olhos d'gua
15 contos
aborda histórias de personagens negras
silenciadas pelo racismo, pelas imposições
econômicas, por condições degradantes de
trabalho e pelas questões de gênero.
são narrativas curtas sobre crianças, homens
e SOBRETUDO, mulheres.
personagens femininas - mães, idosas,
crianças, ex-prostitutas, domésticas - estão
sempre no centro do processo de escrita da
autora.
os nove primeiros contos da obra são
protagonizados por mulheres (que de alguma
maneira mantém o controle da sua própia
vida)
os quatro contos da sequência apresentam
protagonistas masculinos que não conseguem
resistir à marginalização social e por isso
todos morrem violentamente.
o PENÚLTIMO CONTO "A gente combinamos de
não morrer" o leitor se depara com uma
multiplicidade de vozes.
os diferentes narradores parecem mostrar
não apenas que a periféria precisa ser ouvida,
mas também que os indivíduos que habiam
esse espaço não formam um bloco
homogêneo e devem ser percebidos a partir de
suas múltiplas perspectivas e subjetividades,
que foram estabelicidas nos diferentes
lugares construídos por cada um dos
narradores.
no conto de fecha o livro, a autora retoma a
trajetória das personagens femininas em
busca de uma vida melhor. Na última
narrativa, a partir do nascimento da menina
Ayluwa(chamada de a "alegria do nosso
povo") a comunidade volta a ter esperança,
mas sem fechar os olhos para todas as
dificuldades que ainda precisarão ser
enfrentadas
conjunto de narrativas engajadas com forte
crítica social e imensa denúncia das injustiças e
desigualdades do Brasil (as quais marginalizam
historicamente as comunidades
afrodescendentes)
o foco está na experiência diária com o racismo
e as consequências devastadoras que ele
provoca em todos os âmbitos da vida da
população negra
valorização de elementos das culturas de matriz
africana
uso intenso da oralidade nas narrativas e
recorrência de coloquialismos
a autora discute questões muito sensíveis da
sociedade e da história brasileira, sem renunciar
a uma prosa altamente poética (recheada de
metáforas e da expressividade sonora das
palavras)
a autora se aprofunda na pluraridade de temas
e sentimentos que constituem a condição
humana.
conduz o leitor a um aspecto da ancestralidade e
identidade afro-brasileira que perpassa e em
alguns momentos até acalanta a dura realidade
dos personagens.
a obra produz um lindo entrelaçar entre a
temática e a poética
a narrativa é permeada de lágrimas, violência
ancestralidade, fé, sentimentos.
a voz não se cala perante os acontecimentos
narrados e nem a essência subjetiva da criação
literária.
"brutalismo poético"
TODOS os contos presentes na obra apresentam
histórias de pessoas negras que tiveram suas
trajetórias atravessadas pela desigualdade
racial e social existente na sociedade brasileira.
questões como a fome, o abandono e a violência
ainda que as narrativas apresentem um recorte
racial específico - inclusive com frequentes
referências à cultura e religiões de matriz
africana - é inegável que as experiências
descritas pela autora vão além da existência da
pessoa negra. os contos relatam experiências
universais de DOR, OPRESSÃO E PRECONCEITO
"As narrativas conduzem e convidam o leitor a
um caminho de resistência, luta e esperança"
 mar morto
pertence a primeira fase de JOrge AMado:
depoimentos líricos, predominância do
elemento sentimental, sobre rixas e amores
de marinheiros
descreve com grande detalhe o modo de vida
miserável do "povo do mar", a morte sempre
latente, naufragos e amores.
romance em prosa poética que destaca as
belezas culturais afro-africanas
a missão do autor era de retratar a história do
Brasil, traçar elementos transformadores
durante o estabelecimento da modernidade e
escrever as memórias do povo brasileiro
o personagem principal (GUMA: retratado na
obra como um herói, homem mulato)
protagonista enfrenta duras mazelas sociais
que tangenciam a sua trajetória: FOME,
DISSOCIAÇÃO COM A EDUCAÇÃO FORMAL
(analfabetismo), falta de perspectivas e
entre outras circunstâncias.
Marcado pela rejeição da mãe, Guma reflete
a sua carência em seus relacionamentos com
as mulheres que atravessam a sua vida.
Na obra acompanhamos o seu nascimento e
morte. numa história que deflagra o perfil
social, físico e psicológico do herói, dando
também espaço para narrar às existências de
outros personagens com presenças
igualmente marcantes. (IEMANJÁ - Simbólica
em sua passagem como alegoria da
construção da identidade social, por meio da
herança africana.
A obra também relata a história de Rosa
Palmeirão. uma prostituta conhecida por sua
postura firme diante da sociedade machista -
a lutar constantemente com homens em prol
de digladiar com as demandas do pratiarcado
opressor.
O romance também analisa a condição das
viúvas dos trabalhadores pesqueiros, homens
que saem para trabalhar (mas nem sempre
retornam), analisa as fronteiras que
demarcam as divisas sociais entre burgueses e
suas posses - dissonantes dos meninos de
rua e dos que vivem em situações precárias.
Jorge Amado é um importante escritor
brasileiro porque é fundamental para a
valorização do negro no brasil
o escritor revela uma identidade brasileira
que muitos não aceitam, sobretudo parte
da elite do brasil.
a literatura de Amado, é um espaço de
superação do que há de contratitório em
nossa real identidade cultural.
A obra é elaborada desvendando parte da
cultura e identidade nacional, tendo
grande influência do negro.
Inicialmente, a obra parece uma simples
história do cotidiano de marítimos, homen
que saem de suas moradias para
enfrentar o mar. Estes deixam mulheres e
filhos em casa, com o tempo e com a
violência do mar alguns não voltam, As
mulheres passam, na maioria dos casos, a
se prostituir.
os protagonistas são povos violentados
sistematicamente e fisicamente,
humilhados, esquecidos e emudecidos
o escritor retira esses protagonistas odo
total silêncio o qual foram condenados.
ao recriar no romance Jorge Amado faz
de mar morto uma espécie de "certidão de
nascimento" da real identidade brasileira.
faz com que o povo valorize as
referências africanas na constituição de
uma memória coletiva do povo.
no romance é notável a maneira como os
afro-brasileiros encaram a felicidade, a
tristeza, a religião, a vida e a morte.
 primeiros cantos
• o culto e exaltação da natureza, vista quase
obra foi publicada em 1847 sempre como reflexo de Deus;
temática indianista • a tendência para a solidão, em contato com
nacionalismo a natureza, longe da sociedade;
saudosismo • o derramamento lírico, em que o poeta
lirismo amoroso extravasa as emoções e sentimentos de
"O CANTO DO GUERREIRO" - exalta os feitos forma livre e espontânea;
indígenas, sua coragem, força e valentia para • a necessidade de perpassar a produção
resistir à escravização poética do sentimento cristão e religioso;
"O CANTO DO PITANGA" - trata-se da invasão • a metrificação variada e livre, sem o rigor
do europeu (visto como um monstro) formalista da poesia clássica.
"O CANTO DO ÍNDIO" - trata sobre as lutas
ameríndias por sua liberdade estilo da época
Essa trilogia indianista, segue-se um poema de
Gonçalves Dias pertenceu ao Romantismo
homenagem à sua cidade, Caxias-MA
pregava a subjetividade e o eu como basilares
"DEPRECAÇÃO" - retoma a temática indianista,
o indianismo e o nacionalismo de Gonçalves
retratando o sofrimento dos índios com a
Dias foi consequência dessa subjetividade
chegada daqueles que manejam os rais, e
uma vez que se valora o EU, tudo aquilo que
vagam atrás de outros.
lhe relacionado também é valorizado. No caso
livro de poesias que tem como abertura o
da subjetividade brasileira, O ÍNDIO
poema "Canção do Exílio"
o indianismo de Gonçalves D abriu caminho
os poemas de Gonçalves Dias os índios são os
para o indianismo de Alencar
personagens principais, o herói, a ele vão
claramente as simpatias do autor
O livro se destaca pela recolocação do índio
como personagem, mas sendo o protagonista
e grande herói da história, transformando-o
em uma imagem poética, representativa das
tradições brasileiras.
A luta é o maior fator dignidade e
justificativa da existência indígena
o autor tinha como objetivo perpetuar na
memória das gerações futuras, a imagem de
um passado heróico nacional, onde as
tradições dos índios são raízes nativas da
pátria.
Para o poeta, os índios sãos os ancestrais, os
pais, os fundadores da nação brasileira,
sendo os primeiros habitantes do pa[is.
Há ainda presente, o elemento de exaltado
americanismo (isto é,de incorporação dos
assuntos e paisagens brasileiros na literatura
nacional)
o nacionalismo expresso por meio da temática
indianista e também do sentimento da pátria;
a concepção amorosa a partir de sentimentos
puros e castos e como paixão avassaladora na
linha do “amor e morte”;
o uso frequente de reticências e interjeições
como recurso que expressa bem os estados
da alma.