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5930231 – Química Geral

AULAS 11 e 12 – Tabela Periódica

Profa. Sofia Nikolaou (bacharelado)


Prof. Antonio G. S. de Oliveira Filho (licenciatura)
1º semestre de 2020
P. At k i n s & L . J o n e s , P r i n c í p i o s d a Q u í m i c a , 5 o e d i ç ã o, e d i to ra B o o k m a n
C a p í t u l o 1 – p g 3 9 a té 4 8
B ro w n , Q u í m i c a : u m a c i ê n c i a c e n t ra l , 1 3 º e d i ç ã o
HISTÓRICO

Jons Jacob Berzelius

1826 – PESOS ATÔMICOS

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Início de uma tentativa
de classificar os
elementos químicos
segundo similaridade
de propriedades

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OBSERVAÇÃO: quando os elementos conhecidos eram ordenados segundo uma ordem
crescente de massas atômicas, um ciclo de propriedades se repetia a mais ou menos
cada oito elementos (~1865, John Newlands, lei das oitavas)

NECESSIDADE DE CRIAÇÃO DE UM
SISTEMA CLASSIFICATÓRIO EM
TERMOS DE PROPRIEDADES
COMUNS!!!!

1869 – Dmitri Mendeleev – russo – publica a tabela periódica

1870 – Lothar Meyer – alemão – publica a sistematização dos elementos conhecidos


em termos de suas propriedades.

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Dmitri Mendeleev

1869 – “tabela periódica”

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Dois subgrupos Quatro subgrupos

Essa organização previa a descoberta de novos elementos químicos com propriedades


previsíveis

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Um dos motivos pelo qual a tabela de Mendeleev ganhou credibilidade:

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Problemas da organização em termos de massas atômicas:

• alguns elementos acabavam agrupados com elementos de propriedades diferentes.


Para que as propriedades físicas e químicas ficassem consistente, alguns elementos
precisavam ter sua ordem modificada. Ex.: inversão do níquel com cobalto e do iodo
com telúrio
• Sua lógica exigia que cada período tivesse oito elementos, e hoje sabemos que não é
verdade.
• Alguns novos elementos estavam sendo descobertos (ex. samário) e não havia local
para encaixá-los!!!
• As propriedades observáveis não eram consistentes dentro de cada grupo. Exemplo:
metais alcalinos são super-reativos e os metais utilizados na cunhagem de moedas,
pouco reativos como cobre, prata e ouro, ficavam agrupados no mesmo grupo!!!!!!

Ou seja, a classificação estava


errada!

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Organização em Organização em
termos de ????? termos de
massas número atômico

• Desenvolvimento da espectroscopia
• Desenvolvimento das teorias quânticas
• Desenvolvimento dos modelos atômicos modernos
• Em 1913, o físico inglês Henry G. J. Moseley, mediu as frequências de linhas
espectrais específicas de raios X de um número de 40 elementos a partir do
bombardeamento de elétron e verificou um padrão característico de linhas para
cada elemento relacionado com a carga do núcleo (Z) - NÚMERO ATÔMICO

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PERIODICIDADE.... Na época de Mendeleev acreditava-se que ocorreria a repetição
periódica de propriedades a cada oito elementos, o que definiria uma LINHA ou PERÍODO
da tabela periódica
A maioria dos elementos de transição não haviam sido descobertos ainda....

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TABELA PERIÓDICA MODERNA ORGANIZA OS ELEMENTOS EM ORDEM CRESCENTE DE
NÚMERO ATÔMICO.

• NOS PERÍODOS OBSERVA-SE OS ELEMENTOS ONDE HÁ SUCESSIVAMENTE O


PREENCHIMENTO DE UM NÍVEL QUÂNTICO PRINCIPAL 𝑛;

• NUM GRUPO O NÚMERO QUÂNTICO PRINCIPAL 𝑛 CRESCE, MAS A CAMADA DE VALÊNCIA


DOS SEUS ELEMENTOS CONTEM O MESMO NÚMERO DE ELÉTRONS

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TABELA PERIÓDICA LONGA
• NOS PERÍODOS OBSERVA-SE OS ELEMENTOS ONDE HÁ SUCESSIVAMENTE O
PREENCHIMENTO DE UM NÍVEL QUÂNTICO PRINCIPAL 𝑛;
• NÃO HÁ COMPROMISSO COM UM NÚMERO FIXO DE ELEMENTOS EM CADA
PERÍODO, COMO PREVIA A REPETIÇÃO A CADA OITAVA!

8
elementos

32
elementos

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TABELA PERIÓDICA LONGA
• EM UM GRUPO O NÚMERO QUÂNTICO PRINCIPAL 𝑛 CRESCE

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FORMA MAIS USUAL....TABELA PERIÓDICA CURTA

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NOTAÇÃO.... CLASSIFICAÇÕES....
𝑧
𝐴
X FORMA ANTIGA DE DENOMINAR OS
GRUPOS

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CNATP Halogênios

Terras
raras

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AINDA...

• METAIS: condutividade elétrica em três dimensões. Bons condutores


• NÃO-METAIS: não condutores
• SEMI METAIS: propriedades intermediárias

CUIDADO: as condições devem ser especificadas (no caso, condições ambientes) pois:

METAIS: condutividade diminui com aumento de 𝑇


NÃO-METAIS: condutividade aumenta com o aumento de 𝑇

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RAIO ATÔMICO
• CRESCE DENTRO DE UM GRUPO: dentro da mesma família ou grupo o número de níveis
n aumenta, aumentando o tamanho geral do átomo

• DECRESCE DENTRO DE UM PERÍODO: dentro do período aumento z para um mesmo


número n (embora também aumente o número de elétrons...)

DIFÍCIL DEFINIR O
TAMANHO DO
ÁTOMO, JÁ QUE A
NUVEM
ELETRÔNICA NÃO
TEM TAMANHO
FIXO...MEDIDO EM
TERMOS DOS
NÚCLEOS

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VALORES EXPERIMENTAIS OU EXTRAPOLADOS POR SEMELHANÇA COM COMPOSTOS
CONHECIDOS

RAIO METÁLICO RAIO COVALENTE RAIO IÔNICO

RAIO DE VAN DER WAALS

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Por que o raio atômico decresce no período?

𝑍 : carga nuclear
𝑍ef : carga nuclear efetiva
DUAS FORÇAS OPERAM PARA MANUTENÇÃO DA INTEGRIDADE DO ÁTOMO:

• ATRAÇÃO NÚCLEO – ELÉTRON  contribui para a contração


• REPULSÃO ELÉTRON – ELÉTRON  contribui para aumento do tamanho

SEMPRE HÁ A PREVALESCÊNCIA DE UMA DAS DUAS, OU SEJA, UMA RESULTANTE


OBSERVA-SE QUE SEMPRE ATRAÇÃO NÚCLEO-
ELÉTRON >> REPULSÃO ELÉTRON-ELÉTRON

EFEITO DE BLINDAGEM: os elétrons das camadas mais internas fazem com que os
elétrons mais externos sintam MENOS a carga nuclear, ou seja, blindam os elétrons
externos

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EFEITO DE BLINDAGEM: os elétrons
das camadas mais internas fazem com que
os elétrons mais externos sintam MENOS a
carga nuclear, ou seja, blindam os elétrons
externos.

Cargas nucleares efetivas segundo Clementi e Raimondi, obtidas a partir de


cálculos baseados em funções de onda atômicos
𝑍ef < 𝑍 Li Be B C N O F Ne
Z 3 4 5 6 7 8 9 10
𝑍𝑒𝑓 = 𝑍 − 𝜎
1s 2,69 3,68 4,68 5,67 6,66 7,66 8,65 9,64
2s 1,28 1,91 2,58 3,22 3,85 4,49 5,13 5,76
Empírico; cte de Slater
2p 2,42 3,14 3,83 4,45 5,10 5,76

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em resumo (figura do Brown):

• Os elétrons do “caroço” blindam


efetivamente os elétrons externos da
camada de valência
• Como os elétrons 1s tem a maior
probabilidade de todas de estarem próximos
ao núcleo, o efeito de blindagem que esses
elétrons exercem é perfeitamente
proporcional à carga nuclear (linha
vermelha)
• No entanto, os elétrons de valência também
exercem blindagem COM DIFERENTES
MAGNITUDES (veja as regiões de
probabilidade dos elétrons 2s e 2p do slide
anterior)
• Isso gera resultantes mais complicadas, que
deixam de ser estritamente proporcionais ao
aumento de 𝑍 (demais linhas da figura ao
lado)
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Reparem que a variação do raio é BASTANTE PRONUNCIADA quando muda de período (com a introdução de
uma nova camada). Mas...

É menos pronunciada (e as vezes é irregular) dentro de um mesmo período onde o preenchimento eletrônico
está ocorrendo em uma mesma camada, apenas a carga nuclear efetiva está variando em função dos efeitos de
blindagem

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VARIAÇÃO RADIAL EM ÍONS

CÁTIONS SÃO SEMPRE MENORES QUE OS


RESPECTIVOS ÁTOMOS

ÂNIONS SÃO SEMPRE MAIORES QUE OS


RESPECTIVOS ÁTOMOS

Espécies ISOELETRÔNICAS: tem o mesmo


número de elétrons (mas o TAMANHO é
diferente, pois a carga exercida pelos
núcleos é diferente...)

Ex. [He] 2s2 2p6


Na+, F– e Mg2+

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ENERGIA DE IONIZAÇÃO:

• ENERGIA NECESSÁRIA PARA ARRANCAR UM ELÉTRON DE UM ÁTOMO EM FASE


GASOSA;
• Portanto, define-se primeira, segunda, terceira, etc. energias de ionização
• Medidas espectroscopicamente, em geral em kJ mol–1
• Depende:
Do tamanho do átomo
Da carga nuclear efetiva
Do tipo de elétrons (s, p, d ou f)

Raciocínio geral: quanto menor o


átomo, maior a energia
necessária para remover um
elétron, que sentirá mais a carga
do núcleo

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Além disso

A energia necessária para a remoção do segundo elétron é muito maior que a remoção do
primeiro e assim por diante:

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Exemplo de desvios no valor previsto

Quando um valor de energia de ionização é atipicamente baixo, como no caso do


oxigênio:

A repulsão intereletrônica dos dois elétrons emparelhados que ocupam o orbital 2p


contribui para sua remoção.

Algumas configurações são especialmente estáveis no que diz respeito à perda ou


ganho de elétrons:

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AFINIDADE ELETRÔNICA

Energia liberada quando um elétron


é adicionado a um átomo no estado
gasoso. Portanto, são sempre
processos EXOTÉRMICOS, mesmo
para os íons que tipicamente
conhecemos como eletropositivos
O flúor é muito pequeno,
ou, com tendência de formação de
repulsão intereletrônica
cátions influencia o valor de
afinidade!
* Lembrar que a perda e o ganho de
um elétron envolve dois átomos,
portanto basta verificar qual tem
mais tendência relativa de ganhar o
elétron

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Afinidade eletrônica também é medida em kJ mol–1 através dos ciclos de Harber–Born

Afinidade
eletrônica

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Quando a afinidade eletrônica é atipicamente alta, exemplo:


Cl + 𝑒 − → Cl D𝐸 = –349 kJ mol–1

Cl : [Ne] 3s2 3p5

Cl– : [Ne] 3s2 3p6 configuração de gás nobre, ou seja, de camada cheia

NÃO CONFUNDIR AFINIDADE ELETRÔNICA COM ELETRONEGATIVIDADE:

ELETRONEGATIVIDADE: tendência que um elemento químico tem de atrair mais a


nuvem eletrônica em uma ligação covalente. Não é definida explicitamente como
uma energia como a afinidade eletrônica.

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Outras “anomalias”
Quando a afinidade eletrônica é atipicamente baixa

A tendência do nitrogênio ganhar um elétron é muito


menor pois a introdução do quarto elétron em um orbital p
AUMENTA a repulsão intereletrônica, AUMENTANDO mais a
energia do subnível.

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