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O Romantismo no Brasil foi um movimento literário que reuniu uma produção

muito rica de textos poéticos, teatrais e romances.

Teve como marco inicial a publicação do livro de poemas "Suspiros poéticos e


saudades", de Gonçalves de Magalhães (1811-1882), em 1836. Além dessa obra,
a Revista Niterói, publicada nesse mesmo ano em Paris, também foi precursora
do movimento.

O romantismo no Brasil se caracterizou, num primeiro momento, pela busca da


identidade nacional e resgate das tradições e valores da cultura popular e do
folclore. Temas como o índio, a exaltação da natureza, os regionalismos e a
realidade social do país são muito explorados pelos autores românticos.

Com a Independência do Brasil, efetivada em 7 de setembro de 1822, os


escritores desse período buscam a autonomia da literatura, retomando diversos
aspectos da cultura brasileira. Isso porque durante séculos de colonização, o
Brasil sofreu forte influência dos modelos europeus, sobretudo de Portugal.

Nesse momento, os folhetins, pequenos capítulos de romances publicados nos


jornais, começam a se popularizar no país, o que fez surgir um público leitor,
tornando a leitura mais acessível.

Alguns escritores que tiveram grande destaque no romantismo no Brasil foram:

• Gonçalves de Magalhães
• Gonçalves Dias
• José de Alencar
• Álvares de Azevedo
• Casimiro de Abreu
• Castro Alves

Características do romantismo no Brasil


As principais características da literatura romântica no Brasil são:

• Rompimento com a tradição clássica: o romantismo veio romper com os


modelos clássicos greco-romanos, fundamentados na busca da perfeição e na
arte erudita.
• Maior liberdade formal: contrário ao formalismo e tradicionalismo das escolas
anteriores, o romantismo utiliza versos sem rima e sem métrica, além de uma
linguagem informal e regionalista.
• Indianismo: o índio é eleito como herói nacional, sendo idealizado como um
ser puro e inocente.
• Nacionalismo e ufanismo: os valores culturais, históricos e artísticos do Brasil
são exaltados pelos escritores que mostram orgulho da nação.
• Culto à natureza: associado ao nacionalismo, as belezas naturais do país são
enfatizadas pelos autores de maneira grandiosa.
• Amor platônico, idealismo: a idealização da sociedade, do amor e da realidade
são comuns nas obras românticas.
• Idealização da mulher: para os escritores românticos, a mulher representava a
beleza, a pureza, a inocência e a delicadeza.
• Subjetivismo e egocentrismo: a literatura romântica foca nos sentimentos e
emoções dos autores, reunindo textos de caráter individualista.
• Sentimentalismo exacerbado: a supervalorização das emoções pessoais,
mostra que os escritores desse momento se opõem ao pensamento racional e
objetivo.
• Religiosidade: oposto ao racionalismo, que desconsidera os valores religiosos,
no romantismo há uma preocupação em se apegar aos valores cristãos.
• Evasão e escapismo: com o desejo de fugir do cotidiano, da realidade e dos
sofrimentos, os autores românticos criam um ambiente idealizado.

Principais autores do romantismo no Brasil


No Brasil, o movimento romântico reuniu uma produção literária muito vasta de
textos poéticos, teatrais e romances. Os escritores que merecem destaque são:

1. Gonçalves Dias (1823-1864)


2. Gonçalves de Magalhães (1811-1882)
3. José de Alencar (1829-1877)
4. Álvares de Azevedo (1831-1852)
5. Casimiro de Abreu (1839-1860)
6. Fagundes Varela (1841-1875)
7. Junqueira Freire (1832-1855)
8. Castro Alves (1847-1871)
9. Tobias Barreto (1839-1889)
10. Sousândrade (1833-1902)

Fases do romantismo no Brasil


O movimento romântico no Brasil está dividido em três fases, também
chamadas de gerações. Cada uma delas possui características próprias e reúne
diversos escritores.

• Primeira geração romântica (1836 a 1852): nacionalista, indianista e religiosa.


• Segunda geração romântica (1853 a 1869): egocentrismo exacerbado e
pessimismo.
• Terceira geração romântica (1870 a 1880): cunho social e libertário.

1.ª fase do romantismo no Brasil (1836-1852)


Após a independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822, a literatura
brasileira buscou focar em temas nacionais e que estivessem relacionados com
o sentimento patriótico de uma nova nação que estava sendo construída.

A primeira geração romântica no Brasil teve como principais características o


nacionalismo e o indianismo. Os temas mais explorados pelos escritores desse
momento são: natureza, sentimentalismo, religiosidade, ufanismo e
nacionalismo.

A valorização da cultura, da história do país e das tradições populares estiveram


muito presentes nessa primeira fase. O indianismo expressa uma das buscas aos
temas nacionais e, nesse contexto, o índio é eleito como herói nacional e
apontado como um ser puro e inocente.

Escritores e obras da primeira geração romântica

Os principais escritores da primeira fase do romantismo foram:

• Gonçalves Dias
• Gonçalves de Magalhães
• José de Alencar

Gonçalves de Magalhães (1811-1882) foi fundador do romantismo no Brasil e


autor das obras: Suspiros poéticos e saudades (1836), A Confederação de
Tamoios (1857) e Os Indígenas do Brasil perante a História (1860)

Gonçalves Dias (1823-1864) foi um escritor focado em temas nacionais e


indianistas, autor das seguintes obras: Canção do exílio (1843), I-Juca-
Pirama (1851) e Os Timbiras (1857).

José de Alencar (1829-1877) escreveu diversos romances indianistas,


regionalistas e históricos com destaque para as obras: O
Guarani (1857), Iracema (1865) e Ubirajara (1874).

• Iracema, de José de Alencar


• Canção do Exílio, de Gonçalves Dias

2.ª fase do romantismo no Brasil (1853 a 1869)


Conhecida como a geração do “Mal do Século” ou “Ultrarromântica”, a segunda
geração romântica foi profundamente influenciada pela poesia do inglês
George Gordon Byron, (1788-1824). Por isso, é muitas vezes chamada de
geração “Byroniana”.

Marcada por aspectos negativos, a poesia desse período romântico é permeada


dos temas: egocentrismo, negativismo, pessimismo, dúvida, desilusão, boêmia,
exaltação da morte e fuga da realidade.

Escritores e obras da segunda geração romântica

No Brasil, os principais escritores dessa geração foram:

• Álvares de Azevedo
• Casimiro de Abreu
• Fagundes Varela
• Junqueira Freire

Álvares de Azevedo (1831-1852) foi um dos principais escritores desse


momento, com uma obra focada na tristeza e na morte, tais como: Lira dos vinte
anos (1853), Noite na taverna (1855) e Macário (1855).

Casimiro de Abreu (1839-1860) explorou temas como a saudade da infância e a


tristeza. Durante sua vida, publicou somente uma obra, seu livro de poesias As
primaveras (1859).

Fagundes Varela (1841-1875) possui uma obra focada em temas pessimistas e


melancólicos. Destacam-se: Noturnas (1861), Cântico do Calvário (1863)
e Cantos e fantasias (1865).

Junqueira Freire (1832-1855) explorou temas religiosos e o conflito existencial,


sendo que sua obra de maior destaque é Inspirações do Claustro, publicada
postumamente.

3.ª fase do romantismo no Brasil (1870 a 1880)


Chamada de “Geração Condoreira”, a terceira geração romântica é caracterizada
pela poesia libertária e social.

Esse período está associado ao condor, águia da cordilheira dos Andes, com o
intuito de revelar sua mais importante característica: a liberdade.

Essa geração sofreu grande influência do escritor francês Victor-Marie Hugo


(1802-1885), daí ser conhecida também como geração “Hugoana”.
O grande foco dos escritores desse momento, foi os problemas sociais e
também o abolicionismo.

Escritores e obras da terceira geração romântica

No Brasil, os principais representantes da terceira fase romântica foram:

• Castro Alves
• Tobias Barreto
• Sousândrade

Castro Alves (1847-1871), fundador da poesia social, ficou conhecido com o


“poeta dos escravos”, pois abordou temas abolicionistas. Sua obra mais
relevante do momento é O Navio Negreiro (1869).

Tobias Barreto (1839-1889) foi um grande expoente da poesia social e lírica


dessa geração. Merece destaque suas obras: Amar (1866), A Escravidão (1868)
e Dias e noites (1893).

Sousândrade (1833-1902) foi um dos poetas mais originais e vanguardistas da


terceira geração. De sua obra, destacam-se: Harpas Selvagens (1857) e O Guesa,
livro escrito entre os anos de 1858 e 1888.

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