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Ligação química: Geometria Molecular e

Hibridação de Orbitais Moleculares


Índice

• Geometria Molecular - TRPECV


• Momentos Dipolares
• Teoria da Ligação de Valência
• Hibridação de Orbitais Atómicas
• Hibridação em Moléculas com Ligações Duplas e Triplas
• Teoria das Orbitais Moleculares
• Configurações das Orbitais Moleculares
• Orbitais Moleculares Deslocalizadas
Vamos estudar a forma ou a Arranjo
geometria das moléculas tridimensional
dos átomos
numa
molécula

Têm uma influência importante nas


propriedades físicas e químicas das moléculas

Ponto de fusão
Ponto de ebulição
Densidade
Reactividade
Geometria Molecular
• Geometria molecular é
simplesmente a forma de uma
A molécula
molécula.
de dióxido
• A Geometria molecular é de carbono
descrita pela figura geométrica é linear.

formada quando os núcleos


atómicos estão interligadas por
(imaginário) linhas rectas.
• Geometria molecular é
encontrada usando a estrutura
de Lewis, mas esta NÃO A molécula
de água é
explica, necessariamente, a angular.
forma da molécula.
TRPECV
• Teoria da Repulsão dos Pares Electrónicos da Camada de
Valência (TRPECV) é um método simples para determinar
a geometria.
• Base: os pares de electrões de valência nos átomos ligados
repelem-se.
• Essas repulsões entre os electrões dos diferentes pares
ligantes faz com que estes tendam a afastar-se o mais
possível uns dos outros. Quando os pares de
B B electrões (ligantes)
estão tão afastados
B A B A quanto possível,
qual será o ângulo
B-A-B?
B B
TEORIA da Repulsão dos Pares Electrónicos
da Camada de Valência (TRPECV)

Permite-nos prever a geometria da molécula a partir da repulsão


electrostática entre pares de electrões (ligantes e não ligantes).

Por uma questão de simplicidade consideram-se moléculas que


possuam apenas átomos de 2 elementos, A e B.

ABx x= 1, 2, 3, ...

Se x = 1 estamos na presença de uma molécula diatómica AB


a qual por definição é linear.

Na grande maioria dos casos x está compreendido entre 2 e 6.


TRPECV

• A utilização deste modelo permite-nos prever a


geometria de moléculas (e iões) de um modo
sistemático.
• Para isso, é conveniente dividir as moléculas
em duas categorias, consoante o átomo central
possuir ou não pares isolados (ou pares não
ligantes).
TEORIA da Repulsão dos Pares Electrónicos
da Camada de Valência (TRPECV)

Nº de átomos Nº de pares
ligados ao isolados no Disposição pares Geometria
Classe átomo central átomo central de electrões molecular

AB2 2 0 linear linear

B B
Cloreto de Berílio (BeCl2)

Cl Be Cl

2 átomos ligados ao átomo central


0 pares não ligantes no átomo central
TRPECV
Nº de átomos Nº de pares
ligados ao não ligantes no Disposição pares Geometria
Classe átomo central átomo central de electrões molecular

AB2 2 0 linear linear

triangular triangular
AB3 3 0 plana plana
Trifluoreto de Boro (BF3)

triangular
plana
Porque os átomos terminais estão colocados nos vértices de um triângulo equilátero, o qual
é plano. Assim sendo os 3 ângulos FBF são de 120º e os 4 átomos encontram-se no
mesmo plano.
TRPECV

Nº de átomos Nº de pares
ligados ao não ligantes no Disposição pares Geometria
Classe átomo central átomo central de electrões molecular

AB2 2 0 linear linear

triangular triangular
AB3 3 0 plana plana

AB4 4 0 tetraédrica tetraédrica


Metano (CH4)

Tetraédrica
Sólido geométrico com 4 faces tetraédrica
TRPECV
Nº de átomos Nº de pares
ligados ao não ligantes no Disposição pares Geometria
Classe átomo central átomo central de electrões molecular

AB2 2 0 linear linear


triangular triangular
AB3 3 0 plana plana

AB4 4 0 tetraédrica tetraédrica

bipiramidal bipiramidal
AB5 5 0 trigonal trigonal
Pentacloreto de fósforo (PCl5)

bipiramidal
trigonal
bipiramidal
trigonal
TRPECV
Nº de átomos Nº de pares
ligados ao isolados no Disposição pares Geometria
Classe átomo central átomo central de electrões molecular
AB2 2 0 linear linear
triangular triangular
AB3 3 0 plana plana

AB4 4 0 tetraédrica tetraédrica


bipiramidal bipiramidal
AB5 5 0 trigonal trigonal

AB6 6 0 octaédrica octaédrica


Hexafluoreto de enxofre (SF6)

Octaédrica octaédrica

Sólido geométrico com 8 faces


Analogia dos balões
Moléculas em que o átomo central tem
um ou mais pares isolados

A determinação da geometria de uma molécula é mais


complexa

Neste tipo de moléculas existem 3 tipos de forças


repulsivas:
- Entre pares ligantes
- Entre pares isolados ou não ligantes
- Entre pares ligantes e pares isolados
Repulsão
pares não ligantes vs. pares não ligantes vs. pares ligantes vs.
pares não ligantes > pares ligantes > pares ligantes
TRPECV
Nº de átomos Nº de pares
ligados ao não ligantes no Disposição pares Geometria
Classe átomo central átomo central de electrões molecular

triangular triangular
AB3 3 0 plana plana

triangular
AB2E 2 1 planar angular

ATENÇÃO – a geometria molecular é


dada pela posição dos átomos,
embora seja condicionada pela SO2
disposição dos pares electrónicos. Dióxido de enxofre
TRPECV
Nº de átomos Nº de pares
ligados ao não ligantes no Disposição pares Geometria
Classe átomo central átomo central de electrões molecular

AB4 4 0 tetraédrica tetraédrica

piramidal
AB3E 3 1 tetraédrica trigonal

NH3
Amoníaco
TRPECV

Nº de átomos Nº de pares
ligados ao não ligantes no Disposição pares Geometria
Classe átomo central átomo central de electrões molecular

AB4 4 0 tetraédrica tetraédrica

piramidal
AB3E 3 1 tetraédrica trigonal

AB2E2 2 2 tetraédrica angular

O
H H
TRPECV
Nº de átomos Nº de pares
ligados ao não ligantes no Disposição pares Geometria
Classe átomo central átomo central de electrões molecular
bipiramidal bipiramidal
AB5 5 0 trigonal trigonal

bipiramidal tetraédrica
AB4E 4 1 trigonal distorcida

SF4
Tetrafluoreto de enxofre
TRPECV
Nº de átomos Nº de pares
ligados ao não ligantes no Disposição pares Geometria
Classe átomo central átomo central de electrões molecular

bipiramidal bipiramidal
AB5 5 0 trigonal trigonal
bipiramidal tetraédrica
AB4E 4 1 trigonal distorcida
bipiramidal em forma de T
AB3E2 3 2 trigonal

F Cl

F
ClF3
Trifluoreto de cloro
TRPECV
Nº de átomos Nº de pares
ligados ao não ligantes no Disposição pares Geometria
Classe átomo central átomo central de electrões molecular
bipiramidal bipiramidal
AB5 5 0 trigonal trigonal
bipiramidal tetraédrica
AB4E 4 1 trigonal
bipiramidal em forma de
AB3E2 3 2 trigonal T

bipiramidal
AB2E3 2 3 linear
trigonal
I

I
TRPECV
Nº de átomos Nº de pares
ligados ao não ligantes no Disposição pares Geometria
Classe átomo central átomo central de electrões molecular

AB6 6 0 octaédrica octaédrica

AB5E 5 1 octaédrica Piramidal


quadrangular
F
F F

Br
F F

BrF5
Pentafluoreto de bromo
TRPECV
Nº de átomos Nº de pares
ligados ao não ligantes no Disposição pares Geometria
Classe átomo central átomo central de electrões molecular

AB6 6 0 octaédrica octaédrica

AB5E 5 1 octaédrica piramidal


quadrangular
AB4E2 4 2 octaédrica quadrangular
plana

F F

Xe
F F

XeF4
Tetrafluoreto de Xénon
Previsão da Geometria Molecular
1. Desenhe a estrutura de Lewis da molécula.
2. Conte o número de pares não ligantes e de pares
ligantes em redor do átomo central.
3. Utilize o modelo da TRPECV para prever a geometria
da molécula.

Quais são as geometrias moleculares de SO2 e SF4?

F
O S O AB4E

AB2E F S F
tetraédrica
angular distorcida
F
Método alternativo simples para prever nº de pares electrónicos
ligantes e não ligantes sobre o átomo central e a geometria da
espécie química
Necessita de informação adicional sobre a existência de ligações múltiplas

ABnEm

A - átomo central
B - átomos ligantes
n - nº de pares electrónicos ligantes
E - pares electrónicos não ligantes
m - nº de pares electrónicos não ligantes
Calcular o nº de electrões sobre o átomo central
Átomo central - considerar o nº de electrões de valência
Átomos ligantes – considerar o nº de electrões do átomo ligante que
podem ser partilhados com o átomo central

Ex: Cl (1) 1s2 2s2 2p6 3s2 3px2 3py2 3pz1


Tem um electrão desemparelhado pode partilhar esse electrão para fazer uma
ligação

Ex: O (2) 1s2 2s2 2px2 2py1 2pz1


Tem 2 electrões desemparelhados – pode partilhar esses 2 electrões com o
átomo central e fazer 2 ligações
Se a espécie em vez de uma molécula for um ião poliatómico temos de
adicionar ou retirar electrões consoante a carga do ião.
Nº de electrões sobre o átomo central = nº de electrões de valência do
átomo central + nº de electrões que os átomos ligantes podem partilhar
com o átomo central + carga da espécie molecular
Ver quantos átomos estão ligados ao átomo central e portanto quantos
pares electrónicos ligantes são necessários. Se houver ligações
múltiplas pode ser necessário mais que um par electrónico ligante para
a mesma ligação.
Ver quantos pares electrónicos sobram; serão os pares electrónicos
não ligantes.
Estabelecer a nomenclatura para a espécie:

ABnEm

Estabelecer a geometria prevista considerando que todos estes pares


electrónicos se repelem entre si e tendem a localizar-se o mais
afastados possível entre si.
Exemplos
PF5 (Pentafluoreto de fósforo)
Átomo central P → 5 electrões de valência B

Átomos ligantes → 5 átomos de fluor, cada um tem um eletrão que


pode partilhar com o átomo central 5 F → 5 x (1 eletrão) = 5 eletrões

Nº de eletrões sobre o átomo central = 5 + 5 = 10 eletrões


É necessário estabelecer 5 ligações
Então usam-se os 5 pares de eletrões para as ligações
AB5E0
Geometria bipiramidal triangular
Exemplos

H2O (água)
O → 6 electrões de valência
2H → 2x(1) = 2 electrões dos ligandos que podem ser
partilhados com o átomo central
Nº de electrões sobre o átomo central → 6 + 2 = 8 = 4
pares de electrões)
É necessário estabelecer 2 ligações O-H
Usam-se 2 pares de electrões – 2 pares ligantes
Sobram 2 pares não ligantes

AB2E2 angular

O
H H
Exemplos
XeF4 (Tetrafluoreto de Xénon)

Xe → 8 electrões
4 átomos de flúor → 4x(1)=4
Nº electrões sobre o átomo central = 12 (6 pares de
electrões)
Para estabelecer 4 ligações usam-se 4 pares de
electrões ligantes, sobram 2 pares não ligantes quadrangular
plana
AB4E2
F F

Xe
F F
Exemplos
I3-(ião triiodeto)
átomo central I → 7 electrões de valência
2 átomos ligantes I → 2 x (1 electrão) = 2
Carga do ião poliatómico (-1) → excesso de 1 electrão

nº de electrões sobre o átomo central =7 +2+1=10 (5 pares de electrões)


Para estabelecer 2 ligações usam-se 2 pares ligantes – sobram 3 não
ligantes
linear
AB2E3 I

I
Exemplos
SF4 (Tetrafluoreto de enxofre)

S → 6 electrões de valência
4 F → 4x (1 electrão) = 4 electrões
Nº electrões sobre o átomo central = 6+4=10 electrões = 5 pares
electrões
tetraédrica
Usam 4 pares electrónicos para as 4 ligações (4 pares ligantes)
distorcida
Sobra um par não ligante

AB4E
Exemplos

SO2 (informação adicional – tem 1 ligação dupla)

S → 6 electrões de valência
2 O → 2 x (2 electrões)= 4 electrões
Nº total de electrões sobre o átomo central = 10 electrões = 5 pares de
electrões

Se há 2 ligações duplas, usam-se 4 pares ligantes


Sobra 1 par não ligante
angular
AB2E
Exemplos
NH4+
N → 5 electrões de valência
4 H → 4x(1 electrão)=4 electrões
O ião tem carga (+1) falta 1 electrão

Nº de electrões sobre o átomo central= 5 + 4 -1= 8 electrões = 4


pares ligantes
Usam-se os 4 pares de electrões para fazer as 4 ligações, ou
seja, 4 pares ligantes
tetraédrica
Não sobram pares electrónicos não ligantes.

AB4
Momentos Dipolares e Moléculas Polares
O Fluoreto de hidrogénio é um composto covalente com uma ligação polar

Mapa do potencial
região rica electrostático da
Momento dipolar: região pobre molécula HF
em electrões
em electrões
m=Q×r
H F
A distribuição
electrónica varia de
Q = carga(δ) acordo com as cores do

d+ d- arco-íris. A região de
maior densidade
r = distância entre cargas electrónica é vermelha
e a de menor é azul.

1 D (debye) = 3,36 × 10–30 C m

O vector momento dipolar tem o sentido do átomo menos


electronegativo para o mais electronegativo da ligação
Comportamento de Moléculas Polares
Comportamento de Moléculas Polares
Um campo eléctrico faz com
que as moléculas polares se
alinhem com o campo.

Na ausência de um campo eléctrico Na presença de um campo


externo eléctrico externo
As moléculas apolares não são afectadas por um campo eléctrico
Momento dipolar Sentido do vector
N mais resultante = 1,46 D momento dipolar?
electronegativo
do que o H
F mais
electronegativo
do que o N

Momento dipolar
resultante = 0,24 D

Em ambos os casos o N possui um par isolado


Quais das seguintes moléculas tem momento dipolar?
H2O, CO2, SO2 e CH4

momento dipolar
molécula polar
Momento dipolar

• A molécula de água tem ligações polares, mas é uma


molécula angular.
• Os momentos dipolares não se anulam (m = 1.84 D),
então a àgua é uma molécula polar.
Quais das seguintes moléculas tem momento dipolar?
H2O, CO2, SO2 e CH4

O C O

sem momento dipolar


molécula apolar Sem momento dipolar

• CO2 tem ligações polares, mas é uma


molécula linear; os momentos dipolares
anulam-se (m = 0 D).
Quais das seguintes moléculas tem momento dipolar?
H2O, CO2, SO2 e CH4

S H C H

H
momento dipolar
molécula polar sem momento dipolar
molécula apolar
O CH2Cl2 tem
momento dipolar?
Como é que a teoria de Lewis explica as ligações no H2 e no F2?

Partilha de dois electrões entre dois átomos.

Energia de dissociação Comprimento Sobreposição


das ligações da ligação de orbitais

H2 436,4 kJ/mole 74 pm 2 1s

F2 150,6 kJ/mole 142 pm 2 2p

Estes e muitos outros factos não podem ser explicados pela Teoria de Lewis

Para uma explicação mais completa do processo de formação de


ligações químicas é necessário recorrer à Mecânica Quântica
Actualmente a Mecânica Quântica utiliza 2 teorias para descrever a
formação da ligação covalente e a estrutura electrónica das moléculas.

Teoria da Ligação de Valência (TLV) — assume que os


electrões numa molécula ocupam orbitais atómicas dos
átomos individuais.

Teoria das Orbitais Moleculares (TOM) — pressupõe a


formação de orbitais moleculares a partir das orbitais
atómicas.
TLV – considerando a formação de uma molécula de H2 a partir de 2
átomos de H.
A teoria de Lewis descreve a ligação H – H como o emparelhamento dos 2
electrões dos átomos de H. De acordo com a TLV, a ligação covalente H – H
forma-se devido à sobreposição (ou coalescência) das 2 orbitais atómicas 1s
dos átomos H.

Não há interacção

Energia potencial mínima, atinge-se a sua


maior estabilidade

Variação da energia potencial de dois átomos H


Elevada densidade
electrónica

Alteração da densidade electrónica quando


dois átomos de hidrogénio se aproximam um
do outro.
Forma-se uma molécula estável de H2
quando a distância internuclear é de 74 pm.
Concluímos:
➢ A TLV fornece uma imagem mais clara da formação da
ligação química do que a teoria de Lewis.
➢ A TLV afirma que se forma uma molécula estável a
partir dos átomos reagentes quando a energia potencial
do sistema atingir um mínimo.
➢ A teoria de Lewis ignora as mudanças energéticas que
ocorrem durante o processo de formação de ligações
químicas.
Ligação H2S

A TLV dá conta das variações de energia potencial à medida que varia a distância entre
os átomos envolvidos na ligação. Uma vez que as orbitais envolvidas não são do mesmo
tipo em todos os casos, podemos perceber porque as energias e os comprimentos de
ligação podem ser diferentes nas moléculas H2, F2 e H2S.
Pontos importantes da TLV

• A maioria dos electrões numa molécula, permanecem


nas mesmas posições orbitais que eles ocupavam nos
átomos separados.
• Os electrões de ligação estão localizados na região de
sobreposição das Orbitais Atómicas.
• Para as Orbitais Atómicas (OA) com lóbulos
direccionais (tais como as orbitais p), a sobreposição
máxima ocorre quando as OA se sobrepõem topo a
topo.
• A TLV também não explica tudo …
Hibridação das Orbitais Atómicas
Hibridação — coalescência de duas ou mais orbitais atómicas
para formar um novo conjunto de orbitais atómicas híbridas.
1. Coalescência de, pelo menos, 2 orbitais atómicas não equivalentes
(por ex., s e p). As orbitais híbridas têm uma forma muito diferente
das orbitais atómicas originais.

2. Número de orbitais híbridas é igual ao número de orbitais atómicas


puras que participam no processo de hibridação.

3. As ligações covalentes podem ser formadas por:


a. Sobreposição de orbital atómica com orbital atómica
b. Sobreposição de orbital híbrida com orbital atómica;
c. Sobreposição de orbital híbrida com orbital híbrida.
TLV e o CH4 (hibridação sp3)
C: 1s2 2s2 2px1 2py1
4H: 1s1 1s2 2s2 2px1 2py1
O carbono só tem 2 orbitais semi-preenchidas. Porque é que não temos moléculas CH2?
Como consegue fazer 4 ligações?

Átomo de carbono excitado


1s2 2s1 2px1 2py1 2pz1
Um electrão 2s foi promovido para a orbital 2pz e o carbono passou a ter 4 orbitais semi-
preenchidas e a poder fazer 4 ligações.
Como se explica que as 4 ligações façam um ângulo de 109,5º e sejam iguais?

1s2 (sp3)1 (sp3)1 (sp3)1 (sp3)1

HIBRIDAÇÃO
Formação de Orbitais Híbridas sp3

Hibridação

Estas 4 orbitais híbridas orientam-se na direcção dos 4 vértices de um


tetraedro regular.
Formação de Ligações Covalentes
“mistura de 1 orbital s com 3 orbitais p” – hibridação sp3

CH4 1s1

sp3

1s1 sp3 sp3


1s1
sp3

1s1
Carbono está ligado a 4 átomos e não tem
pares não ligantes sobre ele:
4+0 = 4 4orbitais híbridas equivalentes - sp3
Esquema da Hibridação sp3

Quatro Orbitais Atómicas… … formam quatro novas Orbitais


Atómicas Híbridas.
TLV e o NH3 (hibridação sp3)
piramidal
N: 1s2 2s2 2p3 trigonal

3H: 1s1 1s2 2s2 2px1 2py1 2pz1


O azoto tem 3 orbitais semi-preenchidas, pode fazer 3 ligações.

Qual é a geometria molecular do NH3 se as ligações se formarem


a partir da sobreposição das orbitais 1s dos átomos de H
e as orbitais p do átomo de N?
R: 3 orbitais 2p do N
sobrepostas às orbitais 1s
dos H prevê-se ângulos de
ligação de 900

ângulo de ligação
H-N-H é 107,30
Como explicar este ângulo?
HIBRIDAÇÃO
TLV e o NH3 (hibridação sp3)

N: 1s2 2s2 2px1 2py1 2pz1

3H: 1s1 1s2 2s2 2px1 2py1 2pz1


O azoto tem 3 orbitais semi-preenchidas e pode fazer 3 ligações. Como se explica que as
3 ligações façam um ângulo de 107,3º ?

HIBRIDAÇÃO

O N liga-se a 3 átomos + 1
par não ligante sobre o N . 1s2 (sp3)2 (sp3)1 (sp3)1 (sp3)1
3+1=4 → sp3
sp3 — O átomo N hibridado no NH3

Preveja o ângulo
sp3
de ligação
correcto

sp3 sp3
107,3º

sp3
Hibridação sp

• Duas orbitais híbridas sp são formadas a partir de uma


orbital s e uma orbital p.
• Duas orbitais p vazias permanecem não hibridadas; as
orbitais p podem ser utilizadas numa ligação múltipla.
• As orbitais sp híbridas têm um ângulo de 180o.
• A geometria em torno do átomo hibridado é linear, como
previsto pela TRECV.

Hibridação sp no Be:
Hibridação sp no Be
… com 2 orbitais
p vazias.

2 Orbitais Atómicas para formar … … 2 Orbitais Atómicas híbridas …


Formação de Orbitais híbridas sp

Hibridação

Be: 1s2 2s2 → 1s2 2s1 2px1 → 1s2 (sp)1 (sp)1


excitação hibridação

sp sp
Cl-Be-Cl

O Be liga-se a 2 átomos + 0 pares não ligantes sobre ele


2+0=2 → sp
Hibridação sp2

• 3 orbitais híbridas sp2 são formadas a partir de uma orbital


s e 2 orbitais p.
• A orbital p vazia mantêm-se não hibridada; a orbital p pode
ser utilizada numa ligação múltipla.
• As orbitais híbridas sp2 estão no plano.
• A geometria é trigonal plana como previsto pela
TRECV.

Hibridação sp2 no B:
Hibridação sp2 no Boro
A orbital 2p mantêm-se
não hibridada.

3 OA combinam-se para formar … … 3 OA híbridas.


Formação de Orbitais híbridas sp2

Hibridação

F F
sp2 sp2
B: 1s2 2s2 2px1 B
→1s2 2s1 2px1 2py1 sp2
F
→ 1s2 (sp2)1 (sp2)1 (sp2)1 O B liga-se a 3 átomos +0 pares electrões
não ligantes sobre ele=3+0=3→sp2
Como determinar a hibridização do átomo central?

Conte o número de pares não ligantes sobre o átomo central +


o número de átomos ligados ao átomo central

nº de pares não ligantes


+
nº de Átomos Ligados Hibridização Exemplos

2 sp BeCl2

3 sp2 BF3

4 sp3 CH4, NH3, H2O

5 sp3d PCl5

6 sp3d2 SF6
Resumo - Processo de hibridação
➢ O conceito de hibridação não se aplica a átomos isolados. É um modelo
teórico utilizado apenas para explicar a ligação covalente.
➢ A hibridação é um processo de mistura de, pelo menos, 2 orbitais atómicas
não equivalentes, por exemplo, orbitais s e p. Portanto uma orbital híbrida não é
uma orbital atómica pura. As orbitais híbridas e as orbitais atómicas puras têm
formas muito diferentes.
➢ O nº de orbitais híbridas gerado é igual ao nº de orbitais atómicas puras que
participam no processo de hibridação.

➢ O processo de hibridação requer o fornecimento de energia; contudo, a


energia libertada durante a formação de ligações químicas excede largamente a
energia necessária para promover a hibridação.

➢ As ligações covalentes em moléculas e iões poliatómicos formam-se pela


sobreposição entre orbitais híbridas ou entre orbitais atómicas puras. Portanto, a
descrição da formação de ligações por envolvimento de orbitais híbridas está de
acordo com a teoria da ligação de valência; pressupõe-se que os electrões numa
molécula ocupam as orbitais híbridas dos átomos individuais.
Orbitais híbridas e
ligações covalentes múltiplas
TLV Hibridação sp2 de um átomo de carbono
H H
Ex: eteno C2H4 C=C
Cada carbono liga-se a 3 átomos + 0 pares de H H
electrões não ligantes sobre o carbono 3+0=3→ sp2

e hibridado
Átomo de carbono
A orbital 2pz é perpendicular
ao plano das orbitais híbridas

2pz

sp2 sp2

sp2
Ligações
sp2 sp2
no eteno sp2 sp2
C 2H 4 sp2 sp2

Ligação Pi (p) – densidade electrónica acima e abaixo dos núcleos dos átomos ligantes.
Ligação Sigma (s) – densidade electrónica entre os 2 átomos.
Ligação s coalescência entre duas orbitais s

Ligação s coalescência topo a topo entre uma


orbital s e uma orbital p
Ligações sigma (s) e pi (p)
Ligação Pi (p)
Ligação Sigma (s) Coalescência
Coalescência entre duas orbitais atómicas p que não
entre duas orbitais atómicas s estejam no eixo internuclear
ou entre uma orbital
s e uma p ou 2 px Coalescência LATERAL A densidade
Coalescência TOPO a TOPO electrónica encontra-se acima e abaixo
dos núcleos dos átomos ligantes.
A densidade electrónica encontra-se entre
os núcleos dos átomos ligantes.
σ
F F C C
px px
Eixo internuclear
py py
Molécula de azoto – N2

N: 1s2 2s2 2p3


1s2 2s2 2px1 2py1 2pz1

Ligação tripla

Uma vez que as orbitais envolvidas não são do mesmo tipo em todos os casos,
podemos perceber porque é que as energias e os comprimentos de ligação podem
ser diferentes nas moléculas H2, F2, N2 ....
Hibridação sp de um átomo de carbono
Ex: acetileno ou etino C2H2 H-CΞC-H

Cada carbono
liga-se a 2 átomos
e tem 0 pares não
ligantes sobre ele
2+0=2→ sp
sp sp sp sp
Ligações sigma (s) e pi (p)
Ligação simples 1 ligação sigma

Ligação dupla 1 ligação sigma e 1 ligação pi

Ligação tripla 1 ligação sigma e 2 ligações pi

Quantas ligações s e p existem na molécula do ácido


acético (vinagre) CH3COOH?
O

H
s ligações = 6 +1 = 7
H C C O H
p ligações = 1
H
Teoria das orbitais moleculares

as ligações resultam da interacção


entre as orbitais atómicas para formar
orbitais moleculares.
Experiências mostram que O2 é paramagnética
O
O

Todos os electrões na estrutura


de Lewis estão emparelhados

O2 deveria ser diamagnético

O Oxigénio líquido é atraído pelos pólos de um íman

Diamagnética – todos os electrões estão emparelhados – sob a acção


de um campo externo é criado um campo contrário havendo repulsão.
Paramagnética – existem electrões desemparelhados - apresentam
dipolos magnéticos permanentes que se alinham paralelamente sob a
acção de um campo aplicado
As propriedades das moléculas (e, em particular, as
propriedades magnéticas) são por vezes melhor
explicadas por uma outra teoria mecânico-quântica
chamada Teoria das orbitais moleculares (TOM).

A diferença entre uma orbital molecular e


uma orbital atómica é que esta está apenas
associada a um átomo.
Níveis de energia das orbitais moleculares
ligante e antiligante do hidrogénio (H2).

Uma orbital molecular ligante tem menor energia e maior estabilidade do


que as orbitais atómicas a partir das quais se formou.

Uma orbital molecular antiligante tem maior energia e menor estabilidade


do que as orbitais atómicas a partir das quais se formou.
Interferência construtiva (a)
e interferência destrutiva (b)
de duas ondas com
o mesmo comprimento
de onda e amplitude.

(a) (b)
Duas possíveis interacções entre duas orbitais p
equivalentes e as correspondentes orbitais moleculares

Interacção destrutiva

2
Diagrama de níveis de energia das orbitais moleculares
para a molécula Li2
Diagrama geral de níveis de energia das orbitais
moleculares para as moléculas diatómicas homonucleares
de elementos do segundo período: Li2, Be2, B2, C2 e N2.
Configuração das Orbitais Moleculares (OM)

1. O número de orbitais moleculares (OM) formado é sempre igual


ao número de orbitais atómicas que se combina.

2. Quanto mais estável for a OM ligante, menos estável será a


correspondente OM antiligante.

3. O preenchimento de OM faz-se por ordem crescente de energias.

4. Cada OM pode acomodar no máximo dois electrões (com spins


opostos de acordo com o Princípio de Exclusão de Pauli).

5. Utilize a regra de Hund para preencher OM com a mesma energia.

6. O número de electrões nas OM é igual à soma de todos os electrões


dos átomos envolvidos na ligação.
Prever as estabilidades relativas de espécies simples

Ordem de ligação =
1
2 (
N.º electrões
em OM
ligantes
- em OM
antiligantes
)
N.º electrões
Energia

ordem
de ligação ½ 1 ½ 0
x

OL(O2)=1/2(10-6)=2

ligação dupla
ATENÇÃO
Orbitais moleculares deslocalizadas não estão confinadas
ao espaço entre dois átomos adjacentes ligados, mas, pelo
contrário, estendem-se sobre três ou mais átomos.

Vista de cima Vista lateral


Densidade electrónica acima e abaixo do plano da
molécula do benzeno.
Ligações do ião carbonato

CO32-
Química em Acção: Alguém pediu um “Futeboleno”?
sp2
fulereno

grafite

nanotubos de carbono
TPC

- Desenhar o diagrama das orbitais moleculares (segundo


a TOM - Teoria das Orbitais Moleculares) para a espécie,
O22+.
- Nº de eletrões desemparelhados
- Determinar a ordem de ligação no ião.

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