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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO – UNEMAT

JOÃO PEDRO MICHELS AVANCINI

ESTUDO AVALIATIVO DA CONFORMIDADE DO CONCRETO


ESTRUTURAL EM SINOP-MT

Sinop - MT
2023/02
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO – UNEMAT

JOÃO PEDRO MICHELS AVANCINI

ESTUDO AVALIATIVO DA CONFORMIDADE DO CONCRETO


ESTRUTURAL EM SINOP-MT

Projeto de Pesquisa apresentado à Banca


Examinadora do Curso de Engenharia Civil –
UNEMAT, Campus Universitário de Sinop-MT,
como pré-requisito para obtenção do título de
Bacharel em Engenharia Civil.
Prof. Orientador: Murilo Limeira da Costa Neto

Sinop - MT
2023/02
I

LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Principais fatores que influenciam o resultado da resistência à compressao
potencial do concreto medida no ensaio de controle...................................................7
II

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Comportamento do concreto e de seus constituintes ................................14


Figura 2: Componentes do concreto .........................................................................15
Figura 3: Materiais utilizados no Slump Test..............................................................21
Figura 4: Prensa hidráulica ........................................................................................25
Figura 5: Fatores que influenciam na qualidade final do concreto ............................26
Figura 6: Demonstração Slump Test .........................................................................29
Figura 7: Etapas I e II do Slump Test ........................................................................30
Figura 8: Etapas III e VI do Slump Test .....................................................................31
Figura 9: Etapas V e VI do Slump Test .....................................................................31
Figura 10: Modelo de molde adotado ........................................................................32
Figura 11: Sequência de moldagem ..........................................................................33
Figura 12: Prensa Hidráulica do laboratório da UNEMAT .........................................34
III

LISTA DE QUADROS

Quadro 1:Limites da composição granulométrica do agregado miúdo...................... 17


Quadro 2:Limites da composição granulométrica do agregado graúdo. ................... 18
Quadro 3: Classificação da consistência do concreto através do slump test.. .......... 31
IV

LISTA DE ABREVIATURAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.


ABCP – Associação Brasileira de Cimento Portland.
NBR – Norma Brasileira.
Cp’s – Corpos de Prova.
MT – Mato Grosso.
Mm – Milímetros.
MPa – Mega Pascal.
µm – Micrómetro.
FCK – Feature Compression Know.
Cm – Centímetros.
UNEMAT – Universidade do Estado do Mato Grosso.
V

LISTA DE EQUAÇÕES

Equação 1. ................................................................................................................ 23
Equação 2 .................................................................................................................23
Equação 3. ................................................................................................................ 25
VI

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
1. Título: Estudo avaliativo da conformidade do concreto estrutural em Sinop-
MT.
2. Tema: Engenharia Civil
3. Delimitação do Tema: Construção Civil
4. Proponente(s): João Pedro Michels Avancini
5. Orientador(a): Murilo Limeira da Costa Neto
7. Estabelecimento de Ensino: UNEMAT – Universidade do Estado de Mato
Grosso.
8. Público Alvo: Profissionais e Pesquisadores na Área da construção Civil e
áreas relacionadas.
9. Localização: Universidade do Estado de Mato Grosso, Campus Sinop.
Avenida dos Ingás, 3001, Jardim Imperial, Cep: 78552-259.
10. Duração: Um Semestre.
VII

SUMÁRIO
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO – UNEMAT....................... 1
LISTA DE TABELAS ........................................................................................... I
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................ II
LISTA DE QUADROS .......................................................................................... III
LISTA DE ABREVIATURAS................................................................................ IV
LISTA DE EQUAÇÕES ....................................................................................... V
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO ............................................................................. VI
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 9
2 PROBLEMATIZAÇÃO .................................................................................... 11
3 JUSTIFICATIVA.............................................................................................. 12
4 OBJETIVOS .................................................................................................... 13
4.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................... 13
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................... 13
5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................... 14
5.1 CONCRETO ............................................................................................... 14
5.2 COMPONENTES DO CONCRETO ........................................................... 15
5.2.1 Cimento ............................................................................................. 15
5.2.2 Água................................................................................................... 16
5.2.3 Agregados ......................................................................................... 16
5.2.3.1 Agregado miúdo .......................................................................... 17
5.2.3.2 Agregado graúdo ........................................................................ 18
5.2.4 Argamassa ........................................................................................ 18
5.2.5 Aditivo ............................................................................................... 18
5.3 CONTROLE DE QUALIDADE .................................................................... 19
5.4 PROPRIEDADES ....................................................................................... 20
5.4.1 Concreto Fresco ............................................................................... 20
5.4.2 Concreto Endurecido ....................................................................... 21
5.5 RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO ............................................................. 22
5.5.1 Definição ........................................................................................... 22
5.5.2 Determinação da resistência à compressão .................................. 22
5.5.2.1 Coleta e amostragem .................................................................. 22
5.5.2.2 Moldagem dos corpos de prova .................................................. 23
5.5.2.3 Ensaio de resistência .................................................................. 24
5.5.3 Fatores que influenciam na resistência à compressão ................. 25
6 METODOLOGIA ............................................................................................. 28
6.1 DETERMINAÇÃO DA CONSISTÊNCIA..................................................... 28
VIII

6.2 MOLDAGEM E CURA DOS CORPOS DE PROVA ................................... 31


6.3 ENSAIO DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO ......................................... 34
6.4 RELATÓRIO FINAL ................................................................................... 35
7 CRONOGRAMA ............................................................................................. 36
8 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ................................................................. 37
9

1 INTRODUÇÃO
No Brasil, o concreto é um dos materiais mais empregados na construção civil.
Suas características como boa resistência à água, durabilidade, resistência, e não
menos importante, seu baixo custo de fabricação, são fatores chave para tamanha
popularização do seu emprego.
O concreto é um material composto constituído por cimento, água, agregado
miúdo (areia), agregados graúdos (britas ou pedras), e por fim, pode conter aditivos
químicos e adições que potencializam algumas de suas propriedades, visando um
melhor desempenho (Helene, 2009).
Entre as propriedades do concreto, a resistência à compressão tem sido
tradicionalmente utilizada como principal parâmetro do controle de qualidade, tanto
dos concretos produzidos in loco quanto daqueles dosados em usinas. Segundo
Pacheco e Helene (2013) a resistência à compressão é a propriedade do concreto
adotada por ocasião do dimensionamento da estrutura e está ligada diretamente à
segurança e estabilidade estrutural. Em toda edificação de concreto armado deve ser
utilizado um concreto de resistência igual ou maior àquele o qual foi considerado no
projeto estrutural.
O controle tecnológico do concreto visa, em resumo, assegurar que o material
atenda a um padrão de qualidade predefinido. Isso possibilita a avaliação da
aceitabilidade do material em seu estado atual. Os valores de resistência à
compressão desempenham um papel fundamental como indicadores de qualidade do
concreto, não devido à relativa facilidade de condução dos ensaios, mas também pela
forte correlação dessa propriedade com outros atributos essenciais, como
elasticidade, durabilidade e fator água-cimento. Como resultado, a determinação da
conformidade do concreto por meio de ensaios de resistência à compressão tornou-
se o método mais amplamente adotado em canteiros de obras em todo o mundo.
Os parâmetros levados em consideração para a dosagem é a resistência e
durabilidade, mas quando falamos em lançamento do concreto, é importante
mencionar a trabalhabilidade. Dito isso, para não comprometermos a segurança e
alguns aspectos econômicos, é fundamental um controle de qualidade mais criterioso
para que a resistência média e mínima, seja conhecida. (NEVILLE (2016)).
O presente trabalho tem como objetivo realizar o controle tecnológico do concreto
utilizado de duas obras de diferentes portes na cidade de Sinop, Mato Grosso. Este
10

controle tecnológico realizará a verificação da trabalhabilidade do concreto fresco,


através do ensaio de abatimento do tronco de cone, descrito pela ABNT NBR 16889
(2020) e da resistência à compressão, descrito pela ABNT NBR 5739 (2018),
buscando checar se houve um atendimento mínimo dos requerimentos necessários à
qualidade do mesmo.
11

2 PROBLEMATIZAÇÃO
Devido à extensa diversificação na construção civil e à falta de supervisão
adequada, a implementação de programas reguladores de qualidade no setor enfrenta
desafios significativos. O concreto, devido ao seu comportamento completo e à ampla
variedade de componentes, representa um obstáculo quando manipulado por
trabalhadores não especializados. No entanto, é crucial garantir que o material atenda
aos requisitos do projeto. Visando assegurar o prolongamento da vida útil da estrutura
construída.
Uma estrutura de concreto é concebida com uma vida útil específica, no
entanto, a falta de fiscalização e controle rigoroso da resistência à compressão do
concreto pode comprometer essa durabilidade, colocando em riscos os usuários.
Diante disso, questiona-se se o concreto preparado em usinas centrais de concreto e
o concreto preparado in loco e utilizado nas estruturas nas edificações em Sinop/MT,
está alcançando a resistência à compressão preconizada em projeto?
12

3 JUSTIFICATIVA
Helene e Andrade (2010) afirmam que os engenheiros civis e arquitetos têm
influência nas especificações tanto no canteiro de obras quanto em usinas. No
entanto, para uma intervenção técnica eficaz, é crucial que esses profissionais
compreendam os princípios fundamentais relacionados à especificação do concreto,
incluindo o proporcionamento de seus constituintes, conforme as exigências de
desempenho mecânico, durabilidade e condições de aplicação. É essencial
reconhecer a interdependência entre durabilidade, resistência à compressão, relação
água/cimento, consumo de cimento e abatimento do concreto, pois esses parâmetros
não podem ser dissociados uns dos outros.
Inadequações no controle tecnológico do concreto podem resultar em falhas
no desempenho da estrutura e problemas patológicos, acarretando prejuízos
econômicos, despesas elevadas para reforços, restrições de uso e, em casos
extremos, a perda total da edificação.
Diante dos fatos apresentados, destaca-se a importância da condução de
testes laboratoriais para verificar se a resistência do concreto fornecido corresponde
àquela preconizada no projeto. Por conta disso, pode-se afirmar que a pesquisa trará
uma contribuição importante uma vez que avaliará corpos de prova de concretos
produzidos em diferentes lugares, com diferentes níveis tecnológicos envolvidos,
segundo o atendimento dos critérios de trabalhabilidade (concreto fresco) e
resistência (concreto endurecido). Trazendo, desta forma, um panorama geral do
atendimento do que fora considerado em projeto com aquilo que realmente foi lançado
nas formas.
13

4 OBJETIVOS

4.1 OBJETIVO GERAL


O trabalho tem como objetivo realizar o controle tecnológico do concreto de
duas obras de diferentes portes. Os tipos de concreto empregados nessas obras são
distintos, sendo um deles produzido em betoneiras in loco, enquanto o outro é
fornecido por uma usina de concreto, em ambos os casos, o concreto é produzido em
Sinop, Mato Grosso.

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS


• Verificação do resultado do ensaio de abatimento dos dois concretos;
• Verificação da resistência à compressão em função das idades do
concreto in loco e o concreto usinado;
• Comparação dos resultados obtidos em campo a partir do controle
tecnológico com aquele preconizado em projeto;
14

5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

5.1 CONCRETO
O concreto é, o material de construção mais utilizado no mundo e isso decorre
de três razões básicas: seu baixo custo de fabricação, sua consistência plástica no
concreto fresco que possibilita assumir vários formatos e tamanhos, e por fim, sua
excelente resistência à água. (MEHTA E MONTEIRO, 2008).
Almeida (2002) afirma que o concreto pode ser classificado em: concreto
simples (sem adição de armaduras) onde sua utilização é limitada na construção de
estruturas, devido sua resistência a tração ser muito baixa, este pode vir a ser utilizado
na fabricação de bloco, por exemplo; e o concreto armado (união do concreto simples
e de barras de aço, com perfeita aderência entre os dois materiais) transformando-se
em um único componente capaz de resistir aos esforços usuais às estruturas. Ainda
segundo o autor, o concreto pode ser classificado conforme o local de fabricação,
como aqueles fabricado no local em que será aplicado (in loco) ou pré-misturado, mais
conhecido como concreto usinado, onde será preparado em centrais dosadoras.
O concreto por ser um material heterogêneo, costuma apresentar um
comportamento mecânico intermediário dependente da tipologia e qualidade dos
agregados apresentados em sua confecção e pela pasta de cimento hidratada,
conforme ilustra a figura 1.

Figura 1: Comportamento do concreto e de seus constituintes.

Fonte: Adaptado de Mehta e Monteiro, (2008).


15

5.2 COMPONENTES DO CONCRETO


O concreto é formado, basicamente pela mistura de cimento, água, areia e brita
(Figura 2). O cimento Portland, quando adicionado à água forma uma substância
relativamente fluida que se assemelha a uma pasta, e ao envolver os agregados torna-
se um material que inicialmente caracteriza-se por um estado capaz de ser moldado.
Entretanto, (ALEMEIDA, 2002) apresenta uma definição mais precisa:
O concreto é um material de construção resultante da mistura, em
quantidades racionais, de aglomerante (cimento), agregados (pedra e
areia) e água. Logo após a mistura o concreto deve possuir
plasticidade suficiente para as operações de manuseio, transporte e
lançamento em formas, adquirindo coesão e resistência com o passar
do tempo, devido às reações que se processam entre aglomerante e
água. Em alguns casos são adicionados aditivos que modificam suas
características físicas e químicas.

Figura 2: Componentes do concreto.

Fonte: Acervo particular (2023).

5.2.1 Cimento

De acordo com a Associação Brasileira de Cimento Portland – ABCP, o cimento


Portland é um pó fino com propriedades aglomerantes, aglutinantes ou ligantes, que
endurece sob a ação da água.
Segundo Neville (2016), a matéria-prima básica do cimento é o calcário, e para
o seu processo de fabricação é feito a partir da moagem com outros materiais
extraídos do solo, e em seguida ocorre a queima do material em grandes fornos
rotativos com temperatura de até 1.450 °C, onde o material é sinterizado e
16

parcialmente fundido, formando um novo material denominado clinquer. O presente


material é resfriado, e recebe a adição de sulfato de cálcio, logo, o processo de
moagem é feito novamente até se tornar um pó bastante fino, conhecido
mundialmente como cimento Portland.

5.2.2 Água

Quase todas as águas naturais são apropriadas para o amassamento, mas a


água utilizada para a confecção do concreto deve ser, de preferência, potável, sem
resíduos industriais e substâncias orgânicas. Segundo Almeida (2002) a água do mar
não é apropriada para a confecção do concreto, devido à corrosão provocada pelo
sal. Após muitos estudos desenvolvidos, nota-se que diversos sais minerais não
prejudicam o concreto, quando dissolvidos em concentrações toleráveis.

5.2.3 Agregados

A ABNT NBR 7211 (2022) diz que: ‘’Os agregados devem ser compostos por
grãos de minerais duros, estáveis e duráveis, e não podem conter substâncias de
natura e em quantidade que possam afetar a hidratação e o endurecimento do
cimento, a proteção da armadura contra a corrosão, a durabilidade ou, quando for
requerido, o aspecto visual externo do concreto.’’
De acordo com Neville (2016), pelo menos 3/4 do volume do concreto é
composto pelos agregados, e sua qualidade é de suma importância, pois a
propriedades dos agregados - quando indesejáveis - limitam a resistência,
durabilidade e o desempenho estrutural do concreto.
Os agregados graúdos e miúdos mais utilizados para a confecção do concreto
normalmente são de origem natural e suas características dependem da rocha matriz,
tais como: areia, cascalho, pedra britada e areia de britagem, originados de pedreiras.
O autor também afirma, que existem alguns agregados artificiais provindo do processo
industrial, como a escória de alto-forno e a argila expandida ou sinterizada, porém são
menos utilizados na construção civil. (Almeida, 2002).
Portanto, segundo a ABNT NBR 12655 (2022), todos os agregados usados em
concreto de cimento Portland devem cumprir os requisitos estabelecidos na NBR 7211
(2022), onde a mesma os classifica de acordo com a sua dimensão em dois grandes
grupos: agregado miúdo e agregado graúdo.
17

5.2.3.1 Agregado miúdo

De acordo com a ABNT NBR 7211 (2022), o agregado miúdo é definido como:
Cujos grãos passam pela peneira com abertura de malha de 4,75mm
e ficam retidos na peneira com abertura de malha de 150µm em
ensaios realizados de acordo com a ABNT NBR 17054, com peneiras
definidas pela ABNT NBR NM ISSO 3310-1.

Quadro 1: Limites da composição granulométrica do agregado miúdo.


Peneira com Porcentagem, em massa, retida acumulada
abertura de malha Limites inferiores Limites superiores
(ABNT NBR NM ISSO Zona
3310-1) Zona utilizável Zona ótima Zona utilizável
ótima
9,5 mm 0 0 0 0
6,3 mm 0 0 0 7
4,75 mm 0 0 5 10
2,36 mm 0 10 20 25
1,18 mm 5 20 30 50
600 μm 15 35 55 70
300 μm 50 65 85 95
150 μm 85 90 95 100
NOTAS
1 O módulo de finura da zona ótima varia de 2,20 a 2,9.
2 O módulo de finura da zona utilizável inferior varia de 1,55 a 2,20.
3 O módulo de finura da zona utilizável superior varia de 2,90 a 3,5.
Fonte: ABNT NBR 7211 (2022)

A areia de sílica natural, para Metha e Monteiro (2008), é o agregado miúdo


predominante utilizado na construção civil, e é um material resultante da
desintegração natural ou da britagem de rocha.
18

5.2.3.2 Agregado graúdo

O agregado graúdo, por sua vez, é definido pela mesma norma ABNT NBR
7211 (2022) como:
Cujos grãos passam pela peneira com abertura de malha de 75mm e
ficam e ficam retidos na peneira com abertura de malha de 4,75mm
em ensaios realizados de acordo com a ABNT NBR 17054, com
peneiras definidas pela ABNT NBR NM ISSO 3310-1.

Quadro 2: Limites da composição granulométrica do agregado graúdo.


Peneira com Porcentagem, em massa, retida acumulada
abertura de malha
Zona granulométrica d/D¹
(ABNT NBR NM ISSO
3310-1) 4,75/12,5 9,5/25 19/31,5 25/50 37,5/75
75 mm - - - - 1-5
63 mm - - - - 5 - 30
50 mm - - - 0-5 75 - 100
37,5 mm - - - 5 - 30 90 - 100
31,5 mm - - 0-5 75 - 100 95
25 mm - 0 -5 5 - 25² 87 - 100 -
19 mm - 2 - 15² 65² - 95 95 - 100 -
12,5 mm 0-5 40² - 65² 92 - 100 - -

Fonte: ABNT NBR 7211 (2022).

A rocha britada é o material de destaque entre os agregados graúdos, e variam


de acordo com suas seguintes numerações e dimensões: brita 0 (pedrisco) 9,5mm,
brita 1 – 19mm, brita 2 – 38mm, brita 3 – 50mm, brita 4 – 76mm e brita 5 – 100mm.
Bastos (2019) diz que, no passado era comum a mistura de brita 1 e 2 na confecção
de concretos, porém, nos dias de hoje, com o uso mais intenso de concreto
autoadensável, tem-se utilizado agregados especialmente mais finos, tornando a brita
1 mais recorrente nos canteiros de obra.

5.2.4 Argamassa

Segundo Metha e Monteiro (2008) a argamassa é basicamente um concreto


com a ausência do agregado graúdo. É uma mistura de areia, água e cimento.

5.2.5 Aditivo

Para Neville (2016) os aditivos não são essenciais na mistura do concreto


quando comparado ao cimento, agregados e a água. O autor também afirma que os
aditivos nem sempre são baratos, porém, o seu uso pode acarretar um retorno
19

financeiro quando aplicado corretamente, como por exemplo na melhoria da


trabalhabilidade, no custo da mão de obra necessária para o adensamento e no
consumo de cimento.
Os aditivos visam melhorar as propriedades do concreto em seus dois estados,
fresco e endurecido, e em alguns países, cerca de 70 a 80% de todo concreto
produzido contém um ou mais desses materiais, dito isso, é notável o grande
crescimento da indústria de aditivos para o concreto nos últimos 50 anos. (Metha e
Monteiro, 2008).
Os aditivos podem ser definidos como um produto químico e é adicionado ao
concreto com quantidades máximas de 5% em relação a massa de cimento, os
principais tipos são: retardadores de pega, aceleradores de pega, plastificante,
incorporadores de ar, aceleradores de endurecimento e impermeabilizantes;
denomina-se adições aqueles produtos acrescentados ao concreto em quantidades
que ultrapassam 5%. (Almeida, 2002).

5.3 CONTROLE DE QUALIDADE


O monitoramento tecnológico do concreto é de grande importância ao avaliar o
desempenho geral do trabalho em obra. Ele tem a capacidade de confirmar se existem
ou não possíveis problemas e divergências em relação ao que foi estabelecido para a
execução da obra. A ABNT NBR 12655 (2022) regulamenta tal controle.
De acordo com Capuraçu (2010) o controle tecnológico do concreto é
constituído por uma série de operações (controle, preparo, recebimento e aceitação),
têm como finalidade garantir a qualidade do concreto de acordo com as
especificações e, consequentemente, com as exigências da obra.
Helene e Terzian (1993) diz que:
A organização e a implementação do controle de qualidade da
construção civil devem envolver um mecanismo duplo de ação: o
controle de produção e o controle de recebimento. O controle de
produção é exercido por quem gera produtos em uma das etapas do
processo, tratando-se de um controle interno. O controle de
recebimento é exercido por quem fiscaliza e aceita os produtos e os
serviços executados nas várias etapas do processo.

Diante a afirmativa, garantir o controle efetivo na fabricação, transporte e


aplicação do concreto é essencial para assegurar a qualidade da construção. Isso
inclui o monitoramento contínuo na central dosadora, o controle rigoroso de produção,
o envolvimento em todas as etapas do processo, e a adoção de novas metodologias.
20

Apesar das demandas de tempo nos canteiros de obra, o investimento no controle


tecnológico previne problemas futuros, evitando o uso de concreto fora dos padrões e
garantindo a durabilidade da construção.

5.4 PROPRIEDADES
A qualidade do concreto desempenha papel crucial em sua aplicação, e suas
propriedades podem ser categorizadas em duas etapas distintas: a primeira fase
abrange o período de endurecimento, estado endurecido e o momento que está em
serviço, e a segunda fase envolve mistura, lançamento, compactação e acabamento,
conhecida como concreto fresco.

5.4.1 Concreto Fresco

Quando se trata das propriedades do concreto fresco, a consistência e


trabalhabilidade são aspectos em destaque, a fim de que o concreto tenha facilidade
para ser coloca em qualquer tipo de forma, sem segregação. (ALMEIDA, 2002).
De acordo com Neville (2016) a atenção principal não está voltada para o
concreto fresco, é crucial ressaltar que a resistência do concreto, ao ser composto por
determinadas proporções, é substancialmente influenciada pelo seu nível de
compactação. Portanto, é essencial que a consistência da mistura seja ajustada de
forma a permitir o transporte, lançamento, compactação e acabamento do concreto
de maneira fácil e sem ocorrência de segregação. A fluidez do concreto é determinada
através do ensaio de abatimento do tronco de cone (slump teste), regido pela ABNT
NBR 16889 (2020) e utiliza os materiais da Figura 3.
21

Figura 3: Materiais utilizados no Slump Test.

Fonte: MLAB (2017).

A ABNT NBR 16889 (2020) estabelece um método preciso para definir o grau
de utilização e consistência do concreto para trabalhabilidade em seu estado fresco,
utilizando a medida do seu assentamento como parâmetro. Segundo a norma, o
método não é aplicável a concretos que possuam agregado graúdo com dimensão
nominal máxima superior a 37,5mm, sua utilização é aceitável em concretos plásticos
e coesivos que tenham assentamento igual ou maior que 10mm.

5.4.2 Concreto Endurecido

As propriedades do concreto endurecido são normalmente definidas pelo


projetista estrutural, enquanto as propriedades do concreto fresco são determinadas
pelas técnicas de execução. Características como resistência à compressão,
durabilidade e permeabilidade desempenham um papel significativo no concreto em
seu estado endurecido. Entre essas propriedades, destaca-se a resistência à
compressão, pois oferece uma visão abrangente da qualidade do concreto e da sua
capacidade de suportar cargas até atingir a ruptura. (NEVILLE, 2016).
22

5.5 RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO


5.5.1 Definição

Para Mehta e Monteiro (2014) a resistência à compressão pode ser


caracterizada como a tensão de compressão máxima que o concreto é capaz de
suportar antes de se romper, seja devido a forças externas ou ao desenvolvimento de
fissuras em seu interior.
A resistência característica à compressão do concreto, denotada por fck, pode
ser definida como o valor que possui grau de confiança de 95%. Em outras palavras,
fck é o ponto em que 95% dos resultados dos ensaios estão acima ou 5% abaixo
desse valor. Essa resistência é determinada por meio de ensaios em corpos de prova
cilíndricos, sendo a idade desses copos de prova variável e, quando não especificada,
refere-se à idade de 28 dias. (HELENE; TERZIAN, 1993).
O ensaio de resistência à compressão é definido pela ABNT NBR 5739 (2018)
assim como os corpos de prova também obedecem a parâmetros estabelecidos pela
norma.

5.5.2 Determinação da resistência à compressão

5.5.2.1 Coleta e amostragem

A coleta e amostragem do concreto deve ser feito de acordo com a ABNT NBR
16886 (2020) – Concreto – Amostragem de concreto fresco. A norma diz que as
amostras devem ser obtidas aleatoriamente, logo após terem sido finalizadas a adição
e homogeneização de todos os componentes do concreto. Para caminhões-betoneira,
a coleta da amostra deve ser realizada durante a operação de descarga, após a
retirada dos primeiros 15% e antes de completar a descarga de 85% do volume total
da betonada, podendo ser realizada em dois ou mais períodos regularmente
espaçados. Para betoneiras estacionárias, as amostras podem ser obtidas da mesma
maneira.
Segundo Helene e Terzian (1992) é notável observar que, ao considerar que
os corpos de prova de um mesmo exemplar são sempre curados em conjunto, sob as
mesmas condições, não há possibilidade de se obter um resultado mais elevado do
que o fornecido por um ensaio correto. Devido a essa razão, a resistência mais baixa
entre os dois exemplares é desconsiderada, uma vez que se atribui a uma das
operações de ensaio a causa dessa diminuição. O valor mais elevado foi menos
23

impactado negativamente pelas operações de ensaio e, portanto, representa de forma


mais precisa a resistência ‘’potencial’’ do concreto, que é o foco do controle.
De acordo com a ABNT NBR 12655 (2022) – Concreto de cimento Portland –
Preparo, controle, recebimento e aceitação – Procedimento, o controle do concreto
pode ser feito a partir das seguintes amostragens:

5.5.2.1.1 Amostragem total


Consiste na amostragem 100%, ou seja, todas as betonadas são amostradas
e representadas por um exemplar que define a resistência à compressão daquele
concreto naquela betonada. Neste caso, o valor da resistência característica à
compressão do concreto estimada (Fck,est) é dado pela Equação 1 a seguir:

𝑓𝑐𝑘, 𝑒𝑠𝑡 = 𝑓𝑐, 𝑏𝑒𝑡𝑜𝑛𝑎𝑑𝑎 𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1


Onde:
Fc,betonada = valor da resistência à compressão do exemplar que representa
o concreto da betonada.

5.5.2.1.2 Amostragem parcial


Amostragem parcial: neste tipo de controle, são retirados exemplares de
betonadas diferentes, as amostras devem ser de no mínimo seis exemplares para os
concretos do grupo I (classes até C50).
Para lotes com números de exemplares 6 ≤ n < 20, o Fck,est, na idade
especificada, é dado pela Equação 2.
𝑓1 + 𝑓2 … + 𝑓𝑚 − 1
𝑓𝑐𝑘, 𝑒𝑠𝑡 = 2 ∗ − 𝑓𝑚 𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 2
𝑚−1
Onde:
m = n/2 (despreza-se o valor mais alto de n, se for ímpar);
f1, f2, ..., fm = valores das resistências dos exemplares, em ordem crescente

5.5.2.2 Moldagem dos corpos de prova

A moldagem dos corpos de prova deve ser feita de acordo com a ABNT NBR
5738 (2015) – Concreto – Procedimento para moldagem e cura de corpos de prova.
A moldagem do corpo de prova deve ser feita em uma superfície de apoio rígida,
horizontal, livre de vibrações. O molde deve ser cilíndrico com 15cm de diâmetro,
24

preenchido em três camadas de concreto, com 25 golpes por camada para o


adensamento manual ou duas camadas quando o adensamento for mecânico, com
volume aproximadamente igual. Após o período de 24 horas de cura inicial, os corpos
de prova devem ser desmoldados, identificados e armazenados em um local descrito
conforme a norma.
Exemplar, por sua vez, é definido como uma porção individualizada de um lote,
escolhida para compor uma amostra representativa do conjunto. Geralmente, um
exemplar é composto por dois corpos de prova destinado à ruptura na mesma idade.
No que lhe diz respeito, um corpo de prova é um cilindro com dimensões reguladas
pela norma mencionada anteriormente. Esse cilindro deve ser moldado e curado com
uma porção de concreto proveniente de uma unidade uniforme de produção, ou seja,
o lote. (HELENE E TERZIAN, 1992).

5.5.2.3 Ensaio de resistência

O ensaio de resistência à compressão deve ser feito de acordo com a ABNT


NBR 5739 (2018) – Concreto – Ensaio de compressão de corpos de prova cilíndricos.
O ensaio consiste em determinar a resistência dos corpos de prova devidamente
moldados e curados preconizado na ABNT NBR 5738 (2015). Antes de iniciar o ensaio
a prensa hidráulica (Figura 4) deve estar regulada com a escala de força correta
definida para o ensaio, com as faces dos pratos de compressão e do corpo de prova
limpas e secas. O corpo de prova cilíndrico deve ser posicionado de modo que,
quando estiver centrado, seu eixo coincida com o da máquina, onde será submetido
a um carregamento contínuo, com velocidade de (0,45 ± 0,15) Mpa/s. O carregamento
só deve cessar quando houver uma queda de força que indique a ruptura.
25

Figura 4: Prensa hidráulica.

Fonte: Acervo particular (2023).

A partir dos resultados coletados pela prensa hidráulica, a resistência à


compressão deve ser calculada pela Equação 3 a seguir:

4𝐹
𝑓𝑐 = 𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 3
𝜋 𝑥 𝐷²
Onde:
Fc = resistência à compressão, expressa em megapascals (Mpa);
F = força máxima alcançada, expressa em newtons (N);
D = diâmetro do corpo de prova, expresso em milímetros (mm);

5.5.3 Fatores que influenciam na resistência à compressão

Faria (2009) explora a qualidade do concreto, destacando a concreteira, os


sistemas de transporte, a tipologia e estrutura do canteiro, o laboratório responsável
pelos ensaios e as condições de transporte dos corpos de prova até o laboratório
como fatores cruciais que influenciam diretamente na qualidade do concreto.
26

Figura 5: Fatores que influenciam na qualidade final do concreto.

Fonte: FARIA, 2009.

Para Helene e Terzian (1992), a análise de cada um dos diversos fatores que
impactam na resistência final do concreto pode ser desafiadora. No entanto, é a
interação desses fatores em conjunto que efetivamente determina o desempenho do
material ao longo de sua vida útil.
27

Tabela 1: Principais fatores que influenciam o resultado da resistência à compressao potencial do


concreto medida no ensaio de controle.

Fonte: Helene e Terzian (1992) , adaptado.


28

6 METODOLOGIA

A presente pesquisa, será realizada em duas construções em andamento,


localizadas em Sinop, Mato grosso.
Serão duas edificações, a primeira contempla uma edificação mista
(comercial/residencial) com dois pavimentos, com lote de aproximadamente 549,67m²
e área total a construir de 555,38m². A segunda contempla uma edificação residencial,
com lote de aproximadamente 181,97m² e área total a construir de 109,12m². É
importante ressaltar que as obras escolhidas a priori servem como orientação à
pesquisa, no caso de uma eventualidade ou de impossibilidade de coleta de amostras,
outras obras de porte similar poderão ser consideradas em substituição.
Os concretos coletados das edificações serão divididos da seguinte maneira: a
primeira edificação utilizará concreto usinado, ou seja, será preparado e misturado em
uma usina de concreto e levado até o canteiro de obras pronto para aplicação. Ainda
na primeira edificação, será concretado a laje total da edificação, sendo dividido em
cinco caminhões, com 8m³ de concreto, totalizando 40m³, com Fck esperado de 30
MPa. Para a segunda edificação, utilizará concreto moldado in loco, por meio de
betonadas, com Fck esperado de 25 MPa. O concreto que será coletado da segunda
edificação, deve ser descrito quais elementos estruturais receberá o concreto.
O estudo de caso, contará com o controle de qualidade do concreto por
amostragem total, conforme descrito pela ABNT NBR 12655 (2022), que consiste na
amostragem 100%, ou seja, todas as betonadas são amostradas e representadas por
um exemplar que define a resistência à compressão daquele concreto naquela
betonada. Neste caso, o valor da resistência à compressão do concreto estimada
(Fck,est) é dado conforme apresentado na Equação 1.

6.1 DETERMINAÇÃO DA CONSISTÊNCIA


Antes de proceder à coleta de amostras para moldagem dos corpos de prova,
será utilizado o teste de abatimento do tronco de cone (Slump Test). Esse ensaio é
crucial para avaliar a consistência do concreto, assegurando que o material esteja em
conformidade com as especificações necessárias para sua utilização e aplicação.
Segundo a ABNT NBR 16889 (2020) o ensaio consiste em um molde metálico
oco de geometria cônica, com altura de 300mm ± 2mm, base inferior de 200mm ±
29

2mm e base superior 100mm ± 2mm. A base do cone deve possuir aletas, para que
durante o ensaio o cone permaneça imóvel, e a parte superior deve contar com alças
que garantam a desmoldagem eficiente do concreto. A haste utilizada para o ensaio
deve ser de aço, de superfície lisa e com formato cilíndrico, com diâmetro de 16mm,
e comprimento de 600mm a 800mm.
Para realização do ensaio também é necessária uma base metálica, quadrada
ou retangular, de dimensão maior que 500mm e espessura igual ou superior a 3mm.

Figura 6: Demonstração Slump Test.

Fonte: NBR NM 67 (1998).

O procedimento descrito pela ABNT NBR 16889 (2020) para realização do


ensaio consiste em:
I. Umedecer a base e o cone metálico para que as condições dos materiais
não alterem os resultados, e fixar o cone na base, posicionando os pés
aletas.
30

II. Preencher aproximadamente 1/3 da altura do cone com concreto, e


aplicar 25 golpes com a haste metálica para adensar o material.

Figura 7: Etapas I e II do Slump test.

Fonte: LISBOA, ALVES e MELLO (2017).

III. Repetir o mesmo processo para mais duas camadas, com 25 golpes em
cada, de modo que os golpes não afetem as camadas anteriores.

Figura 8: Etapas III e IV do Slump test.

Fonte: LISBOA, ALVES e MELLO (2017).

IV. Após finalizar a terceira camada, a superfície do cone deve ser


regularizada, retirando o excesso de concreto, e o desmolde deve ser
realizado cuidadosamente, com duração de aproximadamente 10
segundos.
V. Imediatamente, após a retirada do molde, medir o abatimento do
concreto com o auxílio da haste.
31

Figura 9: Etapas V e VI do Slump test.

Fonte: LISBOA, ALVES e MELLO (2017).

O Quadro 3 será utilizado como parâmetro para classificar a consistência do


concreto, a partir do resultado do ensaio.

Quadro 3: Classificação da consistência do concreto através do slump test.

Fonte: LISBOA, ALVES e MELLO (2017).

6.2 MOLDAGEM E CURA DOS CORPOS DE PROVA


A moldagem e cura dos corpos de prova, é descrito pela ABNT NBT 5738
(2015), e o método adotado será o manual. De acordo com a norma, os moldes devem
ser de metal ou de outro material que não reaja com o Cimento Portland, de superfície
interna lisa. Para este ensaio também utilizará a haste de aço para adensamento com
16mm de diâmetro e 600mm de comprimento, e uma concha de material inerte e não
absorvente que possibilite o manuseio do concreto.
32

Serão utilizados molde de vinte centímetros de altura, e quinze centímetros de


diâmetro, feitos de aço, como os da Figura 10:

Figura 10: Modelo de molde adotado.

Fonte: Acervo particular (2023).

O procedimento descrito pela ABNT NBR 5738 (2015) para realização do


ensaio consiste em:
I. Apoiar a superfície dos moldes em uma superfície rígida, horizontal, livre
de vibrações e outras perturbações que possam modificar a forma e as
propriedades do concreto.
II. Os moldes e suas bases devem ser revestidos internamente com uma
fina camada de óleo mineral ou outro lubrificante que não reaja com o
cimento.
III. Introduzir o concreto no molde em três camadas de volume
aproximadamente igual e adensar cada camada utilizando a haste com
25 golpes conforme a sequência da Figura 11, evitando-se golpear as
camadas anteriores. A última camada deve ser moldada com quantidade
me excesso de concreto, de forma que, adensada, complete todo o
volume do molde e seja possível proceder ao seu rasamento, eliminando
o material em excesso deixando a superfície lisa.
33

Figura 11: Sequência de moldagem.

Fonte: Latache (2013).

IV. Após a moldagem, colocar os moldes sobre uma superfície rígida, livre
de vibrações, para que a cura inicial de 24h seja feita sem ações que
possam perturbar o concreto.
V. Ao término da cura inicial, os corpos de prova serão desmoldados, na
qual ficarão submersos em um recipiente com água saturada e cal,
dando início a etapa de cura final.
Da primeira edificação serão moldados três corpos de prova por caminhão, de
forma que sejam rompidos respectivamente com três, sete e vinte e oito dias de cura
(idade referência para análise de resistência) e a contraprova dos corpos de prova
coletados será disponibilizado pela unidade dosadora contratada. Para a segunda
edificação, serão moldados seis corpos de prova no total, de forma que sejam
rompidos dois com três dias de cura, dois com sete dias de cura e dois com vinte e
oito dias de cura (idade referência para análise de resistência). Os corpos de prova
serão etiquetados com as informações básicas sobre o processo de amostragem em
uma planilha, que contará com as seguintes informações:
• Número de identificação do CP;
• Data da moldagem;
• Idade do CP;
• Data do ensaio;
34

Portanto, ao longo de toda a pesquisa, serão rompidos um total de trinta e seis


corpos de prova.

6.3 ENSAIO DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO


O rompimento dos corpos de prova será realizado de acordo com a ABNT NBR
5739 (2018). A prensa hidráulica utilizada para o rompimento será da marca
Contenco, de aplicação manual, e visor digital, disponível no laboratório da UNEMAT,
campus Jardim Imperial, conforme ilustrado na Figura 12.

Figura 12: Prensa hidráulica do laboratório da UNEMAT.

Fonte: Acervo pessoal (2023).

Com a prensa devidamente limpa, o corpo de prova será centralizado no prato


da máquina, e após o ajuste da altura do disco de compressão superior, deve se
aplicar uma força continua, e o carregamento deve prosseguir até houver uma queda
de força, indicando a ruptura do concreto, e o número indicado no visor será a força
máxima suportada até a ruptura.
A partir dos resultados obtidos com o ensaio, será possível calcular a
resistência de cada corpo de prova a partir da Equação 3.
35

6.4 RELATÓRIO FINAL


Por fim, será apresentado um relatório final, onde abordaremos todos os
resultados coletados, se o concreto está conforme ou não com o que foi
preconizado em projeto.
36

7 CRONOGRAMA

2024
ATIVIDADES
JUN
JAN FEV MAR ABR MAI

Encontros com o
orientador

Pesquisa Bibliográfica

Análise das obras


definidas

Moldagem dos CP’s

Manutenção (Cura do
concreto)

Rompimentos

Coleta e Análise dos


resultados
Revisão e entrega
oficial do trabalho
Apresentação do
trabalho em banca
37

8 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12655: Concreto de
cimento Portland – Preparo, controle, recebimento e aceitação – Procedimento.
Rio de Janeiro/RJ, p 10, 2022.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7211: Agregados


para concreto - Requisitos. Rio de Janeiro/RJ, p 2, 2022.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16889: Concreto –


Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone. Rio de
Janeiro/RJ, 2020.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5739: Concreto –


Ensaio de compressão de corpos de prova cilíndricos. Rio de Janeiro/RJ, 2018.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16886: Concreto –


Amostragem de concreto fresco. Rio de Janeiro/RJ, 2020.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5738: Concreto -


Procedimento para moldagem de corpos de prova. Rio de Janeiro/RJ, 2015.

ABCP – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND. Guia básico de


utilização do cimento Portland – BT-106. 2002.

BASTOS, Paulo Sérgio. Fundamentos do concreto protendido. Bauru/SP:


Universidade Estadual Paulista – UNESP, p45, 2019.

CAPURAÇU, Flávio Renato. Controle Tecnológico do concreto: Direitos e


Deveres. Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural. Belo
Horizonte, 2010, p13.

DE ALMEIDA, Msc Luiz Carlos. Concreto. 2002. 6p.

DE ALMEIDA, Msc Luiz Carlos. Fundamentos do concreto armado. 2002. 24p.

FARIA, R. Concreto não conforme. Revista Téchne, São Paulo: PINI, n. 152,
novembro de 2009.

HELENE, P.; TERZIAN, P. Manual de dosagem e controle do concreto. São


Paulo: PINI, 1993.

HELENE, P., 2009, ‘’Manual para reparo, reforço e proteção de estruturas de


concreto’’. Ed. Pini, São Paulo;
38

LISBOA, Ederval.de. S.; ALVES, Edir.dos. S.; MELO, Gustavo.Henrique. Alves.


Gomes. D. Materiais de construção: Concreto e Argamassa. Porto Alegre: Grupo
A, 2017.

MEHTA, P. K.; MONTEIRO, P. J. M. Concreto: Microestrutura, propriedades e


materiais, Ibracon, S. 2008.

NEVILLE, A. M. Propriedades do concreto. Tradução de Ruy Alberto Cremonini. 5ª


Edição. Ed. Porto Alegre: Bookman, 2016. 26 p.

PACHECO, J.; HELENE, P. Controle de resistência do concreto, 2013. 18f.


Boletim Técnico, v. 9. 6p.

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