se, ou criar um template próprio, ou encontrar algum entre os vários
disponibilizados via internet que se adapte a sua necessidade.
O template é carregado a partir de um arquivo “.rte” (padrão do Revit) inicia-
lizado no início da modelagem, logo, todas as famílias do arquivo estarão carregadas
para utilização assim como os modelos de vistas já pré-definidos, ou seja, as cores de
visualização dos elementos.

3.5 A MODELAGEM DE SISTEMAS HIDRÁULICOS NO REVIT

A modelagem de sistemas no Revit tem início com a definição ou edição


de um template que se encaixe nas necessidades do modelador. O mesmo deve ser
composto por famílias hidráulicas compatíveis com as definições de projeto e ter seus
filtros organizados para separação dos diversos tipos de instalações participantes. A
figura 14 demonstra os filtros ligados no painel de visibilidade gráfica do software em
um template para hidráulica.

Figura 14 – Visibilidade gráfica do Revit

Fonte: Do autor (2018)


42

É importante frisar que a boa definição dos parâmetros do filtro facilita o


trabalho futuro de modelagem e também a visualização em obra seja em planta
impressa em folha ou tablets, pois evita possíveis falhas de interpretação do projeto.
Numa visão ideal de modelagem, o segundo passo seria a vinculação do
projeto de arquitetura e estruturais ao Revit, sejam eles de arquivos prioritários da
plataforma ou em IFC. O software da Autodesk permite o gerenciamento de vínculos
externos com o modelo a ser desenhado, ou seja, pode-se carregar visões menos
detalhadas e não editáveis de todas as disciplinas participantes. Também é possível
importar através do gerenciador de vínculos um modelo CAD, caso seja necessário
para verificações ou como base de referência da modelagem.
Essa vinculação é o grande diferencial das ferramentas BIM, pois, quando
alterados, os arquivos vinculados também sofrem alterações dentro do modelo que
o vincula. Tomamos como exemplo a modelagem de um ambiente com instalações
hidráulicas, caso ocorra uma alteração arquitetônica no arquivo vinculado ao projeto
essa alteração será imediatamente carregada pelo software. A figura 15 demonstra um
modelo hidráulico carregado com vínculos estruturais e arquitetônicos:

Figura 15 – Exemplos de vínculos no Revit

Fonte: Do autor (2018)

A partir da terceira etapa inicia-se a geração de possíveis layouts, posicio-


namento de prumadas, peças sanitárias e outras atribuições de projeto, que no Revit
tornam-se um pouco mais complexas do que o simples desenho de linhas do CAD.
A possível complexidade é devido as definições de níveis, lançamento dos elemen-
tos na elevação correta, definição e aplicação da inclinação das tubulações, que de
certa forma, impactam bastante o resultado final da modelagem. Outra preocupação
que o projetista deve ter é com a interferência de tubulações que estão em um plano
coincidente.
43

Durante o andamento do projeto, já é possível obter quantitativos precisos


dos materiais até então aplicados. Os valores são gerados em tabelas configuráveis
que são acessíveis em qualquer fase do modelo. O projetista pode configurar os itens
a serem quantificados, assim como exportá-los para planilhas.
44

4 ESTUDO DE CASO

O estudo foi realizado, durante a vigência do estágio curricular, em con-


junto com a ALZ Construtora, empresa esta sediada no município de Palhoça, Santa
Catarina.
Para estudo da aplicação da ferramenta BIM na construtora, foi feito o
acompanhamento de dois empreendimentos. Os desenhos foram modelados através do
Revit utilizando como base os modelos hidráulicos, arquitetônicos e estruturais feitos em
CAD. Entretanto, durante a modelagem, caso fossem encontrados falhas ou erros nos
desenhos 2D as alterações de correção eram prontamente executadas na plataforma
BIM.

4.1 METODOLOGIA DO TRABALHO

Com a intenção de demonstrar as atividades que serão desenvolvidas e


melhor descrever as etapas do processo, foi feito o fluxograma apresentado na figura
16:

Figura 16 – Fluxograma

Fonte: Do autor
45

4.1.1 Revisão bibliográfica

A revisão bibliográfica reuniu as principais definições sobre o tema desenvol-


vido, buscando o aprimoramento do conhecimento e todo o aporte necessário para em-
basar teoricamente o presente trabalho. Para isso aprofundou-se em plataforma BIM e
suas relações com a modelagem de sistemas hidráulicos.
Portanto, tratou-se de temas que interligavam a modelagem atual praticada
em 2D com as possibilidades que o BIM oferece para o ambiente da construção civil
como também aspectos específicos da plataforma e definições necessárias para melhor
entendimento de suas aplicações.

4.1.2 Escolha do estudo de caso

A escolha do estudo de caso ocorreu frente aos interesses da construtora


na aplicação da plataforma BIM e ao estágio curricular exercido no ambiante de
obra, que permitiu, tanto a participação na modelagem do sistema hidráulico, como
também a observação da execução do sistema na prática. Também é importante
salientar que a presença no dia-a-dia, e a total participação nos processos relativos
ao BIM intensificaram a escolha do estudo de caso. Outro fator importante é ainda a
baixa incidência na região de construtoras optando pela introdução da plataforma BIM
em seus ambientes de obra.

4.1.3 Modelagem em 3D

Para a modelagem do sistema foi selecionado como ferramenta principal


a Autodesk Revit, pois além de ser uma das plataformas BIM mais conhecidas no
mercado, disponibiliza seus recursos de forma gratuita para estudo e pesquisa e
também possui vasta biblioteca de famílias paramétricas disponibilizadas em sitios
dedicados.
Frente as possíveis dúvidas ou dificuldades para a modelagem de sistemas
hidráulicos, era disponibilizado através do servidor da construtora um curso específico
para a modelagem de sistemas hidráulicos no Revit. Todos os colaboradores partici-
pantes tinham acesso as videoaulas.
Eram modelados dois empreendimentos, porém com enfoques diferentes,
um teve sua modelagem feita de forma completa, ou seja todos os projetos complemen-
tares foram remodelados, outro tinha como foco a modelagem do sistema hidráulico
dos andares tipo.
46

4.1.4 Classificação dos problemas encontrados

Finalizadas as modelagens e iniciada a execução do sistema hidráulico nos


empreendimentos, foram coletados os principais dados referentes a modelagem e suas
aplicações e organizados de acordo com seus aspectos como apresentado a seguir:

• Falta de compatibilidade: elementos que se cruzam sem as devidas indica-


ções, acarretando a necessidade de solução em obra;

• Ausência de informação nos projetos: caracteriza-se pela falta de elemento


que explique ou descreva a situação para melhor entendimento no momento
da execução; e

• Não conformidade entre desenhos: Desenhos iguais que são representa-


dos de formas diferentes.

4.2 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA CONSTRUTORA

A empresa possui um organograma estruturado e composto por engenheiros,


arquitetos e corpo técnico, como demonstrado na figura 17. O diretor, que também é
um dos proprietários exerce funções administrativas e é responsável pela tomada de
decisões de cunho construtivo, porém, auxiliado pelo arquiteto e engenheiros. O setor
de engenharia e arquitetura também é responsável pela organização, compatibilização
e acompanhamento dos projetos. A construtora também conta com um supervisor
técnico que acompanha obras e um supervisor de qualidade que verifica a execução
de serviços.
47

Figura 17 – Estrutura organizacional da ALZ Construtora

Fonte: ALZ Construtora (2018)

4.2.1 Serviços desenvolvidos pela construtora

A construtora atua no setor de construção civil no município de Palhoça


executando obras prediais residenciais multifamiliares. Boa parte de seus empreendi-
mentos estão inclusos no programa Minha Casa Minha Vida do governo federal. Os
serviços de construção são realizados por equipe própria e terceirizadas.
Os projetos estruturais e complementares são contratados através de par-
ceiros que desenvolvem os projetos sob supervisão da construtora e da arquiteta
responsável. A arquiteta da construtora também cria e desenvolve os projetos arqui-
tetônicos executados pela construtora.

4.2.2 Processo de implantação da ferramenta BIM na construtora

O interesse da construtora na implantação da ferramente BIM surgiu frente


a necessidade de resolver de forma mais agil tarefas de compatibilização e obtenção
de quantitativos, para tal, através de seus colaboradores era modelado as disciplinas
de projeto e retirava-se as informações necessárias. Inicialmente o enfoque principal
ficava somente com a disciplina de instalações hidráulica, posteriormente passou para
as disciplinas restantes.
A capacitação dos colaboradores quanto ao uso das ferramentas BIM, foi
sendo realizada dentro do ambiente de trabalho da empresa através da aquisição
de cursos com videoaulas e treinamentos mais específicos. O aprendizado era reali-
48

zado concomitantemente a modelagem. Tinham acesso aos curso os engenheiros, a


arquiteta e os estagiários que participavam do processo.
O uso da ferramente mudou de certa forma a aprensentação dos projetos ao
setor de execução, anteriormente a implantação, os projetos recebidos dos projetistas
passavam por certa avalição dos engenheiros e eram liberados à obra, deixando que
possíveis problemas surgissem para então solucioná-los. Com o uso do BIM os projetos
recebidos eram remodelados, avaliavam-se suas inconsistências, gerava-se o material
impresso e só então eram disponibilizados para o setor de execução.
O uso do BIM pela construtora encontra-se em caráter experimental, avaliando-
se os benefícios e as dificuldades de seu uso e medindo a importância do processo
na resolução de seus problemas diários. A empresa ainda avalia a possibilidade de
aquisição de futuros projetos que já estejam alinhados ao conceito BIM.

4.3 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DOS MODELOS EM BIM

O processo de modelagem tinha início com as definições das necessidades


dos projetos e nível de detalhamento necessário em cada disciplina. Os modelos
arquitetônicos e estruturais tinham maior enfoque nas características volumétricas
e distribuição de seus elementos, não sendo necessário maiores detalhamentos, já
os modelos hidráulicos demandavam maior atenção aos detalhes, de forma que se
aproximasse ao máximo do modo construtivo.
Todas as disciplinas eram baseadas em seus respectivos desenhos CAD.
Os modelos eram desenvolvidos no decorrer da execução dos empreendimentos o que
demandava certa agilidade.
De modo geral a disciplina hidrossanitária desenvolvida nos empreendimen-
tos apresentados nesse estudo utilizavam um template adquirido em conjunto com um
curso disponibilizado para os participantes da modelagem. O template era composto
de famílias desenvolvidas por diversos fabricantes de materiais hidráulicos e peças
sanitárias.

4.4 RESIDENCIAL VICENZA

O Residencia Vicenza é um empreendimento multifamiliar, incluso no pro-


grama “Minha Casa Minha Vida”. O residencial conta com sete torres de 4 pavimentos
tipo e oito apartamentos por pavimento, sendo que no térreo do sétimo bloco há so-
mente quatro unidades, o que contabiliza um total de 220 unidades. As áreas privativas
das unidades variam de 61,65m² a 55,36m². A entrega do Residencial Vicenza está
prevista para fevereiro de 2020.
Na figura 18 é apresentado uma imagem ilustrativa da modelagem arquitetô-
nica do bloco residencial através do Revit:
49

Figura 18 – Imagem ilustrativa do modelo arquitetônico

Fonte: Do autor (2018)

A estrutura do edifício é feita em concreto armado, lajes treliçadas com


preenchimento em EPS. O estrutural foi enviado pelo engenheiro calculista que ex-
portou o modelo utilizando a extensão IFC, que permite a interação entre Revit e
outros softwares compatíveis. Tal modelo possuí as características volumétricas dos
elementos estruturais, vigas, pilares, lajes e fundações. O modelo IFC perde parte das
informações quando importado no Revit, entretanto é o bastante para a modelagem
das disciplinas complementares e posterior análise de conflitos. A imagem do modelo
estrutural é vista na figura 19:
50

Figura 19 – Modelo IFC do estrutural

Fonte: Do autor (2018)

4.4.1 Processo de modelagem da disciplina hidráulica

A modelagem da disciplina hidráulica era baseada nos modelos CAD desen-


volvidos pelo projetista responsável. O modelo então era vinculado ao Revit e modelado
dentro de um template MEP, basicamente sobrepondo o modelo 2D do projeto original,
porém aplicando elevações e inclinações as tubulações indicadas e respeitando os
elementos componentes da arquitetura e estrutural. A figura 20 demonstra um exemplo
da modelagem sobreposta.
51

Figura 20 – Modelagem sobreposta

Fonte: Do autor (2018)

Quando não era possível acompanhar fielmente o modelo 2D algumas pe-


quenas alterações de locação das tubulações eram aplicadas, viabilizando a execução
e a modelagem.

4.4.2 Apresentação dos modelos para execução

A modelagem do Residencial Vicenza era focada nos sistemas de esgoto


sanitário e alguns elementos de aguá fria e captação pluvial. Essa pré-definição tinha o
intuito de agilizar a montagem das lajes antes das concretagens e contabilizar material.
E como forma de facilitar a execução, os elementos que necessitavam espera foram
cotados em planta relacionando suas posições com as peças estruturais. A figura 21
demonstra essa aplicação.
52

Figura 21 – Cotas aplicadas a elementos de projeto

Fonte: Do autor (2018)

Essa planta baixa cotada era entregue ao encarregado, impressa em folha


A1 e colorido, assim como seus respectivos detalhes impressos em folha A3 colorida
e encadernado. No projeto original em 2D essas locações cotadas não eram feitas, o
que passava a responsabilidade ao encarregado responsável pela hidráulica ou gerava
a necessidade de um outro desenho CAD demonstrativo.

4.4.3 Obtenção dos quantitativos

Para agilizar e melhorar a precisão da obtenção dos quantitativos de materi-


ais para o sistema hidrossanitário foram geradas tabelas através do Revit especificando
a quantidade dos materiais que necessitavam ser adquiridos.
A tabela era formatada após o fim da modelagem do pavimento e seus
dados encaminhados ao setor de compras. O quadro 3 exemplifica um modelo gerado
através do Revit com os quantitativos dos pavimentos térreo e tipo 1 do bloco 1.
53

Quadro 3 – Lista de tubos geradas através do Revit

Fonte: Do autor (2018)

4.4.4 Falhas observadas e suas soluções

No processo de modelagem foram identificados alguns erros de compatibili-


zação, um deles entre o arquitetônico e o sistema hidrossanitário. A figura 22 demonstra
os banheiros de mesma prumada do BL 1 que possui quatro apartamentos para porta-
dores de necessidades especias e portanto, necessitam de certas alterações. Como
indicado em vermelho na figura, não há área destinada para a descida de tubulação.

Figura 22 – Detalhe do BWC do apartamento térreo e apartamento tipo 1

Fonte: Alz Construtora (2017)

Para solucionar o problema foi feito um desvio na prumada do nível do tipo


1, para a área indicada em verde na figura 22. Porém, era necessário verificar-se o
espaço necessário para a alteração. A figura 23 demonstra em planta e no isométrico a
solução indicada.
54

Figura 23 – Planta baixa do tipo 1 e esquema isométrico da pruma

Fonte: Do autor (2018)

Algumas interferências entre o projeto original e o projeto estrutural também


foram encontradas, um dos casos era a passagem da tubulação de gordura através
de um pilar no pavimento térreo dos blocos. A imagem 24 ilustra essa situação e a
solução.

Figura 24 – Comparativo entre traçado adotado na modelagem e traçado original

Fonte: Do autor (2018)

Outra falhas identificadas que foram solucionadas durante a modelagem do


55

sistema são apresentadas no quadro 4:

Quadro 4 – Falhas encontradas e suas soluções

Fonte: Do autor (2018)

4.5 RESIDENCIAL FERRARA

O Residencia Ferrara é um empreendimento multifamiliar, também incluso


no programa “Minha Casa Minha Vida”. O residencial conta com uma torre de 8 pavi-
mentos tipo e seis apartamentos por pavimento, totalizando um total de 48 unidades
habitacionais. Entrega está prevista para dezembro de 2018.
A figura 25 representa um modelo demostrativo do estrutural e arquitetônico
do respectivo empreendimento:

Figura 25 – Imagem ilustrativa do modelo arquitetônico e estrutural

Fonte: Alz Construtora (2017)


56

4.5.1 Apresentação dos modelos para execução

No caso do Residencial Ferrara o modelo estrutural foi modelado na própria


construtora, diferentemente do modelo do Residencial Vicenza. A estrutura é executada
em concreto armado, laje treliçada com preenchimento em tijolos.
No Residencial Ferrara essa locação também era feita e cotada em planta,
indicando pontos que exigiam espera para futura passagem de tubulação, como de-
monstrado na figura 26:

Figura 26 – Locação das esperas para tubulações da laje tipo 1 do Residencial Ferrara

Fonte: Alz Construtora (2017)

Assim como as respectivas esperas para caixas sifonadas e as dimensões


de esperas de prumadas locadas junto a paginação de vigotas treliçadas como ilustrado
na figura 27:

Figura 27 – Locação e medida das esperas da laje do tipo 1 do Residencial Ferrara

Fonte: Alz Construtora (2017)


57

Como pode ser observado os detalhamentos de medidas e locações, tanto


do Residencial Vicenza quanto do Ferrara, tinham como interesse de agilizar e garantir
que a execução respeitasse o solicitado em projeto.
Apesar de a representação 2D ainda ser mais suscetível a falhas do que a
representação 3D a facilidade em se atribuir detalhes das ferramentas BIM, minimizam
possíveis erros. Em casos em que se exigia maior poder de visualização tridimensional
foram feitos cortes com vista fixada, para cotar elementos. A figura 28 exemplifica
desenhos enviados a obra com o intuito de facilitar a visualização tridimensional das
instalações:
Figura 28 – Representação isométrica BWC tipo 1 Residencial Ferrara

Fonte: ALZ Construtora (2017)

Na figura pode ser observado a instalação de água fria embutida na parede,


locação da espera para instalação do vaso sanitário, indicação das prumadas alocadas
na mocheta e indicações de diâmetro das tubulações. As cotas do desenha tomam
como referência a estrutura, pois são elementos fixos e de fácil identificação, facilitando
assim a execução e minimizando possíveis erros.

4.5.2 Obtenção dos quantitativos

O residencial Ferrara também contava com a geração de tabelas par ob-


tenção de quantitativos. Os dados eram exportados para um software e repassado
58

ao setor de compras. Além da definição da marca nas tabelas também constavam


os códigos de cada produto junto a fabricante, o que facilitava a escolha correta do
material, porém, ficava a critério da direção a escolha da marca a adquirir. O quadro 5
demonstra um exemplo da tabela de quantitativos do residencial Ferrara.

Quadro 5 – Lista de conexões para sistema de água fria

Fonte: Alz Construtora (2017)

4.5.3 Falhas observadas e suas soluções

Na modelagem do Residencial Ferrara foram observadas alguns erros de


compatibilização entre projetos, um delas trata-se da passagem de tubulação de água
fria através de um pilar. A figura 29 demonstra a situação representada no projeto
original. Esse erro é repetido em todos os andares tipo do edifício.

Figura 29 – Recorte do projeto original de água fria

Fonte: Alz Construtora (2017)

Como se tratava de uma tubulação que passava próxima ao teto com


59

acabamento em gesso acartonado, foi possível realizar um simples desvio como


apresentado na figura 30.

Figura 30 – Representação da alteração da tubulação de água fria

Fonte: Alz Construtora (2017)

Outras falhas derivadas dos projetos originais que foram encontradas du-
rante a modelagem e foram solucionadas, são indicadas no quadro 6.

Quadro 6 – Falhas encontradas e suas soluções

Fonte: Do autor (2017)


60

5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1 CONCLUSÕES

Os resultados quanto a implantação do BIM são conclusivos, a metodologia


traz diversos benefícios para o ato de se construir e se projetar sistemas hidrossanitá-
rios. Apesar das mudanças necessárias no processo como um todo para que se possa
fazer uso em sua total capacidade, o modelo de informação da construção constitui uma
nova forma de se planejar, construir, projetar e analisar um edifício ou qualquer obra de
construção civil.
No decorrer da implantação, e com a crescente evolução dentro dos níveis
de maturidade, ficam evidentes os avanços e benefícios que a plataforma pode oferecer,
sejam na obtenção de dados e informações ou na execução do sistema hidrossanitário.
A seguir temos as principais conclusões referentes ao que este estudo de
caso se colocou a estudar.

5.1.1 BIM versus o processo tradicional

As ferramentas CAD quando necessitam de alterações ou um estudo mais


aprofundado de ambiantes sanitários mais complexos, tomam mais tempo de mode-
lagem, e mesmo assim requerem poder de visualização daquele que ira executar. Já
com a ferramenta BIM quando se avalia a necessidade de melhor representar ou me-
lhor detalhar alguns elementos é extremamente ágil. Através da plataforma o sistema
hidrossanitário pode ser representado graficamente de vários ângulos facilitando assim
a visualização daquele que executa.
Basicamente os principais ganhos da plataforma BIM versus o processo
tradicional são:

• Ganho de velocidade no detalhamento de sistemas hidrossanitários;

• Flexibilidade na representação de sistemas;

• Parametrização e definição dos elementos constituintes do sistema hidros-


sanitário; e

• Documentação tridimensional do sistema.

5.1.2 Dificuldades de implementação

A rede constituida por projetistas e construtoras quanto a implantação do


BIM vem mudando lentamente, ainda poucos projetistas utilizam ferramentas BIM para
61

confecção de projetos, em se tratando de sistemas complementares a situação é ainda


pior, o que implica na ausência de interoperabilidade entre os agentes participantes.
A falta de certos padrões e normas para utilização do BIM também impactam
diretamente na condição final de sua utilização. Pois, muitas das decisões são tomadas
com base no empirismo, o que pode impactar na qualidade final do processo.
Outro fator que deve ser destacado é quanto a representação gráfica dos
modelos em BIM, quando se modela através da plataforma os ganhos são muitos,
porém ao levar os projetos à obra esbarramos na necessidade de impressão 2D.
Ou seja, perdemos boa parte do diferencial da ferramenta se não agregarmos outra
forma de apresentar os modelos para execução.
Diante disso as principais dificuldades encontradas quanto a implementação
do BIM foram:

• Ausência de uma norma reguladora;

• Falta de interoperabilidade;

• Dificuldade de apresentar os modelos à obra para execução; e

• Resistência por parte de projetistas.

5.1.3 Compatibilização

A capacidade do BIM para verificação de incompatibilidade entre disciplinas


é um dos fatores que mais chama a atenção daqueles interessados. É importante
citar que ao se unir os modelos de sistemas que foram remodelados através do BIM
dificilmente não se acha alguma incompatibilidade. Isso se dá, principalmente pela
falta de comunicação entre os agentes participantes do projeto. Tal problema é sanado
quando se une as disciplinas e se discute os problemas encontrados antecipadamente.
Portanto, os principais resultados observados quanto ao processo de com-
patibilização através do BIM foram:

• Tomada de decisão antecipada;

• Resolução de possíveis problemas com antecedência;

• Discussões quanto a alterações auxiliadas por modelos 3D; e

• Verificação automatizada de compatibilização entre a disciplina de sistemas


hidrossanitários e outras disciplinas.
62

5.1.4 Obtenção de quantitativos

A plataforma BIM através de seu sistema parametrizado agiliza o processo


de obtenção do quantitativo de materiais hidrossanitários especificando cada elemento
do sistema de forma correta. Ao final se obtêm com bastante precisão, resultados
satisfatórios que são exportados através de tabelas que o Revit gera.
Logo, os principais resultados diante da obtenção de quantitativos através
do BIM foram:

• Agilidade na obtenção de quantitativos de sistemas hidrossanitários;

• Precisão dos resultados;

• Erradicação da falha por contagem manual; e

• Quantitativos atualizáveis caso ocorram mudanças no modelo do sistema


hidrossanitário.

5.1.5 Melhorias para o processo

Deve-se observar que o processo de implementação da plataforma BIM é


uma crescente dentro da construção civil, para tanto alguns itens devem ser observados
para uma possível melhoria do processo e para que se possa obter melhores resultados.
Logo, foram elencados através do estudo de caso, os possíveis itens que poderiam
ampliar os benefícios da plataforma BIM:

• Maior interoperabilidade e colaboração entre os agentes participantes;

• Padronização dos elementos do sistema;

• Definição de um template prorpietário;

• Um novo formato de apresentação do modelo para execução; e

• Modelagem das disciplinas nativamente em BIM, ou seja, sem a necessidade


de redesenhar um modelo CAD.

5.2 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

O Building Information Model tem encontrado seu espaço na construção


civil brasileira, o mercado vem aos poucos absorvendo os conceitos da nova tecnologia
e aderindo a seus benefícios. Frente aos novos desafios da implementação do BIM,
deve-se ir em busca da solução para as novas problemáticas que irão surgir.
63

Um tema que poderia ser estudado e que agregaria ao presente estudo,


seria o dimensionamento de sistemas hidrossanitário através do Revit, tendo em vista
que a ferramenta permite o cálculo de sistemas. Seria necessário avaliar e comparar
os resultados com a norma nacional.
Outra frente de estudo que traria benefícios para o uso do BIM, seria a
avaliação de uma nova dinâmica de apresentação e uso dos modelos feitos em BIM na
obra, seja através do uso de tablets, smartphones ou computadores. Os recursos 3D
devem beneficiar a visualização e melhorar o entendimento de projetos mais complexos.
Também seria produtivo um estudo que analisasse os investimentos neces-
sários para a implantação da ferramenta BIM em escritórios e construtoras e o quanto
seu uso impactaria nos retornos financeiros futuros.
64

REFERÊNCIAS

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