Você está na página 1de 12

Ciep 169 – Maria Augusta Correia

Aluna : Myllena Ester do C. Nascimento


Turma : 2004 – manhã

Trabalho de literatura
(Romantismo)
Índice

Romantismo em Portugal – contexto histórico………………………. 1

Principais autores ……………………….2

Poema(análise interpretativa)…………………………….2

Romantismo no Brasil – contexto histórico……………………..3


Características………………………3

Nacionalismo e indianismo…………………….4,5,6,7

Poema(análise interpretativa) ………………………….7

As três gerações românticas………………………..7,8

Romance romântico……………….9,10

Romantismo em Portugal Contexto histórico


Em 4 de julho de 1776, os Estados Unidos assinavam a sua Declaração
de independência.Na Europa, pouco mais de uma década depois, acontecia
a Revolução francesa, em 1789. Esses dois fatos históricos foram consequência
de ideias iluminista, que se fortaleceram durante o século XVIII. Os iluministas
valorizavam a razão em detrimento da fé, o que levou a um enfraquecimento dos
laços entre a Igreja e as monarquias europeias. Como consequência, houve a
decadência do absolutismo em toda a Europa, incluindo Portugal. O “direito
divino dos reis” era substituído pelo direito dos cidadãos. Nesse contexto, a
burguesia tomou o poder e passou a ter, desde então, forte protagonismo
político e econômico em todo o mundo ocidental. O lema da revolução —
“Liberdade, igualdade, fraternidade” — passou a inspirar vários artistas e
intelectuais burgueses, que viam na queda do absolutismo o nascimento de um
novo mundo. Assim, esse ideal de liberdade foi o principal elemento responsável
pelo surgimento do romantismo. A era napoleônica (1799-1815) teve influência
no surgimento do nacionalismo romântico em Portugal. O imperador
francês Napoleão Bonaparte (1769-1821) ameaçou invadir esse país caso ele não
fechasse os portos aos ingleses. No entanto, a Inglaterra era uma aliada antiga e
poderosa. Sem querer desagradar a nenhum dos lados, em 1807, d. João VI (1767-
1826) e sua corte fugiram de Portugal em direção ao Brasil.D. João VI, após a
expulsão dos franceses e com a ameaça de perder o seu poder em Portugal,
voltou ao seu país, em 1821, com o objetivo de restabelecer a ordem.
Pressionado, assinou a Constituição de 1822, na tentativa de estabelecer uma
monarquia constitucional. Entretanto, em 1823, houve a Revolta de
Vilafrancada, seguida pela Revolta de Abrilada, em 1824, eventos que
antecederam a Guerra Civil Portuguesa (1828-1834).Nesse contexto
conturbado, de disputa entre constitucionalistas e absolutistas, os artistas
portugueses sentiram a necessidade de recorrer ao nacionalismo para unir e
fortalecer a nação

Principais autores
O romantismo em Portugal surgiu em um contexto de instabilidade política
no país, marcado pela invasão francesa, dominação inglesa e ausência do rei.
O país foi tomado por revoltas que levaram à Guerra Civil Portuguesa. Nessa
conjuntura, autores românticos da primeira geração (1825-1840),
como Almeida Garret e Alexandre Herculano, tiveram a responsabilidade de,
por meio de seus textos, despertar o sentimento de nacionalidade no povo
lusitano.Entretanto a segunda geração romântica portuguesa (1840-1860)
abandonou a ideologia política de seus antecessores para produzir uma
literatura de entretenimento, marcada pelo exagero sentimental, como se
pode verificar nas obras de Camilo Castelo Branco e Soares de Passos. Já
a terceira geração (1860-1870), pré-realista e caracterizada pela temática
social, é formada por autores como Júlio Dinise Antero de Quental.

Poema ( Análise interpretativa)


Morrer de amor, de Maria Teresa Horta

Morrer de amor
ao pé da tua boca
Desfalecer
à pele
do sorriso
Sufocar
de prazer
com o teu corpo
Trocar tudo por ti
se for preciso

O sujeito poético demonstra profunda alegria por se ver perdidamente


fora do controle. Ao colocar o amado em um pedestal e torná-lo o único
responsável pela sua felicidade, o eu-lírico se põe no papel de fazer todo
o possível para chegar até ele.

Romantismo no Brasil Contexto histórico


No Brasil a chegada do Romantismo coincide com a vinda da família real,
fugida dos ideais revolucionários que tomavam a Europa na época,
reconfigurando as terras brasileiras, antes tidas apenas como colônia de
exploração, agora sede do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. A vinda
do rei e da corte portuguesa trouxe consigo a criação da imprensa
brasileira e do Banco do Brasil, entre outras modernizações, semeando
terreno fértil para o desenvolvimento cultural, propulsionado pela vanguarda
europeia da época — o Romantismo.

Características do Romantismo no Brasil


• Subjetividade e individualismo: o indivíduo está em primeiro
plano, bem como suas paixões, sentimentos e maneiras de ver o
mundo.

• Culto à sensibilidade: em reação contrária aos ideais racionalistas


do Iluminismo europeu, que privilegiam a razão e a objetividade, os
românticos enfatizam a valorização do sentimento como principal
expressão humana.

• Exaltação da natureza: os elementos da natureza aparecem em


conformidade com os estados de espírito do eu lírico. A descrição das
paisagens externas remete ao que se passa na interioridade do
sujeito.

• Idealização: com a exaltação de temas sentimentais, os românticos


apresentam descrições idealizadas do amor, do herói e da mulher,
exagerando suas características. A mulher é tida como símbolo de
pureza, o amor é retratado como o ideal maior e única possibilidade
de realização do sujeito.

• Fuga da realidade: o que é da ordem do sentimento, da


interioridade e da idealização já não corresponde à
realidade em si, dando espaço para que o autor romântico
aborde temas como a loucura, o delírio e o escape por meio
da arte.

O Nacionalismo e o Indianismo
Romantismo foi um movimento de reação à tradição clássica, uma vez que
contestou os modelos literários europeus que não retratavam nossas raízes
históricas, linguísticas e culturais. Dessa maneira, o nacionalismo é uma
característica fundamental da primeira geração do Romantismo brasileiro,
sobretudo na poesia, que tradicionalmente é dividida em três diferentes
fases. Seu marco inicial foi a publicação de Suspiros Poéticos e
Saudades(1836), do escritor Gonçalves de Magalhães (1811-1882).

As principais características da primeira geração do Romantismo brasileiro


são:
Exaltação da natureza e da liberdade: Os românticos utilizavam a
exaltação da natureza e da liberdade como um mecanismo para fugir da
realidade, objetivo alcançado quando o escritor voltava-se para paisagens
novas, como a selva brasileira. Esse novo espaço possibilitou a criação de
uma poesia voltada para o índio e para a natureza brasileira, poesia
expressa em uma linguagem simples e acessível, cujo principal
representante foi Gonçalves Dias.

Canção do exílio

(Gonçalves Dias)

Minha terra tem palmeiras,


Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,


Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,


Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,


Que tais não encontro eu cá;
Em cismar sozinho, à noite
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,


Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Nacionalismo ufanista: O nacionalismo é um dos traços essenciais da
primeira geração do Romantismo brasileiro. Essa característica abriu um
variado leque temático, entre eles o regionalismo, além de propiciar a
pesquisa histórica, folclórica e linguística e o debate acerca dos problemas
nacionais, posturas que evidenciavam o comprometimento dos escritores
com o projeto de construção de uma identidade nacional em nossa
literatura.

Minha terra!

(Gonçalves Dias)

“(...)

E vendo os vales e os montes


E a pátria que Deus nos deu,
Possamos dizer contentes:
Tudo isto que vejo é meu!

Meu este sol que me aclara,


Minha esta brisa, estes céus:
Estas praias, bosques, fontes,
Eu os conheço — são meus!

Mais os amo quando volte,


Pois do que por fora vi,
A mais querer minha terra,
E minha gente aprendi. (Fragmentos)

Embora Gonçalves de Magalhães seja considerado o introdutor do


Romantismo no Brasil, foi Gonçalves Dias o responsável por implantar e
solidificar a poesia romântica em nossa literatura. Sua obra, que abarca
todas as características anteriormente citadas, é a realização do projeto de
construção de nossa cultura. A poesia de Gonçalves Dias é voltada para os
elementos genuinamente brasileiros, valorizando assim a natureza e o
índio, sempre retratados por meio de uma linguagem simples e acessível,
bem diferente da literatura proposta por seus antecessores do Barroco e do
Arcadismo.

Indianismo: O índio foi escolhido como um dos símbolos da nacionalidade


brasileira. O negro, vindo de outro continente, não podia ser considerado
como um típico brasileiro, tampouco o homem branco, identificado como
o colonizador português. A figura do homem nativo substituiu o herói
medieval europeu em nossa literatura: o índio era visto como o “bom
selvagem”, cujo comportamento era idealizado.

Canção do Tamoio

(Gonçalves Dias)

I
Não chores, meu filho:
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos,
Só pode exaltar.

II
Um dia vivemos!
O homem que é forte
Não teme da morte;
Só teme fugir;
No arco que entesa
Tem certa uma presa,
Quer seja tapuia,
Condor ou tapir.
(...)
6

III
Domina, se vive;
Se morre, descansa
Dos seus na lembrança,
Na voz do porvir.
Não cures da vida!
Sê bravo, sê forte!
Não fujas da morte,
Que a morte há de vir! (Fragmentos)

Poema ( Análise interpretativa)


Eu deixo a vida com deixa o tédio
Do deserto o poeta caminheiro
– Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um mineiro. (Álvares de Azevedo )

Esse verso é sobre aceitação da morte como a solução

As três gerações românticas


O Romantismo assumiu em nossa literatura um significado secundário, de
um movimento anticolonialista e antilusitano, de rejeição à literatura
produzida na época colonial, aos modelos culturais portugueses. Por isso,
a primeira geração romântica tinha a preocupação de garantir uma
identidade nacional que nos separasse de Portugal, buscando no passado
histórico elementos de origem nacional.

São apontadas três gerações de escritores românticos:


- Primeira geração: nacionalista, indianista e religiosa. Os poetas que se
destacam são: Gonçalves Dias e Gonçalves de Magalhães.
- Segunda geração: é um período marcado pelo mal do século, apresenta
egocentrismo irritado, pessimismo, satanismo e atração pela morte. Os
poetas que se destacam são: Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu,
Fagundes Varela e Junqueira Freire.

- Terceira geração: esse período desenvolve uma poesia com caráter


político e social, é formada pelo grupo condoreiro. O maior representante
dessa fase é Castro Alves

Primeira geração
Os primeiros românticos são conhecidos como nativistas, pois seus
romances retratam índios vivendo livremente na natureza, numa
representação idealizada. O índio é transformado no símbolo do homem
livre e incorruptível.
Nosso Romantismo apresenta como traço essencial o nacionalismo,
destacando o indianismo, o regionalismo, a pesquisa histórica, folclórica e
linguística, e a crítica aos problemas nacionais.

Segunda geração
O tema que fascinou os escritores da segunda geração romântica brasileira
foi a morte. Nas obras dos escritores desse período está presente uma
visão negativa do mundo e da sociedade, onde expressam seu pessimismo
e sentimento de inadequação à realidade, pois viviam uma vida
desregrada, dividida entre os estudos acadêmicos, o ócio, os casos
amorosos e a leitura de obras literárias, como as de Musset e Byron.
A segunda geração, também conhecida como ultrarromantismo, encontra
no Brasil discípulos fervorosos, que diante do amor apresentam uma visão
dualista, envolvendo atração e medo, desejo e culpa. Em seus poemas, a
imagem de perfeição feminina apresenta os traços de morte, condenando
implicitamente qualquer forma de manifestação física do amor.

Terceira geração
A terceira geração é também conhecida como “O condoreirismo”, os
poetas dessa geração apresentam estilo grandioso ao tratarem de temas
sociais, eram comprometidos com a causa abolicionista e republicana
desenvolvendo, assim, a poesia social.
Castro Alves é o poeta que mais se destaca. Inspirado nos princípios de
Victor Hugo, ele começa a escrever poemas sobre a escravidão. Há,
retratado em seus poemas, o lado feio e esquecido pelos primeiros
românticos: a escravidão dos negros, a opressão e a ignorância do povo
brasileiro.
Castro Alves ficou conhecido como “o poeta dos escravos”.

Análise de uma prosa


Ah meu grito de revolta que percorreu o mundo
que não transpôs o mundo
o Mundo que sou eu !
Ah ! meu grito de revolta que feneceu lá longe
Muito longe
Na minha garganta !
Na garganta mundo de todos os Homens"
Esse poema é inerente ao período entre 1945 e 1970, em que
surgiram os primeiros poetas guineeses, chamados de Vasco Cabral
e António Baticã Ferreira.
Escritores nacionalistas, em que denunciavam em suas obras a
grande miséria, sofrimento, pobreza da região, associados à luta
pela libertação nacional dos colonizadores e da escravidão tão
presente na região em que viviam.

Romance romântico ( prosa )


A prosa romântica introduziu o Romantismo no Brasil. Embora ainda
segundo os padrões europeus, na linha de romances como Walter Scott e
Honoré de Balzac, a prosa romântica foi determinante para o estímulo à arte
nacional e ao sentimento nacional.

Folhetim

A difusão da prosa romântica foi impulsionada pelo folhetim. Os folhetins


eram capítulos de romances de periodicidade semanal publicados em
jornais.Com o folhetim, a literatura passa de bem destinado à aristocracia e
ultrapassa a exclusividade da nobreza.

Romance Urbano
O romance urbano retrata a pequena burguesia, a ascensão da classe média,
as relações sociais e morais. São narrativas lentas, minuciosamente
descritivas da ambientação das personagens.

Os autores de maior relevância dessa fase da prosa romântica no Brasil são:

• Joaquim Manoel de Macedo, com A Moreninha;


• Manoel Antônio de Almeida, com Memórias de um Sargento de Milícias;
• José de Alencar, com Diva e Senhora.

Romance Regionalista
A prosa romântica regionalista no Brasil representa o povo, diferente dos
nobres na Corte. Demonstra o ambiente rural, em oposição às cidades.
Representam o sertanejo, as paisagens e os costumes do sertão.

Autores

José de Alencar está entre os principais autores dessa fase da prosa romântica
brasileira, com a obra, O Sertanejo. Também destacaram-se: Bernardo
Guimarães, com A Escrava Isaura, e Visconde de Taunay, com Inocência.

Fonte de pesquisa: www.mundoeducacao.uol.com.br

www.todamateria.com.br

10

Você também pode gostar