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MARIA DAS GRAÇAS VILLELA RODRIGUES
EM CIÊNCIAS MILITARES
3ª Edição
Colaboração e ampliação
Rio de Janeiro
EsAO
2006
3
© 2004 Maria das Graças Villela Rodrigues
Diagramação:
José Fernando Chagas Madeira – Maj Com
Luiz Eduardo Possídio Santos – Cap MB
Clayton Amaral Domingues – Cap Art
Revisão:
Manoel Márcio Gastão – Cel Inf R1
Marco Aurélio de Trindade Braga – Cel Inf R1
Luiz Carlos Enes de Oliveira – Cel Com R1
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SUMÁRIO
PREFÁCIO............................................................................................. 10
INTRODUÇÃO....................................................................................... 12
UD I – TÉCNICAS DE ESTUDO............................................................ 14
1 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA..................................... 15
1.1 A METODOLOGIA E O ENSINO SUPERIOR....................................... 15
1.2 A DINÂMICA DE ESTUDO.................................................................... 16
1.3 A LEITURA............................................................................................. 17
1.4 O ESTUDO DO TEXTO......................................................................... 18
1.5 A TRANSPOSIÇÃO DA LEITURA......................................................... 20
1.6 A PRÁTICA DO FICHAMENTO............................................................. 21
UD II – A CIÊNCIA COMO FORMA DE CONHECIMENTO.................. 24
2 CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO................................................ 25
2.1 A CIÊNCIA............................................................................................. 25
2.2 MÉTODOS CIENTÍFICOS..................................................................... 27
2.2.1 Os métodos de abordagem................................................................. 28
2.2.1.1 O método dedutivo................................................................................. 29
2.2.1.2 O método indutivo.................................................................................. 29
2.2.1.3 O método hipotético - dedutivo.............................................................. 30
2.2.1.4 O método dialético................................................................................. 31
2.2.1.5 O método fenomenológico..................................................................... 31
2.2.2 Os métodos de procedimentos.......................................................... 31
2.2.1.1 O método histórico................................................................................. 32
2.2.1.2 O método comparativo........................................................................... 32
2.2.1.3 O método estatístico.............................................................................. 32
5
2.2.1.4 O método de estudo de caso................................................................. 33
2.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................... 33
UD III - PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO POR
34
MEIO DA PESQUISA CIENTÍFICA.......................................................
3 PESQUISA CIENTÍFICA....................................................................... 35
3.1 CLASSIFICAÇÃO ................................................................................. 35
3.1.1 Quanto à natureza................................................................................ 36
3.1.2 Quanto à forma de abordagem do problema.................................... 36
3.1.3 Quanto aos objetivos gerais.............................................................. 36
3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos................................................. 37
3.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................... 40
3.2.1 Pesquisa científica versus metodologia científica........................... 40
3.2.2 Níveis de pós-graduação na EsAO.................................................... 40
3.2.2.1 Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu.......................................... 41
3.2.2.2 Programa de Pós-Graduação Lato Sensu............................................. 41
UD IV - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU...... 44
4 PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU................................................ 45
41 INTRODUÇÃO....................................................................................... 45
4.2 AS ETAPAS DA PESQUISA.................................................................. 45
4.3 A ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO.......................... 48
1 INTRODUÇÃO................................................................................... 48
2 REFERENCIAL CONCEITUAL......................................................... 49
2.1 TEMA............................................................................................... 49
2.2 PROBLEMA..................................................................................... 50
6
2.4 CONTRIBUIÇÃO.............................................................................. 56
3 REFERENCIAL TEÓRICO................................................................ 56
3.1 REVISÃO DE LITERATURA............................................................ 57
3.2 ENTREVISTAS EXPLORATÓRIAS................................................. 57
4 REFERENCIAL METODOLÓGICO................................................... 58
4.1 OBJETIVO....................................................................................... 59
4.1.1 Objetivo geral.............................................................................. 59
4.1.2 Objetivos específicos................................................................. 61
4.2 HIPÓTESE....................................................................................... 61
4.3 VARIÁVEIS...................................................................................... 64
4.3.1 Definição conceitual das variáveis............................................ 64
4.3.1.1 Relacionamento entre variáveis................................................. 66
4.3.1.2 Correlação entre variáveis......................................................... 67
7
5 REFERENCIAL OPERATIVO (Projeto)............................................ 88
8
2.2.3 Alcances e limites....................................................................... 109
2.3 QUESTÕES DE ESTUDO............................................................... 110
2.4.OBJETIVOS..................................................................................... 110
2.4.1 Objetivo geral.............................................................................. 111
2.4.2 Objetivos específicos................................................................. 111
2.5 JUSTIFICATIVA............................................................................... 112
2.6 CONTRIBUIÇÃO.............................................................................. 113
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10
PREFÁCIO À TERCEIRA EDIÇÃO
A primeira e segunda edições deste livro receberam boa acolhida dos
estudantes de pós-graduação no âmbito da EsAO. É com prazer que publicamos
esta terceira edição, a fim de atualizar algumas partes, em resposta aos estímulos
dos leitores e tendo em vista novas práticas e conceitos em metodologia da
pesquisa científica no âmbito das Ciências Militares e no meio acadêmico civil.
Neste sentido, aproveitando os modernos conceitos abordados pela autora,
coube aos colaboradores redistribuir os conteúdos da Unidade Didática I, e adequar
o item “A prática do fichamento” aos aspectos relevantes aos Programas de Pós-
Graduação em Operações Militares. Na Unidade Didática II foram destacados e
ampliados conceitos relativos à ciência, e aos métodos científicos, incluindo-se
exemplos inerentes às Ciências Militares.
Na Unidade Didática III foram definidos os diversos conceitos de pesquisa
científica, segundo suas classificações quanto à natureza, à forma de abordagem do
problema, aos objetivos gerais e aos procedimentos técnicos, procurando-se
destacar, por meio de conceitos e exemplos, as principais diferenças entre os
programas de pós-graduação lato sensu e stricto sensu. A partir desse momento, o
leitor passa a ser incentivado a optar por um dos programas, os quais foram bem
definidos nas Unidades Didáticas IV e V.
A Unidade Didática IV foi remodelada pelos colaboradores, de forma que o
leitor possa acompanhar o processo de produção científica por meio da dissertação
de mestrado. Nesse sentido a estrutura da dissertação, com seus referenciais, foi
inicialmente apresentada em forma de fluxograma, passando-se a definir
detalhadamente cada etapa de pesquisa, e seu(s) referencial(ais) afeto(s). O mesmo
processo foi apresentado na Unidade Didática V, onde os conceitos relativos à
produção do trabalho de conclusão de curso foram apresentados.
Foram ainda revisados os apêndices ao livro, de forma que o leitor possa
verificar as partes obrigatórias a serem apresentadas nos projetos de pesquisa e nos
relatórios finais de pesquisa, bem como apresentados, em forma de mídia digital
(CD), exemplos didáticos de trabalhos acadêmicos em suas respectivas fases.
11
12
INTRODUÇÃO
13
14
15
TÉCNICAS DE ESTUDO
1.3 A LEITURA
16
1 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA
17
portanto, de forma a contribuir para que o ensino superior desenvolva as funções
que lhe são impostas frente às necessidades culturais e econômicas emergentes.
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portanto, imprescindível e deve estar presente na vida do aluno preocupado
com a sua performance.
Um dos objetivos de um curso de pós–graduação é formar nos alunos o
espírito científico que busca a obtenção de conhecimentos novos, aprimorando-os
como seres ativos e participantes da história.
A proposta deve ser a de aprender, isto é, não adianta apenas uma série de
informações, é preciso aprender a fazer e aprender fazendo. As atividades de
estudo como a leitura analítica, o estudo da documentação e a elaboração de
trabalhos científicos têm de ser efetivamente praticadas. Essas atividades são
desenvolvidas com o auxílio do instrumental de trabalho, utilizando técnicas de
leitura, condensação de textos etc.
1.3 A LEITURA
19
comunicação e, principalmente, a redação. A leitura amplia e desperta a inteligência
para um aprofundamento cada vez maior no conhecimento, clareando as idéias,
permitindo uma abordagem do tema sob diferentes perspectivas, e fornecendo
opções de soluções para os problemas de pesquisa, de acordo com os modelos
teóricos de outros autores/pesquisadores.
A leitura é imprescindível na elaboração de trabalhos de investigação
científica. É importante consultar os autores, os livros e as revistas, que possam
fornecer as informações necessárias. Devemos examinar, sumariamente, os
componentes físicos dos livros cujos títulos nos interessam. Verificar o nome do
autor, seu currículo, ler a orelha do livro, o sumário, a documentação ou as citações
ao pé das páginas. Investigar a referência, assim como verificar a editora, a data, a
edição e ler rapidamente o prefácio. A convergência desses vários elementos nos
ajuda a identificar o texto e a selecionar as obras de interesse.
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deve ser possível ler o texto sublinhado com continuidade e plenitude de sentido. O
texto fica condensado como em um telegrama, mas continua com o mesmo sentido.
É interessante sublinhar com dois traços as palavras-chave da idéia principal
e com um único traço os pormenores importantes. Assinalar com linha vertical, à
margem do texto, as passagens mais significativas ou fazer um retângulo. Os pontos
de discordância devem ser assinalados com um ponto de interrogação à margem do
texto. Há autores que ainda aconselham o uso de cores diferentes para sublinhar.
Após sublinhar o texto, é necessário condensar as idéias destacadas. O leitor
deve escolher a maneira mais adequada de se condensar o texto, a que mais se
identifique com o propósito de sua leitura. De acordo com a forma de apresentação
do conteúdo sublinhado, o leitor pode integrar as idéias por meio de um resumo ou
esquema.
O resumo é a condensação de um texto capaz de reduzir seus elementos. É
a apresentação concisa e, freqüentemente, seletiva do texto, destacando-se os
elementos de maior interesse e importância, isto é, as principais idéias do autor da
obra. É útil quando se necessita, em rápida leitura, recordar o essencial do que se
estudou e a conclusão a que se chegou. Segundo Galliano (1986), resumir por
escrito a leitura é conveniente quando se coleta material de obra rara e de difícil
consulta, quando se prepara um trabalho de maior fôlego e profundidade, como a
defesa de uma tese ou a elaboração de uma monografia ou dissertação, e quando
se necessita fazer exercícios de redação clara e concisa.
Para tanto, é necessário observar algumas normas para se fazer um bom
resumo, tais como: não pretender resumir antes de ler o texto todo; esclarecer os
pontos obscuros; sublinhar as palavras desconhecidas; ser breve, porém
compreensível; e percorrer especialmente as palavras sublinhadas e anotações à
margem do texto. Nos casos de transcrição textual (“ao pé da letra”), usar aspas e
fazer referência completa à fonte. Juntar, principalmente ao final, idéias
integradoras, referências bibliográficas e críticas, pertinentes e oportunas, de caráter
pessoal.
O esquema é a linha mestra seguida pelo autor no desenvolvimento de seu
escrito. Para Galliano (1986), o esquema é a representação gráfica e sintética do
que se leu. A elaboração de um esquema fundamenta-se numa seqüência lógica
que ordene claramente as principais partes do conteúdo e que, mediante divisões e
subdivisões, represente a hierarquia das palavras, frases, parágrafos-chave que,
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destacados após várias leituras, devem apresentar ligações entre as idéias
sucessivas para evidenciar o raciocínio desenvolvido.
Algumas normas se fazem necessárias para a elaboração de um bom
esquema. Uma delas é a fidelidade ao texto, captando e compreendendo o tema do
autor e destacando títulos e subtítulos que o guiaram ao escrever o texto.
Por fim, o esquema deve:
a) ser claro, simples e distribuído organicamente;
b) subordinar as idéias e fatos;
c) ter estrutura lógica, mantendo um sistema uniforme;
d) ser flexível e funcional para o uso; e
e) destacar o propósito da leitura, facilitando a captação do conteúdo e
permitindo melhor reflexão sobre o texto.
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central. É necessário captar, na exposição do tema, o problema que motivou o autor,
as idéias secundárias, os temas complementares, enfim, a estrutura de sustentação
do texto. A análise temática é considerada completa quando o leitor estabelece,
com segurança, o esquema do pensamento do autor, apreendendo o conteúdo do
texto.
A terceira etapa da leitura visa à interpretação do texto. O leitor passa a inferir
e interpretar o que foi apreendido. Ao iniciar a análise interpretativa, o leitor deve
relacionar as idéias expostas pelo autor com o contexto da cultura científica e/ou
filosófica, recorrendo, se necessário, a outras fontes, complementando-as sempre
que o estudo assim exigir.
Ao terminar a análise interpretativa, o nível de conhecimento do leitor ter-se-
á consolidado e ampliado. E para continuar desenvolvendo este conhecimento,
Galiano (1986) aconselha ao leitor levar sua posição pessoal, seu juízo crítico, ao
confronto da discussão em seminários, grupos de estudo, ou reuniões com colegas.
Para ele, o debate é importante porque algumas conclusões, tidas como sólidas e
inabaláveis, podem revelar sua fragilidade, enquanto outras ganharão maior vigor,
estimulando novas reflexões e abrindo um novo ciclo de aprofundamento de
análises.
Concluindo adequadamente a leitura de um texto, o leitor mais experiente
passa a produzir conhecimento e/ou a fazer proposições. São nessas condições que
ocorre a transposição da leitura. É por meio da ampliação dos aspectos que a
análise do texto suscitou e das proposições apoiadas na retomada de pontos
relevantes que o leitor pode ir além, ultrapassar a leitura e produzir o
conhecimento. Isso é muito importante, na medida em que o leitor/pesquisador
necessite transmitir significados ou fazer alguma comunicação a respeito de
determinadas conclusões.
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c) avaliar as soluções já experimentadas;
d) colher opiniões de especialistas e participantes do processo; e
e) compreender tudo aquilo que irá embasar a formulação de uma possível
solução para o problema pesquisado.
Segundo Eco (1989), a situação ideal seria dispor de todos os livros de que
se tem necessidade. Entretanto, verifica-se que essa condição ideal é muito rara,
mesmo para um estudioso profissional. Assim, o armazenamento das informações
coletadas em bibliotecas, repartições públicas, centros culturais, sites de busca na
Internet, etc, poderá ser realizado por meio de um arquivo de fichas ou um arquivo
de computador.
É oportuno destacar que os fichamentos são extremamente importantes na
fase de coleta de informações, pois auxiliam no registro de resumos, opiniões,
citações, enfim, tudo o que possa servir como embasamento para a redação do
texto do trabalho de pesquisa.
Tem-se em mente que os esforços empreendidos durante a elaboração
dos fichamentos serão altamente recompensados no momento da redação
final da pesquisa, revertendo em ganho de tempo.
A EsAO adotou um modelo básico de ficha (Apêndice G), que deverá ser
preenchida e apresentada na 2ª Fase do CAO, de acordo com calendário específico.
A ficha é composta pelas seguintes partes: cabeçalho, referência, resumo
da obra, citações, contribuições em relação ao tema e recursos ilustrativos de
interesse.
O campo destinado ao cabeçalho solicita informações que facilitarão a
identificação futura do seu trabalho: a linha de pesquisa, o tema, o nome do
postulante, a data do fichamento e a numeração da ficha.
O campo destinado à referência deve ser preenchido conforme as normas da
ABNT, descritas no Manual de Apresentação de Trabalhos Acadêmicos e
Dissertações (MATAD) pois isso facilitará a composição do trabalho no momento da
redação.
O campo destinado ao resumo da obra, embora simples, deve permitir ao
pesquisador identificar quais são os assuntos tratados, bem como as principais
conclusões do autor.
O campo destinado às citações poderá ser preenchido com citações diretas
ou indiretas, tendo por finalidade destacar as idéias que irão sustentar o seu
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raciocínio lógico, durante a confecção do referencial teórico (capítulo que traduz tudo
aquilo que já foi publicado sobre o tema em estudo) de sua pesquisa. As citações
não devem aparecer no seu trabalho como uma simples cópia do pensamento de
outros autores, pois elas devem conter subsídios que permitirão a sustentação de
hipóteses (DM) ou a discussão de questões de estudo (TCC).
O campo destinado às contribuições em relação ao tema deve conter o seu
parecer acerca do pensamento do autor, visando facilitar a construção do seu
raciocínio lógico durante a confecção do trabalho; anote quantas idéias puder acerca
do que foi lido e estudado, pois esse é o melhor momento para apreender idéias que
contribuam para a sustentação da sua posição em relação ao problema de estudo.
O campo destinado aos recursos ilustrativos de interesse deve conter
tabelas, gráficos, figuras ou outros recursos que enriqueçam e/ou facilitem o
entendimento do leitor acerca do seu trabalho.
25
A CIÊNCIA COMO FORMA DE CONHECIMENTO
2 A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
2.1 A CIÊNCIA
26
2 A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
Os consideráveis progressos nos meios de comunicação têm permitido que
os avanços científicos se expandam rapidamente nas distintas comunidades
mundiais e estejam ao alcance de um número cada vez maior de pessoas.
2.1 A CIÊNCIA
27
O conceito, apresentado por Ander-Egg (1978), define ciência como um
conjunto de conhecimentos racionais, certos ou prováveis, obtidos metodicamente,
sistematizados e verificáveis, que fazem referência a objetos de uma mesma
natureza.
Pode-se considerar a ciência como uma forma de conhecimento que tem por
objetivo formular, mediante linguagem rigorosa e apropriada (se possível com o
auxílio da linguagem matemática), leis que regem os fenômenos.
28
como ramo de estudo para outros, e vice-versa. Mas, baseando-se em Bunge
(1976), as autoras adotam a seguinte classificação: ciências formais e ciências
factuais.
29
Lakatos e Marconi (2000) descrevem o desenvolvimento histórico do método,
relatando que a preocupação em descobrir e explicar a natureza existe desde os
primórdios da humanidade.
d) sobretudo, do pesquisador.
30
indutivo ao empirismo, o hipotético-dedutivo ao neopositivismo, o dialético ao
materialismo dialético e o fenomenológico à fenomenologia.
31
Observação 1 O 121° R C Mec tem grande mobilidade.
Observação 2 O 122° R C Mec tem grande mobilidade.
... ...
Observação n O 123° R C Mec tem grande mobilidade.
Premissa menor O 121°, 122°,... e o 123° R C Mec fazem parte da 1ª Bda C Mec.
Conclusão A 1ª Bda C Mec tem grande mobilidade.
QUADRO 2 – Exemplo de raciocínio indutivo.
Fonte: o autor
32
2.2.1.4 O método dialético
33
Assim, os principais métodos de procedimentos utilizados nas ciências sociais
são: histórico, comparativo, estatístico e estudo de caso.
34
utilizado quando, pela variedade e complexidade dos fenômenos, torna-se
impossível um conhecimento mais profundo dos fenômenos e de suas relações sem
uma quantificação.
Em ciências sociais não se entende a estatística como uma simples coleção
de dados, mas sim, como define Fisher, a estatística é a matemática aplicada à
análise dos dados numéricos de observação, pois, tão importante quanto o aspecto
qualitativo do fenômeno é o seu aspecto quantitativo, com as suas possíveis
utilizações; daí ser um importante instrumento utilizado pelas ciências sociais.
Quando, a partir de uma amostragem ou de um caso particular, são definidas
algumas generalizações, tem-se a probabilidade, e não a certeza, da ocorrência de
tal fenômeno.
35
PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO
3 PESQUISA CIENTÍFICA
3.1 CLASSIFICAÇÃO
36
3 PESQUISA CIENTÍFICA
3.1 CLASSIFICAÇÃO
37
3.1.1 Quanto à natureza
Pesquisa quantitativa: admite que tudo pode ser quantificável, isto é, que é
possível traduzir em números as opiniões e as informações para, posteriormente,
classificá-las e analisá-las. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas
(percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente de correlação,
análise de regressão etc.).
Pesquisa qualitativa: considera que há uma relação dinâmica entre o mundo
real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a
subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação
dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa
qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural
é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave. É
descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente.
38
estudos posteriores. Este tipo de pesquisa é realizado especialmente quando o tema
escolhido é pouco explorado e torna-se difícil sobre ele formular hipóteses precisas
e operacionalizáveis. Muitas vezes as pesquisas exploratórias constituem a primeira
etapa de uma investigação mais ampla (Selltiz et al., 1967).
Pesquisa descritiva: visa descrever as características de determinada
população/fenômeno, ou o estabelecimento de relações entre variáveis. É utilizada
para aumentar os conhecimentos sobre as características e magnitude de um
problema, obtendo desta maneira uma visão mais completa. Para este tipo de
pesquisa é necessário que o pesquisador detenha algum conhecimento da variável
ou das variáveis que influenciam o problema. Algumas pesquisas descritivas vão
além da simples identificação da existência de relações entre variáveis, pretendendo
determinar a natureza dessa relação (Selltiz et al., 1967).
Pesquisa explicativa: visa identificar os fatores que determinam ou
contribuem para a ocorrência dos fenômenos, aprofundando o conhecimento da
realidade por explicar a razão, o “porquê” das coisas. Uma pesquisa explicativa pode
ser a continuação de outra descritiva, posto que a identificação dos fatores que
determinam um fenômeno exige que este esteja suficientemente descrito e/ou
detalhado. Nem sempre é possível a realização de pesquisas rigidamente
explicativas em ciências sociais.
39
outra maneira de conhecer os fatos passados se não com base em dados
bibliográficos.
Pesquisa documental: quando elaborada a partir de materiais que não
receberam tratamento analítico. As fontes, consideradas documentais, podem ser
documentos conservados em arquivos de órgãos públicos e instituições privadas,
tais como: associações científicas, igrejas, sindicatos etc. Incluem-se outros
inúmeros documentos como cartas pessoais, diários, fotografias, gravações,
memorandos, regulamentos, ofícios, boletins etc. Há documentos também que, de
alguma forma, já foram analisados, tais como relatórios de pesquisa, relatórios de
empresas, tabelas estatísticas etc, que podem ser incluídos no rol da pesquisa, em
face da sua importância documental.
Pesquisa experimental: consiste em determinar um objeto de estudo,
selecionar as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo e definir as formas de
controle e de observação dos efeitos que a variável pode produzir no objeto. De
modo geral, o experimento representa um excelente exemplo de pesquisa científica
em determinados campos do conhecimento. Contudo, em boa parte dos casos, a
pesquisa experimental torna-se inviável, quando se trata de objetos sociais, por
exigir previsão de relações e controle das variáveis a serem estudadas.
Quando os objetos em estudo são entidades físicas, tais como porções de
líquidos, bactérias ou ratos, não se identificam grandes limitações quanto à
possibilidade de experimentação. Quando, porém, se trata de experimentar com
objetos sociais, ou seja, com pessoas, grupos ou instituições, as limitações tornam-
se bastante evidentes. Considerações éticas e humanas impedem que a
experimentação se faça eficientemente nas ciências sociais, razão pela qual os
procedimentos experimentais se mostram adequados apenas a um reduzido número
de situações.
Levantamento: caracteriza-se pela interrogação direta das pessoas que
possam estar envolvidas com o objeto cujo comportamento se deseja conhecer.
Basicamente, procede-se à solicitação de informações a um grupo significativo de
pessoas acerca do problema estudado para, em seguida, mediante análise
quantitativa, obterem-se as conclusões correspondentes aos dados coletados.
Na maioria dos levantamentos, não são pesquisados todos os integrantes da
população estudada. Antes da pesquisa de campo seleciona-se, mediante
procedimentos, uma amostra significativa de todo o universo tomado como objeto de
40
investigação. As conclusões obtidas a partir dessa amostra são projetadas para a
totalidade do universo, levando-se em consideração a margem de erro, que é obtida
por meio de cálculos matemáticos (verifique o Anexo II do Manual de Estatística,
v.1).
Os levantamentos gozam de grande popularidade entre os pesquisadores
sociais, pois proporcionam: conhecimento direto da realidade, economia e rapidez
na obtenção de grande quantidade de dados num curto espaço de tempo, permite
que os dados sejam agrupados em tabelas, possibilitando a sua visualização e
análise por quantificação.
Estudo de caso: caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de
poucos objetos, de maneira que permita o seu amplo e detalhado conhecimento. É
recomendável nas fases iniciais de uma investigação sobre temas complexos,
auxiliando a construção de hipóteses ou reformulação do problema. Também se
aplica, com pertinência, nas situações em que o objeto de estudo já é
suficientemente conhecido, a ponto de ser enquadrado como um tipo ideal,
possibilitando avançar na pesquisa.
Pesquisa ex-post-facto: quando o “experimento” se realiza depois dos fatos
ocorridos. A pesquisa ex-post-facto é a que se realiza depois que fatos ou situações
se desenvolveram espontaneamente. Não se trata rigorosamente de um
experimento, posto que o pesquisador não tem controle das variáveis. Todavia, os
procedimentos lógicos de delineamento desta pesquisa são semelhantes aos dos
experimentos propriamente ditos. Nesse tipo de pesquisa são tomadas como
experimentais as situações que se desenvolveram naturalmente e trabalha-se sobre
elas como se estivessem submetidas a controle.
Pesquisa-ação: exige o envolvimento ativo do pesquisador e ação por parte
das pessoas ou grupos envolvidos no problema. Segundo Thiollent (1985), esta
pesquisa é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a
resolução de um problema coletivo, no qual os pesquisadores e participantes
representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo.
Pesquisa participante: quando se desenvolve a partir da interação entre
pesquisadores e membros das situações investigadas. A pesquisa participante,
segundo Thiollent (1985), assim como a pesquisa-ação, caracteriza-se pela
interação entre pesquisadores e membros das situações investigativas. Há autores
que empregam as duas expressões como sinônimas. Todavia, a pesquisa-ação
41
geralmente supõe uma forma de ação planejada, de caráter social, educacional,
técnico ou outro. A pesquisa participante, por sua vez, envolve a distinção entre
ciência popular e ciência dominante.
42
3.2.2.1 Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu
43
Nível Lato Sensu Stricto Sensu
Tema Treinamento cardiopulmonar e Treinamento cardiopulmonar e
performance de militares performance de militares
Uma comparação entre os efeitos
Delimitação do Sessões cardiopulmonares de fisiológicos produzidos pela corrida
tema treinamento físico militar na intervalada e pela corrida contínua,
preparação do Sd EV para o TAF. voltados para a performance de Sd EV
no TAF.
O pesquisador sente a necessidade
de pesquisar acerca de como os Estudos comparativos têm indicado que
Antecedentes do diversos tipos de treinamento a corrida intervalada provoca mudanças
cardiopulmonar poderiam otimizar a fisiológicas que a corrida contínua não
problema performance cardiopulmonar do Sd é capaz de realizar.
EV.
Como melhorar a performance Que método de treinamento produz
Problema cardiopulmonar de Sd EV, visando maiores benefícios fisiológicos voltados
uma preparação para o TAF? para o TAF?
Abordagem genérica de todas as Abordagem profunda e detalhada da
Aprofundamento sessões de treinamento fisiologia do exercício, para comparar
exigido cardiopulmonar, capazes de melhorar os efeitos dos treinamentos, concluindo
a performance do militar, concluindo acerca de qual produz maiores
acerca de suas vantagens e benefícios fisiológicos voltados para o
desvantagens. TAF.
QUADRO 3 – Diferenças entre os níveis de aprofundamento da pesquisa científica.
Fonte: o autor
A Tabela 1 apresenta algumas características que, genericamente, permitem
distinguir as principais diferenças e semelhanças entre uma dissertação de mestrado (DM) e
um trabalho de conclusão de curso (TCC).
44
45
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
STRICTO SENSU
46
4 PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU
4.1 INTRODUÇÃO
47
O planejamento e a execução de uma pesquisa científica fazem parte de um processo
sistematizado que normalmente compreende sete etapas distintas, que são traduzidas em
referenciais, cujos elementos constitutivos formam as seções do relatório final da pesquisa
científica, a dissertação de mestrado.
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
AS SETE ETAPAS DA SEÇÕES DA
PESQUISA CIENTÍFICA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
1ª etapa Seção 1
Introdução - Visão geral
Seção 2
- Tema
A pergunta de partida Referencial - Problema
conceitual - Justificativa
- Contribuição
2ª etapa Seção 3
48
A pesquisa se inicia com a definição do tema. A partir daí, é formulada uma
pergunta de partida (1ª etapa), procurando destacar os aspectos do tema que
serão abordados na pesquisa. A pergunta de partida irá desencadear uma breve
revisão de literatura e uma série de raciocínios lógicos que culminarão com
apontamentos acerca de um problema que se queira solucionar, das justificativas
para se empreender um estudo científico para resolvê-lo, e das contribuições que
esta pesquisa poderá produzir. Depois de reunidos, o tema, o problema, as
justificativas e as contribuições constituirão o chamado referencial conceitual.
Durante a 1ª etapa o pesquisador poderá chegar às seguintes conclusões:
a) a pergunta de partida está bem elaborada, prosseguindo no estudo; ou
b) a pergunta de partida deve ser reformulada.
Na seqüência, o pesquisador deve realizar a exploração do problema (2ª
etapa), por meio de uma revisão de literatura, bem mais aprofundada, e de
entrevistas exploratórias, com o objetivo de colher subsídios que permitam
formular possíveis soluções para o problema, as chamadas hipóteses de estudo,
bem como uma maneira de se testar, metodologicamente, essas soluções
(referencial metodológico). Após serem convenientemente organizados, os
resultados da exploração do problema constituirão o chamado referencial teórico.
Concluída a elaboração do referencial teórico, o pesquisador passará à
construção de um modelo de análise e solução do problema (3ª etapa), onde
serão definidos o(s) objetivo(s) de estudo, a(s) hipótese(s), as variáveis, e os
procedimentos metodológicos adotados para testar (comprovar ou rejeitar) a solução
formulada. Estando definida a hipótese, o postulante passa: a estabelecer os
objetivos da pesquisa, que apresentam os passos a serem dados para aceitação ou
rejeição da hipótese; a definir as suas variáveis; a estabelecer os procedimentos
metodológicos a serem seguidos; e, somente durante a elaboração do projeto de
pesquisa, a criar um cronograma de trabalho e a apresentar uma planilha de custos.
Após convenientemente organizados, o(s) objetivo(s) de estudo, a(s)
hipótese(s), as variáveis, e os procedimentos metodológicos constituirão o chamado
referencial metodológico. O cronograma de trabalho e a planilha de custos
constituirão o referencial operativo a ser apresentado no projeto de pesquisa.
Definida a forma como será(ão) testada(s) a(s) hipótese(s), deve-se realizar a
coleta de dados (4ª etapa), que consiste na execução do que foi planejado no
referencial metodológico. Segue-se a esta, a análise dos dados (5ª etapa), que
49
culminará com a redação da seção Apresentação e análise dos resultados, onde
os resultados da coleta de dados serão apresentados e discutidos, de forma a
fornecerem subsídios que permitam ao pesquisador chegar a uma conclusão acerca
da aceitação ou rejeição da hipótese de estudo. Durante esta etapa, pode-se
verificar a necessidade da realização de uma nova coleta de dados, ou até mesmo
de se reformular o Referencial Metodológico, para tratar algum aspecto que não
tenha ficado claro durante a análise.
Finda a análise e apresentação dos resultados, chega-se à etapa das
Conclusões (6ª etapa), quando o autor deve apresentar, na seção Conclusões e
Recomendações, os principais aspectos observados durante a pesquisa,
verificando se a(s) hipótese(s) de estudo soluciona(m), ou não, o problema de
pesquisa.
Encerrando o processo de elaboração da dissertação, é realizada a redação
do relatório de pesquisa (7ª etapa), quando todo o trabalho deve ser organizado e
formatado de acordo com as Normas da ABNT, executando-se a sua impressão e a
entrega da dissertação de mestrado, para que, no momento determinado, seja
executada a defesa perante a banca examinadora.
A seguir, serão apresentados conceitos acerca de cada uma das seções que
compõem a estrutura final da DM, sendo referenciada, ao lado do título de cada
seção, a necessidade de sua apresentação no projeto de pesquisa e na DM. A
numeração apresentada a seguir corresponde àquela que deve constar no corpo do
trabalho, sendo obrigatória a apresentação dos itens referenciados.
Esta seção primária deve ser breve, visando preparar o leitor para a questão
funcional do trabalho, situando-o no tempo e no espaço, fornecendo uma visão clara
dos caminhos a serem percorridos para se chegar à solução do problema de
pesquisa. Deve, ainda, apresentar uma idéia geral do trabalho, fornecendo uma
visão panorâmica acerca do assunto pesquisado.
50
Segundo Martins (1996), a introdução deve conter, além das idéias básicas
que respondam às indagações sobre a temática, o porquê da escolha do tema, qual
a contribuição esperada e qual a trajetória desenvolvida para a construção e
desenvolvimento do trabalho empreendido. Pode-se redigir uma introdução
provisória, que será reescrita à medida que o trabalho se desenvolva.
51
uma determinada parcela de um assunto, estabelecendo limites ou restrições para o
desenvolvimento da pesquisa pretendida.
Segundo Barros & Lehfeld (2000), a definição do tema pode surgir com base:
a) na observação do cotidiano;
b) na vida profissional;
c) em programas de pesquisa;
d) em contato e/ou relacionamento com especialistas;
e) no “feedback” (realimentação/retomada) de pesquisas já realizadas; e
f) no estudo da literatura especializada.
A escolha do tema de uma pesquisa, em um curso de pós-graduação, está
relacionada à linha de pesquisa à qual se está vinculado ou à linha de seu
orientador. Para a escolha do tema, deve-se levar em conta a relevância e a
atualidade do problema, seu conhecimento a respeito, sua preferência e sua aptidão
pessoal para lidar com o tema escolhido. Para um maior aprofundamento nas
questões relativas à escolha do tema, consulte o impresso “Lista de Assuntos para
Trabalhos Acadêmicos”. Após a definição do tema, deve-se levantar e analisar a
literatura já publicada sobre o assunto escolhido.
Nesta seção secundária, o aluno deve refletir sobre o problema que pretende
resolver por meio da pesquisa científica que irá empreender, apresentando os
antecedentes do problema, a sua formulação, o alcance pretendido com a
pesquisa e os seus limites.
Em primeiro lugar, é preciso o pesquisador verificar se, realmente, está diante
de um problema científico e concluir se será compensador tentar encontrar uma
solução para ele. A pesquisa científica depende, fundamentalmente, da formulação
adequada do problema, isso porque objetiva buscar a sua solução.
Mas... o que é um problema científico?
Toda pesquisa se inicia com uma pergunta de partida (o problema). Segundo
o dicionário Novo Aurélio, um problema é uma “questão não solvida e que é objeto
de discussão, em qualquer domínio do conhecimento”.
Serão abordadas, brevemente, algumas questões que, intuitivamente, fazem
pensar que se está diante de um problema de natureza científica, mas que, na
52
verdade, se tratam de problemas de engenharia ou problemas de valor, isto é,
não são problemas científicos.
Problemas de engenharia
Alguns problemas, ditos “de engenharia”, indagam acerca de como fazer as
coisas, não sendo, portanto, problemas científicos, pois não questionam como as
coisas são, as suas causas e as suas conseqüências. A ciência pode fornecer
sugestões e inferências acerca de possíveis respostas aos problemas de
engenharia, mas não responder diretamente a eles.
Exemplos:
1. O que pode ser feito para melhorar a qualidade da instrução?
2. Como melhorar a produtividade da seção?
3. Como se confecciona um determinado documento?
Problemas de valor
Os problemas "de valor" também não são passíveis de verificação. Tais
questionamentos indagam se uma coisa é boa ou má, desejável ou indesejável,
certa ou errada, ou se é melhor ou pior que outra. São problemas cuja resposta
depende de opinião, e estas sofrem o efeito de diversas variáveis intervenientes que
são difíceis ou impossíveis de serem controladas (maturação, nível escolar, moral,
ética etc...), não se constituindo, portanto, em problemas científicos.
Exemplos:
1. Os recrutas devem ser punidos na primeira semana de instrução?
2. Qual é o melhor pelotão na ordem unida da brigada?
3. É desejável conceituar o subordinado com menos de 8?
Problema científico
Pode-se dizer que um problema é de natureza científica, quando envolve
variáveis que podem ser tidas como testáveis (suscetíveis à observação ou à
manipulação).
Exemplos
1. A utilização de técnicas de dinâmica de grupo influencia o rendimento
escolar?
2. A privação de sono altera o desempenho cognitivo de militares?
53
3. As recompensas previstas no RDE interferem na produtividade do
militar?
O problema deve ser formulado como uma pergunta. Esta é a maneira mais
fácil e direta de formulá-lo, além de facilitar a sua identificação e a confecção do
relatório final. Muitas vezes, o pesquisador inicia o processo pela escolha de um
tema que, por si só, não constitui um problema específico.
54
f) ser formulado de uma forma que não permita dar um simples sim ou não
como resposta; e
g) evitar a adoção de uma posição moral ou ética.
55
b) aplicar testes cognitivos com diferentes tratamentos relacionados ao sono
(um grupo em privação total de sono, um grupo que poderá dormir apenas 4 horas
por noite e um grupo que poderá dormir 8 horas por noite); e
c) verificar se existem diferenças significativas entre as respostas aos testes
cognitivos apresentadas pelos diferentes grupos testados após a aplicação dos
tratamentos.
Caso existam diferenças significativas entre as respostas dos grupos, poder-
se-á induzir que a privação de sono afeta negativamente o desempenho
cognitivo de militares (para a população estudada). Note que a afirmação em
negrito consiste em uma hipótese de estudo.
56
As hipóteses de estudo são baseadas em indicadores levantados na revisão
de literatura e/ou nas entrevistas com especialistas sobre o tema, e devem predizer
uma solução para o problema de estudo, respondendo à pergunta inicial que
originou o problema de pesquisa.
57
Este é um dos itens mais importantes a ser considerado no momento da
elaboração da proposta, quando exigida e, conseqüentemente, do projeto de
dissertação . É onde se apresenta a razão de ser da pesquisa. A existência de um
problema é o que justifica, academicamente, a realização de uma pesquisa. É a
existência de um problema real que determinará a necessidade do equacionamento
de uma solução. O investigador deve estabelecer, convincentemente, que a
problemática exposta merece uma solução.
Para tanto, o pesquisador deve perguntar-se:
a) o tema é relevante? Por quê?
b) quais os aspectos positivos que podem ser destacados na abordagem
proposta?
c) quais são as inovações esperadas? Elas justificam a realização do estudo?
58
Esta seção primária deve apresentar os chamados pressupostos teóricos
que embasarão a questão a ser estudada, a formulação do modelo de análise e
solução do problema e, conseqüentemente, a construção da(s) hipótese(s) de
estudo, valendo-se das idéias de autores reconhecidos por meio de citações (diretas
ou indiretas). O pesquisador deve citar aquelas idéias imprescindíveis à
compreensão do caminho a ser percorrido para a solução do problema de estudo,
evitando perder-se em divagações que não contribuirão para a sustentação do
pensamento científico.
Uma revisão de literatura (pesquisa bibliográfica e/ou documental), bem
como entrevistas exploratórias devem ser realizadas para que seja possível o
aprofundamento nas questões que envolvam o problema, transformando a pergunta
de partida na questão central da investigação. Esse procedimento tem fundamental
importância no sentido de alicerçar os pressupostos teóricos que sustentarão a
formulação de hipóteses.
59
As entrevistas exploratórias buscam ampliar os conhecimentos do
pesquisador sobre o tema. O pesquisador, ao invés de procurar validar as suas
próprias idéias, deve ter uma atitude filosófica, ou seja, procurar adquirir novas
informações, e verificar outros pontos de vista em relação ao problema, a fim de
complementar lacunas em seu próprio conhecimento acerca do assunto, o que irá
corroborar para a construção de um raciocínio lógico e coerente acerca do problema
de pesquisa e de como solucioná-lo. Nesta fase, é desejável apresentar-se o
resultado das entrevistas exploratórias realizadas com os especialistas,
testemunhas ou interessados no tema pesquisado, enfim, com pessoas que
possam elucidar pontos que não se apresentaram perfeitamente claros por meio da
revisão de literatura. Tais entrevistas não são simples reuniões de opiniões sobre o
assunto; caracterizam-se por contribuições que realmente somam ao conhecimento
adquirido.
A realização de uma boa revisão de literatura e de entrevistas exploratórias
ampliará os conhecimentos sobre o tema, permitindo avaliar se a pergunta de
partida foi bem definida. Por meio dessa avaliação, a pergunta de partida poderá ser
mantida, redefinida (enfocando o cerne da pesquisa) ou abandonada, exigindo um
reinício da pesquisa.
O referencial teórico deve ser dividido em quantas seções se fizerem
necessárias para apresentar o embasamento do tema e do problema, cada uma
delas com o seu título. Os títulos devem ser impressos de forma a destacar a
hierarquia utilizada nas subdivisões.
60
A metodologia contempla não só a fase de exploração de campo, como a
escolha do espaço da pesquisa, a seleção do grupo de pesquisa, o estabelecimento
dos critérios de amostragem e a construção de estratégias para entrada em campo,
como também a definição de instrumentos e procedimentos para análise dos dados.
Uma boa definição da metodologia da pesquisa irá economizar tempo na
realização do trabalho e evitar problemas sérios, que poderiam ser parcialmente
previstos antes da coleta e da análise dos dados. É comum, por exemplo, a previsão
de realização de entrevistas e não se ter idéia de como serão analisadas.
Esta etapa é definitiva para caracterizar uma pesquisa científica, pois o
pesquisador deve apresentar claramente o(s) objetivo(s) do estudo, a hipótese,
a(s) variável (eis), definindo a dimensão e os indicadores que serão avaliados, e os
procedimentos metodológicos necessários ao encaminhamento da investigação,
tais como: o método, tipo e técnica de pesquisa adotada; a população (ou universo)
e a amostra (se for o caso); os instrumentos de coleta de dados; e o modelo de
análise dos dados.
61
Os enunciados dos objetivos devem começar com um verbo no infinitivo que
indique uma ação passível de mensuração. Tomando por base o problema 2. (A
privação de sono altera o desempenho cognitivo de militares?) anteriormente
apresentado, listaremos a seguir alguns exemplos dos verbos mais utilizados na
formulação dos objetivos:
a) para determinar o estágio cognitivo de conhecimento: apontar, arrolar,
definir, enunciar, inscrever, registrar, relatar, repetir, sublinhar e nomear.
Ex.: Definir a partir de que momento a privação de sono exerce seus efeitos
mais severos sobre o desempenho cognitivo de militares em operações continuadas.
62
Ex.: Avaliar o desempenho cognitivo de militares em privação de sono.
Os objetivos específicos são descritos por metas a serem atingidas, das quais
depende a consumação do objetivo final. Indicam o que se tem de alcançar para
chegar ao objetivo geral. Devem ser redigidos com o verbo no infinitivo. Os objetivos
específicos tentam descrever, nos termos mais claros possíveis, o que será obtido
em cada passo da pesquisa, referindo-se às características que podem ser
observadas e mensuradas.
A especificação dos objetivos é feita pela identificação de todos os dados a
serem recolhidos e das hipóteses a serem testadas.
Tomando-se por base o objetivo geral “Identificar as principais atividades/
ações operacionais afetadas pela privação de sono” listaremos, a seguir, alguns
exemplos de objetivos específicos que poderiam nortear a resolução do problema:
a) realizar uma pesquisa bibliográfica e entrevistas com especialistas em
privação de sono, para levantar e elucidar os principais conceitos relativos à
privação de sono e ao desempenho cognitivo em operações continuadas;
b) encaminhar à Seção de Instrução Especial (SIEsp) da Academia Militar das
Agulhas Negras (AMAN), um questionário a ser preenchido pelos estagiários da
instrução de selva, onde os mesmos deverão apontar as principais atividades
geradoras de dificuldade para a manutenção da atenção seletiva, do estado de
alerta e vigília, bem como da execução de tarefas de cunho cognitivo;
c) após identificar aquelas atividades que apresentaram maior incidência,
confrontar as respostas obtidas pelos testados com o descrito na literatura e com o
parecer dos especialistas; e
d) concluir acerca das principais atividades/ ações operacionais afetadas pela
privação de sono.
63
4.2 HIPÓTESES (Projeto e DM)
Gil (1999) afirma que as hipóteses devem estar relacionadas com as técnicas
disponíveis e adequadas para a coleta dos dados exigidos para a sua comprovação.
64
Caso este procedimento não seja possível, recomenda reformular a hipótese para
ajustar-se às técnicas disponíveis.
Existem duas formas principais de hipóteses: a forma direcional (também
chamada de hipótese de estudo, de trabalho ou de investigação) que é a afirmação
da suposição indicada; e a forma nula (também chamada de hipótese nula ou
estatística) que indica a negação da suposição.
A hipótese de estudo reflete o resultado esperado da pesquisa, devendo ser
expressa de forma clara, concisa e gramaticalmente correta. Normalmente o
pesquisador espera que um tratamento seja melhor do que os outros, ou antecipe
um relacionamento entre as variáveis, oferecendo uma conjectura sobre as relações
entre duas ou mais variáveis. Deve ser enunciada de modo que se possa comprová-
la, isto é, afirmar se é verdadeira ou falsa. Diferentemente do problema, ela deve ser
redigida na forma afirmativa.
A hipótese nula é usada, primordialmente, em testes estatísticos para
verificar a confiabilidade dos resultados e significa que não há diferenças entre
tratamentos e/ou nenhuma relação entre as variáveis, confirmando que qualquer
diferença ou relacionamento observado entre as variáveis é devido ao acaso e não
ao tratamento realizado. Segundo Thomas & Nelson (2002, p. 62), a hipótese nula
não é usualmente a hipótese de pesquisa, sendo utilizada quando existem
evidências de que os tratamentos apresentem resultados muito semelhantes.
Tomando por base o problema 2. “A privação de sono altera o
desempenho cognitivo de militares em operações continuadas?” e o objetivo
geral “Verificar se 48 horas de privação de sono alteram o desempenho
cognitivo de militares em operações continuadas” listaremos, a seguir, exemplos
de hipóteses que poderiam ser a solução para o problema de pesquisa.
H1: O desempenho cognitivo de militares, expostos a 48 horas de
privação de sono, diminui durante operações continuadas. Note que esta
hipótese de pesquisa é uma possível solução ao problema.
H2: Não existem diferenças significativas entre os desempenhos
cognitivos apresentados por elementos privados e não privados de sono
durante 48 h de operações continuadas. Note que esta hipótese de pesquisa
também é uma resposta ao problema.
65
No caso de pesquisas que utilizam o método estatístico, caso quiséssemos
comprovar H1, teríamos que demonstrar que H2 é falsa; logo, dizemos que H2 é a
hipótese nula de H1.
Dependendo do alcance e dos limites da pesquisa, poder-se-ia formular,
dentre outras, as seguintes hipóteses:
H3: 48 horas de privação de sono prejudicam o desempenho cognitivo
de militares em operações continuadas.
H4: 48 horas de privação de sono prejudicam a análise e tomada de
decisões de elementos de Estado-Maior em operações continuadas.
H5: 48 horas de privação de sono prejudicam o estudo de situação do
Comandante de PELOPES em operações continuadas.
H6: 48 horas de privação de sono prejudicam o entendimento da ordem
à patrulha em operações continuadas.
É possível notar que podem haver inúmeras soluções para o mesmo
problema. Logicamente, o delineamento de pesquisa irá depender do contexto em
que o problema estiver inserido. Desta forma, é imprescindível identificar e definir os
conceitos que facilitem a compreensão da problemática; o que será feito por meio
das variáveis que compõem o problema de pesquisa.
66
Conceituar teoricamente a variável exige que se faça uma definição e
enumeração de suas dimensões para o tipo de investigação a ser executada. Definir
significa exprimir o que uma coisa é, explicar o significado de um termo a partir de
sua denominação ou conceituação dentro de um quadro teórico definido; explicar o
que se entende pela variável apresentada, abordando como este conceito poderá
ser mensurado e quais parâmetros serão avaliados.
Ao analisarmos a hipótese de estudo H3 “48 horas de privação de sono
prejudicam o desempenho cognitivo de militares em operações continuadas”
podemos verificar a existência de duas variáveis distintas:
a) variável I: “Privação de sono”; e
b) variável II: “Desempenho cognitivo”.
Note que o termo “militares” está relacionado à população que será
investigada, e que o termo “em operações continuadas” está relacionado com o
ambiente/contexto em que o estudo será abordado.
Ao definir-se conceitualmente as variáveis de estudo, deve-se atentar à
objetividade e pontualidade das informações, de modo a ser preciso na definição,
evitando divagações que poderiam gerar dúvidas acerca do que aquelas variáveis
significam no contexto do trabalho. O exemplo abaixo é uma das possíveis
definições das variáveis de estudo supracitadas:
No contexto desta pesquisa, esta variável pode ser entendida como uma
situação em que serão manipuladas as horas de sono permitidas aos testados,
assumindo-se que a privação de sono varie de acordo com o tempo, medido em
horas, podendo variar de uma condição de “ausência de privação” até a “privação
total de sono”, conforme as situações comumente encontradas em combate
continuado.
67
Para a presente pesquisa, desempenho cognitivo deve ser entendido como o
resultado obtido pelos sujeitos, em testes cognitivos que exijam atenção sustentada,
memória, atenção seletiva e raciocínio lógico ou seja, dimensões do desempenho
cognitivo elencadas como características de atividades desenvolvidas durante os
estudos de situação, planejamentos e condutas durante operações militares
continuadas.
68
A variável interveniente é aquela que se interpõe entre as variáveis
dependente(s) e independente(s), alterando, de alguma forma, a influência esperada
entre elas, devendo ser meticulosamente controlada, para que se possa estabelecer
a relação de causa/efeito hipotetizada.
Ex.: Espera-se que a privação de sono (variável independente) provoque
modificações no desempenho cognitivo (variável dependente). Parece lógico que
o desempenho cognitivo não provoque mudanças na privação de sono.
Neste exemplo, deveriam ser controladas as variáveis intervenientes que
poderiam contaminar o estudo, tais como: a alimentação fornecida (alimentos
pesados induzem ao sono), esforço físico exigido (um esforço mal controlado
poderia levar o sujeito à fadiga antes mesmo de completar as 48 horas de privação
de sono), formação (elementos de diferentes armas e/ou turmas possuem
formações e comportamentos desiguais que poderiam contaminar algumas
dimensões do desempenho cognitivo) etc...
69
4.3.2 Definição operacional das variáveis (Projeto e DM)
Fonte: o autor
70
Variável Dimensão Indicadores Forma de medição
Relatório a respeito
Desempenho na oficina de dos eventos que foram
patrulha de apresentados no
Atenção
reconhecimento terreno*
(Observação em um PO) Pergunta 1 e 2 do
questionário**
Número de acertos na
criptografia e
Desempenho na oficina de
decriptografia de
criptografia e
mensagens*
decriptografia
Perguntas 1, 3 e 4 do
questionário **
Número de acertos na
Raciocínio Desempenho na oficina de autenticação de
lógico autenticação de mensagens*
Desempenho
mensagens Perguntas 1, 3 e 5 do
cognitivo
questionário**
Número de acertos na
locação de pontos por
Desempenho na oficina de
diversos processos*
locação de pontos
Pergunta 1, 3 , 6 e 7
do questionário**
A cada início de oficina
será distribuída uma
mensagem
alfanumérica que
Desempenho na oficina de
Memória deverá ser decorada e
mensageiro
apresentada ao seu
término*
Pergunta 1 e 8 do
questionário**
* Os respectivos protocolos (modo como serão coletados os dados) deverão ser
descritos detalhadamente quando da descrição dos instrumentos de pesquisa. Serão
comparadas as médias de acertos de cada pelotão.
** As perguntas do questionário pretendem medir o estado de alerta dos sujeitos.
QUADRO 5 – Definição operacional da variável II Desempenho Cognitivo.
Fonte: o autor
Nesta seção secundária deve-se definir onde, quando e como será realizada
a pesquisa, por meio dos seguintes tópicos: população (universo da pesquisa);
71
amostra (e método de amostragem, se for o caso); método de pesquisa; tipo de
pesquisa; e técnicas de pesquisa utilizadas no delineamento da solução do
problema; instrumentos de coleta de dados; bem como o modelo de análise
(forma como se pretende tabular e analisar os dados).
72
confiáveis serão as induções realizadas sobre a população. Levando esse raciocínio
ao extremo, conclui-se que os resultados mais perfeitos seriam obtidos pelo exame
completo de toda a população, o que se denomina censo ou recenseamento.
A determinação correta do tamanho da amostra é muito importante. Segundo
Gil (1999), esse procedimento conta com fatores que são determinantes como: a
amplitude do universo, o nível de confiança estabelecido, o erro máximo permitido e
a percentagem com que o fenômeno ocorre.
O Capítulo 3 do “Manual Estatística Aplicada à Metodologia da Pesquisa
Científica, para Temas Militares” apresenta as orientações necessárias à seleção
da amostra e do método de amostragem.
O Quadro 6 apresenta, resumidamente, a quantidade de elementos (n) que
deverá conter uma amostra, de acordo com a população estudada (N), considerando
uma margem de erro de 10% entre a média amostral e a média populacional, e 5%
de probabilidade de que os resultados encontrados na pesquisa devam-se ao acaso,
isto é, que não ocorrem em função do tratamento dispensado às variáveis.
N n N n N n N n
10 10 80 66 350 183 4000 351
20 19 90 73 400 196 5000 357
30 28 100 80 450 207 6000 361
40 36 150 108 500 217 7000 364
50 44 200 131 1000 277 8000 367
60 52 250 152 2000 322 9000 368
70 59 300 169 3000 341 10000 370
QUADRO 6 - Tamanho amostral (n) em função do tamanho populacional(N).
Fonte: o autor
73
método, deve-se verificar se as teorias que envolvem o problema possibilitam a
abordagem e o raciocínio que se pretende empreender.
O Quadro 7 apresenta um resumo dos métodos de pesquisa científica.
74
4.4.5 Técnica de Pesquisa (Projeto e DM)
75
A finalidade deste procedimento é facilitar o uso do material, permitindo um
fácil acesso durante a etapa de análise dos dados, em função do problema e dos
objetivos de estudo.
Mesmo após esta organização, o material continuará bruto e não permitirá,
ainda, a obtenção/extração de tendências claras e/ou mesmo de uma conclusão,
sendo necessário, portanto, a utilização dos princípios da análise de conteúdo
(conforme o item 4.4.5.5.)
4.4.5.2 Questionário
______________________________________________________________
___________________________________________________________________
QUADRO 10 – Exemplo de pergunta aberta.
Fonte: o autor
76
As perguntas fechadas são aquelas em que o informante deve responder a
pergunta por meio de respostas predefinidas. Este tipo de pergunta facilita,
sobremaneira, o trabalho de tabulação dos resultados, embora restrinja a liberdade
das respostas, tendo em vista o caráter objetivo do modo de questionamento.
As perguntas fechadas podem ser classificadas de acordo com o número de
respostas disponíveis para o informante, conforme o Quadro 11:
Pergunta Quanto às respostas Exemplo
( ) Sim
Dicotômicas Admitem somente duas respostas
( ) Não
( ) Sim
Tricotômicas Admitem três respostas ( ) Não sei
( ) Não
( ) Excelente
( ) Muito Bom
Apresentam uma série de
Múltipla escolha ( ) Bom
possíveis respostas
( ) Regular
( ) Insuficiente
QUADRO 11 – Tipos de perguntas fechadas.
Fonte: o autor
Ex.: Para mensurar o efeito da privação de sono na dimensão “atenção” da
variável “desempenho cognitivo”, podem ser formuladas perguntas fechadas de
diferentes tipos, conforme os exemplos a seguir:
a.( ) Sim
b.( ) Não
QUADRO 12 – Exemplo de pergunta fechada dicotômica
Fonte: o autor
a.( ) Concordo
c.( ) Discordo
QUADRO 13 – Exemplo de pergunta fechada tricotômica
Fonte: o autor
77
Pergunta 1 (aos testados). Durante a execução da tarefa, o senhor pode afirmar :
78
Pergunta 1. Durante a execução da tarefa, o senhor pode afirmar que a privação de
sono prejudicou seu desempenho em que nível:
a.( ) A privação de sono não surtiu nenhum efeito sobre a minha atenção, eu
estava totalmente alerta.
b.( ) A privação de sono surtiu um mínimo efeito sobre a minha atenção, eu tive
mínima dificuldade em permanecer alerta.
c.( ) A privação de sono surtiu um pequeno efeito sobre a minha atenção, eu tive
pequenos lapsos de atenção e pequena dificuldade em permanecer alerta.
d.( ) A privação de sono surtiu um efeito relativo sobre a minha atenção, eu tive
lapsos de atenção e dificuldade em permanecer alerta.
e.( ) A privação de sono surtiu um grande efeito sobre a minha atenção, eu tive
grandes lapsos de atenção e foi muito difícil permanecer alerta.
f. ( ) A privação de sono surtiu um enorme efeito sobre a minha atenção, eu
praticamente não consegui manter a atenção e tive momentos de sono.
g.( ) A privação de sono surtiu um efeito definitivo sobre a minha atenção, eu
praticamente não consegui permanecer acordado.
______________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
__________________________________________________________________ .
Fonte: o autor
79
g) elaborar perguntas que não induzam as respostas e que evitem penetrar
na intimidade das pessoas;
h) verificar se o questionado possui um determinado nível de formação e
informação, que lhe permita responder as perguntas;
i) elaborar instruções claras e precisas para o preenchimento do questionário;
j) assegurar a confidencialidade das informações prestadas; e
k) propor mais de uma pergunta para avaliar a mesma variável e, assim, obter
indicadores de consistência para os resultados colhidos.
O questionário deve ser previamente submetido a sessões de pré-teste; isso
permite a realização de correções de rumo e/ou reformulação de perguntas que não
tenham sido bem entendidas/estruturadas.
O pré-teste serve, também, para verificar três importantes elementos:
a) fidedignidade (qualquer pessoa que o aplique obterá sempre os mesmos
resultados);
b) validade (os dados recolhidos são necessários à pesquisa); e
c) operatividade (vocabulário acessível e de significado claro).
Verificadas as falhas, deve-se reformular o questionário, conservando,
modificando, ampliando, eliminando itens, explicando melhor alguns ou modificando
a redação de outros.
4.4.5.3 Entrevistas
A entrevista pode ser entendida como a técnica que envolve duas pessoas,
"face a face", em que uma delas formula questões e a outra responde. Seu objetivo
básico é compreender o significado que os entrevistados atribuem a questões e
situações, com base nas suposições e conjecturas do pesquisador.
Quando orientadas por um questionário (roteiro de entrevista) previamente
definido, as entrevistas são denominadas estruturadas. Contrariamente, por meio
das entrevistas não estruturadas ou semi-estruturadas, o pesquisador busca
obter informações, dados e opiniões mais relevantes por meio de conversação
objetiva.
Segundo Martins e Lintz (2000), o pesquisador deve planejar a entrevista,
delineando cuidadosamente o objetivo a ser alcançado; buscando algum
conhecimento prévio sobre o entrevistado; atentando para os itens que o
80
entrevistado deseja esclarecer, sem, contudo, manifestar suas opiniões. Deve,
ainda, criar condições favoráveis ao bom desenvolvimento da entrevista; obtendo a
confiança do entrevistado; ouvindo mais do que falando; evitando divagações; e
registrando os dados e as informações durante a entrevista.
4.4.5.4 Observação
81
consciente do que se deseja levantar é básico, pois, do contrário, não se consegue
ganhar a confiança, tampouco elementos que permitam análises e reflexões
coerentes.
A significância de um trabalho dessa natureza é evidenciada pela riqueza,
profundidade e singularidade das descrições obtidas. Para eles, esse é o grande
desafio intelectual aos pesquisadores que buscam avaliações qualitativas, sob o
risco de produzir um relatório do cotidiano sem acrescentar nada de novo e,
geralmente, especulativo.
O pesquisador deve ter cuidado com as impressões, vagas sensações, e
projeções psicológicas que são características próprias do senso comum;
distanciada, portanto, da ciência.
82
c) executar uma escolha das unidades de análise que podem ser a palavra, o
tema, a frase, os símbolos etc;
d) agrupar as unidades segundo algum critério;
e) definir as categorias ou unidades de medida; e
f) proceder o tratamento estatístico conveniente.
Um discurso pode, por exemplo, ser classificado como otimista ou pessimista,
liberal ou conservador. As categorias devem ser exaustivas e mutuamente
excludentes (utiliza-se para tal as escalas para medir atitudes, conforme o item
4.4.6.1).
Das análises de freqüências das categorias surgem quadros de referências.
Por meio de interpretação inferencial dos quadros de referência, os conteúdos,
manifestos ou latentes, são revelados em função dos propósitos da investigação.
Assim, como qualquer técnica de levantamento de dados e informações, a
análise de conteúdo adquire força e valor, mediante o apoio de um referencial
teórico adequado para a construção e embasamento das categorias de análises.
83
Particularmente em relação às entrevistas, questionários e formulários,
existem algumas escalas previamente definidas que podem auxiliar na estruturação
dos questionamentos: são as escalas para medir atitudes.
84
Ex.: Tendo o serviço militar obrigatório como o objeto de atitude a ser
medido e a afirmação “o serviço militar é um dever de todo o cidadão”; a partir
deste objeto e desta afirmação, solicita-se que as pessoas externem suas reações.
As alternativas de respostas, pontos da escala, indicam o quanto se está de
acordo com a afirmação correspondente. Podem ser utilizadas muitas variações da
escala tipo Likert. O Quadro 17 apresenta dois exemplos desta escala.
Afirmações
O serviço militar é um dever de todo o cidadão! Não deve haver serviço militar obrigatório!
5 concordo totalmente 1 concordo totalmente
4 concordo 2 concordo
3 nem concordo, nem discordo 3 nem concordo, nem discordo
2 discordo 4 discordo
1 discordo totalmente 5 discordo totalmente
QUADRO 18 – Exemplos de pontuações para escalas tipo Likert
Fonte: o autor
Há casos em que pesquisadores utilizam valores de zero a quatro (ou outros
valores) observando, é claro, o sentido das afirmações. Uma pontuação é
considerada alta ou baixa, segundo o número de itens ou afirmações. Se uma
escala contém dez afirmações que foram codificadas de um a cinco, a pontuação
mínima possível será dez e a máxima será cinqüenta. Nesse caso, as atitudes
85
favoráveis a determinado objeto seriam marcadas por somas próximas de cinqüenta,
enquanto atitudes desfavoráveis estariam próximas de dez.
Segundo Martins e Lintz (2000), existem duas formas básicas para aplicar
uma escala tipo Likert. A primeira é auto-administrada, ou seja, entrega-se a escala
ao respondente e este assinala a opção que melhor descreve sua reação ou
resposta. A segunda maneira é a entrevista ou formulário, em que o entrevistador lê
as afirmações e alternativas de respostas e anota as opções do entrevistado. Para
se chegar à versão final de uma escala Likert, é preciso realizar algumas sessões de
pré-teste, a fim de se aperfeiçoar o instrumento elaborado.
86
seguro perigoso
útil inútil
responsável irresponsável
educa deseduca
QUADRO 19 - Exemplos de pontuações para diferencial semântico.
Fonte: o autor
A escala de avaliação também é uma variação da escala tipo Likert que avalia
algum atributo.
Ex.: Tomando por exemplo o atributo “segurança na reserva de
armamento”, o entrevistado deve dar seu parecer, classificando a segurança de
acordo com o escalonamento sugerido no Quadro 21.
87
( ) Regular 2 Regular
( ) Insuficiente 1 Insuficiente
QUADRO 21 - Exemplos de pontuações para a escala de avaliação.
Fonte: o autor
88
se coletem dados errôneos que possam prejudicar toda a análise e a interpretação
de resultados, interferindo na validade e na credibilidade da pesquisa.
Qualquer que seja o instrumento utilizado, convém lembrar que as técnicas de
interrogação possibilitam a obtenção de dados a partir do ponto de vista dos
pesquisadores. No entanto, Selltiz (1967) acrescenta que as técnicas mostram-se
úteis para a obtenção de informações acerca do que o pesquisado "sabe, crê ou
espera; sente ou deseja; pretende fazer; faz ou fez; bem como a respeito de suas
explicações ou razões para quaisquer dos itens/ações precedentes".
Ao iniciar a construção de um instrumento para coleta de dados, dependendo
do objeto de estudo, o pesquisador poderá dar mais ênfase à avaliação
quantitativa ou à avaliação qualitativa. Geralmente, as pesquisas comportam
tanto uma avaliação quantitativa, quanto uma avaliação qualitativa (não confundir
avaliação com o conceito de variável; pode-se realizar avaliações qualitativas de
variáveis quantitativas e vice-versa).
Na avaliação quantitativa, procura-se mensurar ou medir variáveis.
Na avaliação qualitativa, busca-se descrever comportamentos das variáveis
e das situações.
Para investigações nas áreas de Ciências Sociais, existem diversos tipos de
instrumentos para se medir as variáveis de interesse. Uma construção correta e
adequada dos instrumentos de pesquisa garantem, em grande parte, o sucesso da
investigação.
Neste item deve ser descrita a forma como os dados serão apresentados e
analisados. Com relação à apresentação dos dados deve-se citar como os dados
serão categorizados, codificados e tabulados, bem como os recursos gráficos
que serão utilizados para a apresentação dos resultados (tabelas, quadros, gráficos
etc...). Com relação à análise dos resultados, deve-se descrever o tipo de estatística
a ser empregada (descritiva e/ou inferencial), justificar a opção pelo teste de
hipótese escolhido, bem como apresentar de que forma os dados serão
generalizados e interpretados. Os procedimentos para apresentação e análise dos
resultados serão descritos mais detalhadamente a partir do item 5. (página 86).
89
5 REFERENCIAL OPERATIVO (somente no projeto de pesquisa)
O referencial operativo tem como objetivo a previsão dos passos que serão
dados para se localizar as fontes de informação, selecionar as técnicas de coleta de
dados, realizar o trabalho de campo e processar a informação. Essa previsão refere-
se às ações de apoio para alcançar o desenvolvimento coerente e efetivo da
investigação (este referencial é o último a ser apresentado no projeto de
pesquisa).
O controle do projeto é um aspecto essencial a ser detectado neste
referencial, o que requer uma adequada previsão de recursos (planilha de custos) e
de tempo (cronograma) para a realização das diferentes tarefas ou atividades do
projeto.
5.2 CRONOGRAMA
90
Esta seção deverá conter a apresentação e a análise dos resultados
obtidos na etapa de coleta dos dados. Os dados fornecem informações a respeito
dos indicadores das variáveis de estudo, e devem ser tabulados para serem
apresentados de forma a facilitar o entendimento do que se pretende analisar e
discutir. Gil (1999) explica que nos delineamentos experimentais ou quase
experimentais, assim como nos levantamentos ou estudo de campo, constitui tarefa
simples identificar e ordenar os passos a serem seguidos. Já nos estudos de caso
não se pode falar num esquema rígido de análise e interpretação.
A apresentação e a análise dos dados constituem processos estreitamente
relacionados. Alguns autores ressaltam que, na apresentação, o pesquisador
prende-se unicamente aos dados, ao passo que, na análise, procura um sentido
mais amplo dos resultados por meio da interpretação dos dados.
91
Para que as respostas possam ser adequadamente analisadas, faz-se
necessário organizá-las. Isto é feito por meio do agrupamento de respostas
semelhantes (ou com mesmo sentido) em um certo número de categorias.
Para que essas categorias sejam úteis na análise dos dados, devem atender
a algumas regras básicas, assim definidas por Selltiz et al. (1967, p. 441):
a) o conjunto de categorias deve ser derivado de um único princípio de
classificação (favorável/neutro/desfavorável; E/MB/B/R/I; grau de escolaridade
etc...), permitindo o agrupamento de um grande número de respostas em um
pequeno número de categorias;
b) o conjunto de categorias deve ser exaustivo (suficiente para incluir todas
as respostas); e
c) as categorias do conjunto devem ser mutuamente exclusivas (uma
mesma resposta não pode ser enquadrada em mais de uma categoria).
92
de 18 a 20 anos ( )03 2º grau completo ( )10
de 21 a 23 anos ( )04 Superior incompleto ( )11
mais de 23 anos ( )05 Superior completo ( )12
QUADRO 22 – Exemplo de pré-codificação dos dados.
Fonte: o autor
93
em dois ou mais conjuntos de categorias.
Eles permitem uma rápida visualização das diferenças entre as classes das
categorias das variáveis de estudo. A figura 1 apresenta os resultados da tabela 2.
16 15 15
14 12
12 10 10
10 Pel A
8 7
5 Pel B
6 4 4
3 Pel C
4 2 2
2 1
00 00 0 0 0 0
0
a b c d e f g
Respostas à pergunta 1
94
Fonte: o autor
5.1.3.2 Tabulação de perguntas abertas
95
Itens memorizados após a ordem à patrulha
35 30
28 29
30 26
25 25 25
25 23 23 23 23
18 18 18 18 19 Pel A
20 17 16
Pel B
15
Pel C
10
5
0
1 2 3 4 5 6
Itens a serem memorizados
Após a tabulação dos dados, procede-se à sua análise estatística. Esta deve
ser desenvolvida em dois níveis: a descrição dos dados e/ou a inferência
estatística (vide o Cap 1 do Manual de Estatística).
Uma vez computados os dados obtidos na pesquisa, deve-se passar à sua
descrição que, geralmente, é feita para atender a objetivos como:
a) caracterizar o que é típico no grupo;
b) indicar a variabilidade dos indivíduos no grupo;
c) verificar a distribuição das variáveis em relação às medidas de tendência
central (média, mediana e moda) e em relação a outras variáveis; e
d) mostrar a força e direção da relação entre as variáveis estudadas.
A análise inferencial dos dados constitui matéria especializada e os
96
procedimentos correspondentes são integralmente descritos em manuais de
estatística, que poderão ser consultados para a execução apropriada desta tarefa.
Seu princípio encontra-se no fato de que: se existem diferenças significativas,
ou não, entre as características de determinada variável, somente descrever estas
diferenças (estatística descritiva) não comprovará uma hipótese. É necessário
verificar se estas diferenças aconteceram ao acaso ou devido a um tratamento (ou
uma variável independente), e, para isto, existem vários testes estatísticos capazes
de determinar a associação ou correlação entre as variáveis de um estudo (uma
abordagem objetiva sobre a estatística inferencial pode ser encontrada a partir do
Capítulo 1 do Volume 2 do Manual de Estatística).
97
Segundo Gil (1999), não existem normas que indiquem os procedimentos a
serem adotados no processo de interpretação dos dados e sim recomendações
acerca dos cuidados que devem tomar os pesquisadores, para que a interpretação
não comprometa a pesquisa. O que se diz a respeito da interpretação, em pesquisa
social, refere-se à relação entre os dados empíricos e a teoria.
Goode e Hatt (1969) enfatizam a importância da teoria para o
estabelecimento de generalizações empíricas e de sistemas de relações entre
proposições. Dizem que, mediante uma teoria, é possível se verificar que por trás
dos dados existe uma série complexa de observações, um grupo de suposições
sobre o efeito dos fatores sociais no comportamento e um sistema de proposições
sobre a atuação de cada grupo.
Gil (1999) diz que quando a interpretação dos dados se apóia em teorias
suficientemente confirmadas, lançam-se “raios de luz no obscuro caos dos
materiais”. Mas, quando as teorias não apresentam mais que um ligeiro grau de
comprovação, as explicações que se seguem produzem uma falsa sensação de
adequação à realidade, o que pode servir para inibir a realização de investigações
apropriadas.
Em resumo, deve-se procurar, sempre que possível, analisar os dados
obtidos comparando-os com o que está descrito na bibliografia revisada. A análise
deve ser feita para atender aos objetivos da pesquisa e para comparar e
confrontar dados e provas, a fim de confirmar ou rejeitar a(s) hipótese(s).
98
b) discutir os resultados obtidos (não o que o pesquisador desejava que eles
fossem, mas o que são), relacionando-os com a literatura anterior e as hipóteses;
c) sintetizar os resultados, procurando explicá-los e interpretá-los de acordo
com a teoria;
d) explicitar se os objetivos foram atingidos e se a(s) hipótese(s) foi(ram)
confirmada(s) ou rejeitada(s);
e) ressaltar a contribuição da pesquisa para o meio acadêmico ou para o
desenvolvimento da ciência e da tecnologia;
f) sugerir ou recomendar aplicações para as descobertas; e/ou
g) sugerir, para futuras pesquisas, assuntos ou tópicos relacionados que
deixaram de ser investigados.
A conclusão é um novo título e só deve ser elaborada e descrita após a
apresentação e a análise dos resultados. O pesquisador deve incluir, de forma clara
e ordenada, as deduções obtidas dos resultados do trabalho ou levantadas ao longo
da discussão em torno do assunto. Não devem ser apresentadas idéias novas que
não constem do desenvolvimento, e não é recomendável a apresentação de
descrições detalhadas de dados quantitativos (tabelas e gráficos) e de resultados
comprometidos e/ou passíveis de novas discussões.
Recomendações e sugestões para outros estudos podem ser feitas,
destacando o que não pôde ser estudado e o que os dados mostraram haver a
necessidade de novas verificações.
Segundo Lakatos (2003) “as recomendações consistem em indicações, de
ordem prática, de intervenções na natureza ou na sociedade, de acordo com as
conclusões da pesquisa”, ou seja, consistem na apresentação de idéias (propostas),
obtidas durante a pesquisa para modificar algo que esteja em uso. Por sua vez, as
sugestões “apresentam novas temáticas de pesquisa, inclusive levantando novas
hipóteses, abrindo caminho a outros pesquisadores”, ou seja, apresentam idéias
para a realização de novos estudos.
As sugestões e recomendações são declarações concisas de ações,
julgadas necessárias a partir das conclusões obtidas. São ações propostas que
podem ser utilizadas no futuro. Não são obrigatórias e, devem ser escritas somente
se o pesquisador sentir-se em condições de propor linhas de ação que visem
99
minimizar as causas do problema, auxiliando o aprimoramento de novos estudos
sobre o tema.
10
Todavia, mesmo sem falhas de ortografia ou de gramática, é preciso observar
as diferenças entre a linguagem literária, com a qual os escritores escrevem com
o coração, ressaltando a subjetividade e a sensibilidade do estilo literário, e a
linguagem científica, com a qual os cientistas escrevem e descrevem a realidade,
chamando atenção para o caráter objetivo e racional da redação científica.
Na literatura, busca-se a criatividade e a imaginação do autor. Cobram-se
atitudes éticas valorativas e engajamento político. Na redação científica, busca-se a
objetividade, a isenção do autor, a fidelidade ao fato, a descrição, a neutralidade
sem posicionamentos subjetivos, ideológicos ou éticos.
Em escritos científicos nada deverá ficar subentendido ou por conta da
imaginação do leitor. Segundo Barrass (1991), o pesquisador deve seguir um
caminho árduo, convencendo os leitores com base em provas, apoiando-se em
verdades claramente formuladas e em argumentações lógicas.
Um recurso simbólico indicativo de objetividade e de distância do pesquisador
em relação ao objeto é o emprego da linguagem impessoal. Em textos técnicos, o
pesquisador trata o tema como quem está de fora, descrevendo o que se passa. Em
português, logra-se a linguagem impessoal com a terceira pessoa do singular e
a partícula apassivadora se, com verbos impessoais, essenciais ou acidentais, e
com a voz passiva. Convém escrever “conclui-se”, ou “cabe concluir”, ou “é lícito
supor que” utilizando-se assim, a linguagem impessoal.
Segundo Viegas (1999), de um texto literário, espera-se brilho, elegância e
originalidade o que não impede que os textos científicos também tenham estas
características prevalecendo a clareza, a correção e a sobriedade.
A diferença é que a obra literária prende o leitor pela forma da expressão e
pela trama do enredo objetivando provocar a emoção e o prazer estético. A obra
científica também deve atrair o leitor, mas o faz pela clareza da argumentação e pelo
conteúdo do texto que lhe move a inteligência e o estimula ao raciocínio.
Em resumo, o estilo de redação varia de pesquisador para pesquisador, e de
trabalho para trabalho, porém, é possível identificar algumas características comuns
que devem ser observadas na redação do relatório final de uma pesquisa científica:
a) o texto deve ser escrito em linguagem direta, evitando-se que a seqüência
seja desviada com considerações;
b) a argumentação deve apoiar-se em dados e provas e não em
considerações e opiniões pessoais;
c) as idéias devem ser apresentadas sem ambigüidade, para não originar
interpretações diversas, utilizando-se vocabulário sem verbosidade, sem expressões
10
com duplo sentido, evitando palavras supérfluas, repetições e detalhes prolixos;
d) cada expressão deve traduzir com exatidão o que se quer transmitir, em
especial no que se refere a registros de observações, medições e análises;
e) indicar com precisão como, quando e onde os dados foram obtidos;
f) evitar usar adjetivos que não indiquem claramente a proporção dos objetos
e advérbios que não explicitem exatamente o tempo, o modo e o lugar como, por
exemplo, os advérbios recentemente, provavelmente, lentamente, antigamente; e
g) por fim, as idéias devem ser apresentadas numa seqüência lógica e
ordenada, partindo de frases simples, expostas com poucas palavras, contendo uma
única idéia que envolva completamente a frase.
10
10
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
LATO SENSU
10
5 PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
5.1 INTRODUÇÃO
10
referenciais, cujos elementos constitutivos formam as seções do relatório final da pesquisa
científica (o TCC).
Referencial - Cronograma
Pesquisa bibliográfica operativo* - Planilha de custos
Pesquisa documental Seção 3
Pesquisa de campo (sfc) Apresentação e análise
dos resultados
4ª etapa Seção 4
10
objetivos a serem atingidos, das justificativas (“porquês”) para se empreender um
estudo científico, e das contribuições que a pesquisa poderá produzir. Depois de
reunidos, o tema, o problema, as questões de estudo, os objetivos, as justificativas e
as contribuições constituirão a seção chamada conceitos e métodos.
Durante a 2ª etapa o pesquisador poderá chegar às seguintes conclusões:
a) a pergunta de partida está bem elaborada, prosseguindo no estudo; ou
b) a pergunta de partida deve ser reformulada.
Definida a forma como será conduzido o raciocínio lógico para a solução o
problema, deve-se passar à etapa da pesquisa propriamente dita, que pode ser de
natureza bibliográfica ou documental (3ª etapa). Esta etapa também pode ser
chamada coleta, apresentação e análise de dados, na qual os resultados da
coleta de dados serão apresentados e discutidos nas diversas seções de
apresentação e análise dos resultados, de forma a fornecerem subsídios que
permitam alcançar as respostas às questões de estudo, cumprindo os objetivos
traçados na seção Conceitos e métodos, e permitindo ao pesquisador organizar
logicamente seus argumentos para que possa chegar a uma conclusão.
Finda a apresentação e análise dos resultados chega-se à etapa das
conclusões (4ª etapa), quando o autor deve apresentar, na seção conclusões e
recomendações, os principais aspectos verificados durante a pesquisa,
respondendo as questões de estudo e solucionando o problema de pesquisa.
Encerrando o processo de elaboração do TCC, é realizada a redação do
relatório de pesquisa (5ª etapa), onde todo o trabalho deve ser organizado e
formatado de acordo com as normas da ABNT, executando-se a sua impressão e a
entrega à comissão de avaliação.
A seguir, serão apresentados conceitos acerca de cada uma das seções que
compõem a estrutura final do TCC, sendo referenciadas, ao lado do título de cada
seção, a necessidade de sua apresentação no projeto de pesquisa ou no TCC. A
numeração apresentada a seguir corresponde àquela que deve constar no corpo do
trabalho, sendo obrigatória a apresentação dos itens referenciados.
10
1 INTRODUÇÃO (Projeto e TCC)
Esta seção deve ser breve, visando preparar o leitor para o contexto da
questão funcional do trabalho, situando-o no tempo e no espaço, e fornecendo uma
visão clara dos caminhos a serem percorridos para se chegar à solução do problema
de pesquisa. Deve ainda apresentar uma idéia geral do trabalho, fornecendo uma
visão panorâmica acerca do assunto pesquisado.
Segundo Martins (2000), a introdução deve conter idéias básicas que
respondam às indagações sobre a temática, o porquê da escolha do tema, qual a
contribuição esperada e qual a trajetória desenvolvida para a construção e
desenvolvimento do trabalho empreendido. É comum redigir uma introdução inicial,
que será continuamente reescrita à medida que o trabalho progrida.
Esta seção tem por finalidade colocar o leitor à parte da problemática que
envolve o estudo, devendo ser apresentados: o tema selecionado (e sua
delimitação); o problema (antecedentes do problema, a formulação do problema
propriamente dito, e os alcances e limites da pesquisa); as questões de estudo,
o(s) objetivo(s) do estudo (geral e específicos); a justificativa da importância de
execução da pesquisa; e a contribuição que a investigação poderá fornecer à área
específica do conhecimento em questão.
10
O mais importante é que o tema escolhido demonstre o interesse do
pesquisador e esteja situado em seu campo de conhecimento, pois, segundo
Dencker (2001), para desenvolver de maneira adequada um tema de pesquisa, é
necessário que o pesquisador domine o assunto e esteja apto a manejar as fontes
de consulta bibliográfica.
Nessa fase do trabalho procure responder à seguinte pergunta: “O que
pretendo abordar?”
A delimitação do tema é um aspecto ou uma área de interesse acerca de um
assunto que se deseja provar ou desenvolver. Delimitar um tema significa eleger
uma parcela específica de um assunto, estabelecendo limites ou restrições para o
desenvolvimento da pesquisa pretendida.
Segundo Barros & Lehfeld (2000), a definição do tema pode surgir com base:
a) na observação do cotidiano;
b) na vida profissional;
c) em programas de pesquisa;
d) em contato e/ou relacionamento com especialistas;
e) no “feedback” (realimentação/retomada) de pesquisas já realizadas; e
f) no estudo da literatura especializada.
A escolha do tema de uma pesquisa, em um curso de pós-graduação lato
sensu, está relacionada à linha de pesquisa a qual o pesquisador pretende
vincular-se. Para a escolha do tema, é preciso levar em conta a relevância e a
atualidade do problema, seu conhecimento a respeito, sua preferência e sua aptidão
pessoal para lidar com o tema escolhido. Após definir o tema, o pesquisador deve
passar a levantar e a analisar as literaturas já publicadas sobre o assunto escolhido
(para um maior aprofundamento nas questões relativas à escolha do tema vide o
impresso “Lista de Assunto para Trabalhos Acadêmicos”).
Esta seção secundária deve abordar o problema que pretende resolver por
meio da pesquisa científica, apresentando os antecedentes do problema, a
formulação do problema e os alcances e limites.
Em primeiro lugar, é preciso verificar se realmente se está diante de um
problema científico e concluir se será compensador tentar encontrar uma solução
10
para ele. A pesquisa científica depende fundamentalmente da formulação adequada
do problema, isto porque objetiva buscar a sua solução. Um estudo pormenorizado
sobre problemas científicos é apresentado na UD IV, a partir da página 48).
11
pormenorizado sobre a formulação de problemas científicos é apresentado na UD
IV, a partir da página 50.
Todo o delineamento de pesquisa deve estar voltado para a resolução do
problema ou do levantamento de indícios que permitam que outros pesquisadores
resolvam questões relevantes ligadas intrinsecamente ao problema pesquisado.
Nesta fase da pesquisa, a pergunta inicial transforma-se em problema
científico de acordo com a revisão de literatura e entrevistas exploratórias (suporte
para os antecedentes do problema). Dessa forma, torna-se necessário questionar-se
acerca de uma série de perguntas que norteiam o problema de pesquisa, são as
chamadas questões de estudo, tratadas no item 2.3.
11
2.3 QUESTÕES DE ESTUDO (Projeto e TCC)
11
2.4.1 Objetivo Geral (Projeto e TCC)
11
decorrentes do processo de envelhecimento, processo de formação do stress;
desempenho cognitivo, e processo decisório (verificar a correlação com as questões
de estudo);
b) realizar entrevistas exploratórias com especialistas em condicionamento
físico, psicólogos e geriatras a fim de elucidar dúvidas acerca das relações entre a
manutenção do condicionamento físico e a preservação dos níveis de desempenho
cognitivo durante o processo de envelhecimento;
c) descrever como ocorre o processo de envelhecimento;
d) descrever como ocorrem as alterações fisiológicas decorrentes do
processo de envelhecimento;
e) descrever como ocorre o processo de formação do stress;
f) descrever como o stress pode afetar o desempenho cognitivo;
g) descrever como o desempenho cognitivo pode afetar o processo decisório;
e
h) verificar em que medida a manutenção do condicionamento físico pode
auxiliar na preservação dos níveis de desempenho cognitivo durante o processo de
envelhecimento.
Após uma análise criteriosa dos objetivos específicos, é possível verificar sua
estreita relação com as questões de estudo.
11
Para tanto, o pesquisador deve perguntar-se:
a) o tema é relevante? Procurando responder o porquê;
b) quais aspectos positivos podem ser destacados na abordagem proposta?
c) quais são as inovações esperadas? Elas justificam a realização do estudo?
11
apresentados (divididos) em quantas seções de fizerem necessárias, fornecendo o
embasamento necessário à solução do problema de pesquisa.
A apresentação e análise dos dados são formadas por processos
estreitamente relacionados. Alguns autores ressaltam que, na apresentação, o
pesquisador prende-se unicamente aos dados, ao passo que na análise, procura
um sentido mais amplo.
Os resultados devem ser apresentados e discutidos em um discurso
autêntico, coerente e lógico. A estrutura abaixo representa uma das possíveis
organizações das seções de apresentação e análise dos resultados para as
questões de estudo apresentadas na subseção 2.3:
3 O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO
4 ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DECORRENTES DO ENVELHECIMENTO
5 A FISIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
6 O PROCESSO DE FORMAÇÃO DO STRESS
7 STRESS E DESEMPENHO COGNITIVO
8 DESEMPENHO COGNITIVO E PROCESSO DECISÓRIO
9 EFEITOS FISIOLÓGICOS DO TREINAMENTO FÍSICO MILITAR
10 MÉTODOS DE TREINAMENTO FÍSICO PARA COMBATER O STRESS
Obs.: As seções de apresentação e análise de resultados são numeradas a
partir da seção 2 CONCEITOS E MÉTODOS (3, 4, 5, ...), nesse caso a seção
“CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES” receberia o número 11.
É comum, embora não obrigatório, a utilização de conclusões parciais ao
longo das seções de apresentação e análise dos resultados. Esse procedimento
facilita a leitura do trabalho e permite ao leitor antecipar conclusões e entender as
estratégias utilizadas pelo autor na solução do problema de pesquisa.
11
tecnologia, e/ou ainda, sugerir assuntos relacionados, que deixaram de ser
investigados, para servirem de base para as pesquisas futuras.
A conclusão é um novo título e deve ser elaborada e descrita após a
apresentação e análise dos resultados. O pesquisador deve incluir, de forma clara e
ordenada, as deduções tiradas dos resultados do trabalho e/ou levantadas ao longo
da discussão em torno do assunto.
As conclusões constituem a seção que finaliza a parte textual do documento.
Dependendo da extensão, as conclusões podem ser subdivididas em várias
subseções, tendo em vista manter a objetividade e a clareza.
Não é recomendável que descrições detalhadas de dados quantitativos
(tabelas e gráficos) apareçam na conclusão, tampouco resultados comprometidos e
passíveis de novas discussões. Um dos cuidados que se deve ter, diz respeito à
extensão e divulgação dos resultados que vão figurar na conclusão. Estes tanto
podem ser verdadeiros, como gerarem erros em virtude de generalização
precipitada do pesquisador, o que fatalmente compromete os resultados da
investigação.
As sugestões e recomendações são declarações concisas de ações,
julgadas necessárias a partir das conclusões obtidas. São ações propostas que
podem ser utilizadas no futuro. Não são obrigatórias e somente devem ser escritas
se o pesquisador estiver em condições de propor linhas de ação que visem
minimizar as causas do problema.
11
Esta unidade didática procurou definir um esquema de TCC capaz de
abranger a maioria dos elementos que constituem os projetos de pesquisa e os
relatórios finais. É importante reafirmar, no TCC, a presença das etapas que foram
desenvolvidas seqüencialmente no decorrer do trabalho de pesquisa.
Com relação ao estilo de redação, devem-se observar as recomendações
constantes da subseção “4.4.1 Quanto ao estilo de redação” na UD IV a partir da
página 97.
11
11
REFERÊNCIAS
ECO, Umberto. Como se faz uma tese ( Como si fa uma tesi di láurea ). São Paulo:
Perspectiva, 1989.
12
GALLIANO, A. G. O método científico, teoria e prática. São Paulo: Harper e Row
do Brasil, 1986.
GOODE, William J., HATT, Paul K. Métodos em pesquisa social. São Paulo:
Nacional, 1969.
12
SALOMON, D. V. Como fazer uma monografia. 9. ed. São Paulo: Martins Fontes,
2000.
SELLTIZ, Claire et al. Métodos de pesquisa nas relações sociais. São Paulo:
Herder, 1967.
VIEIRA, Sonia. Como escrever uma tese. 2.e.d. São Paulo: Pioneira, 1994.
12
12
Apêndice A - Elementos constitutivos do projeto de pesquisa e DM.
ELEMENTOS Proj DM
Capa X X
Lombada X
Folha de rosto X X
Errata X
Folha de aprovação X
Dedicatória X
Agradecimentos X
PRÉ-TEXTUAIS Epígrafe X
Resumo na língua vernácula X
Lista de ilustrações X
Lista de tabelas X
Lista de abreviaturas X
Lista de siglas X
Lista de símbolos X
Sumário X X
1 INTRODUÇÃO X X
2 REFERENCIAL CONCEITUAL X X
2.1 TEMA X X
2.2 PROBLEMA X X
2.2.1 Antecedentes do problema X X
2.2.2 Formulação do problema X X
2.2.3 Alcances e limites X X
2.3 JUSTIFICATIVA X X
2.4 CONTRIBUIÇÃO X X
3 REFERENCIAL TEÓRICO X X
4 REFERENCIAL METODOLÓGICO X X
4.1 OBJETIVO X X
4.2 HIPÓTESE X X
TEXTUAIS 4.3 VARIÁVEIS X X
4.3.1 Definição conceitual das variáveis X X
4.3.2 Definição operacional das variáveis X X
4.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS X X
4.4.1 População X X
4.4.2 Amostra X X
4.4.3 Método de pesquisa X X
4.4.4 Tipo de pesquisa X X
4.4.5 Técnica de pesquisa X X
4.4.6 Instrumentos X X
4.4.7 Análise dos dados X X
5 REFERENCIAL OPERATIVO X
5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS X
6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES X
Referências X X
Glossário X X
PÓS-TEXTUAIS Apêndice(s) X X
Anexo(s) X X
Índice(s) X X
X Obrigatório
X Opcional
Não faz parte desta fase
12
Apêndice B - Elementos textuais obrigatórios da DM.
1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL CONCEITUAL
2.1 TEMA
2.2 PROBLEMA
2.2.1 Antecedentes do problema
2.2.2 Formulação do problema
2.2.3 Alcances e limites
2.3 JUSTIFICATIVA
2.4 CONTRIBUIÇÃO
3 REFERENCIAL TEÓRICO
4 REFERENCIAL METODOLÓGICO
4.1 OBJETIVO
4.2 HIPÓTESE
4.3 VARIÁVEIS
4.3.1 Definição conceitual das variáveis
4.3.2 Definição operacional das variáveis
4.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
4.4.1 População
4.4.2 Amostra
4.4.3 Método de pesquisa
4.4.4 Tipo de pesquisa
4.4.5 Técnica de pesquisa
4.4.6 Instrumentos
4.4.7 Análise dos dados
5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
12
Apêndice C - Elementos constitutivos do projeto de pesquisa e TCC.
ELEMENTOS Proj TCC
Capa X X
Lombada X
Folha de rosto X X
Errata X
Folha de aprovação X
Dedicatória X
Agradecimentos X
PRÉ-TEXTUAIS Epígrafe X
Resumo na língua vernácula X
Lista de ilustrações X
Lista de tabelas X
Lista de abreviaturas X
Lista de siglas X
Lista de símbolos X
Sumário X X
1 INTRODUÇÃO X X
2 CONCEITOS E MÉTODOS X X
2.1 TEMA X X
2.2 PROBLEMA X X
2.2.1 Antecedentes do problema X X
2.2.2 Formulação do problema X X
2.2.3 Alcances e limites X X
TEXTUAIS
2.3 QUESTÕES DE ESTUDO X X
2.4 OBJETIVO X X
2.5 JUSTIFICATIVA X X
2.6 CONTRIBUIÇÃO X X
3 REFERENCIAL OPERATIVO X
3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS X* X
4 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES X
Referências X X
Glossário X X
PÓS-TEXTUAIS Apêndice(s) X X
Anexo(s) X X
Índice(s) X X
X Obrigatório
X Opcional
Não faz parte desta fase
12
Apêndice D - Elementos textuais obrigatórios do TCC.
1 INTRODUÇÃO
2 CONCEITOS E MÉTODOS
2.1 TEMA
2.2 PROBLEMA
2.2.1 Antecedentes do problema
2.2.2 Formulação do problema
2.2.3 Alcances e limites
2.3 QUESTÕES DE ESTUDO
2.4 OBJETIVO
2.5 JUSTIFICATIVA
2.6 CONTRIBUIÇÃO
3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
4 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
12
Apêndice E - Exemplo de planilha de custos.
Equipamento Grampeador 1 11 11
Capital e material
permanente Perfurador de papel 1 9 9
Fita cassete 90 2 5 10
Material de
Caneta esferográfica. 10 1 10
consumo
Papel A4 500 10
Rolo de filme 2 8 16
Fotocópias 100 20
Remuneração
serviço Digitação 90 2 180
pessoal
Encadernação 1 1 20
Correios 150
Outros
Revelação de filmes e
serviços e 2 40 80
montagem de slides
encargos
Outras despesas 200
T O T A L 3724,00
12
Apêndice F - Exemplo de cronograma de execução do projeto de pesquisa.
Atividade Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago
Início do projeto 11 -
1
Revisão do referencial conceitual feito na
proposta de projeto (quando solicitado)
25 -
Revisão1 do referencial teórico feito na
proposta de projeto (quando solicitado)
X 15
Revisão1 do referencial metodológico feito
na proposta de projeto (quando solicitado)
X 22
Revisão2 do projeto para revisão do
orientador
29
Elaboração e apresentação dos
instrumentos
6
Elaboração da análise a ser
utilizada
8
Revisão2 do projeto de pesquisa
pelo orientador
11
Revisão do projeto X X 08
Apresentação do projeto de
pesquisa e dos fichamentos
09
Preparação das seções iniciais da
DM para a qualificação3
X X 22
Qualificação das seções iniciais da
DM3
23 a 25
Coleta de dados X X X 15
Tabulação dos dados4. X X X 22
Apresentação e análise dos
resultados
X X X 25
Conclusões 27
Redação parcial das seções do
trabalho
X X X X X X X X X X 01
Revisão do trabalho X X X X 01
Entrega do trabalho pronto 02
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Apêndice G – Modelo de ficha.
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
DEP - DFA
ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM OPERAÇÕES MILITARES
13
Exemplo “ilustrativo”:
Segundo BRASIL, 2002 (p. 1-2) o treinamento físico militar deve estar
voltado para a operacionalidade, a fim de atender aos interesses da Força e ao
cumprimento da sua missão institucional, portanto... (citação indireta: reedição do
1-2 pensamento do autor com as próprias palavras do pesquisador)
Veja a seguir o que consta originalmente no manual:
“O enfoque do treinamento na operacionalidade da tropa visa atender
fundamentalmente ao interesse da Força e ao cumprimento da sua missão
institucional.” (BRASIL, 2002 p. 1-2).
Exemplo “ilustrativo”:
“O treinamento regular e orientado provoca, naturalmente, diversas
3-3 adaptações no funcionamento do organismo humano. Estas adaptações trazem
benefícios para a saúde e propiciam condições para a eficiência do desempenho
profissional.” (BRASIL, 2002 p. 3-3).
CONTRIBUIÇÕES EM RELAÇÃO AO TEMA (obrigatório)
Apresente a relação existente entre a obra estudada e a sua pesquisa.
Exemplo “ilustrativo”:
A obra demonstra a necessidade de manutenção e do desenvolvimento dos padrões de
desempenho físico da tropa como um fator de aquisição de eficiência operacional em combate.
Apresenta a preocupação do Exército Brasileiro com a regularidade e a uniformização
dos exercícios físicos a serem administrados aos efetivos regulares incorporados nas diferentes
organizações militares.
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