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INSTITUTO SUPERIOR DE TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES

DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS DE DRENAGEM EM CAMPOS


DE FUTEBOL COM RELVADO NATURAL

CASO DE ESTUDO: CAMPO DO CLUBE DE DESPORTOS DO


MAXAQUENE

Mauro Alberto Cossa

Projecto Final do Curso

Licenciatura em Engenharia Civil e de Transportes

Supervisor:

Eng. Bélzénia Matsimbe

Departamento de Tecnologias de Construção

Maio de 2019
INSTITUTO SUPERIOR DE TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES

DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS DE DRENAGEM EM CAMPOS


DE FUTEBOL COM RELVADO NATURAL

CASO DE ESTUDO: CAMPO DO CLUBE DE DESPORTOS DO


MAXAQUENE

Mauro Alberto Cossa

Projecto Final do Curso

Licenciatura em Engenharia Civil e de Transportes

Eng.ª Belzénia Matsimbe

Departamento de Tecnologias de Construção

Maio de 2019
Dimensionamento de Sistemas de Drenagem em Campos de Futebol com
DisplayText Natural
Relvadocannot span more than one line!
Caso de Estudo: Campo do Culbe de Desportos de Maxaquene
Mauro Alberto Cossa
Sistemas de Drenagem em Campos de Futebol

ÍNDICE
ÍNDICE ...................................................................................................................................... I
AGRADECIMENTOS .......................................................................................................... IV
DEDICATÓRIA ...................................................................................................................... V
DECLARAÇÃO DE HONRA ............................................................................................. VII
ÍNDICE DE TABELAS ..................................................................................................... VIII
ÍNDICE DE FIGURAS .......................................................................................................... 10
ÍNDICE DE GRÁFICOS ....................................................................................................... 13
LISTA DE ABREVIATURAS UTILIZADAS ..................................................................... 14
RESUMO................................................................................................................................. 15
ABSTRACT ............................................................................................................................ 16
CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 17
1.1. Introdução ......................................................................................................... 17
1.2. Problemática ..................................................................................................... 18
1.3. Problema ........................................................................................................... 18
1.4. Objecto ............................................................................................................. 19
1.5. Objectivo Geral................................................................................................. 19
1.6. Objectivos Específicos ..................................................................................... 19
1.7. Ideia a defender ................................................................................................ 19
1.8. Perguntas da investigação................................................................................. 19
1.9. Resultados Esperados ....................................................................................... 19
1.10. Estrutura do trabalho ........................................................................................ 20
CAPÍTULO II MARCO TEÓRICO CONCEITUAL ........................................................ 21
2.1. Futebol .............................................................................................................. 21

2.2.1 Campos de Futebol .............................................................................. 21

2.2.2 Tipos de Relvado ................................................................................. 22

2.2.3. Vantagens e Desvantagens entre o Relvado natural e o sintético ........ 24

2.2. Drenagem de Campos de Futebol de Relvado Natural..................................... 26

2.2.3 Composição do dreno .......................................................................... 27

2.2.4 Classificação dos drenos ...................................................................... 29

Mauro Alberto Cossa I


Sistemas de Drenagem em Campos de Futebol

2.2.5 Tipos de Dreno ..................................................................................... 30

2.3. Tipos de Sistemas de Drenagem usados em campos de Futebol ...................... 32

2.3.1. Sistema Gravitacional .......................................................................... 32

2.3.2. Sistema de drenagem a vácuo .............................................................. 33

2.3.3. Soluções de sistemas drenantes em futebol ......................................... 34

2.4. Manutenção ...................................................................................................... 40

2.4.1 Tarefas gerais de manutenção de relvados naturais ............................. 41

CAPÍTULO III – MARCO CONTEXTUAL....................................................................... 47


3.1. Considerações Gerais ....................................................................................... 47

3.1.1. Estádios vs Clubes de Futebol em Moçambique ................................. 47

3.2. Estádio do Clube de Desportos do Maxaquene ................................................ 48

3.2.1. Descrição ............................................................................................. 48

3.2.2. Clima da região .................................................................................... 49

3.2.3. Historial ............................................................................................... 50

3.2.4. Operação .............................................................................................. 53

3.2.5. Apresentação de resultados do inquérito de identificação de problemas


do campo .......................................................................................................... 53

CAPÍTULO IV – METODOLOGIA DE RESOLUÇÃO DO PROBLEMA .................... 57


4.1. Abordagem da Investigação ............................................................................. 57
4.2. Desenho da Investigação .................................................................................. 58
CAPÍTULO V – APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS .. 60
5.1. Considerações iniciais ...................................................................................... 60
5.2. Elementos de base ............................................................................................ 61
5.3. Cálculo de caudais pluviais .............................................................................. 61
5.4. Dimensionamento do Sistema de drenagem ..................................................... 63

5.4.1. Lei de Darcy......................................................................................... 63


Mauro Alberto Cossa II
Sistemas de Drenagem em Campos de Futebol

5.5. Metodologia de dimensionamento passo a passo ............................................. 69


5.6. Caso Práctico: Campo de Futebol do Clube Desportivo do Maxaquene ......... 71

5.6.1. Elementos de base ................................................................................ 71

5.6.2. Cálculo de Caudais .............................................................................. 73

5.6.3. Dimensionamento do Sistema drenante ............................................... 74

5.6.4. Estimativa de Volume do Reservatório ............................................... 76

CAPÍTULO VI – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .............................................. 79


6.1. Conclusões ........................................................................................................ 79
6.2. Recomendações ................................................................................................ 80
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ................................................................................. 81
APÊNDICES ........................................................................................................................... 85
ANEXOS ................................................................................................................................. 91

Mauro Alberto Cossa III


Sistemas de Drenagem em Campos de Futebol

AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradecer aos meus pais, Alberto Alexandre e Ilda Muianga, e aos meus
irmãos Bruno Cossa e Eneida Cossa pelo apoio, puxões de orelha, confiança e amor
incondicional nesta trajectória.

Aos meus amigos e companheiros desta jornada académica, em especial, Dilson Baltazar,
Lourenço Muambalo, Jorge Pin Tin, Shakil Calú, Edilson Pereira, Amuza Sande e Domingos
Júnior, com quem partilhei as maiores dificuldades e ajudaram-me a atravessá-las.

À Liga Desportiva de Maputo, em particular, aos meus treinadores de formação na carreira


desportiva, Elson da Costa, Mauro Bucuane e Nuno Sousa, pelo suporte, pela confiança, pelo
empenho dedicado e por mostrar com factos que a base do sucesso é a formação.

Mauro Alberto Cossa IV


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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à toda comunidade desportiva de Moçambique que por amor, fazem de
tudo para que o desporto evolua no país e traga melhores resultados a longo prazo. E ao meu
Avô Alberto Muianga (em memória), que despertou-me a paixão pelo desporto e incentivou-
me à practicar o desporto rei (Futebol).

Mauro Alberto Cossa V


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“Que o desporto seja sempre uma escola de Amizade”


Liga Desportiva de Maputo

Mauro Alberto Cossa VI


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DECLARAÇÃO DE HONRA

Eu, Mauro Alberto Cossa declaro por minha honra que o presente Projecto Final do Curso é
exclusivamente de minha autoria, não constituindo cópia de nenhum trabalho realizado
anteriormente e as fontes usadas para a realização do trabalho encontram-se referidas na
bibliografia.

Assinatura: __________________________________

Mauro Alberto Cossa VII


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ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 2.1. Vantagens e Desvantagens entre Relvado Natural e Relvado Sintético. (Fonte:

Autor, 2018)...................................................................................................................... 24

Tabela 2.2. Classificação dos drenos (Fonte: Autor, 2018) .................................................... 29

Tabela 3.1. Distribuição de Clubes de Futebol ao longo do país. (Fonte: Autor, 2019) ........ 47

Tabela 3.2. Dados Climáticos da região de Maputo. (Fonte: CLIMATE-DATA.ORG, sem

data) .................................................................................................................................. 49

Tabela 5.1. Coeficiente de escoamento superficial. (Fonte: DE SOUSA & MATOS, sem

data) .................................................................................................................................. 63

Tabela 5.2. Coeficientes de permeabilidade de acordo com a granulometria do material

(Fonte: DANTAS et al., 2003) ......................................................................................... 64

Tabela 5.3. Características da camada de solo de topo. (Fonte: Autor, 2019) ........................ 72

Tabela 5.4. Cálculo do Tempo de concentração. (Fonte: Autor, 2019)................................... 72

Tabela 5.5. Parâmetros adimensionais em função do Período de Retorno T. (Fonte:

Regulamento dos Sistemas Prediais de Distribuição de Água e de Drenagem de Águas

Residuais ,2004) ............................................................................................................... 73

Tabela 5.6. Cálculo da Intensidade de Precipitação com base na expressão (5.18). (Fonte:

Autor, 2019)...................................................................................................................... 73

Tabela 5.7. Cálculo do caudal de pico através do Método Racional. (Fonte: Autor, 2019) .... 74

Tabela 5.8. Características dos materiais de enchimento dos elementos do sistema. (Fonte:

Autor, 2019)...................................................................................................................... 74

Tabela 5.9. Cálculo da espessura do Colchão drenante. (Fonte: Autor, 2019)........................ 74

Mauro Alberto Cossa VIII


Sistemas de Drenagem em Campos de Futebol

Tabela 5.10. Identificação dos drenos a dimensionar. (Fonte: Autor, 2019)........................... 75

Tabela 5.11. Dimensionamento da secção transversal dos drenos. (Fonte: Autor, 2019) ....... 75

Tabela 5.12. Coeficientes Culturais. (Fonte: Autor, 2019) ..................................................... 77

Tabela 5.13. Cálculo da Evapotranspiração de referência e do Relvado com base nas

expressões (5.19) e (5.20) respectivamente. (Fonte: Autor, 2019)................................... 77

Tabela 5.14. Cálculo Aproximado do volume de água para um dia de irrigação. (Fonte:

Autor, 2019)...................................................................................................................... 78

Mauro Alberto Cossa IX


Sistemas de Drenagem em Campos de Futebol

ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 2.1. Dimensões permitidas para campos de Futebol. (Fonte: FUTEBOL…, sem data)

.......................................................................................................................................... 22

Figura 2.2. Dimensões recomendadas para campos de Futebol. (Fonte: FIFA, 2011) .......... 22

Figura 2.3. Relva natural em rolos. (Fonte: RELVADO…, sem data) .................................. 23

Figura 2.4. Relvado sintético. (Fonte: FrameAngel, 2014). ................................................... 23

Figura 2.5. Esquema de drenagem subterrânea. (Fonte: FERREIRA, 2011) ......................... 26

Figura 2.6. Esquema de composição de drenos. (Fonte: Autor, 2018) ................................... 29

Figura 2.7. Esquema de Dreno contínuo. (Fonte: Autor, 2018) ............................................. 31

Figura 2.8. Esquema de dreno descontínuo. (Fonte: FONSECA et al. sem data) ................... 31

Figura 2.9. Esquema de Dreno Cego. (Fonte: Autor, 2018)................................................... 32

Figura 2.10. Esquema de Colchão drenante. (Fonte: DANTAS et al. 2003) ......................... 32

Figura 2.11. Esquema de funcionamento do Sistema de Drenagem Gravitacional. (Fonte:

MELO, 2011).................................................................................................................... 33

Figura 2.12. Esquema de um Sistema de Vácuo. (Fonte: VENANCIO, 2015) ...................... 34

Figura 2.13. Ilustração de um Sistema de Drenagem. (Fonte: FERREIRA, 2011) ................. 35

Figura 2.14. Sistema drenante Misto. (Fonte: DANTAS et al. 2003) .................................... 36

Figura 2.15. Drenagem em Espinha de peixe (Configuração 1). (Fonte: CORSINI, 2014) ... 36

Figura 2.16. Drenagem em Espinha de peixe (Configuração 2). (Fonte: ROSSI, sem data) .. 37

Figura 2.17. Drenagem em Espinha de peixe (Configuração 3). (Fonte: ROSSI, sem data) . 37

Figura 2.18. Drenagem de Espinhas paralelas (1). (Fonte: VENANCIO, 2015) ................... 38

Mauro Alberto Cossa


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Sistemas de Drenagem em Campos de Futebol

Figura 2.19. Drenagem de Espinhas paralelas (2). (Fonte: SPORT ENGLAND, 2011) ........ 38

Figura 2.20. Esquema de Drenagem paralela usando drenos lineares com intersecções de

sulcos de areia. (Fonte: FIFA, 2011) ................................................................................ 39

Figura 2.21. Esquema de Drenagem paralela usando combinação de colchão drenante e

drenos lineares com intersecções de sulcos de areia. (Fonte: FIFA, 2011) ...................... 39

Figura 2.22. Drenagem de espinha paralela com drenos de intersecções suplementares.

(Fonte: SPORT ENGLAND, 2011).................................................................................. 40

Figura 2.23. Dirrecções e larguras de cortes. (Fonte: RED, 2017) ........................................ 42

Figura 2.24. Irrigação de um campo de futebol com base em aspersores. (Fonte: RED, 2017)

.......................................................................................................................................... 42

Figura 2.25. Arejamento em profundidade através de Verti Drain. (Fonte: RED, 2017) ...... 43

Figura 2.26. Espalhamento de areia na superficie do campo. (Fonte: RED, 2017) ............... 45

Figura 2.27. Marcação das linhas do campo. (Fonte: RED, 2017) ......................................... 46

Figura 3.1. Localização do Campo do Maxaquene. (Fonte: Google Maps, 2019).................. 49

Figura 3.2. Campo do Clube Desportivo do Maxaquene. (Fonte: Housesofmaputo, 2019) .. 50

Figura 3.3. Identificação do local com problemas de drenagem. (Fonte: Autor, 2019) ......... 51

Figura 3.3. Estado do Relvado no local mais afectado. (Fonte: Autor, 2019) ....................... 52

Figura 3.4. Formação de poças de água. (Fonte: Autor, 2019) ............................................... 52

Figura 4.1. Esquema da perspectiva mista (Fonte: Adaptado de Newman & Benz, 1998, p.

20). .................................................................................................................................... 65

Figura 5.1. Esquema de funcionamento do colchão drenante partindo da quantidade de água

precipitada. (Fonte: Autor, 2019) ..................................................................................... 65

Mauro Alberto Cossa


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Figura 5.2. Esquema de cálculo do volume de água atravessado por metro de comprimento.

(Fonte: Autor, 2019) ......................................................................................................... 67

Figura 5.3. Secção transversal da vala do dreno. (Fonte: DANTAS et al. 2003).................... 68

Figura 5.4. Resumo da Metodologia de dimensionamento de Sistemas de Drenagem em

campos de Futebol com relvado natural.(Fonte: Autor, 2019) ....................................... 771

Figura 5.5. Esquema do sistema de drenagem para o Campo do Maxaquene. (Fonte: Autor,

2019) ................................................................................................................................. 71

Figura 5.6. Esquema representativo para o dimensionamento do sistema de drenagem.

(Fonte: Autor, 2019) ......................................................................................................... 72

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ÍNDICE DE GRÁFICOS
Gráfico 3.1. Relação estádios/campos de futebol e Clubes. (Fonte: Autor, 2019) ................. 48

Gráfico 3.2. Identificação. (Fonte: Autor, 2019) ..................................................................... 53

Gráfico 3.3. Género. (Fonte: Autor, 2019) .............................................................................. 53

Gráfico 3.4. Faixa etária. (Fonte: Autor, 2019) ....................................................................... 54

Gráfico 3.5. Tempo que frequenta o campo. (Fonte: Autor, 2019) ......................................... 54

Gráfico 3.6. Preferência entre Relvado Natural e Relvado Sintético. (Fonte: Autor, 2019) ... 54

Gráfico 3.7. Nível de Satisfação face às condições do campo. (Fonte: Autor, 2019) ............. 55

Gráfico 3.8. Influência no desempenho da equipa face as condições do campo. (Fonte: Autor,

2019) ................................................................................................................................. 55

Gráfico 3.9. Formação de poças de água após chuva. (Fonte: Autor, 2019) ........................... 55

Gráfico 3.10. Contribuição das poças de água para lesões. (Fonte: Autor, 2019)................... 56

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LISTA DE ABREVIATURAS UTILIZADAS


Ac Área da secção transversal do colchão
At Área da secção transversal da vala
C Coeficiente de Escoamento
CAF Confederação Africana de Futebol
COSAFA Conselho das Associações de Futebol da África Austral
d Comprimento da Vala
DN Diâmetro Nominal
e Espessura do colchão
ETc Evapotranspiração da Cultura
ETo Evapotranspiração de referência
FAO Food and Agriculture Organization of the United Nations
FIFA Federação Internacional de Futebol
I Intensidade de precipitação
i Inclinação
ICID International Commission on Irrigation and Drainage
IDF Intensidade e de Frequência
it Inclinação da vala
K Coeficiente de permeabilidade
kc Coeficiente da Cultura
Ks Coeficiente de rugosidade Manning
L Espaçamento entre drenos
PVC Policloreto de Vinil
Q Caudal de Escoamento
Rh Raio hidráulico
SCLM Sporting Clube de Lourenço Marques
Tc Tempo de Concentração
UR Humidade relativa
v Velocidade de escoamento

Mauro Alberto Cossa


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RESUMO

Com a evolução do Futebol, e as mudanças climáticas, torna-se cada vez mais importante a
análise detalhada na concepção de projectos de estádios/campos da modalidade. Moçambique
tem potencial para desenvolver a modalidade e parte deste desenvolvimento está directamente
associado à construção/reabilitação de estádios/campos, que têm como um dos requisitos
principais a existência de um sistema de drenagem.

O presente trabalho tem objectivo conceber uma metodologia de dimensionamento de


sistemas de drenagem em campos de futebol que combina as várias variáveis existentes, tendo
como base a Lei de Darcy, que relaciona a quantidade de água escoada com as dimensões do
elemento por onde a água se escoa.

O dimensionamento consiste na escolha do esquema de drenos (disposição, dimensões básicas


em planta), escolha do tipo de material de enchimento com base na granulometria e
coeficiente de permeabilidade e, na determinação da espessura do colchão drenante e da
secção transversal dos drenos, considerando os dados climáticos da região em estudo.

Tem como estudo de caso o Campo de Futebol do Clube de Desportos do Maxaquene, que em
época chuvosa fica com poças de água pela ausência de um sistema de drenagem, e por outro
lado a mesma época é a que o relvado fica em melhores condições pela dependência da água
da chuva para irrigação. Assim sendo o sistema concebido para o campo, para além de captar
a água para evitar a formação de poças de água, drena a mesma para um reservatório, onde a
água será reutilizada.

Palavras-chave: Sistemas de Drenagem, Campos de Futebol, Drenagem Subterrânea

Mauro Alberto Cossa


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Sistemas de Drenagem em Campos de Futebol

ABSTRACT

With the evolution of Football, and climate change, it becomes increasingly important to
analyze in detail the design of stadium/field projects of the sport. Mozambique has the
potential to develop the modality and part of this development is directly associated with the
construction/rehabilitation of stadiums/fields, which have as one of the main requirements the
existence of a drainage system.

The present work has the objective of designing a methodology for designing drainage
systems in football fields that combines the various existing variables, based on the Darcy
Law, which relates the amount of water drained to the dimensions of the element through
which the water flows drains.

The design consists of choosing the drainage scheme (layout, basic dimensions in plan),
choosing the type of filling material based on the granulometry and permeability coefficient
and, in determining the drainage mattress thickness and the cross section of the drains,
considering the climatic data of the study region.

It has as a case study the Football Field of the Maxaquene Sports Club, which in the rainy
season has puddles of water due to the absence of a drainage system, and on the other hand,
the same season is where the turf is better dependence on rainwater for irrigation. Thus, the
system designed for the field, besides capturing the water to avoid the formation of puddles of
water, drains the same to a reservoir, where the water will be reused.

Keywords: Drainage Systems, Football Grounds, Underground Drainage

Mauro Alberto Cossa


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CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO

1.1. Introdução
O futebol é uma das principais fontes de identidade cultural do país. Capaz de mobilizar e
atrair milhões de pessoas, pode ser entendido como uma forma cultural que promove a
integração do país, fazendo com que a sociedade encontre um sentido de totalidade raramente
encontrado em outras esferas da vida social. É neste universo que observamos,
frequentemente, indivíduos de diferentes classes sociais, raças e credos se transformarem em
“iguais” através de um sistema de comunicação que os leva a abraços e conversas informais
nos estádios, ruas, praias e escritórios. (HELAL, 1973)

Relacionar o futebol à saúde é um ponto relevante onde o importante é motivar a práctica


desportiva e, com isso, levar uma vida mais saudável. Através do desporto, pessoas deixam de
lado maus hábitos e procuram cada vez mais uma melhoria na qualidade de vida e um melhor
desempenho no desporto. Os benefícios da actividade física regular para o bem-estar físico e
mental se deram, em partes, às atitudes correlatadas, geralmente pelos que aderem aos
exercícios físicos. Assim, observa-se que a motivação que leva ao indivíduo a exercitar-se
com regularidade é a mesma que leva a preocupar-se com a alimentação mais saudável, com a
manutenção do peso, com a não adesão ao tabagismo ou ao seu abandono e ao abuso de
bebidas alcoólicas. (GONSALVES, 2005)

Nos estádios de futebol, todos os aspectos são importantes, desde sua infra-estrutura,
bancadas, balneários, iluminação e sem dúvida o relvado. Este último é de extrema
importância para que o jogo, transcorra naturalmente sem obstruções e riscos para seus
participantes.

O grande problema que ocasiona a diminuição da jogabilidade são as poças de água, ou seja a
saturação dos relvados ocasionados pelas águas das chuvas. Esse problema é muito comum
em países como Moçambique, devido ao clima equatorial tropical, que é caracterizado por
temperaturas elevadas e grande intensidade de chuvas, sendo esta última, muitas das vezes
responsáveis por cancelamentos de jogos, causando transtornos aos adeptos e expectadores e
até mesmo atraso nos campeonatos disputados. (MERKEL, sem data)

Outro problema gerado pelo excesso de água acumulada nos relvados é o dano causado a
saúde do relvado. Um relvado onde a drenagem do solo é precário, inibe o correcto
desenvolvimento do processo radicular devido a falta de oxigénio no solo, enfraquece a

Mauro Alberto Cossa


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absorção dos nutrientes importantes para o desenvolvimento do mesmo e dificultam o


processo de manutenção e contenção do relvado.

Desta forma, justifica-se o estudo de sistemas em Campos de Futebol com Relvado Natural.

1.2. Problemática
Moçambique é tido como um berço de talentos nesta modalidade, porém não apresenta um
número considerável de infraestruturas desportivas (de formação e de competição) que
possam satisfazer a demanda de necessidades existentes para a práctica desportiva. A maior
parte dos campos de futebol existentes no país são feitos em solo local, ao invés de relvado,
que é o recomendado para a práctica da modalidade. Clubes como o Clube de Desportos do
Maxaquene que pelo seu histórico de contribuições (5 vezes campeão da Liga Moçambique
nos anos de 1984, 1985, 1986, 2003 e 2012; 2 vezes campeão do Campeonato Colonial de
Moçambique 1959/60 e 1961/62; 9 vezes Campeão da Taça de Moçambique 1978, 1982,
1986, 1987, 1994, 1996, 1998, 2001 e 2010; 2 vezes Campeão da Supertaça Moçambique
2004 e 2011; e 3 vezes Campeão da Taça de Honra da Cidade de Maputo 1979, 2013 e 2016.)
para o desporto a nível nacional, deviam investir nesta componente para servir de
incentivo/exemplo para os outros clubes, o que aumentaria o número de estádios no país e
consequentemente mais competitividade. (OGOL, sem data)

No âmbito da aposta em novos jogadores e melhoria das condições do campo de futebol, o


clube pretende (desde 2016 até o presente ano de 2018) reabilitar o mesmo. Em 08 de
Fevereiro de 2016, arrancaram as obras de reabilitação do campo, que paralisaram em Maio
do mesmo ano sem data de retorno devido ao atraso do pagamento ao Empreiteiro. A
reabilitação consistia: na remoção do antigo relvado, nivelamento do terreno para depois
plantar a nova relva e, para além disso, melhorar o sistema de abastecimento de água para a
rega do relvado. A reabilitação não previa nenhuma análise do sistema de drenagem do campo
que é uma componente imprescindível para a vida útil do relvado, que vai permitir que em
tempo de chuva, não exista interferência no cronograma de treino devido à presença de água
em excesso no relvado e, permitir melhor desempenho dos atletas e do mesmo relvado.
(Obras de reabilitação paralizadas, 2016)

1.3. Problema
Como garantir uma drenagem eficiente em um campo de futebol com relvado natural de
modo geral e no Campo do Clube de Desportos do Maxaquene em particular?

Mauro Alberto Cossa


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Sistemas de Drenagem em Campos de Futebol

1.4. Objecto
Esta investigação tem como objecto de estudo os sistemas de drenagem em campos de futebol
de relvado natural.

1.5. Objectivo Geral


Conceber uma metodologia de dimensionamento de sistemas de drenagem em campos de
futebol com relvado natural e aplicá-la ao Campo de Futebol do Clube de Desportos do
Maxaquene.

1.6. Objectivos Específicos


 Analisar metodologias de dimensionamento de sistemas de drenagem e identificar as
mais apropriadas para o uso em campos de futebol de relvado natural;

 Caracterizar o Campo do Clube de desportos do Maxaquene do ponto de vista


geográfico, histórico, físico, com particular enfoque nos aspectos que condicionama a
drenagem;

 Conceber um sistema de drenagem para o campo de futebol do Clube de Desportos do


Maxaquene.

1.7. Ideia a defender


O dimensionamento do sistema de drenagem vai permitir uma eficiente remoção do excesso
de água em tempos de chuva, evitando assim, interferência nas actividades previstas no
cronograma de uso da infra-estrutura e lesões aos atletas permitindo assim o uso eficiente do
campo e aumento do desempenho do clube na modalidade.

1.8. Perguntas da investigação


 De que depende o dimensionamento de sistemas de drenagem de campos de futebol?
 Que sistema escolher de acordo com a importância da infra-estrutura?
 Quais os materiais a serem usados no sistema?
 Que tipo de manutenção fazer para o melhor desempenho do sistema de drenagem?

1.9. Resultados Esperados


Uma vez que Moçambique tem sido alvo para o desenvolvimento desportivo e muitos clubes
internacionais têm tendência a investir no Futebol, esse investimento está directamente
relacionado a construção de mais campos e estádios de futebol. Assim sendo, com este
projecto, as entidades desportivas poderão tomar iniciativa de aplicar o relvado natural em
mais campos terraplenados em zonas rurais, aumentado assim a abrangência da modalidade,

Mauro Alberto Cossa


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dando oportunidade à novos talentos que não têm oportunidade de practicar a modalidade em
condições.

A metodologia poderá ser usada nos demais projectos de construção de campos de futebol,
dando uma base de que aspectos devem ser considerados caso a caso, ao invés de adoptar
disposições construtivas pré-estabelecidas por entidades como a FIFA, o que pode resultar em
melhor resposta em termos de eficiência do sistema de drenagem a ser concebido.

1.10. Estrutura do trabalho


Para elaboração do relatório apresentado foram divididos 5 capítulos principais e os seus
respectivos subcapítulos apresentados da seguinte forma:

CAPÍTULO I – Introdução: apresenta o contexto da investigação como a justificativa, a


problemática, objecto da investigação, objectivos, hipótese e razões que motivam o estudo.

CAPÍULO II – Marco Teórico - Conceitual da Investigação: são abordados os principais


conceitos e desenvolvimento dos sistemas de drenagem em campos de futebol com relvado
natural.

CAPÍTULO III – Marco Teórico Contextual da Investigação: é apresentado informações


sobre Campos de Futebol existentes em Moçambique e sobre o Campo do Maxaquene.

CAPÍTULO IV – Metodologia de Resolução do Problema

CAPÍTULO V – Apresentação, Análise e Discussão de Resultados

CAPÍTULO VI – Conclusões e Recomendações: são apresentadas as conclusões obtidas ao


longo do desenvolvimento do trabalho.

Mauro Alberto Cossa


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Sistemas de Drenagem em Campos de Futebol

CAPÍTULO II MARCO TEÓRICO CONCEITUAL

2.1. Futebol
Segundo DAS & SOUZA (2013) o jogo se estabelece na divisão do campo (relvado), em
linhas que fundamentarão suas normas, as equipes adversárias devem conter no máximo onze
e no mínimo sete jogadores, durante uma partida de noventa minutos, dividida em dois
tempos iguais podendo ser acrescido o segundo tempo de períodos extras a depender da fase
do campeonato e alterações realizadas durante a partida.

O futebol, também referido como futebol de campo, futebol de onze e, controversamente,


futebol associado (em inglês: association football, football, soccer), é um desporto de equipa
jogado entre duas equipas de 11 jogadores cada um e um árbitro que se ocupa da correcta
aplicação das normas. É jogado num campo rectangular relvado, com uma baliza em cada
lado do campo. O objectivo do jogo é deslocar uma bola através do campo para colocá-la
dentro da baliza adversária, acção que se denomina golo ou gol. A equipe que marca mais
golos ao término da partida é a vencedora. (Futebol, sem data)

2.2.1 Campos de Futebol

Segundo VIERINHAF (2013) os campos de futebol podem ser de dois tipos, de relva natural
ou de relva sintética, sendo que cada um deles tem as suas características próprias, assim
como, as suas vantagens e desvantagens.

As medidas permitidas do terreno são de 90 a 120 metros de comprimento e de 45 a 90 metros


de largura, mas para jogos internacionais da 1ª divisão, recomenda-se as seguintes dimensões:
105 metros de comprimento e 68 metros de largura. As duas linhas localizadas ao longo do
terreno recebem o nome de linhas laterais, enquanto as outras são chamadas linhas de fundo.
Os pontos no meio de cada linha lateral são unidos por outra linha, a linha de meio. (FIFA,
2011, pág. 64)

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Figura 2.1. Dimensões permitidas para campos de Futebol.


(Fonte: Futebol, sem data)

Figura 2.2. Dimensões recomendadas para campos de Futebol.


(Fonte: FIFA, 2011)

2.2.2 Tipos de Relvado

Existem dois tipos de relvados: Relvado Natural e Relvado Sintético.

a) Relvado Natural pode ser semeado in situ ou pode ser aplicado com rolos de tapetes
relva já crescida, que são produzidos em condições especificadas pelos produtores,
para diferentes tipos de condições climáticas e geológicas existentes (tipo de solo,
precipitação média, humidade relativa e exposição solar).

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Figura 2.3. Relva natural em rolos.


(Fonte: Relvado, sem data, pág. 1)

b) Relvado Sintéctico é uma superfície de fibra sintética replicando relvado natural,


geralmente utilizada como alternativa a relvado dos naturais em desportos disputados
nessa superfície. (Relvado, sem data, )

Segundo Vierinhaf (2013) a relva sintética é composta por inúmeras fibras unidas
entre si que tendem a igualar as características da relva natural, com a vantagem de
serem extremamente resistentes ao uso, volta à forma original após ser pisada e deixa
as fibras livres de pó e impurezas.

Figura 2.4. Relvado sintético.


(Fonte: FrameAngel, 2014).

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2.2.3. Vantagens e Desvantagens entre o Relvado natural e o sintético


Tabela 2.1. Vantagens e Desvantagens entre Relvado Natural e Relvado Sintético.
(Fonte: Autor, 2018)
Vantagens Desvantagens
Os campos de relva natural reparam-se. Todos os campos esportivos No mínimo, os campos precisam ser cortados, marcados e
sofrem desgaste e danos quando usados. Campos de grama naturais vivos irrigados regularmente, a fim de permanecer utilizável;
têm a capacidade de reparar e regenerar-se. Superfícies artificiais não se ocasionalmente, eles também precisam de fertilização,
reparam. Os campos de grama natural podem durar duas a três vezes mais topdressing, controle de ervas daninhas e pragas e muito mais.
do que os campos artificiais.

O relvado tem um bom atrito, mas não grande atrito. Bom atrito significa Se a drenagem não for bem concebida, sob chuva forte, os campos
Relvado quando os jogadores fazem mudanças de dirreção, o relvado cede, as podem-se inundar e tornar-se lamacentos, necessitando de
Natural articulações humanas respondem naturalmente. cancelamento e reescalonamento de jogos/actividades.
Embora facilmente danificados por uso pesado ou condições climáticas Pode ser necessário que o relvado "descanse" entre usos pesados, a
ruins, os campos de grama barato e fácil de reparar; se eles são fim de permitir que se recuperar. Se um campo for usado em
vandalizados com tinta spray ou outros materiais, o dano vai se reparar demasia, o relvado ficará danificado.
enquanto a grama cresce.
Permite a dissipação de temperatura.
Possibilitam maior tempo de utilização. Os relvados artificiais permitem São mais adequados a estádios cobertos. No caso dos estádios
mais horas de utilização, sendo que isto se torna numa vantagem pois descobertos o uso de relva sintética poderá não ser o mais
possibilita às equipas realizarem mais jogos em menos tempo sem que o adequado, principalmente se o estádio se localizar num clima
relvado se deteriore. propício ao bom crescimento da relva natural.

A superfície de jogo mantem-se regular e consistente ao longo de toda a São mais rígidos. A relva sintética é mais dura que a relva natural
Relvado época de futebol, o que não acontece com os relvados naturais. Esta o que poderá ser uma desvantagem para as equipas relativamente
Sintético característica permite que a todos os jogos possam ser realizados nas às lesões e para aquelas que estão habituadas a treinar em campos
melhores condições. mais macios.

Os relvados artificiais são certificados pela UEFA, fazendo destes uma Parâmetros mais restritos. Os relvados sintéticos precisam de
boa escolha para os campos de futebol. cumprir mais critérios de qualidade de forma a serem certificados
pelas unidades competentes.

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Maior durabilidade. Uma vez que os relvados sintéticos não necessitam de Difícil adaptação. As equipas habituadas a treinar em relvados
água e não sofrem com a exposição solar, faz com que as equipas se naturais poderão ter dificuldades de adaptação aos relvados
possam habituar da melhor forma ao campo sem que os treinos ou a época sintéticos, podendo ser uma desvantagem principalmente se a
sofram pausas que podem prejudicar as equipas e jogadores. mudança ocorrer a meio da época.
Risco de queimaduras. Os campos sintéticos em caso de
deslizamento dos jogadores em caso de quedas poderão fazer
queimaduras, algo que dificilmente acontece num relvado natural.

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2.2. Drenagem de Campos de Futebol de Relvado Natural


A drenagem em campos de futebol é essencialmente subterrânea, que é a remoção ou controlo
de águas subterrâneas e, remoção ou controlo de sais, utilizando água como veículo (WAYNE
SKAGGS 1996, p. 29). Pi (p. 31,sem data) complementa esta definição, afirmando que o
sistema de drenagem subterrânea tem como objectivo interceptar fluxos das águas
subterrâneas e rebaixar o nível freáctico em cortes em solo ou rocha, captando e escoando as
águas, de forma a impedir a deterioração progressiva do suporte das camadas dos
terraplenadas e pavimentos.

Figura 2.5. Esquema de drenagem subterrânea.


(Fonte: FERREIRA, 2011)

Conforme afirma Wayne Skaggs (1996) a drenagem em campos de futebol é essencialmente


subterrânea, isto é, feita a partir de drenos.

Segundo Leite (2016) drenos são dispositivos subterrâneos constituídos por uma ou mais
camadas de material grosso e/ou material geotêxtil, envolvendo ou não um tubo, cujo
objectivo é a intersecção do nível freático e a recolha e condução das águas subterrâneas (que
possam por em perigo a estabilidade do pavimento) para fora da zona do pavimento em
questão.

Dreno (sem data, pág. 1) sustenta a definição afirmando que, um dreno é um tipo de tubo
geralmente enterrado sob o solo, utilizado para fazer escoar efluentes de água de uma
edificação ou área pavimentada. O movimento da água na tubulação se dá preferivelmente por
gravidade, mas algumas vezes podem ser utilizadas bombas para elevar os efluentes. A

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tubulação deve ser à prova de água para impedir a contaminação por vazamento de efluentes,
e para evitar o afluxo de água de um subsolo aquífero.

2.2.3 Composição do dreno

Os drenos variam em função de seus elementos constituintes bem como são associados a
outros elementos complementares, que são:

a) Vala

É escavada mecanicamente (retro-escavadora) ou manualmente, no sentido


longitudinal ou transversal da área a drenar, com dimensões de 0,50 m de largura por
1,50 m de profundidade, podendo sofrer variações; deve-se manter uma inclinação
longitudinal mínima de 1% e, por imposição construtiva, deve ser escavado no sentido
da jusante para montante. (FILHO et al. 2007)

Segundo Pinhal (2009), vala também pode ser definida como, escavação linear
caracterizada por apresentar profundidade maior que largura destinada a acomodar
tubagens de água, esgoto, gás etc. Vala é definida como uma escavação

b) Material filtrante

Tem com o objectivo de não deixar que outros materiais além da água tenham acesso
ao sistema de drenagem, reduzindo ou perdendo toda eficiência necessária, é utilizado
como material filtrante a areia natural, isenta de impurezas orgânicas e torrões de
argila. A granulometria do material filtrante deverá ser verificada segundo critérios de
dimensionamento de filtros, para que se ateste a sua adequação face aos solos
envolventes, tendo em vista os aspectos de colmatação (preenchimento dos vazios por
material arrastado pela água) e permeabilidade. Caso os materiais naturais disponíveis
não sejam perfeitamente adequados, admite-se a correção com outros materiais,
naturais ou artificiais, ou o emprego de areia artificial resultante da britagem de rocha
sã; ultimamente o uso de geotêxtil ou manta sintética é usado como alternativa, porém
é uma solução mais dispendiosa.(FILHO et al. 2007)

Discrimina (2007) sustenta afirmando que material filtrante tem como função impedir
que as partículas finas do substrato sejam conduzidas ao material drenante por via
fluída e fiquem retidas nos seus interstícios, causando sua colmatação.

a) Material Drenante

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Segundo Dantas et al. (2003) este material tem a função de receber a água filtrada e
conduzi-la ao interior do material condutor. Basicamente, são usados os mesmos
materiais mudando apenas a sua função (dos finos para os grossos): areia, manta
geotêxtil não tecido, pedrisco, argila expandida, pedra britada. Quanto à
granulometria, os materiais são de carácter uniforme.

FILHO et al. (2007) sustenta a afirmando que são utilizados produtos resultantes da
britagem e classificação da rocha sã, areias grossas e pedregulhos naturais, desde que
isentos de impurezas orgânicas e torrões de argila. A granulometria do material
drenante deverá ser verificada ou projectada segundo critérios de dimensionamento de
filtros, para que sejam atendidas as seguintes condições

 O material drenante não seja colmatado pelo solo envolvente e material filtrante;
 A permeabilidade do material drenante seja satisfatória;
 Os fragmentos do material drenante não sejam pequenos a ponto de bloquear ou se
infiltrar no interior dos tubos perfurados, quando estes forem previstos.

c) Tubos

Tem aplicação opcional em função das particulares do projeto; com diâmetro de


0,20m e proporcionando grande capacidade de vazão ao dreno, os tubos podem ser
constituídos de diferentes formas a saber (FILHO et al. 2007):

 De betão simples perfurado;


 De betão poroso, onde a participação de agregado miúdo é mínima, sendo que sua
permeabilidade deve assemelhar-se à do agregado graúdo que entra na composição
do concreto utilizado
 Cerâmico ou plástico (PVC) perfurado ou com ranhuras.

d) Selo superior

Segundo Filho et al. (2007) é um elemento opcional, cujo objectivo é impedir o acesso
ao dreno de águas superficiais; normalmente é empregada uma camada de argila.

Dantas et al. (2003) também define como um elemento, cujo material é pouco
permeável (pelo menos 10 vezes menos permeável que o material adjacente
constituinte do dreno), que tem como função impedir que as águas torrenciais
superficiais penetrem directamente no dreno, pois este não foi dimensionado para

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receber esse caudal. Podem ser utilizados materiais como silte, argila ou materiais
geossintéticos (geomembranas plásticas ou asfálticas).

e) Boca de saída: dispositivo complementar, executado na extremidade do dreno para


proteger a saída de água contra elementos que possam prejudicá-la (vegetação, etc.); é
executada de betão simples.

Figura 2.6. Esquema de composição de drenos.


(Fonte: Autor, 2018)

2.2.4 Classificação dos drenos

Tabela 2.2. Classificação dos drenos


(Fonte: Autor, 2018)
Quanto à Denominação Descrição
Dreno de cortes Onde as sondagens detectaram água próxima a
em solo linha projetada.
Locais de Instalação
Dreno de cortes Onde há diáclises por onde a água pode
em rocha percolar.
Dreno Cego ou Para pequenos caudais.
Preenchimento sem Tubo
Dreno com Tubo Para grandes caudais
Permeabilidade da Dreno Selado Impermeáveis à águas da superfície.
camada superior Dreno Aberto Recebem águas da superfície.
Dreno Contínuo Com um material de enchimento.
Material de enchimento Dreno Com material filtrante e material drenante.
Descontínuo

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Dreno Linear O seu comprimento é muito maior que as


demais dimensões. O caudal no dreno é,
portanto, expressa em volume de água por
unidade linear de dreno.
Geometria
Dreno Planar Sua espessura é muito menor que as demais
dimensões. O caudal no dreno é, portanto,
expressa em volume por unidade de área de
dreno.

Dreno Lateral Tem a finalidade de controlar a profundidade


do lençol freáctico ou absorver o excesso de
água da superfície do solo.
Função Dreno Colector Tem a finalidade de receber a água dos drenos
laterais e leva-la ao dreno principal.
Dreno Principal Tem a finalidade de receber a água de toda a
área e conduzi-la ate a saída.

2.2.5 Tipos de Dreno

Os drenos mais utilizados segundo Dantas et al. (2003) são:

 Dreno contínuo;
 Dreno descontínuo;
 Dreno cego;
 Colchão drenante.

a) Drenos contínuos

São aqueles em que o material constituinte é apenas de um dreno tipo: só areia ou só brita; o
material utilizado oferece funções múltiplas. Serve como, material anti-contaminante, filtro
para solo protegido, material drenante normal à água infiltrada e também a função de material
condutor longitudinal (ao invés de tubo), evacuando a água; é mais econômico, porém, possui
menor capacidade e eficiência bastante menor que o dreno descontínuo.(DANTAS et al.
2003)

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Figura 2.7. Esquema de Dreno contínuo.


(Fonte: Autor, 2018)

b) Dreno descontínuo

Constituídos por dois materiais, onde cada um deles exerce uma ou mais funções. Em que o
selo é solo de altura variável; filtro granular, espessura mínima de 8 cm ou geotêxtil; material
drenante, capta água filtrada e a conduz ao tubo; tubo-dreno (capta água normalmente e a
conduz longitudinalmente a saída do dreno.). (DANTAS et al. 2003)

Figura 2.8. Esquema de dreno descontínuo.


(Fonte: FONSECA et al. sem data)

c) Dreno cego

Segundo Corsini (2014), consideram-se drenos cegos quando são preenchidos somente com
um material denominado drenante. E Filho et al. (2007) complementa afirmando que, o dreno
é executado sem tubos, cuja função dos mesmos é executada pelo material drenante.

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Figura 2.9. Esquema de Dreno Cego.


(Fonte: Autor, 2018)

d) Colchão drenante ou camada drenante

Consiste numa camada de material drenante que visa impedir que a água percole através de
diáclises ou por capilaridade dos solos e atinja as camadas inferiores ou superiores ao
pavimento, dependendo da função a que é concebida. (FILHO et al. 2007)

Figura 2.10. Esquema de Colchão drenante.


(Fonte: DANTAS et al. 2003)

2.3. Tipos de Sistemas de Drenagem usados em campos de Futebol


2.3.1. Sistema Gravitacional

Os campos têm um pequeno desnível nas laterais em relação à região central, e debaixo do
relvado, há uma camada de cerca de 60 cm de agregado que é dividida de acordo com o tipo

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de material. Abaixo da camada de terra é onde fica localizado o sistema de drenagem, onde a
água escoa apenas por acção de gravidade. (DANTAS et al., 2003, pág. 8)

Venancio (2015) sustenta afirmando que, em um campo de futebol, o sistema de drenagem


fica situado entre 40 e 60 centímetros abaixo do relvado. Acima dele, fica uma camada de
brita, coberta por uma camada de terra - elas ajudam a escoar a água por acção da gravidade.

Figura 2.11. Esquema de funcionamento do Sistema de Drenagem Gravitacional.


(Fonte: MELO, 2011)

2.3.2. Sistema de drenagem a vácuo

Segundo De Melo (sem data) o sistema é composto pelos mesmos elementos do sistema
gravitacional, a diferença é que existem bombas que exercem uma pressão negativa e
succionam ar e água dos drenos e, pelo menos em tese e, tornam o escoamento mais rápido.
Esta solução é mais utilizada em estádios altamente sombreados e húmidos. “Nestas
condições, é complicado manter a sobrevivência da vegetação, ainda mais com o
pisoteamento durante os jogos. O sistema de drenagem a vácuo permite inflar ar no interior do
solo para auxiliar na manutenção do bom estado do relvado.”(DE MELO, sem data)

Venancio (2015, pág. 2) sustenta afirmando que, o sistema apresenta os drenos colectores
fechado, ligados a uma bomba que suga o ar deles e gera um vácuo. Esse vácuo exerce uma
pressão e puxa a água que desce muito mais rápido. Este sistema é mais eficiente, porém duas
ou três vezes mais caro que o sistema gravitacional.

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Figura 2.12. Esquema de um Sistema de Vácuo.


(Fonte: VENANCIO, 2015)

2.3.3. Soluções de sistemas drenantes em futebol

Os sistemas drenantes representam a utilização de conjuntos de elementos drenantes


associados em série ou em paralelo, se interpenetrando, ou um misto. A maioria das
drenagens compõe-se de sistemas onde a habilidade, conhecimento e bom senso do técnico
responsável pela utilização devem levar a soluções onde a criatividade produz obras eficientes
e de baixo custo. As combinações de drenos subterrâneos lineares e planares (horizontais,
verticais e inclinados) produzem uns cem números de sistemas possíveis de serem
executados.(FIFA, 2011)

A drenagem feita superficialmente por conta do nivelamento do campo. É admitido e


desejado um leve caimento no relvado, em que o ponto mais alto é o centro do campo. A
inclinação não pode ser superior à 1%.

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Figura 2.13. Ilustração de um Sistema de Drenagem.


(Fonte: FERREIRA, 2011)

Os sistemas utilizados na drenagem em campos envolvem os seguintes elementos, de acordo


com o seu desempenho:

Colchão drenante: é o sistema mais eficiente do ponto de vista global, sendo constituído
basicamente do meio drenante (geralmente brita, ou até materiais sintéticos), do geotêxtil
como filtro e do solo destinado ao plantio da vegetação, além da própria vegetação.
(DANTAS et al. 2003)

Drenos Lineares: Não tão eficientes como o colchão drenante, devido a sua área de captação
e infiltração se limitar praticamente à sua largura, os sistemas com valas drenantes,
dependendo das exigências e da importância da obra, apresentam bons resultados e são
largamente utilizados. O sistema geralmente é composto por drenos lineares dispostos
segundo algumas soluções geométricas tradicionais, e pode ser constituído por drenos cegos
(sem tubos) protegidos por geotêxteis, com espaçamentos fixos, geralmente paralelos entre si,
e convergentes para um dreno principal. (DANTAS et al. 2003)

Dantas et al. (2003) explica que pode-se ainda compor um sistema misto formado pela
associação de colchão com o dreno linear. Neste sistema drenante, a função básica dos drenos
lineares é a de remover a água infiltrada no solo e que escoa pelo colchão drenante, ou seja, o
dreno linear possibilita grandes caudais de água sem necessidade de se aumentar a espessura
do colchão.

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Figura 2.14. Sistema drenante Misto.


(Fonte: DANTAS et al. 2003)

Com base nessas soluções o sistema de drenagem em campos de Futebol pode ter as seguintes
configurações:

a) Drenagem de Espinha de peixe

Os drenos em espinha de peixe conduzem toda a água de sub-ramais de dreno para um ramal
único que é ligado na rede de drenagem. Esse tipo de dreno consegue cobrir toda a área do
campo e, além disso, trabalhar com menores profundidades. A inclinação ideal é de 1%, assim
não acumula água na rede. Se necessário pode-se trabalhar com 0,8% como inclinação
mínima, mas deve ser evitada. (NSW, 2015)

Figura 2.15. Drenagem em Espinha de peixe (Configuração 1).


(Fonte: CORSINI, 2014)

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Figura 2.16. Drenagem em Espinha de peixe (Configuração 2).


(Fonte: ROSSI, sem data)

Figura 2.17. Drenagem em Espinha de peixe (Configuração 3).


(Fonte: ROSSI, sem data)

b) Drenagem de Espinha paralela

Os drenos com espinhas paralelas também cobrem todo o campo, mas por terem maiores
comprimentos, exigem profundidades maiores, mesmo com a inclinação de 1%. (NSW, 2015)

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Figura 2.18. Drenagem de Espinhas paralelas (1).


(Fonte: VENANCIO, 2015)

Figura 2.19. Drenagem de Espinhas paralelas (2).


(Fonte: SPORT ENGLAND, 2011)

c) Drenagem paralela com intersecções de sulcos de areia

Este tipo de construção tem sido o tipo mais utilizado de sistema de drenagem onde é
necessária uma construção eficaz, e fornece um método intensivo e eficaz para intersecção da
água da superfície do campo. A construção é semelhante à dos sistemas comuns mas, com a
adição de uma série de sulcos de areia, com aproximadamente 150 mm de profundidade e 20
mm de largura, introduzido por uma máquina em um espaçamento de 260 mm. Esses sulcos
são forçados para o solo com um dente ao invés de ser criado pela escavação de uma vala
estreita, e pode ser preenchida com areia ou agregado fino. É essencial que os sulcos de areia
se conectem eficientemente com o preenchimento permeável da drenagem do tubo sistema
abaixo. (SPORT ENGLAND, 2011)

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Figura 2.20. Esquema de Drenagem paralela usando drenos lineares com intersecções de sulcos de
areia. (Fonte: FIFA, 2011)

Figura 2.21. Esquema de Drenagem paralela usando combinação de colchão drenante e drenos
lineares com intersecções de sulcos de areia. (Fonte: FIFA, 2011)

d) Drenagem de espinha paralela com drenos de intersecção suplementar

Drenos de intersecções suplementares melhoram significativamente a remoção de água em


drenos principais. Basicamente a construção espelha a de um sistema drenante comum com a
adição de uma série de estreitas, comumente designadas por valas, com 50 mm de largura,
com um aterro de uma camada de areia e uma de cascalho. Os drenos de intersecção

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suplementar são tipicamente de 250 a 350 mm de profundidade e instalado a um espaçamento


de 0,5 a 2,0 m. (SPORT ENGLAND, 2011)

Figura 2.22. Drenagem de espinha paralela com drenos de intersecções suplementares.


(Fonte: SPORT ENGLAND, 2011)

2.4. Manutenção
Segundo RED (2017) a correcta manutenção de um relvado natural é essencial para assegurar
excelentes condições de jogo, bem como o rendimento, satisfação e segurança dos jogadores.
Por outro lado, há que garantir também um bom aspecto visual do campo e a sua longevidade.

Só uma boa estrutura de manutenção (equipa e equipamentos) aliada a um plano de trabalhos


e utilizações bem estruturado podem potenciar um relvado em excelentes condições durante
toda a época.

Por outro lado, os parâmetros do relvado têm de ser continuamente monitorizados de forma a
antecipar problemas que possam surgir e rapidamente adaptar adequadamente o plano de
manutenção inicial.

Um bom relvado natural, quando correctamente mantido e apresentado, é crucial para permitir
que os jogadores possam demonstrar toda a sua qualidade técnica. Mais ainda, a qualidade do
relvado pode afectar diversas áreas do jogo, incluindo jogadores, equipa técnica, árbitros,
equipa médica, espectadores e telespectadores.

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Um relvado mal mantido e apresentado desmotiva os espectadores e os intervenientes,


aumenta o risco de lesões, diminui o rendimento dos jogadores e não contribui para o
crescimento do desporto.

De acordo com RED (2017) seguem-se as tarefas básicas de Manutenção de campos de


futebol com relvado natural.

2.4.1 Tarefas gerais de manutenção de relvados naturais

a) Reparação após utilização

Após cada utilização, os danos causados devem ser devidamente reparados por uma operação
manual, vulgarmente denominada de “bater campo”, que consiste em fechar todos os rasgos
existentes no relvado, assim como repor todos os abatimentos provocados pela utilização.

Após cada utilização o relvado deve ser limpo com a passagem de máquinas de corte rotativas
que aspiram os detritos orgânicos resultantes do uso.(RED 2017,)

b) Corte

Uma das importantes operações de manutenção do relvado é o corte das plantas. Este deve ser
feito mecanicamente, usando máquinas com rolo de lâminas helicoidais, com 86 ou 91 cm de
largura de corte, removendo sempre a parte das plantas cortadas. A frequência dos cortes
depende sobretudo das condições climatológicas, da frequência da rega, da fertilização e do
uso/função pretendida para o relvado. (RED 2017)

Os relvados durante os períodos de competição devem apresentar uma altura homogénea


cerca dos 22 mm de altura. O relvado deve ser sempre que possível cortado no dia de jogo no
sentido transversal do campo, dividindo o campo em 18 faixas, conforme figura a seguir:

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Figura 2.23. Dirrecções e larguras de cortes.


(Fonte: RED, 2017)

c) Rega

A rega dos relvados é importante para sustentar a vida e saúde da planta. As regas devem ser
efetuadas sempre que o grau de humidade do solo não for suficiente para assegurar a vida e o
normal desenvolvimento das plantas.

O sistema de rega deve ser correctamente projectado, escolhendo os equipamentos correctos,


assegurando o caudal necessário e a cobertura de toda a área relvada e, idealmente, de forma a
poder ser controlado remotamente aspersor a aspersor. (RED 2017)

Figura 2.24. Irrigação de um campo de futebol com base em aspersores.


(Fonte: RED, 2017)

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d) Arejamento superficial e em profundidade

Durante a época devem ser realizados arejamentos superficiais e em profundidade, consoante


as necessidades e o tempo disponível, devendo ser efectuados em média uma vez por mês de
competição.
Os arejamentos superficiais consistem em ligeiras escarificações para remoção das partes
mortas das plantas e, também, de algas que se formam pelo deficiente arejamento entre
plantas e pela humidade. (RED 2017,)
Arejamentos em profundidade através de Verti-Drain’s que incrementam o aumento do
comprimento e do volume radicular, assim como beneficiam as condições de drenagem do
solo principalmente a instantânea.
A correcta escolha do equipamento, vazadores e timing da operação são factores essenciais
para obter o máximo rendimento da tarefa.

Figura 2.25. Arejamento em profundidade através de Verti Drain.


(Fonte: RED, 2017)

e) Fertilizações

As fertilizações são essenciais para assegurar que a planta tenha todos os nutrientes de que
necessita para se desenvolver. (RED 2017)

De acordo com os resultados das análises periódicas a realizar, as adubações sólidas devem
ser calendarizadas reduzindo as perdas do adubo por lixiviação e exportação.

Os adubos a utilizar devem ser microgranulados com uma formulação consentânea com as
necessidades da planta e com a época do ano em que se procede à fertilização.

Mauro Alberto Cossa


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Durante a época devem também ser realizadas fertilizações foliares para reequilibrar
rapidamente a planta de alguma carência evidenciada.

f) Tratamentos sanitários

Perante as condições climatológicas (temperaturas altas e humidade) do nosso País é


fundamental considerar tratamentos preventivos e curativos contra as doenças fúngicas dos
relvados. (RED 2017)

Sempre que as sintomatologias ofereçam dúvidas recorrer-se-á a análises fitopatogénicas para


identificação dos fungos presentes.

Os tratamentos preventivos a executar contra as doenças referenciadas devem ser feitos com
fungicidas indicados para o controlo dessas patologias.

Os fungicidas são utilizados nas concentrações recomendadas para a cultura da relva e de uma
forma alternada para minimizar os riscos da criação de resistências.

Os tratamentos a executar devem ser do conhecimento dos utilizadores do relvado para


avaliação do risco que estes possam ter contra a saúde humana e meio ambiente.

g) Espalhamento de areia

A operação de espalhamento de areia contribui para o melhoramento da regularidade da


superfície, bem como do solo existente e da drenagem.
Por outro lado, contribui também para assegurar uma superfície de jogo mais firme.
Durante a época são efectuados espalhamentos ligeiros (12 a 14 m3 por operação), idealmente
de dois em dois meses. (RED 2017)

Mauro Alberto Cossa


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Figura 2.26. Espalhamento de areia na superficie do campo.


(Fonte: RED, 2017)

h) Ressementeiras

Após cada utilização do relvado, as áreas de baliza, as faixas dos árbitros assistentes e
pequenas áreas danificadas devem ser ressemeadas de forma a assegurar a manutenção do
nível de densidade desejado ao longo de todo o ano. (RED 2017)

As sementes a utilizar nas pequenas ressementeiras devem ter a mesma composição florística
das que foram inicialmente utilizadas na produção do relvado.

No outono/inverno a densidade da relva diminui. Nesta altura do ano, deverá proceder-se a


ressementeiras integrais do relvado, com espécies que apresentem uma baixa temperatura de
germinação e um rápido estabelecimento.

i) Marcações

É importante que o relvado seja marcado com as medidas de acordo com a regulamentação
existente. As linhas devem ser marcadas regularmente, de forma nítida e com tinta com
formulação adequada para não queimar a relva. (RED 2017)

A correcta marcação de um relvado contribui decisivamente para um bom aspecto visual do


mesmo, potenciando um melhor espectáculo ao vivo e televisionado.

Mauro Alberto Cossa


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Figura 2.27. Marcação das linhas do campo.


(Fonte: RED, 2017)

j) Verti-cut

Operação de limpeza da manta morta que se acumula na superfície que caso não seja
regularmente efectuada, irá provocar obstrução à drenagem, bem como potenciar o
aparecimento de fungos prejudiciais à saúde da planta.

Mauro Alberto Cossa


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CAPÍTULO III – MARCO CONTEXTUAL

3.1. Considerações Gerais


Moçambique, conhecido popularmente no futebol como “Os Mambas”, tem como órgão
máximo a Federação Moçambicana de Futebol, que representa o país internacionalmente
fazendo parte de comunidades como CAF e FIFA.

Segundo o BR 15, II Série, 2º Suplemento (2009), esta é responsável por promover, organizar,
regulamentar, controlar e dirigir a práctica do futebol em todas as especialidades e
competições na República de Moçambique, bem como estabelecer e manter relações com as
Associações suas filiadas e federações congêneres estrangeiras, assegurando a sua filiação na
FIFA, CAF, COSAFA e outros organismos internacionais.

Segundo a FMF, todos os clubes devem estar licenciados, e para o licenciamento dos clubes
há critérios a serem observados, nomeadamente o desportivo, infra-estruturas, administrativo
e pessoal, legal e financeiro. Na componente de infra-estruturas, esta preconiza que os clubes
devem indicar pelo menos um estádio no qual detenha um título legítimo de utilização, deste
modo, o ideial é que cada clube tenha pelo menos um campo, e dependendo dos clubes e suas
condições de gestão do próprio estado, pode ser feito o uso compartilhado da infra-estrutura.

3.1.1. Estádios vs Clubes de Futebol em Moçambique

Segundo a FMF, o Futebol Moçambicano apresenta um número de clubes elevado em relação


ao número de estádios existentes e maior parte deles são de uso doméstico, isto é, só podem
ser usados para acolher jogos de competições nacionais, sendo os que podem acolher jogos de
competições internacionais, os estádios: Estádio Nacional do Zimpeto, Estádio da Machava e
Estádio do Calderão do Chiveve (Estádio do Ferroviário da Beira).

Tabela 3.1. Distribuição de Clubes de Futebol ao longo do país.


(Fonte: Autor, 2019)
DISTRIBUIÇÃO DE CLUBES EM MOÇAMBIQUE
ID LOCAL CLUBES ID LOCAL CLUBES
1 Águias Especiais 20 Benfica de Macúti
2 Académica de Maputo 21 Ferroviário da Beira
Sofala
3 Atléctico Muçulmano 22 Sporting da Beira
4 Costa do Sol 23 Têxtil de Púnguè
Maputo
5 Desportivo de Maputo 24 Textáfrica de Chimoio
Manica
6 Desportivo da Matola 25 UP de Manica
7 Ferroviário de Maputo 26 Chingale de Tete
Tete
8 Estrela Vermelha 27 Desportivo de Tete

Mauro Alberto Cossa


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9 Incomáti 28 União Desportiva de Songo


10 Liga Desportiva de Maputo 29 1º de Maio de Quelimane
Zambézia
11 Matchedje 30 Ferroviário de Quelimane
12 Maxaquene 31 Benfica de Moma
13 Associação Desportiva de Macuácua 32 Desportivo de Nacala
14 Gaza Chibuto 33 Nampula ECMEP Nampula
15 Clube de Gaza 34 Ferroviário de Nacala
16 Associação Desportiva de Maxixe 35 Ferroviário de Nampula
17 ENH de Vilankulo 36 Cabo Ferroviário de Pemba
Inhambane Delgado
18 Vilankulo 37 FC Lichinga
Niassa
19 Wan Pone 38 Mandimba FC

De acordo com a Apêndice I que apresenta os estádios de Futebol reconhecidos pela FMF
existentes no país, a relação entre os estádios e os clubes existentes é:

Gráfico 3.1. Relação estádios/campos de futebol e Clubes.


(Fonte: Autor, 2019)

3.2. Estádio do Clube de Desportos do Maxaquene


3.2.1. Descrição

O complexo do Clube de Desportos do Maxaquene está localizado na Cidade de Maputo,


abaixo da barreira do Maxaquene na Avenida Zedequias Manganhela, junto ao Complexo do
Grupo Desportivo de Maputo, e tem no seu total cerca de 34 000 metros quadrados de área
(Livro de Ouro do Mundo Português, sem data). É composto pelo Campo de Futebol com
uma capacidade de 15000 espectadores, Pavilhão Gimnodesportivo Multiuso, Centro
Comercial e a própria sede.

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Figura 3.28. Localização do Campo do Maxaquene.


(Fonte: Google Maps, 2019)

3.2.2. Clima da região

Segundo Merkel (sem data), clima de Maputo é o tropical seco. O período mais quente do
ano compreende os meses de novembro a abril e o mais frio os meses de maio a outubro. O
período de maior precipitação ocorre nos meses mais quentes, entre novembro e março.

A humidade relativa média é de 66,6%, com pouca oscilação durante o ano. O mês com maior
humidade relativa é março com 71,0%, e o mês como menor humidade é junho com 63,5%.

Tabela 3.2. Dados Climáticos da região de Maputo.


(Fonte: Merkel sem data)

DADOS CLIMÁTICOS DE MAPUTO


Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Temperatura 43 39 40 39 38 34 36 39 46 45 44 44
máxima recorde (°C)
Temperatura 29.9 29.6 29.3 27.8 26.4 24.6 24.4 25.3 26.1 26.5 27.4 29.1
máxima média (°C)
Temperatura 22.3 22.3 21.5 19.4 16.8 14.8 14.2 15.4 17.2 18.3 19.7 21.4
mínima média (°C)
Temperatura 16 17 16 11 8 4 1 7 9 12 11 15
mínima recorde (°C)
Precipitação (mm) 171.1 130.5 105.6 56.5 31.9 17.6 19.6 15 44.4 54.7 81.7 85

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Dias com Chuva 8.1 7.6 7 4.4 2.8 2.4 1.8 2.2 3.2 5.5 7.9 7.5
Humidade relativa 69 69 71 67.5 66 63.5 65 64 64 65.5 67 67.5
(%)
Horas de sol 248 226 248 240 248 240 248 248 248 217 210 217

3.2.3. Historial

Segundo Martinhes (2018), o Clube de Desportos do Maxaquene foi fundado em 1920 e era
chamado Sporting Clube de Lourenço Marques (SCLM), que após sua legalização como
clube, construiu e inaugurou as suas instalações em 1933/34 com destaque para o Campo de
Futebol João da Silva Pereira, actualmente Campo do Maxaquene. O campo foi construído em
solo local, com bancadas comum de betão do lado Leste e bancada central de madeira e
tribuna do lado Oeste. Para além dos jogos de futebol o campo também era usado como
cinódromo (para corrida de galgos). (Complexo Desportivo do Sporting de Lourenço
Marques, 2019)

Figura 3.2. Campo do Clube Desportivo do Maxaquene.


(Fonte: Housesofmaputo, 2019)

Anos depois, com o desenvolvimento do desporto e necessidade de atingir aos padrões


internacionais para a melhor práctica da modalidade, foi aplicado o relvado natural
(semeado), que é o que existe actualmente.

O campo estava muito melhor à 20 anos do que actualmente no ponto de vista de


conservação, qualidade do piso, bancadas e balizas. O campo encontra-se desnivelado e à

Mauro Alberto Cossa


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Norte, existe água subterrânea próxima à superfície, é a parte onde apresenta maiores
problemas, com várias partes em que existem buracos (falta de relva), pois a salubridade das
águas subterrâneas existentes, impede o crescimento da mesma, e para acelera o crescimento
de vegetação. A antiga sede e casa de judo do clube foi afectada por este factor.

Quando chove uma parte do campo fica com água na superfície pela inexistência de um
sistema de drenagem. Esta parte, segundo o perfil topográfico do terreno (Ver Anexo II) é a
parte com as cotas mais baixas, deste modo, ao chover as águas tendem a se acumular nessas
zonas.

Figura 3.3. Identificação do local com problemas de drenagem.


(Fonte: Autor, 2019)

Mauro Alberto Cossa


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Figura 3.3. Estado do Relvado no local mais afectado.


(Fonte: Autor, 2019)

Figura 3.4. Formação de poças de água.


(Fonte: Autor, 2019)

O sistema de rega do campo é precário, isto é, a rega depende da água da chuva, pois não tem
um reservatório suficiente para o abastecimento do campo, e o sistema não é independente, o
reservatório existente serve para abastecer todas as infra-estruturas do complexo desportivo, o
que leva a perceber que ao ser usada a maior parte da água para rega do campo, outras
instalações poderão ficar sem água.

Mauro Alberto Cossa


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E a rega compromete em grande parte na manutenção do campo no que diz respeito ao


tratamento da relva com produtos químicos, ou até mesmo orgânicos. Ao se aplicar qualquer
produto é necessário manter a relva húmida para que a relva não se danifique. Portanto, a
manutenção do campo se limita no corte e rega.

3.2.4. Operação

Actualmente o campo é usado como local de treino pela equipa principal de futebol e por
mais três equipas dos escalões de formação. E por vezes é alugado para alguns espectáculos
musicais de grande envergadura, isso ajuda o clube à arrecadar valores para a própria
manutenção do campo, porém é prejudicial ao relvado.

3.2.5. Apresentação de resultados do inquérito de identificação de problemas do campo

Realizado o preenchimento dos inquéritos (Apêndice II) no Clube de Desportos de


Maxaquene, apresenta-se de forma resumida os resultados em gráficos e os comentários.

Gráfico 3.2. Identificação. (Fonte: Autor, 2019)

Gráfico 3.3. Género. (Fonte: Autor, 2019)

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Gráfico 3.4. Faixa etária. (Fonte: Autor, 2019)

Gráfico 3.5. Tempo que frequenta o campo. (Fonte: Autor, 2019)

Gráfico 3.6. Preferência entre Relvado Natural e Relvado Sintético. (Fonte: Autor, 2019)

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Gráfico 3.7. Nível de Satisfação face às condições do campo. (Fonte: Autor, 2019)

Gráfico 3.8. Influência no desempenho da equipa face as condições do campo. (Fonte: Autor, 2019)

Gráfico 3.9. Formação de poças de água após chuva. (Fonte: Autor, 2019)

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Gráfico 3.10. Contribuição das poças de água para lesões. (Fonte: Autor, 2019)

Segundo os resultados do preenchimento dos inquéritos (25 amostras), evidencia-se que são
na sua maior percentagem, atletas do clube que usam o campo regularmente, na totalidade, do
sexo masculino, com idade representativa compreendida entre 18 à 25 anos de idade. Todos
têm preferência do relvado natural em relação ao sintéctico por aspectos ligados à saúde dos
atletas (baixo risco de contração de lesões, menor esforço físico), à jogabilidade e à aspectos
ambientais. Encontram-se na sua maioria insatisfeitos com as condições do campo, que
contribui no desempenho da equipa e na contracção de lesões, pois este, após precipitação
forma poças de água pela falta de drenagem e fraca capacidade de infiltração do solo.

Os problemas levantados na sua maioria são: falta de manutenção do campo (corte de relva,
colocação de relva em locais carecas, etc.), inexistência de um sistema de drenagem, falta de
um sistema de irrigação eficiente e falta de infra-estruturas imprescindíveis (Bancada central,
tribuna, balneários em condições, etc.) para que o campo seja aprovado pela FMF para
receber jogos oficiais.

Mauro Alberto Cossa


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CAPÍTULO IV – METODOLOGIA DE RESOLUÇÃO DO PROBLEMA

4.1. Abordagem da Investigação


Esta investigação é de natureza aplicada caracterizada por gera conhecimentos para aplicação
práctica e dirigida à solução de problemas específicos, e segue uma abordagem mista
(quantitativa e qualitativa), em que, segundo Freixo (2011), foca-se na observação de factos
objectivos e de fenómenos precisos, que existem independentemente do investigador, mas não
vai também deixar de tomar como linha posicional o desenvolvimento do conhecimento, de
forma a descrever e interpretar mais do que avaliar. Baseia-se numa pesquisa documental,
seguida de dimensionamento com base nos conhecimentos teóricos a adquiridos na pesquisa
documental.

Figura 4.1. Esquema da perspectiva mista.


(Fonte: Adaptado de Newman & Benz, 1998, p. 20).

Este tipo de abordagem reflete várias epistemologias, estilos de pesquisa e formas de


construção teórica, e segundo Dos Santos et al. (2016), tem como principais características:

 Triangulação, procurando-se através da combinação das duas abordagens recolher e


analisar os dados, de modo a que haja convergência dos resultados;

Mauro Alberto Cossa


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 Integralidade, nas situações em que o investigador recorre a ambas as estratégias de


modo a apreender o seu objeto de estudo de uma forma mais abrangente;

 Amostragem, quando a abordagem quantitativa é utilizada para preparar o terreno para


a investigação qualitativa, através da selecção de entrevistados ou casos;

 Ilustração, nas situações em que se recorre ao uso de dados qualitativos para ilustrar
resultados quantitativos;

4.2. Desenho da Investigação


A investigação partiu da realização de uma revisão bibliográfica e documental de modo a
identificar e ter conhecimento aprofundado sobre o objecto, bem como as variáveis que
influenciam. De seguida, passou-se para a colecta de dados sobre o objecto em estudo (caso
particular) através de entrevistas, questionários e observação. Com base nos dados colectados,
procedeu-se com a elaboração da metodologia de dimensionamento e aplicação ao caso de
estudo.

Posto isto, com a metodologia concebida e o dimensionamento, procedeu-se com a


formulação de conclusões e recomendações.

4.3. Métodos de Investigação


4.3.1. Recolha de dados

Tratando-se de uma investigação de abordagem mista, os dados foram quantitativos e


qualitativos. Onde segundo Alves (2017) apud Morais (sem data) qualitativos representam a
informação que identifica alguma qualidade, categoria ou característica, não susceptível de
medida, mas de classificação, assumindo várias modalidades, e os dados quantitativos
representam informação resultante de características susceptíveis de serem medidas,
apresentando-se com diferentes intensidades, podendo ser de natureza descontínua (ou
discreta) ou contínua.

Para recolha dos dados, recorreu-se à observação para determinar a situação do Campo do
Futebol do Clube de Desportos do Maxaquene. E, entrevistas e questionários à colaboradores
que trabalham directamente com a infra-estrutura (atletas, equipa técnica, staff e dirigentes do
clube) para averiguar as percepções que têm sobre o campo.

Mauro Alberto Cossa


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4.3.2. Análise de dados

Os dados colectados de natureza quantitativa foram analisados estatisticamente, através da


geração (normalmente mediante técnicas de cálculo matemático), da apresentação
(organizados em gráficos) e da interpretação.

E os dados qualitativos foram analisados em duas perspectivas: análise de conteúdo e análise


do discurso. Onde a análise de conteúdo, pela leitura das falas, realizada por meio das
transcrições de entrevistas, depoimentos e documentos, e a análise de discurso análise do
discurso situa-se ao mesmo tempo em uma apropriação da linguística e da análise de
conteúdo.

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CAPÍTULO V – APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DE


RESULTADOS

5.1. Considerações iniciais


O dimensionamento hidráulico do sistema drenante (Colchão drenante e Drenos) colectores é
o conjunto de procedimentos, ou etapas de cálculo, cuja finalidade é a determinação da
espessura do colchão, secção transversal das valas dos drenos e diâmetros dos tubos
colectores (se necessário), com declives e tipo de material pré-estabelecido, por forma a
assegurar o transporte dos caudais de cálculo previstos.

Segundo Silva (2009), as águas atmosféricas poderão atingir três fins: uma parte escorre
superficialmente sobre a Terra; uma outra parte, após uma permanência eventualmente curta
no solo, é evapotranspirada; por fim, uma outra parte infiltra-se de forma duradoura.

Para estabelecer a relação entre a água proveniente da precipitação, com o escoamento


superficial, recorre-se ao Método Racional, apresentado por William Thomas Mulvany (Reis,
2017). Onde é possível determinar o caudal de pico de uma bacia, considerando uma secção
de estudo.

Tratando-se de campos de futebol, onde a superfície é plana a água que vem da precipitação
deve se infiltrar no solo com facilidade para evitar a formação de poças de água. Com efeito,
os sistemas de drenagem devem ser dimensionados de acordo com a capacidade de drenar do
próprio pavimento, isto é, geometria e materiais empregues. Portanto, uma vez que o
pavimento está cheio de água, mais nenhuma quantidade da mesma poderá penetrar. Assim,
os sistemas de drenagem devem ser dimensionados para a situação de pavimento cheio de
água, isto é, devem ser dimensionados para a capacidade do pavimento drenar. Ora, esta
capacidade de drenar, será calculada com base na Lei de Darcy e depende do material
drenante a colocar e da própria geometria do mesmo.

No dimensionamento de uma rede de drenagem de águas pluviais podem considerar-se três


etapas fundamentais:

 Definição dos elementos de base;

 Cálculo dos caudais pluviais de projecto;

 Dimensionamento hidráulico do colchão drenante e valas dos drenos.

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5.2. Elementos de base


O estabelecimento dos elementos de base para o dimensionamento de uma rede de drenagem
de águas pluviais inclui os aspectos principais que a seguir se apresentam:

 Definição correcta dos limites das áreas afectadas a cada troço da rede;

 Definição do período de retorno (neste contexto, o período de retorno corresponde ao


intervalo de tempo médio associado à ocorrência de precipitação de intensidade média
superior a um dado valor), para o qual se pretende dimensionar a rede de drenagem; na
práctica, em estádios de futebol, o período de retorno a considerar para efeito de
dimensionamento do sistema de drenagem pluvial varia, entre 50 e 100 anos; em
certos casos, pode justificar-se a escolha do período de retorno recorrendo,
explicitamente, a uma análise de custos-benefícios, dependente dos investimentos
necessários e dos prejuízos decorrentes das possíveis inundações.

 Conhecimento do regime pluviométrico local (Curvas de Intensidade-Duração-


Frequência).

 Definição do coeficiente de infiltração da área em análise; o coeficiente de


escoamento define-se como a razão entre o volume de água que dá origem a
infiltração e o volume de água efectivamente precipitado sobre a área em estudo; estes
factores dependem, entre outros, do tipo e ocupação do solo (na secção 5.3. deste
Documento, a propósito da aplicação do método racional, volta-se a abordar este
assunto);

 Definição do tempo de concentração (tempo despendido no percurso da água


precipitada, desde o ponto hidraulicamente mais afastado da área até à secção em
estudo);

 Definição dos condicionalismos, principalmente de natureza hidráulica, associados à


descarga final das águas pluviais no meio receptor.

5.3. Cálculo de caudais pluviais


De entre os métodos de cálculo de caudais de ponta de cheia de pequenas bacias, o mais
antigo e de maior divulgação é o método racional. Este método é traduzido matematicamente
pela seguinte expressão:

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(5.1)

Q - Caudal de ponta [m3/s];

C - Coeficiente do método racional [adimensional];

I - Intensidade de precipitação [mm/h];

A - Área da bacia de drenagem [ha].

As hipóteses de base do método racional residem no conceito de tempo de concentração, Tc, e


na linearidade da relação entre a precipitação útil, (C x I), e o caudal de ponta, (Q). Da
hipótese de linearidade resulta que a ocorrência do caudal de ponta coincide com o instante
em que a totalidade da bacia está a contribuir para o escoamento, ou seja, ao fim de um
intervalo de tempo igual ao tempo de concentração, Tc.

O Tc admitindo que o sistema de drenagem subterrânea tem como base o escoamento por
percolação, será a relação entre o espaço percorrido perpendicularmente à área em análise
com a permeabilidade do solo, traduzida matematicamente:

(5.2)

O valor da intensidade de precipitação a considerar é, assim, o valor da intensidade média


máxima para uma duração igual ao tempo de concentração. Como este valor está sempre
associado a uma frequência de ocorrência (ou período de retorno T), ao valor do caudal
máximo.

O coeficiente C é o único parâmetro representativo da transformação precipitação-


escoamento. Embora não haja unanimidade referente ao campo de aplicação do método
racional, pode citar- -se, como referência, que a sua utilização se deve restringir a bacias com
áreas inferiores a 1 300 ha. O coeficiente C engloba vários factores, não só a relação entre o
volume de água escoada e a precipitação (ou seja, o coeficiente de escoamento propriamente
dito), mas também efeitos, mais ou menos importantes, de retenção, regolfo e atraso do
escoamento superficial ao longo do terreno, linhas de água naturais e colectores. Todos estes
efeitos dependem, não só das características físicas e de ocupação da área em estudo, mas,
também, da precipitação, ou seja, do estado de humidade do solo e da duração e distribuição

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da precipitação. Na Tabela 5.1, apresentam-se os valores médios do coeficiente C, para


utilização do método racional. A intensidade média de precipitação, I, deve ser avaliada para
condições críticas, ou seja, deve admitir-se que toda a área contribui para o caudal avaliado na
secção de interesse, o que, por definição, acontece a partir do momento em que a duração da
chuvada iguala o tempo de concentração na bacia. Para durações inferiores ao tempo de
concentração, nem toda a bacia contribui para o caudal de ponta máximo. Para durações
superiores, é menor a intensidade média de precipitação e, portanto, menor o caudal
correspondente. A intensidade média da precipitação, para determinada duração e período de
retorno, pode ser obtida tendo em conta a curva apropriada de intensidade-duração-frequência
(I-D-F). Na Figura 6, em anexo, são apresentados elementos referentes aos parâmetros das
curvas de I-D-F para Moçambique.

Tabela 5.1. Coeficiente de escoamento superficial.


(Fonte: DE SOUSA & MATOS, 2015, sem data)
Tipo de Superfície C
Pavimento
Asfáltico 0,70 - 0,95
Betão 0,80 – 0,95
Passeio para peões 0,85
Coberturas (telhados) 0,75 - 0,95
Relvado sobre solo permeável
Plano i < 2% 0,05 - 0,10
Médio 2% < i < 7% 0,10 - 0,15
Inclinado i > 7% 0,15 - 0,20
Relvado sobre solo impermeável
Plano i < 2% 0,13 - 0,17
Médio 2% < i < 7% 0,18 - 0,22
Inclinado i > 7% 0,25 - 0,35

5.4. Dimensionamento do Sistema de drenagem


5.4.1. Lei de Darcy

Para estudar o problema de drenagem interna dos pavimentos é imperativo compreender


alguns conceitos básicos da mecânica dos fluídos acerca da circulação da água nos solos.
Entre eles avulta a denominada lei de Darcy, cuja tradução e a expressão empírica, que

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adiante se escreve, e que procura quantificar os escoamentos de fluidos através de um meio


poroso.

(5.3)

Q - Caudal escoado por uma secção de área A [m3/s];

K – Coeficiente de permeabilidade [m/s];

i - gradiente hidráulico na direcção do fluxo (inclinação) [m/m];

A - área da secção de escoamento perpendicular à direcção do fluxo [m2].

Se, na expressão anterior, for eliminada a área da secção, atinge-se o caudal específico v:

(5.4)

Este caudal específico tem as dimensões de uma velocidade e será muito maior do que a velocidade
real da água através dos vazios do solo. Com a lei de Darcy está-se a abordar um problema
microscópico substituindo o solo por um meio contínuo de propriedades médias. Esta análise,
usando uma “velocidade aparente” em detrimento da velocidade real da água através dos poros do
solo, ainda que sem bases teóricas sólidas, funciona experimentalmente de forma adequada.

Na Tabela 5.2., apresentam-se os valores típicos do coeficiente de permeabilidade dos


materiais e solos ocorrentes em drenagem. Nos produtos industriais, as faixas de variação de
seus coeficientes de permeabilidade são menos amplas.

Tabela 5.2. Coeficientes de permeabilidade de acordo com a granulometria do material


(Fonte: DANTAS et al., 2003)

Tipo de Material Granulometria (mm) K (m/s)


Brita 5 75 à 100 1
Brita 4 50 à 75 0,80
Brita 3 25 à 50 0,45
Brita 2 20 à 25 0,25
Brita 1 10 à 20 0,15
Brita 0 5 à 10 0,05
Areia Grossa 2à5 10-3
Areia Média 0,42 à 2 10-4
Areia Fina 0,05 à 0,42 10-5
Geotêxteis 0,10 AOS  1,3 10-5knx 10-3

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Silte 0,005 à 0,05 10-7


Argila Menor que 0,005 10-10

O cálculo exacto da quantidade de água que atravessa um solo depende de vários factores,
alguns imprevisíveis, de forma que algumas hipóteses simplificadoras deverão ser
consideradas, principalmente na adopção de um coeficiente de permeabilidade adequado.
Devido às características inerentes a percolação de água através de meios porosos, os valores
apresentados na tabela devem ser considerados apenas como sugestão visando a obtenção de
valores aproximados de vazão. Valores mais precisos deverão ser obtidos através de ensaios
laboratoriais. Outro factor importante para definição de um sistema de drenagem de uma área
ao ar livre é a intensidade e duração da precipitação pluviométrica e água de irrigação, bem
como a capacidade de infiltração de água no solo superficial.

a) Colchão Drenante

Para dimensionar a espessura do colchão drenante, ao invés de considerar a área total que
contribui para determinado dreno, considera-se o comprimento dessa mesma área por metro
de largura. A quantidade da água que passa pelo colchão, é igual ao volume que resulta da
precipitação, isto é:

Figura 5.1. Esquema de funcionamento do colchão drenante partindo da quantidade de água


precipitada. (Fonte: Autor, 2019)

Igualando os caudais, teremos:

(5.5)

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(5.6)

(5.7)

(5.8)

Onde:

C - Coeficiente do método racional [adimensional];

I - Intensidade de precipitação [mm/h];

L – Comprimento do Colchão [m]

Kc – Coeficiente de permeabilidade do material do colchão [m/s];

ic - Gradiente hidráulico na direcção do fluxo [m/m];

e – Espessura do colchão [m].

b) Vala do dreno

Uma vez definido o colchão drenante (material de enchimento, inclinação e espessura), passa-
se ao dimensionamento da vala do dreno, que tem por finalidade colectar a água infiltrada que
atingiu o colchão, e conduzi-la para fora da área drenada. Este dimensionamento é feito em
função do material escolhido para o enchimento, da inclinação longitudinal e da disposição
das valas. A capacidade da vala será dada pela expressão:

(5.9)

Onde:

Qv - Caudal escoado pela vala do dreno [m3/s];

Kv – Coeficiente de permeabilidade do material de enchimento da vala [m/s];

iv - Gradiente hidráulico na direcção do fluxo (varia entre 0,005 e 0,01) [m/m];

Av - Área da secção transversal da vala [m2].

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O volume da água por unidade de tempo que irá fluir para a vala será em função do seu
comprimento “d”, será dado pelo volume de água a ser drenada pela área, em função do
comprimento da vala, ou seja:

Figura 5.2. Esquema de cálculo do volume de água atravessado por metro de comprimento.
(Fonte: Autor, 2019)

(5.10)

(5.11)

(5.12)

(5.13)

Onde, a área transversal da vala do dreno será dada em m2/m.

Uma vez obtida a área da seção transversal da vala do dreno, as dimensões “a” e “b” da
Figura 5.3. abaixo serão escolhidas de forma que a largura b não seja inferior a 20 cm para
permitir a operação da escavação e colocação da manta geotêxtil, caso necessário, e do
material de enchimento.

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Figura 5.3. Secção transversal da vala do dreno.


(Fonte: DANTAS et al. 2003)

Caso sejam escoados grandes caudais que demandem a utilização de valas com grandes
dimensões, pode-se utilizar tubos drenantes para o escoamento desses caudais, diminuindo-se
assim as dimensões da secção transversal da vala. Para o dimensionamento da secção do tubo
recorre-se à fórmulas hidráulicas, tal como a fórmula de Manning:

(5.14)

Onde:

Q - Caudal escoado pelo tubo [m3/s];

Ks – Coeficiente de rugosidade de Manning [m/s];

S - Área da secção transversal do tubo [m2].

Rh – Raio Hidráulico (Rh = Área Molhada/Perímetro Molhado) [m];

i – Inclinação do tubo (varia entre 0,005 e 0,01) [m/m];

c) Propriedades genéricas do material de enchimento do sistema drenante

O sistema drenante deverá ter uma granulometria de enchimento que se relaciona com a
granulometria do solo a drenar (considerando que não será aplicado geotêxtil entre os
materiais dos elementos do sistema). Assim, indicam-se de seguida as relações de dimensões
preconizadas pelo BUREAU of RECLAMATION, considerando que o material de
enchimento será de granulometria uniforme:

(5.15)

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(5.16)

(5.17)

5.5. Metodologia de dimensionamento passo a passo


O dimensionamento do sistema tem os parâmetros já discutidos na secção anterior e a
sequência articulada de procedimentos ou passos de cálculo é:

1. Análise da área de projecto (incluindo o reconhecimento local e eventual


levantamento topográfico) e traçado da rede em planta.

2. Fixação do período de retorno, T, para o qual se pretende dimensionar a rede.

3. Escolha da curva de I-D-F aplicável à zona em estudo, para o período de


retorno escolhido.

4. Definição das áreas drenantes em cada secção de cálculo.

5. Escolha do coeficiente de infiltração C;

6. Determinação do tempo de concentração, Tc, tendo em conta, a expressão (5.2)


deste Documento.

7. Determinação da intensidade média de precipitação para uma duração igual ao


tempo de concentração (a partir das curvas de I-D-F).

8. Cálculo do caudal de projecto, por intermédio da seguinte expressão do


Método racional (5.1);

9. Cálculo da espessura do Colchão drenante de acordo com a alínea a) da secção


anterior, e da secção transversal da vala dos drenos de acordo com a alínea b).
No cálculo da secção transversal da vala deve se ter em conta a minimização
de custos e condicionalismos técnicos, podendo se adoptar tubagens perfuradas
para os drenos, cujos diâmetros são calculados com base na expressão de
Manning-Strickler (5.14).

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Análise da Área de Projecto e definição de


Traçado em Planta

Fixação de período de retorno T

Escolha da Curva IDF da região em estudo

Determinação do Tempo de concentração Tc

Determinação da Intensidade de precipitação I

Definição de secções de Cálculo

Escolha do Coeficiente de Infiltração C

Cálculo de Caudais de acordo com o Método


Racional

Cálculo das dimensões dos elementos do


sistema de drenagem (espessura do colchão
e secção Transversal da vala do dreno)

Figura 5.4. Resumo da Metodologia de dimensionamento de Sistemas de


Drenagem em campos de Futebol com relvado natural.
(Fonte: Autor, 2019)

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5.6. Caso Práctico: Campo de Futebol do Clube Desportivo do Maxaquene


5.6.1. Elementos de base

Figura 5.5. Esquema do sistema de drenagem para o Campo do Maxaquene.


(Fonte: Autor, 2019)

A área total a drenar é de 7140 m2 de relvado com uma camada de solo feita de areia
melhorada (Areia orgânica), com um sistema composto por uma camada de colchão drenante
com função de filtrar a água e drenos em espinhas de peixe que vão colectar e conduzir a água

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captada pelo colchão até um reservatório enterrado onde a água será usada para o sistema de
irrigação. Para o dimensionamento do sistema, será considerada 1/8 como área representativa
a drenar, equivalente à 892,50 m2.

Figura 5.6. Esquema representativo para o dimensionamento do sistema de drenagem.


(Fonte: Autor, 2019)

Tabela 5.3. Características da camada de solo de topo.


(Fonte: Autor, 2019)
Solo de Topo
Granulometria (mm) K (m/s) e (m) i (m/m)
Areia Média
0,42 - 2,00 0,0001 0,30 0,01

O solo de topo tem como permeabilidade 0,0001 m/s, mas este valor, com a compactação por
pisoteio do relvado e com a saturação, este valor pode reduzir numa percentagem de 50%, que
é equivalente à 0,00005 m/s.

Assim sendo, o tempo de concentração, será o tempo que a água levará para atravessar a
camada do solo de topo em condições críticas, segundo a expressão (5.2):

Tabela 5.4. Cálculo do Tempo de concentração.


(Fonte: Autor, 2019)
Tempo de Concentração
K (m/s) S (m) segs. 6000
Tc
0.00005 0.30 mins. 100

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O período de retorno para o dimensionamento do sistema será de 50 Anos, pois investimentos


aliados à estádios de futebol são altos, e são infra-estruturas que são exploradas durante
muitos anos alterando com o tempo as condições de comodidade, segurança e estética.

Ex: Estádio da Machava (51 Anos desde a sua inauguração), Estádio de Old Trafford (109
Anos), Estádio de Camp Nou (62 Anos), etc.

a) Intensidade de Precipitação

Segundo o Regulamento dos Sistemas Públicos de Distribuição de Água e Drenagem de


Águas Residuais de Moçambique, a tradução da precipitação a partir das curvas IDF para a
região de Maputo é dada pela expressão:

(5.18)

Onde:

I – Intensidade de precipitação [mm/h];

t – Duração [min];

a e b – Parâmetros adimensionais obtidos a partir do Período de Retorno T em Anos.

Tabela 5.5. Parâmetros adimensionais em função do Período de Retorno T.


(Fonte: Regulamento dos Sistemas Prediais de Distribuição de Água e de Drenagem de Águas
Residuais ,2004)

T (Anos) 2 5 10 20 25 50
a 534.0468 694.504 797.3841 896.5751 930.8815 1026.694
b -0.6075 -0.59383 -0.5869 -0.58197 -0.58119 -0.57749

Introduzidos os dados do projecto, obtém-se:

Tabela 5.6. Cálculo da Intensidade de Precipitação com base na expressão (5.18).


(Fonte: Autor, 2019)
T (Anos) a b t = Tc (min) I (mm/h)
50 1026.694 -0.57749 100 71.86

5.6.2. Cálculo de Caudais

Para o cálculo do caudal através do Método Racional, o coeficiente de infiltração para uma
superfície plana com relvado, considera-se uma superfície totalmente impermeável, onde será
retirada uma percentagem de 5% evapotranspiração, de acordo com Relvados Ciência e

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Cultura (sem data), o valor varia entre 0 á 20%. Por questões de segurança, considera-se que
100% da precipitação infiltra-se, o que vai traduzir em maiores caudais.

Para 1/8 da área total a drenar, através da expressão (5.1), obtém-se:

Tabela 5.7. Cálculo do caudal de pico através do Método Racional.


(Fonte: Autor, 2019)
I (mm/h) C A (m2) Q (m3/s)
71.86 1 892.5 0.01782

5.6.3. Dimensionamento do Sistema drenante

a) Materiais de enchimento

Os materiais devem ser de granulometria uniforme, com as seguintes características:

Tabela 5.8. Características dos materiais de enchimento dos elementos do sistema.


(Fonte: Autor, 2019)
Colchão Drenante
Granulometria (mm) Kc (m/s)
Brita 01
10 à 20 0.15
Drenos
Granulometria (mm) Kv (m/s)
Brita 01
10 à 20 0.15

b) Colchão Drenante

De acordo com o dreno lateral do troço [1-2] da Figura, dimensiona-se a espessura do colchão
com base no material de enchimento e na área abrangida pelo dreno, através da expressão
(5.8):

Tabela 5.9. Cálculo da espessura do Colchão drenante.


(Fonte: Autor, 2019)
I (mm/h) C L (m) Kc (m/s) ic (m/m) e (m)
71.86 1 13.125 0.15 0.01 0.175
Espessura Adoptada
e = 20 cm

c) Valas do Dreno

Com base no sistema concebido, em espinhas de peixe, volume de água proveniente da


precipitação, traduz as seguintes secções:

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Tabela 5.10. Identificação dos drenos a dimensionar.


(Fonte: Autor, 2019)
REF Troços
Dreno Lateral [1-3], [2-3], [4-5], [6-5], [7-8], [9-8], [10-11], [12-11]
Dreno Principal [13-2]
Dreno Colector [13-17]

Tabela 5.11. Dimensionamento da secção transversal dos drenos.


(Fonte: Autor, 2019)
I C Lxl Qv (m3/s) Kv (m/s) iv (m/m) d (m) Av (m2/m)
(mm/h) (m2)
Drenos 0.09
Laterais a (m) b (m)
71.86 1 98.5 0.00197 0.15 0.01 15.12
0.4 0.25
0.10

I C Lxl Qv (m3/s) Kv (m/s) iv (m/m) d (m) Av (m2/m)


(mm/h) (m2)
0.43
a (m) b (m)
71.86 1 892.5 0.01782 0.15 0.01 27.5
1 0.45
0.45
Para dreno contínuo com Tubo perfurado que tem maior capacidade de escoamento e menores
dimensões.
Drenos
Principais 0.09
a (m) b (m)
0.00197 0.15 0.01 15.12
0.4 0.25
0.10
R S Qv (m3/s) Ks (m1/3/s) iv (m/m) Diâmetro mín (mm)
Secção 127
cheia 0.01585 125 0.01 Diâmetro Adop. (mm)
160

I C Lxl Qv (m3/s) Kv (m/s) iv (m/m) d (m) Av (m2/m)


(mm/h) (m2)
0.44
a (m) b (m)
71.86 1 3570 0.07126 0.15 0.01 108
1 0.45
Drenos 0.45
Colectores Para dreno contínuo com Tubo perfurado que tem maior capacidade de escoamento e menores
dimensões.
0.22
a (m) b (m)
0.03616 0.15 0.01 108
0.9 0.25
0.23

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Rh S Qv (m3/s) Ks (m1/3/s) iv (m/m) Diâmetro mín (mm)


Secção 171
cheia 0.03510 125 0.01 Diâmetro Adop. (mm)
200

d) Condições de preenchimento do sistema drenante

Na aplicação do material drenantes, deverá ser aplicado um geotêxtil permeável entre o solo
de topo (solo a drenar) e o material drenante, que respeitem as seguintes condições:

 Não colmatagem

 Permeabilidade superior à do solo envolvente;

 Estabilidade (o material drenante deve ter uma granulometria específica para que não
ocorra o risco da passagem de material para dentro do tubo através das ranhuras).

E para impedir que água suba por capilaridade do solo local, a base do sistema deverá estar
assente à uma manta geotêxtil impermeável.

5.6.4. Estimativa de Volume do Reservatório

De acordo com De Oliveira (2008), a estimativa do volume do reservatório é feita a partir da


previsão do consumo de água do relvado por meio da determinação da evapotranspiração de
referência (ETo) na região e da evapotranspiração de cultura (ETc) do relvado. Os métodos
utilizados, escolhidos por apresentarem aplicação simplificada e por melhor se adequarem aos
dados climáticos disponíveis, foram os seguintes:

 Determinação da ETo: Método de Romanenko (1961).

 Determinação da ETc: uso do coeficiente da cultura.

a) Evapotranspiração pelo Método de Romanenko, 1961

O método de Romanenko permite o cálculo da ETo a partir de dados de umidade relativa do ar


(UR) e temperatura média mensal (T) conforme a seguinte equação:

(5.19)

Sendo:

ETo - evapotranspiração [mm/mês]

T - temperatura média mensal [ºC]

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UR - Humidade relativa do ar [%]

b) Evapotranspiração da Cultura

Segundo Tomaz (2007) apud De Oliveira (2008, pág. 80), a evapotranspiração da cultura é a
quantidade de água consumida em um determinado intervalo de tempo pela cultura, sendo
igual à soma da água absorvida e transpirada no desenvolvimento dos vegetais e da água
evaporada pela superfície do solo no qual os vegetais estão cultivados. Esta é dada em função
da evapotranspiração de referência (ETo) e do coeficiente de cultura (kc), que depende de suas
características:

(5.20)

O kc introduz as variações no consumo de água de cada espécie, considerando factores como a


espécie e o estado de desenvolvimento. Segundo a FAO, os valores de kc podem ser:

Tabela 5.12. Coeficientes Culturais.


(Fonte: Autor, 2019)

Coeficiente
Culturas cultural
Baixo Alto
Pomar 0,50 0,97
Pomar Coberto com vegetal 0,98 1,27
Vinha 0,06 0,80
Oliveira 0,58 0,80
Pistachio 0,04 1,12
Citrinos 0,65 -
Relvados com espécies de estação fria 0,8 -
Relvados com espécies de estação quente 0,6 -

Considerando o mês mais seco (Agosto) de acordo com à Tabela 3.2. que apresenta os dados
climáticos da região, obtém-se:

Tabela 5.13. Cálculo da Evapotranspiração de referência e do Relvado com base nas expressões
(5.19) e (5.20) respectivamente. (Fonte: Autor, 2019)

Tmax (ºC) Tmín (ºC) UR (%) Eto (mm/mês) kc Etc (mm/mês)


25.3 15.4 79.96
Tmed 64% 133.27 0.6 Etc (mm/dia)
20.35 2.58

Para irrigação de todo o campo (7140 m2), será necessário:

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Tabela 5.14. Cálculo Aproximado do volume de água para um dia de irrigação.


(Fonte: Autor, 2019)

Etc (mm/dia) A (m2) V (m3/dia)


2.58 7140 18.4212

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CAPÍTULO VI – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

6.1. Conclusões
Ao fim da investigação do trabalho, considera-se alcançado o objectivo geral de conceber
uma metodologia de dimensionamento de sistemas de drenagem em campos de futebol com
relvado natural e aplicar ao Campo de Futebol do Clube de desportos do Maxaquene.

Das metodologias analisadas, a baseada na Lei de Darcy mostrou-se a mais apropriada para a
drenagem de campos de futebol de relvado natural porque, esta relaciona a quantidade de
água atravessada por um elemento com a permeabilidade do material do mesmo, apersar desta
não considerar a contribuição da água de origem subterrânea, focando-se apenas na água
precipitada.

O sistema de drenagem do concebido para o Campo do Clube de Desportos do Maxaquene é


composto por um colchão drenante de 0,20 metros, com drenos dispostos em espinhas de
peixe, onde: os drenos laterais têm um espaçamento de 7,5 metros entre eles com uma secção
de 0,40 x 0,25 m2; os drenos principais em cada 1/8 do campo têm uma secção de 0,40 x 0,25
m2 com tudo perfurado de DN 160 mm; os drenos colectores que drena ½ do campo têm 0,40
x 0,25 m2 com tubo perfurado de DN 200 mm. Todos os elementos do sistema drenante têm
uma inclinação de 1% segundo a Figura 5.5. Os drenos colectores drenam a água que captam
para um reservatório enterrado com capacidade de armazenamento diário de 19 m3 cuja água
será reutilizada para a irrigação do campo.

Com a realização do trabalho, ficou evidente que infra-estruturas como bancadas, balneários,
tribuna, vedação e parque de estacionamento, são de extrema importância para que o mesmo
seja credenciado pela FMF para receber jogos oficiais. Mas o aspecto principal, que é o factor
determinante da modalidade, é o relavo, que é onde

Não existe nenhum regulamento normativo relativamente ao dimensionamento de sistemas


drenantes de modo geral. Assim compete ao engenheiro ter bom senso nas possíveis soluções
que optimize o bom desempenho do sistema e os condicionalismos do local em estudo. A
concepção de qualquer sistema drenante não é padronizado e assim sendo, merece uma
reflexão e análise integrada sobre as várias variáveis.

Mauro Alberto Cossa


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6.2. Recomendações
Realização de ensaio de granulometria e de permeabilidade do solo do campo de futebol do
Clube de Desportos do Maxaquene para determinar as dimensões das partículas de solo e o
coeficiente de permeabilidade do solo, estes dados vão produzir resultados mais precisos no
dimensionamento.

Estudo da periodicidade de manutenção ideal do campo, para evitar que a falta desta
prejudique o desempenho do sistema de drenagem.

Reduzir o número de utilizações diárias do relvado do campo, adoptando um campo


alternativo para treino, desta forma, o relvado terá melhor desempenho.

Mauro Alberto Cossa


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Mauro Alberto Cossa


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 MARTINHES, Z. (2018). Clube de Desportos do Maxaquene. Obtido 25 de Março de


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 MELO, A. (2011). Drenagem - Gramados Esportivos. Obtido 27 de Agosto de 2018,


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Mauro Alberto Cossa


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Sistemas de Drenagem em Campos de Futebol

 MERKEL, A. (sem data). Clima: Maputo. Obtido 1 de Setembro de 2018, de


https://pt.climate-data.org/africa/mocambique/maputo/maputo-535/

 NSW, F. (2015). Drainage & Irrigation, 1. Obtido de www.footballfacilities.com.au

 Obras de reabilitação paralizadas. (2016). Jornal Notícias, Maputo. Obtido de


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 Ogol. (sem data). Maxaquene. Obtido 2 de Setembro de 2018, de


https://www.ogol.com.br/team_titles.php?id=9993

 PI, M. (sem data). Aula 01. Obtido de


https://pt.scribd.com/document/374127480/Drenagem-Aula-01-pdf

 PINHAL. (2009). O Que É Vala? Obtido 28 de Setembro de 2018, de


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 RED. (2017). Guia de Relvados Naturais. Obtido de


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 Regulamento dos Sistemas Prediais de Distribuição de Água e de Drenagem de Águas


Residuais, Pub. L. No. I Série-Número 28 (2004), Moçambique: Constituição da
República.

 REIS, F. (2017). Método Racional. Obtido 15 de Março de 2019, de


http://www.hidromundo.com.br/metodo-racional/

 Relvado Natural. (2014). Obtido 28 de Setembro de 2018, de


http://www.viveirosvl.com/loja/produtos-complementares/relva/relva-natural/

 Relvados Ciência e cultura. (sem data). Obtido de


http://www.dalmeida.com/floricultura/apontamentos/relvados.pdf

 ROSSI, F. (sem data). Drenagem de Campo de Futebol, Passo a passo! Obtido 26 de


Agosto de 2018, de https://pedreirao.com.br/drenagem-de-campo-de-futebol-passo-a-
passo/

 SILVA, E. M. D. (2009). Drenagem Subterrânea Em Estradas, Universidade do


Porto.

 Sport England. (2011). Natural Turf for Sport - Design Guidance Note, (002–
Reformatted with amendments: May 2011).

Mauro Alberto Cossa


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Sistemas de Drenagem em Campos de Futebol

 VENANCIO, P. (2015). Como é feita a drenagem em um campo de futebol? GE


Explica. Obtido 2 de Dezembro de 2017, de
http://globoesporte.globo.com/futebol/noticia/2015/03/como-e-feita-drenagem-em-
um-campo-de-futebol-ge-explica.html

 VIERINHAF. (2013). Vantagens e Desvantagens de um Relvado Sintético. Obtido 7


de Setembro de 2018, de https://hattrick3.wordpress.com/2013/04/01/vantagens-e-
desvantagens-de-um-relvado-sintetico/

 WAYNE Skaggs, R. (1996). Drainage principles and applications. Agricultural Water


Management, 31(3), 307–309.

Mauro Alberto Cossa


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Sistemas de Drenagem em Campos de Futebol

APÊNDICES

ÍNDICE DE APÊNDICES
APÊNDICE I - DISTRIBUIÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE ESTÁDIOS/CAMPOS
DE FUTEBOL EM MOCAMBIQUE ................................................................................... 86
APÊNDICE II – INQUÉRITO DE AVALIAÇÃO DO CAMPO DO CLUBE DE
DESPORTOS DO MAXAQUENE ....................................................................................... 87
APÊNDICE III – RESULTADOS DO PREENCHIMENTO DO INQUÉRITO DE
AVALIAÇÃO DO CAMPO DO CLUBE DE DESPORTOS DO MAXAQUENE .......... 89
APÊNDICE IV – LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO DA ZONA EM ESTUDO
FONTE: ADAPTADO DO GOOGLE MAPS E GLOBAL MAPPER ............................. 90

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APÊNDICE I - DISTRIBUIÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE


ESTÁDIOS/CAMPOS DE FUTEBOL EM MOCAMBIQUE

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APÊNDICE I - DISTRIBUIÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE ESTÁDIOS/CAMPOS DE FUTEBOL EM MOCAMBIQUE

DISTRIBUIÇÃO DE ESTÁDIOS/CAMPOS EM MOÇAMBIQUE

Capacidade Capacidade
ID Estádios Local Imagem em Planta (Fonte: Google Maps) ID Estádios Local Imagem em Planta (Fonte: Google Maps)
[Lugares] [Lugares]

Campo do Chingale
1 1º de Maio Maputo 8000 10 Tete 5000
de Tete

Campo do Costa do
2 25 De Junho Nampula 4000 11 Maputo 10000
Sol

Campo do
3 27 de Novembro Tete 2000 12 Maputo 15000
Maxaquene

Campo Municipal Cabo


4 Caldeirão do Chiveve Sofala 7000 13 10000
da CFM Delgado

Campo Municipal
5 Campo da Bela Vista Nampula 5000 14 Inhambane 5000
de Vilankulo

Campo do Atlético Campo de


6 Maputo 5000 15 Maputo 2500
Muçulmano Xinavane

Estádio Nacional
7 Campo do Chibuto Gaza 2000 16 Maputo 42000
do Zimpeto

Campo do Ferroviário Estádio da


8 Zambézia 3000 17 Maputo 45000
de Quelimane Machava

Estádio Sports
9 Campo do Soalpo Manica 5000 18 Zambézia 5000
Ground

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APÊNDICE II – INQUÉRITO DE AVALIAÇÃO DO CAMPO DO CLUBE


DE DESPORTOS DO MAXAQUENE

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APÊNDICE III – RESULTADOS DO PREENCHIMENTO DO


INQUÉRITO DE AVALIAÇÃO DO CAMPO DO CLUBE DE
DESPORTOS DO MAXAQUENE

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APÊNDICE II - RESULTADOS DO PREENCHIMENTO DO INQUÉRITO DE AVALIAÇÃO DO CAMPO DO CLUBE DE DESPORTOS DO MAXAQUENE

Em época chuvosa, existe


As condições do Campo A presença de água na
formação de poças de água
A quanto tempo Qual é a preferência Problemas Existentes no Nível de Satisfação influenciam no superfície do campo O que pode ser melhorado no campo, no
Carimbo de data Identificação Sexo Faixa Etária Porque a preferência? (água que não se infiltra no
frequenta o Campo? de tipo de relvado? Campo com o campo? desempenho da equipa no contribui para lesões âmbito de uma possível reabilitação?
solo) na superfície do
treino/jogo? dos atletas?
terreno do campo?

Prefiro Relvado Natural porque tenho melhor Melhorar a condição do Relvado, Bancadas e
desempenho em relação ao relvado Sintético. Balneários.
17/03/2019 Atleta Masculino 36 - 45 Anos inferior à 1 Ano Relvado Natural Insatisfeito Sempre Sempre Sempre

Prefiro Relvado natural porque é menos Tem muitas ondulações no No âmbito de um a possível reabilitação é
cansativo em relação ao Relvado sintético, campo, falta de Relva em necessário colocar um novo relvado, sistema de
dificilmente contrai lesões e a chuteira duram alguns pontos do campo e o drenagem, reabilitar as bancadas, balizas, etc.
17/03/2019 Atleta Masculino 18 - 25 Anos inferior à 1 Ano Relvado Natural mais tempo. balneário não se encontra Muito Insatisfeito Mais ou menos Sempre Mais ou menos
em boas condições.

A relva natural liberta oxigénio, absorve o Muito díficil mencionar os No âmbito de um a possível reabilitação o ponto
dióxido de carbono e reduz a poluição ao problemas existentes no mais alto será a remoção do relvado actual para a
filtrar os gases e a sujidade do ar, o que é um campo pois são muitos. O colocação de outra muito melhor.
ganho para o meio ambiente. para além disso relvado encontra-se em Construção de um sistema de drenagem, assim
17/03/2019 Atleta Masculino 26 - 35 Anos 1 - 5 Anos Relvado Natural a relva natural é menos rígida péssimas condições e muito Insatisfeito Sempre Sempre Mais ou menos sendo evitaria a formação de poças de água, e
comparativamente à sintética, reduz o índice menos há manutenção do implantação de um sistema de rega, pois a o
de contração de lesões e a bola corre mais. mesmo campo depende da água da chuva.
Construção e reabilitação das bancadas.
Melhorar as condições de parqueamento de
Relva Natural é muito melhor em relação à O relvado, sistema de rega e o nivelamento do
sintética por diversas razões. A relva natural campo.
17/03/2019 Atleta Masculino 18 - 25 Anos Relvado Natural dá-nos mais possibilidade de circulara a bola Sempre Mais ou menos Frequentemente
com mais velocidade e é menos cansativa.

A falta de manutenção Condições dos balneários e o sistema de rega.


17/03/2019 Staff Masculino superior à 45 Anos 11 - 25 Anos Relvado Natural Mais ou menos Frequentemente Mais ou menos

Porque dificilmente contra-se lesões, a bola Falta de manutenção, falta Com a reabilitação do campo podia-se realizar os
corre com mais velocidade e é menos de drenagem. jogos oficiais no mesmo, e com os jogos pode-se
17/03/2019 Atleta Masculino 18 - 25 Anos 1 - 5 Anos Relvado Natural cansativa. Indiferente Mais ou menos Mais ou menos Raramente arrecadar alguns valores monetários que poderão
ajudar o clube financeiramente.

Porque o Relvado natural é melhor em O que pode ser melhorado no campo é o relvado
relação ao sintético. porque há zonas em que não existe relva como
17/03/2019 Atleta Masculino 18 - 25 Anos 1 - 5 Anos Relvado Natural Insatisfeito Sempre Sempre Raramente também, existem covas, e quando chove, algumas
partes do campo ficam encharcadas de água, acho
que com drenos, ajudaria bastante.

17/03/2019 Atleta Masculino 18 - 25 Anos 1 - 5 Anos Relvado Natural Pois é o mais apropriado. Falta de manutenção Indiferente Mais ou menos Mais ou menos Mais ou menos O relvado do campo e sistema de drenagem.
É o melhor piso, não causa muitos desgastes O campo apresenta-se em Reabilitação e Construção de bancadas,
nos atletas comparativamente ao relvado péssimas condições de uso melhoramento do relvado e construção de um
sintético, e o aproveitamento é muito melhor, e aproveitamento. O piso mini parque de estacionamento.
17/03/2019 Atleta Masculino 18 - 25 Anos Relvado Natural a bola circula com maior velocidade e há não está em condições, está Muito Insatisfeito Sempre Sempre Frequentemente
menos lesões musculares. desnivelado e seco.

Porque não cria muitas lesões, a bola circula Falta de Drenagem e Melhorar o piso do campo, as bancadas,
com maior velocidade, ajuda a ter melhor inexistência de infra- drenagem, balneários, iluminação, etc.
17/03/2019 Atleta Masculino 18 - 25 Anos 6 - 10 Anos Relvado Natural controle de bola. estruturas complementares Insatisfeito Sempre Frequentemente Mais ou menos

Porque é o melhor piso para a prática de Falta de manutenção Muita coisa para melhorar a prática de Futebol o
17/03/2019 Atleta Masculino 36 - 45 Anos futebol. Muito Insatisfeito Sempre Sempre Sempre campo ajuda muito.
Prefiro relva natural por que ajuda no Falta de Manuntenção, falta Relvado bancadas e Drenagem do campo, bancos,
rendimento e desempenho da equipa de drenagem. Balneários para atletas. Um campo alternativo que
desgastando menos os atletas. Enquanto que podia ser para treino e Manuntenção do campo.
o relvado sintético é desgastante para os
17/03/2019 Atleta Masculino 18 - 25 Anos 6 - 10 Anos Relvado Natural atletas. E em caso de chuva no campo de Insatisfeito Sempre Frequentemente Mais ou menos
relva natural a bola circula com maior
velocide em relação ao relvado sintético.

A bola corre menos e é muito difícil contrair Falta de Manuntenção no âmbito de uma possível reabilitação, deve-se
17/03/2019 Atleta Masculino 18 - 25 Anos inferior à 1 Ano Relvado Natural lesões Insatisfeito Mais ou menos Frequentemente Mais ou menos melhorar o Relvado, Sistema de drenagem,
bancadas e vedação.
O Relvado natural é muito melhor, Buracos (covas), capim No âmbito de uma possível reabilitação deve-se
dificilmente contrai-se uma lesão. Enquanto (infestante) que não é fazer o nivelamento do campo, nos buracos onde
que o relvado sintético é muito rijo, cortado para mehor não existe relva, deve-se planta;
17/03/2019 Atleta Masculino 18 - 25 Anos 6 - 10 Anos Relvado Natural facilmente cansa o músculo e facilmente crescimento da relva. Insatisfeito Mais ou menos Sempre Mais ou menos
contrai-se lesões e a bola circula com muita
velocidade.

Quando o atleta tem uma queda, dificilmente Falta de Manunteção Melhorar as condições do piso e os balneários.
17/03/2019 Staff Masculino superior à 45 Anos Relvado Natural se lesiona. Sempre Sempre Frequentemente

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Este Relvado quando bem tratado Falta de água para Rega, Relvado, Sistema de rega, Bancadas, limpeza
proporciona um bom espectáculo de Futebol. Manutenção defeituosa, Geral, vedação e Iluminação.
17/03/2019 Staff Masculino 36 - 45 Anos 6 - 10 Anos Relvado Natural ondulações no relvado. Insatisfeito Sempre Frequentemente Frequentemente

O relvado natural é melhor, mas este tipo de Sistema de rega, Rede de Construir um tanque com maior capacidade de
relvado não pode ter um tempo de uso vedação, Manutenção armazenamento de água para rega, construir
excessivo, enquanto que o relvado sintético constante por causa das sistema de drenagem, colocar um novo relvado,
pode ser usado 6 vezes ao dia. dificuldades dos materiais colocar balizas que tenham padrão internacional
17/03/2019 Staff Masculino superior à 45 Anos 26 - 50 Anos Relvado Natural Muito Insatisfeito Raramente Mais ou menos Raramente
para Manutenção. (acompanhado com balneários); Construir a
Bancada central e Tribuna para acolher os jogos
oficiais a nível nacional e internacional.

Piso Melhor para à práctica de bo futebol. Falta de Manutenção, falta Sistema de rega, vedação, nivelamento do piso,
Piso onde há menos lesões de drenagem, piso sistema de drenagem, reabilitação de bancadas,
17/03/2019 Staff Masculino superior à 45 Anos 26 - 50 Anos Relvado Natural Piso desgasta menos que o sintétito desnivelado e zonas sem Mais ou menos Frequentemente Mais ou menos construção da bancada principal (tribuna,
Piso onde a bola circula com maior rela (careca). camarotes), reabilitação de balneários.
velocidade em relação ao sintético.
Porque a bola circula com mais velocidade, Falta de Alinhamento, um O sistema de rega, tapamento de buracos,
evitamos lesões cansa menos. Enquanto que parte do campo a água não manutenção do próprio campo, reabilitação de
o sintético a bola circula com menor se infiltra (formação de bancadas, e o controle da relva e as próprias
17/03/2019 Atleta Masculino 18 - 25 Anos 6 - 10 Anos Relvado Natural velocidade, há mais chance de ter lesões e poças de água) e buracos. Insatisfeito Raramente Mais ou menos Mais ou menos linhas.
cria desgaste físico.

Porque evita lesões e a bola circula com Falta de manutenção, falta Sistema de rega, Sistema de drenagem e
17/03/2019 Atleta Masculino 18 - 25 Anos 1 - 5 Anos Relvado Natural
maior velocidade. de drenagem. Insatisfeito Raramente Mais ou menos Frequentemente Balneários.
O piso é bom, o material não se estraga e ao Falta de Sistema de rega Sistema de rega, vedação do campo, sistema de
17/03/2019 Atleta Masculino 18 - 25 Anos 11 - 25 Anos Relvado Natural cair não se contrai lesões. Insatisfeito Mais ou menos Frequentemente Frequentemente drenagem e balneários.
O relvado natural é melhor á medida em que Penso que tem que ser Penso que o campo deve ser melhorado a todos
é menos pesado em relação ao sintético. O reestruturado à todos níveis, níveis pois este necessita de tal remodelação para
atleta que trabalha em relva natural tem em pois tem havido alguma a melhor práctica do futebol. Tanto a relva, que
princípio mais tempo de carreira pois o tipo manutenção mas é para mim pode continuar natural, deve ser mexida
de relvado ajuda, sem contar com o aspecto necessário mais. e também o resto que compõe o recinto.
17/03/2019 Atleta Masculino 26 - 35 Anos 1 - 5 Anos Relvado Natural de ser natural, em campo facilita na Insatisfeito Frequentemente Sempre Sempre O campo está bem localizado e se este estiver em
circulação de bola. melhores condições de uso, será uma mais valia
para o clube e para o futebol moçabicano.

Porque no relvado natural a bola circula com O campo precisa de uma Sistema de rega, sistema de drenagem, e vedação
maior velocidade e com melhor qualidade, e boa manutenção e boa do campo
17/03/2019 Atleta Masculino 18 - 25 Anos 1 - 5 Anos Relvado Natural não há muitos riscos de lesões. drenagem. Insatisfeito Mais ou menos Sempre Mais ou menos

Prefiro o relvado natural em relação ao Sistema de rega, sistema de Remoção e recolocação de novo relvado,
sintético porque o campo sintético apesar de drenagem, falta de melhorar o sistema de drenagem, sistema de rega
também precisar de manutenção no tempo de manutenção e manutenção regular.
17/03/2019 Treinador Masculino 18 - 25 Anos Relvado Natural calor pois a borracha queima e liberta um Muito Insatisfeito Frequentemente Mais ou menos Frequentemente
cheiro nauseabundo, e isso provoca doenças.

Evita lesões, evita esforços adicionais, não Falta de manutenção e de Um bom nivelamento, com um bom sistema de
há problemas de aquecimento à temperaturas um sistema de drenagem drenagem. Um bom sistems de rega para que
altas. Ajuda o jogo a ser mais rápido e para evitar poças de água possamos ter um campo em altura para práctica
17/03/2019 Treinador Masculino superior à 45 Anos 26 - 50 Anos Relvado Natural influencia para a práctica de bom futebol. Em Insatisfeito Sempre Sempre Frequentemente de bom futebol espectacular e agradável pois é
tempo chuvoso o jogo torna-se ainda mais isto que os amantes do futebol desejam.
rápido.

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APÊNDICE IV – LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO DA ZONA EM


ESTUDO
FONTE: ADAPTADO DO GOOGLE MAPS E GLOBAL MAPPER

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25 52
m
m

60
Legend
Levantamento Topográfico 54

51
53

m
m 55 m

m
m
24 m
Zona de Implantação do Campo Campo do Maxaquene
Pavilhão do Maxaquene
19 m
17
m 18 m
14 m 15 m 35 m
40 m 50 m
15 m
13 m 30 m 45 m

11 m
4m 25 m
5m

6m 20 m
10 m
9m 19 m
18 m

12 m 17 m

7m
4m

13 m 15 m
6
14 m

m
m 16
m

8m
m
13

11

12 m
9m 12 m

11 m 10 m
11 m 6m
10 m
7m
10 m
8m

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9m

11

14
9m

m
8m

11 m 9m
8m
13 m

m 12 m
12
8m 10 m


10 m
14 m
10
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ANEXOS

ÍNDICE DE ANEXOS
ANEXO I – SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS REGIÕES
PLUVIOMÉTRICAS PRECIPITAÇÃO ............................................................................. 92

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ANEXO I – SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS


REGIÕES PLUVIOMÉTRICAS
PRECIPITAÇÃO

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