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Cena 1 ( quarto do estudante)

Augusto: (entra sorridente e falando com os amigos) Não sei o que eu tenho que faz essas
meninas ficarem doidas, ontem no baile todas me queriam porém eu não quis nenhuma

Felipe: Para de ser convencido e me deixa falar, minha vó quer que a gente vá para Paquetá
para o dia de Sant’ Ana.

Augusto: Não sou convencido apenas serei sempre um insensível!

Felipe: Pois eu duvido, em menos de um mês estará caidinho por uma mulher. Eu aposto com
você!

Augusto: Pois então a aposta já está ganha

Leopoldo: Vamos escrever esta aposta para que você não possa fugir depois

Fabrício: Ótima ideia Leopoldo!

Augusto: (com ironia) mulher que me apaixone em menos de um mês? Ta pra nascer

Felipe: Está dizendo isso porque não conhece nenhuma prima minha. Elas estão lá em
Paquetá.

Leopoldo: Eu conheço e meu Deus que meninas são aquelas

Felipe: Então, tem a Joana que é branca e a mais velha, a Joaquina, de cabelos cacheados e
terão outras meninas lá, só não poderão chegar em minha noiva Clementina e minha irmã.

Leopoldo: A moreninha você quer dizer

Felipe: Vamos a aposta

Narração: Feita a aposta de que se Augusto permanecesse apaixonado pela mesma mulher por
15 dias ele teria que escrever um romance caso contrário quem sofreria a penalidade seria
Felipe. Chegando a casa de dona Ana, Augusto logo conhece a Moreninha e já a tem como
malcriada e feia e faz de tudo para evitar cair nas graças das moças fazendo com que elas o
percebam como leviano em relação ao amor.

Cena 2 ( Jardim da casa de dona Ana)

Augusto: Se me derem licença preciso conversar com Dona Ana a sós (os meninos saem)

D. Ana: Com prazer, tenho certeza que no fundo do seu coração, você pensa bem diferente do
que mostra.

Augusto: Você tem razão, tenho que ser insensível com todas pois preciso me preservar todo
meu amor para uma só.

D. Ana: E quem é? Como se chama? É da corte?

Augusto: Também queria saber, mas a verdade é que eu não sei, tudo que tenho sobre ela é
esse breve e minhas memórias

D. Ana: Que breve é esse?


Augusto: Eu ganhei de uma garotinha em uma praia quando eu tinha 12 anos, jurei que seria
constante só a ela, que hoje deve estar uma moça linda

D. Ana: Deus vai ajudar você a encontrar esta moça. Bem... vou indo, preciso preparar o sarau

( Ela sai e ele fica pensativo)

Cena 3( sala da casa de dona Ana)

(Augusto entra na sala e vê Carolina bordando) Augusto: Que lindo bordado, você tem
talento.

Carolina: Talento é? Quem neste mundo não sabe bordar?

Augusto: Eu não

Carolina: Só não sabe porque não quer

Augusto: Então me ensina a Bordar

Carolina: Acho melhor não, sou uma professora muito raivosa e acho legal o uso da palmatória

Augusto: Aceito as suas condições

Carolina: A palmatória doeria muito, então quando errar lhe darei um puxão de orelhas

Augusto: Então combinado minha senhora( Augusto tenta beijar Carolina mas ela desvia)

Carolina: Senhora não, mestra. Agora pegue a agulha e passe a linha

Narração: A tarde se foi com Augusto tendo várias lições sobre bordado, muitos puxões de
orelha e uma tarefa para a próxima semana que seria bordar um lenço por conta própria.

Cena 4 ( Inicio do sarau)

Narração: As meninas chegam e todos vão dançar, na segunda dança Augusto pede para
dançar com Carolina e ela nega e derruba propositalmente refresco em Augusto. Paula
desmaia e Felipe chega perto de seu hálito afirmando que ela bebeu vinho, Carolina rebate
afirmando que Paula não é de beber. Augusto entra na conversa dizendo que ela precisa de ar
e um escalda pés, logo após todos saem e ficam apenas Augusto e Carolina)

Cena 5 (sala da casa)

Carolina: Eu vou buscar água quente

Augusto: Eu vou trocar minha calça e já venho cuidar de sua babá

(Carolina volta com uma bacia e derrama água quente e coloca os pés de Paula dentro) (
Augusto entra na sala novamente, Carolina o olha e começa a falar)

Carolina: Paula é minha babá não quero que nada aconteça com ela

Augusto: Ela vai ficar bem, mas você está queimando suas mãos deixa que eu faço isso

Carolina: Você?
Augusto: Sim, sou perfeitamente capaz de cuidar dela ( Augusto brinca jogando água em
Carolina e tenta beijar ela)

( Paula acorda assustada)

Paula: O que aconteceu?

Carolina: Você desmaiou, está se sentindo melhor?

Paula: Sim, sim! Vou ver se Dona Ana precisa de algo ( Sai apressada)

Carolina: Obrigada por cuidar dela

Augusto: Não foi nada!

( Paula volta para a sala)

Paula: Desculpa atrapalhar vocês, mas a senhora Ana pediu para te chamar Augusto, parece
que seu tio está lá na sala para pedir a mão da Carolina como você pediu. ( Paula sai
novamente)

Carolina: Não acredito que você teve a audácia de me pedir em casamento sem falar comigo,
está doido? Esqueceu da menininha que jurou amor?

Augusto: Não esqueci, mas agora meu coração é seu!

Carolina: Por favor! Meu por quantos dias?

Augusto: Para sempre!

Carolina: Você disse isto a ela anos atrás, cumpra sua palavra!

Augusto: Isso já é impossível e se suas intenções eram não me corresponder porque me deu
esperanças?

Carolina: Ora, por vaidade! Soube de sua aposta e quis me vingar

Augusto: Então você venceu, vou embora para longe

Carolina: Precisa ir e encontrar a menina

Augusto: Irei encontrar e darei de volta a prenda que me deu ( Tira do bolso o breve)

Carolina: Meu Deus!

Augusto: O que foi?

Carolina: É o meu breve

Augusto: Seu breve? Então você é minha esposa, meu amor. Por que não me disse antes?

Carolina: Queria ver até onde seria infiel

Augusto: Infiel? Mas como, se você que é minha esposa

Carolina: Você não cumpriu o que prometeu quando éramos crianças. Você é um inconstante

Augusto: Não me julgue, você e minha esposa menina são a mesma pessoa

Carolina: Então você me traiu comigo mesma( Carolina ri e abraça Augusto)


( Todos entram na sala)

Felipe: Mas e a aposta?

Fabrício: Ué, Augusto perdeu né

Leopoldo: E vai ter que pagar

Fabrício: Vai ter que escrever a sua historia de amor com Carolina em um livro

Augusto: Tudo bem, cumprirei a aposta e escreverei o livro

Carolina: E qual vai ser o nome desta livro?

Augusto: O único possível: A moreninha

( Carolina beija Augusto e todos aplaudem )

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