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OS ANJOS CONTAM

HISTÓRIAS
LUIZ ANTONIO AGUIAR
OS ANJOS CONTAM HISTÓRIAS
BIOGRAFIA
• Luiz Antonio Aguiar nasceu no Rio de Janeiro em 1955.
• Como escritor, ganhou o Jabuti em 1994, várias menções Altamente
Recomendável, pela FNLIJ, a indicação para a lista de honra do
IBBY, como tradutor, e a nomeação para o White Ravens 2008.
• Mestre em Literatura Brasileira, escreveu vários livros sobre
Machado de Assis e sua obra, sempre buscando popularizar a leitura
do Bruxo do Cosme Velho.
• Em 2008, fruto de um trabalho de 20 anos de dedicação à leitura e
reflexão do autor, publicou o Almanaque Machado de Assis.
• É um escritor e roteirista de quadrinhos brasileiro.
• adaptou a novela O Alienista de Machado de Assis e o romance
Triste Fim de Policarpo Quaresma de Lima Barreto para a coleção
Clássicos Brasileiros em HQ da Editora Ática, ambas com desenhos
de Cesar Lobo.
CONTEXTO HISTÓRICO

• O movimento literário do século XVIII desponta em meio a


momentos marcantes da história mundial:
ü como o Iluminismo (movimento cultural da elite europeia que
visava ao esclarecimento – século das Luzes –, levando ao espírito
enciclopédico: difusão do conhecimento);
ü a Independência dos Estados Unidos (1776);
ü a Revolução Francesa (1789), que pregava os princípios de
liberdade, igualdade e fraternidade;
ü a Inconfidência Mineira (1789), movimento que busca a
independência do Brasil em relação a Portugal;
ü a Economia: desenvolvimento industrial e comercial;
ü o Despotismo esclarecido do Marquês de Pombal;
ü e a Fundação da Arcádia Lusitana (1756 – Academia Literária de
Portugal).
CONTEXTO LITERÁRIO
• O Arcadismo (ou Neoclassicismo) surge em 1756 com a fundação da
Arcádia Lusitana: movimento de reação ao Barroco.
• O Arcadismo procurava restabelecer o equilíbrio, a harmonia e a
simplicidade da literatura renascentista, rompida pelo período da
contra-reforma protestante.
• Com a proposta de eliminar os rebuscamentos e os ornamentos
exagerados da estética barroca, o poeta árcade baseia-se nos
preceitos do Iluminismo (movimento filosófico de bases racionalistas
e antirreligiosas).
• A poesia árcade repudiava as coisas inúteis e valorizava o contato
com a natureza, símbolo de felicidade e harmonia.
• Seus cenários são as paisagens campestres e bucólicas, em
contraste com o avanço industrial e a realidade social estabelecida
na época.
• Destaca-se o uso de frases latinas, como Carpe diem e Aurea
Mediocrita, além de pseudônimos gregos e latinos adotados pelos
poetas árcades.
A OBRA

• Condenado à morte por conspirar contra a coroa, Tiradentes foi


enforcado e seus pedaços espalhados pelo caminho de Garcia
Rodrigues Paes, estrada de acesso a Minas Gerais.
• A cabeça, que deveria permanecer no alto de um poste em Vila Rica
- atual Ouro Preto (MG) -, desapareceu. com esse mistério que Luiz
Antnio Aguiar escreve "Os Anjos Contam Histrias”…
• Além do paradeiro da cabeça de Tiradentes, para compor o livro,
Aguiar usa as obras de Aleijadinho e o filho do escultor, Manuel
Francisco, como protagonista do romance. Outras personalidades
históricas, como o poeta Claudio Manoel da Costa, são
apresentados nas páginas dos livros.
• Os anjos contam histórias foi lançado pela editora Melhoramentos na
22a Bienal Internacional do livro de São Paulo.
PERSONAGENS:

• Joaquim José da Silva Xavier: bode expiatório ideal, conhecido


como Tiradentes, participou da Inconfidência Mineira (ou
Conjuração), movimento inspirado pela filosofia iluminista,
pensamento inspirador para a independência norte-americana e a
Revolução Francesa, que lutava pela separação de Portugal. O
alferes foi executado em praça pública no dia 21 de abril de 1792, no
largo do Lampadário, no Rio.

• Cláudio Manoel da Costa: poeta brasileiro do período colonial, era


advogado e filho de lavrador. Cursou filosofia no Rio e estudou em
Lisboa e Coimbra. O mineiro é patronoda cadeira número 8 da ABL
(Academia Brasileira de Letras). A obra completa de Claudio Manoel
da Costa, Tomás Antônio Gonzaga e Inácio José de Alvarenga
Peixoto, foi publicada em “Poesia dos Inconfidentes.
• Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho: recebeu o apelido quando
adulto, por conta de uma doença que deformou o seu corpo. As obras
do escultor ainda podem ser admiradas em igrejas e ruas mineiras.
Manuel Francisco foi registrado por Francisco José Ferreira Bretas em
1858, que escreveu o primeiro documento biográfico sobre Aleijadinho.

• Manuel Francisco: tem quinze anos. É filho do Aleijadinho, grande


amigo dos Inconfidentes. As esculturas de seu pai, principalmente os
anjos, parecem ocultar alguma coisa – talvez o paradeiro da cabeça do
líder do movimento, Tiradentes, roubada da praça em que as
autoridades a haviam pendurado. O jovem Manuel vive uma linda
história de amor com a amiga Joana.

• Joana: namorada de Manuel Francisco, filha de uma mulher conhecida


como Bruxa.

• Joaquim Silvério dos Reis: devia uma quantia muito alta à coroa
portuguesa e em troca de saldar essa dívida, ele denunciou os
inconfidentes. Todos negaram a participação, menos Joaquim da Silva
Xavier.
• Manuel Francisco Lisboa: foi um arquiteto, carpinteiro e mestre-
de-obras. Seu nome está associado às principais obras construídas
em Ouro Preto na primeira metade do século XVIII. Porém, é mais
lembrado por ter sido o pai de Aleijadinho. Chegou a Ouro Preto em
1724. Entre suas obras estão o projetos para a Matriz de Nossa
Senhora da Conceição de Antônio Dias (1727) e a Igreja de Nossa
Senhora do Carmo (1766).

• Manuel de Athayde: Manuel da Costa Ataíde, mais conhecido


como Mestre Ataíde, foi um militar e celebrado pintor e decorador
brasileiro. Foi um importante artista do Barroco-Rococó mineiro e
teve uma grande influência sobre os pintores da sua região através
de numerosos alunos e seguidores, os quais, até a metade do
século XIX, continuaram a fazer uso de seu método de composição,
particularmente em trabalhos de perspectiva no teto de igrejas.
Documentos da época fazem frequentemente referências a ele
como professor de pintura.
RESUMO:
• Mais de dois séculos após a Inconfidência Mineira – considerada
um dos movimentos mais expressivos na história da luta pela
independência do Brasil-Colônia – um mistério ainda paira sobre o
desfecho horrendo marcado pela execução de um de seus líderes:
onde foi parar a cabeça de Tiradentes?
• Este é o mistério que conduz a trama de Os Anjos Contam Histórias
• Após ser julgado e condenado, o alferes Joaquim José da Silva
Xavier, conhecido como Tiradentes por sua habilidade em exercer
as tarefas da odontologia precária da época, foi enforcado e teve
seu corpo esquartejado.
• As partes foram espalhadas ao longo da Estrada Real e a cabeça
ficou numa gaiola no alto de um poste em Vila Rica, atualmente a
cidade de Ouro Preto.
• O que aconteceu foi que a cabeça desapareceu e até hoje não se
pode afirmar com certeza onde ela foi parar.
• A sentença dizia que a cabeça deveria ser exposta, naquela praça
(onde hoje está uma estátua gigantesca de Tiradentes).
• O troféu macabro seria a principal atração da festa planejada pela
Coroa Portuguesa para comemorar SUA vitória e humilhar os
cidadãos da cidade. Até porque permaneciam em Ouro Preto focos
rebeldes, ainda ativos, apesar da repressão bárbara que a cidade
soifria.
• Depois da festa, a cabeça ficaria ali, numa gaiola pendurada num
poste, para que os amigos e a família do Herói, inclusive sua filha,
assistissem sua lenta degradação.
• Mas, naquela madrugada antes da festa, a cabeça foi roubada.
Mesmo com os soldados da Coroa arrombando portas de
residências, prendendo suspeitos, exigindo delações, jamais foi
encontrada.
• Esse mistério mais a presença do filho de Aleijadinho (Manuel
Francisco), então com cerca de 15 anos, em Ouro Preto. A amiga
dele - que vai se tornar sua mulher -, Joanna, filha da "Bruxa" da
cidade (assim chamada porque fazia partos difíceis e conhecia chás
de ervas com poderes curativos)...
• A miraculosa, comovente escultura de Aleijadinho, o Barroco... As
visões dos poetas arcadistas (que eram também conspiradores,
Inconfidentes)... sobre um outro país (no qual sonhavam que esta
terra poderia se tornar)... O heroísmo, a luta, os segredos que
permanecem fechados à História…
• Numa novela com ambientação histórica como essa, os fatos, o
documental, a "verdade" não é o que move e o que anima a história.
O principal é a ficcionalização.
• O que deve puxar o enredo é o tanto de romanceado, a recriação, a
ficcionalização. Aqui é a Literatura da coisa que vale mais. Os
recursos e técnicas e truques para (re)contar a (H)história.
• Segundo o autor, os anjos revoavam sempre por Ouro Preto - cada
vez que visitava a cidade para compor a história... E que, ao bater
suas asinhas, também cochichavam segredos e riam entre si... (de
nossas dúvidas?)... Talvez porque para eles esses segredos e
mistérios tivessem respostas..., bem debaixo dos nossos pés...
naquele chão de pedras repletas, impregnadas, espiritualizadas de
tanta História!

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