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Alda Valdimira Macamo


Artmiza Vasco Cumbe

Actividades Referentes aos Capítulos I, II, III e IV, do módulo

de Inspecção e Supervisão da Escola Básica

Licenciatura em Administração e Gestão da Educação

Universidade Pedagógica de Maputo


Maputo
2023
2

Alda Valdimira Macamo


Artmiza Vasco Cumbe

Actividades Referentes aos Capítulos I, II, III e IV, do módulo

de Inspecção e Supervisão da Escola Básica

Actividades Referentes aos Capítulos I, II, III


e IV do módulo de inspecção e Supervisão da
Escola Básica para efeitos de avaliação.

Docente: Geraldo Mate.

Universidade Pedagógica de Maputo


Maputo
2023
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Índice
1. Introdução.................................................................................................................................3

2. Desenvolvimento......................................................................................................................4

2.1. Capítulo I – Inspecção e supervisão como funções sistémicas.........................................4

2.2. Capítulo II – Supervisão e Perfil escolar..........................................................................5

2.3. Capítulo III – Características e estilos da supervisão pedagógica..................................12

2.4. Capítulo IV – Princípios e estratégias da supervisão pedagógica...................................18

4. Considerações Finais..............................................................................................................19

5. Referências Bibliográficas.....................................................................................................20
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1. Introdução

O Presente trabalho consiste na realização de todas as actividades existentes no módulo de


Inspecção e Supervisão da Escola Básica. Este modulo é composto por quatro capítulos que são
os seguintes: Capítulo I- Inspecção e supervisão como funções sistémicas; Capítulo II -
Supervisão e Perfil escolar; Capítulo III - Características e estilos da supervisão pedagógica e;
Capítulo 4 - Princípios e estratégias da supervisão pedagógica.

A inspecção e supervisão escolar são actividades extremamente importantes na realização de


actividades pedagógicas nas escolas, porque é na base das orientações da inspecção e supervisão
escolar que são orientadas as actividades desenvolvidas na escola, assim como o
desenvolvimento de acções para a sua melhoria.

No presente módulo, avança-se a questão da inspecção e supervisão no Ensino Primário e, deve-


se perceber que a realização das accções pedagógicas neste nível de ensino, determina a
qualidade de ensino nos níveis subsequentes, visto que trata-se de um nível inicial da carreira
estudantil do aluno e, as lacunas devem ser evitadas e sanadas neste nível.

Na base das actividades realizadas neste trabalho, percebe-se que o objectivo geral deste trabalho
é: - Compreender as acções desenvolvidas na inspecção e supervisão pedagógica. E, para o caso
dos objectivos específicos, são avançados os seguintes:

 Caracterizar a Inspecção e supervisão como funções sistémicas;


 Relacionar a Supervisão e Perfil escolar;
 Identificar as características e estilos da supervisão pedagógica;
 Indicar os princípios e estratégias da supervisão pedagógica.

Para a realização deste trabalho, recorreu-se ao módulo de Inspecção e Supervisão da Escola


Básica.

Em termos estruturas, este trabalho apresenta a seguinte organização: - Introdução; -


Desenvolvimento, Considerações finais e Referências Bibliográficas.
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2. Desenvolvimento

Esta parte, consiste na realização das actividades referentes aos capítulos I, II, III e capítulo IV,
do módulo de Inspecção e Supervisão da Escola Básica.

2.1. Capítulo I – Inspecção e supervisão como funções sistémicas

Tabela 1: Resumo da Inspecção e Supervisão


Funções Essência Objecto Finalidades Estratégias
sistémicas
-Orientação, -Orientação, controle, -Verificação do
-Uma função do controlo, fiscalização e
cumprimento das
Estado; fiscalização e avaliação das
normas referentes ao
-Um serviço que avaliação das actividades técnico-
ensino;
articula órgãos de actividades técnico- administrativas; -Assessoria ao pessoal
administração do administrativas; -Prestar assistência
envolvido nas
ensino com os -Prestar assistência técnica aos
actividades técnico –
estabelecimentos técnica aos estabelecimentos de
administrativas;
de ensino. estabelecimentos de ensino e velar pelo fiel
-Recolha de
ensino e velar pelo cumprimento da
evidências ou
fiel cumprimento da legislação e normas comprovações
Inspecção
legislação e normas vigentes; relativas ao processo
vigentes; -Garantir a eficiência e
educativo;
-Garantir a a unidade do trabalho -Análise e avaliação
eficiência e a individual; técnica do sistema
unidade do trabalho -Fazer propostaseducativo e do sistema
individual; tecnicamente escolar;
-Fazer propostas sustentáveis para o -Orientação da
tecnicamente aprimoramento do
organização dos
sustentáveis para o serviço educativo. processos de criação,
aprimoramento do autorização de
serviço educativo. funcionamento
reconhecimento e
registo de escolas, no
âmbito da sua área de
actuação.
Uma visão Acompanhamento -Melhoria do sistema -A promoção de
aprofundada, do desenvolvimento de ensino e aprendizagens
reflexiva e com qualitativo da aprendizagem; individuais e
sentido autocrítico organização escolar colectivas;
-A promoção do
sobre todo o e dos que nela -Assistência directa a
Supervisão alcance dos objectivos
processo educativo realizam o seu professores;
da escola;
e sobre a acção dos trabalho de estudar, -Desenvolvimento
-A promoção e a
sujeitos que nele ensinar ou apoiar a curricular;
manutenção da
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intervêm função educativa unidade da actuação -Formação contínua;


(professores, através de docente; -Desenvolvimento do
alunos, pessoal de aprendizagens -A promoção da grupo;
apoio, etc.); individuais e qualidade de ensino ou -Investigação acção.
- Um processo colectivas, da eficiência e a
técnico- incluindo a dos eficácia da acção
pedagógico, novos agentes. educativa;
realizado por -Acompanhamento do
pessoas desenvolvimento
competentes para o qualitativo da
efeito organização escolar e
(supervisores); da acção dos seus
-É uma função da actores.
gestão e
desenvolvimento
da escola;
-Um serviço
planejado de
assistência à
escola.

2.2. Capítulo II – Supervisão e Perfil escolar


1-O objectivo da EP que refer “Proporcionar o acesso ao ensino de base ao cidadão, de modo a
garantir a igualdade de oportunidades de acesso aos sucessivos níveis de ensino e trabalho”,
relaciona-se ao nº 1, do artigo 88 da CRM (2004), que avança que, na República de Moçambique
a educação constitui direito e dever de cada cidadão.

2-As necessidades básicas da aprendizagem descritas pela UNESCO (1998) são: - a leitura e a
escrita, a expressão oral, o cálculo e a solução de problemas.

3-Todos os seres humanos, independentemente das suas condições sociais, físicas e idade, tem
direito a educação, isto é, a educação é um recurso garantido para todos os seres humanos. As
pessoas devem ter acesso a educação e não devem existir dificuldades e nem barreiras aos
indivíduos de ter acesso a educação.
7

4-Tabela 2: Perfil da educação básica em Moçambique.

Escolaridade Níveis de Ensino Escolaridade Obrigatória

7 anos Ensino Primário 1ª à 7ª classe

9 anos Ensino Secundário 8ª à 9ª classe

5-A educação como direito e dever de todo o cidadão, é um recurso que todos os cidadãos
residentes na República de Moçambique tem o direito de ter acesso independentemente das suas
condições e ao mesmo temo é o dever e, este facto de a educação ser um dever de todos os
cidadãos, relaciona-se a gratuidade do ensino primário em Moçambique, por este ser obrigatório
no país. É um nível de ensino em que todos os cidadãos moçambicanos tem o dever de
frequentar para que sejam capazes de ler, escrever e realizar cálculos matemáticos básicos e só
desta forma contribuirão no desenvolvimento das comunidades e do país em geral.

7-Tabela 3: Competências integradas nas áreas curriculares

Ordem Áreas Competências


Curriculares

-Desenvolvimento da competência de cálculo e capacidade


de realização de operações matemáticas, mentalmente e por
escrito, assim como capacidades de orientação, observação,
Matemática e identificação, de estabelecer relações, de classificação, de
1 avaliação, de interpretação de gráficos e símbolos;
ciências naturais
-Desenvolvimento da capacidade de observação da
natureza, da análise científica do meio e seus fenómenos
naturais, sem descurar o desenvolvimento de uma
consciência sobre o meio ambiente.

-Desenvolver capacidades e habilidades de comunicação em


Português (desenvolvimento da escrita e leitura), garantindo
Comunicação e
2 a integração social, cultural, económica e política da
ciências sociais criança;
-Desenvolver um vocabulário básico e competência
linguística, que são necessários para a integração regional e
global, assim como para o acesso a tecnologia e ao
8

conhecimento;

-Desenvolvimento do interesse da criança pela música, de


modo que a criança desenvolva igualmente capacidades
afectivas, culturais, cognitivas e psicomotoras;

-Desenvolvimento de competências de reconhecimento do


passado, da análise do tempo e espaço, do reconhecimento
de aspectos físicos e geográficos do País, de África e do
Mundo, para a aquisição de valores como o respeito em
relação as crenças dos outros, solidariedade, tolerância,
assim como atitudes éticas e cívicas.
-Dotar o aluno de habilidades úteis à sua vida, fazendo uma
ligação entre a educação e as actividades laborais da
comunidade onde a escola está inserida.
-Desenvolver competências em actividades tais como,
artesanato, culinária, costura, jardinagem, agricultura,
criação de animais de pequena espécie, caça e pesca,
3 Actividades marcenaria, bem como observar, descobrir, imaginar e
expressar-se através da imagem (criando, desenhando,
práticas e
pintando, modelando, picotando, recortando, colando,
tecnológicas estruturando elementos, traçando e fazendo construções
geométricas);
-Desenvolver competências psicomotoras de base e
promover actividades físicas e desportivas conducentes à
manutenção da saúde, integração social e promoção do
bemestar.
-Desenvolver habilidades no uso das tecnologias de
informação e comunicação.

8-Tabela 4: Relação das competências de aprendizagem descritas pela UNESCO e as


competências das três áreas curriculares do EP em Moçambique.

Competências de Competências das três áreas curriculares do EP em


aprendizagem descritas Moçambique
pela UNESCO

-Desenvolvimento da competência de cálculo e capacidade de


realização de operações matemáticas, mentalmente e por
escrito, assim como capacidades de orientação, observação,
identificação, de estabelecer relações, de classificação, de
avaliação, de interpretação de gráficos e símbolos;

-Desenvolvimento da capacidade de observação da natureza, da


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- O Cálculo análise científica do meio e seus fenómenos naturais, sem


descurar o desenvolvimento de uma consciência sobre o meio
ambiente.
-Desenvolver capacidades e habilidades de comunicação em
Português (desenvolvimento da escrita e leitura), garantindo a
integração social, cultural, económica e política da criança;
-Desenvolver um vocabulário básico e competência linguística,
que são necessários para a integração regional e global, assim
como para o acesso a tecnologia e ao conhecimento;
- Aleitura e a escrita
-Desenvolvimento do interesse da criança pela música, de modo
- A expressão oral
que a criança desenvolva igualmente capacidades afectivas,
culturais, cognitivas e psicomotoras;

-Desenvolvimento de competências de reconhecimento do


passado, da análise do tempo e espaço, do reconhecimento de
aspectos físicos e geográficos do País, de África e do Mundo,
para a aquisição de valores como o respeito em relação as
crenças dos outros, solidariedade, tolerância, assim como
atitudes éticas e cívicas.

-Dotar o aluno de habilidades úteis à sua vida, fazendo uma


ligação entre a educação e as actividades laborais da
comunidade onde a escola está inserida.
-Desenvolver competências em actividades tais como,
artesanato, culinária, costura, jardinagem, agricultura, criação
de animais de pequena espécie, caça e pesca, marcenaria, bem
- A solução de
como observar, descobrir, imaginar e expressar-se através da
problemas imagem (criando, desenhando, pintando, modelando, picotando,
recortando, colando, estruturando elementos, traçando e
fazendo construções geométricas);
-Desenvolver competências psicomotoras de base e promover
actividades físicas e desportivas conducentes à manutenção da
saúde, integração social e promoção do bemestar.
-Desenvolver habilidades no uso das tecnologias de informação
e comunicação.

9-A gestão da EP caracteriza-se por subordina-se simultaneamente ao princípio de gestão


hierárquica e ao princípio de gestão democrática e participativa, tendo o último maior peso legal
e função de controlo do risco de uma gestão centralizada na Direcção da Escola. O princípio de
gestão hierárquica revela-se com algum destaque na estrutura da Direcção da Escola, que é um
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órgão executivo composto pelo Director da Escola, com função de direcção, pelo Director
Adjunto Pedagógico, que assume funções de coadjuvação do director.

10-Tabela 5: As atribuições dos órgãos de gestão da EP como órgãos de supervisão.

Órgãos de Atribuições
Gestão da EP

- Garantir a implementação, a nível da escola, das estratégias e das


metodologias superiormente definidas para a área da educação, visando a
eficácia e a rentabilidade do processo de ensino aprendizagem. -

Direcção da Sancionar o aproveitamento da Escola e tomar medidas pertinentes para o


Escola seu melhoramento; - Assistir às reuniões do sector pedagógico da sua
escola e orientar as suas sessões, sempre que julgar oportuno; - Assistir e
analisar regularmente as aulas dos seus professores e tomar medidas
correctivas, etc.

Órgãos - Assegurar o desenvolvimento das actividades da instituição, criar


Executivos condições para o cumprimento das funções e objectivos atribuídos a cada
membro do colectivo de direcção; - Elaborar o plano e o programa geral

Colectivo da de actividade e propor o orçamento anual. 3. Elaborar o Relatório de


Direcção contas do ano anterior; - Propor superiormente a inclusão de categorias e
admissão de pessoal para o preenchimento de vagas; - Assegurar o
cumprimento e controlo das tarefas definidas para cada órgão e estrutura
que compõem a instituição.

-Controlo da aplicação dos programas, metodologias de ensino e


avaliação da aprendizagem;
CE (Conselho -Controlo do cumprimento das normas de organização, avaliação e gestão
da Escola escolar;
-Formação dos professores em exercício/programas de aperfeiçoamento.
- Administrar os recursos da instituição; -
Coordenar o projeto pedagógico; - Todo o corpo
Director da Escola docente está sob responsabilidade do director
escolar e a qualidade do ensino oferecido
depende disso; - Participar da comunidade.
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-Dar aulas e estar habituado a leccionar a classe


mais elevada da escola; - Garantir a aplicação
dos curricula aprovados; - Orientar e controlar a
DAP formação de turmas e elaborar horários; -
Distribuir professores (pelas turmas, disciplinas
e classes); - Garantir o enquadramento e a
Conselho integração de novos professores, entre outras.
Pedagógico - Dirigir, coordenar e supervisionar todas as
actividades do ciclo; - Controlar a aplicação
Coordenadores de correcta dos programas e planos curriculares; -
Ciclos Dirigir e representar o ciclo; - Transmitir e fazer
aplicar as orientações e resoluções dos órgãos
Órgãos de superiores, entre outras.
Consulta - Dirigir, coordenar e supervisionar todas as
actividades da área; - Controlar a aplicação
Coordenadores de correcta dos programas e planos curriculares da
áreas área - Dirigir e representar a área; - Transmitir e
fazer aplicar as orientações e resoluções
superiores.
- Aprovar seu regulamento e, pelo voto de dois terços, sua agenda; -
Apreciar as linhas gerais de orientação da escola; - Apreciar a actividade
Assembleia da assembleia de representantes e do conselho directivo; - Apreciar o
Geral da relatório do conselho directivo referente ao ano transacto e o projecto de
Escola
plano orçamental e de actividades para o ano seguinte;- Apreciar
problemas relevantes para o ensino e a juventude ou quaisquer outros de
interesse geral do ponto de vista académico.

- Analisar, avaliar e enriquecer o Plano de Turma; - Analisar as


deliberações, propostas ou orientações da Assembleia de Guias dos Guias,
Assembleia do Conselho Pedagógico e/ou Conselho de Turma; - Tomar conhecimento
Geral da e deliberar sobre problemas da vida da Turma; - Elaborar a carta de
turma Intenções ou Contrato Pedagógico no caso de serem propostos; - Analisar
as propostas a serem discutidas na Assembleia de Gu;ias dos Guias; -
Aprovar o Projeto da Turma.
Conselho - Analisar o plano da turma; - Coordenar as actividades da turma;
Geral da
Organizar, orientar, dirigir e controlar os componentes da turma; -Tomar
turma
decisoes sobre o funcionamento da turma.
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11- A importância da liderança pedagógica consiste na democratização da gestão escolar,


permitindo que todos os intervenientes da comunidade escolar desempenham as suas actividades
através das orientações pedagógicas que são antes discutidas por todos, é uma acção pedagógica
que deposita confiança nos actores da Escola e também cria um ambiente laboral estável. É
importante que o líder tenha um bom relacionamento no contexto escolar, desenvolvendo suas
competências, habilidades e talentos em sua gestão, além de ter um bom relacionamento com
todos da comunidade escolar. Conforme exposto, a gestão e liderança se complementam. O
desempenho da gestão conjectura liderança.

12- As tarefas do Sector pedagógico em exercício da função de supervisão no assessoramento ao


corpo docente são: - Organizar palestras, cursos de qualificação, assim como reuniões em que os
professores desenvolvam projectos de pesquisa individuais ou em grupos, apresentando-os aos
colegas através de palestras ou seminários; - Mobilizar os diferentes saberes dos profissionais da
educação para que a escola possa cumprir com a sua função de maneira efectiva, possibilitando
assim que os alunos aprendam, sentindo-se sujeitos pertencentes ao espaço escolar.

13 - O sector da Educação em Moçambique, particularmente do ensino básico, enfrenta vários


desafios, dentre os quais, melhorar a qualidade do ensino através do aumento das habilidades de
leitura, escrita e cálculo numérico nos ciclos iniciais para alcançar uma escolarização de 9 anos
no ensino básico, assegurando um equilíbrio entre a qualidade e a expansão do ensino.

Existe no sector da Educação, o desafio de expandir o acesso quantitativo do ensino básico e,


esta visão tem como referência de partida uma expansão quantitativa de infraestruturas escolares,
inspirados no âmbito do plano de educação básica para todos. Também, existe o desafio de de
olhar para a avaliação no seu todo, ao invés de diagnosticar os alunos sob uma e única
perspectiva de avaliação-sumativa.

14- A importância do conhecimento do perfil escolar pelo supervisor é, conhecendo o perfil, o


supervisor vai actuar de modo a garantir um ensino de qualidade através de uma gestão eficiente
e uma supervisão que responde as reais necessidades da escola, dando apoio e suporte
pedagógico aos professores e demais intervenientes do processo educativo. Portanto, os três
aspectos relativamente a este perfil são: - Promoção de uma cidadania responsável e democrática
e da consciência patriótica; - Promoção da democratização do ensino; - Inclusão, equidade e
igualdade de oportunidades no acesso à educação.
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2.3. Capítulo III – Características e estilos da supervisão pedagógica

1. A supervisão como um serviço a comunidade escolar e a sociedade, refere-se a uma


actividade realizada por toda a comunidade escolar, porque para além desta actividade ser
realizada por um supervisor, toda a comunidade escolar contribui na realização desta
actividade e também é uma acção que recai sobre a própria comunidade escolar. A
sociedade, de forma directa ou indirecta também está envolvida na acção da supervisão
pelo facto de acompanhar as actividades realizadas pelos professores através dos seus
educandos, bem como acompanhar as actividades através do envolvimento directo do
Conselho da Escola.

2. Tabela 6: Comparação das características do supervisor segundo Rosa e Santana (2013:


48) e Mosher e Purpel (1972)

Características do Supervisor

Características do Supervisor segundo Rosa e Características do supervisor segundo


Santana (2013: 48) Mosher e Purpel (1972)
Mesmo valor Expressivo Valor Expressivo Diferente
Rosa e Santana Mosher e Purpel Rosa e Santana Mosher e Purpel
-Deve ser uma pessoa Capacidade de Deve exercer um Capacidade de
capaz, preparada sob o sensibilização dos trabalho baseado sensibilização dos
ponto de vista professores (em na planificação; professores (em relação
educacional e relação aos problemas aos problemas e
psicológico, e causas). causas).
especialista no
processo democrático
do grupo.
Detentor do Competência em Ter uma visão Habilidade de
conhecimento, ético, desenvolvimento macrológica do relacionamento
inteligente, curricular e em teoria processo interpessoal.
comprometido. e prática de ensino educativo.

Responsável pela Responsabilidade Capacidade de


coordenação do social e consciência estabelecimento de
trabalho pedagógico. dos fins da educação. uma comunicação
eficaz.
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3. Os aspectos do perfil do supervisor que contribuem para a promoção e garantia da


qualidade do EP são: - ser um supervisor democrático, dando espaço para os diferentes
intervenientes expor as suas opiniões e também valorizar essas opiniões; - Deve garantir
através das suas práticas, a formação contínua dos professores, desenvolvendo neles um
espírito reflexivo sobre as suas acções na sala de aula; - Deve garantir a troca de
experiências entre os professores, através do intercâmbio profissional que pode acontecer
através da assistência mútua das aulas e de capacitações.
O exercício do Supervisor Escolar requer a capacidade de assessorar, orientar, monitorar,
acompanhar, avaliar e subsidiar a equipe escolar no desenvolvimento de capacidades e
atitudes necessárias para a promoção da qualidade da educação e no comprometimento
com as aprendizagens dos alunos.

4. O supervisor na base da atribuição “ensinar conceitos” avançada por Sengulane deve ser
um profissional dotado de conhecimentos e habilidades em relação a sua actividade
profissional e e também como gestor. Ensinar conceitos entende-se como uma prática que
consiste no ensinamento dos intervenientes em relação as diferentes actividades de cada
interveniente. É uma acção que consiste na partilha de experiências e saberes
pedagógicos para que o ensino seja de qualidade através de uma gestão eficiente, que
garante o envolvimento de todos.
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5. Tabela 7: Comparação da supervisão autocrática e colaborativa.

Supervisão autocrática Supervisão colaborativa

-Emite ordens e controla o -Promoção de mudanças;


comportamento;
-Promoção do crescimento profissional, da
-As ordens seguem uma linha legal ao autonomia e da responsabilidade através do
invés de uma linha pedagógica; trabalho conjunto;
-Funciona como “repositório da sabedoria -Actores são os professores considerados como
pedagógica”; sujeito colectivo;
-Procura impor-se pela autoridade e pela -A autoridade do supervisor vem do conhecimento
intimidação (ao invés de confiança e do mundo profissional e das competências
cooperação); interpessoais;
-Não promove a cooperação do professor -Supervisão baseada em relações simétricas de
colaboração e no diálogo construtivo;
-Não considera as diferenças individuais
dos professores; -Contribuição para o desenvolvimento pessoal do
aluno e para o desenvolvimento institucional.
-Não considera as sensibilidades das
demais pessoas envolvidas no processo de
ensino e aprendizagem (impondo apenas a
sua visão didáctico pedagógica).

6. O supervisor indiferente e negligente é aquele que não está comprometido com a acção
educativa, não orienta devidamente as actividades pedagógicas na Escola, não toma
medidas em casos de desmandos efectuados pelos funcionários. Trata-se de um
supervisor que desconhece algumas das suas responsabilidades e também dos seus
subordinados e, deste modo ele não exige os deveres e por conta desta situação, os
professores e demais funcionários, não cumprem com as suas obrigações e alguns direitos
são violados e este, não coordena as actividades de modo a evitar-se este tipo de cenário.

7. Para o supervisor como mediador são encontradas várias características tais como: -
Ajuda a estabelecer a comunicação entre os intervenientes no acto educativo; - Possuir
atributos pessoais que correspondam a um bom professor. Portanto, destas características,
percebe-se que o supervisor é um actor importante na comunidade educativa pelo facto
de garantir a realização das actividades pedagógicas, criando uma interligação entre os
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diferentes interveninetes da escola, criando situações que possibilitam o intercâmbio


entre os professores como actores principais do processo de ensino – aprendizagem. O
supervisor coordena as diferentes actividades da Escola e faz a mediação nas diferentes
situações que existem na relação entre o aluno e a escola, entre o aluno e o professor,
entre os professores, assim como entre os professores e os demais intervenientes da
Escola. Deve ser um profissional com uma perfil exemplar, como uma conduta que
propicia um ambiente laboral estável e também com atitudes baseadas no perfil do
professor.

8. A importância do supervisor ser líder consiste na garantia do bom resultado das


actividades pedagógicas e a eficiência do trabalho realizado pelos professores e pessoal
não docente. É o profissional da Escola responsável por propor e coordenar a execução
dos planos da Escola. Um líder busca inspirar e engajar a equipe, mostrando o quão
essencial são seus subordinados para garantir o funcionanto eficiente da Escola.

9. A abordagem clínica da supervisão colaborativa quanto a sua metodologia consiste na


recolha de informação sobre a actuação do professor na sala de aulas, análise conjunta e
relação/interacção colaborativa entre o professor e o supervisor, ao passo que a
abordagem psicopedagógica da supervisão colaborativa quanto a sua metodologia
consiste na pré-observação (identificação do problema e planificação da estratégia de
observação do problema); - observação (recolha de dados e informações); - análise de
dados; - planificação da estratégia de discussão; - encontro pós-observação, análise do
ciclo de supervisão (acção continua e cíclica + acompanhamento da prática profissional).
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10. Tabela 8: Modalidades da supervisão

Etapas do ciclo de supervisão interna, Etapas do ciclo de supervisão interna,


segundo Prestes (1979) segundo Nerice (1976)

-Planeamento -Planeamento
-Coordenação -Acompanhamento
-Assessoramento -Controle/avaliação
Supervisão interna Supervisão externa
Feita por gestores internos, especialmente, Aquele que é feita por supervisores externos
pelos coordenadores pedagógicos. a escola.

Objectivo: coordenar, acompanhar e apoiar a Visitas de monitoria das actividades


implementação das actividades pedagógicas pedagógicas.
(Simbine, 2009: 87).

Tipos de Supervisão Características


Supervisão correctiva Trata de localizar os defeitos e erros para os
corrigir.

Trata de prevenir em vez de “curar” os


defeitos ou males da instituição educativa.
Supervisão preventiva Procura orientar, formar, informar
previamente para que não se verifiquem os
erros e desvios. Procura evitar que os agentes
educativos percam confiança em si mesmos.
Supervisão construtiva Procura desenvolver a capacidade técnica e a
personalidade dos agentes educativos em vez
de se contentar em remediar as faltas.
Supervisão democrática Baseia-se na tradição progressista da
educação, promove o assessoramento
vocacional e educacional e procura.
18

11. Esquema sobre os ciclos de supervisão interna

Ciclos de Supervisão Interna

Planea
mento

Coodernação/
Acompanhamento

Assessoramento/Controlo/Avaliação

12. Experiência duma supervisao correctiva

Uma professora da Escola Primária Completa 16 de Junho, no Distrito de Boane, tinha lacunas
em relação ao uso de estratégias de ensino da leitura e escrita, ela orientava os alunos a efectuar
uma leitura silenciosa e depois ela lia o texto e dava as questões de compreensão e, a supervisão
durante a assistência das aulas, constatou este facto e acho que a professora devia melhorar e
propôs-se a simulação de aulas como forma de corrigir as práticas desta professora e dos demais
que possivelmente se encontrava na mesma situação mas porque não teria sido talvez observadas
as suas aulas, este facto não teria sido constatado. Portanto, as estratégias de ensino de leitura
usadas por esta professora foram corrigidas através da simulação de aulas, que é praticamente o
intercâmbio profissional. A professora, passou a orientar primeiro uma leitura silenciosa e depois
os alunos passam a ler um por um em voz alta e no fim a professora lê em voz alta para que os
alunos possam compreender a forma correcta da leitura de vocábulos defícies.
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2.4. Capítulo IV – Princípios e estratégias da supervisão pedagógica

1. A gestão das aprendizagens e das pessoas consiste do desenvolvimento de acções que


visam garantir a realização das actividades relativas a aprendizagem dos alunos. As
aprendizagens na escola são resultado de um processo articulado e coordenado entre os
intervinentes do processo educativo, sobre as orientações e monitoria da gestão da escola.
A gestão deve também garantir a gestão das pessoas que por sua vez refere-se a todos os
intervenientes da comunidade escolar e, esta gestão de pessoas basea-se na orientação das
actividades específicas para cada actor ou agente. No que tange ao desenvolvimento
profissional, a supervisão pedagógica deve garantir um ambiente que propicia o
desenvolvimento das actividades pedagógicas na Escola através da sua intervenção activa
e permanente na resolução de problemas e também incentivar a pesquisa – acção, para a
realização de projectos de intervenção pedagógica como recursos importante na melhoria
da qualidade de ensino. Deve-se igualmente garantir-se um desenvolvimento profissional,
através da promoção da formação contínua dos professores, como recurso para a
melhoria da qualidade de ensino na Escola.

2. Tendo em conta as estratégias de supervisão colaborativa, como supervisor, tomaria as


seguintes atitudes: ser um supervisor participativo, dialogar permanentemente com os
professores, promover a participação do professor, saber lidar com as pessoas, saber
tomar decisões em conjunto.
As atitudes do supervisor devem ser colaborativas, praticando as actividades com
conjunto para o alcance dos objectivos educacionais e também dos objectivos da Escola.
Deve ser um indivíduo comprometido com os objectivos da educação e com o
desenvolvimento de um ensino de qualidade.

3. A relação entre a acção que existe em cada acção inibidora e o seu efeito é: a relação
entre fiscalizar a prática docente acção inibidora e inibe a responsabilidade e criatividade
do docente (inibicao produzida). A relação a actuação docente com gráficos e planilhas
(acção inibidora) e leva a uma burocratização e formalismo no trabalho (inibição
produzida).
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4. Considerações Finais

Depois da realização de todas as actividades orientadas neste módulo, foi possível compreender
que a inspecção e supervisão Escolar são actividades importantes realizadas com o intuíto de
orientar as actividades pedagógicas na escola.

A realização das actividades pedagógicas na Escola de forma eficiente constitui um factor


importante porque garante-se um ensino de qualidade que por sua vez proporciona o alcance dos
objectivos educacionais.

O supervisor escolar deve ser um profissional com habilidades em matéria de gestão para que
seja possível monitorar e orientar as actividades dos professores e dos funcionários não docentes
respeitando os direitos e as responsabilidades que cada interveniente tem.

O ensino primário refere-se as sete classes, que são de 1ª à 7ª classe e observa-se a gratuidade
deste nível de ensino em Moçambique, incluindo a 8ª e 9ª classe, que são classes do I ciclo do
Ensino Secundário Geral.
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5. Referências Bibliográficas

CRM. Constituição da República de Moçambique. Moçambique, 2004.

MATE, Geraldo Teodoro Ernesto. Módulo de Inspecção e Supervisão da Escola Básica.


Maputo, Universidade Pedagógica de Maputo, FEP, 2022.

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