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Deve ser um lugar muito interessante essa “Ilha do Soldado”, eu me lembro de ler
sobre o local. Parece que um americano milionário comprou a ilha e construiu uma
mansão luxuosa no lugar. Alguns anos depois, ele a vendeu para outra pessoa…
Ninguém sabe ao certo.
Eu passei três anos sem ouvir sobre minha querida Constance, e duas semanas atrás
eu recebi está estranha carta dela. Típico dela, sempre me surpreendendo.
Vai ser bom passar alguns dias nesta ilha com ela, eu estava precisando de férias.
Phillip Lombard
Preciso me manter focado no trabalho!
(Pausa)
Mas que tipo de trabalho é esse? Aquele homem estranho, “Morris”, não me falou
nada a respeito. Ele só disse:
“Não posso te dizer nada! Meu cliente sabe da sua incrível reputação em situações
complicadas. Vamos te pagar o valor que o Senhor pediu, e só precisará ficar na ilha
por uma semana, preparado para qualquer tipo de situação.”
Gostaria de poder recusar, mas eu realmente preciso do dinheiro…Bom, eu já estive
em apuros antes. Eu sempre me livro de qualquer problema.
John – Pois é, meu jovem, é bom ser isento da ferrugem. (dá um tapinha no ombro
dele) Mas cantigas de ninar são para a hora de dormir.
Anthony – (fazendo uma pequena saudação militar) Sim senhor! Acho que é melhor
irmos aos quartos agora, falando em dormir.
John – Com toda certeza! Sr. Rogers, onde está nosso anfitrião, o Sr. Owen?
Thomas – O Sr. Owen infelizmente se atrasou. Está previsto que chegará na ilha
amanhã.
Tony – Não tem nada que podemos fazer, certo? Vamos comer.
Lawrence – De fato.
(Enquanto isso, Thomas vai até o gramofone e coloca o disco para tocar)
“Senhoras e senhores, silencio por favor! Este é seu anfitrião, Sr. Owen falando.
Dr. Edward George Armstrong, você causou a morte de Louisa Mary Clees sob a
influência do álcool.
General John Gordon Macarthur, mandou o amante de sua mulher, Arthur Richmond,
para a morte.
Anthony James Marston, você é culpado pelo assassinato de John e Lucy Combes.
Thomas e Ethel Rogers, vocês são responsáveis pela morte de sua empregadora,
Jennifer Brady.
Vera – Quem era aquela pessoa falando? Não pode ser o Sr. Owen.
Anthony – Ei, vocês estão se esquecendo de uma coisa, quem diabos que ligou esse
gramofone?!
Edward – Ah, você voltou. Ficará bem, Sra. Rogers, só respire fundo e com calma.
Ethel – Eu desmaiei?
Edward – Sim.
Thomas – Sim… Mas eu não sabia o que era, o disco estava lacrado!
Lawrence – Pela minha experiência como juiz, acho que deveríamos analisar os fatos, e
juntar tudo o que sabemos sobre o Sr. Owen.
Edward– Eu concordo.
Lawrence – Primeiramente, quem convidou cada um de vocês para vir para à ilha?
Vera – Eu estava procurando um emprego, e recebi esta proposta para ser a secretaria
do Sr. Owen.
Emily – Bom, eu recebi uma carta de uma antiga amiga me convidando para vir… Eu
achei que ela estaria aqui.
Edward – No meu caso,o Sr. Owen me chamou para examinar sua esposa sem que ela
percebesse.
John – Também recebi uma carta de meus amigos…
Lawrence – Sr.Lombard?
William – Eu também.
Emily – Um Segundo, Sr. Harris. Aquela voz te chamou de “William Henry Blore”, não?
Acho que está escondendo alguma coisa de nós!
William – Okay, okay… Eu posso explicar! Eu sou o William Henry Blore. Sou um ex
policial, e trabalho como detective particular. Este Sr. Owen me contratou, e não
explicou muito bem o trabalho. Ele queria ter certeza de que todos vocês chegassem
aqui.
Lawrence – Vamos seguir adiante. Vamos falar do disco… Alguém tem algo a dizer
sobre as acusações feitas?
Anthony – Este Owen é um doido varrido! Deve ter fugido de algum manicômio, e está
por aí andando com uma camisa de força.
John – Eu também gostaria de esclarecer. Este homem, Richmond... Era um dos meus
soldados. Eu o mandei para o campo de batalha e ele foi morto. Causa natural dos
eventos naquela época. Ele não era amante da minha mulher, este Sr. Owen é louco.
Anthony – Estou pensando... John e Lucy Combes. Devem ser as duas crianças que eu
atropelei em Cambridge. É claro que foi um acidente! Eu estava dirigindo muito rápido,
nem consegui vê-los entrando no meio da rua!
Anthony – Ei, eu tive o que mereci! Perdi minha carteira de motorista por um ano!
Ethel – Ela sempre teve problemas de saúde. Houve uma tempestade naquela noite.
Ficamos sem telefone… Não tivemos como chamar um médico para ela.
Thomas – Eu fui correndo até a cidade, mas quando o médico chegou, já era tarde
demais.
William – Mas vocês ganharam dinheiro com a morte dela, não foi?
Ethel – Madame Brady nos deixou uma herança, mas foi por nossos fiéis serviços! Isso
não significa nada!
Edward – Sua esposa precisa descansar, Sr.Rogers. Leve-a para seu quarto e a dê estas
pílulas. Ela vai dormir até amanhã.
William – Landor? Eu era o policial encarregado do caso dele. Landor pegou prisão
perpétua e morreu um ano depois. Ele era um homem delicado. O caso era bastante
claro, eu só estava fazendo meu trabalho.
Edward – Eu estou completamente perdido aqui. O nome Louisa Clees não me faz
lembrar nada. Não me lembro de nenhum paciente com este nome, pode ter sido
alguém que morreu em cirurgia. Sempre aparece alguém querendo culpar o médico.
Emily – Vocês estão esperando que eu diga alguma coisa? Não tenho nada a dizer.
Emily – Nada! Não fiz nada de errado, e minha consciência está limpa!
(Rogers volta)
Vera – Eu não sei vocês, mas eu sugiro irmos embora daqui agora mesmo. Esse Sr.
Owen pode ser perigoso.
Thomas – Não há barcos nesta Ilha, senhorita. Fred Narracott vem toda manhã e nos
trás o jornal e as correspondências.
Anthony – Ir embora? Eu não vou embora! Se este Sr. Owen quer brincar com a gente,
vamos brincar! Eu não tenho medo dessa situação. Enquanto tivermos boa comida e
bebidas o bastante, eu ficarei!
(Tony bebe da taça de vinho, mas começa a tossir antes decair no chão, imóvel)
William – Talvez o Sr. Rogers esteja errado, talvez tenha mais alguém nesta ilha! (Pega
o copo e coloca um pano em volta dele)
Ethel – Eu disse que a gente não devia ter vindo trabalhar aqui! Eu sabia que alguém ia
descobrir, mais cedo ou mais tarde...
Thomas – Fala mais baixo, Ethel. Mesmo que os convidados achem que seja verdade,
eles também tem acusações contra eles.
Ethel – Se a gente tivesse socorrido a Madame enquanto ainda dava tempo, a gente
não teria que lidar com isso, Thomas! A idéia foi sua a final!
Thomas – Eu estava pensando no que era melhor pra nós! Você também não estava
cansada de servir aquela velha?
Ethel – Sim, mas não significa que eu queria viver com o fato de que a gente deixou ela
morrer! Mentiras pra esquerda e pra direita, eu não sei como que você aguenta.
Thomas – Olha Ethel, já chega desse assunto! Você cisma com ele nas piores horas, e
principalmente quando você fica emotiva assim. Toma os remédios e vai dormir.
(oferece ela o copo e os comprimidos)
Ethel – Mas e o doutor...? É seguro eu tomar o que ele recomendou mesmo com o que
o gramofone disse?!
Thomas – Eu já disse pra parar de cismar com as coisas! O doutor não faria algo tão
incompetente.
(blackout)
(A cena está escura, mas dá para ver que Ethel está em sua cama)
??? – Aqui, tome isso. (dá a ela um copo d’água com alguma coisa)
Como que sabem sobre o Cyril? Eu nunca contei pra ninguém a verdade!
(pausa)
Talvez os outros convidados sejam tão culpados de seus crimes quanto eu.
(pausa)
Eu era jovem, idiota e apaixonada. A morte de Cyril era a única forma de eu poder
ficar com Hugo. Sem o ele, Hugo ficaria com todo o dinheiro da família, e nós
finalmente poderíamos ficar juntos. Mas as coisas não são tão fáceis assim… Quando
ele olhou para mim depois que o garoto se afogou… Era como se ele soubesse do que
aconteceu. Ah, eu preciso parar de pensar nisso! Se não eu não vou conseguir
descansar.
(A cena começa no quarto que agora está iluminado, Thomas entra em cena)
Thomas – Ethel, acorda. Temos que preparar o café da manhã para os convidados. Eu
já preparei a nossa lista de afazeres. (tira a coberta de cima dela)
Thomas – Ethel? Ethel, acorda! (começa a chacoalhar ela) Meu deus... Não pode ser.
Emily – Ah meus Deus, quanta baderna. E ainda por cima não tem café da manhã!
(Lawrence entra)
Vera – O que?
Lawrence – Sr. Rogers, vá chamar os outros por favor. Precisamos discutir o que fazer.
(Rogers sai)
John – Hein? O Sr. Rogers está logo ali. (aponta pra ele)
John – O que?
John – Esposa...? Creio que um homem nunca mataria sua esposa, não importa o
quanto ela possa ser culpada...
William – Dr. Armstrong, o que você deu para ela tomar ontem à noite?
William – Ela morreu após ser medicada por você, e quer nos convencer que você não
sabe de nada?
Phillip – Bem, vocês podem continuar discutindo por aqui. Eu vou ficar lá fora e
esperar pelo barco do Sr. Narracott!
Lawrence – Bem, vamos arrumar as malas, e nos prepararmos para sair daqui. Sr.
Rogers, nós lamentamos muito pela perda da sua esposa, mas o senhor devia vir
conosco.
William – Vamos, não temos tempo a perder. Duas mortes acidentais em menos de
doze horas não pode ser coincidência!
Vera – Não fala isso, eu não aguento mais nenhuma noite nessa ilha!
Phillip – Espera, aquele ali é...? (aponta pro General do outro lado) Esquece, é só o
MacArthur. Achei que era Narracott.
John – Ah, desculpe, minha jovem. Mas viemos aqui para morrer, pois nós sabemos
exatamente o que fizemos…
John – Hoje em dia não me restam amigos, minha esposa está morta e eu tenho que
viver com a culpa. Mas agora, tudo o que temos que fazer é apreciar essa vista e
esperar pela morte. A verdade não falha... E ela esta vindo buscar a todos nós.
(Ficam em silêncio por mais um momento, depois Vera volta para o lado de Phillip)
Phillip – Claro que não! Vamos voltar pra dentro, e deixar ele quieto por enquanto.
(Os dois saem de cena)
??? – Diga-me, General. Não tem nada para que queira voltar fora desta ilha, não é?
John – Ah, é você. Não enrole, só quero ver Juliet... Sinto que ela está me esperando.
??? – Como queira. Boa viagem a Devon, Almirante. (acerta ele na cabeça com o
objeto, depois sai de cena)
Edward – Então, Wargrave, você acha que o Sr. Narracott vai vir amanhã?
Lawrence – Honestamente, eu não sei. Mas acho que nosso tempo está acabando!
Edward – Realmente não estamos a salvo aqui. Acredito que tenha mais alguém nessa
ilha.
Lawrence – É uma boa teoria. Precisamos testar isso o quanto antes, doutor.
Lawrence – Vamos!
(Os dois vão para a sala de jantar, sentando com todo mundo)
William – E o barco?
Emily – É melhor discutirmos isso com todos presentes. A final, onde está o General?
Edward – ...Sim.
William – Eu vou procurar por toda essa ilha e vou achar essa droga de assassino!
Phillip – Vou com você! Não podemos deixar nenhum lugar despercebido.
Emily – Tenho que dizer algo a vocês. Eu notei algo muito estranho sobre esses
soldadinhos na mesa.
Emily – Ontem à noite, antes de ir dormir, eu vi que tinham apenas nove de pé. Pensei
que uma poderia ter caído e não dei muita atenção. Essa manhã, Sra. Rogers estava
morta, e na mesa tinham apenas oito de pé. Pensei que estava vendo coisas, mas
agora que MacArthur está morto...
Lawrence – Sem dúvida, alguém está tentando mexer com as nossas cabeças.
Lawrence – O doutor comentou que deve haver mais alguém aqui na ilha, mas duvido
que seja Cristo, Srta Brent.
Vera – Eu estou falando que precisamos sair daqui! Não importa se é de barco ou
nadando no mar frio!
William – Nada.
Phillip – Essa ilha está completamente vazia. Só nós sete estamos aqui.
Edward – Isso não é totalmente verdade. Até uma mulher poderia ter cometido esses
crimes.
Edward – E é bom não nos separarmos numa hora dessas! Ainda mais com aquela
tempestade formando lá fora.
Emily – Ah, eu não quero sair por aí que nem louca procurando o invisível! Estarei em
meus aposentos se precisarem de mim. (sai de cena)
William – Espera um segundo, não parece uma boa idéia deixar Rogers fazer isso. A
final, foi ele que serviu a bebida de Anthony, e que deu o medicamento a Sra. Rogers!
Vera – Você está mesmo dizendo que o Sr. Rogers mataria a própria esposa?
Thomas – Não, não, não senhor! Eu nunca faria isso, eu e ela estávamos juntos a mais
de quinze anos! (Ficando muito nervoso). Eu posso ir até o gerador sozinho e dormir
por lá para provar minha inocência! Quando verem a luz voltar, vão saber, é só
esperarem! (Ele apressadamente sai de cena, e os outros não conseguem pará-lo.)
Phillip – Contanto que a gente tranque as portas da casa, Rogers não pode fazer nada!
Edward – Acho que é bom também trancarmos as portas dos quartos. E avisar a Srta
Brent.
(todos concordam com a idéia, e logo dão boa noite uns pros outros antes de saírem, a
cena fica semi escura novamente, e Rogers aparece resmungando para si enquanto
anda em círculos, segurando um machado.)
Thomas – Ah Ethel, eles acham que eu sou um assassino! Tudo sempre sobra pro
mordomo, é tudo sempre culpa dele. Mesmo ela me culpava só por querer o melhor
só pra nós dois!
(??? Entra na cena em silêncio, até que limpa a garganta para chamar a atenção de
Rogers.)
??? – Rogers, não me ataque! O machado só serve para cortar lenha, e eu acredito na
sua inocência.
Thomas – Mas como que eu vou saber se você veio aqui para me matar ou não?!
Thomas – É verdade... (abaixa a arma). Eu só não aguento mais essas mortes. Sem
contar que todo mundo fica insistindo em me culpar!
??? – Sabe, Rogers... Há vezes em que a culpa finalmente chega aos que merecem.
(blackout)
Emily – Hm, nada como uma boa caminhada matinal para agradecer a esse novo dia.
??? – Não está cedo demais para sair do quarto, Srta Brent?
Emily – De jeito nenhum. Conhece o ditado: Deus ajuda quem cedo madruga.
Emily – Estou perfeitamente bem a sós. Mas está bem, pode me acompanhar.
??? – Eu queria discutir uma coisa com a senhorita. Sempre achei interessante a forma
que os cristãos se isentam de suas más ações por meio de justificativas religiosas.
Emily – Ora, se for blasfemar logo na minha frente eu não quero conversa. Se for sobre
a gravação, a menina era impura! Engravidou antes do casamento, era uma desgraça.
Só fiz o que era certo, e nada vai mudar isso.
??? – Mesmo assim, Srta Brent, um dos mandamentos é não matarás. Mas não
importa, já que também vou desobedecê-lo. (injeta o veneno nela com a seringa)
(Luz. Vera bate na porta fora de cena, mas Emily está caída perto da cama)
Vera – Srta Brent? Srta Brent! Está tudo bem por aí?
William – Para trás, Srta Claythorne. Eu abro a porta! (entra em cena, e avista o corpo)
...O senhor Owen ataca novamente, ou devo dizer, Rogers.
Vera – Impossível, todo mundo viu as portas sendo trancadas, Sr. Blore!
William – Ele deve ter encontrado um jeito. (começa a contar nos dedos) Rogers tinha
fácil acesso à garrafa de vinho que seria servida ao Tony, fato! Foi ele que deu
sedativos pra esposa, fato! Ele conhece bem a ilha, e assim que ele deve ter
encontrado o General para dar um fim nele, fato!
Phillip – Meu deus, mais um! Enfim, tem um fato de que está esquecendo, Sr. Blore.
Phillip – O Sr. Rogers também está morto. Wargrave e Armstrong estão na cena do
crime.
William – Não seja ridículo, claro que sim. (vai até o corpo e começa a examinar ele)
Tem uma marca de seringa hipodérmica no pescoço.
Vera – Vamos nos encontrar com os outros dois na sala de estar, pra poder discutir
isso melhor!
Vera – Eu preciso mostrar pra vocês um poema que estava aqui na casa quando
chegamos...
Vera – Cinco soldadinhos vão ao tribunal julgar um fato, um deles é condenado, então
sobraram quatro
Lombard – Ótimo! Então não vamos a nenhum tribunal e todos ficaremos bem!
Blore – Eu a acompanho...
Wargrave– Preciso perguntar a vocês. Tem alguém aqui que possui uma arma?
Lombard– Sinto muito, Sr. Wargrave, mas eu não darei minha arma para ninguém
aqui. O assassino pode ser qualquer um de nós.
Blore – Nós temos que sair dessa ilha, nem que seja nadando!
Armstrong – Já pensei sobre isso, mas tem uma tempestade vindo. Poderíamos morrer
se tentarmos nadar.
Blore – Acho que uma arma poderia ajudar a proteger a todos nós...
Lombard– Até agora ninguém foi morto por um tiro, Dr. Embora uma pessoa tenha
morrido após ser medicada pelo Sr. E outra foi morta com uma seringa.
Lombard – Estou só afirmando que não entregarei minha arma, está fora de questão!
Blore – Se acalme Srta. Claythorne, foi apenas essa corda. Alguém queria te assustar.
Vera – Eu não vou beber nada! Nada que alguém outro me traga!
(Todos eles voltam para a sala de jantar. Wargrave está sentado em uma cadeira, mas
não conseguimos ver sua face. Dr. Armstrong chega mais perto dele.)
Lombard– Sim, mas minha arma desapareceu, eu te disse! Alguém a roubou para
matar o juíz!
Lombard –Emily Brent foi morta com uma seringa, uma seringa que o Sr trouxe para a
ilha!
Dr. Armstrong – Se eu fosse matar alguém nesta ilha, garanto que não seria a Sra
Brent!
Blore – Vamos parar com isso! Já temos problemas demais. Já está escuro lá fora, não
há mais nada que possamos fazer hoje. Eu sugiro que cada um vá para o seu quarto e
tranquem as portas. É o que eu vou fazer (Diz olhando para Lombard).
Cena 12
(Todos vão para seus quartos. Depois de um tempo, nós vemos Dr. Armstrong
atravessando o palco, e segundos depois Blore vai atrás dele. Ele para, pensa e volta
para os quartos)
Vera – Sim?
Lombard (batendo em outra porta) – Dr Armstrong? (Para Blore). Não tem ninguém
aqui!
Blore – É ele! (Para o quarto de Vera) Vera, nós sabemos quem é o assassino! Fique aí,
e se a Dr. Armstrong voltar, não abra a porta para ele!
Lombard– Vamos achá-lo! Espera! (Ele vai pegar sua arma em seu quarto) Achei minha
arma ontem a noite...
Lombard - Na sala de estar. Talvez precisaremos dela! (Pausa). Ainda está desconfiado
de mim, Blore?
Blore– Não! Mas agora sabemos que ele é a assassino e temos que ser cuidadosos.
Vera – Não quero mais ficar nessa casa. Vamos lá fora! Vamos esperar por um barco!
Blore– Quanto tempo ficaremos aqui? Deveríamos entrar e comer alguma coisa...
Vera – Não vou voltar para aquela casa! O Dr. Armstrong pode estar lá!
Lombard – Muitas pessoas passam dias sem comer. Não é grande coisa...
(Blore e Vera olham para Lombard)
Blore– Que irônico ouvir isso do senhor! (Pausa) Bom, eu vou para dentro, estou
faminto! Quem vem comigo?
(Ele sai)
Vera – Ele não vai voltar... Talvez devemos ir lá. Pegue a sua arma!
Lombard– Ok!
Vera – Eu sabia!
Lombard– Meu Deus! Olha a cabeça dele! Esse relógio gigante caiu em cima dela!
Vera – Tenho certeza que não foi um acidente. Que homem estúpido, eu disse que era
perigoso!
Lombard– Venha! Precisamos sair daqui, ainda é perigoso. Dr Armstrong pode voltar...
Vera – Eu não sei... Parece muito longe.(Ela olha para algo na água) O que é aquilo?
Lombard– Onde?
Vera – Eu sei! (Pausa) Pobre Dr. Armstrong. Deveríamos pelo menos tirar seu corpo da
água antes que você me mate.
(Eles pegam o corpo de Armstrong, o colocam na pedra, e enquanto fazem isso, Vera
pega a arma de Lombard de seu bolso e aponta para ele)
(Ela atira em Lombard, o matando. Depois, ela volta para a casa. Tem apenas um
soldado na mesa. Ela o pega e o olha. Ela deixa a arma cair e vai até seu quarto, se
sentindo extremamente cansada. Quando ela entra no quarto, vê uma corda. Ela a
olha, parada. E então pega uma cadeira, sobe nela..)
Cena 13
(Um detective e seu assistente estão na casa)
Detetive – Esse é um caso muito estranho. Dez corpos e ninguém mais nessa ilha.
Detetive – Aparentemente, essa garota “Vera Claythorne”, conseguiu matar todos eles
e se matar no final. Só não consigo entender o “porque”. O que estas pessoas que não
tinham nenhuma relação aparente, estavam fazendo nesta ilha?
Detetive 2 – Senhor, nós achamos essa garrafa na água com uma carta dentro. Pode
ser útil!
Detetive lendo:
O crime e o castigo sempre me fascinaram. E meu trabalho como juiz satisfazia boa
parte dos meus instintos. Por isso, sempre fui considerado um juiz carrasco, mas
extremamente integro e justo. E foi com essa integridade que julguei e condenei
Edward Seton, um homem que havia matado uma senhora que nele confiava.
Com o passar dos anos, percebi que fui tomado por uma forte vontade de agir e não
apenas julgar: queria eu mesmo cometer um assassinato. Mas ainda assim, nenhum
inocente deveria sofrer.
E então finalmente tive uma ideia. Quando conversava com um médico, me disse que
havia um grande número de homicídios em que a lei não chegava ao culpado, e citou o
exemplo de uma paciente falecida recentemente.
Durante o planejamento do meu crime, tomei ciência do meu estado de saúde. Meu
médico me informou que eu precisaria de um tratamento rigoroso, que deixaria
minhas chances de me recuperar baixas. Não o informei sobre minha decisão. Mas eu
não ia morrer em uma cama de hospital. Antes de morrer eu viveria a minha obra
prima.
Comprei a ilha usando um nome fictício de Sr. Owen. E elaborei diferentes motivos
para que cada vítima viesse. E assim, no dia oito de agosto eu e minhas vítimas
chegamos á ilha.
Decidi que os menos culpados seriam os primeiros a morrer e que não passariam pela
espera. Assim matei as três primeiras vítimas.
Escolhi Dr. Armstrong para que fosse o “aliado” de que precisaria, já que nunca
poderia imaginar que um juiz renomado como eu estaria por trás de tudo. Ele
suspeitava de Lombard e eu fingia concordar. Combinei com ele que faríamos um
plano para pegar o assassino, e para isso precisaria forjar minha morte. Quando todos
achassem que eu estava morto, eu poderia investigar quem estava de fato por trás das
mortes. Ele adorou a ideia.
Após isso, combinei de encontrá-lo de noite na parte externa da casa para contar o
que havia descoberto. E assim, silenciei o médico.
Restavam apenas três pessoas desesperadas, suspeitando umas das outras. E uma
tinha um revolver em mãos.
Para o grande final, eu peguei o revolver usado por Vera, com a cautela de não
estragar suas digitais. E agora colocarei minha confissão em uma garrafa e a jogarei ao
mar. Em seguida me deitarei na cama onde meu corpo foi anteriormente colocado.
Aos meus. Amarrarei o cordão em torno da maçaneta da porta ao lado prendendo-o
sem muita força ao revolver.
Minha mão protegida por um lenço apertará o gatilho. o revolver, puxado pelo
elástico, recuará até a porta. Serei encontrado na cama, morto com um tiro na testa.