Você está na página 1de 9

O GUARANI

Autor:José de Alencar

INTRODUÇÃO
O guarani é uma das obras mais famosas de José de Alencar,
fazendo parte do Romantismo. Ela é marcada pela
subjetividade, além de apresentar caráter nacionalista e
indianista.

O guarani é uma obra do escritor cearense José de


Alencar. De forma idealizada, esse romance conta a
história de amor entre Ceci ( lha de um colonizador) e
Peri (indígena brasileiro). Com esse relacionamento
inter-racial, o narrador cria a ideia de que o povo
brasileiro é fruto do amor e da harmonia entre
portugueses e indígenas.
fi
Essa narrativa é uma das principais obras do romantismo
brasileiro, estilo de época marcado pela idealização e
pelo nacionalismo. Seu autor, José de Alencar, nasceu
em Fortaleza, mas era bastante conhecido no Rio de
Janeiro, onde morou. Além de escritor, Alencar também
foi advogado e deputado.texto histórico
O romance foi escrito no momento pós-independência em que o Brasil
buscava cortar laços com Portugal e construir a sua identidade. Assim,
ter o indígena como protagonista foi uma escolha para ressaltar as
origens do país, mesmo que esse sujeito tenha sido representado com
caráter exótico e atitudes cavaleirescas. Além disso, a união entre um
indígena e uma moça branca forma uma ideia de “identidade do povo
brasileiro” com a miscigenação.

Importante ressaltar que essa imagem sobre a identidade brasileira


criada pelo romance é criticada por desconsiderar a presença africana
na formação étnica e cultural do país.

O Guarani” é um romance escrito por José de Alencar, feito


em folhetim no jornal “Diário do Rio de Janeiro” e publicado em
1857. Faz parte da trilogia indianista do autor, junto
com “Iracema” e “Ubirajara”, ou seja, pertence à primeira geração
do romantismo, contando com uma escrita
muito descritiva e idealista.

É uma obra muito importante e ganhou muitas adaptações depois


de sua publicação, como lmes, ópera, histórias em quadrinhos
e literatura de cordel. Sua temática principal mostra os con itos e a
aproximação entre a cultura indígena e a cultura branca.

Características da obra O guarani



fi
fl
O livro O guarani possui quatro partes. A primeira parte
tem 15 capítulos. A segunda e a terceira, 14 capítulos
cada uma. E, por m, a quarta possui 11 capítulos,
incluído o epílogo. Esse clássico da literatura brasileira
é uma das principais obras do nosso romantismo, um
estilo de época marcado pela subjetividade e
idealização.

O guarani é um romance indianista e, por isso, apresenta


as seguintes características:

• formação de uma identidade brasileira;

• o indígena é tido como herói nacional;

• reconstrução do passado histórico;

• natureza como símbolo nacional;

• enaltecimento dos valores burgueses;

• idealização do amor e da mulher;

• vassalagem amorosa.

• As principais realizações indianistas em prosa de nossa


literatura são os três romances de José de Alencar: O
Guarani, Iracema e Ubirajara.
• O primeiro romance histórico de nossa literatura foi As Minas
de Prata. Escreveu ainda: A Guerra dos Mascates, narrativa
da famosa revolução de 1710.
• Entre os romances regionalistas destacam-se O Sertanejo e
O Gaúcho, que reproduzem costumes típicos e folclóricos
dessas regiões.
fi
• Os romances urbanos caracterizam a Corte e o meio social
carioca do Segundo Reinado, como: A Viuvinha, Senhora,
Lucíola e Encarnação.
• Como poeta, José de Alencar escreveu o poema indianista Os
Filhos de Tupã.
• Como teatrólogo destacam-se as comédias Verso e Reverso,
O Demônio Familiar e As Asas de um Anjo

José de Alencar

Romancista, jornalista, advogado e político brasileiro

José de Alencar (1829-1877) foi um romancista, dramaturgo,


jornalista, advogado e político brasileiro. Foi um dos maiores
representantes da corrente literária indianista e o principal
romancista brasileiro da fase romântica. Entre seus romances
destacam-se "Iracema" e "Senhora".
Seu romance "O Guarani", publicado em forma de folhetim, no
Diário do Rio de Janeiro, alcançou enorme sucesso e serviu de
inspiração ao músico Carlos Gomes que compôs a ópera O
Guarani. Foi escolhido por Machado de Assis para patrono da
Cadeira n.º 23 da Academia Brasileira de Letras.

Infância e Juventude
José Martiniano de Alencar Júnior nasceu no sítio Alagadiço Novo,
Mecejana, Ceará, no dia 1 de maio de 1829. Era lho de José
Martiniano de Alencar, senador do império, e de Ana Jose na. Em
1838 mudou-se com a família para o Rio de Janeiro

Em 1847, com 18 anos, iniciou seu primeiro romance "Os


Contrabandistas", que cou inacabado. Em 1848 foi para
Pernambuco, onde continuou seu curso na Faculdade de Direito de
Olinda, concluído em 1851. De volta a São Paulo levou o esboço
de dois romances históricos: Alma de Lázaro e O Ermitão da
Glória, que só seriam publicados no m da vida

Advogado, Jornalista e Primeiro Romance


Ainda em 1851, José de Alencar voltou para o Rio de Janeiro onde
exerceu a advocacia. Em 1854, ingressou no Correio Mercantil, na
seção "Ao Correr da Pena", onde comentava os acontecimentos
sociais, as estreias de peças teatrais, os novos livros e as questões
políticas.

Em 1855 assumiu as funções de gerente e redator-chefe do "Diário


do Rio", onde publicou, em folhetim, seu primeiro romance Cinco
Minutos, em 1856. No dia 1 de janeiro de 1857 começou a
publicar o romance O Guarani, também em forma de folhetim, que
alcançou enorme sucesso e logo foi editado em livro.

Vida Política
fi
fi
fi
fi
Em 1858, José de Alencar abandonou o jornalismo para ser Chefe
da Secretaria do Ministério da Justiça, chegando a Consultor com o
título de Conselheiro, ao mesmo tempo em que lecionava Direito
Mercantil.

Em 1860, com a morte do pai, se candidatou a deputado pelo


Ceará, pelo partido Conservador, sendo reeleito em quatro
legislaturas. Na visita a sua terra Natal se encantou com a lenda de
"Iracema" e a transformou em livro.

Em 1865, sob um pseudônimo, publicou Cartas de Erasmo,


dirigidas ao imperador onde descrevia a situação do país. Defendia
um governo forte e propunha uma abolição gradativa da
escravatura. Embora D. Pedro II não simpatizasse com Alencar,
não se opôs a sua escolha para o Ministério da Justiça do Império.

Personagem
As personagens representam os sujeitos da sociedade colonial no
século XVII. A seguir, conheça melhor cada uma delas e seus papéis na
história:

• Peri: seu nome, de origem tupi, vem de uma planta que cresce em
áreas de alagamento. Peri é um valente indígena que gura como
herói no romance, ele tem adoração por Ceci e não mede esforços
para salvar a amada e a sua família com a delidade de um
cavaleiro medieval.
• Cecília: é loira de olhos azuis, meiga e delicada. Com
comportamento ingênuo e passivo, ela é o modelo de heroína do
romantismo. Na trama, Peri a chama de “Ceci” que, em tupi
signi ca “mágoa”.
• D. Antônio de Mariz: dalgo português favorável ao controle da
metrópole na colônia. É dono da fazenda próxima ao rio
fi
fi
fi
fi
Paquequer e pai de Cecília, D. Diogo e Isabel. Ele faz amizade
com Peri porque esse protege a sua família.
• D. Lauriana: esposa de D. Antônio e mãe de Cecília e D. Diogo. É
egoísta e orgulhosa, em alguns momentos da obra apresenta uma
postura intolerante.
• D. Diogo: lho de D. Antônio e D. Lauriana. Jovem irresponsável
que vive entre aventuras e caçadas, é assim que ele mata
acidentalmente uma Aimoré, provocando um con ito entre os
indígenas e os colonizadores.
• Isabel: lha de D. Antônio de Mariz com uma indígena, por isso é
tratada como sobrinha da dalga e sofre preconceito por sua etnia.
Morena e sensual, ela se apaixona por Álvaro de Sá.
• Álvaro de Sá: jovem cavaleiro apaixonado por Ceci, mas que
acaba se envolvendo com Isabel. Atua como homem de con ança
da família de D. Antônio.
• Loredano: é o vilão do romance. Empregado da fazenda, é
ambicioso e sem caráter. Age de modo traiçoeiro na tentativa de
extorquir o patrimônio da família. Ele também tinha desejo por
Ceci e chega a tentar raptá-la.
A maioria das personagens do livro é construída de maneira caricata. O
maior exemplo é Peri que se con gura como um personagem
inverossímil.

Análise
Narrado em terceira pessoa, o romance apresenta a visão do
colonizador sobre o indígena. Esse é colocado em um lugar de
inferioridade, por não ser cristão nem “civilizado” aos moldes europeus.
Assim, qualidades morais de um cavaleiro medieval são atribuídas a
Peri para construí-lo como um herói tipicamente romântico. As ações
sublimes e os feitos grandiosos dão uma dimensão épica para a
narrativa, já relações amorosas das personagens, uma dimensão lírica

contexto histórico

O romance foi escrito no momento pós-independência em que o Brasil


buscava cortar laços com Portugal e construir a sua identidade. Assim,
fi
fi
fi
fi
fl
fi
ter o indígena como protagonista foi uma escolha para ressaltar as
origens do país, mesmo que esse sujeito tenha sido representado com
caráter exótico e atitudes cavaleirescas. Além disso, a união entre um
indígena e uma moça branca forma uma ideia de “identidade do povo
brasileiro” com a miscigenação.

Importante ressaltar que essa imagem sobre a identidade brasileira


criada pelo romance é criticada por desconsiderar a presença africana
na formação étnica e cultural do país.

formados às margens dos caminhos terrestres e das


rotas uviais serviam de base de abastecimento e de
ponto de pouso, chegada, ou de partida de aventureiros
e exploradores que buscavam metais, gentio para prear
e gêneros da terra com algum valor comercial
apreciável e que, portanto, pudessem ser inseridos no
circuito mercantil colonial.|1|

O Brasil estava sob a regência do rei da Espanha, o


qual também era rei de Portugal, em um período que ficou
conhecido como União Ibérica, que durou de 1580 a 1640.
Nessa ocasião, portanto, houve a uni cação entre as
Coroas portuguesa e espanhola
fl
fi

Você também pode gostar