Resenha do livro A Moreninha de Joaquim Manuel de Macedo, publicado em 1844

Campo Bom, dezembro de 2020

Um Romance Divertido que Apenas Decai

 Durante o primeiro período do Romantismo no Brasil, alguns autores ganharam
destaque por ajudar a popularizar esse gênero que ainda dava os primeiros passos no
país, um deles, foi Joaquim Manuel de Macedo, nascido em 1820 no Rio de Janeiro,
filho de Severino de Macedo e Benigna Conceição, ainda com 24 anos se formou em
medicina e no mesmo ano publicou o que seria sua tão aclamada obra que lhe trouxe
tanta popularidade, “A Moreninha”, após tamanho sucesso ele largou completamente a
carreira de médico para focar totalmente na de escritor, ainda foi professor dos filhos
da princesa Isabel e foi deputado no Partido Liberal, faleceu antes de completar 62
anos em 1882.

“A Moreninha” (Acervo online da Biblioteca Nacional, 92 p., gratuito), conta a

história de Augusto um rapaz que só pôde amar uma única vez e então se tornou
inconsistente e jamais consegue passar mais do que algumas horas com uma mulher,
e seus amigos Filipe, Leopoldo e Fabrício, eles se reúnem para passar o feriado de
Sant’Ana na ilha onde fica a casa da vó de Filipe, com a promessa de diversas garotas
de diferentes tipos, incluindo suas primas Joaquina e Joana, além de sua jovem irmã
Carolina, também chamada de Moreninha. Porém antes de irem é feito uma aposta
entre Augusto e Filipe, em que caso Augusto voltar da ilha tendo se apaixonado por
alguma das garotas, ele teria que escrever um romance sobre essa história, e caso
contrário Filipe que iria escrever. Augusto na ilha tenta interagir e conquistar as
diversas damas que ali estavam, porém ao se recusar a ajudar seu amigo Fabricio em
uma situação que o necessitava, Fabricio revela na frente de todos sobre o problema
de Augusto de ser inconsistente, e a partir daí todas as garotas ali começam a evitar o
máximo possível Augusto, menos a arteira Moreninha que apesar de aplicar
travessuras em todos irá de algum modo simpatizar com o jovem estudante, e assim
começa um romance entre dois personagens que compartilham de um mesmo
segredo mesmo não sabendo.

O livro sabe apresentar e moldar bem ambos os protagonistas, Augusto e

Moreninha, que por boa parte do livro tem seu romance evoluído com bastante
consistência, o autor sabe criar as devidas situações para os personagens se
aproximarem além de saber fazer o amor ter química, sem parecer algo forçado,
Augusto com seu ar levemente arrogante e “debochado” que as vezes tem é
totalmente submisso a jovem garota, coisa que evoluiu desde a primeira impressão
que teve dela cuja era extremamente negativa, isso além de dar espaço para cenas
extremamente divertidas com um bom dinamismo, adiciona substancia à relação deles
conforme o tempo vai passando, é nítido como a aproximação entre eles acontece de
maneira natural.
 Ainda assim o autor acaba se perdendo em algumas ideias que poderia
trabalhar de maneira bem melhor, como a situação de Fabricio com Joana que é o
maior gatilho para todas as infelicidades que Augusto passa na ilha por ter seu
segredo revelado, mas nada mais daquilo é contado, tanto que na segunda metade do
livro os amigos de Augusto são bem dizer descartados, Filipe aparece uma vez ou
outra enquanto os outros dois são apenas esquecidos, além do pai de Augusto que
não teve uma menção durante a obra toda e fazia parecer que nem existia, para no
final ter sua apresentação apenas para causar um rápido drama que acaba por ser
meio artificial, o mal uso de personagens secundários faz parecer que não tem uma
real importância na obra fora o romance de Augusto e Moreninha, porém se assim
fosse, não havia necessidade de apresentar tantos personagens. O final acaba sendo
bastante anticlimático e até feito às pressas, com uma interessante angústia que é
resolvida rapidamente e uso exagerado das reações dos personagens, e isso
desencadeia outro ponto negativo, que é o fato do livro ser extremamente datado,
ainda que seja entendível é inegável que o livro é um grande conjunto de clichês
analisando nos dias de hoje, graças a saturação do gênero do romance, e isso
prejudica bastante a obra.

No fim das contas, A Moreninha é um livro divertido com um bom romance, que
acaba se perdendo por algumas ideias mal trabalhadas e um roteiro previsível, mesmo
assim, continua sendo um dos grandes feitos durante o romantismo Brasileiro,
servindo de inspiração para muitos escritores.

Referência:

Academia Brasileira de Letras (ABL), Biografia de Joaquim Manuel de Macedo.

Acessado em 04/12
https://www.academia.org.br/academicos/joaquim-manuel-de-macedo/biografia
 Autoavaliação da primeira versão da Resenha

AUTOAVALIAÇÃO
Aluno(a): Vinícius Rafael do Rosário
Título da Resenha: O Divertido Romance de A Moreninha
Responda: Sim Não Em
parte
1. A linguagem está de acordo com a X
norma-padrão da língua portuguesa?
2. A tese está clara? Ou seja, há uma X
opinião clara sobre o livro?
3. O resumo é breve e dá uma boa X
ideia do livro?
4. Os argumentos são adequados e X
consistentes?
5. Os adjetivos foram bem usados (são X
precisos e significativos)?
6. Emprega recursos para substituir X
palavras que se repetiram?
7. É possível perceber claramente os X
pontos positivos e negativos da
obra?
8. Há um título original? X

9. A formatação do texto está X

adequada, com margens justificadas
e espaçamento corretos para uma
boa apresentação?
Autoavaliação da resenha reescrita
 AUTOAVALIAÇÃO
Aluno(a): Vinícius Rafael do Rosário
Título da Resenha: Um Romance Divertido que Apenas Decai
Responda: Sim Não Em
parte
1. A linguagem está de acordo com a X
norma-padrão da língua portuguesa?
2. A tese está clara? Ou seja, há uma X
opinião clara sobre o livro?
3. O resumo é breve e dá uma boa X
ideia do livro?
4. Os argumentos são adequados e X
consistentes?
5. Os adjetivos foram bem usados (são X
precisos e significativos)?
6. Emprega recursos para substituir X
palavras que se repetiram?
7. É possível perceber claramente os X
pontos positivos e negativos da
obra?
8. Há um título original? X

9. A formatação do texto está X

adequada, com margens justificadas
e espaçamento corretos para uma
boa apresentação?