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Universidade Federal do Amazonas

Instituto de Ciências Exatas


Departamento de Química

Química Orgânica:
Haletos de Alquila
Prof. Dr. Emmanoel Vilaça Costa
Apresentação baseada nos livros
Solomons, 2012 (10ª Ed.), Smith,
2011 (3ª Ed.), Vollhardt 2009 (6ª Ed.)
e Bruice, 2006 (4ª Ed.). Manaus-AM 1
Haletos de Alquila
• Substâncias em que um H de um alcano foi substituído por um
halogênio (F, Cl, Br ou I).

• Classificam-se em 1ário, 2ário ou 3ário, depedendo do C ao qual estiver


ligado.

Carbono primário Carbono secundário Carbono terciário

Haleto de Haleto de Haleto de


alquila 1ário alquila 2ário alquila 3ário

• Pares de elétrons livre nos halogênios geralmente não são


mostrados.
2
Exemplos

ou ou ou

Cloreto de Cloreto de Cloreto de


etila isopropila terc-butila

3
• Átomo de halogênio de um haleto de alquila está ligado a um
C com hibridização sp3.

• O arranjo dos grupos ao redor do átomo de C é geralmente


tetraédrico.

• A ligação C-halogênio dos haletos de alquila é polarizada.

• C carga parcial positiva e halogênio carga parcial negativa.


Porquê?

4
• Tamanho do átomo de halogênio aumenta à medida que descemos
na Tabela Periódica:
F < Cl < Br < I

• Consequentemente, o comprimento da ligação C-halogênio


aumenta e a força da ligação C-halogênio diminui à medida que
descemos na Tabela Periódica.
Tabela 1 Comprimentos e Forças de ligação Carbono - Halogênio

Comprimento da
ligação C – X (Å)
Força da ligação C – X
5
(KJ mol-1)
• No laboratório e na indústria, os haletos de alquila são
usados como solventes para compostos relativamente
apolares.

• São utilizados como materiais de partida para a síntese


de muitos compostos.

• O átomo de halogênio de um haleto de alquila pode ser


facilmente substituído por outros grupos.

• A presença de um átomo de halogênio em uma cadeia


carbônica também nos fornece a possibilidade de
introduzir uma ligação múltipla (ligação dupla ou tripla).
6
Nomenclatura de Haletos de Alquila
• Os nome comuns de haletos de alquila consitem no nome do
halogênio seguido pelo nome do grupo alquila – com o final “o” do
halogênio substituído por “eto”.

• No sistema IUPAC: haletos de alquila são nomeados como alcanos


substituídos. O nome do prefixo do substituinte são os nome dos
halogênios (flúor, cloro, bromo e iodo).

• Por isso chamado muitas vezes de haloalcanos.

Cloreto de metila Fluoreto de etila


clorometano Fluoroetano
Iodeto de isoproprila Brometo de sec-butila
2-Iodopropano 2-bromobutano
7
• Compostos nos quais um átomo de halogênio está ligado a um
carbono com hibridização sp2 são chamados de haletos de vinila ou
haletos de fenila.

• Compotos CH2 = CHCl tem o nome comum cloreto de vinila, e o


grupo CH2 = CH − é normalmente chamado de grupo vinila.

Haleto de vinila: halogênio ligado a um carbono com ligação dupla.

Haleto de fenila: halogênio está ligado a um anel benzênico.

Um haleto de vinila Um haleto de fenila ou arila8


Propriedades Físicas dos Haletos de Alquila
• Maioria dos haletos de alquila e arila (fenila) apresentam baixa
solubilidade em H2O.

• Fluoretos de alquilas são os haletos mais solúveis em H2O.


Porque?

• São miscíveis entre si e com outros solventes relativamente


apolares.

• CH2Cl2 (diclorometano), CHCl3 (triclorometano) e CCl4


(tetraclorometano) são muitas vezes utilizados como solventes para
compostos apolares e moderadamente polares.

• Muitos cloroalcanos, incluindo o CH2Cl2, CHCl3 e o CCl4, possuem


toxidade acumulativa e são cancerígenos. 9
Polarizabilidade de uma molécula está associada à
capacidade de deformação de sua nuvem eletrônica.
Assim átomos maiores tendem a ser mais
polarizáveis.

• Quanto mais polarizado o átomo, mas forte são as


interações de Wan der Waals.

• Portanto, um fluoreto de alquila tem P.E. menor que


um cloreto de alquila com o mesmo grupo alquila. 10
• Cloretos de alquila têm P.E. menores que brometos de
alquila, que tem P.E. menores que os iodetos de alquila.

• Em uma série homóloga o P.E. aumenta com o aumento da


cadeia (> superfície de contato – Forcas de Van der Waals).

11
Métodos de Obtenção de Haletos de Alquila
1. Adição a Alcenos

Eteno Cloroetano

2,3-Dimetilbut-2-eno 2-Bromo-2,3-dimetilbutano
(2,3-Dimetil-2-Buteno)

Ciclohexeno Iodociclohexano
12
Mecanismo de Reação
Etapa 1

lenta

Os elétrons  do alqueno formam uma ligação com o próton do H – X


produzindo um carbocátion e um íon haleto.

Etapa 2
rápida

O íon haleto reage com o carbocátion doando um par de


elétrons, resultando em um haleto de alquila.
13
2. A partir de Álcoois
a) Com haletos de hidrogênio (HCl; HBr e HI)

Propanol Iodopropano

Ciclo-hexanol Bromociclo-hexano

2-Metil-Butan-2-ol 2-Cloro-2-metilbutano
(2-Metil-2-Butanol) 14
Mecanismo de Reação 1
Mecanismo de Reação SN1
Reação do carbocátion
com um nucleófilo

Protonação do
átomo mais Produdo de
básico Eliminação

15
Mecanismo de Reação 2

Mecanismo de Reação SN2

Protonação do
oxigênio
Ataque por trás
do nucleófilo

16
b) Com PCl3, PBr3 ou SOCl2

17
Mecanismo de Reação
com PCl3 ou PBr3

Tribrometo de
fósforo

Grupo
bromofosfito

18
Mecanismo de Reação com SOCl2

Cloreto
de tionila

Grupo
clorossulfito

19
3. A partir de Alcanos
Cloração

Bromação

Nota:
Mecanismo radicalar que geralmente leva a uma mistura
de produtos de difícil separação. 20
Reações de Substituição Nucleofílica e de
Eliminação em Haletos de Alquila
• Compostos orgânicos que têm um átomo ou grupo de átomos
eletronegativo ligado a um C sp3 sofrem reações de substituição e/ou
eliminação.

Reação de substituição um átomo ou grupo eletronegativo é trocado por


outro átomo ou por outro grupo.

Reação de eliminação um átomo ou grupo eletronegativo é eliminado com


um H de um C adjascente.

Reação de substituição

Reação de eliminação
Grupo de saída
21
• Porque os haletos de alquila sofrem reações de
substituição e de eliminação?

- Um halogênio (F, Cl, Br ou I) é + eletronegativo que o carbono.

- Não há o compartilhamento de elétrons ligantes de modo igual.

- Halogênio + eletronegativo tem carga parcial negativa.

- C (–) eletrogenativo tem carga parcial positiva.

- Halogênio tende a ficar com o par de elétrons.

- C (+) positivo é atraído por um nucleófilo.

• Ligação polar C–halogênio responsável pelas reações de


substituição e de eliminação.
22
Reações de Substituição Nucleofílica
• Estão entre os tipos mais fundamentais de reações orgânicas.

• Neste tipo de reação um nucleófilo (Nu) substitui um grupo de saída (GS) na


molécula que sofre a substituição (substrato).

• Nucleófilo é sempre uma base de Lewis e pode ser carregado negativamente ou


neutro.

• GS é sempre uma espécie que carrega um par de elétrons quando sai.

• Substrato Haleto de alquila; GS ânion haleto.

Nucléofilo
negativo produto
neutro Nucleófilo Grupo de
saída
Eletrófilo

Nucléofilo
nentro produto Nucleófilo Grupo de
positivo (sal) saída 23
Eletrófilo
24
• Nas reações de substituição nucleofílica a ligação entre o C do
substrato e o GS sofre clivagem heterolítica e o par de elétrons não
compartilhado do nucleófilo forma um nova ligação com o átomo
de C.

25
• Mas o que é um nucleófilo?
• Um nucleófilo é um reagente que procura um centro
positivo.

Este é o centro O halogênio eletronegativo


positivo que o polariza a ligação C – X
nucleófilo procura

• Qualquer íon negativo ou molécula sem carga com um


par de elétrons não compartilhado é um nucleófilo em
potencial.

• Um nucleófilo geralmente é uma base forte.


26
Reação geral para a Substituição Nucleofílica de um Haleto de Alquila
pelo íon hidróxido (nucleófilo carregado negativamente)

Nucleófilo Haleto de Álcool Grupo de


Alquila saída (GS)

Reação geral para a Substituição Nucleofílica de um Haleto de Alquila


pela H2O (nucleófilo neutro - pares de elétrons não compartilhados)

Haleto de Grupo de
Alquila saída (GS)
Nucleófilo Íon alquiloxônio

Neste caso o Nucleófilo é uma


molécula do solvente
(exemplo de solvólise) 27
Álcool
• E um grupo de saída (GS)?
• Um bom grupo de saída (GS) é um substituinte que pode sair do
substrato como uma molécula ou íon fracamente básico e
relativamente estável.

• Bons grupos de saída são aqueles considerados bases fracas (são


bases conjugadas de ácido fortes).

• Ânions haleto são exemplos de bases fracas.

28
Ácido mais forte Base mais fraca

Aumento da força básica


Aumento da força ácida

Ácido mais fraco Base mais 29


forte
Mas como as reações de substituição nucleofílica de
haletos de alquila ocorrem?
• São conhecidos 2 mecanismos importantes para a reação
de substituição:

Mecanismo 1. Um nucleófilo é atraído pela carga parcialmente


positiva do C (eletrófilo). Quando o nucleófilo se aproxima do C e
forma uma nova ligação, a ligação C–Halogênio se rompe
hetereoliticamente (Mecanismo SN2).

Produto de
Substituição
30
Mecanismo 2. A ligação C–Halogênio se rompe heteroliticamente
sem nenhuma assistência do nucleófilo, formando um carbocátion. O
carbocátion (eletrófilo) reage com o nucleófilo para formar um
produto de substituição (Mecanismo SN1).

Produto de
Substituição

• Ambas as reações independentemente do mecanismo são


chamadas de reação de substituição nucleofílica.
31
A reação do tipo SN2
• Uma maneira de entender o mecanismo de reação é através do
estudo de sua cinética (velocidade de reação).

Por exemplo, a reação entre o clorometano (CH3Cl) e o íon


hidróxido (OH−) em solução aquosa.

A velocidade de reação pode ser determinada mendindo-se a


velocidade com que o CH3Cl ou íon OH- desaparecem da solução, ou
a velocidade com que o CH3OH ou o íon Cl- aparecem na solução.

32
Tabela 2
Número do Inicial Inicial Velocidade Inicial
Experimento

• Logo, podemos expressar esses resultados como uma proporcionalidade:

Velocidade  [CH3Cl][OH-]

• E essa proporcionalidade pode ser expressa como uma equação através da


introdução de uma constante de proporcionalidade (k) chamada de constante de
velocidade:
Velocidade = k[CH3Cl][OH-]

Para a reação entre o CH3Cl e o OH- nesta temperatura encontramos um k = 4,9 x 10-7
mol L-1 s-1. k Descreve a dificuldade de superar a bareira de energia da reação (a
dificuldade de alcançar o estado de transição). Quanto > k mais fácil é alcançar o
estado de transição. 33
• A reação é dita ser de segunda ordem global.

• A reação também é dita bimolecular (2 espécies estão


envolvidas na etapa cuja a velocidade está sendo
medida.

• Em geral, o Nº de espécies envolvidas em uma etapa


de reação é chamada de molecularidade da reação.

• Esse tipo de reação é denominada reação SN2


(substituição, nucleofílica, bimolecular).

34
Mecanismo de Reação SN2
(HOMO maior Orbital antiligante (LUMO menor energia)
energia)

Orbital ligante GL = grupo de saída

1) O nucleófilo se aproxima por trás do carbono que contém o grupo


abandonador, isto é, do lado diretamente oposto ao grupo
abandonador.

2) À medida que o nucleófilo forma uma ligação o grupo de saída se


afasta, o átomo de carbono sofre inversão (sua configuração
tetraédrica é invertida para o lado oposto).

3) A reação ocorre em apenas uma etapa (sem intermediários) através


da formação de um arranjo instável de átomos – estado de transição.
35
Mecanismo de uma reação SN2

Estado de transição
No estado de transição uma ligação entre o O e
C é parcialmente formada enquanto uma ligação
entre o C e o Cl é parcialmente rompida. A
configuração começa a se inverter.

4) É um exemplo de reação sincronizada, pois a formação e a quebra de ligação


ocorrem em sincronia (simultaneamente) através de um único estado de transição.
36
Estado de Transição

Energia livre de
ativação

Diagrama de energia
livre para a reação do
Reagentes
CH3Cl com o íon OH- a
60oC.
Variação de
energia livre

Produtos

Coodenada de reção
Notas: 1) A  de energia livre entre os reagentes e o estado de transição é a energia de
ativação (G‡); 2) A  de energia livre entre os reagentes e os produtos é a variação de
energia livre de reação, Go; 3) A reação entre o CH3Cl e OH- é altamente exergônia (−100 KJ
mol-1) e também exotérmica (H = −75o kJ mol-1). Exergônia variação de energia livre
negativa e endergônia variação de energia positiva. 37
Estereoquímica das Reações SN2
• Está diretamente relacionada com as principais características do
mecanismo SN2 (ataque por trás com inversão de configuração).
Uma inversão de configuração

Não tem como provar que o ataque por um nucleófilo envolveu inversão de
configuração do átomo de C, pois uma forma do cloreto de metila é idêntica a
sua forma invertida (molécula aquiral). 38
E no caso do cis-1-cloro-3-metilciclopentano (molécula
cíclica), podemos observar inversão de configuração?

Uma inversão de configuração

cis-1-cloro-3- trans-3-
metilciclopentano metilciclopentanol

O GS sai pelo lado de cima.

O nucleófilo ataca pelo lado de


baixo. 39
E no caso de uma molécula acíclica contendo um centro de
quiralidade, podemos observar inversão de configuração?

Exemplo: A reação do (R)-(−)-2-bromo-octano com NaOH.

Uma inversão de configuração


(R)-(−)-2-Bromo-octano (S)-(+)-Octan-2-ol
[]D25 = − 34,25o []D25 = + 9,90o
Pureza enantiomérica = 100% Pureza enantiomérica = 100%

40
A Reação do tipo SN1
Exemplo: Cloreto de terc-butila.

Íon hidróxido
(vem do NaOH)
Cloreto de Álcool terc-
terc-butila butílico

• Esperaria que fosse muito lenta devido a água ser um nucleófilo fraco e o
terc-butila impedido estericamente.

• Entretanto, é muito rápida, mais rápida que a reação do CH3Cl.

Porque isso acontece? 41


• Os resultados cinéticos são diferentes.

• A velocidade de formação do álcool terc-butílico é dependente


da concentração do cloreto de terc-butila, indenpendetemente
da concentração do íon HO-.

Velocidade  [(CH3)3CCl]

Velocidade = k [(CH3)3CCl]

• Dobrando-se a concentração do cloreto de ter-butila dobra-se a


velocidade de reação.

• A variação da concentração do íon HO- não tem efeito apreciável

• A reação de velocidade é de primeira ordem global.


42
Conclusão:

• Íons HO- não participam do estado de transição da etapa


que controla a velocidade da reação.

• Apenas moléculas de cloreto de terc-butila estão


envolvidas.

• A reação é unimolecular (de primeira ordem) na etapa


determinate da velocidade.

• Reação SN1 (substituição, nucleofílica, unimolecular).

Como seria o mecanismo então?


43
Mecanismo de Reação SN1
Qual seria o mecanismo de reação para o cloreto de terc-
butila com a H2O?

44
G‡ (1) é muito
Etapa 1 lenta Etapa 1 > que G‡ (2) e
Estado de G‡ (3) , logo é a
transição 1 etapa mais
lenta
Com ajuda de um Esta etapa produz o carbocátion
solvente polar, o Cl sai 3ário intermediário e um íon Cl-. Os
com o par de elétrons íons estão solvados (e
que o ligava ao átomo estabilizados) por moléculas de
de C H20
Coordenada de reação

Etapa 2 Etapa 2
rápida Estado de
transição 2

Uma molécula de H2O O produto é o íon terc-


atuando como uma base de butiloxônio (ou álcool terc-
Lewis doa um par de butílico protonado)
elétrons para o carbocátion Coordenada de reação
Etapa 3 (ácido de Lewis) Etapa 3
Estado de
lenta transição 3

Uma molécula de H2O agindo como Produtos são o álcool terc-


uma base de Brnsted aceita uma H+ butílico e um íon hidrônio
proveniente do íon terc-butiloxônio 45
Coordenada de reação
Estrutura dos Carbocátions
• Carbocátions são trigonais planos (hibridização sp2).

Orbitais p vazios

Cátion Cátion
metila terc-butila

• C carregado positivamente é ligado a 3 átomos, de modo que hibridiza três obrtitais – um s


e 2 p.

• Forma suas ligações covalentes usando orbitais sp2.

• Seu orbital p não bibridizado fica vazio. Pode aceitar uma par de elétrons em uma reação
posterior.

• O C carregado positivamente e os 3 átomos ligados a ele ficam no plano. O orbital p fica


perpendicular ao plano 46
Estabilidades Relativas dos Carbocátions
• Relacionadas com o Nº de grupos alquila ligados ao átomo de C
carregado positivamente.

• A ordem relativa dos carbocátions é:

+ Estável Metil
− Estável
• E pode ser explicada com base na hiperconjugação.
47
• Hiperconjugação: envolve a deslocalização de elétrons (via
sopreposição parcial de orbitais) de um orbital ligante preenchido
para um orbital não preenchido adjacente.

Os orbitais se sopropõe aqui


O compartilhamento da
densidade eletrônica das
Orbitais p vazios ligações  C – H ou C – C com
o orbital p do carbocátion
deslocaliza a carga positiva

• Sempre que uma carga puder ser dispersa ou deslocalizada por


hiperconjugação, efeitos indutivos, ou de ressonância, um sistema
será estabilizado.
48
É mais É mais É mais
estável estável estável
que que que

Cátion terc-butila Cátion isopropila Cátion etila Cátion metila


(+ estável) (− estável)

Mapas de potencial eletrostático para os carbocátions acima. Uma cor azul


menos intensa indica uma maior deslocalização da carga positiva.

Ordem relativa de estabilidade dos carbocátions:


3ário > 2ário > 1ário > metila
49
Esteoquímica das Reações SN1
• Como o carbocátion formado na 1ª etapa de uma reação SN1 tem
uma estrutura trigonal plana, pode reagir pelo lado da frente ou pelo
lado de trás.

Exemplo: Cátion terc-butila (não faz diferença). Não é um centro de


quiralidade.

Mesmo produto

50
• E no caso so (S)-3-bromo-3-metil-hexano?

(S)-3-Bromo-3-metil- (S)-3-Metil-hexan-3-ol (R)-3-Metil-hexan-3-ol


hexano (50%) (50%)
(opticamente ativo)
Opticamente inativa (uma mistura racêmica)

• Racemização: reação que transforma um composto opticamente ativo em uma


forma racêmica.
Se o composto perde toda a sua atividade óptica é dita racemização completa.

Se o composto perde apenas parte da sua atividade óptica é dita racemização


parcial.

• Racemização ocorre sempre quando a reação faz com que moléculas quirais
sejam convertidas em um intermediário aquiral. 51
Mecanismo da Estereoquímica de Uma
Reação SN1
Como seria então o mecanismo da reação anterior
mostrada?

52
Etapa 1

Saída do gupo abandonador leva a formação do carbocátion.

Etapa 2

Resulta em mistura racêmica de


álcoois protonados.

Carbocátion intermediário aquiral. O


Nucleófilo pode-se ligar em qualquer
lado, formando uma mistura de
53
estereoisômeros.
Etapa 3

Moléculas adicionais do O produto é uma mistura


solvente (H2O) desprotonam o racêmica
íon alquiloxônio)

• A reação SN1 do (S)-3-bromo-3-metil-hexano avança com racemização porque o


carbocátion intermediário é quiral e o ataque pelo nucleófilo pode ocorrer de ambos os
54
lados.
• A reação SN1 de um haleto de alquila com a H2O é um exemplo se
solvólise.

• Uma reação de solvólise é uma substituição nucleofílica na qual o


nucleófilo é uma molécula do solvente (solvente + lise: quebra pelo
solvente).

• Quando o solvente é a H2O a reação também pode ser chamada de


hidrólise.

• Quando o solvente é o metanol a reação pode ser chamada de


metanólise.

55
Exercício 1
Que produto(s) você esperaria da seguinte reação de solvólise?

56
O brometo de ciclo-hexenila é terciário, portanto perde um íon brometo em
metanol para formar um carbocátion terciário

de

de

O carbocátion é trigonal planar no carbono positivo e pode reagir com uma


molécula do solvente (metanol), formando dois produtos.
57
Fatores que Afetam as Velocidades
das Reações SN1 e SN2
• Começamos pela seguinte pergunta. Porque o CH3Cl reage através de
uma mecanismo SN2 e o cloreto de terc-butila [(CH3)3CCl] reage
através de um mecanismo SN1?

• A resposta está nas velocidades relativas das reações que ocorrem.

• Vários fatores afetam as velocidades relativas de reações SN1 e SN2.


Os mais importantes são:

1) A estrutura do substrato;
2) A concentração e a reatividade do nucleófilo (apenas para
reações bimoleculares);
3) O efeito do solvente;
4) A natureza do grupo abandonador. 58
Efeito da Estrutura do Substrato
❑ Reações SN2

• Haletos de alquila simples mostram a seguinte ordem geral de


reatividade em reações SN2:

Metila > primário > secundário >> terciário (inerte)

Tabela 3 Velocidades relativas de reações dos haletos de alquila em reações SN2.


Substituinte Composto Velocidade relativa aproximada
Metila

Neopentila

59
• O fator importante por trás dessa ordem de reatividade é o efeito estérico e, neste
caso um impedimento estérico.

• Efeito estérico: é um efeito nas velocidades relativas provocado pelas propriedades


do espaço daquelas partes de uma molécula ligadas ao sítio reagente ou próximo
dele.

• Impedimento estérico: ocorre quando o arranjo espacial dos átomos ou grupos no


sítio reagente, ou próximo dele, de uma molécula impede ou retarda uma reação.

Metila Neopentila

Velocidade relativa 60
Notas:
1) Uma reação SN2 requer um aproximação do nucleófilo
até uma distância na faixa da distância de ligação do C
que contém o GS.

2) Substituintes volumosos naquele átomo de C ou


próximo dele têm um efeito inibidor drástico.

3) Fazem com que a energia livre do estado de transição


desejado seja aumentada e consequentemente,
aumentam a energia livre de ativação para a reação.

61
Exercício 2
Distribua os brometos de alquila abaixo em ordem
descrescente de reatividade (do mais rápido para o mais
lento) como um substrato em uma reação SN2.

62
❑ Reações SN1
• Com exceção daquelas reações que ocorrem em ácidos fortes, os
únicos C.O. que sofrem reação através de um mecanismo SN1 com
uma velocidade razoável são aqueles capazes de formar
carbocátions relativamente estáveis.

Sendo assim, dos haletos mencionados abaixo qual deles reagem


por um mecanismo SN1 ? Porque?

Metila 1o Neopentila
2o 3o 63
Notas:
1) Os carbocátions 3ários são estabilizados porque as
ligações  nos 3C adjascentes contribuem com
densidade eletrônica para o orbital p do carbocátion
através de hiperconjugação.

2) A formação de um carbocátion relativamente estável é


importante para uma reação SN1 porque significa que a
energia livre de ativação para a etapa lenta da reação
será baixa o suficiente para que a reação ocorra com
uma velocidade razoável.

64
Exercício 3
Qual dos seguintes haletos de alquila é o mais provável
para sofrer substituição através de um mecanismo SN1?

65
Efeito da Concentração e da Força do Nucleófilo

• As velocidades das reações SN1 não são afetadas pela


concentração ou pela natureza do nucleófilo;

• As velocidades das reações SN2 dependem tanto da


concentração quanto da natureza do nucleófilo atacante.

• Anteriormente, vimos que o aumento da concentração do


nucleófilo aumenta a velocidade de reação SN2.

• A força relativa de um nucleófilo (sua nucleofilia ou


nucleofilicidade) é medida em termos de velocidade
relativa da sua reação SN2 com um determinado substrato.
66
Resumindo-se:
• Um bom nucleófilo é aquele que reage rapidamente em uma
reação SN2 com um determinado substrato.

• Um mau nucleófilo é aquele que reage lentamente em uma reação


SN2 com o mesmo substrato sob condições de reações comparáveis.

Bom
nucleófilo

Mau
nucleófilo

Como definir a força relativa dos nucleófilos? 67


• As forças relativas dos nucleófilos podem ser relacionadas com 2
características estruturais:

1) Um nucleófilo carregado negativamente é sempre um nucleófilo


mais reativo do que seu ácido conjugado.
Exemplos: HO− (íon hidróxido) é um nucleófilo melhor do que a H2O e
o RO− (íon alcóxido) é melhor do que o ROH.

2) Em um grupo de nucleófilos no qual o átomo nucleofílico é o


mesmo, as nucleofilicidades assemelham-se as basicidades.

Exemplo: Os compostos de O apresentam a seguinte ordem de


reatividade:
RO− > HO− > RCO2− > ROH > H2O

Essa é a ordem de suas basicidades. Um íon alcóxido (RO−) é uma


base ligeiramente + forte do que um íon hidróxido (HO−) que é uma
base + forte que o íon carboxilato (RCO2−). 68
3) Quando os átomos nucleofílicos são diferentes, as
nucleofilicidades podem não se assemelhar às
basicidades.

Exemplo: em solventes próticos, o HS− (íon


hidrogenossulfeto, hidrossulfeto ou tiolato) o CN− (íon
cianeto) e o I− (íon iodeto) todos são bases mais fracas do
que o OH−, ainda eles sejam nucléofilos mais fortes do
que o HO−.

HS− > CN− > I− > HO−


Nucleofilicidade versus Basicidade
69
• Embora a nucleofilicidade e a basicidade estejam
relacionadas, elas não são medidas da mesma maneira.

• A basicidade, quando expressada pelo pKa, é a medida pela


posição de um equilíbrio envolvendo um doador de par de
elétrons (base), um próton, o ácido conjugado e a base
conjugada.

• A nucleofilicidade é medida pelas velocidades relativas de


reação através de quão rapidamente um doador de par de
elétrons reage com um átomo que contém um GS.

Assim, embora o íon OH− seja uma base + forte ele reage
mais lentamente do que o íon CN−.
70
Efeito do Solvente nas Reações SN2:
Solventes Próticos, Polares e Apróticos
• As moléculas de um solvente como a H2O ou o álcool (solventes próticos)
tem um átomo de H ligado a um elemento fortemente eletronegativo.

• Consequentemente, podem formar ligações de H com os nucleófilos.

• Obstruindo o nucleófilo e dificultando a sua reatividade em uma reação


de substituição.

Moléculas do solvente
prótico (H2O) solvatam um
íon haleto formando
ligações de H com ele.

71
• Para um nucleófilo fortemente solvatado reagir ele deve se
desprender de algumas de suas moléculas do solvente (efeito do
solvente).

• As ligações de H com átomos nucleofílicos pequenos são mais


fortes do que aquelas com átomos de nucleófilos maiores, entre
elementos de um mesmo grupo (coluna da tabela periódica).

• Em geral, a tendência de nucleofilicidade entre os ânions haletos


em um solvente prótico é:

I− > Br− > Cl− > F−


Ânio + Ânio +
fortemente fracamente
solvatado solvatado
72
• O mesmo ocorre quando comparamos os nucleófilos de enxofre (SH−)com os
nucleófilos de oxigênio (OH−).

• Os tióis (R–SH) são nucleófilos + fortes do que os álcoois (R-OH) e os ânios RS−
são melhores nucleófilos do que os ânios RO−.
• As nucleofilicidades relativas de alguns nucleófilos comuns em solventes próticos
são:

SH− > CN− > OH− > N3− > Br− > CH3CO2− > Cl− > F− > H2O

Notas:

1) A maior reatividade dos nucleófilos com átomos nucleofílicos grandes não


está totalmente relacionada com a solvatação.

2) Átomos maiores possuem > polarizabilidade (suas nuvem eltrônicas são mais
facilmente distorcidas) e consequentemente podem doar um maior grau de
densidade eletrônica para o substrato. 73
Exercício 4
Coloque os nucleófilos abaixo em odem de
nucleofilicidade decrescente (do maior para
o menor).

CH3CO2− CH3O− CH3S− CH3SH CH3OH

Resposta

CH3S− > CH3O− > CH3CO2− > CH3SH > CH3OH 74


Solventes Apróticos Polares
• Solventes apróticos: não possuem um átomo de H que
está ligado a um átomo de um elemento eletronegativo.

• Não dificultam os nucléofilos através das ligações de H.

N,N- Dimetilssulfóxido Dimetilacetamida Hexametilfosforamida


Dimetilformamida

75
Um íon sódio solvatado por
moléculas do solvente prótico (H2O) Um íon sódio solvatado por moléculas
do solvente aprótico (DMSO)

• Dissolvem compostos iônicos e podem solvatar cátions muito bem.

• Não podem formar ligações de H.

• Os solventes apróticos não solvatam os ânios em qualquer extensão.

• Os ânions não são obstruídos por uma camada de moléculas do solvente, e


portanto são fracamente estabilizados pela solvatação. 76
• Em DMSO, a ordem relativa de reatividade dos
íons haleto é oposta àquela em solventes próticos e
ela segue a mesma tendência que as suas
basicidades relativas.

F− > Cl− > Br− > I−


Nota:
• As velocidades das reações SN2 geralmente aumentam
quando realizadas em solventes apróticos polares.
• O aumento na velocidade pode ser tão grande quanto um
milhão de vezes.
77
Exercício 5
Você esperaria que a reação do brometo de propila com cianeto de
sódio (NaCN) ocorra mais rapidamente em DMF ou em etanol?
Porque?

78
Efeito do Solvente nas Reações SN1:
Capacidade Ionizante do Solvente
• O uso de um solvente prótico polar aumentará enormente a velocidade de
ionização de um haleto de alquila em qualquer reação SN1.

• Devido sua capacidade de solvatar cátions e ânions eficientemente.

Reagente Estado de transição Carbocátion


Cargas separadas estão intermediário
se formando

• A solvatação estabiliza o estado de transição que conduz a formação do carbocátion


intermediário e ao íon haleto.
• A energia de ativação é mais baixa.
• O estado de transição para essa etapa endotérmica é aquela em que as cargas separadas
estão se formando. 79
• A indicação aproximada da polaridade de um solvente é dada em uma grande escala
chamada constante dielétrica.

• A constante dielétrica é uma medida da capacidade do solvente de isolar cargas opostas


entre si.

• As atrações e repulsões eletrostáticas entre íons são menores nos solventes com constantes
dielétricas maiores.

Tabela 3

Água
Ácido fórmico
Dimetilssulfóxido (DMSO)
Aumento da
N,N-Dimetilformamida (DMF)
polaridade
Acetonitrila
do solvente
Metanol
Hexametilfosforamida (HMPA)
Etanol
Acetona
Ácido acético
80
A Natureza do Grupo de Saída (GS)
• Em geral, os melhores grupos abandonadores são aqueles que podem ser classificados
como bases fracas depois que eles saem.

• A razão pela qual a estabilização da carga negativa é importante pode ser entendida
considerando-se a estrutura dos estados de transição.

• Em uma reação SN1 e SN2 o grupo abandonador começa a adquirir uma carga negativa à
medida que o estado de transição é alcançado.
A estabilização
Reação SN1 dessa carga
(Etapa negativa que se
Determinate forma no GS
da Velocidade) estabiliza o estado
de transição
Estado de transição
diminuindo a
energia livre de
Reação SN2 ativação (>
velocidade de
reação)

Estado de transição 81
• Entre os halogênios, a ordem do melhor grupo de saída é:

I− > Br− > Cl− >> F−


Porque esta ordem?
• Íons fortemente básicos raramente agem como grupos
abandonadores.

• Entretanto, quando um álcool é dissolvido em ácido forte, pode


sofrer substituição por um nucleófilo.

82
Resumo de Reações SN1 versus SN2
Tabela 4. Fatores que favorecem reações SN1 versus SN2.
Fator SN1 SN2
3º (requer a formação de Metila > 1º > 2º
Substrato um carbocátion (requer um substrato
relativamente estável). desimpedido).
Base de Lewis fraca, Base de Lewis forte, a
Nucleófilo molécula neutra, o velocidade aumenta
nucleófilo pode ser o pela alta
solvente (solvólise). concentração do
nucleófilo.
Solvente Polar prótico (por exemplo Polar aprótico (por
alcoóis e H2O) exemplo DMF, DMSO)
I− > Br− > Cl− > F− tanto para SN1 quanto para SN2
Grupo de Saída (quanto mais fraca for a base após a saída do
grupo, melhor é o grupo de saída). 83
Reações de Eliminação nos Haletos de Alquila
• As reações de eliminação nos haletos de aquila são reações
importantes que competem com as reações de substituição.

• Em uma reação de eliminação os fragmentos de alguma molécula


(YZ) são removidos (eliminados) a partir de átomos adjascentes do
reagente.

• Essa eliminação leva à formação de uma ligação múltipla.

Eliminação

84
Desidroalogenação
• Um método largamente utilizado para a síntese de alcenos é a
eliminação de HX a partir de átomos adjascentes de um haleto de
aquila.

• O aquecimento do haleto de alquila (R-X) com uma base forte faz


com que a reação ocorra.

• Quando os elementos de um haleto de hidrogênio (HX) são


eliminados do haloalcano (haleto de alquila) dessa forma, a reação é
chamada de desidroalogenação. 85
Uma base

Desidroalogenação

• Assim como nas reações SN1 e SN2, nas eliminações existe um grupo abandonador
e uma base de Lewis atacante que possui um par de elétrons.
Hidrogênio  e
carbono 

• São geralmente chamadas de


eliminações .
• Também são frequentemente
denominadas eliminações 1,2.
O carbono  e o
86
grupo de saída
Mecanismo de Desidroalogenações
• As reações de eliminação ocorrem através de uma variedade de
mecanismos.

• Com os haletos de alquila, 2 mecanismos são especialmente


importantes porque são intimamente relacionados com as reções
SN2 e SN1.

• Um mecanismo, chamado de reação E2, é bimolecular na etapa


determinate da velocidade.

• O outro mecanismo é a reação E1, que é unimolecular na etapa


determinante da velocidade.

87
Reação E2
• Quando o brometo de isopropila (CH3CHBrCH) é aquecido com etóxido de
sódio (C2H5O−) em etanol (C2H5OH) para formar o propeno, a velocidade da
reação depende da concentração do CH3CHBrCH e da concentração do íon
C2H5O−.

• A equação da velocidade é de primeira ordem em cada um dos reagentes


e de 2ª ordem global.

Velocidade = k [CH3CHBrCH3][C2H5O−]

• A partir da ordem da reação inferimos que o estado de transição para a


etapa determinate da velocidade envolve tanto o haleto de alquila quanto
o íon alcóxido.

• A reação é chamada reação E2 (eliminação, bimolecular). 88


Mecanismo para a Reação E2

Estado de transição

Estado de
transição

Coordenada de reação
Uma reação E2 tem apenas um
89
estado de transição
Projeção de
Newman Estado de transição Alceno
anticoplanar do
haleto de aquila

• Observamos que a geometria necessária neste caso é semelhante à


da reação SN2. Na reação SN2, o nucleófilo deve empurrar o GS para
fora pelo lado oposto.

• Na reação E2 o par de elétrons da ligação C–H empurra para fora o


GS pelo lado oposto à medida que a base remove o H.
Obs.: Lembre-se GS = Grupo de Saída 90
Reação E1
• O segundo tipo de reação de eliminação que os haletos de alquila podem
sofrer é uma eliminação E1.

• A reação do brometo de terc-butila com H2O para formar o 2-


metilpropeno é um exemplo de uma reação E1 (eliminação, unimolecular).

2-Metilpropeno
Brometo de terc-butila

• Uma reação E1 é uma reação de eliminação de 1ª ordem porque a


velocidade de reação depende apenas da concentração do haleto de
alquila.

• A reação ocorre em 2 etapas. 91


Mecanismo para a Reação E1

Etapa 1 Etapa 2

Estado de Estado de
transição 1 transição 2

92
Coodenada de reação Coodenada de reação
Como Determinar se a Substituição ou a
Eliminação é Favorecida
❑ SN2 versus E2
• As reações SN2 e E2 são ambas favorecidas por uma alta
concentração de um nucleófilo ou base forte.

Eliminação E2

Substituição SN2

93
• Entretanto, a avaliação de parâmetros na substituição e
na eliminação tais como:

- Impedimento estérico relativo ao substrato (classe dos


haletos de alquila);

- Temperatura;

- Tamanho da base/nucleófilo);

- Efeitos de basicidade;

- Polarizabilidade.

Pode definir o caminho da reação. 94


• Subtrato Primário: Quando o substrato é um haleto primário e a base é forte e
não sofre impedimento estérico, como o íon etóxido, a substituição é altamente
favorecida porque a base se aproxima facilmente do C contendo o GS.

Primário SN2 Principal (90%) E2 Secundário (10%)

• Substrato Secundário: Com os haletos secundários, no entanto, uma base forte


favorece a eliminação porque o impedimento estérico no substrato torna a
substituição mais difícil.

Secundário E2 Principal (79%) SN2 Secundário


(21%)
95
• Subtrato Terciário: Com haletos terciários, o impedimento estérico no substrato é
severo e uma reação SN2 não pode ocorrer. A eliminação é altamente favorecida
quando a reação é realizada a altas temperaturas. Qualquer substituição que
ocorra deve acontecer através de um mecanismo SN1.

Sem aquecimento

Terciário E2 Principal (91%) SN1 Secundário (9%)

Com aquecimento

Terciário Somente E2 + E1 (100%) 96


Temperatura: O aumento da temperatura da reação favorece a
eliminação (E1 e E2) sobre a substituição.

Tamanho da base/Nucleófilo: Outra maneira de favorecer uma


reação de eliminação é utilizar uma base forte estericamente
impedida como o íon terc-butóxido.

Base/Nucleófilo sem impedimento (Pequena)

Base/Nucleófilo com impedimento

97
• Basicidade e Polarizabilidade: Outro fator que afeta as velocidades relativas das
reações E2 e SN2 é a basicidade e a polarizabilidade relativas da base/nucleófilo.

- A utilização de uma base forte levemente polarizável, como um íon amideto (NH2−)
ou um íon alcóxido (principalmente um íon impedido estericamente) tende a
probabilidade de eliminação E2.

- O uso de um íon fracamente básico, como o íon Cl− ou acetato (CH3CO2−) ou um íon
fracamente básico e altamente polarizável, tal como o Br−, I− ou RS−, aumenta a
probabilidade de substituição SN2.

- O íon acetato (CH3CO2−), por exemplo reage com o brometo de isopropila via SN2.

- O íon etóxido (CH3CH2O−)+ fortemente básico reage com o mesmo composto via
E2.

98
❑ SN1 versus E1
• Uma vez que as reações SN1 e E1 prosseguem através da
formação de um intermediário comum, ambos respondem de
modo semelhante aos fatores que afetam as velocidades.

• Geralmente é difícil influenciar a separação entre os produtos


SN1 e E1 porque a energia livre de ativação para qualquer reação
que avança a partir do carbocátion é muito pequena.

• Na maioria das reações unimoleculares SN1 é favorecida sobre


E1, especialmente a baixas temperaturas.

• O aumento da temperatura da reação favorece a reação através


do mecanismo E1 a custa do mecanismo SN1 .

99
Resumo Geral das Reações SN1, SN2, E1 e E2
Tabela 5. Resumo geral das reações SN1, SN2, E1 e E2.
CH3X Haleto 1ário Haleto 2ário Haleto 3ário
Somente Reações Bimoleculares (SN2 , E2) SN1/E1 ou E2

Dá reações SN2. Dá principalmente Dá principalmente Não há nenhuma


SN2 exceto com SN2 com bases reação SN2. Na
uma base forte fracas (por solvólise dá
impedida [por exemplo I−, CN− e SN1/E1, e SN1 é
exemplo RCO2−) e favorecida em
(CH3)3CO−] e então principalmente E2 baixas
dá principalmente com bases fortes temperaturas.
E2. (por exemplo, Quando uma base
RO−). forte (por exemplo
RO−) é usada, E2
predomina. 100
Exercício 6
Proponha o produto (ou os produtos) que você esperaria ser formado em cada uma
das seguintes reações abaixo. Em cada caso forneça o mecanismo (SN1, SN2, E1 ou
E2) através do qual o produto é formado e preveja a quantidade relativa de cada
um (único produto, principal ou minoritário).

101
102

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