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EXÉRCITO BRASILEIRO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE FORTIFICAÇÃO E
CONSTRUÇÃO
RIO DE JANEIRO
2021
DOUGLAS DE MELO FÉLIX
Rio de Janeiro
2021
©2021
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
Praça General Tibúrcio, 80 – Praia Vermelha
Rio de Janeiro – RJ CEP: 22290-270
Este exemplar é de propriedade do Instituto Militar de Engenharia, que poderá incluí-lo em base
de dados, armazenar em computador, microfilmar ou adotar qualquer forma de arquivamento.
É permitida a menção, reprodução parcial ou integral e a transmissão entre bibliotecas deste
trabalho, sem modificação de seu texto, em qualquer meio que esteja ou venha a ser fixado,
para pesquisa acadêmica, comentários e citações, desde que sem finalidade comercial e que
seja feita a referência bibliográfica completa.
Os conceitos expressos neste trabalho são de responsabilidade do(s) autor(es) e do(s) orienta-
dor(es).
Rio de Janeiro
2021
"O que não pode ser medido,
não pode ser gerenciado."
EDWARDS DEMING
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por me abençoar com a saúde física e mental, pela
minha família que me apoiou incondicionalmente, pela minha companheira Beatriz que
esteve sempre comigo.
Agradeço também ao apoio de Antônio Fascio, que disponibilizou gratuitamente os
softwares os quais foram essenciais para o sucesso deste trabalho.
Agradeço ao Calixto, que por boa vontade disponibilizou-se a auxiliar durante
todas as etapas do trabalho.
E por fim, a meu orientador , Prof. Giuseppe Miceli Junior, e aos membros da
banca, Prof. Fábio Grisolia de Ávila e Prof. Rebeca Montenegro Dias de Carvalho Saraiva,
os quais de maneira brilhante me guiaram nesse trabalho para a conclusão.
“Vinde a mim, todos os que estais cansados
e oprimidos, e eu vos aliviarei.
Porque o meu jugo é suave,
e o meu fardo é leve.
(Bíblia Sagrada, Mateus 11, 28)
RESUMO
Motivated by the urgency of implementing BIM technologies in the context of the DOM,
this work proposes a methodology for inspection and monitoring of construction. Thus,
the objective was to explain all the steps for the building information as well as the steps
necessary to automatically generate the necessary documents. By explaining what BIM is
and comparing it with the previous model of engineering design, it was possible to observe
the advantages of the current model and its application in the Design-Bid-Build concept,
which is similar to the model used by the DOM. The construction phases and inspection
measurements were the main focus that guided the work. The software Revit and the
plugin Orçabim were mainly used as tools of the methodology. The step-by-step use of each
tool makes it possible to apply the methodology in any project to be inspected. The survey
of quantities as well as their peculiarities was explained, in addition, it was shown how
the Orçabim plugin is able to make this counting feasible from the 3D project in Revit. To
study the feasibility of the methodology, it was applied to simulate the inspection of a real
work carried out and the measurement budget was obtained using the SINAPI database
in the month of the work in question. It is noteworthy that during the simulation it can
be seen how the methodology reduces the probability of errors. Finally, it was noticed
the difficulty of extracting data from a non-standardized project and it was suggested the
expansion of the methodology to all the executive stages of the work as future research.
DBB Design-Bid-Build
EB Exército Brasileiro
OM Organização Militar
RM Região Militar
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.1 JUSTIFICATIVA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.2 OBJETIVOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.1 MODELO ANTERIOR DE PROJETO DE ENGENHARIA . . . . . . . . . 15
2.2 VANTAGENS DA APLICAÇÃO DO BIM . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.3 CONCEITO DESIGN-BID-BUILD . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.4 A UTILIZAÇÃO DO BIM NO ÂMBITO DO SEEX . . . . . . . . . . . . . 18
2.5 FASES DA OBRA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.6 O QUE SÃO AS MEDIÇÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.7 NORMATIZAÇÃO DO BIM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
3 METODOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
3.1 FASES NO REVIT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
3.1.1 CRIAÇÃO DE FASES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
3.1.2 MEDIÇÃO DO ELEMENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.1.3 VISTA 3D DA MEDIÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3.2 LEVANTAMENTO DE QUANTITATIVOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.2.1 ELEMENTO DE FORMA E ARMAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.2.1.1 CRIAÇÃO DO MODELO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
3.2.2 ÁREA DE FORMA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.2.2.1 ESPECIFICIDADE DOS ELEMENTOS CONSTRUTIVOS . . . . . . . . . . . 27
3.2.2.1.1 VIGA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.2.2.1.2 BALDRAME . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.2.2.1.3 PILAR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
3.2.2.1.4 LAJE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
3.2.2.2 CÁLCULO DA ÁREA DE FORMA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3.2.3 MASSA DE FERRO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
3.2.3.1 CÁLCULO DA MASSA DE FERRO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
3.3 PLUGIN ORÇABIM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
3.3.1 GERAÇÃO DO ORÇAMENTO E ETAPAS CONSTRUTIVAS . . . . . . . . . . 33
3.3.2 CONTAGEM DOS SERVIÇOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
3.3.3 DETERMINAÇÃO DO MATERIAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
3.3.4 CONTAGEM DE MATERIAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3.3.4.1 VOLUME DE CONCRETO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3.3.4.2 ÁREA DE FORMA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
3.3.4.3 MASSA DE AÇO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
3.3.5 VERIFICAÇÃO VISUAL DA CONTAGEM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
3.3.6 GERAÇÃO DO ORÇAMENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
3.3.7 GERAÇÃO DA MEMÓRIA DE CÁLCULO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
4.1 EXTRAÇÃO DE DADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
4.2 REDUÇÃO DE ERROS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
4.3 BASE DE DADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
4.4 RELATÓRIOS GERADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
4.5 O PROCESSO DAS MEDIÇÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
5 CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
5.1 PROPOSTAS PARA PESQUISA FUTURA . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
14
1 INTRODUÇÃO
1.1 Justificativa
Esse trabalho faz-se necessário pois a urgência da implementação das tecnologias
BIM no contexto da DOM gerou demanda de metodologias que possam padronizar a forma
de fiscalização bem como agilizar o processo de obtenção de informações e documentos
referentes a obra. Soma-se a isso a possibilidade de mitigar erros humanos nesses processos,
e facilidade na prestação de contas perante auditorias e afins.
1.2 Objetivos
A finalidade do presente trabalho é sugerir uma metodologia que possa ser aplicada
na fiscalização de obras militares. Essa metodologia deve ser capaz de gerar de forma
automatizada toda a documentação necessária bem como a memória de calculo dos
relatórios gerados.
Com isso, espera-se que todo o sistema da DOM possa utilizar essa ferramenta, o
que possibilitaria a continuidade no trabalho mesmo com a mudança da equipe técnica
responsável pela fiscalização. Além disso, toda a informação deve estar disposta de forma
organizada e de fácil acesso, sendo capaz de gerar documentação sob demanda.
15
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
“BIM é uma filosofia de trabalho que integra arquitetos, engenheiros e construtores (AEC)
na elaboração de um modelo virtual preciso, que gera uma base de dados que contém tanto
informações topológicas como os subsídios necessários para orçamento, cálculo energético
e previsão de insumos e ações em todas as fases da construção”(3)
Dessa forma, o BIM garante uma percepção antecipada das possíveis interferências e
situações de manutenção comuns durante o ciclo de vida da obra, ampliando a importância
e usabilidade do projeto e consequentemente, reduzindo as chances de improvisação
e o tempo gasto na execução da obra, melhorando o desempenho e garantindo que o
cronograma e orçamento previstos sejam respeitados.(4)
• Número equivalente de Mega Bytes eletrônicos para guardar esse volume de papel
(escaneado) 3.000 Mb
O número de funcionários que trabalham em obras desse porte gera um fator adicional que
são as cópias de cada documento que precisam ser geradas para que cada funcionário no seu
nível possa extrair a informação que lhe diz respeito do projeto. As páginas incontáveis de
documentos vão de encontro ao programa “EB sustentável” proposto pelo Departamento
de Engenharia e Construção (DEC) pois a quantidade de papel gasta nesse processo é
enorme.
são registrados em desenhos (plantas, elevações, perspectivas), que devem ser coordenados
para refletir todas as modificações na medida em que elas ocorrem. O conjunto final de
desenhos e especificações deve conter detalhes suficientes para facilitar as licitações da
construção. Devido à potencial responsabilidade por erros, um engenheiro pode decidir
por incluir poucos detalhes nos desenhos ou inserir uma nota indicando que as dimensões
nos desenhos não são precisas. Essas práticas com frequência levam a disputas com a
construtora, à medida que erros e omissões são detectados e responsabilidades e custos
extras são realocados.(3)
A segunda etapa envolve a obtenção de orçamentos das construtoras. O proprietário
e o engenheiro podem participar na determinação de quais construtoras podem concorrer.
Cada construtora deve receber um conjunto de desenhos e especificações que são então
usados para compilar um levantamento de quantidades independente. Esse quantitativo,
juntamente com os orçamentos dos subempreiteiros é usado para determinar sua estimativa
de custo. Subempreiteiros selecionados pela construtora devem seguir o mesmo processo
para a parte do projeto na qual eles estão envolvidos. A construtora vencedora geralmente
é aquela que apresenta o menor preço responsável, incluindo o trabalho a ser feito pela
construtora e pelos subempreiteiros selecionados.(3)
Frequentemente, durante a fase de construção, diversas modificações são feitas no
projeto como resultado de erros e omissões não previamente conhecidos, condições no
canteiro não previstas, mudanças na disponibilidade de materiais, questões sobre o projeto,
novos requisitos do cliente e novas tecnologias. Elas precisam ser resolvidas pela equipe de
projeto. Para cada modificação, é requerido um procedimento para determinar a causa,
apontar responsabilidades, avaliar implicações de tempo e custos e indicar como o assunto
será resolvido. Esse procedimento, seja feito por escrito ou por meio de ferramentas baseadas
na web, envolve uma Solicitação de Informação (em inglês, Request for Information - RFI),
que deve então ser respondida pelo arquiteto ou por outro participante relevante. Depois,
uma Ordem de Modificação (em inglês, Change Order -CO) é emitida, e todas as partes
implicadas são notificadas sobre a modificação, que é comunicada juntamente com as
modificações necessárias nos desenhos. Essas modificações e resoluções frequentemente
levam a disputas judiciais, acrescentam custos e atrasos. Produtos baseados em sites para
o gerenciamento dessas transações realmente auxiliam a equipe do empreendimento a ficar
a par de cada modificação, mas como eles não enfrentam a origem do problema, produzem
um benefício apenas marginal.(3)
Para esse modelo complexo do DBB que engloba atividades dispendiosas como RFI
e CO, a necessidade de uma tecnologia que faça isso de forma automatizada e organizada
torna-se indispensável. A quantidade de retrabalho necessária a cada imprevisto da obra
gera inúmeros custos financeiros e temporais além de possíveis erros caso sejam executados
por humanos e pouco tempo caso tenha-se um projeto com informação construída de
Capítulo 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 18
forma detalhada onde uma mudança inserida gera automaticamente uma redistribuição de
tempo e orçamento em todo o processo da obra.
3 METODOLOGIA
Na aba "Manage"clica-se no botão "Phases"e abrirá uma tela com as fases da obra.
Clica-se em "Before"ou "After para criar fases antes ou depois da fase selecionada na
lista ao lado. Por fim aparecerão novas fases que devem ser renomeadas para as medições
conforme forem executadas. Nessa parte é importante que se crie medições conforme a
necessidade da obra. No projeto não é possível prever o que haverá em cada medição, mas
durante a execução, serão realizadas as medições independentemente do que foi executado
até ali, seja por interesse do contratante ou por interesse do executor, conforme o previsto
em contrato.
Capítulo 3. Metodologia 23
Para agilizar o trabalho e evitar erros, é interessante que se tenha uma imagem 3D
do que foi executado naquela medição ou então toda a obra até o momento atual. Para isso
item "Phase"escolhe-se a medição que se deseja analisar. Além disso na aba propriedades
da "3D View"no item "Phase Filter"selecionar "Mostrar completo"para exibir tudo o que já
foi construído e "Mostrar novo"para mostrar apenas a medição atual.
Capítulo 3. Metodologia 25
3.2.2.1.1 Viga
Deve-se considerar a área das superfícies laterais e inferior, haja visto que não há
necessidade de forma na parte superior
3.2.2.1.2 Baldrame
Deve-se contabilizar apenas a área das superfícies laterais, haja visto que em baixo
deve ser considerado uma camada de brita
3.2.2.1.3 Pilar
Deve-se considerar toda a área das superfícies laterais, haja visto que as partes
superior e inferior será a continuação do pilar.
3.2.2.1.4 Laje
Deve-se considerar a área da superfície inferior, haja visto que não há necessidade
de forma na parte superior e as laterais serão contidas por vigas. No entanto para esse
caso a área da superfície da laje já é parâmetro no Revit
Figura 20 – Contagem
Clica-se no botão indicado em 1 para determinar como deve ser a contagem desse
elemento. Posteriormente, clica-se no botão indicado em 2 na janela que se abre
Figura 21 – Material
Figura 25 – Pré-visualização
Após a determinação do que deve ser contado, é possível visualizar o que foi contado
no projeto, o que pode mitigar o erro do usuário. Para isso, clica-se em "Preview"conforme
ilustrado e será gerado uma imagem 3D para verificação.
Capítulo 3. Metodologia 40
Figura 27 – Orçamento
Figura 30 – Revit ID
Nas abas cujos nomes terminam em "E"econtra-se o "Revit ID-o qual possibilita
encontrá-lo precisamente no projeto- do elemento construtivo bem como a sua quantificação.
Isso é útil em caso de controvérsias entre o contratante e executor sobre o que realmente
foi contado na medição para determinar o valor a ser liquidado.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Essa facilidade em determinar a base de dados pode permitir que utilize-se para
cada medição os valores de referências mais atualizados, tornando assim o orçamento mais
proximo dos gastos reais
A simplicidade desse processo reduz o erro e faz com que a mão de obra necessária
para essa atividade possa ser menos especializada, reduzindo assim custos do processo de
fiscalização.
50
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
3 EASTMAN, C.; TEICHOLZ, P.; SACKS, R.; LISTON, K. BIM Handbook: A guide to
Building Information Modeling for Owners. 1. ed. Porto Alegre: Bookman, 2008. 483 p.
4 JUNIOR, F. G. BIM: Tudo o que você precisa saber sobre esta metodologia. 2021.
Acesso em 24 de maio de 2021. Disponível em: <https://maisengenharia.altoqi.com.br/
bim/tudo-o-que-voce-precisa-saber/>.