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Romantismo

Componentes do grupo

✘ Letícia Ágata e Déborah: contexto histórico e


características do período
✘ Eslyne: poesia
✘ Maria Elis e Ana Flávia: primeira fase
(indianista)
✘ Ana Beatriz: segunda fase ( byroniana)
✘ Letícia Zamberlan e Cinteya: terceira
fase( condeira)

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Contexto histórico

Romantismo
O Romantismo foi o movimento artístico e cultural que marcou a ascensão
da burguesia e da individualidade, nos séculos XVIII e XIX.
O Romantismo foi um movimento estético e cultural que revolucionou a
sociedade nos séculos XVIII e XIX, deixando para trás valores clássicos e
inaugurando a modernidade nas artes. As obras românticas baseavam-se, Victor Hugo foi
então, em valores da burguesia, classe social que substituía a elite romancista, poeta,
absolutista em diversos países. dramaturgo,
Os principais fatos históricos que se relacionam com o Romantismo são: ensaísta, artista,
Revolução Francesa (1789-1799); estadista e ativista
Invasão de Portugal pelas tropas de Napoleão Bonaparte (1807); pelos direitos
Chegada da Família Real ao Brasil (1808); humanos francês.
Independência do Brasil (1822).

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Características
✘ O Romantismo, em cada país, tem suas particularidades.
Entretanto, é possível perceber alguns valores comuns em
várias nações que desenvolveram essa estética, a saber:
✘ egocentrismo (o indivíduo é encarado como o centro do
mundo);
✘ sentimentalismo exacerbado;
✘ nacionalismo;
✘ idealização do amor e da mulher;
✘ tom depressivo (típico de diversos autores românticos, sendo
facilmente encontrável, entre eles, um discurso que exalta a
fuga da realidade, seja pela morte, seja pelo sonho ou ainda
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• Primeira geração romântica (indianista)
A primeira geração Essa refundação, é bom
romântica é intitulada lembrar, tem total relação
“indianista”. Isso porque com o contexto histórico da
nela se elege a figura do época, marcado pela
índio como herói do mito chegada da família real ao
de formação da sociedade Brasil, em 1808, e pela
brasileira. De fato, uma das independência do país, em
principais bandeiras dessa 1822. Os principais autores
fase é o forte tom dessa geração são, na prosa,
nacionalista, que procura José de Alencar; na poesia,
refundar a identidade Gonçalves Dias.
cultural brasileira.
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Principais características:
A figura do índio é construída
como a de um herói nacional;
Apresenta forte nacionalismo;
Valoriza a natureza brasileira;
Sofre influência da chegada da
família real ao Brasil (1808);
Possui diálogos com o
processo de Independência do
Brasil (1822).

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Principais autores e obras
✘ Os principais autores ♦Gonçalves Dias ♦ José de Alencar
da geração indianista Primeiros Cantos O Guarani (1857);
e seus respectivos (1846);
livros que dialogam Iracema (1865);
Segundos Cantos Ubirajara (1874);
com as bandeiras
(1848);
dessa fase do
Romantismo são: Últimos Cantos
(1851);
Os Timbiras
(1857);

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Como eu te amo Poema de Gonçalves Dias

Como se ama o silêncio, a luz, o aroma, Como se ama o calor e a luz querida,
O orvalho numa flor, nos céus a estrela, A harmonia, o frescor, os sons, os céus,
No largo mar a sombra de uma vela, Silêncio, e cores, e perfume, e vida,
Que lá na extrema do horizonte assoma; Os pais e a pátria e a virtude e a Deus:

Como se ama o clarão da branca lua, Assim eu te amo, assim; mais do que podem
Da noite na mudez os sons da flauta, Dizer-to os lábios meus, — mais do que vale
As canções saudosíssimas do nauta, Cantar a voz do trovador cansada:
Quando em mole vaivém a nau flutua, O que é belo, o que é justo, santo e grande
Amo em ti. — Por tudo quanto sofro,
Como se ama das aves o gemido, Por quanto já sofri, por quanto ainda
Da noite as sombras e do dia as cores, Me resta de sofrer, por tudo eu te amo.
Um céu com luzes, um jardim com flores,
Um canto quase em lágrimas sumido;

Como se ama o crepúsculo da aurora,


A mansa viração que o bosque ondeia,
O sussurro da fonte que serpeia,
Uma imagem risonha e sedutora;
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Obra de José de Alencar

Cinco Minutos, 1856


Cinco minutos foi das primeiras narrativas escritas por
José de Alencar. Ainda no início da carreira, o escritor
mantinha o estilo folhetinesco e casual. Nessa história
breve, passada no Rio de Janeiro, o protagonista dirige-se
diretamente a sua prima para contar um caso pessoal.
Figura um tom intimista, quase como um segredo que se
quisesse contar.
"É uma história curiosa a que lhe vou contar, minha
prima. Mas é uma história, e não um romance. Há mais
de dois anos, seriam seis horas da tarde, dirigi-me ao
Rocio para tomar o ônibus de Andaraí. Sabe que sou o
homem o menos pontual que há neste mundo; entre os
meus imensos defeitos e as minhas poucas qualidades,
não conto a pontualidade, essa virtude dos reis, e esse
mau costume dos ingleses. Entusiasta da liberdade, não
posso admitir de modo algum que um homem se
escravize ao seu relógio e regule as suas ações pelo
movimento de uma pequena agulha de aço ou pelas
oscilações de uma pêndula." 11
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Segunda geração romântica (byroniana)

A segunda geração romântica é marcada por um


intenso sentimentalismo e uma perspectiva bastante
egocêntrica acerca da vida. Em outras palavras, nas obras dessa
fase, encontra-se uma exagerada valorização das experiências
pessoais – até mesmo algumas consideradas imorais ou
grotescas –, e a idealização de sentimentos, como o amor e a
tristeza, está muito presente.
Por essa razão, é comum chamar tal geração
de ultrarromântica. Álvares de Azevedo é o principal autor do
grupo, que conta também com nomes como o de Casimiro de
Abreu. Por ser possível perceber referências claras ao estilo de
Lord Byron, escritor romântico inglês, a segunda geração
romântica também é chamada de byroniana.

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⇒ Principais características

Presença de intenso sentimentalismo;


Predominância do egocentrismo;
Tematização do amor, da tristeza e, em alguns casos,
do grotesco;
✘ Influência do escritor inglês Lord Byron.

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• Principais autores e obras

♦ Álvares de Azevedo
Macário (1852)
Lira dos vinte anos (1853)
✘ Noite na taverna (1855)

✘ ♦ Casimiro de Abreu
✘ As primaveras (1859)

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Poema de Álvares de Azevedo
“dor da vida que devora”:
Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar os olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!
Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!

Que sol! que céu azul! que doce n’alva


Acorda a natureza mais louçã!
Não me batera tanto amor no peito,
Se eu morresse amanhã!
Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã...
A dor no peito emudecera ao menos,
Se eu morresse amanhã!
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• Terceira geração romântica (condeira)
A terceira geração romântica é conhecida como aquela que
aborda temas de cunho social. Nesse sentido, a obra de
Castro Alves é considerada o principal expoente dessa
vertente, pois, em seus poemas, o autor denuncia a
escravidão praticada no Brasil e constrói um forte discurso
abolicionista.
Para além disso, é interessante lembrar que a idealização
amorosa – ou seja, a presença de um sentimentalismo
irrealizável – diminui significativamente nessa geração, que
passa a representar o amor enquanto sentimento real,
possível e, em muitos casos, já realizado. Outros nomes da
fase são geração “condoreira”, “social”, ou “hugoana” (em
virtude da influência do escritor francês Victor Hugo).

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⇒ Principais características

• Presença de forte tom de denúncia social,


principalmente, acerca da escravidão;
• Afastamento da idealização amorosa praticada pelas
outras gerações.

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⇒ Principais autores e obras

O principal autor dessa fase e suas principais obras foram,


respectivamente:

♦ Castro Alves (O navio negreiro)


• Espumas Flutuantes (1870)
• Os Escravos (1883)

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Poesia de Castro Alves
Navios Negreiros
IV Presa nos elos de uma só cadeia,
Era um sonho dantesco... o tombadilho A multidão faminta cambaleia,
Que das luzernas avermelha o brilho. E chora e dança ali!
Em sangue a se banhar. Um de raiva delira, outro enlouquece,
Tinir de ferros... estalar de açoite... Outro, que martírios embrutece,
Legiões de homens negros como a noite, Cantando, geme e ri!
Horrendos a dançar... No entanto o capitão manda a manobra,
Negras mulheres, suspendendo às tetas E após fitando o céu que se desdobra,
Magras crianças, cujas bocas pretas Tão puro sobre o mar,
Rega o sangue das mães: Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
Outras moças, mas nuas e espantadas, "Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
No turbilhão de espectros arrastadas, Fazei-os mais dançar!..."
Em ânsia e mágoa vãs! E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .
E ri-se a orquestra irônica, estridente... E da ronda fantástica a serpente
E da ronda fantástica a serpente Faz doudas espirais...
Faz doudas espirais ... Qual um sonho dantesco as sombras voam!...
Se o velho arqueja, se no chão resvala, Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
Ouvem-se gritos... o chicote estala. E ri-se Satanás!...
E voam mais e mais...
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