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UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA

Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia


Faculdade de Engenharia Civil

Higiene e Segurança do Trabalho

Cristiano Rossi Gonçalves


Luiz Marcelo Ferreira Bastos
Sidnei Leite da Silva

São José dos Campos, SP


2006

1
Índice de Assuntos
Índice de Assuntos ..............................................................................................................................2
Índice de Figuras.................................................................................................................................3
Índice de Tabelas.................................................................................................................................4
Símbolos, Acogramas, Abreviações e/ou Glossário............................................................................5
Resumo................................................................................................................................................6

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................................................7

2. NOÇÕES GERAIS DE SEGURANÇA NO TRABALHO..............................................................................8


2.1 NR 18 - CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DO TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO. .9
2.2 DOCUMENTAÇÕES NECESSÁRIAS.......................................................................................................11
2.2.1 COMUNICAÇÃO PRÉVIA....................................................................................................................11
2.2.2 DOCUMENTAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS...........................................................................................12
2.3 INTEGRAÇÃO E TREINAMENTO............................................................................................................13
2.3.1 INTEGRAÇÃO.......................................................................................................................................13
2.3.2 TREINAMENTO....................................................................................................................................15
2.3.3 AVISO DE ADVERTÊNCIA AO EMPREGADO...................................................................................16
2.3.4 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO......................................................................................................17
2.4 CIPA COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO A ACIDENTES...........................................................19
3. PCMAT – PROGRAMA DE CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DO TRABALHO NA INDÚSTRIA
DA CONSTRUÇÃO..............................................................................................................................................20
3.1 OBJETIVOS DO PCMAT............................................................................................................................20
3.2 LEGISLAÇÃO..............................................................................................................................................21
3.3 PPRA – PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS....................................................21
3.3.1 PLANEJAMENTO, METAS E PRIORIDADES DO PPRA....................................................................21
3.3.2 ETAPAS DO PPRA................................................................................................................................22
3.3.3 ESTRATÉGIA E METODOLOGIA DE AÇÃO.....................................................................................23
3.3.4 ANTECIPAÇÃO, RECONHECIMENTO E AVALIAÇÃO DOS RISCOS..............................................23
3.3.5 ELABORAÇÃO DO DOCUMENTO - BASE.........................................................................................23
3.3.6 IMPLANTAÇÃO DAS MEDIDAS DE CONTROLE E TREINAMENTO..............................................24
3.3.7 AVALIAÇÃO SISTÊMICA DE EXPOSIÇÃO AO RISCO......................................................................24
3.3.8 FORMAS DE REGISTROS, MANUTENÇÃO E DIVULGAÇÃO DE DADOS.....................................25
3.3.9 O PROGRAMA 5 S................................................................................................................................28
4. PARTICULARIDADES DO SETOR DA CONSTRUÇÃO CIVIL.............................................................30
4.1 QUALIDADE DO CANTEIRO DE OBRAS...............................................................................................30
5. SEGURANÇA NO TRABALHO NAS OBRAS DE EDIFICAÇÕES.........................................................33
5.1 LIMPEZA DO TERRENO...........................................................................................................................33
5.2 ESCAVAÇÕES.............................................................................................................................................33
5.3 FUNDAÇÕES...............................................................................................................................................34
5.4 ESTRUTURAS.............................................................................................................................................35
5.5 ACABAMENTOS........................................................................................................................................36
5.5.1 USO ADEQUADO DOS EPI’s..............................................................................................................37
6. CONCLUSÃO...................................................................................................................................................38

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS................................................................................................................39
LIVROS..............................................................................................................................................................39
OUTRAS REFERÊNCIAS (Fita de VHS).........................................................................................................39

2
Índice de Figuras

Figura Título

2.1 Exemplo de Comunicação Prévia de Início de Obra............................................. 12


2.2 Ficha de Controle de EPI...................................................................................... 14
2.3 Exemplo de Documentação de Termo de Responsabilidade................................. 16

3
Índice de Tabelas

Tabela Título

2.1 Itens da Norma Regulamentadora NR18............................................................... 10


2.2 Listagem Básica de EPI........................................................................................ 18
3.1 Cronograma de Etapas do PPRA........................................................................... 22
3.2 Dados para Antecipação ao Reconhecimento dos Riscos Fís. Quim. Biológicos. . 26
3.3 Cronograma de Execução do PPRA...................................................................... 27

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Símbolos, Acogramas, Abreviações e/ou Glossário

NR...................................Norma regulamentadora
SindusCon-SP.................Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo
PCMAT Programa de Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção
PPRA..............................Programa de Prevenção e Riscos Ambientais
CIPA...............................Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
EPI..................................Equipamento de Proteção Individual
EPC.................................Equipamento de Proteção Coletiva

5
Resumo

Será apresentado neste trabalho algumas noções práticas sobre Segurança e Higiene do Trabalho,
demonstrando sua grande importância no mercado competitivo atual, bem como as ferramentas e
equipamentos de proteção utilizadas para propiciar o ambiente seguro e favorável ao profissional.
Também será mostrado alguns cuidados, documentos e normas obrigatórias exigidas por órgãos
oficiais que devem ser rigorosamente cumpridas pelo empregado e empregador. Outros aspectos a
serem abordados serão as particularidades da Construção Civil, sendo relatadas de um modo prático
todas as etapas de uma obra, salientando seus riscos e medidas preventivas.

6
1. INTRODUÇÃO

A construção é um dos ramos de atividade mais antigos do mundo, desde quando o homem
vivia em cavernas até os dias de hoje a indústria da construção passou por um grande
processo de transformação, seja na área de projetos, de materiais, de equipamentos, seja na
área pessoal. Nos últimos 200 anos grandes obras foram construídas, obras que hoje são
símbolo de muitas cidades e países, que se sobressaíram pela beleza, pelo tamanho, pelo
custo, pela dificuldade de construção, como também pelo arrojo do projeto. Podemos destacar
muitas que são conhecidas no mundo todo: “Hidroelétricas” de Itaipu, a Rodovia dos
Imigrantes, a cidade de Brasília, o Maracanã no Brasil, o Big Ben, na Inglaterra, a torre de
Toronto no Canadá, o canal no Panamá e centenas de outras grandes obras que foram
executadas por pessoas e empresas do ramo da construção.

Porém, não podemos nos esquecer que, em decorrência da construção de todas essas obras
tivemos a perda de milhares de vidas, provocadas por acidentes do trabalho e doenças
ocupacionais, causadas principalmente pela falta de controle do meio ambiente do trabalho do
processo produtivo e da orientação dos funcionários.

Muitos desses acidentes poderiam ser evitados se as empresas tivessem desenvolvido e


implementado programas de segurança e saúde no trabalho, além de dar uma atenção maior à
educação e treinamentos de seus operários.

Esse Sistema para ser implantado necessita de planos e programas para que as empresas
tenham maior controle de seus processos, devendo padronizar as ações de segurança e saúde,
bem como capacitar os integrantes da empresa.

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2. NOÇÕES GERAIS DE SEGURANÇA NO TRABALHO

Na década passada o Brasil possuía um elevado número de ocorrências de acidentes de


trabalho. Hoje elas reduziram-se a 1/3 devido à expressiva contribuição no combate a esta
estatística, onde se reúnem empregadores, empregados e governo para levantar os problemas,
discutir e elaborar normas para tornar mais segura, saudável e íntegra a vida dos
trabalhadores.

Muitas empresas têm a segurança e a saúde no trabalho como estratégia competitiva,


buscando diretamente a satisfação dos trabalhadores, ao mesmo tempo em que priorizam a
educação, o treinamento e a motivação.

Segurança do Trabalho e Qualidade são sinônimos e é muito difícil de conseguir a qualidade


de um produto ou processo - fatores que, nos dias atuais, influenciam fortemente o sucesso
empresarial - sem um ambiente de trabalho em condições adequadas e que propicie ao
trabalhador direcionar toda a sua potencialidade ao trabalho que está sendo executado.

Para obter ganhos de qualidade e produtividade é preciso investimento de capital e tecnologia,


mas não acontecem se não houver o envolvimento do elemento humano, portanto, é
necessário cuidarmos da qualidade de vida do trabalhador. Porém, poucos executivos
entendem que os mesmos fatores que ocasionam acidentes no trabalho também causam as
perdas na produção e problemas de qualidade de custo.

Isso faz concluir que ações devem ser implantadas em conjunto, pela integração dos
procedimentos da Qualidade, da Segurança e Saúde e do Meio Ambiente, num Sistema de
Gestão, que vise a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores, assim como dos
processos, produtos, serviços e do meio ambiente.

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2.1 NR 18 - CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DO TRABALHO NA
INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO

A NR 18 foi criada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo,
SindusCon-SP, e reeditado após revisão em julho de 1995, as normas regulamentadoras
obrigatórias para a área da construção, a NR 18 – Condições e Meio Ambiente do Trabalho na
Indústria da Construção, que constituem uma lista de verificação que norteiam as ações da
fiscalização do trabalho.

Se algum item da Norma não for aplicado, o Ministério do Trabalho aplicará uma multa que
varia de acordo com o número de empregados. Em caso de reincidência, resistência à
fiscalização ou uso de artifício para fraudar a Lei a multa será aplicada na forma do artigo
201, parágrafo único da CLT.

A Tabela 2.1 apresenta os itens da Norma Regulamentadora NR18:

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Nº Títulos
18.1 Objetivo e campo de aplicação
18.2 Comunicação prévia
18.3 PCMAT
18.4 Áreas de vivência
18.5 Demolição
18.6 Escavações, fundações e desmonte de rochas
18.7 Carpintaria
18.8 Armações de aço
18.9 Estruturas de concreto
18.10 Estruturas metálicas
18.11 Operações de soldagem e corte a quente
18.12 Escadas, rampas e passarelas
18.13 Medidas de proteção contra quedas de altura
18.14 Movimentação, transporte de materiais e pessoas
18.15 Andaimes
18.16 Cabos de aço
18.17 Alvenaria, revestimento e acabamentos
18.18 Serviços de telhados
18.19 Serviços flutuantes
18.20 Locais confinados
18.21 Instalações elétricas
18.22 Máquinas, equipamentos e ferramentas diversas
18.23 Equipamentos de proteção individual - EPI
18.24 Armazenagem e estocagem de materiais
18.25 Transporte de trabalhadores em veícul0os automotores
18.26 Proteção contra incêndio
18.27 Sinalização de segurança
18.28 Treinamento
18.29 Ordem e limpeza
18.30 Tapumes e galerias
18.31 Acidente fatal
18.32 Dados estatísticos
18.33 CIPA
18.34 Comitê a permanentes sobre condições e meio ambiente
18.35 Regulamentos técnicos de procedimentos
18.36 Dispositivos gerais
18.37 Disposições finais
18.38 Disposições transitórias
18.39 Glossário

Tabela 2.1 - Itens da Norma Regulamentadora NR18

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2.2 DOCUMENTAÇÕES NECESSÁRIAS

Para que um sistema de segurança seja eficaz, seu conteúdo deve estar estruturado e
documentado de modo adequado. Qualquer empresa que tenha um Sistema de Gestão da
Segurança bem estabelecido, normalmente possui uma documentação apropriada e exigida
para o sistema.

2.2.1 COMUNICAÇÃO PRÉVIA

É um documento obrigatório elaborado pela empresa construtora, antes do início das


atividades, com a finalidade de comunicar à Delegacia Regional do Trabalho, através de
protocolo, as seguintes informações:

a. Endereço correto da obra;


b. Endereço correto e qualificação (CEI, CGC, ou CPF) do contratante, empregador ou
condomínio;
c. Tipo de obra;
d. Datas previstas de início e conclusão da obra;
e. Número máximo previsto de trabalhadores na obra.

A Figura 2.1 apresenta um exemplo de Comunicação Prévia de Início de Obra:

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COMUNICAÇÃO PRÉVIA DE INÍCIO DE OBRA

À Delegacia Regional do Trabalho

Vimos por meio desta comunicar o início da obra em referência

Nome: Edifício Briston


Endereço: Rua dos Atuns, n° 54 - Parque Residencial Aquarius – São José dos Campos/SP.

Contratante: Montante Incorporações Ltda.


CNPJ: 00392356/0001-18
Endereço: Avenida Andrômeda, 1030 - São José dos Campos/SP

Tipo de obra: Edifício Residencial


Data prevista para início de obra: Fevereiro de 2001
Data prevista para término de obra: Outubro de 2002

Número máximo de trabalhadores previsto na obra: 60

São José dos Campos, 20 de fevereiro de 2001.

___________________________________
Assinatura do responsável

Figura 2.1 - Exemplo de Comunicação Prévia de Início de Obra

2.2.2 DOCUMENTAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS

Os funcionários da empresa contratante bem como os das empresas contratadas e sub-


contratadas devem seguir rigorosamente as leis impostas pelo Ministério do Trabalho, isto é,
seguindo as orientações trabalhistas da CLT.

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Com isso os funcionários devem possuir registro em carteira profissional de trabalho para a
garantia dos seus direitos trabalhistas, além de constarem no livro de registro da empresa, que
permanece na obra, para averiguação do Ministério do Trabalho em caso de vistoria.
A contratante deve exigir da contratada os documentos acima citados para isentar-se de
qualquer responsabilidade trabalhista em caso de acidente no trabalho.

2.3 INTEGRAÇÃO E TREINAMENTO

2.3.1 INTEGRAÇÃO

Outro processo a ser abordado é a Integração do novo funcionário através de reuniões,


projeção de filmes ou slides, visita à instalação da empresa etc onde se pretende ajustar o
novo funcionário, facilitando seu primeiro contato com a empresa, fazendo-o vestir a camisa
da empresa, informá-lo e sensibilizá-lo.

A integração tem como finalidade a apresentação do ramo da empresa, informar a visão,


missão, objetivos e metas, propiciar ambiente de trabalho, benefícios e recursos da empresa
entre outros. A integração também deve conter uma ficha de registros e lista de presenças,

Na integração é comum abordagem dos assuntos EPI (Equipamento de Proteção Individual)1 e


EPC (Equipamentos de Proteção Coletiva)1. O novo funcionário recebe uniformes e o EPI a
ser usado obrigatoriamente, devendo assinar uma ficha de controle contendo quantidade,
descrição, data de entrega e devolução e assinatura. Esta ficha possui também, um termo de
compromisso que passa a responsabilidade ao funcionário através de uma declaração datada e
assinada.

A Figura 2.2 apresenta um exemplo de ficha de controle de EPI

_________________________________________________________________________________________________________________
1
Os assuntos EPC’s e EPI’s serão abordados de forma detalhada posteriormente.

13
FICHA DE CONTROLE DE EPIs
Nome: Empresa:
Função: Setor:
Termo de compromisso:
Declaro estar ciente da necessidade do uso obrigatório dos Equipamentos de Proteção Individual constantes desta ficha e
por mim recebidos gratuitamente nesta data, após treinamento específico, incorrendo, caso contrário em punições
previstas artigo 158 combinado com a alínea ¨H¨ do artigo 482 da CLT. Tenho ciência, também da obrigação de conservar
os equipamentos e, quando da necessidade de sua reposição devolver ao responsável as peças usadas em troca de peças
novas.

________________________________________ ___________________, _____ de ______________ de 20___


Assinatura do funcionário Local, data
Quant. Descrição e nº CA Data Data Devolução Assinatura do funcionário
Entrega

Demissão: ___________________, _____ de ______________ de 20___


Local, data

________________________________________
Assinatura do funcionário

Figura 2.2 - Ficha de Controle de EPI

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2.3.2 TREINAMENTO

Todos os empregados devem receber treinamento admissional e periódico, visando garantir a


execução de suas atividades com segurança.

O treinamento prepara os funcionários para desempenharem melhor suas atribuições onde


aprende-se o que e como devem fazer, adquiri-se o desejo e a vontade de por em prática o que
se aprendeu e adquiri-se a capacidade de aplicar no trabalho o conhecimento adquirido no
processo de treinamento.

Deve-se realizar treinamentos periódicos com a finalidade de reforçar o treinamento


específico, inicialmente aplicado na contratação do funcionário.

Para efeito de fiscalização é muito importante a manutenção de listas de presença dos


participantes, e também, que existam registros relativos a todas as atividades de treinamento,
que deverão conter:

• Nome e identificação;
• Setor;
• Data e duração do treinamento;
• Local do treinamento;
• Nome do curso;
• Número do certificado;
• Nome do instrutor.

A Figura 2.3 apresenta um exemplo de documentação de Termo de Responsabilidade

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Termo de Responsabilidade

Eu ___________________________________________________________, recebi os
treinamentos sobre Riscos de Acidentes na SERRA e concordo em utilizar o Protetor
Auricular e a Viseira, conforme as exigências da NR- 6 (EPI)

Estou ciente também que meu instrumento de trabalho, ou seja, a Serra Circular deve seguir
as exigências da NR- 18.7.2 abaixo:

• Ser dotada de mesa estável, com fechamento de suas faces inferior, anterior e posterior,
construída em madeira resistente, ou material metálico resistente, sem irregularidade com
dimensionamento suficiente para a execução das tarefas;
• Ter a carcaça do motor aterrado eletricamente;
• O disco deve ser mantido afiado e travado, devendo ser substituído quando apresentar:
trincas, dentes quebrados e empenamento;
• As transmissões e força mecânica devem estar protegidas obrigatoriamente por anteparos
fixos e resistentes, não podendo ser removidos, em hipótese alguma, durante a execução
dos trabalhos;
• Ser provida de coifa, protetor de disco e cutelo divisor, com identificação do fabricante e
ainda coletor de serragem.

18.7.3 - Nas Operações de corte de madeira devem ser utilizados dispositivos empurrados e
guia de alinhamento.

Essas são as exigências da NR- 18 aos trabalhadores qualificado a Carpinteiro o não


cumprimento constitui em ATO FALTOSO.

____/____/____

_________________________________________
Ass. do funcionário

Figura 2.3 Exemplo de documentação de Termo de Responsabilidade

2.3.3 AVISO DE ADVERTÊNCIA AO EMPREGADO

O Aviso de Advertência ao Empregado é outro instrumento usado para isentar de


responsabilidade o empregador. Ocorre quando o funcionário comete uma infração (não
utiliza o EPI, descumpre determinações e normas, desrespeita superiores e subordinados), e ao
se completarem 03 o mesmo pode ser demitido por justa causa, ficando portanto, isento de
aplicações de leis sociais.Sistemas de Informação Geográfica – são sistemas automatizados usados
para armazenar, analisar e manipular dados geográficos, ou seja, dados que representam objetos e
fenômenos em que a localização geográfica é uma característica

16
2.3.4 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO

Os EPC’s - Equipamento de Proteção Coletiva - visam a proteção contra riscos comuns e


gerais que possam afetar várias pessoas e adjacências da obra. Também enfocam o conceito
de mudanças de atitudes, comportamentos, hábitos e modos de executar os serviços.

É obrigação do contratante fornecer um ambiente de trabalho com condições de higiene e


segurança, ficando as contratadas com a obrigação de manter o local com mesmas condições.

São citados como exemplos de EPC’s as telas protetoras, as bandejas, o tapume, a proteção de
máquinas e equipamentos, etc.

O EPI - Equipamento de Proteção Individual - é todo dispositivo de uso individual destinado


a proteger a integridade física do trabalhador, devendo ser fornecido gratuitamente pelo
contratante de acordo com os riscos apresentados pelo local de trabalho e pelo equipamento
utilizado pelo funcionário. Cabe ao funcionário usa-lo e guarda-lo adequadamente e a
substituição no tempo previsto.

Sua norma regulamentadora e de Nº 06 da Portaria 3214/78, da Secretaria de Segurança e


Saúde no Trabalho do Ministério do Trabalho.

A Tabela 2.2 apresenta a listagem de básica de EPI

17
Listagem Básica de EPI
Área de Proteção Equipamentos de Proteção
Proteção à cabeça Capacete e suspensão
Proteção de olhos e face Óculos de segurança, máscara de soldador,
protetor facial;
Proteção respiratória Máscaras e filtros respiratórios;
Proteção de ouvidos Protetor auricular tipo concha;
Proteção de tronco Avental de raspa ou pvc;
Proteção de mãos e membros superiores Mangotes e luvas de raspa de couro ou borracha;
Proteção de membros inferiores Botas e calçados de couro c/ bico de aço, perneira
de raspa; bota de borracha.
Proteção contra intempéries Capa impermeável de chuva;
Proteção contra queda Cinto de segurança tipo pára-quedas

A Tabela 2.2 - Listagem Básica de EPI

18
2.4 CIPA COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO A ACIDENTES

A CIPA, Comissão Interna de Prevenção a Acidentes, surgiu de uma recomendação da OIT


(Organização Internacional do Trabalho) em 1921 e transformou-se em determinação legal no
Brasil em 1944, cujo Decreto Lei nº 7.036, artigo 82 era o seguinte:

“Os empregadores cujo número de empregados seja superior a 100, deverão providenciar a
organização em seus estabelecimentos de comissões internas, com representantes dos
empregados, para o fim de estimular o interesse pelas questões de prevenção de acidentes,
apresentar sugestões quanto a orientação e fiscalização de medidas de prevenção ao
trabalhador, realizar palestras instrutivas, propor a instituição de concursos e prêmios e
tomar outras providências tendentes a educar o empregado na prática de prevenir acidentes”

A CIPA nada mais é do que um grupo de pessoas que tem a incumbência de prever e impedir
qualquer ocorrência imprevista e sem intenção que possa causar danos ou prejuízos à
propriedade ou à pessoa, porém restrito à própria empresa.

O Cipeiro é o funcionário de um estabelecimento regularmente eleito por voto secreto para


representar os empregados, em uma gestão de um ano, perante a CIPA. É cipeiro também o
funcionário de um estabelecimento escolhido pelo empregador para representa-lo na CIPA
com representantes do empregador e dos empregados.

A CIPA tem como objetivo:


• Observar e relatar as condições de riscos nos ambientes de trabalho;
• Solicitar medidas para reduzir até eliminar ou neutralizar os riscos existentes;
• Discutir os acidentes ocorridos, encaminhando relatório ao SESMT e ao empregador;
• Solicitar medidas que previnam acidentes semelhantes;
• Orientar os demais trabalhadores quanto à prevenção de acidentes.

Para conseguir alcançar seus objetivos, o cipeiro deve estar disposto a participar do
treinamento para adquirir conhecimentos específicos, ter uma atitude receptiva quanto à
prevenção de acidentes junto aos colegas de trabalho e buscar e propor soluções para os
problemas inerentes a acidentes.

19
3. PCMAT – PROGRAMA DE CONDIÇÕES E MEIO
AMBIENTE DO TRABALHO NA INDÚSTRIA DA
CONSTRUÇÃO

Fundamentalmente, o PCMAT é a prevenção dos riscos e a informação e treinamento dos


operários que ajudarão a reduzir as chances dos acidentes, assim como diminuir as suas
conseqüências quando são produzidos . Para tanto, deverá ser colocado em prática um
programa de segurança e saúde que obedecerá rigorosamente as normas de segurança,
principalmente a NR-18, além de haver a integração entre a segurança, o projeto e a execução
da obra.

Se por qualquer razão, for necessária a realização de algumas alterações nos trabalhos de
execução da obra, com relação ao que estava estabelecido no princípio, terão que ser
estudados os aspectos de segurança e saúde, tomando as medidas necessárias para que essas
mudanças não gerem riscos imprevisíveis.

3.1 OBJETIVOS DO PCMAT

O PCMAT possui os seguintes objetivos:


• Garantir a saúde e integridade dos trabalhadores;
• Definir atribuições, responsabilidades e autoridade ao pessoal que administra,
desempenha e verifica atividades que influem na segurança e que intervêm no
processo produtivo;
• Fazer a previsão dos riscos que derivam do processo de execução da obra;
• Determinar as medidas de proteção e preservação que evitem ações e situações de
riscos;
• Aplicar técnicas de execução que reduzam ao máximo possível esses riscos e
acidentes e doenças.

20
3.2 LEGISLAÇÃO

O item 18.3 da Norma Regulamentadora18 contempla os requisitos a serem seguidos para


elaboração e cumprimento do PCMAT os estabelecimentos com 20 ou mais trabalhadores

O PCMAT deve contemplar as exigências contidas na NR 9 - Programa de Prevenção de


Riscos Ambientais - PPRA, sejam implantados é necessário conhecer também os riscos
provocados por agentes físicos (ruído, temperaturas, extremas, radiações, etc.); químicos
(vapores, gases, névoas, etc.) e biológicos(vírus, bactérias, parasitas,etc.) e agentes biológicos
(bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários , vírus, etc.).

3.3 PPRA – PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS


AMBIENTAIS

Os objetivos básicos para a implementação do PPRA são a Preservação da Segurança e Saúde


dos Trabalhadores e a Proteção do Meio Ambiente e Recursos Naturais.

A responsabilidade do empregador e implementar e garantir o cumprimento do PPRA como


atividade permanente da empresa.

A responsabilidade dos empregados é colaborar e participar na implantação e execução do


PPRA; seguir as orientações recebidas nos treinamentos oferecidos pelo PPRA; informar ao
seu superior hierárquico direto as ocorrências, que a seu julgamento, possam implicar em
riscos à saúde dos trabalhadores.

3.3.1 PLANEJAMENTO, METAS E PRIORIDADES DO PPRA

O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, será desenvolvido pela Empresa,


segundo cronogramas de etapas, com o início de seus trabalhos sempre no primeiro dia útil e
se prorrogando até o último dia útil de cada ano de implantação.

A meta do PPRA é a de realizar um levantamento completo dos riscos físicos, químicos e


biológicos existentes nos setores de trabalho da construtora; Controlar os riscos encontrados,
para que os trabalhadores tenham melhores condições de trabalho e saúde, resultando na

21
melhoria da qualidade de vida e produtividade; Melhoria das condições do meio ambiente e
dos recursos naturais.

O PPRA possui as seguintes prioridades:


• Melhoria das condições do meio ambiente de trabalho;
• Monitoramento dos riscos;

3.3.2 ETAPAS DO PPRA

O PPRA possui uma seqüência de atividades que visa uma organização melhor para se tomar as
medidas necessárias para sua execução.
• Reconhecimento dos riscos ambientais
• Avaliação os riscos
• Elaboração do Documento – Base
• Implementação das medidas de controle
• Avaliação sistemática de exposição ao risco
• Programa de treinamento
• Avaliação do PPRA.

A Tabela 3.1 – apresenta um cronograma envolvendo as etapas do PPRA

Meses Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Etapas
Etapa 1
Etapa 2
Etapa 3
Etapa 4
Etapa 5
Etapa 6
Etapa 7
Etapa 8

Tabela 3.1 - Cronograma de Etapas do PPRA

22
3.3.3 ESTRATÉGIA E METODOLOGIA DE AÇÃO

As seguintes estratégias e ações devem ser utilizadas para o cumprimento das etapas
estabelecidas no regulamento.

3.3.4 ANTECIPAÇÃO, RECONHECIMENTO E AVALIAÇÃO DOS RISCOS

Envolve a análise de projetos de novas instalações, métodos ou processo de trabalho, ou de


modificações daqueles já existentes, visando a identificação dos riscos potenciais e a
introdução de medidas de proteção para reduzi-los ou elimina-los.

Esta etapa tem como objetivo reconhecer os riscos ambientais existentes no interior da
empresa: identificação, localização e determinação das possíveis fontes geradoras, agente
ambiental, funções, número de trabalhadores expostos, caracterização de atividades e do tipo
de exposição, obtenção de dados existentes na Empresa e indicativos de possíveis danos
decorrentes do trabalho e dados disponíveis em literatura técnica relacionados aos possíveis
anos causa os pelos risos identificados.

Pode ser realizada de duas maneiras: quantitativamente e qualitativamente. As avaliações


qualitativas são aquelas empregadas para obter resultados de como o processo de trabalho está
interagindo com os demais, qual implicação ou efeito está gerando. Muitas vezes a avaliação
quantitativa pode ser colocada em segundo plano, pois quase sempre basta saber que há certo
risco no local de trabalho para se determinar qual medida a se adotar para se controlar ou
eliminar as condições inseguras detectadas. Entretanto, a avaliação quantitativa é o subsídio
primordial para se obter o grau de risco ou toxidade a que o empregado está exposto.

3.3.5 ELABORAÇÃO DO DOCUMENTO - BASE

Visa propor medidas para eliminar, minimizar ou controlar os riscos levantados


anteriormente. Tais propostas de melhorias devem estar dispostas em um cronograma com
definições dos prazos e realização, juntamente com o visto do responsável.

23
3.3.6 IMPLANTAÇÃO DAS MEDIDAS DE CONTROLE E TREINAMENTO

Desenvolvimento e aprimoramento de projetos e implementação e medidas de proteção


coletiva, adoção de medidas administrativas ou de organização do trabalho e especificação de
EPI adequado.

Recursos audiovisuais, palestras por profissionais habilitados e registro em ficha de


treinamento de cada trabalhador.

3.3.7 AVALIAÇÃO SISTÊMICA DE EXPOSIÇÃO AO RISCO

Avaliar com equipamentos de medição os riscos ambientais e tomar medidas preventivas para
minimizar esses riscos;

Probabilidade de que os riscos ambientais ultrapassem limites de exposição considerando-se o


nível de ação.

Controle sistêmico de exposição ao risco acima dos níveis de ação.

Para o controle dos riscos deve-se utilizar os seguintes meios:


• PCMSO- Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional - analisando dados de
controle médico;
• TREINAMENTO- realizar cursos e palestras para os trabalhadores;
• MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA- realizando estudos, desenvolvendo e
implantando novos sistemas para a proteção coletiva;
• MONITORAMENTO- avaliação sistêmica e repetitiva da exposição a um dado risco,
visando a implementação ou modificação das medidas de controle.

24
3.3.8 FORMAS DE REGISTROS, MANUTENÇÃO E DIVULGAÇÃO DE DADOS

Todos os dados e resultados obtidos através do PPRA, serão arquivados pelos processos
manual e informatizado. Os mesmos devem ser mantidos por um período mínimo de 20 ano,
devendo estar sempre disponível aos trabalhadores interessados, CIPA ou às autoridades
competentes.

A divulgação dos dados e resultados deverá ser feita através os seguintes relatórios:
• Relatório de Levantamento de Dados dos Riscos Ambientais;
• Relatório de Avaliação dos Riscos Ambientais;
• Relatório de Controle dos Riscos Ambientais;
• Relatório de avaliação do controle dos Riscos Ambientais.

O PPRA deve ser realizado em todas as etapas estabelecidas no planejamento. O ano seguinte
da implantação do PPRA será reservado para avaliação do desenvolvimento. Deve ser
confeccionado um relatório no final do ano com o objetivo de se obter informações que serão
utilizadas para novos ajustes, se necessários, e estabelecimentos de novas metas e prioridades.

A Tabela 3.2 apresenta dados para Antecipação ao Reconhecimento dos Riscos Físicos -
Químicos – Biológicos

25
FUNÇÃO OPERAÇÃO RISCO AGENTE FONTE MEDIDAS MEDIDAS
GERADORA EXISTENTES PROPOSTAS
Eletricista Instalações Acidente Choque Máquinas e Uso de luvas Treinamentos
elétricas; elétrico; equipamentos; de borracha

Instalações de Queda de
má altura Periferias, Atenção no
quinas e equipa aberturas de pisos Uso de cinto de trabalho
mentos e trabalhos em segurança tipo
elétricos; altura para- quedista
acima de 2m.
Aterramento
dos mesmos.

Encarregad Distribuição de Físico Ruído Máquinas e Uso de protetor Realizar


o tarefas eventual; 84 dB(A) equipamentos auricular medições de
Auxilia o Eng. ruído

Queda de Periferias, Uso de cinto de


Acidente altura aberturas de pisos segurança tipo Atenção no
e trabalhos em para-quedista trabalho
altura acima de 2m.
Encanador Instalação Inexistente Inexistente Inexistente Inexistente Inexistente
hidráulica
Assentamento
de louças

Armador Montagem de Físico Ruído Policorte Uso de protetor Realizar


vigas e pilares 92 dB(A) auricular medições de
Manuseio de ruído
policorte
Dobragem e Queda de Uso de cinto de
corte de Acidente altura Periferias, segurança tipo Atenção no
vergalhões aberturas de pisos para-quedista trabalho
e trabalhos em acima de 2m.
altura

Tabela 3.2 Dados para Antecipação ao Reconhecimento dos Riscos Físicos - Químicos – Biológicos

A Tabela 3.3 apresenta um cronograma de execução do PPRA

26
Ações Meses do ano 2001 Valorização Responsáveis Concluído
do Programa J F M A M J J A S O ND das (Nome/visto) em:
prioridades
Manutenção
do PCMSO C Empresa Dep.
Médico

Educação
Continuada do C Work Seg
Pessoal

Monitorament
o do Agente C Work Seg
físico- ruído

Intensificar
manutenção C Empresa
nos
equipamentos
para reduzir
intensidade e
ruído local

Tabela 3.3 – Cronograma de Execução do PPRA

27
3.3.9 O PROGRAMA 5 S

É um programa bem sucedido que foi implantado no Japão na década de 70, quando houve
necessidade de aprimorar e melhorar a qualidade de seus produtos e serviços frente à
concorrência mundial.

Este programa foi trazido ao Brasil onde sofreu adaptações para atender as necessidades
brasileiras. Uma vez implantado não tem prazo para terminar, pois proporciona a melhoria
constante da qualidade de tudo que executamos dentro e fora da empresa.

Organização, ordem ,limpeza, higiene e disciplina são palavras que em japonês começam com
a letra/som de “s”, daí o programa chamar- se “5 S”.

O trabalho é um esporte de equipe. Existem os técnicos que orientam , outros são jogadores e
alguns atuam com apoio, mas precisam cumprir suas tarefas da melhor forma se o time quiser
ganhar. Nos times que são campeões , todos sabem exatamente o que fazer.

1º S - Arrumação (SEIRI)
Tão simples, mas tão difícil de realizar.
Significado:
• Separar o necessário do desnecessário;
• Livrar-se daquilo que é desnecessário.

2º S - Ordem (SEITON)
A ordem vem sempre acompanhada de organização.
Significado:
• Arrumar significa colocar as coisas nos lugares certos ou depósitos de forma correta, para
que possam ser usadas prontamente. É a forma de acabar com a procura de objetos;
• Depois que tudo estiver no lugar certo, de forma a garantir a qualidade e a segurança, seu
local de trabalho estará em ordem.

3º S - Limpeza (SEISHON)
É manter as coisas que se utilizam limpas, o desafio é não sujar para não limpar.
Significado:
• Eliminar lixo, sujeira e todos os materiais de descarte que não são mais utilizáveis;

28
• Manter limpa as máquinas, ferramentas e o piso;
• Manter limpos os ambientes em comum, como os banheiros.

4º S - Higiene (SEIKTSU)
A primeira coisa que observamos em uma pessoa é a sua aparência física, a limpeza nos locais
de trabalho e em sua casa.
Significado:
• Além de saudável, ser higiênico é a apresentação aos nossos clientes, amigos, etc.

5º S - Autodisciplina (SHITSUKE)
Todos devem ter o hábito de seguir as regras estabelecidas e decisões tomadas para
aperfeiçoar as operações.
Significado:
• Fazer a coisa certa de maneira natural;
• Criar um local de trabalho com bons hábitos e disciplina;
• A disciplina é um sinal de respeito ao próximo.

29
4. PARTICULARIDADES DO SETOR DA CONSTRUÇÃO
CIVIL

A indústria da construção civil apresenta características próprias que a diferenciam de outros


setores produtivos e que contribuem para aumentar os riscos de acidentes no trabalho,
exigindo atenção especial para a saúde e segurança tanto por parte da empresa como por parte
dos trabalhadores.

Algumas características chamam mais a atenção:


• a instalação do canteiro de obras, por exemplo, é sempre por tempo determinado,
sendo cada obra diferente de outra e o produto nunca é feito em série;
• a grande diversidade de serviços executados numa obra ao mesmo tempo, no mesmo
local de trabalho e agrupando trabalhadores das mais diversas funções;
• a sub-contratação de micros e pequenas empresas.

Por parte do pessoal contratado alguns traços também são marcantes. A construção civil
emprega atualmente um grande número de pessoas com baixa escolaridade pouca qualificação
e grande parte dessas pessoas contratadas provêm do meio rural. São pessoas que buscam na
cidade a realização de seus sonhos. A rotatividade de pessoal é muito elevada, provocada
pelas oscilações da demanda, pelas diferentes fases da obra e também pelo próprio
trabalhador que busca novas oportunidades em outros locais de trabalho.

Outro aspecto importante a ser destacado é a competitividade de mercado que faz com que as
empresas necessitem melhorar cada vez mais a qualidade de seus produtos e serviços e
aumentar a produtividade. Na busca da melhoria da qualidade e do aumento da produtividade
saúde e segurança do trabalho são fundamentais, assim como, para promover a melhoria da
qualidade de vida dos trabalhadores.

4.1 QUALIDADE DO CANTEIRO DE OBRAS

O canteiro de obras constitui o conjunto de instalações que dá suporte à construção de


determinada edificação, abrigando a administração da obra, o processo construtivo e os
trabalhadores. Já na fase de planejamento os responsáveis pela obra deparam-se com uma
série de questões que devem ser equacionadas e requerem cuidadoso estudo. Por exemplo:

30
como construir um canteiro de obras dotado de áreas de vivência em terrenos urbanos com
dimensões reduzidas?

Para que se possa projetar um canteiro de obras que dê condições apropriadas de trabalho aos
empregados e ao mesmo tempo atenda às necessidades da produção, deve-se utilizar técnicas
de engenharia que permitam a obtenção de um bom layout, além de exercer continuamente a
criatividade. A escolha dos sistemas construtivos a serem utilizados na execução das
instalações provisórias dependerá de fatores como clima, chuva, ventos e facilidade de
obtenção de material. As instalações podem ser de alvenaria, madeira, chapa etc., ou mesmo
containeres. O importante é que esses materiais sejam adequados e obedeçam às
especificações da norma vigente.

A seguir apresenta-se algumas características que um canteiro de obra deve ter:

Instalações Sanitárias - as instalações sanitárias provisórias, tema do item 18.4.2 da NR 18,


devem atender adequadamente ao número de trabalhadores instalados no canteiro, ou seja, seu
dimensionamento depende exclusivamente da quantidade de pessoas que as utilizam. Pode-se
dar como exemplo o dimensionamento do número de chuveiros, que deve ser de um chuveiro
para cada dez funcionários.

Os problemas mais comuns em instalações são a falta de planejamento, padronização, e


manutenção; a utilização de materiais inadequados em sua construção; e a falta de
treinamento dos funcionários. Muitas vezes, as instalações são improvisadas e impróprias para
o uso.

A inexistência de boas instalações sanitárias desmotiva e gera descontentamento, o que se


refletirá diretamente nos resultados do trabalho.

O custo das instalações sanitárias eficientes difere muito pouco do de instalações inadequadas
e precárias. Basta que se empregue o bom senso na sua concepção e construção.

Vestiários - Nos canteiros em que trabalham operários não residentes na obra, é necessária a
construção de vestiários, conforme o item 18.4.2.9 na NR 18. Estes devem ser dotados de
armários individuais com fechamento ou cadeado. É importante que garantam segurança a
seus usuários, visto que o problema mais comum em vestiário é a ocorrência de

31
arrombamentos e furtos. É aconselhável que os armários sejam metálicos, como os usados em
clubes, escolas e até mesmo em residências, pois são funcionais e resistentes.

Refeitórios - Um dos requisitos mais importantes do refeitório de canteiro de obras (item


18.4.2.11 da NR 18) é que tenha capacidade para atender a todos os trabalhadores no horário
das refeições. Se o obra envolver muitos empregados, porém, não necessitará de um refeitório
que abrigue a todos ao mesmo tempo. Pode-se dividir o horário das refeições em dois turnos,
o que resultará em melhor atendimento e possibilitará a redução da área do refeitório. Vale
lembrar que os refeitórios devem ser bem iluminados e ventilados. Precisam dispor de
lavatórios para que os funcionários lavem as mãos antes e depois de comer. Além disso, é
necessário que os empregados sejam treinados quanto a noções de higiene e limpeza.

Ambulatório e Sala de Segurança do Trabalho - em toda obra com cinqüenta ou mais


trabalhadores alojados deverá existir um ambulatório (conforme item 18.4.1, h). É necessário
que haja uma pessoa responsável, treinada em técnicas de primeiros socorros. Além disso, é
importante dispor de medicamentos básicos e de uma maca para transporte de acidentados.
Detalhe importante: quando a obra contratar técnicos ou engenheiros de segurança, é preciso
que tenham todo o apoio da alta administração na difícil tarefa de orientação, normalização e
auditoria das obras - dispondo até mesmo de um local para desenvolver suas atividades.

32
5. SEGURANÇA NO TRABALHO NAS OBRAS DE
EDIFICAÇÕES

Para um funcionamento eficaz de um sistema de segurança nas obras de edificações, é preciso


que todos na obra estejam bem treinados e também compromissados com a segurança. Isso
não é uma tarefa muito fácil porque as condições de execução de obra ainda são muito
inseguras, somando-se com a pouca informação e treinamento dado aos funcionários.

Durante o processo construtivo se destacam claramente várias etapas de maior ou menor


importância, causando uma série de riscos que poderão gerar acidentes. O risco é o perigo ou
a possibilidade de ocorrer perigo; a contingência ou a proximidade de um dano, que pode
afetar a integridade física do trabalhador, ou o processo de execução da obra. O processo de
construção de uma obra passa por cinco fases distintas. Cada uma delas apresenta
particularidades e riscos exigindo determinados cuidados e equipamentos de proteção
apropriados para prevenção de acidentes no trabalho. Capacete e botina de segurança são dois
equipamentos de proteção individual que devem ser usados por todos em todas as fases da
obra.

5.1 LIMPEZA DO TERRENO

A primeira fase corresponde à limpeza do terreno e a primeira providência é fazer a inspeção


da área para avaliar suas características e identificar os possíveis riscos de acidente existentes.
O terreno é cercado e desta forma será mantido até o final da obra. De acordo com as
condições do terreno a limpeza poderá ser feita de forma manual ou mecanizada. Conforme o
local os riscos podem ser: contaminação por fungos ou outros microorganismos; umidade,
gases ou poeira; animais venenosos; ruídos elevados provocados por equipamentos

5.2 ESCAVAÇÕES

Nesta fase é realizada a movimentação de terra. Antes de iniciar esse trabalho deve ser
realizado um estudo prévio do terreno para identificar suas características e a existência de
galerias, canalizações, cabos elétricos, redes de abastecimento de água ou telefone e demais
instalações que exijam proteção.

33
Outros cuidados:
• Desligar os cabos elétricos solicitando orientação à concessionária se necessário;
• Em obras com redes de alta tensão próxima informar a companhia de energia elétrica para
que seja realizado o isolamento necessário;
• Proteger redes de abastecimento, tubulações, vias de acesso, vias públicas;
• Retirar ou escorar árvores, pedras grandes, ou qualquer objeto com risco de tombamento
durante a execução dos serviços;
• Escorar e proteger muros e edificações vizinhas que possam ser afetados pelas
escavações;
• Proteger o público que transita nas proximidades;
• Construir rampa e vias de acesso para os caminhões que carregam o material escavado,
independentes de vias de acesso dos trabalhadores;
• O material retirado das escavações deve ser depositado a uma distância maior que a
metade de sua profundidade principalmente quando houver blocos de pedra;
• Todas as escavações com profundidade superior a um metro e meio devem ter escadas ou
rampas que permitam a saída rápida dos trabalhadores em caso de emergência;
• Todos os escoramentos e medidas de proteção devem ser inspecionados todos os dias;
• Nos casos de escavação manual os trabalhadores devem manter uma distância segura
entre si e nunca provocar a queda de material cavando por baixo;
• Nas escavações, sejam manuais ou mecânicas, a movimentação de terra perturba o
equilíbrio do terreno podendo provocar desabamentos;
• Para garantir a segurança de todos os trabalhadores devem ser instalados equipamentos de
proteção coletiva, entre eles, pranchões, passarelas e escadas de emergência;
• Entre as máquinas mais utilizadas nas escavações destaca-se a escavadeira, com seus
cuidados especiais, sendo inspecionada diariamente antes do início dos serviços e só
podendo ser operada por pessoas especializadas;

5.3 FUNDAÇÕES

A terceira fase corresponde aos trabalhos de fundação plana sobre o qual se assenta o alicerce
de uma construção. É uma fase de muitos riscos e que exigem cuidados indispensáveis.

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Providências a serem tomadas:
• A primeira providência a ser tomada é identificar os riscos para definir os
equipamentos de proteção individual e coletiva adequados;
• Acompanhar os trabalhos para identificar a presença de gases, coesão das paredes dos
tubulões e outros sinais de perigo;
• As escavações para tubulões a céu aberto devem ser cobertas sempre que houver
interrupção do serviço;
• Quando forem utilizados bate estacas, estes devem estar localizados distantes das
redes elétricas e sua manutenção só deve ser realizada quando o equipamento estiver
desligado;
• A equipe de execução de estacas deve ser constituída de pessoas treinadas e
experientes;
• Não deve ser permitida a presença de pessoas não autorizadas nas proximidades do
equipamento em funcionamento.

5.4 ESTRUTURAS

É a fase mais longa da construção de edifícios e a que exige o maior número de trabalhadores.
A maior parte das atividades desta fase esta relacionada à montagem e colocação de
armações, montagem e desmontagem de formas, serviços de escoramentos e concretagem.

Providências a serem tomadas:

• Os trabalhadores devem ser treinados quanto ao uso correto da máquina de cortar e


dobrar barras de aço e as sobras de vergalhões devem ser recolhidas e depositadas em
local apropriado;
• O transporte de vergalhões ou armações, feitos geralmente por guindastes, deve ser
feito com atenção para não atingir pessoas ou rede elétrica;
• A desforma só deve ser feita com acompanhamento de técnico responsável para evitar
que ocorra antes do tempo e deve haver isolamento do local abaixo;
• Os painéis externos das formas de periferia devem ser amarrados antes de serem
retirados;
• Os quadros móveis de tomadas usados durante esta fase devem ser feitos pelo
eletricista;

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• O cinto de segurança deve ser usado por qualquer funcionário que trabalhar em
beirada de laje, independente de sua função;
• Durante uma concretagem devem ser usadas botas de borracha;
• Nesta fase devem ser usados os seguintes equipamentos de proteção coletiva:
plataforma de proteção (bandeja) fixa no primeiro pavimento,e móvel a cada três
pavimentos de acordo com a elevação da estrutura;guarda corpo; corrimão em escadas
ou rampas; telas de proteção; tampos provisórios;cancela;
• As escadas devem ser fixadas no piso superior e inferior, além de ultrapassarem um
metro acima da laje superior;
• Os andaimes devem possuir os pés bem nivelados, diagonais de travamento a cada
dois metros e estarem amarrados em um ponto fixo;
• Evitar o empilhamento e armazenamento de materiais e ferramentas próximo das
beiradas das lajes. Em caso de alturas elevadas, as madeiras resultantes da desforma
nunca devem ficar soltas na laje, já que o vento, geralmente forte, pode joga-las sobre
a vizinhança.

5.5 ACABAMENTOS

Nesta etapa são realizados os serviços de revestimento interno e externo do edifício,


colocação de portas e janelas, pinturas e demais serviços necessários a dar condições de
moradia ao prédio.

Cuidados necessários:
• Iniciar a alvenaria do pavimento logo após a desforma, e trava-las logo após o seu
levantamento;
• Não permitir a queda de materiais;
• Retirar o mais rápido possível a sobras de tijolos, massas e entulhos que caírem nas
escadas e demais vias de circulação;

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5.5.1 USO ADEQUADO DOS EPI’s

A seguir serão apresentados os riscos mais freqüentes e os equipamentos de proteção


individual e coletivo necessários para neutralizar esses riscos:

• Para evitar intoxicação por inalação de vapores no uso de tintas, vernizes, diluentes e
outros agentes químicos devem ser utilizadas máscaras apropriadas;
• Para neutralizar quedas, usa-se cinto de segurança;
• Em caso de ruídos provocados por máquinas e ferramentas coloca-se o protetor auricular;
• Se houver poeira causada por corte de paredes, a máscara contra pó é indicada;
• Para não haver possibilidade de choque elétrico ou incêndio, os circuitos provisórios
devem ter manutenção constante, feita apenas pelo eletricista, e este deve usar luva
durante o manuseio;
• No uso de máquinas para corte de madeira ou barras de aço, e ainda, serviços de
soldagem, o uso de máscara de proteção facial ou óculos de segurança é obrigatório;
• Na proteção das áreas de circulação, onde pode ocorrer queda de material, é indicado a
colocação de uma plataforma, conhecida por bandeja de proteção.

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6. CONCLUSÃO
Para preservar a integridade física do funcionário deve-se investir na sua qualidade de vida,
isto é, propiciar um ambiente de trabalho com condições adequadas. Isto leva o trabalhador a
direcionar toda a sua potencialidade para uma melhor qualidade do processo ou produto. Esse
investimento deve ser através de treinamento, conscientização da necessidade do uso de EPI e
cuidados com o meio ambiente.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
LIVROS

SAMPAIO; José Carlos de Arruda. NR18 MANUAL DE APLICAÇÃO. SÃO PAULO – SP:
Editora PINI, 1ª edição 1998.
SAMPAIO; José Carlos de Arruda.. PCMAT - PROGRAMA DE CONDIÇÕES E MEIO
AMBIENTE DO TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO. SÃO PAULO – SP:
Editora PINI, 1ª edição 1998.
NERY; Dulce Marchini. CIPA - COMISÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES - SÃO PAULO
– SP. Editora PINI, 1ª edição 1998.

SITE
- http://www.pini.com.br

OUTRAS REFERÊNCIAS (Fita de VHS)


- MINISTÉRIO DO TRABALHO; SERT, Secretaria do Estado do Emprego e Relações
do Trabalho; SINDUSCON - PR; Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do
Paraná; FETRACONSPAR, Federação dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do
Mobiliário do Estado do Paraná. SEGURANÇA E SAÚDE NA CONSTRUÇÃO CIVIL.

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