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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA

Centro de Formação de Professores – CFP


Curso de Licenciatura em Química

GCFP 1054- FÍSICO-QUÍMICA EXPERIMENTAL - 2022 .1


Prof. Dr. Rodrigo De Paula

CALORÍMETRO E A DETERMINAÇÃO DA
ENTALPIA DO PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO

Discentes: Daniele Silva, Jayne Leal, Tiago Mercês e Shirley Souza

Outubro - 2022
Amargosa/Bahia

1
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Discentes: Daniele Silva, Jayne Leal, Tiago Mercês e Shirley Souza

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ……………………………………………………………...………. 03
2. OBJETIVOS …………………………………………………………………..……... 05
3. PARTE EXPERIMENTAL…………………………………………………………... 05
3.1. Materiais e Reagentes …………………………………………………….…. 05
3.2. Metodologia ……………………………………………...… ………………...06
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ……………………………………………..…...…. 09
5. CONCLUSÃO ……………………………………………………………………..…. 11
6. REFERÊNCIAS …………………………………………………………………...… 12

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1. INTRODUÇÃO

“O calorímetro é um sistema utilizado para a medição de transferência de calor”


(ZIEGLER, SINIGAGLIA, PATIAS, 2017, p.99). “São definidos como aparelhos para
medir variações de energia em situações onde a temperatura desempenha um papel
primordial” (ASSUMPÇÃO et al, 2010, p.65). Existem vários modelos de calorímetros,
desde os mais simples, que podem ser elaborados com materiais alternativos, tal como o
que foi usado na aula experimental de físico-química, apresentado na figura 1, aos mais
sofisticados, apresentado na figura 2.

Figura 1. Calorímetro elaborado na aula Figura 2: Calorímetro sofisticado/comercial

Fonte: Próprios autores Fonte: Instituto de química - UFG (AJUSTAR NO WORD)

Mesmo com a diversidade de modelos existentes, observa-se que todos são


constituídos basicamente de um recipiente com paredes finas que fica envolvido por outro
recipiente fechado de paredes mais grossas que são isolantes, podendo “ser considerado
isoperibólico (também chamado de jaqueta isotérmica) uma vez que há uma pequena troca
de calor entre o vaso calorimétrico e o meio ambiente” (ASSUMPÇÃO et al, 2010, p.65).

Segundo Wolf (et al, 2011), um enfoque que é dado na calorimetria se baseia
justamente em medir as variações energéticas que acompanham e ocorrerem os processos
físicos e químicos. A parte que discute sobre essas variações de temperatura é conhecida

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como Termoquímica. Observa-se que na calorimetria, tem-se o envolvimento da aplicação


da primeira Lei da Termodinâmica que estabelece que a energia é conservada nas
transformações.

Para Pilling (2015) a termoquímica, está relacionada com a troca de energia


acompanhando transformações, misturas, transições de fases, reações químicas, e inclui
cálculos de grandezas, também sua capacidade térmica, o calor de combustão, o calor de
formação, a entalpia e a energia livre.

“As reações químicas sempre estão acompanhadas de uma liberação ou


absorção de energia. Se a energia dos produtos for menor que a energia
dos reagentes, então o sistema libera energia na forma de calor (reação
exotérmica), causando aumento na temperatura do meio. Por outro lado,
se a energia dos produtos for maior que a energia dos reagentes, o sistema
absorve energia durante a reação (reação endotérmica), retirando calor do
meio e consequentemente diminuindo a temperatura do sistema.” (WOLF,
et al, 2011, p. 70).

Ou seja, para Borgnakke e Sonntag (2013) esse calor pode ser definido como:

"Forma de transferência de energia através da fronteira de um sistema, em


uma dada temperatura, para outro sistema (ou ambiente), que apresenta
uma temperatura inferior, em virtude da diferença entre as temperaturas
dos dois sistemas. Isto é, o calor é transferido do sistema com temperatura
superior ao sistema que apresenta temperatura inferior e a transferência
de calor ocorre unicamente em razão da diferença entre as temperaturas
dos dois sistemas (p. 102).

"Para calcular a quantidade de calor liberada ou absorvida durante a reação, é


necessário conhecer a capacidade calorífica do interior do calorímetro" (WOLF, et al, 2011,
p. 71). De acordo com Russel (1994), a capacidade calorífica baseia-se na quantidade de
calor necessária para elevar a temperatura do sistema de 1°C.

A determinação da capacidade calorífica/térmica de um calorímetro é feita


utilizando-se água. O calor cedido/ganho pela água deve ser igual ao calor ganho/cedido
pelo calorímetro, esse cálculo pode ser realizado utilizando a seguinte equação:

Equação 1: Cálculo de capacidade calorífica

𝑚𝑞. 𝐶 (𝑇𝑒𝑞 − 𝑇𝑞) = 𝑚𝑓 . 𝐶 (𝑇𝑒𝑞 − 𝑇𝑓 ) (𝑚 . 𝐶 . △𝑇)𝑄𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 − (𝑚 . 𝐶 . △𝑇)𝐹𝑟𝑖𝑎


Ccal = 𝑇𝑒𝑞 − 𝑇𝑓
ou, Ccal = (△𝑇) 𝐹𝑟𝑖𝑎

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Onde:

mq = Massa da água quente


C = Calor especifico
Teq = Temperatura de equilibrio
Tq = Temperatura da água quente
Tf = Temperatura da água fria
mf = Massa da água fria
Ccal = Capacidade calorífica.

Segundo o Atkins (2012, p. 45) " a capacidade calorífica pode ser usada para relacionar a
variação de energia interna de um sistema com a temperatura, num processo em que o
volume permanece constante". Com isso, ele ainda afirma que:
"Pode- se medir caloricamente a variação de entalpia, acompanhando-se a
variação de temperatura de uma transformação física ou química que
ocorre a pressão constante. O calorímetro usado no estudo de um
processo à pressão constante é chamado de calorímetro isobárico".
(ATKINS, 2012, p. 47).

A exemplo, do calorímetro utilizado durante a aula. Onde, foi utilizado um recipiente


termicamente isolado, aberto para atmosfera: "o calor liberado na reação, que ocorre dentro
do vaso, é monitorado pela medição da variação de temperatura no interior do vaso"
(ATKINS, 2012, p. 47).

2. OBJETIVOS
O objetivo do presente trabalho consiste na construção de um calorímetro para
medir a eficiência térmica na soldagem e a partir disso validação da eficiência do mesmo.

3. PARTE EXPERIMENTAL
3.1. Materiais e Reagentes
● Proveta de 100 mL.
● Béqueres de 100 mL, 150 mL, e 500 mL.
● Termómetro de mercurio escala de 0°C a 300° C,

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● Termômetro de álcool escala de 0°C a 150 °C,


● Recipiente de isopor (Porta litrinho de cerveja),
● Balança semi-analitica da marca Marte, e modelo AY220.
● Placa de aquecimento da marca Ika, e modelo C-MAG HS7 com termômetro
ETS-D5.
● Espatula.
● Luvas de algodão com pigmentos de PVC
● Peróxido de Hidrogênio (H2O2) 10 vol. marca Dinâmica
● Permanganato de Potássio (KMnO₄).

3.2. Metodologia

Com todos os materiais e reagente sobre a bancada do laboratório, inicialmente


pegou-se o recipiente de isopor (porta litrinho de cerveja) apresentado na figura 1, com a
finalidade de utilizá-lo como isolante térmico, dentro deste, colocou-se um béquer de 150
mL, ilustrado na figura 3:
Figura 3: Demonstração da montagem do calorímetro

Fonte: PILLING, 2015, p.07.


Este recipiente possui um orifício centralizado na parte superior, onde é possível
acoplar um termômetro para observar a variação de temperatura que pode ocorrer quando
adicionados os líquidos com diferentes temperaturas e propriedades ao recipiente.
Na placa aquecedora, colocou-se um béquer com cerca de 400 mL de água, para
que fosse possível a utilização por todos os grupos e esperou-se até que esse líquido

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aquecesse até atingir a temperatura de 75° C. Enquanto a água não aquecia até esta
temperatura, pegou-se um béquer de 100 mL, e adicionou-se a balança semi-analítica,
pesou-se sua massa e foi tarado o seu valor, após isso com o auxílio de uma proveta de 100
mL, mediu-se esta quantidade de água destilada, e a mesma foi adicionada ao béquer já
tarado, com isso esperou-se a balança estabilizar, e foi anotado a massa da água fria. Como
foi realizado em triplicata (com a turma dividida em três equipes), onde cada grupo
realizou o mesmo procedimento, anotando os valores obtidos, obtiveram-se os valores das
massas de água fria, correspondente à 98,8420g; 99,6052g e 72,8675 g. Em seguida, esta,
foi adicionada ao sistema que foi montado com o béquer, o recipiente de isopor e o
termômetro de mercúrio, aguardou-se cerca de 5 minutos, até que a temperatura se
estabiliza-se, e aferiu-se a sua temperatura, onde, obteve-se, respectivamente, 26°C , 26° C
e 25°C.
No momento em que a água atingiu a temperatura ideal para realização do
experimento, sendo de 75ºC, retirou-se o béquer da placa de aquecimento, com o auxílio
das luvas de algodão, e mediu-se 100mL da água com uma proveta, em seguida
transferiu-se a mesma para um béquer já tarado, assim pesou-se a massa da água, contudo,
percebeu-se que o béquer que estava dentro do isopor, não possuía capacidade suficiente
para adição de mais aproximadamente 100mL de água, então, esta descartou-se parte dessa
água pesada, e pesou-se novamente sua massa, o que resultou em 82,4004 g, 71,6822 g e
72,8675 g feito isso levou-se o béquer, para a bancada e aferiu-se a temperatura, anotou-se
os valores, que foram respectivamente 64°C, 62°C e 56°C.
Após, cada grupo adicionou-se a água quente que pesaram no sistema que já estava
com a água fria. Adicionou-se outro termômetro e aguardou-se até que atingisse uma
temperatura de equilíbrio, ou seja, que os dois termômetros mostrassem a mesma
temperatura. A temperatura de equilíbrio correspondente de cada um, está sendo
apresentada na tabela 1.
Após realizar toda essa parte experimental, foi possível determinar a calibração do
calorímetro, através do cálculo de capacidade calorífica, apresentada na equação 1.
Concluída a primeira parte do experimento e com o calorímetro já montado,
descartou-se a água utilizada, secou-se o béquer que estava na parte interna do
equipamento, e utilizando uma proveta, mediu-se 100 mL de peróxido de hidrogênio a 10

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vol. Foi realizada a pesagem deste na balança semi-analítica, e com a balança estabilizada
anotou-se a sua massa, que foram, 101,1462 g, 101,4333 g e 95,9914 g. Assim prosseguiu
o experimento transferindo o líquido para o sistema, encaixando o termômetro de
mercúrio, no qual o mesmo estava com a temperatura de 24°C, 24ºC e 25ºC,
respectivamente. Após esse processo, com o auxílio de uma espátula foi adicionado uma
pequena quantidade de permanganato de potássio (KMnO₄), servindo como catalisador
para acelerar a reação. Fechou-se rapidamente o sistema, e encaixou na cavidade do
equipamento o termômetro de álcool e agitou-se suavemente o calorímetro para que o
peróxido de hidrogênio e o permanganato de potássio se misturassem.
Como a decomposição do peróxido de hidrogênio com o catalisador permanganato
de potássio ocorre um comportamento exotérmico, esperou-se atingir um valor constante
da temperatura, que sabe-se que mesmo com a adição de um catalisador, não ocorre
nenhuma reação. Então anotou-se a temperatura final da mistura que em triplicata situou-se
na devida ordem 35°C, 35°C e 37°C.
Observa-se os valores de temperatura inicial e final, com suas respectivas massas,
na tabela 03, presente nos resultados e discussão.
Após o resultado foi possível calcular o calor liberado, por meio da equação:

Equação 2: Cálculo do calor liberado.


𝑚.𝑐.∆𝑇
𝑞𝑙𝑖𝑏 = 𝑛
+ 𝐶𝑐𝑎𝑙 . ∆𝑇
Onde:

m = Massa ddo peroxido de hidrogenio


c = Calor especifico
∆T = Temperatura inicial menos Temperatura final
Ccal = Capacidade calorífica.
n = quantidade de matéria

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

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Foi feito a calibração do calorímetro com realização de experimentos em triplicata,


e a partir deles, obteve-se os seguintes dados:
Tabela 1: Dados experimentais para o cálculo da constante do calorímetro.

Massa da T água Massa da T água T em ΔT água ΔT água


água fria(g) fria(°C) água quente (°C) equilíbrio fria (Teq - quente (Teq -
quente(g) (°C) Tf) (°C) Tq) (°C)

72,8675 g 26°C 74,2422 g 56°C 39°C 13 17

98,8420 g 26°C 71,6822 g 62°C 40°C 14 22

99,6052 g 25°C 82,4004 g 64°C 41°C 16 23


Fonte: Próprios autores.

Com base nos dados da tabela 1 foi possível fazer a equaçao:

Primeira equação: Cálculo de capacidade calorífica do calorímetro


𝑚𝑞. 𝑐 (𝑇𝑒𝑞 − 𝑇𝑞) = 𝑚𝑓. 𝑐 (𝑇𝑒𝑞 − 𝑇𝑓) + ₵𝑐𝑎𝑙(𝑇𝑒𝑞 − 𝑡𝑓)
(72, 86). (4, 18). (39 − 59) = (74, 24). (4, 18) (39 − 26) + ₵𝑐𝑎𝑙(39 − 26)
(− 6. 091, 09) = (4. 034, 20) + ₵𝑐𝑎𝑙(13)
13₵𝑐𝑎𝑙 = (2. 056, 89)
2.056,89
₵𝑐𝑎𝑙 = 13

₵𝑐𝑎𝑙 = 158, 22 cal/°C

Segunda equação: Cálculo de capacidade calorífica do calorímetro


𝑚𝑞. 𝑐 (𝑇𝑒𝑞 − 𝑇𝑞) = 𝑚𝑓. 𝑐 (𝑇𝑒𝑞 − 𝑇𝑓) + ₵𝑐𝑎𝑙(𝑇𝑒𝑞 − 𝑡𝑓)
(71, 68). (4, 18). (40 − 62) = (98, 84). (4, 18) (40 − 26) + ₵𝑐𝑎𝑙(40 − 26)
(− 6. 591, 69) = (5. 784, 12) + ₵𝑐𝑎𝑙(14)
14₵𝑐𝑎𝑙 = (807, 57)

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807,57
₵𝑐𝑎𝑙 = 14

₵𝑐𝑎𝑙 = 57, 68 cal/°C

Terceira equação: Cálculo de capacidade calorífica do calorímetro


𝑚𝑞. 𝑐 (𝑇𝑒𝑞 − 𝑇𝑞) = 𝑚𝑓. 𝑐 (𝑇𝑒𝑞 − 𝑇𝑓) + ₵𝑐𝑎𝑙(𝑇𝑒𝑞 − 𝑡𝑓)
(82, 40). (4, 18). (41 − 64) = (99, 66). (4, 18) (41 − 25) + ₵𝑐𝑎𝑙(41 − 25)
(− 7. 921, 89) = (6. 661, 12) + ₵𝑐𝑎𝑙(16)

16 Ccal = 7.921,89 - 6.661,12

Ccal = 1.260,77 / 16

Ccal = 78,79 cal / °C

Através dos cálculos realizados (utilizando da equação 1), foram obtidos valores que
representam a capacidade calorífica(capacidade térmica) do calorímetro. Essa grandeza é a
relação que se tem entre a quantidade de calor fornecida a um corpo com a variação de
temperatura que pode ser observada. (JÚNIOR, 2020). Foi realizado um cálculo de média
simples com os valores encontrados na realização dos três experimentos, e o valor encontrado
que representa a constante do calorímetro foi 98,24 Cal/°C.
A determinação da capacidade térmica do equipamento foi de extrema importância
para calcular a quantidade de calor liberada na decomposição do peróxido de hidrogênio,
uma vez que o calorímetro também faz parte do sistema e participa do processo absorvendo
um pouco do calor.
O procedimento realizado para a determinação do calor liberado pela reação de
decomposição do peróxido de hidrogênio, foram feitos em triplicata, e os resultados obtidos
estão plotados na tabela 03

Tabela 03: Dados experimentais da variação da temperatura para cálculo do calor


liberado.

Massa (g) Temperatura Inicial(°C) Temperatura final(°C)

95,9914g 25°C 37°C

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101,1462g 24°C 35°C

101,4333g 24°C 35°C


Fonte: Próprios autores

Observou-se que quando foi adicionado o permanganato de potássio dentro do


sistema contendo água oxigenada volume 10 em leve agitação a reação de decomposição
ocorreu imediatamente. E utilizando um termômetro de mercúrio, pode-se observar que
houve uma alteração na temperatura do sistema, como está representado na tabela 03.
De acordo com XXXX (xxx) A concentração de H2O2 na água oxigenada
comumente vendida nas farmácias é de 3% ou 10 volumes. Essa expressão da concentração
em volumes tem relação com a quantidade de gás oxigênio que é produzido com a
decomposição completa do produto
A reação mencionada anteriormente, é um exemplo de reação de decomposição
ocorre quando uma substância divide-se em duas ou mais substâncias ou
estruturas mais simples. (BRASIL ESCOLA, 2022)
A mesma pode ser representada pela equação.
2 H2O2 → 2 H2O + O2 +ENERGIA EM FORMA DE CALOR

Como já citado anteriormente, por WOLF, et al. (2011, p. 71) em geral as reações
químicas estão acompanhadas da liberação ou absorção de energia. Quando a energia dos
produtos for menor que a energia dos reagentes, o sistema libera energia em forma de
calor, ocasionando aumento na temperatura do meio, sendo então essa reação caracterizada
como exotérmica.
A energia de qualquer sistema pode ser expressa em calor, e segundo Atkins
(2012), no capítulo referente a primeira lei da termodinâmica, diz que a energia transferida
a pressão constante como calor é igual a variação de entalpia de um sistema. Ainda
segundo Atkins (2012, p.46), variações de entalpia são medidas em um calorímetro a
pressão constante.

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Sabe-se que parte desse calor liberado pela reação possivelmente foi absorvido pelo
calorímetro. Portanto esse valor relacionado a capacidade térmica do calorímetro foi
adicionado durante a realização dos cálculos para determinar o calor liberado pela reação
de decomposição do H2O2. De acordo com a primeira lei da termodinâmica calor trocado a
pressão constante pode ser descrita como variação de entalpia (HELERBROCK, 2022).

Tabela 3: Dados experimentais para o cálculo de calor liberado.

1° 2° 3° Média

Massa 95,9914g 101,4333g 101,1462g 99,5236g

Temperatura 25°C 24°C 24°C 24°C


inicial

Temperatura 35°C 35°C 35°C 36°C


final
Fonte: Próprios autores

Cálculo de calor liberado, utilizando as médias das medidas da capacidade calorífica,


massa e variação da temperatura:

𝑛
99, 5236𝑔 −−−−−− 100% 𝑛= 𝑀𝑀

2,9857
𝑋 −−−−−− 3% 𝑛= 34,0147

𝑋 = 2, 9857𝑔 𝑛 = 0, 0878 𝑚𝑜𝑙

𝑚.𝑐.∆𝑇
𝑞𝑙𝑖𝑏 =− 𝑛
+ 𝐶𝑐𝑎𝑙 . ∆𝑇
(99,5236).(4,18).(36−24)
𝑞𝑙𝑖𝑏 =− 0,0878
+ 98, 23 . (36 − 24)
(416,0086).(12)
𝑞𝑙𝑖𝑏 =− 0,0878
+ 98, 23 . (12)
4.992,10 + 1.178,76
𝑞𝑙𝑖𝑏 =− 0,0878

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𝑞𝑙𝑖𝑏 =− 43432, 11 cal/mol

O valor encontrado para o calor liberado pela reação de decomposição do peróxido


de hidrogênio foi de -43,43 Kcal/mol ou -181,71 KJ/mol. Fazendo análise desse resultado e
comparando com o valor encontrado na literatura do Atkins (2012 p.365) que traz o valor
de -187,78 KJ/mol descrito como entalpia de formação. Ainda segundo Atkins (2012 p.59)
O valor de ΔfH° da reação global é igual a soma das entalpias de “decomposição” e de
formação. Como a decomposição é a reação inversa da formação, a entalpia de uma etapa
de decomposição é o negativo da entalpia de formação correspondente.
Portanto pode-se observar que o resultado obtido apresenta um erro relativo de
aproximadamente 3% em relação ao dado encontrado na literatura. Essa pequena diferença pode
ter ocorrido por conta dos erros associados às medidas ao decorrer do procedimento ou a baixa
precisão relacionada ao equipamento utilizado como calorímetro, que permitia também a troca de
calor com o ambiente.

6. CONCLUSÃO

Calorímetro é um equipamento para medir variações da temperatura, através dele é


possível medir a transferência de calor que ocorre em um sistema. Com a realização da
prática alcançou-se o objetivo do trabalho, onde construiu-se um calorímetro para medir a
eficiência térmica na soldagem e a partir disso comprovar através dos cálculos a validação
da eficiência do mesmo.
Portanto, essa prática é de suma importância para o meio acadêmico, ela busca
comprovar o que está escrito na literatura. Auxilia no aprendizado dos discentes, tanto para
o conhecimento teórico como prático, ajuda a compreender melhor o conteúdo de
termodinâmica. Além disso, a experiência realizada é uma possibilidade para levar para a

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educação básica, levando em consideração que pode ser efetuada com materiais
alternativos, como isopor e termômetro.

7. REFERÊNCIAS

ASSUMPÇÃO, M. H. M. T; WOLF, L. D; BONIFÁCIO, V. G; FATIBELLO-FILHO, O.


Construção de um Calorímetro de Baixo Custo para a Determinação de Entalpia de
Neutralização. Eclética Química, São Paulo, Vol. 35, p. 63 - 69, 2010.

ATKINS, P. W; PAULA, J. Físico-Química. vol. 2. ed.9, Rio de Janeiro: LTC, 2012.


BORGNAKKE, C.; SONNTAG, R. E. Fundamentos da Termodinâmica. ed.8. São
Paulo: Blucher, 2013.

FOGAÇA, Jennifer Rocha Vargas. "Reação inorgânica de decomposição"; Brasil Escola.


Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/quimica/reacao-inorganica-decomposicao.htm. Acesso em
14 de outubro de 2022.

HELERBROCK, Rafael. Primeira Lei da Termodinâmica. Brasil Escola. Disponível em


<https://brasilescola.uol.com.br/fisica/primeira-lei-da-termodinamica.htm> acesso dia 14
de outubro de 2022.

JÚNIOR, J. S. S. Capacidade térmica. Educação. 2020. Disponível em


<https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/capacidade-termica.htm> acesso dia 13 de
outubro de 2022.

PILLING, S. Físico-Química - Prática 1: Termoquímica. Bacharelado em Química,


Engenharia Química. UNIVAP. p. 01-11, 2015. Disponível em
<https://www1.univap.br/spilling/FQE1/FQE1_EXP1_Termoquimica.pdf> acesso dia 14
de outubro de 2022.

RUSSEL, J.B. Química Geral. ed.2 Trad. M. A. Brotto et al, São Paulo: Makron Books do
Brasil Editora Ltda, 1994.

WOLF, L. D.; et al. Construção de um calorímetro simples para determinação da entalpia


de dissolução. Eclética Química, v. 36, p. 69-83, 2011.

ZIEGLER, C.; SINIGAGLIA,T.; PATIAS, A. J. Construção de um calorímetro para


medição de eficiência térmica na soldagem. HOLOS, Vol. 05, p.99-113, 2017.

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