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Química Orgânica:
Haletos de Alquila
Prof. Dr. Emmanoel Vilaça Costa
Apresentação baseada nos livros
Solomons, 2012 (10ª Ed.), Smith,
2011 (3ª Ed.), Vollhardt 2009 (6ª Ed.)
e Bruice, 2006 (4ª Ed.). Manaus-AM 1
Haletos de Alquila
• Substâncias em que um H de um alcano foi substituído por um
halogênio (F, Cl, Br ou I).
ou ou ou
3
• Átomo de halogênio de um haleto de alquila está ligado a um
C com hibridização sp3.
4
• Tamanho do átomo de halogênio aumenta à medida que descemos
na Tabela Periódica:
F < Cl < Br < I
Comprimento da
ligação C – X (Å)
Força da ligação C – X
5
(KJ mol-1)
• No laboratório e na indústria, os haletos de alquila são
usados como solventes para compostos relativamente
apolares.
11
Métodos de Obtenção de Haletos de Alquila
1. Adição a Alcenos
Eteno Cloroetano
2,3-Dimetilbut-2-eno 2-Bromo-2,3-dimetilbutano
(2,3-Dimetil-2-Buteno)
Ciclohexeno Iodociclohexano
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Mecanismo de Reação
Etapa 1
lenta
Etapa 2
rápida
Propanol Iodopropano
Ciclo-hexanol Bromociclo-hexano
2-Metil-Butan-2-ol 2-Cloro-2-metilbutano
(2-Metil-2-Butanol) 14
Mecanismo de Reação 1
Mecanismo de Reação SN1
Reação do carbocátion
com um nucleófilo
Protonação do
átomo mais Produdo de
básico Eliminação
15
Mecanismo de Reação 2
Protonação do
oxigênio
Ataque por trás
do nucleófilo
16
b) Com PCl3, PBr3 ou SOCl2
17
Mecanismo de Reação
com PCl3 ou PBr3
Tribrometo de
fósforo
Grupo
bromofosfito
18
Mecanismo de Reação com SOCl2
Cloreto
de tionila
Grupo
clorossulfito
19
3. A partir de Alcanos
Cloração
Bromação
Nota:
Mecanismo radicalar que geralmente leva a uma mistura
de produtos de difícil separação. 20
Reações de Substituição Nucleofílica e de
Eliminação em Haletos de Alquila
• Compostos orgânicos que têm um átomo ou grupo de átomos
eletronegativo ligado a um C sp3 sofrem reações de substituição e/ou
eliminação.
Reação de substituição
Reação de eliminação
Grupo de saída
21
• Porque os haletos de alquila sofrem reações de
substituição e de eliminação?
Nucléofilo
negativo produto
neutro Nucleófilo Grupo de
saída
Eletrófilo
Nucléofilo
nentro produto Nucleófilo Grupo de
positivo (sal) saída 23
Eletrófilo
24
• Nas reações de substituição nucleofílica a ligação entre o C do
substrato e o GS sofre clivagem heterolítica e o par de elétrons não
compartilhado do nucleófilo forma um nova ligação com o átomo
de C.
25
• Mas o que é um nucleófilo?
• Um nucleófilo é um reagente que procura um centro
positivo.
Haleto de Grupo de
Alquila saída (GS)
Nucleófilo Íon alquiloxônio
28
Ácido mais forte Base mais fraca
Produto de
Substituição
30
Mecanismo 2. A ligação C–Halogênio se rompe heteroliticamente
sem nenhuma assistência do nucleófilo, formando um carbocátion. O
carbocátion (eletrófilo) reage com o nucleófilo para formar um
produto de substituição (Mecanismo SN1).
Produto de
Substituição
32
Tabela 2
Número do Inicial Inicial Velocidade Inicial
Experimento
Velocidade [CH3Cl][OH-]
Para a reação entre o CH3Cl e o OH- nesta temperatura encontramos um k = 4,9 x 10-7
mol L-1 s-1. k Descreve a dificuldade de superar a bareira de energia da reação (a
dificuldade de alcançar o estado de transição). Quanto > k mais fácil é alcançar o
estado de transição. 33
• A reação é dita ser de segunda ordem global.
34
Mecanismo de Reação SN2
(HOMO maior Orbital antiligante (LUMO menor energia)
energia)
Estado de transição
No estado de transição uma ligação entre o O e
C é parcialmente formada enquanto uma ligação
entre o C e o Cl é parcialmente rompida. A
configuração começa a se inverter.
Energia livre de
ativação
Diagrama de energia
livre para a reação do
Reagentes
CH3Cl com o íon OH- a
60oC.
Variação de
energia livre
Produtos
Coodenada de reção
Notas: 1) A de energia livre entre os reagentes e o estado de transição é a energia de
ativação (G‡); 2) A de energia livre entre os reagentes e os produtos é a variação de
energia livre de reação, Go; 3) A reação entre o CH3Cl e OH- é altamente exergônia (−100 KJ
mol-1) e também exotérmica (H = −75o kJ mol-1). Exergônia variação de energia livre
negativa e endergônia variação de energia positiva. 37
Estereoquímica das Reações SN2
• Está diretamente relacionada com as principais características do
mecanismo SN2 (ataque por trás com inversão de configuração).
Uma inversão de configuração
Não tem como provar que o ataque por um nucleófilo envolveu inversão de
configuração do átomo de C, pois uma forma do cloreto de metila é idêntica a
sua forma invertida (molécula aquiral). 38
E no caso do cis-1-cloro-3-metilciclopentano (molécula
cíclica), podemos observar inversão de configuração?
cis-1-cloro-3- trans-3-
metilciclopentano metilciclopentanol
40
A Reação do tipo SN1
Exemplo: Cloreto de terc-butila.
Íon hidróxido
(vem do NaOH)
Cloreto de Álcool terc-
terc-butila butílico
• Esperaria que fosse muito lenta devido a água ser um nucleófilo fraco e o
terc-butila impedido estericamente.
Velocidade [(CH3)3CCl]
Velocidade = k [(CH3)3CCl]
44
G‡ (1) é muito
Etapa 1 lenta Etapa 1 > que G‡ (2) e
Estado de G‡ (3) , logo é a
transição 1 etapa mais
lenta
Com ajuda de um Esta etapa produz o carbocátion
solvente polar, o Cl sai 3ário intermediário e um íon Cl-. Os
com o par de elétrons íons estão solvados (e
que o ligava ao átomo estabilizados) por moléculas de
de C H20
Coordenada de reação
Etapa 2 Etapa 2
rápida Estado de
transição 2
Orbitais p vazios
Cátion Cátion
metila terc-butila
• Seu orbital p não bibridizado fica vazio. Pode aceitar uma par de elétrons em uma reação
posterior.
+ Estável Metil
− Estável
• E pode ser explicada com base na hiperconjugação.
47
• Hiperconjugação: envolve a deslocalização de elétrons (via
sopreposição parcial de orbitais) de um orbital ligante preenchido
para um orbital não preenchido adjacente.
Mesmo produto
50
• E no caso so (S)-3-bromo-3-metil-hexano?
• Racemização ocorre sempre quando a reação faz com que moléculas quirais
sejam convertidas em um intermediário aquiral. 51
Mecanismo da Estereoquímica de Uma
Reação SN1
Como seria então o mecanismo da reação anterior
mostrada?
52
Etapa 1
Etapa 2
55
Exercício 1
Que produto(s) você esperaria da seguinte reação de solvólise?
56
O brometo de ciclo-hexenila é terciário, portanto perde um íon brometo em
metanol para formar um carbocátion terciário
de
de
1) A estrutura do substrato;
2) A concentração e a reatividade do nucleófilo (apenas para
reações bimoleculares);
3) O efeito do solvente;
4) A natureza do grupo abandonador. 58
Efeito da Estrutura do Substrato
❑ Reações SN2
Neopentila
59
• O fator importante por trás dessa ordem de reatividade é o efeito estérico e, neste
caso um impedimento estérico.
Metila Neopentila
Velocidade relativa 60
Notas:
1) Uma reação SN2 requer um aproximação do nucleófilo
até uma distância na faixa da distância de ligação do C
que contém o GS.
61
Exercício 2
Distribua os brometos de alquila abaixo em ordem
descrescente de reatividade (do mais rápido para o mais
lento) como um substrato em uma reação SN2.
62
❑ Reações SN1
• Com exceção daquelas reações que ocorrem em ácidos fortes, os
únicos C.O. que sofrem reação através de um mecanismo SN1 com
uma velocidade razoável são aqueles capazes de formar
carbocátions relativamente estáveis.
Metila 1o Neopentila
2o 3o 63
Notas:
1) Os carbocátions 3ários são estabilizados porque as
ligações nos 3C adjascentes contribuem com
densidade eletrônica para o orbital p do carbocátion
através de hiperconjugação.
64
Exercício 3
Qual dos seguintes haletos de alquila é o mais provável
para sofrer substituição através de um mecanismo SN1?
65
Efeito da Concentração e da Força do Nucleófilo
Bom
nucleófilo
Mau
nucleófilo
Assim, embora o íon OH− seja uma base + forte ele reage
mais lentamente do que o íon CN−.
70
Efeito do Solvente nas Reações SN2:
Solventes Próticos, Polares e Apróticos
• As moléculas de um solvente como a H2O ou o álcool (solventes próticos)
tem um átomo de H ligado a um elemento fortemente eletronegativo.
Moléculas do solvente
prótico (H2O) solvatam um
íon haleto formando
ligações de H com ele.
71
• Para um nucleófilo fortemente solvatado reagir ele deve se
desprender de algumas de suas moléculas do solvente (efeito do
solvente).
• Os tióis (R–SH) são nucleófilos + fortes do que os álcoois (R-OH) e os ânios RS−
são melhores nucleófilos do que os ânios RO−.
• As nucleofilicidades relativas de alguns nucleófilos comuns em solventes próticos
são:
SH− > CN− > OH− > N3− > Br− > CH3CO2− > Cl− > F− > H2O
Notas:
2) Átomos maiores possuem > polarizabilidade (suas nuvem eltrônicas são mais
facilmente distorcidas) e consequentemente podem doar um maior grau de
densidade eletrônica para o substrato. 73
Exercício 4
Coloque os nucleófilos abaixo em odem de
nucleofilicidade decrescente (do maior para
o menor).
Resposta
75
Um íon sódio solvatado por
moléculas do solvente prótico (H2O) Um íon sódio solvatado por moléculas
do solvente aprótico (DMSO)
78
Efeito do Solvente nas Reações SN1:
Capacidade Ionizante do Solvente
• O uso de um solvente prótico polar aumentará enormente a velocidade de
ionização de um haleto de alquila em qualquer reação SN1.
• As atrações e repulsões eletrostáticas entre íons são menores nos solventes com constantes
dielétricas maiores.
Tabela 3
Água
Ácido fórmico
Dimetilssulfóxido (DMSO)
Aumento da
N,N-Dimetilformamida (DMF)
polaridade
Acetonitrila
do solvente
Metanol
Hexametilfosforamida (HMPA)
Etanol
Acetona
Ácido acético
80
A Natureza do Grupo de Saída (GS)
• Em geral, os melhores grupos abandonadores são aqueles que podem ser classificados
como bases fracas depois que eles saem.
• A razão pela qual a estabilização da carga negativa é importante pode ser entendida
considerando-se a estrutura dos estados de transição.
• Em uma reação SN1 e SN2 o grupo abandonador começa a adquirir uma carga negativa à
medida que o estado de transição é alcançado.
A estabilização
Reação SN1 dessa carga
(Etapa negativa que se
Determinate forma no GS
da Velocidade) estabiliza o estado
de transição
Estado de transição
diminuindo a
energia livre de
Reação SN2 ativação (>
velocidade de
reação)
Estado de transição 81
• Entre os halogênios, a ordem do melhor grupo de saída é:
82
Resumo de Reações SN1 versus SN2
Tabela 4. Fatores que favorecem reações SN1 versus SN2.
Fator SN1 SN2
3º (requer a formação de Metila > 1º > 2º
Substrato um carbocátion (requer um substrato
relativamente estável). desimpedido).
Base de Lewis fraca, Base de Lewis forte, a
Nucleófilo molécula neutra, o velocidade aumenta
nucleófilo pode ser o pela alta
solvente (solvólise). concentração do
nucleófilo.
Solvente Polar prótico (por exemplo Polar aprótico (por
alcoóis e H2O) exemplo DMF, DMSO)
I− > Br− > Cl− > F− tanto para SN1 quanto para SN2
Grupo de Saída (quanto mais fraca for a base após a saída do
grupo, melhor é o grupo de saída). 83
Reações de Eliminação nos Haletos de Alquila
• As reações de eliminação nos haletos de aquila são reações
importantes que competem com as reações de substituição.
Eliminação
84
Desidroalogenação
• Um método largamente utilizado para a síntese de alcenos é a
eliminação de HX a partir de átomos adjascentes de um haleto de
aquila.
Desidroalogenação
• Assim como nas reações SN1 e SN2, nas eliminações existe um grupo abandonador
e uma base de Lewis atacante que possui um par de elétrons.
Hidrogênio e
carbono
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Reação E2
• Quando o brometo de isopropila (CH3CHBrCH) é aquecido com etóxido de
sódio (C2H5O−) em etanol (C2H5OH) para formar o propeno, a velocidade da
reação depende da concentração do CH3CHBrCH e da concentração do íon
C2H5O−.
Velocidade = k [CH3CHBrCH3][C2H5O−]
Estado de transição
Estado de
transição
Coordenada de reação
Uma reação E2 tem apenas um
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estado de transição
Projeção de
Newman Estado de transição Alceno
anticoplanar do
haleto de aquila
2-Metilpropeno
Brometo de terc-butila
Etapa 1 Etapa 2
Estado de Estado de
transição 1 transição 2
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Coodenada de reação Coodenada de reação
Como Determinar se a Substituição ou a
Eliminação é Favorecida
❑ SN2 versus E2
• As reações SN2 e E2 são ambas favorecidas por uma alta
concentração de um nucleófilo ou base forte.
Eliminação E2
Substituição SN2
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• Entretanto, a avaliação de parâmetros na substituição e
na eliminação tais como:
- Temperatura;
- Tamanho da base/nucleófilo);
- Efeitos de basicidade;
- Polarizabilidade.
Sem aquecimento
Com aquecimento
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• Basicidade e Polarizabilidade: Outro fator que afeta as velocidades relativas das
reações E2 e SN2 é a basicidade e a polarizabilidade relativas da base/nucleófilo.
- A utilização de uma base forte levemente polarizável, como um íon amideto (NH2−)
ou um íon alcóxido (principalmente um íon impedido estericamente) tende a
probabilidade de eliminação E2.
- O uso de um íon fracamente básico, como o íon Cl− ou acetato (CH3CO2−) ou um íon
fracamente básico e altamente polarizável, tal como o Br−, I− ou RS−, aumenta a
probabilidade de substituição SN2.
- O íon acetato (CH3CO2−), por exemplo reage com o brometo de isopropila via SN2.
- O íon etóxido (CH3CH2O−)+ fortemente básico reage com o mesmo composto via
E2.
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❑ SN1 versus E1
• Uma vez que as reações SN1 e E1 prosseguem através da
formação de um intermediário comum, ambos respondem de
modo semelhante aos fatores que afetam as velocidades.
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Resumo Geral das Reações SN1, SN2, E1 e E2
Tabela 5. Resumo geral das reações SN1, SN2, E1 e E2.
CH3X Haleto 1ário Haleto 2ário Haleto 3ário
Somente Reações Bimoleculares (SN2 , E2) SN1/E1 ou E2
101
102