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COLÉGIO ESTADUAL JARDIM ORIENTE – CEJO

ENSINO MÉDIO - 2º ANO “B”

O CABELEIRA
Fernanda Pimenta Lobo
Higor Da Silva Santana Vieira
Kelwin Ribeiro Feitosa
Leonardo Costa Silva
Yago Alves de Carvalho
Yuri Alves de Carvalho

Valparaíso de Goiás - GO
11/05/202
OBRA ANALISADA: O Cabeleira

GÊNERO: Romance regionalista

TEMA: Um bandido que se apaixona e paga por seus pecados.

AUTOR: Franklin Távora

DADOS BIOGRÁFICOS: Nasceu no Ceará em 1842, falecendo em 1888, no Rio de


Janeiro.

ESTILO DE ÉPOCA: O romance pertence ao Romantismo brasileiro, inaugurando o


que o autor chama de “literatura do norte” – literatura regionalista centrada no
nordeste brasileiro.
Sua fase regionalista corresponde ao que Lucia Miguel Pereira (teórica da literatura)
Chama de segunda fase – iniciando-se a partir de 1867, com Um casamento no
Arrabalde.
A principal crítica que se faz à literatura de Távora é no que diz respeito à
capacidade Imaginativa do autor. Segundo outro importante teórico, Antônio
Candido, Franklin Era demasiadamente fidedigno à realidade, faltando elementos
que melhor Integrassem personagem e ambiente.

INTERTEXTUALIDADE: O projeto literário do autor inaugura o regionalismo que a


geração modernista de 45 Muito utilizou – ao que chamamos, também, de
neorrealismo.
Obras como O quinze, Menino de Engenho, Vidas Secas – inspiraram-se na
estética da “literatura do norte” para retratar o nordeste brasileiro. Há um realismo
quase Documentarista, que descrever a realidade sofrida do nordeste.

VISÃO CRÍTICA: José Gomes de fato existiu e aterrorizou o nordeste no século


XVIII (podendo ser Comparado a Lampião, mais pelos feitos que pela fama) – o
autor se valeu das Histórias transmitidas oralmente para compor seu romance. A
narrativa envolve dados Históricos precisos, nomes, datas, fatos – que acrescentam
a trama um caráter Biográfico bastante convincente.
É justamente este o maior ataque da crítica – o romance está mais próximo do texto
Histórico que literário.
Seja como for, a obra de Távora impressiona pela capacidade descritiva, pela
precisão Histórica, pela impressão que causa no leitor o enredo bem elaborado e
articulado.

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CARACTERÍSTICAS DOS PERSONAGENS

José Gomes (Cabeleira): homem de boa índole, que foi corrompido pelo pai e pelo
meio que o cercava.

Luisinha: paixão de infância de José Gomes.

Joaquim Gomes: temeroso bandido que incentivou o filho a cometer terríveis atos
de violência.

Teodósio: delinquente, bandido. Comparsa de Joaquim e José. Eles cometem


muitos crimes.

Joana (Mãe): bondosa e amorosa. Uma mulher gentil que ama o seu filho e quer o
seu bem.

AUTOR

João Franklin da Silveira Távora foi um escritor brasileiro e um dos


fundadores da Academia Brasileira de Letras, nasceu em Baturité, Ceará no dia 13
de Janeiro de 1842.
Filho de Camilo Henrique da Silveira Távora e Maria de Santana da
Silveira.
Em 1859 ingressou na Faculdade de Direito. No dia 6 de novembro de
1863 concluiu o curso de bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, com nota
máxima.
Franklin Távora exerceu a advocacia e foi deputado provincial. Foi diretor de
Instrução Pública. Defendeu o ensino livre, enfrentando grandes polêmicas.
Também estreou na literatura com os contos ultra românticos de Trindade
Maldito (1861), nos quais ainda não apresentava a típica orientação de sua obra.
Ele faleceu no Rio de Janeiro, no dia 18 de agosto de 1888.

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RESUMO DA OBRA

José Gomes, o Cabeleira, é filho de um conhecido bandido da região,


Joaquim Gomes, que sempre incentivou o filho a cometer terríveis atos de violência.
Sua mãe, Joana, conhecida pela bondade, tentava a todo custo interferir na
influência do marido sobre o filho, mas este partiu levando a criança e ela nada pode
fazer.
Cabeleira, antes de partir, prometera a sua amiga Luisinha que retornaria e
nunca mais praticaria maldade alguma.
Sem escolha, o menino é moldado pela personalidade homicida do pai,
tornando-se “O Cabeleira”, criminoso “perigoso” procurado da justiça.
Pai e filho se associaram a Teodósio e, juntos, aterrorizaram as pequenas
vilas pobres e desamparadas. O bando era bastante conhecido e temido e após
vários ataques e assassinatos passaram a ser perseguidos por soldados e pessoas
da região.
É a presença da doce Luisinha, paixão de infância de José Gomes, num
encontro inesperado numa praia solitária, que reaviva no matador seus mais
profundos sentimentos presentes em sua infância tranquila há muito tempo deixada
para trás.
Esse reencontro faz com que o Cabeleira precise lidar com um dilema: para
ter Luisinha, ele precisa abandonar sua vida de assassinatos e saques. Para voltar a
ser o José Gomes da infância, só se entregando e cumprindo pena, pagando por
seus crimes conforme a lei.
Cabeleira encontra Luisinha e foge com ela para a mata, abandonando o pai
e o Teodósio e prometendo a ela nunca mais machucar nenhum ser “vivente”.
Joaquim Gomes e Teodósio são assassinados pelos soldados que continuam a
busca por Cabeleira.
Um dia, quando voltava com água e comida para a amada Luisinha,
encontra-a morta, vítima de um ferimento no peito causado pelo pai de Cabeleira ao
botar fogo na casa em que ela estava.
Sem a presença de Luisinha, que morre nas andanças do sertão, o
Cabeleira torna-se amargurado e solitário, acabando sendo pego pelos seus
perseguidores no meio de um canavial. Ainda que exímio tocador de viola, de voz
dolente, sentimental, capaz, o seu final é a prisão, a condenação, a forca. Este é o
fim de um “herói” dividido, solitário, violentador da sociedade, punido por ela.
“Adeus, mamãezinha do meu coração”, e assim despede-se de sua mãe que morre
do coração entre a multidão na praça.

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POEMA BEIJO ETERNO/CASTRO ALVES/TERCEIRA GERAÇÃO

Quero um beijo sem fim,


Que dure a vida inteira e aplaque o meu desejo!
Ferve-me o sangue. Acalma-o com teu beijo,
Beija-me assim!
O ouvido fecha ao rumor
Do mundo, e beija-me, querida!
Vive só para mim, só para a minha vida,
Só para o meu amor!

Fora, repouse em paz


Dormindo em calmo sono a calma natureza,
Ou se debata, das tormentas presa,
Beija inda mais!
E, enquanto o brando calor
Sinto em meu peito de teu seio,
Nossas bocas febris se unam com o mesmo anseio,
Com o mesmo ardente amor!

Diz tua boca: “Vem!”


Inda mais! diz a minha, a soluçar… Exclama
Todo o meu corpo que o teu corpo chama:
“Morde também!”
Ai! morde! que doce é a dor
Que me entra as carnes, e as tortura!
Beija mais! morde mais! que eu morra de ventura,
Morto por teu amor!

Quero um beijo sem fim,


Que dure a vida inteira e aplaque o meu desejo!
Ferve-me o sangue: acalma-o com teu beijo!
Beija-me assim!
O ouvido fecha ao rumor
Do mundo, e beija-me, querida!
Vive só para mim, só para a minha vida,
Só para o meu amor!

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