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ROMANCE INDIANISTA
• Como anteriormente mencionado, o índio é visto como símbolo de nacionalidade que foi muito
influenciado pelo olhar dos viajantes estrangeiros que percorreram o Brasil em expedições científicas. O
José de Alencar irá representar alguns retratos específicos gerais indígenas indivíduos cujas ações
inspiram admiração espanto, esses índios têm nome próprio características definidas.
O projeto literário do romance indianista
• O romance indianista cumpriu com papel de fornecer aos leitores brasileiros obras em que o passado
histórico do país fosse reconstituído, quando possível, ou inventado, quando necessário. O índio é
elevado a condição de herói para atuar como personagem que representa o povo americano, ao mesmo
tempo que se comporta de acordo com os mais nobres princípios da sociedade burguesa (bravura,
honestidade, paixão, humildade ...).
• Apresentação dos protagonistas é feita com base nas características da natureza exuberante. Desse modo
os traços nacionais ficam ainda mais reforçados, porque esses personagens não apenas nasceram no
Brasil, mas são também exemplos de vivos das belezas inigualáveis do país.
• As narrativas assemelham-se aos romances históricos europeus, uma vez que o herói sempre é
representante de um passado glorioso, elevando a dignidade e identidade de seu povo.
• Basicamente uma cópia nas definições de símbolos de identidade europeus e o meio de circulação desses
romances, o folhetim.
OS AGENTES DO DISCURSO
• 1854, publicando no correio mercantil, José de Alencar assumiu uma posição extremamente
o popular na distribuição desse tipo de literatura.
• Essa receita de um herói com passado histórico e com extremos valores burgueses,
mencionados antes, fez com que esses romances ganhassem um gosto popular muito grande.
• Outro aspecto de grande importância para o projeto indianista é a sua linguagem. José de
Alencar, por exemplo, tem preocupação em garantir a verossimilhança linguística aos seus
indígenas, por isso encontramos muitas palavras de origem indígena em seus textos, como
uiraçaba, Aratuba, dentre outras.
O projeto literário do romance indianista se resume em:
• Narrativas que remetem ao passado histórico e ao processo de constituição do povo
brasileiro;
• Escolha do índio como representante do povo americano;
• Protagonistas apresentam características da natureza exuberante
COMO É SEPARADA A OBRA
INDIANISTA DE ALENCAR
• José de Alencar divide o período de formação do povo e do país em três fases. A partir delas,
escreve um romance indianista, tratando de cada uma.
• Ubirajara aborda o momento que antecedeu a chegada dos colonizadores portugueses. Fala
sobre lendas e mitos da Terra e do povo que nela habitava.
• Iracema trata do período inicial de ocupação das terras conquistadas, quando começaram a
acontecer os contatos entre índios e europeus e teve o início o processo de miscigenação das
duas raças.
• Em o Guarani, o processo de colonização já está adiantado e o escritor procura mostrar com
os nobres portugueses enfrentavam os desafios apresentados pela natureza virgem, além de
enfatizar a importância do Índio, verdadeiro herói americano, na superação desses desafios
O GUARANI
• Guarani inaugurou, em 1857, a ficção indianista.
• A narrativa conta a história de Peri, índio que se apaixona pela bela Cecília, filha do fidalgo
português D. Antônio de Mariz. Típico agente colonizador português, o fidalgo abriga e, em
sua fortaleza na Serra dos órgãos, e lustres portugueses e também o bando de mercenários,
homens sedentos de ouro e Prata, como o aventureiro Loredano.
• Diogo, irmão de Cecília, mata acidentalmente uma índia Aimoré e inicia um cerco a casa de D
Antônio. No meio da confusão, o pai de Cecília pede a Peri que se converta cristão e fuja com
ela. Peri assim o faz. O pai de Cecília explode a sua fortaleza e mata índios e portugueses.
• Peri e Ceci ficam juntos simbolizando a possível União dos dois povos simbolizados por eles.
AS ESTRUTURAS ROMÂNTICAS
• A idealização e o lirismo manifestam-se de dois modos em O Guarani. Primeiro, na trama
inventada por Alencar, a história de amor que traz obstáculos a sua concretização, uma vez
que Peri é um selvagem e Cecília a filha de um nobre, além de serem de povos
completamente diferentes, e mesmo ele sendo totalmente de voto a Cecília, não corresponde
a imagem de príncipe encantado.
• O segundo modo de manifestação do lirismo e da idealização romântica tem como foco a
construção e o comportamento de Peri. Apaixonado pela bela Cecília, ele vive para garantir
a felicidade da amada, sem esperar retribuição ou reconhecimento. É um personagem
completamente idealizado, uma vez que o romantismo se manifesta sem limites ou reservas.
OS ELEMENTOS NACIONAIS
• Nas histórias de José de Alencar, natureza se assemelha muito aquela encontrada no início
do século XIX, com um país intocado. A floresta, espaço do romance é um dos elementos
escolhidos para simbolizar a identidade brasileira.
• A Fortaleza de Dom Antônio de Mariz fica às margens do rio Paraíba.
• Usar um índio como protagonista mostra o interesse em valorizar o que é nacional. Isso
porque os romances românticos, até então, apresentavam heróis urbanos, modelos de
civilização em que viviam.
MODELO IMPORTADO
• Procurando no romantismo europeu, José de Alencar buscou inspiração para mostrar as
relações de suserania e vassalagem, que em O Guarani se desdobram na natureza, na
submissão de Peri a Dom Antônio e na devoção do índio a Cecília.
• Peri segundo Alencar deve ser visto como representatividade do espírito livre da pátria
brasileira, ao ser reconhecido quando corre solto pelas matas, onde demonstra a bravura
inigualável e não quando vemos ajoelhado diante de Dom Antônio
IRACEMA
• Iracema é uma índia da nação Tabajara. Ela é filha do pajé da tribo (Araquém) e está prometida como esposa ao chefe guerreiro
(Irapuã). A moça também é detentora do segredo da Jurema. Ela produz uma bebida alucinógena que é dada aos guerreiros em
rituais específicos. Este segredo está condicionado à sua virgindade. Ela não pode se entregar a nenhum homem antes de passar a
outra virgem o segredo de fabricação dessa bebida.
• Martim é um guerreiro português que vive entre a tribo Pitiguara e tem a missão de fiscalizar a costa cearense contra as invasões
estrangeiras. Junto com seu fiel amigo, Poti, lidera os guerreiros pitiguaras nas batalhas contra invasores, principalmente
holandeses. Os pitiguaras, que vivem na costa cearense, são inimigos naturais dos tabajaras, que vivem mais para o interior.
• Um dia, Martim se perde na mata e acaba encontrando Iracema, que estava caçando. Como os brancos são inimigos de seu povo,
ela atira uma flecha, ferindo o homem no ombro. Martim não reage à agressão por ser uma mulher. Ela então leva o português
ferido para sua cabana onde, protegido pela lei da hospitalidade, ele é cuidado pelo pajé. Nasce então uma forte atração entre eles.
• O guerreiro branco, no entanto, tem consciência da impossibilidade de sua união com uma índia de uma tribo inimiga. Pede assim a
bebida alucinógena à moça, para dormir e não ceder à tentação. Sob efeito da bebida ele tem um sonho onde chama a moça para se
deitar com ele na rede. Ela obedece e os dois acabam tendo relações. Nas palavras de Alencar “Tupã já não tinha mais sua virgem
nos campos dos tabajaras”
• Ameaçados pelos guerreiros tabajaras liderados por Irapuã, que quer “beber o sangue do guerreiro branco”, Eles fogem para
encontrar Poti e os guerreiros pitiguaras.
IRACEMA
• Após uma violenta batalha entre as duas tribos, ela confessa a Martim que não é mais virgem e que se voltar
para sua tribo será morta. Ela também não pode viver entre os pitiguaras, seus inimigos.
• Martim decide então construir uma cabana na praia cearense onde passa a viver com Iracema. Pouco tempo
depois, ela engravida e esse filho é mais uma amarra para Martim, que sonha com sua terra natal mas não
tem coragem de abandonar a mulher e o filho, da mesma forma que não pode leva-los para a Europa.
• Começa então o martírio de Iracema. Longe da família e dos amigos, ela passa muito tempo sozinha,
enquanto Martim faz suas expedições fiscalizando toda a costa. Quando ele está com ela, uma nuvem de
tristeza cobre seu rosto enquanto seus olhos buscam Portugal na linha do horizonte. Ela sente-se culpada
pela tristeza do amado e conclui que a sua morte é a única forma de libertá-lo. Começa então a definhar de
tristeza e solidão. Quando o filho nasce, ela o chama de Moacir, que significa “filho da dor”, e morre.
• Martim a enterra na sombra de uma palmeira, pega o filho, primeiro representante de uma nova raça, e parte
para Portugal. Alguns anos mais tarde ele volta liderando um grupo de colonos. No lugar onde ele vivera o
seu amor com a moça, ele funda a primeira cidade do Ceará.
ROMANCE URBANO
ROMANCE URBANO
• 1830 – romances estrangeiros passaram a ser traduzidos para o português;
• 1843 – Começaram a publicar romances brasileiros nos moldes franceses; o primeiro é O
filho do pescador, de Teixeira de Souza.
• Os grandes nomes dos romances são José de Alencar e Manuel Antônio de Almeida;
• A temática desses escritores era o amor idealizado, introduzem elementos nacionais, como a
vida na corte e os costumes burgueses. Isso define o perfil do romance urbano (ou de
costumes).
• A forma de publicação desses romances são as mesmas dos outros romances românticos, ou seja,
os folhetins, no jornais.
• O romance regionalista e o público
• O público das narrativas regionalistas Era exatamente o mesmo queria todos os outros romances
românticos: Moradores de classe média dos centros urbanos, principalmente do Rio de Janeiro
COMO O ROMANCE ERA
RECEBIDO NO INTERIOR
LINGUAGEM: APRESENTAÇÃO
IDEALIZADA DO TERRITÓRIO NACIONAL
• A imagem grandiosa que os românticos desejam fazer dos espaços brasileiros se forma através
dos cenários que aparecem nas narrativas regionalistas.
• Ocorre a adjetivação idealizada para pintar o cenário brasileiro. Um exemplo disso é o romance O
Gaúcho de José de Alencar, uma vez que apresenta a relação da natureza os habitantes dos
Pampas. O cenário é descrito de forma atlética assim como os gaúchos são, para mostrar que ele,
assim como a terra conquistou o espaço para o qual foi transplantado.
• O romance Til, que é ambientado em uma fazenda do interior paulista do século XIX e tem como
eixo a história de Berta, apelidada de Til, e sua relação com as demais personagens da narrativa.
• Fruto de uma trágica história que ela desconhece, a menina tem uma alma bondosa e se sacrifica
por todas as pessoas com quem convive. Vive na região da Fazenda das Palmas, de propriedade
de Luiz Galvão, e, embora não saiba o porquê, sente sua vida ligada à do fazendeiro e daqueles
que o cercam.
OS HERÓIS DOS SERTÕES
BRASILEIROS.
• Os romances regionalistas de Alencar São: O gaúcho (1870), o Tronco do Ipê (1861), Til
(1872) e o sertanejo (1975). Nessas obras há uma mudança no campo de observação do
escritor. Desloca seu olhar da capital do império, o Rio de Janeiro, ambiente Urbano, e passa
a se concentrar nas características regionais.
• A modificação de visão se apresenta na construção das personagens, uma vez que não há
uma caracterização específica mas uma apresentação de tipos. Isso tudo para mostrar o perfil
de um homem trabalhador, que enfrenta as dificuldades impostas pelo espaço e sai vitorioso.
ALENCAR
• Diferente dos romances urbanos, em que as mulheres são um centro da história, nos
romances regionais, as personagens de masculinas são as apontadas como centro da questão.
Apresentam-se de forma Rude, ignorante enfrentando os desafios da vida. Nesses romances
as mulheres assumem papéis submissos.
• Os romances de destaque são o sertanejo e o gaúcho;
UM VAQUEIRO ROMÂNTICO
• Em um sertanejo, o herói do romance Arnaldo Loredo, filho de um Vaqueiro da Fazenda de
Oiticica, na região de Quixeramobim, Ceará. Quando criança, Arnaldo e flor, morando
juntos e se apaixono.
• O rapaz ganha estatuto de herói ao defender a Amada de todo tipo de perigo. Ainda há uma
transposição de disputas cavalheirescas, próprias desse tipo de romance quando, em um dos
Capítulos, aparece as cavalhadas, espécies de justa medieval.
• Obs.: Justa é um desporto jogado por dois cavaleiros com armaduras montados em cavalos.
Consiste numa competição marcial entre dois cavaleiros montados.
A GUERRA DE FARRAPOS
• Em 1835, teve início no Rio Grande do Sul a Guerra dos Farrapos. Os revoltosos,
conhecidos como Farrapos, defendiam maior autonomia política e econômica para as
províncias.
• A indicação do presidente da província pelo governo sediado no Rio de Janeiro permissão
entrada de carne Argentina no Brasil a preços mais baixos que os da Carne Gaúcha ficaram
uma forte reação. Os Gaúchos liderados por Bento Gonçalves, revoltaram-se e tomaram o
poder na capitania. Desse movimento participaram também Giuseppe e Anita Garibaldi.
• Em 1845, um acordo encerrou a disputa: Os Rebeldes receberam anistia, comandantes
foram incorporados ao exército nacional, e os impostos sobre os produtos argentinos
sofreram aumento.
NA VASTIDÃO DOS PAMPAS, A
SOLIDÃO DO HERÓI.
• Em o gaúcho, Alencar nos conta a história de Manuel Canho, menino que tem o pai
assassinado, morto pelo Castelhano Barreda. Revoltado, o garoto jura ingança, que só
consegue alcançar na idade adulta. Essa história tem como cenário A Guerra dos Farrapos.
• A idealização romântica, nessa história, se apresenta com apresentação do Vaqueiro Manuel
canho. Um exemplo disso é o trecho que diz: " essa alma devia ter o arroz e a velocidade do
voo do Gavião".
• Observação: Arnaldo Loredo e Manuel canho representam o tipo herói masculino criado por
Alencar. São jovens, belos, fortes apaixonados e vivem livres, perfeitamente integrados à
natureza que os cerca.
VISCONDE DE TAUNAY E O
PATRIARCADO DO INTERIOR
• O local é sertão do Mato Grosso. Taunay nos apresenta Talvez o mais bem escrito o romance
regionalista brasileiro. Em Inocência, o espaço Regional destacado é o do interior de Mato
Grosso e a sua apresentação sugere uma retomada romântica do Locus amoenus da tradição
clássica: Local harmonioso, pacífico, ideal.
• A diferença, aqui, é que esse espaço é do Sertão. Sua idealização, porém, absoluta.
• No interior do Mato Grosso, as pessoas viviam de acordo com costumes feudais, o que o
patriarcado imperava e a vontade particular valia mais que os códigos sociais. Dessa
maneira, esse romance apresenta o universo de modo bem preciso.
FRANKLIN TÁVORA: O CANTOR
DO NORTE
• Um autor que ganhou alguma notoriedade quando promoveu uma campanha contra José de
Alencar, com apoio, entre outros, autor romântico português José Feliciano de Castilho e do
imperador Dom Pedro Segundo II. Nas obras que escreveu, Távora procurou exemplifica o
que seria uma abordagem digna de se qualificar como nacional.
• Lançou a teoria de uma literatura do Norte (1876), a ideia no argumento de que os elementos
brasileiros somente poderiam ser encontrados naquela região. Assim, segundo ele, como
Norte e Sul são duas regiões com formação histórica, mentalidade completamente distintas,
explorar ao máximo nos textos literários.
• Ele por isso é considerado o fundador do regionalismo do Nordeste.No romance O cabeleira,
a obra mais conhecida desse autor, conta-se a história de José Gomes, o bandido cabeleira. O
foco da obra é tentar mostrar as circunstâncias ambientais que contribuem para tornar José
Gomes um bandido, e a concluir que, caso tivesse tido Educação e Cultura, o destino dele
poderia ter sido diferente.
Bernardo Guimarães: Folhetim regionalista.
• Foi o autor do primeiro romance regionalista brasileiro, o ermitão de Muquém, publicado em
1864.Em suas obras, repete se a fórmula simples do romance de folhetim: O herói Nobre,
patife e a heroína apaixonada enfrentam diversos de conflitos até alcançar o final feliz.
• Assim acontece em A escrava Isaura, história de uma escrava branca que sofre as
perseguições de Leôncio. Publicado em 1875, essa obra tornou-se um dos grandes best-
sellers do seu tempo.