Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Memória de Cálculo
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 3
Apresentação
CYPECAD é o software para o projecto de edifícios de betão armado e metálicos que permite a
análise espacial, o dimensionamento de todos os elementos estruturais, a edição das armaduras e secções
e obtenção dos desenhos de construção da estrutura.
Realiza o cálculo de estruturas tridimensionais formadas por pilares, paredes, vigas e lajes, incluindo
a fundação, e o dimensionamento automático dos elementos de betão armado e metálicos.
Com CYPECAD o utilizador tem na sua mão uma ferramenta precisa e eficaz para resolver todos os
aspectos relativos ao cálculo da sua estrutura.
Nesta versão destaca-se a incorporação de ajudas ‘on line’ associadas a opções dos diálogos ou a
janelas, o que facilita a consulta e o manuseamento do programa.
Com CYPECAD terá sempre o controle total do projecto. Sem riscos.
Nota: Colocaram-se barras verticais à esquerda dos parágrafos onde se realizaram modificações no texto da
Memória de Cálculo, para que seja mais fácil encontrar as diferenças se já era utilizador de CYPECAD.
CYPE
4 CYPECAD
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 5
CYPE
6 CYPECAD
1.8.2. Estados limite de utilização ......................... 36 1.9.9. Dados de cargas especiais. Vigas
inclinadas................................................................50
1.8.3. Acções características ................................. 36
1.10. Cálculo da estrutura..........................................50
1.9. Dados de entrada ............................................... 36
1.11. Obtenção de resultados ...................................51
1.9.1. Dados gerais da obra .................................. 37
1.11.1. Consulta no ecrã ........................................51
1.9.2. Dados gerais de acções. Cargas
especiais. Grupos de combinações. Dados gerais da obra .........................................51
Pisos/Grupos.......................................................... 39 Resultados de vigas normais e de
1.9.3. Vento ............................................................ 39 fundação .............................................................51
Cargas especiais ................................................52
1.9.4. Sismo ........................................................... 39
Resultados de lajes de vigotas...........................52
1.9.5. Conjuntos de cargas especiais ................... 39
Resultados de lajes mistas ................................52
1.9.6. Grupos de combinações ............................. 40
Resultados das lajes alveoladas ........................52
1.9.7. Dados gerais de pilares e paredes.............. 40 Resultados de pavimentos de lajes
Pilares ................................................................. 40 maciças, fungiformes aligeiradas e lajes
de fundação ........................................................52
Arranques ........................................................... 41
Resultados de pilares .........................................53
Paredes B.A........................................................ 41
Resultados de paredes, muros de cave e
Cargas horizontais em pilares ........................... 41 muros de alvenaria .............................................54
Cargas verticais em pilares ................................ 41 Resultados do cálculo dos efeitos de 2ª
1.9.8. Dados dos pisos (Introdução de ordem..................................................................54
vigas) ...................................................................... 41 Resultados de vento ...........................................54
Vigas, apoios em muro e vigas de Resultados de sismo ..........................................54
fundação............................................................. 42 Isodiagramas em lajes maciças e
Muros.................................................................. 42 fungiformes aligeiradas ......................................54
Tipo de laje ......................................................... 43 1.12. Listagens na impressora...................................54
Lajes de vigotas ................................................. 43 1.13. Desenhos ..........................................................55
Lajes mistas ....................................................... 44 1.14. Verificação e dimensionamento de
Lajes alveoladas ................................................ 44 elementos...................................................................56
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 7
CYPE
8 CYPECAD
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 9
6.6. Comentários sobre a utilização das lajes 10.3.7. Fissuração ................................................ 134
de vigotas ................................................................ 115
10.3.8. Análise estrutural...................................... 134
7.1. Dimensionamento de elementos ..................... 119 10.3.10. Rigidez a torsão em vigas...................... 135
10.3.11. Alternância de sobrecarga..................... 135
CYPE
10 CYPECAD
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 11
1. Memória de cálculo
1.1. Descrição de problemas a cada piso, para simular o comportamento rígido da laje,
impedindo os deslocamentos relativos entre os nós do
resolver mesmo (diafragma rígido). Por isso, cada piso apenas
CYPECAD foi elaborado para realizar o cálculo e poderá rodar e deslocar-se no seu conjunto (3 graus de
dimensionamento de estruturas de betão armado e liberdade).
metálicas com lajes de vigotas (genéricas, armadas, A consideração de diafragma rígido para cada zona
pré-esforçadas, in situ, metálicas de alma cheia e pré- independente de um piso mantém-se, apesar de se
fabricadas), lajes alveoladas, lajes mistas, fungiformes introduzirem vigas e de não se introduzirem lajes no
aligeiradas e maciças para edifícios submetidos a piso.
acções verticais e horizontais. As vigas dos pisos
podem ser de betão, metálicas e mistas. Quando num mesmo piso existirem zonas
independentes, considerar-se-á cada uma destas como
Os elementos de suporte podem ser pilares de betão uma parte distinta relativamente à indeformabilidade
armado, metálicos, paredes de betão armado, muros dessa zona e não se terá em conta no seu conjunto.
de betão armado com ou sem impulsos horizontais e Por isso, os pisos comportam-se como planos
muros de alvenaria. A fundação pode ser fixa (por indeformáveis independentes. Um pilar não ligado
sapatas ou maciços de encabeçamento de estacas), ou considera-se zona independente.
flutuante (através de vigas e lajes de fundação). Pode-
se calcular unicamente a fundação se se introduzirem Para todos os estados de carga realiza-se um cálculo
só arranques de pilares. estático (excepto quando se considerarem acções
dinâmicas de sismo, em cujo caso se utiliza a análise
Com Cypecad podem-se obter os desenhos de modal espectral) e supõe-se um comportamento linear
dimensões e armadura de plantas, vigas, pilares, dos materiais e, por isso, um cálculo de primeira
paredes e muros para plotter, impressora, ficheiros DXF ordem, com vista à obtenção de deslocamentos e
e DWG, assim como as listagens de dados e resultados esforços.
do cálculo.
CYPE
12 CYPECAD - Memória de Cálculo
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 13
Vigas de fundação. São vigas flutuantes apoiadas encastramento nos bordos, segundo um método
sobre solo elástico, discretizadas em nós e barras, simplificado.
atribuindo aos nós a constante de mola definida a
partir do coeficiente de winkler (ver capítulo Lajes • Lajes maciças
e Vigas de fundação). A discretização dos panos de laje maciça realiza-
se em malhas de elementos tipo barra de tamanho
• Vigas inclinadas
máximo de 25 cm e efectua-se uma condensação
São barras entre dois nós, que podem estar num estática (método exacto) de todos os graus de
mesmo nível ou piso ou em diferentes níveis, e que liberdade. Tem-se em conta a deformação por
criam dois nós nessas intersecções. Quando uma corte e mantém-se a hipótese de diafragma rígido.
viga inclinada une duas zonas independentes não Considera-se a rigidez à torção dos elementos.
produz o efeito de indeformabilidade do plano com
comportamento rígido, uma vez que possui seis • Lajes mistas
graus de liberdade. São lajes unidireccionais discretizadas por barras
de 40 em 40 cm. Compõem-se de uma laje de
• Consolas curtas
betão e uma chapa com nervuras que serve de
Consulte o capítulo 5. Consolas curtas deste cofragem para a primeira. Pode-se utilizar a chapa
manual. de forma que possa trabalhar de alguma das
seguintes maneiras: só como cofragem perdida e
• Lajes de vigotas como chapa colaborante (comportamento misto).
As vigotas são barras que se definem nas Consulte para mais informação o capítulo Lajes
aberturas entre vigas ou muros, e que criam nós mistas.
nas intersecções de bordo e eixo correspondentes
• Lajes de fundação
da viga que intersectam. Pode-se definir vigota
dupla e tripla, que se representa por uma única São lajes maciças flutuantes cuja discretização é
barra com alma de maior largura. A geometria da idêntica às lajes normais de piso, com molas, cuja
secção em T à qual se assimila cada vigota define- constante se define a partir do coeficiente de
se na correspondente ficha de dados da laje. winkler. Cada pano pode ter coeficientes diferentes
Consulte o capítulo 6. Lajes de vigotas deste (ver capítulo Lajes e vigas de fundação).
manual para mais informação
• Lajes fungiformes aligeiradas
• Lajes alveoladas
A discretização dos panos de laje fungiforme
São lajes unidireccionais discretizadas por barras aligeirada realiza-se em malhas de elementos tipo
de 40 cm cada. As características geométricas e as barra cujo tamanho é um terço da dimensão entre
suas propriedades resistentes definem-se numa eixos definida entre nervuras da zona aligeirada e
ficha de características da laje, que o utilizador cuja inércia à flexão é metade da zona maciça, e a
pode introduzir, criando uma biblioteca de lajes inércia à torção, o dobro da de flexão.
aligeiradas.
A dimensão da malha mantém-se constante tanto
Podem-se calcular em função do processo na zona aligeirada como na maciça, adoptando em
construtivo de forma aproximada, modificando o cada zona as inércias médias antes indicadas.
CYPE
14 CYPECAD - Memória de Cálculo
Tem-se em conta a deformação por corte e em cada piso. Numa parede (ou muro), uma das
mantém-se a hipótese de diafragma rígido. dimensões transversais de cada lado deve ser
Considera-se a rigidez na torção dos elementos. maior que cinco vezes a outra dimensão, uma vez
que se não se verificar esta condição, a sua
• Paredes discretização não é adequada como elemento
São elementos verticais de qualquer secção finito, e realmente pode-se considerar um pilar, ou
transversal, formada por rectângulos múltiplos outro elemento em função das suas dimensões.
entre cada piso, e definidas por um nível inicial e Tanto vigas como lajes e pilares unem-se aos
um nível final. A dimensão de cada lado é muros ao longo das suas faces em qualquer
constante em altura, mas pode-se diminuir a sua posição e direcção.
espessura. Todo o nó gerado corresponde com algum nó dos
Numa parede uma das dimensões transversais de triângulos.
cada lado deve ser cinco vezes maior que a outra A discretização efectuada é por elementos finitos
dimensão, uma vez que se não se verificar esta tipo lâmina espessa tridimensional, que considera
condição, a sua discretização não é adequada a deformação por corte. São formados por seis
como elemento finito, e realmente pode-se nós, nos vértices e nos pontos médios dos lados,
considerar um pilar como elemento linear. com seis graus de liberdade cada um. A sua forma
Tanto vigas como lajes unem-se às paredes ao é triangular e realiza-se uma malha do muro em
longo das suas faces em qualquer posição e função das dimensões, geometria, aberturas,
direcção, através de uma viga que tem como criando-se uma malha com refinamento em zonas
largura a espessura do tramo e altura constante de críticas, o que reduz o tamanho dos elementos nas
25 cm. Não coincidem os nós com os nós da viga. proximidades de ângulos, bordos e singularidades.
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 15
Fig. 1.3
CYPE
16 CYPECAD - Memória de Cálculo
Fig. 1.4
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 17
CYPE
18 CYPECAD - Memória de Cálculo
as armaduras até tal comprimento, não se prolongando determinando-se os novos valores dos momentos
mais além de onde forem necessárias. Ainda que a viga dentro do apoio a partir dos momentos redistribuídos
seja de maior largura que o apoio, a viga e a sua em face, e as considerações de arredondamento dos
armadura interrompem-se uma vez que tiver penetrado diagramas de esforços indicados no capítulo anterior.
uma altura na parede ou muro.
Em lajes de vigotas, além da redistribuição, o utilizador
pode definir os momentos mínimos positivos e
negativos que a norma especificar.
1.4. Opções de cálculo
Pode-se definir uma ampla série de parâmetros
Coeficiente de encastramento no último piso
estruturais de grande importância na obtenção de
esforços e dimensionamento de elementos. Dada a Opcionalmente podem-se redistribuir os momentos
grande quantidade de opções disponíveis, recomenda- negativos na união da cabeça do último tramo de pilar
se a sua consulta no manual. Cita-se a seguir as mais com o extremo da viga; este valor estará compreendido
significativas. entre 0 (articulado) e 1 (encastramento), embora se
aconselhe 0.3 como valor intermédio (valor por defeito).
O programa realiza uma interpolação linear entre as
1.4.1. Redistribuições consideradas matrizes de rigidez de barras biencastradas e
Coeficientes de redistribuição de momentos encastradas-articuladas, que afecta os termos EI/L das
negativos matrizes:
Aceita-se uma redistribuição de momentos negativos K definitivo = α . K biencastradas + (1 - α) . K encast.-artic.
em vigas e vigotas até 30%. Este parâmetro pode ser
estabelecido opcionalmente pelo utilizador, embora se sendo α o valor do coeficiente introduzido.
recomende 15% em vigas e 25% em vigotas de betão
armado (valor por defeito). Esta redistribuição realiza-se
depois do cálculo. Coeficiente de encastramento na cabeça e pé de
pilar, nos bordos de lajes, vigas; articulações nos
A consideração de uma certa redistribuição de extremos de vigas
momentos flectores implica numa armadura mais cara
É possível também definir um coeficiente de
mas mais segura e mais construtiva. No entanto, uma
encastramento de cada tramo de pilar na sua cabeça
redistribuição excessiva produz umas flechas e uma
e/ou pé na união (0 = articulado; 1 = encastrado)
fendilhação incompatível com as paredes.
(valor por defeito). Os coeficientes de cabeça do último
Em vigas, uma redistribuição de 15% produz uns tramo de pilar multiplicam-se por estes. Esta rótula
resultados geralmente aceitáveis e pode-se considerar plástica considera-se fisicamente no ponto de união da
óptima. Em lajes recomenda-se utilizar uma cabeça ou pé com a viga ou laje tipo fungiforme que
redistribuição de 25%, o que equivale a igualar liga ao nó.
aproximadamente os momentos negativos e positivos.
A redistribuição de momentos efectua-se com os
momentos negativos em bordos de apoios, que em
pilares será em faces, isto é, afecta o vão livre,
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 19
Em lajes maciças, de vigotas e fungiformes aligeiradas É possível definir também articulações em extremos de
também se pode definir um coeficiente de vigas, materializando-se fisicamente na face do apoio,
encastramento variável em todos os seus bordos de quer seja pilar, muro, parede ou apoio em muro.
apoio, que pode oscilar entre 0 e 1 (valor por defeito).
Estas redistribuições têm-se em conta no cálculo e
Também se pode definir um coeficiente de influem por isso nos deslocamentos e esforços finais
encastramento variável entre 0 e 1 (valor por defeito) do cálculo obtido.
em bordos de viga, da mesma forma que em lajes, mas
para um ou vários bordos, ao especificar-se por viga.
Quando se definem coeficientes de encastramento 1.4.2. Rigidezes consideradas
simultaneamente em lajes e bordos de viga, Para a obtenção dos termos da matriz de rigidez
multiplicam-se ambos para obter um coeficiente consideram-se todos os elementos de betão na sua
resultante para aplicar em cada bordo. secção bruta.
CYPE
20 CYPECAD - Memória de Cálculo
Para o cálculo dos termos da matriz de rigidez dos Consulte no menu Opções os valores por defeito.
elementos distinguiram-se os valores:
EI/L: rigidez à flexão
GJ/L: rigidez torcional 1.4.4. Coeficiente de rigidez axial
EA/L: rigidez axial Considera-se o encurtamento por esforço axial em
e aplicaram-se os coeficientes indicados na seguinte pilares e paredes afectado por um coeficiente de
tabela: rigidez axial variável entre 1 e 99,99 para poder simular
o efeito do processo construtivo da estrutura e a sua
Elemento (EIγ) (EIz) (GJ) (EA) influência nos esforços e deslocamento finais. O valor
S.B.⋅ aconselhado está compreendido entre 2 e 3, sendo 2 o
Pilares S.B. S.B. S.B.⋅x
coef.rigidez valor por defeito.
axial
Vigas inclinadas S.B. S.B. S.B.⋅x ∞
Vigas de betão ou
metálicas
S.B. ∞ S.B.⋅x ∞ 1.4.5. Momentos mínimos
Vigotas S.B. ∞ S.B.⋅x ∞
Nas vigas também é possível cobrir um momento
mínimo que seja uma fracção do suposto isostático
Viga de bordo S.B.⋅10 -15
∞ S.B.⋅x ∞
pl2/8. Este momento mínimo pode-se definir tanto para
Apoio e enc. em muro S.B.⋅102 ∞ S.B.⋅x ∞
momentos negativos como para positivos com a forma
Paredes e muros S.B. S.B. E.P. S.B.⋅
coef.rigidez pl2/x, sendo x um número inteiro maior que 8. O valor
axial por defeito é 0, isto é, não se aplicam.
Lajes fungiformes S.B. ∞ S.B.⋅x ∞
Recomenda-se colocar, pelo menos, uma armadura
Lajes alveoladas S.B. ∞ S.B.⋅x ∞ capaz de resistir um momento pl2/32 em negativos, e
um momento pl2/20 em positivos. É possível fazer estas
S.B.: secção bruta do betão considerações de momentos mínimos para toda a
∞: não se considera pela deformabilidade relativa em piso. estrutura ou apenas para parte dela, e podem ser
X: coeficiente redutor da rigidez à torção diferentes para cada viga.
E.P.: elemento finito plano Da mesma forma podem-se definir uns momentos
mínimos em lajes de vigotas pré-fabricadas por panos
de vigotas e para lajes alveoladas. Podem-se definir
1.4.3. Coeficientes de rigidez à torção para toda a obra ou para panos individuais e/ou valores
Existe uma opção que permite definir um coeficiente diferentes. Um valor de 1/2 do momento isostático
redutor da rigidez à torção (x), dos diferentes (=pl2/16 para carga uniforme) é razoável para positivos
elementos (ver tabela anterior). Esta opção não é e negativos. Aconselhamos que consulte o menu
aplicável a perfis metálicos. Quando a dimensão do Opções.
elemento for menor ou igual ao valor definido para
barras curtas tomar-se-á o coeficiente definido nas As envolventes de momentos ficarão deslocadas, de
opções. Considera-se a secção bruta (S.B.) para o forma que cumpram com esses momentos mínimos,
termo de torção GJ, e também quando for necessária aplicando-se posteriormente a redistribuição de
para o equilíbrio da estrutura. negativos considerada.
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 21
CYPE
22 CYPECAD - Memória de Cálculo
comprimento como resultado do cálculo, e por isso • Disposição de perfis metálicos. Selecciona-se a
não se possam igualar. Se não desejar assim, possibilidade de reduzir o perfil introduzido, se for
desactive-a, embora obtenha patilhas algo maiores possível, ou de o manter e verificar.
no último piso. Convém recordar que o cálculo de esforços realiza-
se com o perfil introduzido, pelo que se a
• Critérios de simetria de armaduras nas faces. Nas
modificação for grande em inércia, dever-se-ia
tabelas de armadura podem-se definir armaduras
voltar a calcular a estrutura (por defeito está
diferentes ou iguais nas faces X e nas faces Y. O
activado de maneira que procurará o perfil mais
resultado do cálculo é verificar e obter a primeira
económico).
sequência de armadura da tabela que cumpre para
todas as combinações de cálculo, seleccionando- • Transições por mudança de dimensões. Quando a
se também a primeira que tiver armadura simétrica redução da secção de um pilar de um piso para
nas quatro faces. Calculam-se as quantidades em outro é grande, obriga a uma duplicação da
ambos os casos e comparam-se em diferença de armadura vertical, cuja pendente deve estar
percentagem, seleccionando-se a que cumprir o limitada. Ao superar tais condições geométricas,
critério marcado em % de diferença da opção (0% deve-se cortar e amarrar a armadura do tramo
por defeito, isto é, não simétrico). Se deseja inferior, e colocar uns arranques previstos em
simetria ponha um valor elevado, por exemplo, espera para o tramo superior. Depende da
300. pendente do aumento na dimensão do pilar que
ocupe a altura de viga ou laje comum.
• Critérios de continuidade de varões. Um pilar
calcula-se por tramos de cima para baixo, sendo • Justificação de comprimento de varões. É normal
habitual, se estiver bem pré-dimensionado, que a que o comprimento de corte dos varões obrigue a
armadura aumente em quantidade, conforme se que seja um múltiplo de um número, para
desce aos pisos inferiores. Mas isto nem sempre arredondar e facilitar a colocação em obra (5 cm
sucede, uma vez que para o cálculo os resultados por defeito).
serão os obtidos pelos esforços actuantes e pelas
suas dimensões. Pode-se forçar para manter a • Trama de pilares e paredes. Simbologias que
quantidade, o diâmetro dos varões nos cantos e permitem distinguir de forma gráfica se um pilar
face, assim como o seu número, através desta nasce, morre ou passa num piso (definição
opção, e aplicar o critério desde o último ou opcional).
penúltimo piso até baixo, com menores • Emendar na zona central do tramo. Nas zonas
descontinuidades e sem surpresas. sísmicas, translada-se a emenda de varões para a
Por defeito, aplica-se continuidade em quantidade zona central do tramo, afastada da zona de
e diâmetro de varões de canto a partir do máximos esforços que é conveniente activar com
penúltimo. sismos elevados (por defeito está desactivada).
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 23
CYPE
24 CYPECAD - Memória de Cálculo
• Coeficiente redutor da rigidez à flexão em lajes de O peso próprio das lajes de vigotas é definido pelo
vigotas utilizador, que pode ser distinto para cada piso ou
pano, conforme o tipo seleccionado. Em lajes maciças
• Consideração da armadura à torção em vigas
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 25
será a altura h x 25 (KN/m2), assim como nos maciços acção geral de cada piso, que são o Peso Próprio da
de pilares de lajes fungiformes aligeiradas. Nas zonas estrutura + Revestimentos e Paredes como
aligeiradas de lajes fungiformes aligeiradas, será o Permanente, e Sobrecarga a mesma. Se
indicado pelo utilizador na ficha da laje seleccionada. acrescentarem outras, não se incluem necessariamente
No caso de lajes de vigotas, multiplica-se o valor do nestas, passando a ser uma acção mais a combinar e
peso por metro quadrado, pela distância entre-eixo, tratar-se-ão como umas acções diferentes se assim se
dando uma carga linear aplicada a cada vigota. Em definirem, o que aumentará o número de combinações
lajes maciças e fungiformes aligeiradas, aplica-se em que se podem realizar.
cada nó o produto do peso pela área tributária de cada
Existe uma biblioteca de combinações por defeito, mas
nó.
é limitada. Por exemplo, se o edifício se destinar a
Revestimentos e Paredes. Definem-se uniformemente outros tipos de utilização para além dos definidos, se
distribuídas no piso. São elementos como o pavimento se definirem duas acções Permanentes, ou mais de
e as paredes (embora estas últimas poderiam quatro acções de Sobrecarga, quatro de Sismo ou
considerar-se uma carga variável, se a sua posição ou quatro de Vento, não existem combinações definidas, e
presença variar ao longo do tempo). será preciso criar previamente as combinações para
poder calcular.
O peso próprio dos elementos estruturais mais os
Revestimentos e Paredes formam a Acção Se gerar o vento ou sismo de forma automática, não se
Permanente (=Cargas Permanentes), atribuindo-as à podem criar conjuntos de cargas especiais associadas
Acção Permanente que figura em primeiro lugar nas a essa origem.
combinações e nas listagens de esforços.
CYPE
26 CYPECAD - Memória de Cálculo
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 27
CYPE
28 CYPECAD - Memória de Cálculo
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 29
CYPE
30 CYPECAD - Memória de Cálculo
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 31
Fig. 1.14
Consideração de efeitos de 2ª ordem (P∆)
Da mesma forma define-se um momento por efeito P-
De forma facultativa pode-se considerar, quando se
delta, MP∆, devido às cargas transmitidas pela lajes aos
define acção de Vento ou Sismo, o cálculo da
pilares Pij, para cada uma das acções gravíticas (k)
amplificação de esforços produzidos pela actuação de
tais cargas horizontais. É aconselhável activar esta definidas, para os deslocamentos ∆i devidos à acção
opção no cálculo. horizontal.
CYPE
32 CYPECAD - Memória de Cálculo
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 33
pudesse estabelecer uma relação com o coeficiente de Segunda Ordem - Factores de Amplificação, podem-
estabilidade global se os pisos fossem muito similares, se consultar os valores calculados para cada uma das
relacionando-os através: combinações e imprimir uma informação com os
resultados em Listagens, vendo o máximo valor do
γz: coeficiente de estabilidade global = 1/(1-Q) coeficiente de estabilidade global em cada direcção.
Quanto ao limite que estabelece para a consideração Pode mesmo dar-se o caso da estrutura não ser
do piso como intranslacional, o que neste caso seria o estável, em cujo caso se emite uma mensagem antes
limite para a sua consideração ou não, diz-se que Q = de terminar o cálculo, na qual se adverte que existe um
0.05, isto é: 1/0.95 = 1.05 fenómeno de instabilidade global. Isto produzir-se-á
Para este caso, supõe calculá-lo e tê-lo em conta quando o valor γz tender para ∞, ou, o que é o mesmo
sempre que se supere tal valor, o que em definitivo na fórmula, que se converte em zero ou negativo
conduz a considerar o cálculo praticamente sempre e porque:
amplificar os esforços por este método.
∑(γ fgi ⋅ ci + γ fgj ⋅ cj ) ≥ 1
Quanto ao coeficiente multiplicador dos deslocamentos
indica-se que, dado que as acções horizontais são Pode-se estudar para vento e/ou sismo e é sempre
temporárias e de curta duração, pode-se considerar aconselhável o seu cálculo, como método alternativo
uma redução da ordem dos 70% da inércia, e como o de cálculo dos efeitos de segunda ordem, sobretudo
módulo de elasticidade é menor (0.8), isto é, um para estruturas de nós móveis.
coeficiente amplificador dos deslocamentos de 1 / (0.7 ⋅
Convém recordar que a acção de sobrecarga
0.8) = 1.78 e, de acordo com o coeficiente de
considera-se na sua totalidade, e dado que o programa
estabilidade global, não superar o valor 1.35 seria o
não realiza nenhuma redução de sobrecarga de forma
razoável.
automática, pode ser conveniente repetir o cálculo
Pode-se considerar que o critério do código modelo reduzindo previamente a sobrecarga, o que apenas
seria recomendável e fácil de recordar, assim como seria válido para o cálculo dos pilares.
aconselhável em todos os casos a sua aplicação:
No caso da norma ACI 318, uma vez que se estudou a
Coeficiente multiplicador dos deslocamentos = 2 estabilidade do edifício, o tratamento da redução de
Limite para o coeficiente de estabilidade global = 1.5 rigidezes para o dimensionamento de pilares realiza-se
aplicando uma formulação que se indica no apêndice
É verdade que, por outro lado, existem sempre nos de normas do programa.
edifícios elementos rigidizantes, fachadas, escadas,
muros, etc., que asseguram uma menor Nesse caso, e dado o dificultoso e praticamente
deslocabilidade perante as acções horizontais que as inabordável que supõe o cálculo dos coeficientes de
calculadas. Por isso o programa deixa em 1.00 o encurvadura determinando as rigidezes das barras em
coeficiente multiplicador dos deslocamentos. Fica ao cada extremo de pilar, seria suficientemente seguro
critério do projectista a sua modificação, dado que nem considerar coeficientes de encurvadura = 1, com o
todos os elementos se podem discretizar no cálculo da qual se calculará sempre a excentricidade fictícia ou
estrutura. adicional de segunda ordem como barra isolada, mais
o efeito amplificador P-delta do método considerado.
Uma vez terminado o cálculo, no ecrã Dados Obra - Desta forma obtêm-se uns resultados razoáveis dentro
Vento e Sismo, premindo no botão Com Efeitos de
CYPE
34 CYPECAD - Memória de Cálculo
do campo das esbeltezas que cada norma estabelece σs: Tensão de cálculo do aço. Indica-se o diagrama de
para o seu caso. cálculo tensão-deformação do aço de acordo com a
norma. O aço pode ser diferente conforme se trate de:
Deixa-se ao critério do utilizador tomar a decisão a esse
respeito, dado que é um método alternativo. Se for o
caso, poderá optar pela aplicação rigorosa da norma
correspondente. Pilares, muros e paredes:
• Varões (verticais e horizontais)
• Estribos
1.6. Materiais a utilizar
Todos os materiais seleccionam-se com base numas
listas definidas pelo seu nome identificativo, cujas Vigas de piso e de fundação:
características estão definidas num arquivo. Os dados • Negativos (Inferior em fundação)
que deve especificar em cada caso são:
• Positivos (superior em fundação)
• Montagem (inferior em fundação)
1.6.1. Betão em fundação, lajes, vigas,
• Armadura de alma
pilares e muros
Existe um arquivo que contém uma lista de betões • Estribos
definidos pela sua resistência característica, coeficiente
de minoração, módulo de elasticidade secante,
coeficiente de Poisson ν = 0.2, definidos de acordo Lajes de piso e de fundação:
com a norma. • Punçoamento e transverso
O betão pode ser diferente em cada elemento. Além • Negativos em lajes maciças (superior em
disso, em pilares pode ser diferente em cada piso. fundação)
Estes valores correspondem aos admitidos com maior
frequência na norma. • Positivos em lajes maciças (inferior em fundação)
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 35
denominação, na qual se define num arquivo não Deve-se ter em conta se o efeito das acções é favorável
modificável pelo utilizador, o seu módulo de ou desfavorável, assim como a origem da acção. Os
elasticidade, limite elástico, coeficiente de Poisson, e valores podem variar.
todos os parâmetros necessários para o cálculo.
Estes valores terão de ser estabelecidos para cada
Podem-se utilizar perfis de aço enformados, assim
combinação. Para isso ler-se-ão as combinações
como aços laminados e compostos. Para as placas de
definidas no ficheiro correspondente, que é editável e
amarração no arranque do pilar metálico define-se o
modificável pelo utilizador, em função do número de
aço das placas e rigidificadores, assim como o aço e
combinações de cada uma das acções simples,
tipo para os pernos de amarração. Os aços e diâmetros
conforme a sua origem.
utilizáveis estão predefinidos no programa, e não são
modificáveis.
1.8. Combinações
1.7. Coeficientes de majoração e Definidas as acções simples básicas que intervêm num
cálculo, e conforme a norma a aplicar, é necessário
minoração verificar um conjunto de estados, que pode exigir a
As combinações estabelecem-se de acordo com as verificação de equilíbrio, tensões, ruptura, fendilhação,
acções sobre a estrutura, com o tipo de utilização da deformações, etc. Tudo isto se resume no cálculo de
estrutura, assim como com o método de cálculo que se uns estados limite, que também podem ser função do
vai utilizar. material a utilizar. Para cada um desses estados define-
se um conjunto de combinações, com os seus
correspondentes coeficientes, que no programa se
1.7.1. Método de cálculo fornecem numa biblioteca consultável, editável e
Para cálculo das combinações utiliza-se o método dos modificável pelo utilizador, e que deve seleccionar para
Estados Limites ou o de aplicação para cada norma o cálculo, verificando os seguintes estados:
seleccionada. Betão. Dimensionamento de secções.
Tensão Terreno. Verificação de tensões no terreno.
1.7.2. Materiais Deslocamentos. Obtenção de deslocamentos
Os coeficientes que se aplicam aos materiais utilizados máximos na estrutura.
são os definidos para cada norma. Pode consultar os Aço Laminado e Composto. Dimensionamento de
capítulos correspondentes às normas. secções.
Aço Enformado. Dimensionamento de secções.
1.7.3. Acções Por conseguinte, podem-se definir grupos de
Os coeficientes são definidos de acordo com a combinações e activar os estados que se deseja
utilização da construção. verificar no cálculo, para essa norma activa, e as
combinações e coeficientes a utilizar. Nas normas de
cada país é habitual estabelecer a consideração dos
seguintes estados que se descrevem a seguir.
CYPE
36 CYPECAD - Memória de Cálculo
Equilíbrio em Fundações. Para verificar o equilíbrio introduzir as novas combinações, caso contrário
em elementos de fundação, como as sapatas. poderá cometer erros graves no seu projecto.
Betão em Vigas de Fundação. Para o
dimensionamento de vigas de equilíbrio e lintéis entre
sapatas e maciços de encabeçamento de estacas. 1.8.2. Estados limite de utilização
De igual forma que se definem para os estados limites
últimos, definem-se os estados limites de utilização,
1.8.1. Estados limites últimos cuja aplicação habitual será a verificação de
deformações (flechas) e deslocamentos, se for o caso.
Definem-se para a verificação e dimensionamento de
No arquivo existem os grupos de combinações
secções e será habitual indicar grupos de combinações
correspondentes aos estados de utilização ou serviço.
para Betão, Aços Laminados, Compostos e
Devem-se consultar e/ou modificar já que os
Enformados. Não se contemplam naquelas normas que
coeficientes aí contidos, por defeito, são unitários.
utilizam tensões admissíveis.
A expressão geral das combinações é:
γ fgi ⋅ Gi + γ fqj ⋅ Qj + γ fwk ⋅ Wk + γ fsl ⋅ Sl 1.8.3. Acções características
Com este nome indicam-se as combinações de acções
γf: Coeficientes de segurança da acção conforme a origem da características para os estados a verificar que sejam de
acção (g: permanente; q: variável; w: vento; s: sismo) aplicação conforme a norma correspondente os
Gi: Cargas permanentes (para i hipóteses diferentes) contemple, consideradas as acções como nominais e
Qj: Cargas variáveis = sobrecarga (para j hipóteses diferentes) servem para criar grupos de combinações para verificar
Wk: Cargas de vento (para k hipóteses diferentes) estados de tensões admissíveis ou deslocamentos,
Sl: Cargas de sismo (para l hipóteses diferentes) conforme indique a norma. A sua aplicação será em
normas de tensões admissíveis para o
dimensionamento de secções, deformações, tensões e
A definição do número de hipóteses isoladas diferentes
deslocamentos, tanto para betão como para aço.
conforme a origem da acção (i, j, k, l) definem-se em
cada obra e existe uma biblioteca de combinações já Deve validar a selecção de grupos de combinações
criadas para diferentes valores de i, j, k, l que se podem para calcular, pois é importante e dependerá da
consultar. Para cada uma delas podem-se definir utilização do edifício.
grupos de combinações correspondentes a estados de
diferente tipo de utilização e, portanto, com diferentes
coeficientes de segurança γf, que são por sua vez
consultáveis e definíveis. Esse ficheiro é a base das
1.9. Dados de entrada
combinações de cálculo. Os dados que deve introduzir no CYPECAD para o
cálculo de uma obra são:
É possível que para o número de acções definidas seja
diferente dos casos contidos na biblioteca de
combinações, ou para o tipo de utilização a que se
destina o edifício, em cujo caso o utilizador deve
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 37
CYPE
38 CYPECAD - Memória de Cálculo
αi = ⋅α
coeficiente de encurvadura num pilar que, ao estar sem Ii
travamento em vários pisos consecutivos, poderia
encurvar em toda a sua altura. I1 + I2 + I3 + I4
no exemplo, para α 3 = ⋅α
I3
Por conseguinte, quando o programa calcula o
comprimento de encurvadura do piso 3, calculará:
l1 + l2 + l3 + l4
l03 = α 3 ⋅ l3 = ⋅ α ⋅ l3 =
l3
= ( l1 + l2 + l3 + l4 ) ⋅ α = α ⋅ l
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 39
O valor final de α de um pilar é o produto do α do piso 1.9.2. Dados gerais de acções. Cargas
pelo α do tramo. especiais. Grupos de combinações.
Fica ao critério do utilizador a variação dos valores de α Pisos/Grupos
em cada uma das direcções dos eixos locais dos Nestas opções inclui-se a consideração ou não de
pilares, visto que as diferentes normas não precisam de acções horizontais, vento e/ou sismo, e a norma que se
forma geral a determinação de tais coeficientes além de deve aplicar em cada caso, escolhendo as
para o caso de pórticos, e dado que o comportamento combinações para cada estado limite.
espacial de uma estrutura não corresponde aos modos
de encurvadura de um pórtico, prefere-se não dar No entanto, validam-se as combinações segundo as
esses valores de forma inexacta. acções que intervierem. Por outro lado, seleccionam-se
os conjuntos de cargas especiais e a atribuição da sua
14. Definição de número de pisos e grupos. origem a cada hipótese.
14.1. Nome de grupos, sobrecarga, revestimentos Também deve indicar quais são os revestimentos e
e paredes divisórias. paredes divisórias e sobrecargas globais de cada piso,
14.2. Cota do nível de fundação, nome do piso e indicado nos dados de cada grupo. O peso próprio da
alturas entre eles. laje está indicado no arquivo que contém a sua
descrição, e pelo programa as lajes maciças, vigas,
Ao definir as alturas (h) dos pisos, define-se a diferença pilares, paredes e muros.
entre os níveis superiores (ou plano médio superior de
referência) das lajes. As cotas são calculadas pelo
programa a partir dos dados indicados. 1.9.3. Vento
Selecciona-se a norma a aplicar. Consulte para isso o
capítulo correspondente à norma utilizada.
1.9.4. Sismo
Se existir sismo, os dados serão conforme a selecção
da norma de aplicação. Consulte o capítulo dedicado
às normas.
Recorde que nas cargas especiais podem-se definir
cargas associadas às hipóteses de vento e/ou sismo,
se não as gerar de forma automática previamente.
Fig. 1.17
1.9.5. Conjuntos de cargas especiais
Pode-se definir um máximo de 8 conjuntos de cargas
especiais, o que significa que são diferentes das
definidas com carácter geral:
CYPE
40 CYPECAD - Memória de Cálculo
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 41
Paredes B.A.
Define-se em primeiro lugar uma série de paredes tipo, Cargas verticais em pilares
indicando: Pode-se definir na cabeça do último piso de qualquer
pilar (onde termina), cargas (N, Mx, My, Qx, Qy, T)
• Nome referentes aos eixos gerais do pilar, para qualquer
• Grupo inicial e final acção, adicionais às obtidas do cálculo, de acordo com
o seguinte convénio de sinais:
• Lados e vértices
• Espessuras em cada piso à esquerda e à direita do
eixo do lado.
O primeiro vértice definido é o ponto fixo de inserção
embora seja possível variar a sua posição. A seguir
definimos as paredes seleccionando:
• Parede tipo
• Referência
• Ângulo.
As paredes têm a mesma geometria em planta,
Fig. 1.18
podendo variar em altura apenas a sua espessura. Não
se podem apoiar em pilares, nem arrancar pilares das
mesmas, são pois de geometria constante, e pensadas
como elementos de travamento horizontal do edifício. 1.9.8. Dados dos pisos (Introdução de
vigas)
Em cada grupo tem de se precisar de forma gráfica a
Cargas horizontais em pilares geometria em planta e visualizar-se-ão no ecrã os
Define-se o tipo de carga, a origem da acção e o ponto pilares e as paredes. A ordem lógica de entrada de
de aplicação. dados é a seguinte:
Podem-se definir cargas horizontais em pilares com as
seguintes características:
• Tipos de cargas: pontual, uniforme e em faixa.
CYPE
42 CYPECAD - Memória de Cálculo
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 43
Se for o caso indicam-se as dimensões da sapata. paralela a vigas ou passando por dois pontos
determinados.
• Módulo de Winkler do terreno. Por defeito dá-se
um valor elevado = 98100 KN/m3, uma vez que se Pode-se conseguir a existência ou ausência de
existirem pilares com ligação exterior, podem-se continuidade entre as vigotas de panos adjacentes.
produzir assentamentos diferenciais, o que não é Copiando panos obtém-se continuidade entre eles.
real, se fizer um cálculo posterior das sapatas Modificando o ponto de passagem entre as vigotas
isoladas de pilares. Se toda a fundação for pode-se eliminar a continuidade entre panos contíguos,
flutuante, colocar-se-á o módulo de Winkler sempre que a distância entre vigotas for maior que o
correspondente ao tipo de terreno e dimensões comprimento de barra curta (valor por defeito 0.20 m,
das fundações. Não misture apoios com e sem que se pode variar na opção de Coeficientes
ligação exterior, pois se o fizer, emite-se um aviso, Redutores de Rigidez à Torção). O mesmo efeito de
devendo analisar convenientemente a situação. continuidade produz-se se no prolongamento de
alguma vigota se encontrar uma viga ou apoio, com
• Tensão admissível do terreno. uma separação entre eixos menor que o comprimento
de barra curta.
CYPE
44 CYPECAD - Memória de Cálculo
Largura da laje. É a largura da laje, ou a distância • Momento último. É o máximo momento resistido
entre-eixos para uma laje de vigota e abobadilha. (último).
Larguras mínimas da laje. É o menor valor que se • Rigidez total, da secção composta laje-betão,
permite obter por corte longitudinal de uma laje tipo, utiliza-se para formar a matriz de rigidez das barras
como consequência das dimensões da laje, ao chegar nas quais se discretiza a laje.
a um bordo, sendo normalmente uma laje especial de
• Rigidez fendilhada, para o cálculo de flecha pelo
largura menor que a laje tipo. A largura que se obtém
método de Branson.
dessa última laje especial está compreendida entre o
valor tipo ou largura de laje e essa largura mínima. • Momento de serviço. Momento resistido segundo a
classe em betão pré-esforçado, que não é o
Entrega mínima e máxima. Quando a laje está
mesmo que o ambiente. A equivalência é:
inclinada em relação à normal no apoio, a entrega é
diferente em cada bordo da laje, podendo variar entre o Ambiente I = Classe III
mínimo e o máximo. Se superar o valor máximo, a laje (Estruturas em interiores de edifícios ou meios
bisela-se. exteriores de baixa humidade).
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 45
CYPE
46 CYPECAD - Memória de Cálculo
Quando não se tiver definido dados para o cálculo de razoavelmente aproximada, uns resultados de acordo
flecha, ambiente ou esforço transverso, não se realiza com o esperado, modificando os coeficientes de
essa verificação. encastramento das lajes em continuidade.
Em Dados de Laje, pode-se seleccionar o ambiente, De forma orientadora, o valor do coeficiente de
assim como os coeficientes de encastramento em encastramento a atribuir às lajes, depende da relação
bordos e os momentos mínimos para cada tipo de entre o peso próprio da laje e a carga total, supondo
tramo, extremo, intermédio, isolado ou em consola. um estado de cargas uniforme.
Processo construtivo. Pode seleccionar o cálculo com O valor do coeficiente de encastramento seria:
escoramento ou como autoportante.
coef.encast. = 1 – (p.próprio laje / carga total)
A. Com escoramento
Por exemplo, se tiver uma laje que pesa 4 KN/m2,
O cálculo que o programa realiza quando pavimento de 1 KN/m2 e uma sobrecarga de 5 KN/m2,
consideramos continuidade, com um valor do obteria:
coeficiente de encastramento em bordos = 1, é um
peso próprio da laje = 4
cálculo estático submetido à carga total = carga
permanente + sobrecarga, o que equivale a carga total = 4 + 1 + 5 = 10
construir a laje sobre escoramento, e ao retirá-lo, a
laje fica submetida a essa carga total. coef.encast. = 1 – (4/10) = 1 – 0.4 = 0.6
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 47
Lajes maciças
Define-se a altura da laje. Cada laje pode ter uma altura
diferente. Pode-se aplicar um coeficiente de
encastramento para qualquer pano de laje maciça na
sua união nos bordos às vigas nas quais se apoia, e
que pode variar entre 0 (articulado) e 1 (encastrado),
assim como valores intermédios (semi-encastrado).
Podem-se definir desníveis entre panos, com as
mesmas observações indicadas em lajes de vigotas
pré-fabricadas.
Pode-se definir uma armadura base em cada direcção,
superior e inferior, que será considerada no cálculo e
dimensionamento da armadura.
Muito importante: Se considerar armadura base,
recorde que existe uma opção de cálculo que se
chama Pormenorizar armadura base. Se não a
activar, não se visualiza a armadura base e apenas verá Fig. 1.20
os reforços. Assim, medir-se-á aproximadamente nas
As lajes maciças podem ser de fundação. Neste caso
listagens, nos quadros de medição de desenhos, e por
definir-se-á a altura, módulo de Winkler e tensão
outro lado, deverá prestar especial atenção ao lançar
admissível. A armadura base em lajes de fundação
os desenhos, de maneira que conste a sua existência e
determina-se em função da quantidade geométrica
consideração no cálculo e que por isso se deve
mínima definida nas opções de lajes de forma
colocar. Reveja os desenhos e ponha os pormenores
automática.
necessários para indicar os comprimentos de emenda
e as zonas onde se podem realizar.
Se activar a opção, poderá ver a armadura base como Lajes fungiformes aligeiradas
um reforço mais, editando-o e modificando-o. A As lajes fungiformes aligeiradas são formadas por
armadura base inferior é sempre contínua, emendando- panos nos quais se diferenciam duas zonas: aligeirada
se nas zonas de máximo negativo. A armadura base e maciça.
superior não é contínua, apenas se coloca onde for
necessária, como se se tratasse de um negativo mais. A zona aligeirada deve-se definir em primeiro lugar,
Em lajes de fundação, invertem-se as posições. A seleccionando-a de uma biblioteca tipificada e editável
armadura medir-se-á nas listagens e desenhar-se-á nos de lajes. Os dados que contém são os seguintes (Fig.
desenhos como um reforço mais. 1.21):
CYPE
48 CYPECAD - Memória de Cálculo
• Tipo de aligeiramento: recuperável ou perdido Pode-se definir uma armadura base em qualquer
direcção, superior e inferior, que se considera no
• Número de peças que formam o bloco aligeirante dimensionamento da armadura. Esta armadura base
• Geometria da secção transversal: entre eixo ou pode-se desenhar e medir de forma opcional, se
distância entre nervuras, que pode ser igual ou seleccionar (x) Pormenorizar em Opções. O programa
diferente em X e Y, e largura da nervura, que pode apenas mede se activar a opção de pormenorizar
ser variável. armadura base, em cujo caso se desenha e portanto é
medível ao conhecer os seus comprimentos de corte.
• Peso da laje.
Muito importante: Se considerar armadura base,
• Volume de betão/m2 (orientador). recorde que existe uma opção de cálculo que se
Depois de introduzir estes dados, indica-se, além disso, chama Pormenorizar armadura base. Se não a
no pano o ponto de passagem da malha, que pode activar, não se visualiza a armadura base e apenas verá
variar. A direcção das nervuras pode ser qualquer uma. os reforços. Assim, medir-se-á aproximadamente nas
Podem-se definir desníveis entre panos, com as listagens, nos quadros de medição de desenhos, e por
mesmas observações indicadas para lajes de vigotas outro lado deverá prestar especial atenção ao lançar os
pré-fabricadas. desenhos, de maneira que conste a sua existência e
consideração no cálculo e que por isso se deve
colocar. Reveja os desenhos e ponha os pormenores
necessários para indicar os comprimentos de emenda
e as zonas onde se podem realizar.
Se activar a opção, poderá ver a armadura base como
um reforço mais, editando-o e modificando-o. A
armadura base inferior é sempre contínua, emendando-
se nas zonas de máximo negativo. A armadura base
superior não é contínua, apenas se coloca onde for
necessária, como se se tratasse de um negativo mais.
Em lajes de fundação, invertem-se as posições. A
armadura medir-se-á nas listagens e desenhar-se-á nos
desenhos como um reforço mais.
Em cada pano a laje pode ser diferente. No caso de as
vigas divisórias entre panos serem rasas, tomará para
estas a altura da laje maior em ambos os lados. Nas
vigas altas a saliência mede-se a partir da maior altura.
Pode-se aplicar um coeficiente de encastramento nos
bordos do pano, que oscila entre 0 (articulado) e 1
(encastrado).
As zonas maciças ou maciços de pilares podem-se
gerar de forma automática sobre pilares, ou em
Fig. 1.21 qualquer zona do pano, adoptando como altura a
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 49
CYPE
50 CYPECAD - Memória de Cálculo
Fundação. Nos pilares e paredes ‘com vinculação mensagens informativas acerca da fase de cálculo na
exterior’, no seu arranque, podem-se definir sapatas qual se encontra o programa. Também se emitem
isoladas e maciços de encabeçamento sobre estacas, mensagens de erro se houver dados incompatíveis
e entre estes elementos de fundação: vigas de com o cálculo.
equilíbrio e lintéis, que poderão ligar sapatas contínuas
A primeira fase do programa será a geração das
debaixo do muro.
estruturas geométricas de todos os elementos,
As sapatas rectangulares calculam-se como sólido formando a matriz de rigidez da estrutura. Se o
rígido e admitem sobre ela vários pilares e/ou paredes. programa detectar dados incorrectos emitirá
Os maciços de encabeçamento de estacas também, de mensagens de erro e deterá o processo. Esta fase
acordo com uma tipologia definida de casos resolvidos. pode-se executar de forma independente para um
grupo ou para toda a obra.
As vigas de equilíbrio definem-se para absorver os
momentos transmitidos à sapata ou maciço de A segunda fase consiste na inversão da matriz de
encabeçamento de estacas, sobre o qual actuam. rigidez. No caso de ser singular, emite-se uma
Podem actuar várias vigas para absorver os momentos mensagem que adverte de um mecanismo, se detectar
numa direcção dada, em cujo caso se distribuirá tal situação em algum elemento ou parte da estrutura.
proporcionalmente pelas rigidezes respectivas. Neste caso o processo detém-se.
Numa terceira fase obtêm-se os deslocamentos de
todas as hipóteses definidas. Emite-se uma mensagem
1.9.9. Dados de cargas especiais. Vigas que indica deslocamentos excessivos nos pontos da
inclinadas estrutura que superem um valor, quer seja por um
Além das cargas superficiais a nível geral, é possível incorrecto desenho estrutural, quer pelas rigidezes a
introduzir cargas pontuais, cargas lineares e cargas torção definidas em algum elemento.
superficiais. Todas elas se introduzem de forma gráfica Se existirem problemas de estabilidade global, deve-se
no ecrã e podem-se visualizar, para fazer consultas ou rever a estrutura, quando se tiverem considerado
modificações em qualquer momento. efeitos de segunda ordem.
Cada tipo de carga tem um esquema gráfico de fácil A quarta fase consiste na obtenção das envolventes de
identificação, assim como uma cor diferente, se todas as combinações definidas, para todos e para
pertencerem a hipóteses diferentes. cada um dos elementos: vigas, lajes, pilares, etc.
Para o caso das Vigas Inclinadas tem de se indicar as Na quinta e última fase procede-se ao
suas dimensões, assim como as cargas que podem dimensionamento e armadura de todos os elementos
actuar sobre elas (pontuais, lineares, em faixa, definidos, de acordo com as combinações e
triangulares,...) e indica-se de onde e até onde vão envolventes, geometria, materiais e tabelas de
(grupo inicial e final). Têm sempre 6 graus de liberdade. armadura existentes. No caso de se superar em alguma
viga a resistência do betão por compressão oblíqua,
emite-se uma mensagem. O programa continua até ao
1.10. Cálculo da estrutura fim, emitindo uma informação.
Depois de se ter introduzido todos os dados, é possível
calcular a estrutura. Durante o processo aparecerão
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 51
Ao finalizar o cálculo, indicam-se os erros mais consulta dos resultados. É possível mudar opções e
problemáticos surgidos durante o cálculo. Pode-se tabelas, e rearmar para obter um novo resultado.
consultar no ecrã ou também imprimir num ficheiro ou
impressora dependendo do tipo de erro. Outros erros
devem-se consultar em cada elemento, pilar, viga, laje, Resultados de vigas normais e de fundação
etc. Podem-se consultar todos os dados das vigas:
• Flecha activa e outras flechas, relação flecha/vão,
consideração de momentos mínimos.
1.11. Obtenção de resultados
Terminado o cálculo, pode consultar os resultados no • Envolventes em vigas com ou sem sismo, com os
ecrã, obter listagens em ficheiros de texto ou momentos flectores, esforços transversos e
impressora e copiar numa disquete a obra. momentos torsores. Pode-se medir tudo isto de
forma gráfica e numérica.
Os elementos de fundação definidos ‘com vinculação
exterior’: sapatas, maciços de encabeçamento de • Armadura de vigas, considerando o número de
estacas, vigas de equilíbrio e lintéis, podem-se calcular varões, o diâmetro, os comprimentos e os estribos
simultaneamente ou posteriormente. Todos estes com os seus comprimentos. Estes resultados
elementos de fundação podem-se editar, modificar, podem-se modificar. Podem-se consultar as áreas
voltar a dimensionar ou verificar de forma isolada do de reforço superior e inferior, necessárias e de
resto da estrutura. cálculo, tanto longitudinal como transversal.
• Erros em vigas: flecha excessiva, separação entre
varões, comprimentos de amarração, armadura
1.11.1. Consulta no ecrã comprimida, e compressão oblíqua por transverso
Podem-se consultar em qualquer momento os e/ou torção e todos os dados de dimensionamento
seguintes dados. ou armadura inadequada. Pode-se atribuir códigos
de cores para avaliar a sua importância.
Dados gerais da obra
É conveniente rever os dados introduzidos: dados de • Coeficiente de encastramento em bordos de vigas.
pilares, de grupos (sobrecarga, revestimentos e • Perfis calculados em vigas metálicas e perfil que
paredes divisórias), altura de pisos, acções de vento e cumpre da série de perfis. Em vigas metálicas
sismo, materiais utilizados, opções, tabelas de mistas também se obtém o dimensionamento dos
armadura, etc. As opções contidas neste capítulo pernos de ligação.
gravam-se com a obra, assim como as tabelas de
armadura convertidas em especiais, o que é É possível modificar a secção das vigas. Se se tiverem
conveniente para gravar em suporte magnético e alterado as dimensões das vigas, pode-se executar a
posterior cálculo, passado um tempo. Se não fizer opção Rearmar para obter uma nova armadura com os
assim, e tiver modificado opções ou tabelas, poderá mesmos esforços do cálculo inicial. Neste caso devem-
obter resultados diferentes. se verificar de novo os erros.
Se se modificar estes dados, deve-se recalcular a obra. Podem-se rearmar apenas os pórticos que mudaram
Se dão como válidos, pode-se continuar com a de dimensões, conservando aqueles onde se tiver
CYPE
52 CYPECAD - Memória de Cálculo
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 53
CYPE
54 CYPECAD - Memória de Cálculo
Resultados de sismo
Resultados de paredes, muros de cave e muros
Podem-se consultar os valores do período de vibração
de alvenaria
para cada modo considerado, o coeficiente de
Podem-se consultar os diagramas de tensões normais participação das massas mobilizadas em cada
e tangenciais em toda a altura da parede para cada direcção e o coeficiente sísmico correspondente ao
combinação calculada, assim como os diagramas de espectro de deslocamentos resultante.
deslocamentos para as acções definidas.
Os isodiagramas desenham-se a cores e escalas
segundo valores proporcionais, indicando-se os Isodiagramas em lajes maciças e fungiformes
mínimos e máximos. aligeiradas
Pode-se consultar e modificar a armadura, ao critério Neste capítulo, para lajes maciças e fungiformes
do utilizador, assim como as espessuras, ficando a aligeiras, podem-se visualizar os deslocamentos,
vermelho quando não cumpre. É possível esforços e quantidades em cm2/m em todos os panos
redimensionar. de qualquer grupo.
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 55
e a sua ligação, paredes, dados de acções • Listagem de deslocamentos por acção em cada
gravíticas, vento, sismo, materiais utilizados, lajes pilar e em cada piso.
introduzidas, geometria e peso próprio.
• Listagem de efeitos de segunda ordem.
• Listagem de cargas especiais, geometria e cargas
de peso próprio e lajes utilizadas. • Listagem de cargas de vento.
CYPE
56 CYPECAD - Memória de Cálculo
No desenho pode-se incluir qualquer tipo de pormenor indica o número, posição, estribos, tipo, diâmetro,
de construção ou desenho em formato DXF ou DWG, comprimentos, perfis metálicos e se agrupa por
além de utilizar os recursos de edição que o programa tipos iguais. Inclui-se um quadro das placas de
permite: cotas, textos, linhas, pormenores e arcos. amarração em arranque de pilares metálicos, com
Pode-se aplicar qualquer escala, espessura dos traços, as suas dimensões, pernos e geometria. Podem-se
tamanho de letra, etc., de forma que se pode desenhar ou seleccionar por pisos, além de incluir
personalizar completamente o desenho. um resumo da medição.
Todos os elementos estão definidos em ‘layers’ e 5. Pormenorização de Pilares e Paredes. Desenho
podem-se seleccionar para cada desenho os pormenorizado do pilar e das paredes, incluindo o
elementos que se desejar. Basicamente podem-se corte dos comprimentos e um quadro com os
desenhar os seguintes desenhos: comprimentos de todos os varões.
1. Planta Estrutural. Desenho e cotas de todos os 6. Acções em fundação. Desenho dos arranques de
elementos por pisos e referente aos eixos de fundação com as cargas no arranque (por acção),
implantação. Inclui como opção as áreas e expressas em eixos gerais. Incluem-se pilares e
volumes de lajes, assim como quantidades de aço, paredes.
no quadro de informação.
7. Muros de cave. Alçado de cada tramo de muro,
2. Plantas de Lajes. Geometria de todos os com tabela de armaduras em cada tramo por piso,
elementos em piso, vigas, pilares, paredes, muros, incluindo medição aproximada.
lajes de vigotas (indicando momentos positivos e
esforços transversos extremos em vigotas, 8. Desenho de cargas. Desenham-se as cargas
comprimentos e reforços de negativos), armaduras especiais aplicadas por acções para cada grupo.
em lajes maciças e, em lajes fungiformes 9. Desenho de consolas curtas. Desenha-se a
aligeiradas, pormenorizando num quadro a geometria e a armadura.
armadura base em lajes, assim como em maciços
de pilares e nervuras de lajes fungiformes
aligeiradas, reforço ao punçoamento, zonas
maciças e aligeiradas. Pode-se pormenorizar um 1.14. Verificação e dimensionamento
quadro resumo com a medição e os seus totais. de elementos
Também se pode obter desenhos dos elementos
Para o dimensionamento das secções de betão
de fundação.
armado em estados limites últimos, utiliza-se o método
3. Pormenorização de Vigas. Desenho dos pórticos, da parábola-rectângulo e o diagrama rectangular,
que inclui o nome, as escalas, dimensões, cotas, com os diagramas tensão-deformação do betão e para
número, diâmetro e comprimentos das armaduras, cada tipo de aço, de acordo com a norma vigente (ver
assim como posição, estribos, tipo, diâmetro e o capítulo Implementação de Normas).
separação. Podem-se pormenorizar as armaduras
Utilizam-se os limites exigidos pelas percentagens
num quadro resumo e o total da medição.
mínimas indicadas pelas normas, tanto geométricas
4. Quadro de Pilares e Placas de Amarração. como mecânicas, assim como as disposições
Esquema das secções de pilares, no qual se indicadas referentes ao número mínimo de varões,
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 57
diâmetros mínimos e separações mínimas. Esses amarrar o comprimento de amarração a partir do eixo.
limites podem-se consultar e modificar no ecrã em As tabelas de armadura por defeito proporcionam uma
Opções. Outros estão gravados em ficheiros internos. armadura contínua (1ª parcela) cuja quantidade é
sempre superior a um terço ou a um quarto da
armadura total nas tabelas de armadura por defeito do
1.14.1. Vigas de planos horizontais e programa. Se modificarem as tabelas, deve tentar
conservar essa proporção, ficando ao critério do
inclinados utilizador essas modificações.
Armadura longitudinal por flexão
A 2ª e 3ª parcela podem ser de menor comprimento,
A armadura determina-se efectuando um cálculo à
sempre simétrico, cumprindo uns comprimentos
flexão simples em, pelo menos, 14 pontos de cada
mínimos em percentagens (“d” e “e” no desenho) do
tramo de viga, delimitado pelos elementos que
vão especificado em Opções.
contacta, quer sejam vigotas, lajes maciças ou
fungiformes aligeiradas. Em cada ponto, e a partir das
envolventes de momentos flectores, determina-se a
armadura necessária tanto superior como inferior (de
tracção e compressão conforme o sinal dos momentos)
e verifica-se com os valores mínimos geométricos e
mecânicos da norma, tomando o valor maior.
Determina-se para as envolventes, sísmicas e não
sísmicas e coloca-se a maior quantidade obtida de
ambas.
c: Dimensão de apoio
Armadura inferior r: Recobrimento = 3 cm em geral
Conhecida a área necessária por cálculo em todos os lb, net: Comprimento de amarração
pontos calculados, procura-se na tabela de armadura
de positivos a sequência de armadura imediatamente Fig. 1.22
superior à necessária. Podem-se dispor armaduras até NOTA: A 1ª parcela passa sempre 10 diâmetros medidos a
três comprimentos de corte. As tabelas de armadura partir da face do apoio.
estão definidas para a largura e a altura especificada Quando não se encontrar nas tabelas de armadura
nas mesmas. uma combinação de armaduras que cubra o
As tabelas de armadura dividem-se em 3 parcelas. necessário para as dimensões da viga, colocar-se-ão
Cada uma delas pode ser de diferente diâmetro. A 1ª diâmetros ∅25. O programa emitirá a mensagem
parcela é a armadura contínua entre apoios, amarrada ‘ARMADURA INFERIOR FORA DE TABELA’.
de forma construtiva. Isto é, o eixo de apoio passa até à
face oposta menos 3 centímetros, excepto se, por
necessidades de cálculo (por os positivos estarem Armadura superior
próximos ou chegarem ao apoio, ou por necessitar de Distinguem-se duas classes de armadura superior:
armadura de compressão em apoios), for preciso
CYPE
58 CYPECAD - Memória de Cálculo
Reforço superior (em vigas normais, inferior em Quando não encontrar nas tabelas de armadura
vigas de fundação). Conhecida a área necessária por nenhuma que cumpra, colocar-se-á o número
cálculo em todos os pontos calculados, procura-se na necessário de varões de diâmetro 25. O programa
tabela de armadura de negativos a sequência de emitirá a mensagem: ‘FORA DE TABELA’, quer seja
armadura imediatamente superior à necessária. montagem ou reforço.
Podem-se dispor armaduras até três grupos de
Quando os comprimentos de negativos em ambos os
comprimentos de corte distintos, que em opções de
lados de um tramo se unem (consulte as Opções),
Armadura de vigas se podem definir através de um
automaticamente passa a ter armadura de montagem
mínimo em % do vão, para cada grupo. As tabelas de
colaborante.
armadura estão definidas para a largura e altura
especificadas nas mesmas. As tabelas de armadura
dividem-se em 3 parcelas. Cada uma delas pode ser de
diferente diâmetro. Outras considerações na armadura longitudinal
Dentro da zona de apoio do elemento de suporte ou
Montagem: Contínua ou Porta-Estribos. A armadura pilar, considera-se uma variação linear da altura da viga
de montagem contínua utiliza-se quando se constrói (1/3), o que conduz a uma redução da armadura
em estaleiro a armadura das vigas de apoio em apoio, necessária, que será a maior obtida entre as faces do
conjuntamente com a armadura positiva e os estribos, bordo de apoio, não tendo que coincidir com o eixo do
colocando-se em obra o reforço superior (ou inferior apoio, sendo o mais normal que esteja próxima ou no
em vigas de fundação) nos apoios. De forma opcional, mesmo bordo de apoio.
pode-se considerar ou não, colaborante para efeitos de
armadura superior. Quando for necessário armadura de
compressão superior, converte-se sempre em
colaborante. A amarração desta armadura de
montagem é opcional, em patilha ou prolongamento
recto, a partir da sua terminação ou do eixo, mostra-se
claramente no diálogo de opções.
• Em secções em T, coloca-se uma armadura
adicional para segurar os extremos dos estribos da
cabeça do T.
• A armadura de montagem porta-estribos utiliza-se
para a montagem ‘in situ’ da armadura, colocando- Fig. 1.23
se entre os extremos dos reforços superiores, Quanto às paredes e muros, dependendo da largura
utilizando varões de pequeno diâmetro e uma do lado onde chega a viga, calcula-se um comprimento
amarração construtiva com os reforços. É ou vão de cálculo igual ao menor de:
necessário para ter uma armadura que pelo menos
segure os estribos. Pode também ser utilizável em • A distância entre eixos de paredes (ou ponto
zonas sísmicas nas quais se deseja afastar as médio do eixo de viga cortado)
amarrações dos nós. É conveniente consultar e
• O vão livre (entre faces) mais duas vezes a altura.
escolher a que habitualmente se utiliza.
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 59
Com este critério, obtêm-se as envolventes dentro da calculando o ramo vertical necessário, colocando um
parede e obtém-se o comprimento de corte das mínimo se assim se indicar nas opções. Em apoios
armaduras, que não superarão o vão de cálculo em intermédios amarra-se a armadura de positivos a cada
mais de duas alturas. lado a partir do eixo de apoio, além de um mínimo de
dez diâmetros medidos desde a face do pilar ou
Se for necessária a armadura de alma, devido à altura
suporte (Fig. 1.22).
da viga, o que se define em Opções, dispor-se-á nas
faces laterais com o diâmetro e separação mínima Quando se supera o comprimento máximo dos varões,
definida, de acordo com a norma e com o indicado nas cortam-se e emendam-se os varões com o dobro do
opções. valor do comprimento de amarração. Com sismo,
existe uma opção na qual se amarra e emenda a
armadura fora da zona confinada junto aos apoios.
Armadura longitudinal por torção
Conhecida a armadura longitudinal por flexão, calcula-
se a armadura necessária por torção, de acordo com a Armadura transversal (estribos)
norma, em cada secção. Se a armadura real colocada Para o dimensionamento ao esforço transverso efectua-
nos cantos for capaz de absorver esse incremento em se a verificação à compressão oblíqua realizada no
relação à necessária por flexão, cumprirá. Em caso bordo do apoio directo, e o dimensionamento dos
contrário, será preciso aumentar a armadura estribos a partir do bordo do apoio mencionado ou de
longitudinal e colocar uma armadura adicional nas forma opcional duma distância em percentagens da
faces laterais, como se tratasse de armadura de alma. altura útil, do bordo de apoio (Fig. 1.24). Quanto aos
estribos, ou reforços ao esforço transverso, é possível
A verificação de compressão oblíqua por torção e
seleccionar os diâmetros mínimos e separações em
transverso efectua-se a uma altura útil do bordo de
função das dimensões da viga, assim como simetria na
apoio de acordo com a formulação de cada norma.
disposição dos mesmos e utilização de diferentes
diâmetros segundo a zona da viga. Podem-se definir
estribos simples (que é sempre o perimetral da
Corte das armaduras longitudinais secção), duplos, triplos, assim como ramos verticais.
Uma vez conhecida a envolvente de capacidades Também se podem dispor os estribos e ramos juntos,
necessárias em cada secção, superior e inferior, até dois e três na mesma secção.
determina-se para cada ponto um diagrama deslocado
uma altura útil mais o comprimento bruto reduzido Existem umas tabelas definíveis pelo utilizador e nas
(=comprimento de amarração ⋅ área necessária / área real) em função da quais se pode observar que é possível utilizar estribos e
sua posição (II=má aderência, I=boa aderência), ramos, tal como se comentou.
determinando-se o comprimento máximo na sua zona
para cada um dos grupos de armadura disposto na
direcção desfavorável ou decrescente dos esforços. De
forma opcional estes comprimentos ajustam-se a uns
mínimos definidos em função de uma percentagem do
vão e em múltiplos de 5 cm. Nos extremos, amarra-se a
armadura de acordo com a sua terminação em patilha,
CYPE
60 CYPECAD - Memória de Cálculo
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 61
Também pode acontecer que em algum tramo de viga, a σsr: Tensão da armadura no momento da fendilhação
largura seja superior a duas vezes o seu vão. Neste caso, Es: Módulo de elasticidade do aço
esta viga larga realmente não é uma viga ou elemento
K3: 0.5
linear, mas um elemento plano bidimensional ou laje, com
o que convém rever a discretização e introduzi-la como
laje maciça em vez de o fazer como viga, já que os Esta formulação aplica-se em geral, excepto para a
critérios de dimensionamento são diferentes. norma NB-1 e Eurocódigo 2, que têm a sua formulação
Por último, recorde que em vigas rasas nas quais, pela específica.
sua largura, se ultrapassa a espessura do apoio em mais
de uma altura, deve-se fazer uma verificação manual ao Se activar a verificação e não se cumprir, aumentam-se
punçoamento assim como uma verificação dos estribos os varões ou a quantidade para cumprir, emitindo uma
no apoio, reforçando com armadura transversal, se for mensagem de aviso (não é um erro) nos erros de vigas.
preciso. Se existirem cargas transmitidas aplicadas por
baixo da fibra neutra da secção, ou cargas pontuais de
vigas apoiadas noutras vigas, dever-se-á adicionar
manualmente a armadura necessária para suspender tais 1.14.2. Vigas inclinadas
cargas, já que o programa não o realiza.
Dimensionam-se tais elementos à flexão composta a
partir das envolventes de momentos flectores e axiais,
assim como os estribos ao esforço transverso (no
plano vertical que contém na viga). É um cálculo em
Verificação da fendilhação em vigas flexão composta, pelo que não se contemplam
De forma opcional, pode-se estabelecer um limite da esforços no plano horizontal, que se existirem devem-
largura de fendilhação. A formulação utilizada se armar manualmente.
corresponde ao Código Modelo CEB-FIP. A largura
característica calcula-se como: A armadura superior e inferior longitudinal indicada é a
máxima ou envolvente de todas as secções calculadas
Wk = 1.7 ⋅ Sm ⋅ Esm ao longo dessa viga inclinada. Para este tipo de viga
φ A c,eficaz desenha-se a armadura e pode-se somente consultar
Sm = 2c + 0.25 + K 1 K 2 no ecrã. O utilizador deve realizar uma pormenorização
As
à parte das suas armaduras, para os encontros dos nós
σs
2
K 3 σ sr σ extremos.
Esm = 1 − ≤ 0.4 s
Es 2.5K 1 σ s Es A envolvente de tais esforços pode-se consultar, se
desejar cortes de varões e um estudo dos nós de
onde
ligação.
c: Recobrimento da armadura de tracção
s: Separação entre varões. Se s > 15 d,s = 15φ
K1: 0.4 (varões rugosos) 1.14.3. Vigas metálicas
K2: 0.125 (flexão simples)
Dimensionam-se de acordo com a norma
As: Área total dos varões na área eficaz
correspondente e com o tipo de aço.
Ac,eficaz: Área eficaz que envolve as armaduras, numa altura de
¼ da altura da viga Propõe-se o perfil óptimo dentro da série.
σs: Tensão de serviço da armadura
CYPE
62 CYPECAD - Memória de Cálculo
Dimensionam-se à flexão simples, uma vez que não se geométricas como mecânicas, que, de forma
considera o esforço axial. obrigatória, se cumprirão no dimensionamento da
armadura. Se alguma armadura não cumprir e se se
De forma opcional, verifica-se o bambeamento.
excederem os limites máximos, será indicado na
Aplica-se como critério de dimensionamento os limites listagem e no ecrã a mensagem de Quantidade
de flecha e o enfunamento. O coeficiente de excessiva (Qe).
aproveitamento expressa-se em % em relação aos
Neste caso tem de se aumentar a secção de betão. Se
limites de tensão e de flecha.
não se encontrar uma armadura nas tabelas que
Pode consultar como se realiza o dimensionamento verifique para os esforços de cálculo, procurar-se-á
das vigas mistas consultando o capítulo Vigas mistas. uma armadura calculada pelo programa, até que nas
faces não caiba a armadura numa camada, em cujo
caso se emite a mensagem: ‘ARMADURA MANUAL’.
1.14.4. Pilares, paredes e muros de betão Deve-se aumentar na tabela os tipos de armadura e
voltar a calcular o pilar, para o que se pode rearmar
armado apenas os pilares sem recalcular a obra completa.
Pilares de betão armado Também se pode aumentar a secção e
O dimensionamento de pilares realiza-se em flexão automaticamente recalcula-se a secção.
desviada. A partir da tabela de armaduras seleccionada
Recorde que, se as modificações de dimensão forem
para a obra, verificam-se de forma sequencial
grandes, é conveniente voltar a calcular a obra
crescente de quantidades, as armaduras definidas, que
completamente, por causa das variações de rigidezes.
podem ser simétricas em duas faces, em quatro ou
Os diâmetros e separações de estribos realizam-se de
numa percentagem de diferença. Verifica-se também se
acordo com a norma por defeito, com umas tipologias
todas as combinações possíveis cumprem tal armadura
pré-definidas nas tabelas de armaduras modificáveis
em função dos esforços. Estabelece-se a
pelo utilizador, e sempre com separações e diâmetros
compatibilidade de esforços e deformações e verifica-
em função da armadura longitudinal, que são
se se com tal armadura não se superam as tensões do
igualmente modificáveis.
betão e do aço nem os seus limites de deformação,
uma vez que a posição das armaduras é conhecida Existem umas tabelas de armadura nas quais, em
pela tabela. função da armadura vertical, se podem definir
diferentes configurações de estribos e ramos em
Considera-se a excentricidade mínima ou acidental,
função das dimensões transversais, podendo
assim como a excentricidade de 2ª ordem conforme a
seleccionar-se diferentes tabelas conforme a obra. Se
norma, limitando o valor da esbelteza, de acordo com o
uma secção não tiver estribos definidos na tabela, só
indicado na norma. Dado que as fórmulas aplicadas
se obtém estribo perimetral.
têm o seu campo de aplicação limitado pela esbelteza,
se se ultrapassar, a secção é insuficiente (embora o Não se realiza verificação de cálculo ao esforço
utilizador possa introduzir uma armadura de forma transverso dos estribos, pelo que em condições de
manual), dando uma mensagem de Esbelteza carga especiais, cargas horizontais, etc., será preciso
excessiva (Ee). uma verificação manual dos estribos dispostos e, se for
o caso, uma modificação manual dos estribos,
Num arquivo oculto, e para cada norma, definem-se os
diâmetros e separações.
limites ou percentagens mínimas e máximas, tanto
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 63
Pilares metálicos
Se tiver definido pilares metálicos, calculam-se de
acordo com a norma seleccionada para o tipo de aço,
quer seja laminado ou enformado. Os coeficientes de
encurvadura já mencionados anteriormente devem ser
introduzidos pelo utilizador. Se adoptar o critério de
CYPE
64 CYPECAD - Memória de Cálculo
manter o perfil existente, recorde que deve verificar o muros, para cada lado, emitindo-se uma mensagem se
seu cumprimento. superar.
Se, ao contrário, admitir que o programa coloque o Por último, pode-se consultar no ecrã a armadura
perfil necessário, recorde que os esforços de obtida, assim como os erros de dimensionamento. Se
dimensionamento se obtiveram com o perfil introduzido variar a armadura e/ou a sua espessura, realiza-se uma
inicialmente, pelo que se a variação for importante, é verificação. O programa emitirá as mensagens de erro
conveniente recalcular a obra, uma vez que os esforços pertinentes. Pode-se redimensionar se variarem as
podem variar substancialmente. secções, obtendo-se a nova armadura e realizando-se
as verificações pertinentes.
Por último calculam-se as placas de amarração no
arranque de pilares metálicos, verificando as tensões No dimensionamento de muros incluiu-se o que se
gerais e locais no aço, betão, pernos, punçoamento e chama Factor de cumprimento, valor que por defeito é
arranque. 90%, mas que é possível modificar. Se indicar um valor
menor (por exemplo 80%), e redimensionar, obtém-se
Se o pilar for apoiado, reveja o comprimento do perno
uma armadura algo menor e observa-se que existem
e as condições de amarração manualmente.
uns pontos a vermelho, que são 20% da superfície
Não esqueça também de rever as mesmas a nível de total do muro que não cumpre para esta armadura.
cada piso com as vigas ou lajes, dado que é um
Através do comando Ver reforços consulta-se em cada
pormenor construtivo não contemplado no cálculo.
ponto vermelho a armadura necessária de reforço
suplementar a colocar nessa zona, se desejar. Será
decisão do utilizador a colocação do reforços que se
Paredes e muros de betão armado deve acrescentar de forma manual aos resultados
Conhecido o estado tensional, uma vez calculados os editados nos desenhos.
esforços e para cada combinação, verificam-se em
cada face de armadura tanto na vertical como na Também é possível modificar a armadura directamente
horizontal, as tensões e deformações do betão e do e calcular o factor de cumprimento para a nova
aço para a armadura disposta nas tabelas, armadura.
aumentando-se de forma sequencial até que alguma Quando uma armadura não cumpre, além da
armadura cumpra para todas as combinações. Além mensagem de aviso o texto passa a ser vermelho.
disso, verifica-se no sentido transversal, calculando-se
o reforço se for necessário. Este processo repete-se As amarrações em cada piso são editáveis, e calculam-
para cada um dos lados da parede ou muro. se com diferente comprimento, conforme seja em
tracção ou em compressão.
De acordo com a norma realizam-se as verificações de
quantidades mínimas e máximas, separações mínimas
e máximas, assim como as verificações dimensionais Muros de alvenaria
dos lados (o comprimento de um lado é superior a
Verificam-se os limites de tensão em compressão e em
cinco vezes a sua espessura), uma vez que se não se
tracção (10% da compressão), com um factor de
verificar, emite-se uma mensagem informativa (Dp), e
cumprimento de 80%.
aplicam-se as limitações impostas para pilares.
Verificam-se os limites de esbelteza em paredes e
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 65
Se não cumprir, emite-se um aviso na informação final As envolventes de momentos e transversos por vigota e
do cálculo. majoradas podem-se consultar no ecrã. Em extremos
de alinhamento de vigotas, embora o valor do
momento negativo seja nulo, dimensiona-se uma
armadura para um momento que é percentagem do
! A hipótese de diafragma rígido a nível de planta limita máximo positivo do vão (ver Opções).
deformações e produz esforços de pico, que às vezes são
pouco representativos, conduzindo a uma armadura É possível definir uns momentos mínimos positivos e
elevada, daí a utilidade do factor de cumprimento, para negativos para toda a obra ou para um pano em
impedir que determinadas zonas penalizem a armadura do concreto.
resto do muro, supondo uma armadura comum por piso.
Para mais informação, consulte o capítulo 6. Lajes de
vigotas deste manual.
Uma vez que se consulta o valor dos momentos
1.14.5. Lajes de vigotas de betão armado positivos, não se faz a verificação se é ou não
O cálculo das lajes de vigotas pré-fabricadas realiza-se necessária armadura de compressão no vão. Por
de forma individualizada para cada vigota em flexão último, recorda-se que o valor expresso dos esforços
simples. Obtém-se o valor máximo do momento transversos em extremos de vigotas em planos está
positivo MF expresso em daNm e por metro de largura, majorado e por metro de largura.
majorado. Pode-se realizar uma igualação por panos
em valores máximos ou médios em função de uma
percentagem de diferença entre vigotas adjacentes, 1.14.6. Lajes mistas
conseguindo uniformizar os valores por panos.
Consulte o capítulo 9. Lajes mistas desta memória.
É possível tipificar o valor dos momentos, expressando-
o por um nome tipo, se para essa laje se tiverem
indicado os valores resistidos do momento para cada 1.14.7. Lajes alveoladas
tipo. Se superar o valor de tal tabela indica-se com
O processo de cálculo foi explicado no capítulo Dados
‘INSUF’. Nesse caso deve-se ampliar a tabela tipificada.
de Entrada deste manual.
O cálculo dos momentos negativos realiza-se à flexão
simples e obtêm-se uns varões negativos de acordo
com uma tabela de armadura. Os seus comprimentos 1.14.8. Lajes maciças
cumprem uns mínimos, especificados em Opções,
Armadura base
assim como umas quantidades geométricas mínimas.
Podem-se modificar e igualar os negativos em função De forma opcional pode-se definir uma armadura base
de uma percentagem de diferença de comprimentos. superior e inferior, longitudinal e transversal, que
podem ser diferentes, definíveis e modificáveis de
Quando for precisa uma armadura de compressão na acordo com uma tabela de armadura. Esta armadura
zona de negativos, retirar-se-ão as abobadilhas até ao será colaborante sempre que se definir. É possível
ponto onde deixe de ser necessário. Isto indicar-se-á aumentá-la, se for preciso para o cálculo, à flexão, quer
no piso por uma linha de maciço das vigotas. seja pelo trabalho como armadura comprimida, quer
CYPE
66 CYPECAD - Memória de Cálculo
pelo cumprimento de uns mínimos de percentagens Com tudo isto obtêm-se umas envolventes de
especificadas em Opções. quantidades e a área necessária em cada direcção por
metro de largura e calculam-se uns reforços
Pode-se pormenorizar ou não nos desenhos o que tem
longitudinais de acordo com as tabelas de armadura
a sua importância, tanto na pormenorização de
definidas. O ponto de corte dos varões realiza-se
armaduras como na medição. No caso de se
aumentando para tal comprimento o comprimento
pormenorizar, desenhar-se-á conjuntamente com os
bruto reduzido de amarração conforme o ambiente
reforços, cortando-se e emendando-se onde for
escolhido e a decalage do diagrama em função da
preciso, como se tratasse de uma armadura normal.
altura útil e conforme a norma.
Pode-se obter a sua medição e os seus comprimentos
de corte. Se não se pormenorizar, não se desenha mas O cumprimento dos diâmetros máximos e separações
mede-se aproximadamente; apenas se pode indicar o realiza-se por meio das tabelas de armadura, nas quais
seu diâmetro e a sua separação. Por isso, nesse caso, se especificam os diâmetros e separações em função
deve-se complementar com os pormenores que se de um campo de variação das alturas. A consideração
considerar oportuno, tanto no piso como no quadro de da torção é opcional, embora se aconselhe que se
medição. considere sempre.
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 67
tensões tangenciais, que é o que o programa realiza, Nas zonas onde se dispuserem vigas, rasas ou vigas
obtendo o valor das tensões tangenciais a partir dos altas, os esforços tangenciais serão resistidos pelos
esforços nos nós próximos, interpolando linearmente estribos da viga. Por isso, as tensões tangenciais
nos pontos de corte do perímetro de punçoamento. calculam-se apenas na laje e em superfícies paralelas
aos lados das vigas.
Esta opção é a correcta do ponto de vista teórico: uma
verificação de tensões tangenciais, que resolve o Esforço transverso. A partir da secção de verificação
problema na sua generalidade, que não é coincidente ao punçoamento (0.5 d) e em superfícies paralelas a
com as formulações das diferentes normas que podem uma distância de 0.75 d, realiza-se a verificação ao
aplicar uma formulação dependente do esforço axial e esforço transverso em toda a superfície da laje maciça,
momento actuante, com fórmulas simplificadas, que até todas as superfícies se encontrarem radiadas a
apenas resolvem casos particulares. partir dos bordos de apoio. Se for necessário reforçar,
indica-se o número e o diâmetro dos reforços a colocar
Se não se cumprir, aparece uma linha vermelha que
com a mesma tipologia que o indicado para o
indica que se excedeu o limite de tensão máxima por
punçoamento.
punçoamento, com uma mensagem ‘INSUF’. Neste
caso deve-se aumentar a altura, o tamanho do apoio Analogamente, se não se cumprir, aparece uma linha
ou a resistência do betão. vermelha que indica que se ultrapassou o limite de
tensão máxima por punçoamento, com a mensagem:
Se superar a tensão limite sem armadura transversal, é
‘INSUF’. Neste caso, deve-se aumentar a altura, o
necessário colocar armadura de reforço transversal.
tamanho do apoio ou a resistência do betão.
Indica-se o número e o diâmetro do reforço a colocar
como ramos verticais, a separação necessária em O tratamento das lajes de fundação é idêntico às lajes
função do número de ramos colocados num certo maciças normais quanto ao seu desenho de
comprimento. armaduras.
O utilizador deve, neste caso, dispor ramos verticais na
forma construtiva que considerar mais adequada à
obra, quer seja com cavalete, reforços em escada, Igualação de armaduras
estribos, etc. (Fig. 1.27), de forma que a sua separação Antes ou depois do cálculo é possível definir umas
não supere 0.75 de altura útil ou a secção equivalente e linhas ou rectângulos em qualquer direcção, superior e
dispostos entre a armadura superior e inferior. inferior, que permitem igualar a armadura ao máximo
dessa zona em quantidade e comprimento. Existe uma
opção para a igualação automática sobre pilares de
armadura superior em faixas adjacentes aos pilares
indicados.
Podem-se definir umas linhas de flexão que se devem
utilizar antes do cálculo e introduzir segundo as
direcções dos apoios.
Estas linhas consideram-se como se fossem pontos de
Fig. 1.27 máximos momentos negativos, e por conseguinte o
local idóneo para a emenda da armadura inferior, se for
CYPE
68 CYPECAD - Memória de Cálculo
o caso, calculando os comprimentos de reforço de distribuída entre os eixos das nervuras e que colabora
negativos de acordo com uns mínimos em sempre que se considerar.
percentagens da distância entre linhas (vão) e
Esta armadura mede-se aproximadamente e não se
emendando os positivos, se isso for possível em tais
desenha na versão actual de CYPECAD. Por isso, é o
linhas.
utilizador quem deve fornecer um pormenor tipo de tal
Por último, pode-se sempre modificar o diâmetro e a armadura base, também chamada ‘de montagem de
separação da armadura de reforço ao critério do maciços de pilares’, que complemente a informação
utilizador e também modificar e colocar as patilhas contida nos desenhos, embora no quadro de
superiores e inferiores. características se descreva tal armadura base.
Amarração das armaduras em vigas ou apoios. Os Armadura base em nervuras. Por defeito não se
comprimentos de amarração medem-se a partir do considera. Por isso, deve-se escolher e determinar em
bordo de apoio com a laje. Reveja os comprimentos cada direcção. Existem umas tabelas de armadura que
quando os bordos forem amplos, pois é possível que permitem a sua definição, assim como a sua
não cruzem toda a viga e fiquem parcialmente combinação possível nos reforços adicionais a colocar
amarrados. Isto é importante, e deve prolongá-los nas nervuras. Se indicar em Opções que se
quando utilizar vigas largas. pormenorize, desenhar-se-á e medir-se-á. Caso
contrário, apenas será possível colocar um rótulo a
O tratamento das lajes de fundação é idêntico às lajes
nível geral, obter uma medição aproximada e sem
maciças normais quanto ao seu desenho de
desenho das armaduras.
armaduras.
Existe uma opção que nas lajes rectangulares apoiadas
em vigas, dá uma armadura igualada uniforme em cada Armadura longitudinal de reforço
direcção. Aplicam-se os mesmos critérios que no caso das lajes
maciças, apenas com a diferença que a armadura se
concentra nas nervuras. Previamente devem-se agrupar
1.14.9. Lajes fungiformes aligeiradas as envolventes dos elementos adjacentes à nervura
Os critérios para as lajes fungiformes aligeiradas são os para o cálculo concentrado da armadura na posição da
mesmos que os indicados para as lajes maciças, com nervura.
as seguintes diferenças.
Armadura transversal
Armadura base Na zona de maciços de pilares ou zona maciça efectua-
Pode-se definir ou não uma armadura base, se um cálculo idêntico ao das lajes maciças face ao
distinguindo para isso a zona maciça da zona esforço transverso e punçoamento.
aligeirada. Nas nervuras da zona aligeirada efectua-se a
Armadura base em zona maciça (maciços de verificação ao esforço transverso nas nervuras cada
pilares). Por defeito, considera-se uma armadura base 0.75 d. Se for necessário reforçar, coloca ramos
formada por 2 varões, segundo umas tabelas, que se verticais do diâmetro necessário com a separação e
estende de bordo a bordo do maciço de pilares, número que se desenha e se visualiza no ecrã.
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 69
CYPE
70 CYPECAD - Memória de Cálculo
flecha seja metade ou o dobro, pelo que os valores 1.16.2. Lajes de vigotas
indicados no programa são orientadores, e podem Calcula-se a flecha. Consulte as opções
servir para umas condições favoráveis habituais de correspondentes à flecha no capítulo 6. Lajes de
construção. vigotas desta memória.
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 71
CYPE
72 CYPECAD - Memória de Cálculo
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 73
K1 =
( 2 ⋅ b)
2
CYPE
74 CYPECAD - Memória de Cálculo
K a = 40000 ⋅
( 4 + 0.5 ) ⋅ 30 = 4500 KN/m3
(1.5 ⋅ 4 ⋅ 200 )
Logicamente, os assentamentos são maiores em
argilas que em areias, pelo que o coeficiente de winkler
Fig. 2.1
é inversamente proporcional ao assentamento.
d2M
Como neste caso não se sabe a proporção, tomar-se-á = − b (q ( x ) − p ( x ))
a média: dx 2
Coeficiente de d 2y
M = − El
Classes de solo winkler (KN/m3) dx 2
Solo ligeiro de turfa e lodo 5000 - 10000
Solo pesado de turfa e lodo 10000 - 15000 substituindo obtém-se
Areia fina de rio 10000 - 15000
d4 y
Camadas de húmus, areia e cascalho 10000 - 20000 El + bK ⋅ y ( x ) = b ⋅ q ( x )
Terra argilosa molhada 20000 - 30000 dx 4
Terra argilosa húmida 40000 - 50000 que é a solução geral sem deformação por corte, que
Terra argilosa seca 60000 - 80000
se resolve e se obtém a solução do sistema.
Terra argilosa seca dura 100000 -
Húmus firmemente estratificado com areia e 80000 - 100000 Geralmente, determina-se o factor de deformação por
poucas pedras esforço transverso:
O mesmo com muitas pedras 100000 - 120000
Cascalho fino com muita areia fina 80000 - 100000 24 I (1 + ν )
φ=
Cascalho médio com areia fina 100000 - 120000 A corte ⋅ L2
Cascalho médio com areia grossa 120000 - 150000
Cascalho grosso com areia grossa 150000 - 200000 I: Inércia da peça
Cascalho grosso com pouca areia 150000 - 200000 ν: Coeficiente de Poison
Cascalho grosso com pouca areia, muito 200000 - 250000 Acorte: Área de corte
firmemente estratificado
L: Comprimento da peça
Para resolver a equação diferencial da fundação
flutuante, conhecido o coeficiente de winkler K e a
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 75
Se esse factor φ for menor que 0.1, não se considera a que em qualquer viga ou laje da estrutura da qual faz
deformação por corte e é válida a solução geral que, parte.
além disso, é exacta. Se for maior que 0.1, obtém-se
uma solução aproximada decompondo a matriz de
rigidez numa matriz de rigidez da barra e outra de 2.5. Materiais a utilizar
rigidez do solo.
Definem-se de forma específica os materiais a utilizar,
Para obter uma solução aproximada desta última betão e aço, como um elemento mais da estrutura,
tomam-se como funções de forma polinómios de 3º apenas distinguido porque são elementos que apoiam
grau para obter uma solução aproximada da no terreno.
integração, obtendo a matriz de rigidez final
sobrepondo ambas.
Geralmente, as lajes decompõem-se em elementos 2.6. Combinações
curtos de 0.25 m de comprimento, nas quais Os estados limites a verificar são os correspondentes
normalmente φ > 0.1, pelo que se aplica a ao dimensionamento de elementos de betão armado
aproximação com deformação por corte. O mesmo (estados limite últimos), e à verificação de tensões,
sucede em vigas de fundação nas quais se apoiam equilíbrio e levantamentos (estados limite de serviço).
lajes, uma vez que se geram nós intermédios e,
portanto, barras curtas. Em vigas de fundação
compridas nas quais φ < 0.1, aplicar-se-á a formulação
Levantamentos
exacta.
Quando o deslocamento vertical em algum nó da laje
Obtida a deformada, tem-se os deslocamentos nos
ou viga de fundação for para cima, indica-se que existe
nós, e pode-se por conseguinte obter os esforços para
levantamento, o que pode suceder numa ou várias
cada hipótese.
combinações de deslocamentos. Pode acontecer em
obras com acções horizontais fortes. Se isto ocorrer,
deve rever a estrutura, rigidizando mais a base, se for
2.3. Opções de cálculo possível, e aumentando as dimensões da fundação em
Todas as opções de cálculo, parâmetros definíveis, planta e/ou espessura.
redistribuição, momentos mínimos, quantidades,
tabelas de armadura, etc., definíveis para vigas e lajes
são de aplicação em fundações flutuantes. Equilíbrio
Verifica-se em vigas de fundação. Se na secção
transversal se calcular a resultante de tensões e ficar
2.4. Acções a considerar fora da largura da viga, não há equilíbrio e emite-se
uma mensagem de erro, que se inclui nos erros de
As vigas e lajes de fundação, formam parte da
vigas.
globalidade da estrutura, logo interagem entre si com o
resto da estrutura, uma vez que formam parte da matriz
global de rigidez da estrutura. Portanto, podem-se
aplicar cargas sobre esses elementos, da mesma forma
CYPE
76 CYPECAD - Memória de Cálculo
Tensões
Conhecidos os deslocamentos nos nós para cada
combinação, calculam-se as tensões multiplicando
pelo coeficiente de winkler.
p = K ⋅y
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 77
pequenas lajes rectangulares à volta dos pilares, Poderá conhecer os resultados das armaduras e os
previamente eliminada a ligação exterior. assentamentos previstos (com o módulo de winkler
considerado) por hipóteses das lajes introduzidas,
Desta maneira, calculam-se todos os elementos de
consultando no comando Deslocamentos máximos e
fundação sobre um leito elástico e existirá uma
nos nós em Envolventes como em qualquer laje de
compatibilidade de deformações sem ligações externas
piso.
que impeçam os movimentos da mesma.
Do mesmo modo que se advertiu sobre as precauções
Os lintéis entre sapatas (pequenas lajes) não se
a ter em conta na utilização de pilares e de paredes
introduziram. Se realmente os quiser considerar no
cujo arranque pode estar com ou sem ligação exterior,
cálculo, tem duas possibilidades:
comenta-se a problemática que poderia surgir com a
Como viga normal, em cujo caso não colabora, nem utilização da simulação de apoios, para muros de cave
transmite tensões ao terreno. É como se estivesse ou similares.
atando, colocando umas quantidades mínima na viga:
Já se mencionaram noutros capítulos as precauções na
utilização dos apoios, que se ilustra com um exemplo:
Num edifício a laje do elevador está apoiada
perimetralmente num muro de alvenaria ou muro de
betão.
O erro que se pode cometer ao utilizar um apoio móvel
em vez de um apoio fixo é importante perante acções
horizontais.
Fig. 2.4
Perante movimentos verticais, em ambos casos
Como viga de fundação, em cujo caso colabora e cometer-se-ia algum erro, no caso de o edifício ser alto
transmite tensões ao terreno: (> 15 pisos), no qual os encurtamentos elásticos do
betão em pilares fosse significativo e as partes da
estrutura vinculadas ao apoio logicamente não se
encurtam nada (mov. verticais = 0), criando-se um
efeito não real de assentamentos diferenciais.
Fig. 2.5
CYPE
78 CYPECAD - Memória de Cálculo
Fig. 2.7
No caso de utilização conjunta de apoios (simulação de Com ligação exterior o programa não avisa, mas
vigas) nos pisos inferiores por existência de muros de estará mal se depois se pretender calcular uma
cave, com lajes e vigas de fundação, devem-se adoptar sapata, visto que o esforço axial se anula (N=0)
as seguintes precauções, distinguindo-se dois casos: nos pisos abaixo do apoio em muro.
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 79
A carga do pilar desce aos níveis inferiores e pode- Vê-se com mais clareza o exemplo no qual o pilar é
se introduzir uma fundação por viga ou laje. maior que a espessura do muro.
Além disso, e para que não possa haver Neste caso pode acontecer que parte da carga
transmissão de cargas ou suspensão da estrutura desça para níveis inferiores e que outra parte se
do apoio, defina um bordo articulado nesse pano transmita ao apoio. Mas, em qualquer caso, o
em contacto com o muro. cálculo estará mal se na base se introduzirem vigas
ou lajes de fundação nestes pilares, circunstância
Também pode utilizar a opção articular/desligar. que também acontece se tiver uma ligação exterior.
• Neste caso, da mesma forma do anterior, e se a 2. O apoio não passa por pilares nem paredes.
laje for fungiforme aligeirada ou maciça, embora se Geralmente, este caso não apresenta problemas,
separe o muro dos pilares, a carga do pilar pode- mas deve-se fazer as seguintes considerações:
se suspender da laje e transmitir-se até ao apoio:
• O apoio está muito próximo dos pilares.
Fig. 2.10
CYPE
80 CYPECAD - Memória de Cálculo
Neste caso é possível que parte da carga dos apoio e verificar que não há alteração de sinal no
pilares dos pisos superiores se bifurque no apoio e diagrama de esforços transversos, assim como um
não baixe toda a carga para a possível laje ou viga valor alto dos mesmos, o que é uma prova
de fundação. Basta consultar o diagrama de inequívoca de transmissão de cargas ao muro.
esforços transversos nos nós entre os pilares e o
Fig. 2.11
Fig. 2.12
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 81
Se observar que os diagramas de esforços transversos, altura útil do bordo do pilar, com uma largura igual ao
como neste exemplo, mudam de sinal nas vigotas pilar mais uma altura útil.
perpendiculares ao muro, não é preciso tomar nenhuma
Verifica-se que não supera a tensão tangencial nessa
precaução especial, podendo definir vigas e lajes de
secção, a tensão limite sem necessidade de reforço ao
fundação nos pilares.
punçoamento. Se superar essa tensão, emite-se uma
Tenha em conta todas as explicações e indicações mensagem de erro. Neste caso deve-se aumentar a
realizadas na presente memória quando utilizar de forma altura para a proposta pelo programa para não ter que
conjunta fundações sobre solo elástico, pilares com reforçar ao punçoamento.
ligação exterior e apoios, assim como o facto de um
cálculo integrado da fundação.
2.9.2. Lajes
O dimensionamento de lajes de fundação é idêntico às
2.8. Resultados do cálculo lajes normais, e aplicam-se os mesmos critérios, em
Consultam-se da mesma forma que as vigas e lajes particular, as opções definidas para elementos de
normais, podendo-se modificar e obter desenhos com a fundação, percentagens de armaduras, disposições de
mesma metodologia. armadura, tabelas, etc. (Consulte a Memória de Cálculo
e opções particulares do programa).
CYPE
82 CYPECAD - Memória de Cálculo
3. Muros
Muros de Alvenaria resultados do cálculo, não esquecendo que as ‘tracções
que possam aparecer’ não são reais, pelo que se devem
Muros de Betão Armado consultar esses valores em Envolventes, Esforços em
muros, e verificar que são nulos ou muito pequenos.
Muros de B.A. de Cave (com impulso de Num exemplo pode ficar bem claro:
terras)
Podem-se seleccionar dois tipos de muros ou paredes:
• Muro de Betão Armado
• Muro de Alvenaria
Discretização. Em ambos os casos realiza-se através
de elementos finitos triangulares de seis nós de lâmina
Fig. 3.1
espessa, tal como se explica na Memória de Cálculo.
A alvenaria de tijolo em tracção, como se fosse um
A fundação pode ser ‘com ou sem vinculação exterior’.
tirante, não é real, mas pode-se calcular e obter
A sapata ou a viga, para efeitos longitudinais e resultados, pelo que se deve ter especial atenção no
torsionais, considera-se sobre um leito elástico controle de tais resultados.
(Winkler), quando é ‘sem vinculação exterior’.
Com vinculação exterior, pode-se calcular uma sapata
contínua. O muro pode apoiar sobre uma viga ou laje de 3.1.1. Características dos muros de
pavimento quando se define ‘sem vinculação exterior’, alvenaria
com um apoio. Os valores solicitados para definir as propriedades
mecânicas dos muros de alvenaria são os seguintes:
A seguir explica-se as peculiaridades de cada tipo.
• Módulo de elasticidade E = 1 GPa (valor por
defeito) deve-se estimar o valor de E como:
3.1. Muros de alvenaria σc
E=
Entendem-se como tais os construídos por métodos ε
tradicionais como as alvenarias resistentes de tijolo ou
blocos de betão. sendo:
σ: Tensão de cálculo em compressão do muro de alvenaria
O comportamento dessas alvenarias não é linear, pelo
ε: Deformação unitária do material
que a discretização efectuada e a consideração de
elemento linear não são adequadas, mas são as únicas
disponíveis no programa. Sempre que os esforços e
tensões não forem muito elevados, podem-se aceitar os
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 83
O valor por defeito que se fornece com o programa Não é aconselhável a utilização de impulsos do terreno,
pode-se estimar supondo uma tensão de cálculo de embora o programa permita, devendo assegurar-se, se
1000 kN/m2 e uma deformação unitária de 1‰, logo: o utilizar, da resistência da alvenaria perante os
impulsos horizontais.
1000
E= = 1000000 kN / m2 = 1 GPa
0.001
Coeficiente de Poisson; Estima-se em 0.2 3.1.3. Utilização correcta dos muros de
Peso específico: 15 KN/m3 alvenaria
Resistência de cálculo: 2 Mpa A utilização dos muros de alvenaria deve-se fazer com
A rigidez transversal considera-se nula prudência, tentando que o modelo introduzido se ajuste
O programa verifica o estado tensional do muro de à realidade física.
alvenaria, de acordo com as combinações de betão
Nos casos habituais de edifícios, é possível utilizá-los
definidas, e supondo que a resistência à tracção é 10%
nos que a seguir se mencionam. Aconselha-se seguir as
da compressão, e se superarem tais valores em mais de
seguintes recomendações.
10% da área do muro, emite-se uma mensagem no fim
do cálculo que adverte de compressões ou tracções
excessivas.
Lajes ‘térreas’ (de utilização frequente em
Espanha)
São as que se constroem sobre o plano de fundação a
3.1.2. Introdução dos muros de alvenaria
uma altura pequena (< 1 metro), deixando uma câmara
Deve-se indicar os seguintes dados: de ar que cumpre uma função isolante.
1. Grupo inicial e Grupo final É habitual construir uma sapata contínua ou viga de
2. Espessura do muro (semi-espessuras esquerda e fundação que sustenta o muro de alvenaria de pequena
direita) altura, e que serve de apoio às vigotas da laje ‘térrea’.
Normalmente a laje será autoportante, uma vez que
3. Impulsos pode não ser possível colocar nem retirar escoramento
ou apoios por falta de espaço. Estudam-se a seguir os
4. Tipo de apoio diferentes casos possíveis.
• Viga de fundação A direcção dos muros de alvenaria coincide com
• Sapata contínua de fundação alinhamentos de pilares das estruturas.
CYPE
84 CYPECAD - Memória de Cálculo
1. A fundação dos pilares é por sapatas isoladas elasticidade do muro ao mínimo (E=1000) e verificar
que se calcularão com CYPECAD de forma com um novo cálculo os resultados. Para poder detectar
conjunta. Neste caso, em que os pilares se definiram este efeito, o que observando as armaduras e com
com apoio fixo em fundação, isto é, ‘com vinculação alguma experiência é possível, pode também tirar uma
exterior’, para serem compatíveis tem de se definir o cópia da obra, eliminar a laje, substituindo os muros por
apoio do muro de alvenaria ‘com vinculação cargas lineares sobre a laje e calcular e comparar
ambos resultados.
exterior’ , com sapata contínua, fixando as
dimensões mínimas que desejar. Dado que a fundação é por laje maciça, poderá obter
todos os resultados dentro do programa, assim como os
Assim, consegue-se que a carga dos pilares não se desenhos.
estenda ou transmita pela conexão com o muro de
alvenaria. Pode-se verificar consultando em 3. A fundação dos pilares do edifício é por vigas de
Envolventes, Esforços em Pilares, vendo o esforço fundação, coincidentes com os muros de
axial do primeiro tramo que deverá ser maior ou igual alvenaria.
ao do piso imediatamente superior.
Fig. 3.3
Fig. 3.4
2. A fundação do edifício é uma laje.
O que deve fazer é calcular as reacções da laje ‘térrea’
Aconselha-se o mesmo que no caso anterior, isto é, como cargas lineares, e introduzi-las sobre as vigas de
introduzi-la, mas neste caso ‘sem vinculação exterior’, fundação do edifício.
visto que o muro de alvenaria se apoia na laje de
fundação, mas deve-se introduzir uma viga de fundação Crie outra obra e introduza apenas a laje ‘térrea’ (e os
debaixo do muro. pilares) definindo o muro “com ligação exterior” como se
indicou no ponto 1.
Aconselha-se introduzir a viga de apoio, que realmente
ficará embebida na laje de fundação, com consolas
igual a zero (sem consolas) e como altura a espessura
da laje. O módulo de winkler e a tensão do terreno ! Não deve nunca definir o muro de alvenaria com viga ou
também igual à laje. sapata de fundação, utilizando-a como fundação conjunta
dos pilares definidos ‘sem ligação exterior’, pois apesar do
Neste caso, pode-se dar alguma singularidade ou efeito cálculo de tensões poder ser aceitável, a armadura da viga
de rigidização do próprio muro de alvenaria com a laje, ou sapata do muro de alvenaria será incorrecto e além do
sobretudo se utilizar um muro alto ou se aumentar o ponto de vista da segurança, com armaduras menores que
módulo de elasticidade do muro de alvenaria. Se este as necessárias, devido à junção da viga de fundação com o
efeito chegar a produzir-se, tente reduzir o módulo de muro de alvenaria e a laje ‘térrea’, que produz um efeito
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 85
CYPE
86 CYPECAD - Memória de Cálculo
Desta forma invalidar-se-á o efeito de transmissão da Quando actuar o vento, o muro de alvenaria que
carga, visto que a rigidez longitudinal do muro não é apresenta uma grande rigidez na direcção do vento,
real. absorverá praticamente toda a acção horizontal.
Por conseguinte, deve-se utilizar com prudência entre Se não desejar que isto aconteça, faça um cálculo
lajes, e analisar os resultados nos elementos eliminando a parte de laje e muro, colocando as suas
sustentadores e sustentados. reacções. Numa cópia, acrescente o muro e a laje
restante e calcule, para poder dar o desenho do piso.
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 87
CYPE
88 CYPECAD - Memória de Cálculo
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 89
Fig. 3.12
Fig. 3.13
2q
pq = [β − senβ cos 2ω] pq =
q
sen 2 2ω
π π⋅z
sendo:
d) Impulsos produzidos por uma carga pontual ou
pq: pressão horizontal
concentrada em áreas reduzidas (sapatas)
q: carga em faixa, por unidade de superfície
β e ω são os ângulos que de desprendem da figura. Utilizou-se o método baseado na Teoria da Elasticidade.
O impulso horizontal que uma sobrecarga pontual
produz para o caso de tardoz vertical e terreno
c) Impulsos produzidos por uma carga em linha horizontal é:
paralela ao coroamento
Utilizou-se o método baseado na Teoria da Elasticidade.
O impulso horizontal que uma sobrecarga em linha q
produz para o caso de tardoz vertical e terreno
horizontal é:
Fig. 3.14
CYPE
90 CYPECAD - Memória de Cálculo
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 91
de encastramento em bordos de panos, será possível No entanto, defina a própria viga de fundação do
nesses bordos de união definir um coeficiente de muro, e una com a viga de fundação de outras
encastramento menor que 1, até chegar à articulação. partes da estrutura.
Para estes casos dever-se-á dispor em desenhos o
correspondente pormenor construtivo que materialize o
pressuposto considerado.
Quando se define um muro ‘sem ligação exterior’,
Fig. 3.16
devem-se dar as dimensões da viga inferior na qual
nasce o muro. • Recorde o já dito, não misturar elementos sobre
solo elástico (sem vinculação exterior), com
elementos ‘com vinculação exterior’.
3.2.3. Utilização correcta dos muros de • A hipótese de diafragma rígido ao nível de piso
betão armado existe sempre, pelo que apesar de não se introduzir
Recorde que: laje, mantém-se essa hipótese, pelo que não se
podem utilizar os muros de cave com impulsos de
• Se nascer de uma laje, coloque como altura da terras como muros de suporte, uma vez que se
viga, a da laje, que será o mais normal. Pode supõe que existe uma laje ao nível da cabeça do
acontecer que a viga tenha continuidade ou esteja muro, e nos pisos intermédios, se existir.
no prolongamento com outras vigas da estrutura,
em cujo caso se deve dar as mesmas dimensões. • Supõe-se que os impulsos do terreno são
transmitidos às lajes, e que se absorvem pelas
Controle a armadura das vigas, e una as armaduras mesmas como um diafragma rígido, mas não se faz
precisas para dar continuidade sem emenda das nenhuma verificação nem em lajes nem em vigas à
armaduras, com o editor de armaduras de vigas. compressão ou à tracção. Neste sentido, convém
• Um muro nunca pode nascer de uma viga existente destacar e recordar o seguinte.
nem coincidir emendando-se com outras nos pisos
sucessivos que atravessa, inclusive no que termina.
Aparece uma mensagem que avisa desta
circunstância e impede a sua introdução.
• Se nascer de fundação, e na lógica é alargada, a
solução de sapata contínua pode ser a mais
adequada, mas também a pode definir ‘sem ligação
exterior’ e fazer com que nasça de um
ensoleiramento.
Neste caso recorde que deve definir uma viga de
consolas zero, altura igual à da laje; tensão Fig. 3.17
admissível e coeficiente de winkler como o da laje.
As lajes de vigotas, se forem paralelas ao muro,
Não se pode apoiar numa viga de fundação
oferecem uma débil resistência que deve ser absorvida
existente.
pelas vigas nas quais se apoiam.
CYPE
92 CYPECAD - Memória de Cálculo
Fig. 3.18
Convém ter sempre em conta todas as observações 3.3. Conselhos práticos para o cálculo
indicadas. de muros de cave de betão armado
em edifícios
3.2.4. Dimensionamento do muro Leia o conteúdo da mensagem que aparece no ecrã
quando prime Introduzir Muro, pois, em muitos casos,
Faz-se uma distinção quanto às quantidades mínimas
pode ser mais rápido e eficaz seguir o conselho que se
de armadura horizontal:
indica. Utilize a opção Artic./Desc., que permite desligar
• Com impulso de terras, o indicado na norma. os ‘apoios em muro’ dos pilares, sem necessidade de
introduzir os muros de cave. Neste caso recorde que as
• Sem impulsos: como as paredes. cargas da laje transmitidas ao apoio em muro, não se
Verificação de tensões. Ao terminar o cálculo, aparece transmitem aos pilares; e se utilizar posteriormente o
uma mensagem nas vigas ou sapatas que superam a programa Muros de Cave de Elementos Estruturais de
tensão, quer a média seja maior que a tensão admissível uma planta, deve-a somar à dividida pelos pilares.
do terreno, quer a máxima em bordo supere em 25% a Consulte o exemplo do Manual desse programa.
tensão do terreno.
Não introduza estruturas cujo modelo seja incoerente
Se tudo cumprir não se emite nenhuma mensagem. com o comportamento real do edifício.
Destacamos o mais importante do referido, para
edifícios com lajes de vigotas e de fundação por sapatas
3.2.5. Dimensionamento da fundação
isoladas com muro perimetral de cave, que é uma
Podem-se definir de duas maneiras diferentes. tipologia habitual em estruturas de construção.
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 93
Aqui surge o primeiro problema que deve ter sempre quando toda a fundação for ‘com vinculação exterior’.
presente: Pode fazê-lo com a sapata do muro.
A. Se introduzir os pilares interiores ‘com vinculação • Para obter o desenho de planta da fundação
exterior’, para os calcular como sapatas isoladas com formada pelos muros de cave e pelas sapatas e
CYPECAD, o muro de cave deve-se definir ‘com lintéis, terá de obter os desenhos:
vinculação exterior’ para que não assente o perímetro
em relação ao resto dos apoios. Define sapata contínua • Desenho de Plantas de Lajes, Grupo 0 (em
para o muro. CYPECAD) em formato DXF (ou no grupo que se
tiver definido).
B. Se os pilares interiores forem ‘sem vinculação
exterior’, arrancarão em vigas ou lajes de fundação, em • Desenho de Alçado de Muros (em CYPECAD).
cujo caso se pode definir a fundação do muro sobre Complete os desenhos com os pormenores construtivos
sapata contínua, ou viga sobre solo elástico (sem pertinentes da Biblioteca de Pormenores.
vinculação exterior).
Se todos os pilares se fundearem numa laje contínua
que chega até ao muro perimetral, pode definir por 3.3.1. Revisão dos resultados de cálculo do
baixo do muro uma viga de fundação sem consolas (esq muro
= dir = 0), a mesma altura da laje, e o mesmo Terminado o cálculo, deve rever a sapata do muro e o
coeficiente de winkler. alçado do muro. É possível que apareçam na
Terminado o cálculo e para obter os desenhos, deve informação final de erro do cálculo, dois tipos de
proceder da seguinte maneira: mensagens referentes às tensões transmitidas pela
sapata ao terreno, indicando que se superou a tensão
• Obter o desenho do muro. Na secção do muro, no admissível do terreno, ou no bordo em 25%, indicando-
arranque indica-se ‘Ver pormenor de vigas’, que se o grupo, pórtico e viga no qual se produz, assim
deve mudar para ‘Ver desenho de laje de fundação’. como o valor σ da tensão transmitida.
Os arranques são válidos. Se tiver realizado o
desenho de vigas do Grupo 0 (fundação onde Pode fazer o seguinte:
normalmente se encontra a laje), elimine essas vigas
• Coloque-se no grupo indicado, que normalmente
por baixo do muro ou simplesmente não desenhe
será o Grupo 0, se introduziu a fundação nesse
esse desenho.
nível.
• Obtenha os desenhos da laje de fundação, com a
• Prima Pórticos, Ver Pórticos e tecle o número do
configuração de desenhos e armaduras que
pórtico que deseja rever; ficará vermelho brilhante.
habitualmente utilizar, e adicione o pormenor
construtivo ‘Arranque de Muro em Laje de Esta ou viga de fundação será a que deve modificar
Fundação, CCM013’, assim como todos os que para que cumpra tensão. Para isso, pode aplicar uma
considerar adequados às condições reais do regra simples:
projecto, encontro com lajes, coroamento, etc.
Seja B a largura actual da sapata, a nova largura B’
C. É habitual dispor vigas de equilíbrio perpendiculares deveria ser igual a:
ao muro de cave e aconselhável a sua utilização,
CYPE
94 CYPECAD - Memória de Cálculo
• Se não aumentar a altura. Vá ao comando Erros de Quando se calcula a armadura, dispõe-se de maneira
vigas, no campo de largura, introduza o novo valor que em todos os pontos (nós da malha de elementos
(70), premindo Corrigir. Prima Aceitar. finitos) do alçado do muro, se supere a % de
cumprimento da armadura do valor indicado. Como os
• Se aumentar a altura. Com o comando Editar, esforços variam nos distintos pontos, quer seja por
seleccione o muro e nos dados da sapata, aumente impulsos, cargas transmitidas por vigas, laje e pilares,
a consola em 10 cm e a altura no valor que desejar. produzem-se concentrações de esforços que são
Prima Aceitar. maiores em determinadas zonas críticas, como é o
encontro com a laje (que é muito rígida, pela acção de
Aparecerá uma mensagem informativa. Recorde que é
diafragma horizontal), no arranque ou na intersecção
muito importante ler todas as mensagens.
com outros muros. Ao ter de colocar uma armadura
De seguida, decida entre recalcular a obra, ou rearmar. envolvente que cubra estes ‘picos de esforços’, é
possível que esteja a penalizar a armadura geral ao
Se decidir rearmar, vá a Calcular, Rearmar Pórticos colocar mais do que o necessário na maior parte do
com modificações e obter-se-á a nova armadura e a muro.
verificação de tensões. Se não cumprir, voltará a indicá-
lo na informação final, repetindo-se o processo de ajuste Por exemplo, suponha que a armadura vertical de um
da sapata. muro numa face resulta ∅20 a 10 cm, quando, pela
nossa experiência em obras similares, basta ∅12 a 20
Uma vez ajustado em tensões, reveja a armadura da cm. Para isso, coloque-se na armadura e modifique-a
viga de fundação. Coloque-se no grupo de fundação, para esse valor. Essa armadura verificar-se-á de forma
prima o comando Editar vigas/muros e na viga a automática.
consultar. Também pode consultar a armadura e
modificá-la. É possível que não cumpra em algum ponto, o
programa indica-o mostrando a armadura a vermelho.
Reveja a viga, deve também analisar o alçado do muro. Aparecem rectângulos sombreados a vermelho nos
Para isso, coloque-se em algum grupo onde se encontre pontos do alçado onde não cumpre e, na parte inferior,
o muro, diferente do grupo de fundação e com o o Estado de não cumpre e um valor % do Factor de
comando Editar vigas/muros prima no muro a rever. Cumprimento. Este valor indica em % a área do muro
Abrir-se-á o diálogo Edição de Armadura do muro que cumpre em relação ao total.
correspondente.
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 95
Suponha neste exemplo, que o valor é 87%, o que armadura menor, por exemplo ∅10 a 20 cm, e que
significa que 13% representa a área raiada a vermelho indica-se o Factor de Cumprimento (para este exemplo
que não cumpre. 81.3%). Além disso, aparece um ponto mais que não
cumpre.
O programa dispõe de uma opção que permite fixar a
priori o Factor de Cumprimento (consulte Dados Obras, Proceda como se explicou anteriormente, revendo
Opções, Opções de Pilares) por defeito 90%, uma vez esforços. Finalmente adopte a decisão que achar mais
que pela própria discretização é normal que existam oportuna, deixando a armadura que considerar razoável
pequenos picos e é razoável que se a armadura a para a totalidade do alçado do muro e, se for o caso, os
colocar cobre pelo menos 90% da superfície, se reforços locais adicionais pertinentes.
obtenham uns resultados lógicos e previsíveis.
A nossa experiência de cálculo indica-nos que quando
Voltando ao exemplo, embora não se tenha chegado os pontos pertencem ao bordo da malha, em encontro
aos 90% (o valor é de 87%), não parece lógico dispor com lajes ou pilares e de forma pontual ou muito
∅20 a 10 cm, quando com ∅12 a 20 cm se cobre 87% localizada, é suficiente com um Factor de cumprimento
do muro, cumprindo tal armadura. Parece mais correcto à volta dos 90% (± 5%).
que, em todo o caso, se analise a causa desse pico de
tensões. No rectângulo vermelho que não cumpre, Outro caso que também pode ocorrer com certa
pode arrancar um pilar, pelo que é normal uma frequência é o aparecimento de Armadura Transversal, o
concentração de tensões locais que, com a armadura de que não é habitual para armaduras inferiores a ∅12. Se
espera disposta para o pilar, se cubra tal excesso de for maior que este valor, é normal colocar armadura
armadura necessária. transversal, que definitivamente são ramos entre as
armaduras das faces para impedir a encurvadura dos
Para o verificar, prima o botão Ver esforços, mudará varões, que é conveniente, se o muro estiver fortemente
para amarelo. Prima sobre a zona raiada e aparecerá comprimido.
para cada direcção de armadura o Factor de
Quantidade (se for maior que 1 indica que é necessário Se aparecer como resultado do cálculo e a armadura
reforço) e o incremento de armadura adicional a colocar não tiver grandes diâmetros, pode eliminá-lo, colocando
como reforço nessa zona. Se decidir colocá-lo, deverá ‘0’ no número de ramos e verificando o Factor de
fazer um pormenor construtivo e indicá-lo no desenho Cumprimento, os reforços necessários, e em que pontos
de alçado de muros. se produz.
Às vezes, o reforço a colocar é mínimo. Por exemplo, se Como se indicou antes, se se produzir nas zonas críticas
mencionadas, não é razoável colocar ramos transversais
a Armadura vertical direita indicar um valor de ∅6 a 25
cm, num ponto como o comentado, não vale a pena em todo o muro, pelo que deixe o valor ‘0’ no número
colocá-lo. Em cada caso terá de se avaliar. de ramos.
Prima Terminar de ver esforços para recuperar o Também é possível colocar ramos transversais. Embora
controle sobre a armadura. não seja necessário para o cálculo, a nossa experiência
aconselha-nos a colocá-los por montagem e segurança
Também é possível que exija um Factor de perante a encurvadura local dos varões.
Cumprimento menor, para isso prima F.Cumprimento e
reduza para 80%. Prima Aceitar e a seguir o botão Depois de ter modificado uma planta, se houver mais de
Redimensionar. Observe que se pode obter uma uma cave, reveja todas, procurando harmonizar
CYPE
96 CYPECAD - Memória de Cálculo
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 97
4. Fundações isoladas
Neste capítulo indicam-se as considerações gerais tidas Cada sapata pode ser fundação de um número ilimitado
em conta para a verificação e dimensionamento dos de elementos de suporte (pilares, paredes e muros) em
elementos de fundação definíveis em CYPECAD sob qualquer posição.
elementos de suporte verticais do edifício definidos ‘com
As cargas transmitidas pelos elementos de suporte
vinculação exterior’.
transportam-se ao centro da sapata obtendo a sua
Recorde que pode calcular simultaneamente com o resultante. Os esforços transmitidos podem ser:
resto da estrutura ou de forma independente. Como são
N: axial
elementos ‘com vinculação exterior’, não têm
assentamentos, logo não influem no cálculo da Mx: momento x
estrutura.
My: momento y
Dado que se podem calcular de forma independente,
não esqueça que pode fazer modificações na estrutura Qx: esforço transverso x
sem que isso implique afectar a fundação. Qy: esforço transverso y
Também é possível utilizá-la como um editor, pelo que T: torsor
poderá introduzir elementos de fundação sem calcular, e
obter desenhos e medições.
CYPE
98 CYPECAD - Memória de Cálculo
Momentos flectores
No caso de pilar único, verifica-se com a secção de
referência situada a 0.15 da dimensão do pilar para o
seu interior.
Fig. 4.2
Se houver vários elementos de suporte, faz-se uma
Verifica-se que: análise, calculando momentos em muitas secções ao
• A tensão média não supere a do terreno. longo de toda a sapata. Efectua-se em ambas direcções
x e y, com pilares metálicos e placa de amarração, no
• A tensão máxima no bordo não supere numa % a ponto médio entre bordo de placa e perfil.
média segundo o tipo de combinação:
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 99
CYPE
100 CYPECAD - Memória de Cálculo
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 101
CYPE
102 CYPECAD - Memória de Cálculo
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 103
CYPE
104 CYPECAD - Memória de Cálculo
Compara-se a estaca mais carregada com a sua Em relação aos esforços, realizam-se as seguintes
capacidade de carga e se a superar, emite-se um aviso. verificações:
Quando se define uma estaca, pede-se a distância • aviso de tracções nas estacas: tracção máxima ≥
mínima entre estacas. Este dado deve ser fornecido pelo 10% compressão máxima
utilizador (valor por defeito 1.00 m) em função do tipo de • aviso de momentos flectores: será necessário
estaca, diâmetro, terreno, etc. dispor vigas de equilíbrio
Ao definir um maciço de mais de uma estaca, deve • aviso de esforços transversos excessivos: se o
definir as distâncias entre eixos de estacas (1.00 m por esforço transverso em alguma combinação superar
defeito). Verifica-se que essa distância seja superior à 3% do esforço axial com vento, ou noutras
distância mínima. combinações, é conveniente colocar estacas
A verificação e dimensionamento de estacas baseia-se inclinadas
na carga máxima da estaca mais carregada, aplicando • aviso de torções se existirem tais definidas nas
as combinações de betão seleccionadas às cargas por cargas.
acções definidas.
Se se introduzirem vigas de equilíbrio, essas vigas
Se quiser que todos os maciços de uma mesma absorverão os momentos na direcção em que actuarem.
tipologia tenham uma geometria e armadura tipificados Em maciços de 1 estaca são sempre necessárias em
para um mesmo tipo de estaca, dispõe de uma opção ambas as direcções. Em maciços de 2 estacas e
em maciços, que se chama Cargas por estaca, que ao lineares são necessárias na direcção perpendicular à
ser activada, permite unificar os maciços, de maneira linha de estacas. Nestes casos dimensiona-se a viga de
que possa dimensionar o maciço para a capacidade de equilíbrio para um momento adicional de 10% do
carga da estaca. esforço axial.
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 105
O programa não considera nenhuma excentricidade Dos maciços pode obter listagens dos dados
mínima ou construtiva, embora seja habitual considerar introduzidos, medição dos maciços, tabela de
para evitar implantações incorrectas das estacas ou do estacas, e listagem de verificação.
próprio maciço em 10% do esforço axial.
Quanto aos desenhos, poderá obter graficamente a
Incremente os momentos nesta quantidade 0.10 x N nas geometria e armaduras obtidas, assim como um
acções de cargas correspondentes, se considerar quadro de medição e resumo.
necessário e se for possível – só no caso de arranques -;
ou reveja as cargas em estacas e a sua reserva de
carga.
! Como se mencionou anteriormente, é possível definir
Se actuar mais do que uma viga de equilíbrio na mesma vários elementos de suporte num mesmo maciço, tipo pilar
direcção, o momento distribuir-se-á proporcionalmente ou parede, pelo que se impuseram algumas restrições
pelas suas rigidezes. Verificações que realiza: geométricas em forma de aviso quanto às distâncias dos
elementos de suporte ao bordo ou às estacas.
• Verificações gerais: Quando existem vários elementos de suporte sobre um
maciço, obtém-se a resultante de todos eles aplicada ao
- aviso de ecrã centro do maciço, utilizando o método de bielas e tirantes e
- aviso de elementos de suporte muito separados supondo o maciço rígido, pelo que deve assumir a validade
desse método, que conforme o caso particular de que se
(em CYPECAD)
tratar, possa ficar fora do campo de aplicação desse
- aviso que não existem elementos de suporte método, pelo que deverá fazer as correcções manuais e
definidos cálculos complementares necessários se sair fora do
campo de validade desse método e acções consideradas.
- consola mínima desde o perímetro da estaca
- consola mínima desde o eixo da estaca
- consola mínima desde o pilar 4.6. Placas de amarração
- largura mínima da estaca Na verificação de uma placa de amarração, a hipótese
básica assumida pelo programa é a de placa rígida ou
- capacidade de carga da estaca
hipótese de Bernouilli. Isto implica supor que a placa
• Verificações particulares: permanece plana perante os esforços aos quais se vê
submetida, de forma que se podem desprezar as suas
Para cada tipo de maciço realizam-se as deformações para efeitos da distribuição de cargas.
verificações geométricas e mecânicas que a norma Para que isto se cumpra, a placa de amarração deve ser
indica. Recomendamos que realize um exemplo de simétrica (o que o programa garante sempre) e
cada tipo e obtenha a listagem de verificação, onde suficientemente rígida (espessura mínima em função do
pode verificar todas e cada uma das verificações lado).
realizadas, avisos emitidos e referências aos artigos
da norma ou critério utilizado pelo programa. As verificações que se devem efectuar para validar uma
placa de amarração dividem-se em três grupos,
segundo o elemento verificado: betão da fundação,
CYPE
106 CYPECAD - Memória de Cálculo
pernos de amarração e placa propriamente dita, com os - Arranque pelo cone de rotura
seus rigidificadores, se existirem.
- Rotura por esforço transverso (concentração de
1. Verificação sobre o betão. Consiste em verificar tensões por efeito cunha).
que no ponto mais comprimido sob a placa não se
Para calcular o cone de rotura de cada perno, o
supera a tensão admissível do betão. O método
programa supõe que a geratriz do mesmo forma 45
utilizado é o das tensões admissíveis, supondo uma
graus com o seu eixo. Tem-se em conta a redução
distribuição triangular de tensões sobre o betão que
de área efectiva pela presença de outros pernos
apenas podem ser de compressão. A verificação do
próximos, dentro do cone de rotura em questão.
betão só se efectua quando a placa está apoiada
sobre o mesmo, e não se tem um estado de tracção Não se têm em conta os seguintes efeitos, cujo
simples ou composta. Além disso, despreza-se o aparecimento deve ser verificado pelo utilizador:
atrito entre o betão e a placa de amarração, isto é, a
resistência perante esforço transverso e torção - Pernos muito próximos do bordo da fundação.
confia-se exclusivamente aos pernos. Nenhum perno deve estar a menos distância do
bordo da fundação, que o seu comprimento de
2. Verificações sobre os pernos. Cada perno vê-se amarração, uma vez que se reduziria a área
submetido, no caso mais geral, a um esforço axial e efectiva do cone de rotura e além disso
a um esforço transverso, avaliando-se cada um apareceria outro mecanismo de rotura lateral por
deles de forma independente. O programa esforço transverso não contemplado no
considera que em placas de amarração apoiadas programa.
directamente na fundação, os pernos só trabalham
à tracção. No caso da placa estar a certa altura - Espessura reduzida da fundação. Não se
sobre a fundação, os pernos poderão trabalhar à contempla o efeito de cone de rotura global que
compressão, fazendo-se a correspondente aparece quando há vários pernos agrupados e a
verificação de encurvadura sobre os mesmos espessura do betão é pequena.
(considera-se o modelo de viga biencastrada, com - O programa não contempla a possibilidade de
possibilidade de corrimento relativo dos apoios utilizar pernos contínuos, uma vez que não faz as
normal à directriz: b = 1) e a translação de esforços verificações necessárias neste caso (tensões na
à fundação (aparece flexão devida aos esforços outra face do betão).
transversos sobre o perfil). O programa faz três
grupos de verificações em cada perno: Esmagamento da placa. O programa também
verifica se, em cada perno, não se supera o esforço
Tensão sobre o perno. Consiste em verificar que a transverso que o esmagamento da placa contra o
tensão não supere a resistência de cálculo do perno produziria.
perno.
3. Verificações sobre a placa
Verificação do betão circundante. À parte da
rotura do perno, outra causa da sua falha é a rotura Cálculo de tensões globais. O programa constrói
do betão que o rodeia por um ou vários dos quatro secções no perímetro do perfil, verificando
seguintes motivos: todas perante tensões. Esta verificação só se faz em
placas com consola (não se têm em conta as
- Deslizamento por perda de aderência encurvaduras locais dos rigidificadores e o utilizador
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 107
deve verificar que as suas respectivas espessuras Note-se que em Portugal não são habitualmente
não lhes dão uma esbelteza excessiva). utilizadas.
Cálculo de tensões locais. Trata-se de verificar
todas as placas locais nas quais perfil e
rigidificadores dividem a placa de amarração 4.7.1. Cálculo de sapatas como sólido
propriamente dita. Para cada uma destas placas rígido
locais, partindo da distribuição de tensões no betão O cálculo da sapata como sólido rígido compreende,
e de esforços axiais nos pernos, calcula-se o seu nas sapatas isoladas, duas verificações:
flector ponderado desfavorável, comparando-se com
o flector de rotura plástica. Isto parece razoável, uma - Verificação da consola.
vez que para verificar cada placa local supomos o - Verificação das tensões sobre o terreno.
ponto mais desfavorável da mesma, onde obtemos
um pico local de tensões que se pode baixar pelo Estas duas verificações são idênticas às que se realizam
aparecimento de plastificação, sem diminuir a nas sapatas de betão armado, e encontram-se
segurança da placa. explicadas na memória de cálculo dessas sapatas.
CYPE
108 CYPECAD - Memória de Cálculo
0.21⋅ 3 f 2ck
f ct,d = Apoios interiores 1.15
1.5
Apoios excêntricos 1.4
Apoios de canto 1.5
Verificação de compressão oblíqua
A verificação de rotura do betão por compressão oblíqua
realiza-se no bordo do apoio e verifica-se que a tensão Valores do coeficiente de excentricidade da carga
tangencial de cálculo no perímetro do apoio seja menor
• u0 é o perímetro de verificação, que toma os
ou igual a um determinado valor máximo.
seguintes valores:
Esta verificação far-se-á igual para todas as normas,
- Em apoios interiores vale o perímetro do apoio.
aplicando o artigo 46.4 da norma espanhola EHE-98.
Esse artigo estabelece o seguinte: - Em apoios excêntricos vale:
τsd ≤ τrd u0 = c1 + 3 ⋅ d ≤ c1 + 2 ⋅ c 2
Fsd,ef - Em apoios de canto vale: u0 = 3 ⋅ d ≤ c1 + c 2
τsd =
u0 ⋅ d
Onde c1 é a largura do apoio paralelo ao lado da
Fsd,ef = β ⋅ Fsd sapata no qual o apoio é excêntrico e c2 é a largura
da sapata na direcção perpendicular ao excêntrico.
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 109
CYPE
110 CYPECAD - Memória de Cálculo
No caso em que todas as secções cumpram a juntos, de forma que dificultem muito a betonagem da
verificação de esforço transverso para uma direcção, na sapata.
listagem indica-se:
• A tensão tangencial de cálculo que produz uma
maior relação entre a tensão tangencial solicitante e
a resistente produz.
• A tensão tangencial resistente da mesma secção da
qual se mostra a tensão tangencial de cálculo
máxima.
No caso em que haja alguma secção (para uma
direcção) na qual não se cumpre a verificação de
esforço transverso, os dados que se mostram na
listagem de verificações são os seguintes:
• A tensão tangencial de cálculo da primeira secção
encontrada para a qual não se cumpre a verificação
de esforço transverso.
• A coordenada dessa secção encontrada que não
cumpre.
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 111
5. Consolas curtas
Implementou-se em CYPECAD a possibilidade de definir
consolas curtas nas faces de pilares. Sobre a consola
curta só pode introduzir vigas de betão armado ou
metálicas que apoiem sobre a consola, e transmitam a
carga vertical ao centro do apoio à distância ‘a’ da face
do pilar.
A consola curta transmite com a sua excentricidade os
esforços ao pilar como uma barra rígida excêntrica.
As consolas curtas estão pensadas para os casos em
que é necessário, por exemplo, suprimir um pilar duplo
de junta, ou em que não seja conveniente encastrar a
viga no pilar nessa direcção por alguma razão.
Não se deve utilizar para apoiar pilares na própria
consola curta, uma vez que não o permite sem que
estes nascem da viga sobre a qual se apoiam, e essa
viga deve apoiar-se em ambos os extremos.
Definitivamente, não é utilizável para que nasça um pilar
no extremo da consola.
Para desenvolver o cálculo e dimensionamento de
consolas curtas de betão armado utilizaram-se os
métodos descritos tanto no artigo 61 da norma EH-91
(Instrução para o projecto e execução de obras de betão
em massa ou armado) como no artigo 63 da norma EHE
(instrução de betão estrutural).
No entanto, implementam-se todas as condições de
dimensionamento estabelecidas nas restantes normas
utilizadas pelo programa, que são REBAP, ACI-318,
Eurocódigo 2 e NB1/2000, não se tendo implementado
para as não indicadas anteriormente.
CYPE
112 CYPECAD - Memória de Cálculo
6. Lajes de vigotas
6.1. Vigotas de betão 6.1.3. Cálculo da flecha
Utiliza-se o mesmo método utilizado em vigas
6.1.1. Geometria
(Branson), calculando a rigidez equivalente ao longo da
Define-se na ficha de dados da laje. vigota em 15 pontos.
A rigidez bruta será a estimada para o cálculo. E a
6.1.2. Rigidez considerada rigidez fendilhada obtém-se segundo se tenha
especificado na verificação de flecha nos dados da laje:
A rigidez bruta para efeitos de cálculo da matriz de
rigidez das barras da estrutura é a de uma secção em T Como vigota armada. A armadura de negativos
com esquadria. dimensiona-se e é conhecida. Não o é a positiva
(armadura inferior), pelo que se procede a obter a
Sendo:
quantidade necessária com o momento positivo,
d: largura da nervura = largura da nervura + incremento da
podendo desta forma estimar a rigidez fendilhada.
largura da nervura.
a: espessura da camada de compressão. Como vigota pré-esforçada. Neste caso deve indicar a
c: entre-eixo. rigidez fendilhada como uma % da rigidez bruta.
b: altura da abobadilha. Depende do tipo de vigota e do seu pré-esforço. Pode
Incremento da largura da nervura refere-se exclusivamente a ter ser conveniente que consulte os fabricantes da sua zona
em conta a espessura das paredes da peça de aligeiramento para introduzir esse valor.
no cálculo das rigidezes e momento de fendilhação necessários
para o cálculo da flecha. Verificação ao esforço transverso. Dá-se o valor do
esforço transverso em apoios, sendo o utilizador
Como material betão, considerar-se-á o módulo de
responsável pela verificação posterior.
elasticidade secante definido para as lajes.
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 113
CYPE
114 CYPECAD - Memória de Cálculo
reforço de acordo com uma tabela de Enquanto não se dê solução a essas uniões, ficará ao
diâmetros/separação. critério do utilizador o dimensionamento de vigotas
metálicas em zonas de momentos negativos.
No caso de Espanha, aplica-se a norma EHE, podendo
utilizar uma fórmula alternativa opcionalmente baseada Recorde que o dimensionamento dos perfis é em flexão
nas normas EF. Não é recomendável a sua utilização, simples, com momentos e esforço transverso,
excepto se possuir a experiência suficiente e assuma o desprezando-se os axiais e esforços no plano da laje,
artigo 1º da EHE. devido ao diafragma rígido.
Amarração da armadura inferior. De acordo com o
indicado nas diferentes normas, obtêm-se os
comprimentos de amarração nos apoios extremos, quer 6.5. Vigotas JOIST
sejam vigas ou apoios, cotando os comprimentos 6.5.1. Geometria
extremos dos varões, e patilhas necessárias no seu
caso. São nervuras formadas por perfis metálicos em treliça,
como uma asna formada por cordões (superior e
inferior) com diagonais de passagem constante. Os
cordões podem ser perfis fechados de tubo circular ou
6.4. Vigotas metálicas quadrado duplos ou quadruplos, ou abertos de
6.4.1. Geometria cantoneira dupla ou quadruplos. As diagonais serão do
mesmo perfil mas simples, da mesma série.
Definem-se o tipo de abobadilha a utilizar, a espessura
da camada de compressão e o entre-eixo de nervuras, Define-se a altura exterior da treliça, entre eixo e uma
no qual se pode indicar o tipo de perfil a utilizar, que lajeta superior, que não é colaborante, simplesmente
será um perfil simples em forma de T ou duplo T, dos resiste e suporta as cargas aplicadas.
definidos na biblioteca de perfis seleccionados.
Dimensionam-se com os mesmos critérios aplicados a
vigas metálicas, com a excepção de que, dado que 6.5.2. Rigidez considerada
todos os tramos se consideram isostáticos, isto é, É a da treliça metálica formada pelos cordões à
articulados nos seus extremos, não se considera o separação definida, tomando o primeiro perfil definido
bambeamento, uma vez que a face superior se nos perfis da obra, ou o que se tenha atribuído no
considera travada pela camada de compressão para o cálculo posterior. Da mesma forma que nas vigotas
dimensionamento de momentos positivos. Não se metálicas, calcula-se como tramos isostáticos
dimensiona para momentos negativos, pelo que se articulados nos seus extremos, pelo que não se procede
indicará como erro nos casos que assim suceda, como ao dimensionamento a momentos negativos.
podem ser consolas. Isto é assim, dado que não se
pormenoriza a união encastrada ou a continuidade com
outra lajes dessas vigotas submetidas a momentos 6.5.3. Dimensionamento da vigota
negativos, embora o programa assim o calcule, quando
Como uma asna, os momentos decompõem-se numa
é necessário esse encastramento no cálculo de esforços
compressão aplicada ao cordão superior, que se supõe
para o equilíbrio dessas barras.
que não encurva devido ao travamento da lajeta de
betão, e uma tracção no cordão inferior. As diagonais
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 115
dimensionam-se à tracção e/ou compressão, supostas inadequado, faz destacar comportamentos fora da
as cargas aplicadas nos nós e decompondo os esforços prática habitual.
segundo a geometria, altura e passagem da treliça.
Consideram-se como barras biarticuladas para efeitos
de encurvadura, com um comprimento efectivo igual ao
comprimento real da diagonal.
As deformações obtêm-se como uma viga com a rigidez
antes mencionada.
CYPE
116 CYPECAD - Memória de Cálculo
Em qualquer caso é um passo iniludível a consulta das continuidade das lajes perante cargas verticais e, numa
envolventes de esforços nos pórticos de vigotas, cópia, fazer com que todos os vãos sejam isostáticos
podendo tomar a decisão de desprezar esse aviso se o articulando os bordos (coeficiente de encastramento =
momento positivo for muito pequeno. 0), e evitando como já se mencionou, que haja vigotas
que passem pelos apoios, e para o caso de vigotas
Não esqueça de consultar os diagramas de esforços
muito próximas desses apoios, introduzir um coeficiente
transversos, pois daí se deduz a transmissão de cargas
de rigidez à torção em barras curtas muito pequeno
das vigotas às vigas e, em algum caso, pode ser que
(0.001) para esse cálculo em particular.
essa transmissão seja escassa ou negativa, tal como
mencionamos. Evidentemente que para os resultados teríamos que
rever dois cálculos e fazer os retoques manuais que
Se se acostumar a rever essas envolventes, também
cubram ambos os casos.
poderá ‘ver’ o que sucede quando introduz acções
horizontais, vento e sismo na estrutura. Com tudo isto queremos chamar a atenção sobre o
facto de que nem sempre se pode obter como resultado
Se o desenho estrutural se baseia numa malha mais ou
algo esperável utilizando outros métodos aproximados,
menos ortogonal de vigas que passam pelos apoios, as
confiando que a bondade desses métodos se baseia na
vigotas normalmente limitar-se-ão a transmitir cargas
simples certeza de que ‘funcionam’, quando, em muitos
verticais às vigas.
casos, é a ausência das cargas de serviço e a utilização
Se ao contrário, no desenho e na direcção dominante de uns coeficientes parciais de segurança os que
das vigotas, não houver tais vigas que atem aos apoios, permitem à estrutura ‘funcionar’.
produz-se uma espécie de viga-pórtico virtual da ou das
E por outro lado queremos chamar a atenção ao
vigotas que passam muito perto do apoio, de maneira
utilizador para que reveja os resultados com as
que suportam esforços horizontais da mesma forma que
ferramentas de que dispõe e analise os mesmos.
outros pórticos da estrutura na mesma direcção. E terá
de ser coerente com o modelo, sobretudo quando a
alternância de momentos nessas vigotas conduza a
fortes momentos positivos em apoios, ao que se deve
dar uma solução, quer seja armando convenientemente
essas nervuras (in situ, maciçando e reforçando em
positivos, etc.), colocando vigas, ou, se quiser ‘enganar’
o modelo e fazer com que nenhuma vigota passe pelo
apoio, introduzindo vigas de bordo não estruturais
equivalentes, que transmitam as cargas verticais mas
que não colaborem na flexão por efeito pórtico.
Se mesmo assim não quiser que as vigotas colaborem,
ou que o possam fazer por torção das vigas, o
adequado seria não introduzir a laje e substitui-la pelas
suas supostas reacções sobre as vigas através de
cargas lineares calculadas manualmente, ou se não
desejar chegar a tanto, fazer um cálculo em
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 117
7. Lajes inclinadas
As lajes inclinadas podem-se introduzir no CYPECAD, • É recomendável que nas arestas dos encontros de
tal como se explica no ponto 3 do manual do utilizador, planos inclinados, nas quais necessariamente se
com as possibilidades e limitações aí indicadas. terá definido vigas, existam pilares que sustentem
essas vigas de encontro (b), (rincão e laró) não
Convém deixar claro que têm as mesmas propriedades
desenhando sistemas estruturais nos quais uns
que as horizontais e o modelo estrutural que se gera ao
planos possam suspender-se noutros.
inclinar um plano é que, logicamente, variam as
dimensões das barras nesse plano e os elementos de É importante, visto que o dimensionamento de
suporte vertical que chegam à mesma terão diferentes todos os elementos que pertencem a planos
comprimentos. Pode visualizar e consultar tudo isso horizontais ou inclinados, vigas, vigotas, lajes
quando activar a opção de Envolventes > Modelo 3D, alveoladas, lajes maciças e lajes fungiformes
da última obra calculada. aligeiradas dimensionam-se à flexão simples e ao
esforço transverso, desprezando o efeito do axial,
Para ‘ver’ o conjunto do edifício, utilize a vista 3D do
quer seja de compressão ou de tracção, pelo que
edifício ou do grupo, se o que deseja ver é um piso em
se deve evitar desenhos estruturais que produzam
concreto.
de forma inevitável estes esforços.
É muito importante saber esta informação sobre as lajes
Convém recordar que os esforços axiais aparecem
inclinadas:
inclusive com planos horizontais, basta analisar um
• Mantém-se a hipótese de diafragma rígido, que simples pórtico ou dintel com pilar de um vão e
recordamos, supõe que não há deslocamento aparecem axiais no dintel, e além disso varia com a
relativo em 2 pontos do piso, embora sejam de rigidez dos apoios. E normalmente consideramo-lo
planos inclinados diferentes. um efeito de segunda ordem e desprezamo-lo. Por
isso, insistimos numa boa utilização das lajes
inclinadas, para que esses efeitos e possíveis
impulsos no vazio não compensados possam ser
importantes. Realizando desenhos estruturais
normais e sancionados pela prática, dificilmente
encontraremos problemas.
Utilize as ‘vigas inclinadas’ (d, Fig. 7.2) com 6 graus
de liberdade (de cor amarela), já conhecidas, que
Fig. 7.1 se dimensionam para os axiais, quando tiver casos
que não sigam as recomendações anteriores.
Isto é, o conjunto de planos horizontais e inclinados
deslocam-se solidariamente de forma horizontal, tal • Quando quiser suprimir pilares das vigas rincão ou
como deve ser de acordo com o diafragma rígido. laró, utilize uma laje horizontal que actue como
tirante. Com inclinações e vãos normais, essa laje
CYPE
118 CYPECAD - Memória de Cálculo
será capaz, com uma malha, de absorver essas Os muros de alvenaria são elementos que
tracções (e). funcionam bem perante cargas verticais, mas mal
perante flexões normais no seu plano.
• Viga comum. É um novo conceito que se utiliza
para definir vigas que pertencem de forma
simultânea a dois grupos, sendo algum deles
formado por uma laje inclinada que chega à viga.
Nos esquemas (a e e, Fig. 7.2), seria o caso das
vigas extremas perpendiculares ao plano do
desenho.
Recebe as cargas de ambas as lajes, e é visível em
ambos os grupos, diferenciando-se do resto das
vigas por um traço descontínuo no seu eixo.
Dimensiona-se sempre como secção rectangular,
mesmo que a sua forma seja um trapézio como
consequência da intersecção de ambos os planos.
As vigas de rincão e laró têm a mesma condição,
dimensionam-se como rectangulares. Se além disso
for rasa, embora a sua secção se desenhe em
forma de V, dimensiona-se como rectangular.
Fig. 7.2
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 119
Onde houver quebras, indica-se um símbolo • Quanto às acções horizontais, deve ter-se em
opcional , para saber a forma dos conta:
varões nesses pontos. - Vento. Obtém-se como uma carga ao nível de
• Em lajes maciças e fungiformes aligeiradas, limitou- cada piso como o produto da largura de faixa
se a malha de cálculo e a disposição de armaduras, definida pela soma das semialturas do piso,
que é sempre ortogonal, seguindo uma das aplicada ao centro geométrico do piso e é uma
armaduras de direcção da máxima inclinação e a carga horizontal, pelo que convém ter presente
outra perpendicular a esta. que se a cobertura tem planos inclinados,
defina como altura (h) do piso a do ponto mais
• Referente às acções aplicadas: alto da mesma, que estimará sempre a carga
- Os pesos próprios dos elementos estruturais, horizontal de vento pelo lado da segurança.
vigas e lajes em planos inclinados, obtêm-se e
calculam-se de forma directa e automática, pois
conhece a sua verdadeira magnitude.
- O que chamamos revestimento e paredes
divisórias, isto é, as cargas permanentes
adicionais como pavimentos, revestimentos e
cobertura de planos inclinados, devem ser
aumentadas na proporção dada pela inclinação Fig. 7.4
da laje. Não se considera componentes verticais nem
Por exemplo, uma inclinação de 100% (45°) que normais aos planos inclinados (perpendicular ao
já é uma inclinação importante, daria como plano) uma vez que, normalmente, num edifício,
resultado: embora podendo ter pressões entre 0,1 e 1 kN/m2,
não são determinantes e se na sobrecarga se
q q q
p= = = = 1.41q consideraram uns valores mínimos, sempre
cos α cos 45 "
0.707 superiores a essa pressão do vento, não terá de se
• A sobrecarga, no entanto, não é preciso modificar, preocupar. Estamos, logicamente, a pensar em
visto que se considera em projecção horizontal, coberturas inclinadas expostas ao vento, onde a
logo, se segundo a utilização for 1 kN/m2, 1 é o carga permanente e o material de cobertura
valor a introduzir, ou como carga superficial numa representam cerca de 80% da carga total, em
zona de contorno poligonal como carga especial. edifícios normais. Não é o caso de uma nave com
Quanto ao cálculo de cargas lineares, por exemplo uma cobertura ligeira. Se for o caso, procurar que a
tapamentos sobre planos inclinados cuja altura carga introduzida como sobrecarga seja envolvente
vertical é constante e conhecida, basta multiplicar da neve e do vento.
essa altura pelo peso por metro quadrado de
tapamento.
• A sobrecarga de neve pode introduzir-se como
7.1. Dimensionamento de elementos
sobrecarga. Tal como já se mencionou antes, dimensiona-se à flexão
simples e ao esforço transverso, desprezando-se os
CYPE
120 CYPECAD - Memória de Cálculo
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 121
8. Vigas mistas
O cálculo e dimensionamento das vigas mistas realiza- nos apoios, que por defeito o programa não dimensiona
se segundo o Eurocódigo 4: Projecto para estruturas na presente versão.
mistas aço-betão. Parte 1-1: Regras gerais e regras para
edifícios.
Podem-se introduzir perfis de aço (do tipo, I) sob laje de
piso com parte superior de betão colaborante através da
utilização de conectores.
Nos extremos unidos a apoios de vigas mistas aplica-se
um coeficiente de encastramento parcial de 0.05 (da
mesma forma que aos pilares na cabeça do último piso),
com o objectivo de reduzir o momento negativo no
apoio aumentando o positivo.
O dimensionamento das vigas mistas faz-se de maneira
que na zona de momentos negativos o perfil metálico
resista a todos os esforços, enquanto que na zona de
positivos resiste a secção mista.
Quanto ao cálculo à flexão não é necessário indicar a
largura do banzo de betão colaborante, uma vez que o
programa a calcula automaticamente:
- Em lajes maciças é a correspondente à largura
eficaz definida no Eurocódigo 4.
- Em lajes maciças inclinadas, lages fungiformes
aligeiradas, lajes alveoladas e lajes de vigotas, será
o mínimo entre a largura eficaz e a largura do banzo
mais 10 cm de cada lado se não for de bordo; se o
for, o programa calcula a largura do banzo mais 10
cm.
Para a verificação de secções para momentos positivos
a largura eficaz é diferente da considerada para o
cálculo de momentos negativos, por isso, no editor de
armaduras de vigas, o que aparece é a largura eficaz na
zona de momentos negativos, acrescenta-se armadura
CYPE
122 CYPECAD - Memória de Cálculo
9. Lajes mistas
As lajes mistas compõem-se de uma laje e de uma A chapa pode apoiar-se sobre vigas metálicas, metálicas
chapa com nervuras, que serve de cofragem para a mistas, de betão, muros, etc., sendo necessário uma
primeira. Pode-se utilizar a chapa de forma que possa entrega mínima que o programa actualmente não
trabalhar de alguma das seguintes maneiras: contempla.
• Só como cofragem perdida. Na fase de construção, O projecto de cálculo e dimensionamento realiza-se em
a chapa resiste à sua carga permanente, ao peso do duas fases:
betão fresco e às cargas de construção. Na fase de
a) Em fase de execução:
utilização é unicamente a laje de betão armado a
que tem a função resistente. - Para o cálculo da resistência da chapa tem-se
em conta o peso do betão, da chapa de aço, e
• Como chapa colaborante (comportamento misto).
das cargas de construção.
Na fase de construção trabalha como cofragem
perdida (caso anterior). Na fase de utilização - Para o cálculo à flecha não se têm em conta as
considera-se que a chapa se combina cargas de construção.
estruturalmente com o betão endurecido, actuando
como armadura à tracção, resistindo aos momentos - Considera-se internamente um coeficiente de
positivos, na laje acabada. A chapa é capaz de encastramento 0 das lajes com as vigas
transmitir tensões na sua interface com o betão, perimetrais (nervuras isostáticas).
sempre e quando se tiver um sistema mecânico - Existe a opção de dimensionar a chapa no caso
proporcionado por deformações na chapa de incumprimento de algum estado limite, ou
(saliências ou reentrâncias). então calcular a separação entre escoramentos
O cálculo e dimensionamento das chapas realiza-se sem dimensionar a chapa. Se no primeiro caso
segundo o Eurocódigo 4: Projecto de estruturas mistas não se obtiver um resultado válido, então
de aço-betão. Parte 1-1: Regras gerais e regras para calcula-se a separação entre escoramentos.
edifícios. b) Em fase de utilização:
As lajes mistas são aplicáveis a projectos de estruturas - Na fase de utilização parte-se da chapa
de construção nas quais as cargas impostas são calculada na fase anterior.
predominantemente estáticas, incluindo edifícios
industriais cujas lajes podem estar submetidas a cargas - Por defeito, o programa atribui às lajes um
móveis. coeficiente de encastramento 0, para que a
distribuição de cargas nas vigas metálicas onde
Limita-se a altura total da laje mista, a espessura sobre apoia a laje se realize de acordo com a largura
as nervuras das chapas e a altura mínima de pernos de banda teórica, e para evitar o aparecimento
sobre nervuras de chapas (no caso de vigas mistas). de momentos positivos em apoios intermédios.
Isto só se pode conseguir, como já se explicou,
atribuindo um coeficiente de encastramento 0,
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 123
CYPE
124 CYPECAD - Memória de Cálculo
CYPE
CYPECAD - Memória de Cálculo 125
Português
10.1.1. Acções a considerar Acções
Vento
De acordo com o indicado no R.S.A. 10.1.4. Dados de introdução
Dados Gerais de Acções
Sismo Vento
De acordo com o indicado no R.S.A., pode-se aplicar o De acordo com o indicado no R.S.A.
método dinâmico (Análise modal espectral), indicando-
se que se tem em conta de forma simultânea tanto os Sismo
espectros tipo I como II. De acordo com o indicado no R.S.A.
CYPE
126 CYPECAD - Memória de Cálculo
CYPE
CYPECAD - Manual do utilizador 127
CYPE
128 CYPECAD - Memória de Cálculo
• categorias C e D: 0.6 (áreas de reunião e Estado limite último perante esforço transverso
comércios)
Verifica-se que Vsd < Vrd2 no bordo de apoios.
• categoria E: 0.8 (armazéns)
Se Vsd ≥ Vrd1, coloca-se reforço ao esforço transverso e
γ1: factor de importância, considerar-se-á igual a 1, verifica-se em toda a secção situada a partir de uma
considerando esse valor incluído na acção sísmica. altura útil (d).
AEd: acção sísmica Vrd1 = τrd ⋅ K ⋅ (1.2 + 40ρ1 ) ⋅ bw ⋅ d
GKj: acção permanente (peso próprio, paredes exteriores sendo:
e divisórias)
τrd = ( 0.25fctk,0.05 ) / γ c
Qki: acção variável (sobrecarga, vento)
K = 1.6 − d ( em metros ) ≤ 1
Para tensões sobre o terreno, (rotura do pavimento),
muda o seguinte: A sl
ρ1 = ≥ 0.02
bw ⋅ d
γGj = 1,seja favorável ou desfavorável A sl : área de armadura longitudinal de tracção
γQ1, γQi = 0, favorável, 1.3, desfavorável 1
Vrd2 = ν ⋅ fcd ⋅ bw ⋅ 0.9 ⋅ d
Recorda-se que é um estado limite último, pelo que a 2
tensão do terreno deve ser de cálculo, isto é, aplicando f
o correspondente coeficiente parcial de segurança. ν = 0.7 − ck ≤ 0.5 ( fck em N / mm2 )
200
Se Vsd ≥ VRd1, faz-se Vcd = VRd1e obtém − se
10.2.3. Diagramas tensão-deformação A sw
Vwd = Vsd − Vcd = 0.9 ⋅ d ⋅ fywd
Betão s
Em compressão limita-se a deformação unitária a 0.0035 Esforço transverso na união de banzo-alma em secções
e em compressão simples, 0.002. ∆Fd Vsd b1
em T (vigas), sendo o rasante Vsd = = ⋅
Adopta-se o diagrama parábola-rectângulo em av 0.9d b
elementos de suporte, limitando a tensão de cálculo a
0.85 fcd. Deve verificar-se que:
CYPE
CYPECAD - Manual do utilizador 129
Estado limite último perante torção Estado limite último de instabilidade perante a
encurvadura
Deve verificar-se que Tsd ≤ TRd1, sendo
Verifica-se em pilares. Como elemento de suporte
TRd1 = 2νfcd ⋅ t ⋅ A k isolado, se a esbelteza mecânica λ for menor que 25,
A ≥ ho aplica-se o seguinte:
t≤
u ≤ 2c h
• excentricidade mínima: eo =
Ak = (b − t ) ⋅ (h − t ) 20
f • excentricidade acidental (por imperfeições):
ν = 0.7 0.7 − ck ≤ 0.35
200 l
ea = ν ⋅ o
2
• Cálculo da armadura transversal (estribos em vigas)
sendo
A sw Tsd
2 ≥ 1
s A k ⋅ fywd ν= , ( lo : altura de encurvadura, l: altura do pilar )
100 l
para os estribos perimetrais
• Cálculo do incremento da armadura longitudinal • excentricidade de 2ª ordem: segundo o método da
(em vigas) coluna-modelo:
Tsd ⋅ uk
A sl ≥ lo2 1
2A k ⋅ fyld e2 = K 1 ⋅
10 r
verificação conjunta de esforço transverso e torsor: λ
K1 = − 0.25
2 2
20
T V
sd + sd ≤ 1
TRdq VRdq K1 = 1 se λ > 35
1 2 ⋅ K 2 ⋅ ε yd f
Estado limite último de punçoamento = , ε yd = yd , K 2 = 1
r 0.9 ⋅ d Es
Aplica-se uma verificação como elemento ao esforço
a excentricidade de cálculo será:
transverso nas secções que de forma automática e
paralela aos apoios que realiza, desde 0.5d e e TOT = eo + ea + e2
incrementando secções homotéticas cada 0.75d. Se for
necessário, reforça-se com ramos verticais. Efectua-se
em lajes maciças e zonas maciças de fungiformes
aligeiradas.
CYPE
130 CYPECAD - Memória de Cálculo
sendo:
α = 0.3 em varões em tracção
α= 0.6 em varões em compressão
CYPE
CYPECAD - Manual do utilizador 131
além disso, lb,net será maior que 15 diâmetros e 200 mm. • Vigas
Na armadura vertical em paredes e muros, realiza-se Armadura mínima:
amarrações no arranque de casa piso, multiplicando por
um factor α1, segundo os varões estejam em fcd b⋅d
A s ≥ 0.04 A c ⋅ ≥ 0.6 ≥ 0.0015 ⋅ b ⋅ d
compressão ou tracção, que em último caso será: fyd fyk
α1 = 1.4 (se a<10φ, emendando mais de 50% dos Armadura máxima: As ≤ 0.04 Ac
varões)
Amarração da armadura inferior:
α1 = 2.0 (se a>10φ, emendando mais de 50% dos
varões) - Em apoio extremo: amarrar-se-á o esforço
transverso metade do valor (0.9)
Elementos estruturais
• Elementos de suporte
h
Se ≤ 4 , é um pilar, noutro caso será uma
b
parede.
Armadura mínima longitudinal: φ 12 mm.
Nsd
Quantidade mínima A s mín = 0.15 ≥ 0.003 A c
fyd
Fig. 8.1
Quantidade máxima ≤ 0.08 Ac Amarrar-se-á pelo menos 25% da armadura de vão.
Estribos: - Em apoios interiores: amarrar-se-á pelo menos
10φ desde a face de apoio, e desde o eixo o
φ6mm
comprimento mínimo.
mínimo diâmetro 1
≥ φ longitudinal mínima - Quantidade mínima de armadura transversal
4
(estribos)
12φ longitudinal
separação máxima ≤ menor dimensão transversal A sw
ρw =
300 mm s ⋅ bw
na cabeça e no pé e numa altura da maior
dimensão transversal, multiplica-se a separação
por 0.6.
CYPE
132 CYPECAD - Memória de Cálculo
CYPE
CYPECAD - Manual do utilizador 133
onde o número expressa a resistência aos 28 días em > 20 10.5 Ø 12 Ø Não existe
corpo de prova cilíndrico em MPa = fck.
Foi incluído o C18 que, embora não esteja na norma, • Comprimento de ancoragem:
pode servir para verificação.
φ fyd
lb = ⋅
A classe mínima em estruturas é C20, e em fundações 4 fbd
C15, sendo emitido um aviso se não for maior ou igual a
tal valor. A s calc.
lb,necesaria = α1 ⋅ lb ⋅ ≥l
A s real b,min.
O Módulo de elasticidade do concreto, para os
cálculos estruturais, adota-se: α1 = 0.7 terminada em dobra
Ec = 4760 fck (fck en MPa) lb,min = MAX (0.3 lb; 10 φ; 10 cm) em tração.
lb,min = MAX (0.6 lb; 15 φ; 20 cm) em tração.
Aços
Definem-se as classes:
• Emendas: Em pilares-paredes e muros, aplicam-se
CA-25 (A), CA-50 (A), CA-60 (A), CA-60 (B) as porcentagens indicadas nas opções de cálculo.
(A) Dureza natural, (B) Encruado a frio.
10.3.2. Cobrimentos
• Aderência: Sendo fbd a tensão de aderência, define- O programa proporciona, como padrão, cobrimentos
se: mínimos de 20 mm. Revise o tipo de concreto e o
ambiente da sua obra e corrija-os manualmente.
fbd = η1 ⋅ η2 ⋅ η3 ⋅ fctd
sendo:
η1= 1 (CA-25); η1 = 2.25 (CA-50); η1 = 1.4 (CA-60)
10.3.3. Excentricidade mínima
η2 = 1 (posição I, boa aderência); η2 = 0.7 (posição II, má
M1d,min = Nd ⋅ (0.015 + 0.03 h) em pelo menos uma
aderência). direção.
η3 = 1 (φ < 32 mm)
0.7 ⋅ 0.3 2 3
f ctd = ⋅ f ck (f : MPa)
γc ck
CYPE
134 CYPECAD - Memória de Cálculo
Tipo de Controle γc
10.3.7. Fissuração
Condições desfavoráveis 1.1 · 1.4 = 1.54
Como padrão faz-se Wk = 0.4 mm.
Em geral 1.4
Controle rigoroso 1.3
10.3.8. Análise estrutural
Aço:
Os nós são considerados de dimensão finita e rígidos na
γs = Coeficiente de minoração da resistência. largura do apoio.
CA-25 - Anc (não controlado) , γs = 1.25 Arredonda-se a lei de momentos no apoio, suposta uma
restante, CA-25, CA-50, CA-60, γs = 1.15 resposta linear dentro do mesmo.
CYPE
CYPECAD - Manual do utilizador 135
CYPE
136 CYPECAD - Memória de Cálculo
1 fyd
luego r = 2.222 d ⋅ Es 10.3.21. Pilares
ρmin ≥ 0.004
• Se λ ≥ 140, é emitida uma mensagem de esbeltez
excessiva, pois os métodos simplificados aplicados mínimos :
A s ⋅ fyd ≥ 0.15 Nd
não servem e devem-se utilizar métodos rigorosos
de cálculo, que ficam fora da aplicação do programa.
máximos : A s ≤ 0.08 A c
10.3.17. Cálculo de flechas em vigas
Aplica-se o método da inércia equivalente (Branson)
para o cálculo das flechas instantâneas. 10.3.22. Cortante
As flechas diferidas são obtidas multiplicando-se as Utiliza-se o modelo 1, θ = 45º.
instantâneas pelos coeficientes indicados nas opções. Quantia mínima:
A sw f
ρsw = ≥ 0.2 ctm , fctm = 0.3 (fck )2 3
10.3.18. Fissuração bw ⋅ s fyk
Aplica-se a formulação indicada na norma.
sendo em vigas com bw ≤ 5 d.
CYPE
CYPECAD - Manual do utilizador 137
200 mm
Separación ≤ b mínimo
10.3.24. Detalhes 24 φ l (CA-25); 12 φ l (CA-50)
Armadura de tração em apoios (inferior):
• Nos extremos, será ancorado um valor de 0.5 Vsd, a
partir da face
• Nos apoios intermediários ≥ 10 φ.
CYPE
138 CYPECAD - Memória de Cálculo
10.3.27. Punção
Dado que o programa calcula as tensões tangenciais de
forma precisa, a partir de 0.5 d e em intervalos de 0.75 d
o cortante e punção, limita-se o valor de tal tensão
tangencial ao valor:
200 100 ρ f 1 3
ζrd ≤ ζrd1 = 0.13 (1 +
d(mm)
( ck )
CYPE