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Revisão para portugues

1. Romantismo
2. Lucíola
3. Moreninha
4. Senhora
5. Romantismo Urbano

O que foi o romantismo?


"O Romantismo foi um movimento estético e cultural que revolucionou a sociedade nos
séculos XVIII e XIX, deixando para trás valores clássicos e inaugurando a modernidade nas
artes. As obras românticas baseavam-se, então, em valores da burguesia, classe social que
substituía a elite absolutista em diversos países."

características do romantismo

"egocentrismo (o indivíduo é encarado como o centro do mundo);

sentimentalismo exacerbado;

nacionalismo;

idealização do amor e da mulher;

tom depressivo (típico de diversos autores românticos, sendo facilmente encontrável, entre
eles, um discurso que exalta a fuga da realidade, seja pela morte, seja pelo sonho ou ainda
pela própria arte)."

Romance Indianista
O Romance Indianista marca a busca na literatura por um herói nacional. O índio foi
eleito como a figura de maior representatividade, considerando que o branco era tido
como o colonizador europeu, e o negro, como escravo africano.

Assim, o índio foi considerado como único e legítimo representante da América.


Dessa maneira, o romance brasileiro encontrou no índio a expressão da
nacionalidade autêntica, de amor exacerbado à terra e defesa do território.

Em sua singularidade, o índio foi usado como símbolo de bravura e honra. Incorporar
a tradição indígena à ficção era a autêntica expressão de nacionalidade,
impulsionando contribuições na prosa e na poesia.

Antecedentes
Entre os muitos fatores que contribuíram para a implantação do indianismo na
literatura brasileira está a "tradição literária" do período colonial. Ela foi introduzida
pela literatura de informação e literatura de catequese sendo retomada por Basílio
da Gama e Santa Rita Durão.

Por parte da Europa, foi a Teoria do Bom Selvagem, de Rousseau, que exerceu
influência direta no pensamento literário brasileiro da época.

Outro fator importante foi a adaptação que os escritores brasileiros românticos


fizeram da figura idealizadora do herói.

Como o Brasil não teve Idade Média, seu "herói medieval" passou a ser o índio, o
habitante do período pré-cabralino.

Autores como Padre Anchieta, Basílio da Gama e Gonçalves Dias já haviam


difundido em sua obra a importância da singularidade do índio.

Foi, contudo, José de Alencar, o escritor de maior expressão dessa fase do


romantismo brasileiro.
As obras O Guarani (1857), Iracema (1865) e Ubirajara (1874) exaltam o sentimento
de nacionalidade por meio do índio como herói e ícone guerreiro.

Saiba mais sobre o Indianismo.

Principais Características
● Nacionalismo

● Estética nativista

● Exaltação da natureza

● Idealização do índio como figura nacional, europeizado e quase medieval

● Temas históricos

● Resgate de lendas

● Contato do índio com o europeu colonizador

José de Alencar
O cearense José Martiniano de Alencar (1829-1877) é considerado o mais
importante representante do Romance Indianista.

A crítica considera que é um estilo criado por ele, que também é chamado de
patrono da literatura brasileira.

Filho de um padre, José de Alencar recebeu muito cedo influências que o levara à
exaltação do sentimento nacionalista. É patrono da cadeira 23 da Academia
Brasileira de Letras por escolha de Machado de Assis (1839 - 1908).

A obra de José de Alencar também é marcante em romances históricos e romances


regionalistas.

No Romance Indianista, a primeira obra a ser lançada foi O Guarani, um folhetim


semanal que era divulgado em um jornal uma vez por semana.
O folhetim causava uma corrida às bancas todas as semanas. Demonstrava o
sentimento de literatura nacionalista do autor, que defendia o modo de pensar e
escrever do brasileiro.

Segunda Geração Romântica


A segunda geração romântica no Brasil é o período que corresponde de 1853 a
1869. Denominada “Ultrarromântica” ou a Geração “Mal do Século” os principais
temas dessa fase são: morte, amor não correspondido, tédio, insatisfação,
pessimismo.

No Brasil, tem como marco inicial a publicação da obra Poesia (1853), de Álvares de
Azevedo (1831-1852).

Nessa fase, a literatura sofreu forte influência do poeta britânico George Gordon
Byron (1788-1824). Isso porque os escritores absorvem um estilo de vida boêmio e
noturno, além do pessimismo romântico presente na literatura de Byron.

Por isso, essa geração ficou conhecida também por “Geração Byroniana”.

Características
A Segunda Geração Romântica tem como principais características:

● Profundo subjetivismo

● Sentimentalismo exacerbado

● Pessimismo e melancolia

● Egocentrismo e individualismo

● Fuga da realidade

● Escapismo

● Saudosismo

Principais Autores
Alguns escritores brasileiros que se destacaram nesse fase:

Manuel Antônio Álvares de Azevedo (1831-1852)


Álvares de Azevedo foi escritor contista, dramaturgo, poeta e ensaísta brasileiro.
Destacam-se as obras publicadas postumamente: Três Liras (1853) e Noite na
Taverna (1855).

Casimiro José Marques de Abreu (1837-1860)


Casimiro de Abreu foi poeta brasileiro, autor do célebre poema "Meus Oito Anos"
(1857). Ademais, podemos destacar as obras: As Primaveras (1859), Saudades
(1856) e Suspiros (1856).

Luís Nicolau Fagundes Varella (1841-1875)


Poeta brasileiro e patrono na Academia Brasileira de Letras, Fagundes Varela foi um
importante escritor da literatura romântica brasileira. Mesmo sendo considerado
byroniano já apresentava em sua obra, características da terceira geração
romântica. De sua obra podemos citar: Vozes da América (1864), Noturnas (1860)

Luís José Junqueira Freire (1832-1855)


Junqueira Freire foi um monge, sacerdote e poeta brasileiro. Com uma obra, muitas
vezes considerada conservadora, abordou temas como: horror, desejo reprimido,
sentimento de pecado, revolta, remorso e obsessão de morte. Podemos citar:
Inspirações do Claustro (1855).

Pedro Luziense de Bittencourt Calasans (1837-1874)


Foi um poeta, crítico e jornalista brasileiro. Publicou seu primeiro livro de poesias
Adeus! (1853) com apenas 16 anos. De sua obra poética podemos citar: Páginas
Soltas (1855), Últimas Páginas (1858), A Morte de Uma Virgem (1867), A Rosa e o
Sol (1867).

Curiosidades
● O Spleen é um termo em inglês muito utilizado na literatura romântica, que
significa o tédio, a insatisfação, o desencanto e a melancolia, características
marcantes dessa fase.

● Os principais autores da segunda geração romântica portuguesa são:


Camilo Castelo Branco (1825-1890) e Soares Passos (1826-1860).

Terceira Geração Romântica


A Terceira Geração Romântica no Brasil é o período que corresponde de 1870 a 1880.

Conhecida como "Geração Condoreira", uma vez que esteve marcada pela liberdade e uma
visão mais ampla, características da ave que habita a Cordilheira dos Andes: Condor.

Nesse período, a literatura sofre forte influência do escritor francês Victor-Marie Hugo
(1802-1885) recebendo o nome de "Geração Hugoana".

Importante notar que nessa fase, a busca pela identidade nacional ainda continua, não só
focada nas etnias europeia e indígena, mas também na identidade negra do país.

Por esse motivo, o tema do abolicionismo foi bastante explorado pelos escritores, com
destaque para Castro Alves, que ficou conhecido como o "poeta dos escravos".

Características da terceira geração romântica


A Terceira Geração Romântica tem como principais características:

● Erotismo

● Pecado

● Liberdade

● Abolicionismo

● Realidade social

● Negação do amor platônico


Principais autores da terceira geração
Os principais escritores brasileiros dessa fase:

1. Antônio Frederico de Castro Alves (1847-1871)


Escritor baiano de maior destaque da terceira geração romântica, Castro Alves, chamado de
"Poeta dos Escravos” apresenta uma poesia dividida em duas temáticas: a poesia social e a
poesia lírico-amorosa.

Dentre elas podemos destacar: O Navio Negreiro (1869), Espumas Flutuantes (1870), A
Cachoeira de Paulo Afonso (1876), Os Escravos (1883).

2. Joaquim de Sousa Andrade (1833-1902)


Mais conhecido por Sousândrade, Joaquim de Sousa Andrade foi um escritor e poeta
maranhense muito influente da literatura brasileira.

Em 1857, publicou seu primeiro livro de poesia “Harpas Selvagens”(1857). Sua obra mais
destacada é o poema narrativo: O Guesa (1871) baseado na lenda indígena Guesa Errante.

3. Tobias Barreto de Meneses (1839-1889)


Tobias Barreto foi poeta, filósofo e crítico brasileiro, notável pelos seus poemas românticos
com grande influência do escritor Victor-Marie Hugo (1802-1885).

Suas obras: Glosa (1864), Amar (1866), O Gênio da Humanidade (1866), A Escravidão
(1868).

4. Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo (1849-1910)


Um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, Joaquim Nabuco foi um poeta,
jornalista, diplomata, orador, político e historiador brasileiro.

Os principais temas de sua obra: abolição da escravatura e liberdade religiosa. Suas obras:
Abolicionismo (1883), Escravos (1886), Minha formação (1900).

5. Sílvio Vasconcelos da Silveira Ramos Romero (1851-1914)


Sílvio Romero, um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, foi um crítico literário,
poeta, ensaísta, historiador, filósofo, professor e político brasileiro.
Possui uma vasta obra nas áreas da: filosofia, política, sociologia, literatura, folclore,
etnologia, direito, poesia, cultura popular e história.

Destacam-se: A poesia contemporânea (1869), Cantos do fim do século (1878) e Últimos


harpejos (1883).

Romantismo na França: contexto


histórico, características

O Romantismo na França foi filosófica e artística que se desenvolveu


naquele país durante o século XIX e foi inspirado por um movimento de
origem Inglês e alemão do século XVIII.

Seu nascimento foi em parte uma resposta à racionalidade do Iluminismo e


à transformação da vida cotidiana provocada pela Revolução Industrial .
Sua origem coincidiu com o período conhecido como Restauração
Francesa.
Victor Hugo, representante do romancismo francês

Embora inicialmente associado à literatura e música, logo se estendeu às


outras áreas de Belas Artes.Nessas áreas, implicava a ruptura com o
patrimônio racional e ordenado herdado.

Como outras formas de arte romântica, o romantismo francês desafia as


normas do classicismo e do racionalismo filosófico dos séculos anteriores.
Os artistas exploraram vários temas e trabalharam em estilos variados.
Em cada um dos estilos desenvolvidos, a importância não residia no
sujeito ou no apego à realidade ao apresentá-lo. Pelo contrário, a ênfase
foi mantida na maneira como o autor sentiu quando o expôs.

Contexto histórico e social

A Revolução Francesa de 1789 criou uma torrente de ideais românticos


em toda a Europa. Não foi uma luta pela independência de uma potência
imperial externa, mas uma luta interna dentro de uma das grandes nações
da Europa.

Nesse sentido, o conflito era sobre classe social e ideologias políticas


concorrentes, idéias realmente ameaçadoras e revolucionárias.

Devido a essa revolução, todos os princípios do romantismo tornaram-se


repentinamente a base do governo. O clamor por fraternidade, igualdade e
liberdade abalou os fundamentos das monarquias europeias.

Assim, as pessoas comuns passaram a acreditar nos “Direitos do


Homem”. O mundo europeu tentou entender as causas da Revolução
Francesa e quais foram suas principais implicações para a humanidade.

Isso inspirou muitos escritores românticos a pensar na história como uma


evolução em direção a um estado superior. A Revolução Francesa pareceu
anunciar um renascimento da possibilidade humana.

Na velha maneira de pensar, a história era uma pirâmide estática. Era uma
hierarquia que fluía de Deus, para reis, para pessoas comuns e depois
para o mundo natural.
Na nova maneira de pensar, a história fluía mais livremente. Esta foi
considerada uma viagem de propósito, moral. Ele não contou a história de
reis e heróis, mas de democracias, a vontade do povo e o triunfo do
indivíduo.

Características do romantismo francês

Questões sociais

No romantismo francês, o tema central das obras artísticas deixa de ser o


homem pensante e a história. Os temas agora tocam crianças, mulheres
ou a voz do povo.

Esses três elementos não foram levados em consideração na dinâmica


intelectual anterior.

Sensibilidade masculina

A identidade masculina sofreu uma transformação durante o período do


romantismo francês. O homem deixou de ser estóico e tornou-se um
homem sensível que chora, estremece e é sensível às situações ao seu
redor.

Espontaneidade diante do racionalismo

Esse movimento representou o triunfo do espontâneo e da natureza como


novos ideais diante das convenções e da história. Também significou a
recuperação da tradição do mundo medieval e de sua arte, desprezada até
então.
Mudança no paradigma da beleza

Quanto à estética romântica, o conceito de beleza aceito desde o


Renascimento deu espaço a outros valores. Expressividade, verdade e
infinito foram incorporados aos valores estéticos.

Essa extensão da estética deu origem ao pitoresco, ao realista e ao


sublime. Também dava espaço ao seu oposto, a feiura, considerada mais
dinâmica e variada que a beleza.

Autores e trabalhos representativos

Victor Hugo (1802-1885)

Victor Hugo era uma figura literária proeminente do movimento romântico


do século XIX na França. Ele também foi um eminente romancista, poeta,
dramaturgo e ensaísta francês.

Entre suas realizações mais notáveis ​estão as obras imortais


Contemplações (poemas), Les Miserables (romance) e Nossa Senhora de
Paris (romance).

Outros títulos em destaque incluem Odes e Baladas , Orientais , Folhas de


Outono . As canções do crepúsculo , as vozes interiores , os raios e as
sombras , entre uma relação muito extensa de títulos.

Alexandre Dumas, filho (1824-1895)


Dumas foi um dos principais romancistas e escritores franceses, autor da
conhecida peça romântica A Dama das Camélias (1848). Este romance foi
posteriormente adaptado por Giuseppe Verdi na ópera La Traviata.

Membro da Legião de Honra (distinção concedida pela França), apresenta


trabalhos como Aventuras de quatro mulheres e um papagaio , Cesarina ,
Dr. Servans , Antonina , Tristán ou filho do crime , entre muitos outros.

Jean-Jacques Rousseau (1712-1778)

Embora esse filósofo, escritor e teórico político tenha nascido na Suíça,


seus tratados e romances inspiraram os líderes da Revolução Francesa e
da geração romântica.

Seus pensamentos incluem os trabalhos Discurso em Ciências e Artes , La


Nueva Eloísa , Emilio , The Social Contract , The Confessions (2 volumes)
e Lonely Walker (publicado 4 anos após sua morte).

Théodore Géricault (1791-1824)

Jean-Louis André Théodore Géricault foi um pintor francês de vida curta.


Ele viveu apenas 32 anos, e destes dedicou dez à pintura. No entanto, seu
trabalho é amplamente reconhecido.

Ele foi um dos primeiros representantes do romantismo francês. Seus


trabalhos incluem A Jangada da Medusa , Oficial de Caçadores
Carregados , Coracero Ferido saindo do fogo , O trem de artilharia e
Corrida de Cavalos Livre .

Antoine-Jean Gros (1771-1835)


Este pintor romântico francês é lembrado principalmente por suas pinturas
históricas que representam eventos significativos na carreira militar de
Napoleão.

Sua herança cultural pode ser mencionado Madame Pasteur , Bonaparte


na ponte de Arcola , Retrato de Christine Boyer , A Batalha de Nazaré , o
primeiro cônsul Bonaparte , Bonaparte visitar as vítimas da peste de Jaffa ,
entre outros.

Relacionado: Arquitetura Bizantina: História, Características e Obras

Henri-Benjamin Constant de Rebecque (1767-1830)

Esse representante do romantismo francês era político, jornalista, filósofo e


escritor. Promovo para a França um modelo político semelhante ao inglês:
divisão de poderes e monarquia constitucional.

De seu trabalho destacam-se Adolfo , Caderno Vermelho , Cécile , La


Guerra , El Critical Scepter e Curso de Política Constitucional .

Lucíola

Resumo da obra

Conta a história romântica de Lucíola e Paulo. Lucíola, como é conhecida Lúcia na


sociedade, é uma cortesã de luxo do RJ em 1855. E Paulo um rapaz do interior que
veio para o Rio para conhecer a corte.
Na primeira vez que Paulo viu Lúcia, julgou ela como meiga e angelical, mesmo seu
amigo Sá contando barbaridades sobre ela e revelando a sua verdadeira profissão,
Paulo manteve essa imagem em seu coração.

Descobrindo sua casa, Paulo foi visitá-la, e sendo as circunstâncias favoráveis, ela
entregou-se a ele como no mais belo ato. Depois disto, Lúcia passou a ser vulgar e
mesquinha, desprezando o amor de Paulo, bem como havia dito Sá a respeito dos
modos da moça.

Paulo então viu Lúcia com outros homens, como Jacinto, e sentiu ciúmes, mas
Lúcia justificou alegando ser ele apenas um negociante.

Em uma festa a que tanto Paulo quanto Lúcia estavam presentes, todos os
convidados beberam e jogaram a vontade, tanto os homens quanto as mulheres.
Nas paredes havia quadros de mulheres nuas, e como Lúcia era uma prostituta, a
pedido e pagamento dos cavalheiros, ela ficou nua diante dos presentes.

Para Paulo aquela não era a imagem que ele havia visto na casa e na cama de
Lúcia. Esta era repugnante e vulgar, aquela bela e fantástica. Para ele, não era
Lúcia que ali estava, aquela jovem meiga que conhecera, e sim Lucíola, a prostituta
mais cobiçada do Rio de Janeiro. Então, Paulo retirou-se, alegando que já havia
visto paisagens melhores.

Lúcia arrependeu-se do que fez e eles se reconciliaram. Paulo a amava


desesperadamente de forma bela e pura, e Lúcia, em seus conturbados
sentimentos, decidiu então dedicar-se inteiramente a esse amor para que sua alma
fosse purificada por ele.

Então vendeu sua luxuosa casa e foi morar em uma menor e mais modesta. E
contou a Paulo sua história:

Seu nome verdadeiro era Maria da Glória e, quando em 1850 houve um surto de
febre-amarela, toda sua família caiu doente, do pai à irmãzinha.
Para poder pagar os medicamentos necessários para salvá-los, Lúcia se entregou
para Couto, a quem, a partir disso, ela passou a desprezar profundamente. Nessa
época ela tinha 14 anos, e seu pai, ao descobrir, a expulsou de casa.

Ela então, fingiu sua própria morte quando sua amiga Lúcia morreu, e assumiu o
seu nome.

Agora, com o dinheiro que conseguia, pagava os estudos de Ana, sua irmã mais
nova. Paulo ficou muito comovido com a história de Lúcia. Ele sempre a visitava e
numa noite de amor ela engravidou, mas adoeceu. Lúcia acreditava que a doença
era pelo seu corpo “não ser puro”, como a sociedade a julgava.

Por fim, Lúcia confessou seu amor a Paulo e disse pertencer a ele. Ela o informou
que gostaria que ele se casasse com sua irmã, Ana, que tinha vindo morar com
eles. Paulo recusou-se, assim como Lúcia também recusou o aborto. E por isso, ela
acabou morrendo grávida.

Após cinco anos desde a morte de Lúcia, Ana passou a ser vista como uma filha
para Paulo, que a amparava. E seis anos depois da partida de Lúcia, Ana casou-se
com um homem de bem e Paulo continuou triste com a morte do único amor da sua
vida.

Análise da obra

Lucíola é um romance urbano, em que Alencar transforma a cortesã em heroína,


quando esta tem sua alma “purificada” com o amor de Paulo. Ela não se permite
amar, por acreditar que seu corpo é sujo e vergonhoso, e ao fim da vida, quando
admite seu amor, declara-se pertencente a Paulo.

É a submissão do amor romântico, onde a castidade é valorizada na sociedade da


época.
Inclusive, percebe-se justamente uma crítica social e moral ao preconceito. O
romance do casal causou comentários na sociedade. Paulo se viu dividido entre o
amor e o preconceito.

A atração física superou essa barreira, mas até o final, Lúcia se sentia indigna do
amor de Paulo e do sentimento de igualdade que deveria existir entre os amantes.

A publicação de “Lucíola” foi um evento significativo na literatura brasileira do século


XIX.

José de Alencar, um dos principais escritores do movimento literário conhecido


como romantismo no Brasil, utilizou a obra para trazer reflexões sobre a sociedade
e suas contradições, abordando questões como a hipocrisia moral e a posição das
mulheres na época.

Ao retratar a personagem de Lucíola, Alencar desafia os estereótipos femininos da


época, apresentando-a como uma mulher complexa e multifacetada, capaz de
despertar paixões e questionar as normas sociais.

Através do romance entre Paulo e Lucíola, o autor também aborda as diferenças de


classes sociais e as consequências das escolhas individuais em uma sociedade
hierarquizada.

Personagens de Lucíola

1. Paulo Silva: O protagonista do romance, um jovem advogado que se envolve


emocionalmente com Lúcia, conhecida como Lucíola. Ele é retratado como
um homem dividido entre seus sentimentos por Lucíola e as convenções
sociais da época.

2. Lúcia (Lucíola): Também conhecida como Maria da Glória, seu verdadeiro


nome, é uma cortesã, uma prostituta de luxo. Ela é uma mulher complexa e
sedutora, capaz de despertar paixões intensas em Paulo. Lucíola é retratada
como uma personagem com camadas e nuances, desafiando os estereótipos
femininos da época.

3. Sá: Amigo de infância de Paulo e figura influente na sociedade carioca. Ele


representa a hipocrisia social e é um exemplo de homem que segue as
convenções sociais em vez de seguir seus próprios desejos e emoções.

4. Couto: o homem que se aproveitou da inocência de Lúcia quando ela tinha


somente 14 anos, a quem ela acabou se entregando para conseguir o
dinheiro do tratamento da família.

5. Ana: A irmã mais nova de Lúcia.

Moreninha
Personagens
Confira abaixo os principais personagens da obra:

● Augusto: estudante de medicina que se apaixona por Carolina.

● Leopoldo: estudante de medicina.

● Fabrício: estudante de medicina.

● Filipe: estudante de medicina e irmão de Carolina.

● D. Carolina: irmã de Filipe.

● D. Ana: avó de Filipe.

● Joana: prima de Filipe.

● Joaquina: Prima de Felipe.

Resumo da Obra
O romance relata a vida de quatro estudantes de medicina durante um final de
semana.

No feriado de Sant’Ana um grupo de amigos estudantes de medicina vão para ilha


de Paquetá, no Rio de Janeiro.

Augusto, Leopoldo, Fabrício e Filipe vão passar o feriado na casa da avó de Filipe.
Augusto, um dos namoradores do grupo, foi desafiado por Filipe a conquistar uma
das meninas.

Sendo assim, ficou combinado que se ele se apaixonasse por uma delas, deveria
escrever um romance. Do contrário, Filipe o escreveria.

Todavia, durante um jantar Fabrício acaba por revelar características de Augusto, o


que leva as garotas a se afastarem dele.

Entretanto, a irmã de Filipe, Carolina, é a única em que cogita a possibilidade de se


aproximar dele.

Nesse final de semana, Augusto revela para a avó de Felipe sobre uma de suas
paixões. Foi durante uma viagem à praia que ele conheceu uma garota.

Na época, Augusto lhe ofereceu um camafeu enrolado numa fita verde. Mas, até
hoje não sabe o nome da garota.

Quando todos retornam aos estudos, Augusto sente falta de Carolina e resolve ir
encontrá-la na Ilha de Paquetá.

Quando ela lhe entrega o embrulho do camafeu que ele outrora deu para uma garota,
o mistério de seu amor é revelado. Assim, para cumprir a promessa, ele escreve o
romance intitulado A Moreninha.

Confira a obra na íntegra, fazendo o download do PDF aqui: A Moreninha.


Análise da Obra
O romance romântico A Moreninha inaugurou o romantismo no Brasil. Foi
primeiramente publicado nos folhetins, ou seja, semanalmente era lançado um
capítulo ao público.

Com uma linguagem simples, e muitas vezes coloquial, o tema do amor idealizado e
puro é central na trama.

A obra retrata os costumes da alta sociedade do Rio de Janeiro em meados do


século XIX. O discurso direto é um recurso muito utilizado por Manuel, com o intuito
de transmitir autenticidade e espontaneidade nas falas dos personagens.

Senhora
Publicado pela primeira vez em 1875, o romance Senhora, de José de
Alencar, pertence ao Romantismo. O livro é dividido em quatro partes - o
preço, quitação, posse e resgate - e tem como tema central o casamento
por interesse.

Resumo da obra

A protagonista Aurélia Camargo é filha de uma costureira pobre e deseja


se casar com o namorado, Fernando Seixas. O rapaz, porém, troca Aurélia
por Adelaide Amaral, uma menina rica que proporcionaria um futuro mais
promissor.

O tempo passa e Aurélia torna-se órfã e recebe uma herança enorme do


avô. Com a fortuna que adquire, a moça ascende socialmente e começa a
ser vista com outros olhos, principiando a ser cobiçada por pretendentes
interesseiros.

Ao saber que o antigo namorado ainda estava solteiro e em maus lençóis


financeiros, Aurélia resolve se vingar do abandono sofrido e se propõe a
comprá-lo. Os dois, por fim, casam-se.
Fernando atura as chacotas da mulher até que consegue trabalhar e reunir
dinheiro suficiente para cobrir o que a moça empregara no casamento,
comprando assim a sua "liberdade". Aurélia percebe a mudança de atitude
de Fernando e o casal faz as pazes, consumando, por fim, o casamento.

O que torna o enredo tão interessante?

A grande reviravolta da obra se dá porque a personagem Aurélia é


apresentada como uma moça meiga, apaixonada, dedicada e, após o
abandono do namorado, torna-se fria e calculista.

Fernando, por sua vez, percorre o caminho ao avesso: começa a história


como um interesseiro em busca de um bom casamento arranjado e
termina o relato como um homem trabalhador que consegue a redenção.

José de Alencar demonstra em seu romance uma preocupação com a


demasiada importância que a sociedade burguesa dá ao dinheiro. O autor
sublinha de que forma o fator financeiro condena o destino das pessoas.

Em relação à narração, Senhora é narrado em terceira pessoa por um


narrador observador. O romance é rico em detalhes cenográficos e
descrições psicológicas dos personagens.

Contexto histórico

Vale lembrar o contexto histórico brasileiro em que foi publicado o


romance: no século XIX o público letrado ainda se encontrava em
processo de consolidação.

Era relativamente frequente também, na altura da publicação de Senhora,


o casamento por interesse, no entanto, a protagonista Aurélia condena
essa prática, sendo movida única e exclusivamente por amor, deixando
claro que deseja se unir em matrimônio perpétuo com alguém por quem
nutrice, de fato, afeto. O romance denuncia igualmente a sociedade de
aparências.

Vejamos um trecho da discussão entre Aurélia e Fernando:


Mas a senhora deve saber que o casamento começou por ser a compra da mulher
pelo homem; e ainda neste século se usava em Inglaterra, como símbolo do divórcio,
levar a repudiada ao mercado e vendê-la ao martelo.

Corrente literária

Senhora é um romance que pertencente ao Romantismo Brasileiro.

Os livros produzidos durante este período possuem forte tendência ao


nacionalismo. José de Alencar se inspirou em Ossian e Chateaubriand e
adaptou os recursos aprendidos incluindo pinceladas de influência local.
Alencar investiu igualmente em uma linguagem repleta de musicalidade.
Tais recursos já haviam sido experimentados antes, O Guarani, romance
publicado antes de Senhora, que teve grande sucesso de público.

Personagens

Aurélia

Aurélia Camargo é uma adolescente de dezoito anos, de origem humilde,


filha de uma camareira. Independente e emancipada, a vida de Aurélia
muda após o recebimento de uma inesperada herança do avô.

Fernando

Fernando Seixas é o namorado de Aurélia Camargo durante a juventude.


Como a moça não possuía meios e bens, o rapaz, que era um alpinista
social, decide trocá-la por Adelaide Amaral, uma jovem capaz de oferecer
um futuro abastado.

Adelaide

Adelaide Amaral é uma moça milionária que acaba por noivar com
Fernando Seixas. O rapaz abandona Aurélia para estar com Adelaide por
motivos financeiros, no entanto rejeita Adelaide e volta para Aurélia
quando a moça enriquece.

D. Firmina
D. Firmina Mascarenhas é uma parente idosa que ficou responsável por
acompanhar Aurélia Camargo em suas aparições na sociedade.

Os Miseráveis de Victor Hugo (resumo


do livro)
Os miseráveis (no original Les Misérables) foi uma obra-prima publicada
pelo autor francês Victor Hugo no ano de 1862. Celebrado como um
clássico que venceu o tempo, o texto transcendeu as páginas do livro e foi
adaptado inúmeras vezes para o cinema e para o teatro.

Resumo do livro

A história é passada na França durante o século XIX, os cenários são


descritos com extrema riqueza de detalhes. O protagonista, Jean Valjean,
é um homem comum que se vê obrigado a alimentar a sua família faminta
e, para tanto, rouba um pão da vitrine de uma padaria. O jovem foi
condenado a cinco anos de prisão por furto e arrombamento.

O passado do rapaz era trágico: Jean ficou órfão de pai e de mãe quando
ainda era criança, tendo sido criado por uma irmã mais velha que já tinha
sete filhos. Assim que a irmã fica viúva, o irmão torna-se o arrimo da
família.

Como tenta inúmeras vezes fugir da prisão e tem um notável histórico de


mau comportamento, Valjean é condenado a trabalhos forçados por
dezenove anos.

Ao deixar a prisão, é rejeitado por onde passa pois todos o temem devido
ao seu passado violento. Jean é expulso de hospedarias e rejeitado em
casas particulares quando toca a campainha. Por fim, é abrigado por um
bispo, um homem generoso que o acolhe.

Valjean, porém, decepciona aquele que o acolheu após roubar castiçais e


talheres. Quando é capturado pela polícia, no entanto, recebe o perdão do
bispo, que mente para as autoridades ao afirmar que havia dado os
objetos de presente para o antigo prisioneiro. A partir desse momento,
Valjean resolve mudar de vida, passando a ser um homem honesto e de
bem.

O antigo delinquente muda de identidade e torna-se dono de uma fábrica


na Alemanha, onde ninguém conhece o seu passado obscuro. Apesar de
ter conseguido construir um novo destino, Valjean vive assombrado pela
possibilidade de ser reconhecido. O inspetor Javert, um sujeito aficcionado
pela justiça, anda a sua procura durante diversos anos.

Na fábrica, Valjean conhece a pobre Fantine, uma moça que engravidou


de um estudante e foi abandonada. A jovem resolve dar à luz a Cosette,
mas precisa deixá-la sob os cuidados dos Thenadièrs. Com o salário que
recebia na fábrica enviava mensalmente uma mesada para a menina, sem
saber que os responsáveis por cuidar dela a agrediam.

Quando o supervisor da fábrica descobre o passado de Fantine, demite a


moça. Diante de tal cenário, a jovem vê-se obrigada a vender os próprios
cabelos, os dentes, e chega a se prostituir. Valjean, quando fica a par da
história, decide adotar a menina Cosette e criá-la como filha.

Cosette cresce e casa-se com o jovem idealista Marius. Quando Valjean


morre, a filha adotiva manda gravar em seu túmulo a seguinte
homenagem:

Dorme. Viveu na terra em luta contra a sorte


Mal seu anjo voou, pediu refúgio à morte
O caso aconteceu por essa lei sombria
Que faz que a noite chegue, apenas foge o dia!

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