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Nacionalismo
Os românticos pregam o nacionalismo, incentivam a exaltação da natureza pátria, o retorno ao passado histórico e
na criação do herói nacional.
Na literatura europeia, os heróis nacionais são belos e valentes cavaleiros medievais. Na brasileira são os índios,
igualmente belos, valentes e civilizados.
A natureza também é exaltada no Romantismo. Está é vista como uma extensão da pátria ou refúgio à vida agitada
dos centros urbanos do século XIX. A exaltação à natureza ganha contornos de prolongamento do escritor e de seu
estado emocional.
Sentimentalismo Romântico
Entre as marcas principais do Romantismo estão o sentimentalismo, a supervalorização das emoções pessoais, o
subjetivismo e egocentrismo. É dessa maneira que os poetas se colocavam como o centro do universo.
Dentro de um universo particular, o poeta sente a derrota do ego, produz frustração e tédio. São características do
movimento romântico: as fugas da realidade por meio do abuso de álcool e ópio, a idealização da mulher, da
sociedade e do amor bem como a saudade da infância e a busca constante por casas de prostituição.
Romantismo em Portugal
Os primeiros anos do Romantismo português coincidem com as lutas civis entre liberais e conservadores. A renúncia
de Dom Pedro ao trono brasileiro e sua luta pelo trono de Portugal ao lado dos liberais, veio intensificar esses
conflitos.
O romantismo literário em Portugal tem como marco inicial a publicação, em 1825, do poema Camões, escrito por
Almeida Garrett. A obra foi produzida durante seu exílio em Paris.
Em Portugal, o movimento romântico esteve dividido em 2 fases:
1. Primeira geração romântica: fase nacionalista
2. Segunda geração romântica: fase de maturidade
Autores e obras do romantismo em Portugal
Almeida Garret (1799-1854). Obras: Camões (1825), Viagens na minha terra (1846) e Folhas Caídas (1853).
Alexandre Herculano (1810-1877). Obras: A Harpa do Crente (1838), Eurico, o Presbítero (1844)
e Poesias (1850).
Antônio Feliciano de Castilho (1800-1875). Obras: Amor e melancolia (1828), A noite do Castelo (1836)
e Escavações poéticas (1844).
Camilo Castelo Branco (1825-1890). Obras: Amor de perdição (1862), Coração, Cabeça e Estômago (1862)
e Amor de Salvação (1864).
Júlio Dinis (1839-1871). Obras: As Pupilas do Senhor Reitor (1866), Uma Família Inglesa (1868) e A
Morgadinha dos Canaviais (1868).
Soares de Passos (1826-1860). Única obra publicada: Poesias (1856).
João de Deus (1830-1896). Obras: Ramo de Flores (1869) e Despedidas de Verão (1880).
Romantismo no Brasil
O Romantismo no Brasil foi um movimento literário que reuniu uma produção muito rica de textos poéticos, teatrais
e romances.
Teve como marco inicial a publicação do livro de poemas "Suspiros poéticos e saudades", de Gonçalves de
Magalhães (1811-1882), em 1836. Além dessa obra, a Revista Niterói, publicada nesse mesmo ano em Paris, também
foi precursora do movimento.
O romantismo no Brasil se caracterizou, num primeiro momento, pela busca da identidade nacional e resgate das
tradições e valores da cultura popular e do folclore. Temas como o índio, a exaltação da natureza, os regionalismos e
a realidade social do país são muito explorados pelos autores românticos.
Nesse momento, os folhetins, pequenos capítulos de romances publicados nos jornais, começam a se popularizar no
país, o que fez surgir um público leitor, tornando a leitura mais acessível.
Gonçalves de Magalhães
Gonçalves Dias
José de Alencar
Álvares de Azevedo
Casimiro de Abreu
Castro Alves
Características do romantismo no Brasil
As principais características da literatura romântica no Brasil são:
Rompimento com a tradição clássica: o romantismo veio romper com os modelos clássicos greco-romanos,
fundamentados na busca da perfeição e na arte erudita.
Maior liberdade formal: contrário ao formalismo e tradicionalismo das escolas anteriores, o romantismo utiliza
versos sem rima e sem métrica, além de uma linguagem informal e regionalista.
Indianismo: o índio é eleito como herói nacional, sendo idealizado como um ser puro e inocente.
Nacionalismo e ufanismo: os valores culturais, históricos e artísticos do Brasil são exaltados pelos escritores que
mostram orgulho da nação.
Culto à natureza: associado ao nacionalismo, as belezas naturais do país são enfatizadas pelos autores de maneira
grandiosa.
Amor platônico, idealismo: a idealização da sociedade, do amor e da realidade são comuns nas obras românticas.
Idealização da mulher: para os escritores românticos, a mulher representava a beleza, a pureza, a inocência e a
delicadeza.
Subjetivismo e egocentrismo: a literatura romântica foca nos sentimentos e emoções dos autores, reunindo textos
de caráter individualista.
Sentimentalismo exacerbado: a supervalorização das emoções pessoais, mostra que os escritores desse momento se
opõem ao pensamento racional e objetivo.
Religiosidade: oposto ao racionalismo, que desconsidera os valores religiosos, no romantismo há uma preocupação
em se apegar aos valores cristãos.
Evasão e escapismo: com o desejo de fugir do cotidiano, da realidade e dos sofrimentos, os autores românticos
criam um ambiente idealizado.
Contexto histórico do romantismo no Brasil
O romantismo no Brasil surge poucos anos depois da Independência do país, que aconteceu em 7 de setembro de
1822. Esse momento representou grandes mudanças sociais, culturais e econômicas para o Brasil.
O país tentava se organizar e consolidar seu poder, depois de quase 400 anos de colonização portuguesa. Esse
processo de transição e mudanças começou um pouco antes de independência, em 1808, com a vinda da família real
portuguesa.
Quando chegou ao país fugindo das invasões napoleônicas na Europa, o príncipe regente, Dom João, declarou a
abertura dos portos às nações amigas, o que resultou na expansão da comercialização e diversificação do comércio.
Outro fator importante foi a transferência da capital do país, que antes era Salvador, e passou a ser o Rio de Janeiro.
Esse processo foi crucial para alavancar a modernização da cidade, resultando na construção de diversos edifícios
públicos como o Museu Nacional, a Biblioteca Nacional e o Real Teatro São João. Nesse momento, também foi criada
a imprensa Régia e algumas instituições como o Banco do Brasil e a Real Academia Militar.
Todos esses fatores foram essenciais para acelerar o processo de independência do Brasil, declarada em 7 de
setembro de 1822 por Dom Pedro.
A primeira geração romântica no Brasil teve como principais características o nacionalismo e o indianismo. Os temas
mais explorados pelos escritores desse momento são: natureza, sentimentalismo, religiosidade, ufanismo e
nacionalismo.
A valorização da cultura, da história do país e das tradições populares estiveram muito presentes nessa primeira
fase. O indianismo expressa uma das buscas aos temas nacionais e, nesse contexto, o índio é eleito como herói
nacional e apontado como um ser puro e inocente.
Gonçalves Dias
Gonçalves de Magalhães
José de Alencar
Gonçalves de Magalhães (1811-1882) foi fundador do romantismo no Brasil e autor das obras: Suspiros poéticos e
saudades (1836), A Confederação de Tamoios (1857) e Os Indígenas do Brasil perante a História (1860)
Gonçalves Dias (1823-1864) foi um escritor focado em temas nacionais e indianistas, autor das seguintes obras:
Canção do exílio (1843), I-Juca- Pirama (1851) e Os Timbiras (1857).
José de Alencar (1829-1877) escreveu diversos romances indianistas, regionalistas e históricos com destaque para as
obras: O Guarani (1857), Iracema (1865) e Ubirajara (1874).
Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de
mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.
O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado.
Mais rápida que a corça selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua
guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que
vestia a terra com as primeiras águas.
Marcada por aspectos negativos, a poesia desse período romântico é permeada dos temas: egocentrismo,
negativismo, pessimismo, dúvida, desilusão, boêmia, exaltação da morte e fuga da realidade.
Álvares de Azevedo
Casimiro de Abreu
Fagundes Varela
Junqueira Freire
Álvares de Azevedo (1831-1852) foi um dos principais escritores desse momento, com uma obra focada na tristeza e
na morte, tais como: Lira dos vinte anos (1853), Noite na taverna (1855) e Macário (1855).
Casimiro de Abreu (1839-1860) explorou temas como a saudade da infância e a tristeza. Durante sua vida, publicou
somente uma obra, seu livro de poesias As primaveras (1859).
Fagundes Varela (1841-1875) possui uma obra focada em temas pessimistas e melancólicos. Destacam-se: Noturnas
(1861), Cântico do Calvário (1863) e Cantos e fantasias (1865).
Junqueira Freire (1832-1855) explorou temas religiosos e o conflito existencial, sendo que sua obra de maior
destaque é Inspirações do Claustro, publicada postumamente.
Esse período está associado ao condor, águia da cordilheira dos Andes, com o intuito de revelar sua mais importante
característica: a liberdade.
Essa geração sofreu grande influência do escritor francês Victor-Marie Hugo (1802-1885), daí ser conhecida também
como geração “Hugoana”.
O grande foco dos escritores desse momento, foi os problemas sociais e também o abolicionismo.
Castro Alves
Tobias Barreto
Sousândrade
Castro Alves (1847-1871), fundador da poesia social, ficou conhecido com o “poeta dos escravos”, pois abordou
temas abolicionistas. Sua obra mais relevante do momento é O Navio Negreiro (1869).
Tobias Barreto (1839-1889) foi um grande expoente da poesia social e lírica dessa geração. Merece destaque suas
obras: Amar (1866), A Escravidão (1868) e Dias e noites (1893).
Sousândrade (1833-1902) foi um dos poetas mais originais e vanguardistas da terceira geração. De sua obra,
destacam-se: Harpas Selvagens (1857) e O Guesa, livro escrito entre os anos de 1858 e 1888.
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