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FRANCISCO KLING
Romantismo no Brasil
O Romantismo no Brasil foi um movimento literário que reuniu uma produção muito rica de textos
poéticos, teatrais e romances.
Teve como marco inicial a publicação do livro de poemas "Suspiros poéticos e saudades", de
Gonçalves de Magalhães (1811-1882), em 1836. Além dessa obra, a Revista Niterói, publicada
nesse mesmo ano em Paris, também foi precursora do movimento.
Iracema (
1884), obra de José Maria de Medeiros (1849-1925)
Nesse momento, os folhetins, pequenos capítulos de romances publicados nos jornais, começam
a se popularizar no país, o que fez surgir um público leitor, tornando a leitura mais acessível.
O país tentava se organizar e consolidar seu poder, depois de quase 400 anos de colonização
portuguesa. Esse processo de transição e mudanças começou um pouco antes de independência,
em 1808, com a vinda da família real portuguesa.
Quando chegou ao país fugindo das invasões napoleônicas na Europa, o príncipe regente, Dom
João, declarou a abertura dos portos às nações amigas, o que resultou na expansão da
comercialização e diversificação do comércio. Outro fator importante foi a transferência da
capital do país, que antes era Salvador, e passou a ser o Rio de Janeiro.
Esse processo foi crucial para alavancar a modernização da cidade, resultando na construção de
diversos edifícios públicos como o Museu Nacional, a Biblioteca Nacional e o Real Teatro São
João. Nesse momento, também foi criada a imprensa Régia e algumas instituições como o Banco
do Brasil e a Real Academia Militar.
Todos esses fatores foram essenciais para acelerar o processo de independência do Brasil,
declarada em 7 de setembro de 1822 por Dom Pedro.
Fases do romantismo no Brasil
O movimento romântico no Brasil está dividido em três fases, também chamadas de gerações.
Cada uma delas possui características próprias e reúne diversos escritores.
A valorização da cultura, da história do país e das tradições populares estiveram muito presentes
nessa primeira fase. O indianismo expressa uma das buscas aos temas nacionais e, nesse
contexto, o índio é eleito como herói nacional e apontado como um ser puro e inocente.
Gonçalves Dias (1823-1864) foi um escritor focado em temas nacionais e indianistas, autor das
seguintes obras: Canção do exílio (1843), I-Juca- Pirama (1851) e Os Timbiras (1857).
Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem
dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu
talhe de palmeira.
O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito
perfumado.
Mais rápida que a corça selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde
campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava
apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas.
2.ª fase do romantismo no Brasil (1853 a 1869)
Conhecida como a geração do “Mal do Século” ou “Ultrarromântica”, a segunda geração
romântica foi profundamente influenciada pela poesia do inglês George Gordon Byron, (1788-
1824). Por isso, é muitas vezes chamada de geração “Byroniana”.
Marcada por aspectos negativos, a poesia desse período romântico é permeada dos temas:
egocentrismo, negativismo, pessimismo, dúvida, desilusão, boêmia, exaltação da morte e fuga da
realidade.
Álvares de Azevedo (1831-1852) foi um dos principais escritores desse momento, com uma obra
focada na tristeza e na morte, tais como: Lira dos vinte anos (1853), Noite na taverna (1855)
e Macário (1855).
Casimiro de Abreu (1839-1860) explorou temas como a saudade da infância e a tristeza. Durante
sua vida, publicou somente uma obra, seu livro de poesias As primaveras (1859).
Junqueira Freire (1832-1855) explorou temas religiosos e o conflito existencial, sendo que sua
obra de maior destaque é Inspirações do Claustro, publicada postumamente.
Essa geração sofreu grande influência do escritor francês Victor-Marie Hugo (1802-1885), daí ser
conhecida também como geração “Hugoana”.
O grande foco dos escritores desse momento, foi os problemas sociais e também o
abolicionismo.
Tobias Barreto (1839-1889) foi um grande expoente da poesia social e lírica dessa geração.
Merece destaque suas obras: Amar (1866), A Escravidão (1868) e Dias e noites (1893).
Sousândrade (1833-1902) foi um dos poetas mais originais e vanguardistas da terceira geração.
De sua obra, destacam-se: Harpas Selvagens (1857) e O Guesa, livro escrito entre os anos de 1858
e 1888.
ROMANTISMO
Principais obras e autores do Romantismo
As obras do Romantismo assumem características diferentes de acordo com a fase a que
pertencem. Essa escola literária é dividida em três fases, as quais se caracterizam principalmente
pelo nacionalismo (da primeira geração romântica), pelo pessimismo (da segunda geração
romântica) e pela liberdade e erotismo (da terceira geração romântica).
Principais obras da primeira geração do Romantismo
1.Suspiros Poéticos e Saudades (1836), de Gonçalves de Magalhães
2.O poeta e a Inquisição (1839), de Gonçalves de Magalhães
3.A Moreninha (1844), de Joaquim Manuel de Macedo
4.O Moço Loiro (1845), de Joaquim Manuel de Macedo
5.Canção do Exílio (1846), de Gonçalves Dias
6.A Destruição das Florestas (1846), de Manuel de Araújo Porto Alegre
7.I-Juca-Pirama (1851), de Gonçalves Dias
8.Memórias de um Sargento de Milícias (1852), de Manuel António de Almeida
9.Cinco Minutos (1856), de José de Alencar
10. A Confederação dos Tamoios (1857), de Gonçalves de Magalhães
11. Os Timbiras (1857), de Gonçalves Dias
12. O Guarani (1857), de José de Alencar
13. A Viuvinha (1857), de José de Alencar
14. O Sertanejo (1857), de José de Alencar
15. Os Indígenas do Brasil perante a História (1860), de Gonçalves de Magalhães
16. Brasilianas (1863), de Manuel de Araújo Porto Alegre
17. Iracema (1865), de José de Alencar
18. Colombo (1866), de Manuel de Araújo Porto Alegre
19. A Luneta Mágica (1869), de Joaquim Manuel de Macedo
20. As Vítimas-Algozes (1869), de Joaquim Manuel de Macedo
21. Ubirajara (1874), de José de Alencar
Por esse motivo, o principal tema das obras da primeira geração romântica no Brasil foi o índio,
que assumiu o papel de herói nacional.
Em Portugal, destacam-se:
Contexto histórico: neste momento da literatura brasileira, a juventude havia perdido a esperança,
e os problemas da sociedade não são valorizados. Egocêntricos, os problemas centram-se nos
problemas pessoais, especialmente nas desilusões amorosas.
Assim, as obras desta fase são marcadas pelo tom pessimista - muito influenciadas por Byron,
um dos principais românticos da Europa que era um autêntico pessimista. Por esse motivo, a
segunda geração do Romantismo ficou conhecida como “geração byroniana”.
Em Portugal, destacam-se:
Em Portugal, destacam-se: