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Contrário ao objetivismo e as tradições clássicas de perfeição, ele apresenta uma visão de mundo
centrada no ser humano com destaque para as sensações humanas e a liberdade de pensamento.
Rapidamente, esse estilo chegou a outros países inspirando diversos campos da arte: literatura,
pintura, escultura, arquitetura e música.
No Brasil, o movimento romântico começa em meados do século XIX, anos depois da independência
do país (1822) com a publicação da obra Suspiros poéticos e saudades, de Gonçalves de Magalhães, em
1836.
CONTEXTO HISTÓRICO
Como escola literária, as bases do sentimentalismo romântico e do escapismo pelo suicídio foram
estabelecidas pelo romance "Os sofrimentos do jovem Werther", de Goethe, publicado na Alemanha em
1774.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
O Romantismo no Brasil foi um movimento literário que reuniu uma produção muito rica de textos
poéticos, teatrais e romances.
Teve como marco inicial a publicação do livro de poemas "Suspiros poéticos e saudades", de
Gonçalves de Magalhães (1811-1882), em 1836. Além dessa obra, a Revista Niterói, publicada nesse
mesmo ano em Paris, também foi precursora do movimento.
O romantismo no Brasil se caracterizou, num primeiro momento, pela busca da identidade nacional e
resgate das tradições e valores da cultura popular e do folclore. Temas como o índio, a exaltação da
natureza, os regionalismos e a realidade social do país são muito explorados pelos autores românticos.
Gonçalves de Magalhães
Gonçalves Dias
José de Alencar
Álvares de Azevedo
Casimiro de Abreu
Castro Alves
Rompimento com a tradição clássica: o romantismo veio romper com os modelos clássicos greco-
romanos, fundamentados na busca da perfeição e na arte erudita.
Maior liberdade formal: contrário ao formalismo e tradicionalismo das escolas anteriores, o
romantismo utiliza versos sem rima e sem métrica, além de uma linguagem informal e regionalista.
Indianismo: o índio é eleito como herói nacional, sendo idealizado como um ser puro e inocente.
Nacionalismo e ufanismo: os valores culturais, históricos e artísticos do Brasil são exaltados pelos
escritores que mostram orgulho da nação.
Culto à natureza: associado ao nacionalismo, as belezas naturais do país são enfatizadas pelos
autores de maneira grandiosa.
Amor platônico, idealismo: a idealização da sociedade, do amor e da realidade são comuns nas obras
românticas.
Idealização da mulher: para os escritores românticos, a mulher representava a beleza, a pureza, a
inocência e a delicadeza.
Subjetivismo e egocentrismo: a literatura romântica foca nos sentimentos e emoções dos autores,
reunindo textos de caráter individualista.
Sentimentalismo exacerbado: a supervalorização das emoções pessoais, mostra que os escritores
desse momento se opõem ao pensamento racional e objetivo.
Religiosidade: oposto ao racionalismo, que desconsidera os valores religiosos, no romantismo há
uma preocupação em se apegar aos valores cristãos.
Evasão e escapismo: com o desejo de fugir do cotidiano, da realidade e dos sofrimentos, os autores
românticos criam um ambiente idealizado.
O romantismo no Brasil surge poucos anos depois da Independência do país, que aconteceu em 7 de
setembro de 1822. Esse momento representou grandes mudanças sociais, culturais e econômicas para o
Brasil.
O país tentava se organizar e consolidar seu poder, depois de quase 400 anos de colonização
portuguesa. Esse processo de transição e mudanças começou um pouco antes de independência, em 1808,
com a vinda da família real portuguesa.
Quando chegou ao país fugindo das invasões napoleônicas na Europa, o príncipe regente, Dom João,
declarou a abertura dos portos às nações amigas, o que resultou na expansão da comercialização e
diversificação do comércio. Outro fator importante foi a transferência da capital do país, que antes era
Salvador, e passou a ser o Rio de Janeiro.
Esse processo foi crucial para alavancar a modernização da cidade, resultando na construção de
diversos edifícios públicos como o Museu Nacional, a Biblioteca Nacional e o Real Teatro São João. Nesse
momento, também foi criada a imprensa Régia e algumas instituições como o Banco do Brasil e a Real
Academia Militar.
Todos esses fatores foram essenciais para acelerar o processo de independência do Brasil, declarada
em 7 de setembro de 1822 por Dom Pedro.
No Brasil, o movimento romântico reuniu uma produção literária muito vasta de textos poéticos,
teatrais e romances. Os escritores que merecem destaque são:
A valorização da cultura, da história do país e das tradições populares estiveram muito presentes
nessa primeira fase. O indianismo expressa uma das buscas aos temas nacionais e, nesse contexto, o índio é
eleito como herói nacional e apontado como um ser puro e inocente.
Gonçalves Dias
Gonçalves de Magalhães
José de Alencar
Gonçalves de Magalhães (1811-1882) foi fundador do romantismo no Brasil e autor das obras:
Suspiros poéticos e saudades (1836), A Confederação de Tamoios (1857) e Os Indígenas do Brasil
perante a História (1860)
Gonçalves Dias (1823-1864) foi um escritor focado em temas nacionais e indianistas, autor das
seguintes obras: Canção do exílio (1843), I-Juca- Pirama (1851) e Os Timbiras (1857).
José de Alencar (1829-1877) escreveu diversos romances indianistas, regionalistas e históricos com
destaque para as obras: O Guarani (1857), Iracema (1865) e Ubirajara (1874).
2. 2ª FASE DO ROMANTISMO NO BRASIL (1853 A 1869)
Marcada por aspectos negativos, a poesia desse período romântico é permeada dos temas:
egocentrismo, negativismo, pessimismo, dúvida, desilusão, boêmia, exaltação da morte e fuga da realidade.
Álvares de Azevedo
Casimiro de Abreu
Fagundes Varela
Junqueira Freire
Álvares de Azevedo (1831-1852) foi um dos principais escritores desse momento, com uma obra focada
na tristeza e na morte, tais como: Lira dos vinte anos (1853), Noite na taverna (1855) e Macário (1855).
Fagundes Varela (1841-1875) possui uma obra focada em temas pessimistas e melancólicos.
Destacam-se: Noturnas (1861), Cântico do Calvário (1863) e Cantos e fantasias (1865).
Junqueira Freire (1832-1855) explorou temas religiosos e o conflito existencial, sendo que sua obra
de maior destaque é Inspirações do Claustro, publicada postumamente.
Esse período está associado ao condor, águia da cordilheira dos Andes, com o intuito de revelar sua
mais importante característica: a liberdade.
Essa geração sofreu grande influência do escritor francês Victor-Marie Hugo (1802-1885), daí ser
conhecida também como geração “Hugoana”.
O grande foco dos escritores desse momento, foi os problemas sociais e também o abolicionismo.
Castro Alves
Tobias Barreto
Sousândrade
Castro Alves (1847-1871), fundador da poesia social, ficou conhecido com o “poeta dos escravos”,
pois abordou temas abolicionistas. Sua obra mais relevante do momento é O Navio Negreiro (1869).
Tobias Barreto (1839-1889) foi um grande expoente da poesia social e lírica dessa geração. Merece
destaque suas obras: Amar (1866), A Escravidão (1868) e Dias e noites (1893).
Sousândrade (1833-1902) foi um dos poetas mais originais e vanguardistas da terceira geração. De sua
obra, destacam-se: Harpas Selvagens (1857) e O Guesa, livro escrito entre os anos de 1858 e 1888.