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Módulo 8
Formação Pedagógica Inicial de Formadores
m8
Avaliação da
formação e das
aprendizagens
formaçãode
formadores
COMPETÊNCIAS A ADQUIRIR
No final do módulo, cada formando deverá ser capaz
de:
• Distinguir diferentes níveis de avaliação dos
resultados de formação.
• Construir e aplicar instrumentos de avaliação em
função dos objetivos previamente definidos, que
permitam verificar e controlar os resultados da
aprendizagem, a eficiência e a eficácia da formação;
• Identificar causas de subjetividade na avaliação;
• Aplicar um método sistémico e evolutivo de análise
de resultados de formação;
• Propor medidas de regulação, com vista à melhoria
do processo de formação.
Índice
1. Introdução................................................................................................................................ 4
2. Sub-Módulo Avaliação Quantitativa e qualitativa...................................................................... 6
Conceito de Avaliação.................................................................................................................................... 7
Finalidades da Avaliação............................................................................................................................... 7
Objetos de Avaliação......................................................................................................................................8
Avaliação da Aprendizagem..........................................................................................................................8
Indicadores e critérios de avaliação da aprendizagem ...................................................................10
Características técnicas da avaliação .................................................................................................10
Técnicas e Instrumentos de Avaliação....................................................................................................11
A OBSERVAÇÃO.....................................................................................................................................................11
FORMULAÇÃO DE PERGUNTAS...........................................................................................................................14
MEDIÇÃO...............................................................................................................................................................19
Escalas de Classificação............................................................................................................................20
A Subjetividade da Avaliação......................................................................................................................21
3. Sub-Módulo Avaliação da formação ao contexto de trabalho.................................................. 22
Conceito de Avaliação de Formação........................................................................................................ 23
Níveis e Instrumentos de Avaliação........................................................................................................ 23
Avaliação da eficácia e eficiência do processo técnico-pedagógico........................................... 27
Propor medidas de regulação, com vista à melhoria do processo de formação.................... 27
4. Conclusão.............................................................................................................................. 28
5. Bibliografia............................................................................................................................. 30
1
1. Introdução
5
introdução
Conceito de Avaliação
No senso comum avaliar significa: ajuizar, julgar, testar, medir, estabelecer relações, comparar…
Estabelecendo relações através dos sentidos, dos nossos conhecimentos, experiências, sem que o façamos, á priori
com qualquer fim determinado.
Avaliar vem do latim a + valere, que significa atribuir valor e mérito ao objeto em estudo.
A avaliação não pode constituir uma moda, um adorno, “a cereja em cima do bolo“, mas antes uma prática para
melhorar as práticas, um instrumento parar melhorar o ensino e a aprendizagem.
Finalidades da Avaliação
Avaliar é necessário e importante, porque permite:
• Seleccionar os Candidatos;
• Testar conhecimentos e Competências;
• Analisar possíveis problemas que possam surgir no decorrer da ação de formação;
• Controlar as aquisições dos formandos (no domínio do saber);
• Informar os formandos dos seus progressos;
• Classificar os formandos;
• Orientar, aconselhar ou corrigir os formandos;
• Recolher e processar dados com vista à melhoria da formação;
• Controlar as competências adquiridas;
• Avaliar os objectivos da formação;
• Diagnosticar os pontos fracos da formação;
EXCELENTE
• Verificação das competências.
RAZOÁVEL
FRACO
Objetos de Avaliação
A avaliação tem como objetos:
Programa: os conteúdos programáticos da ação e os objetivos subjacentes a eles devem ser tidos em conta e
devem estar diretamente relacionados com o público-alvo a quem se destina a formação
Instituição Formadora: é fundamental avaliar a entidade formadora, de modo a que essa possa conhecer a
opinião dos seus clientes, e modificar aspetos menos positivos referenciados pelos formandos.
Sistema de Avaliação: também é alvo de avaliação no sentido de verificar se o tipo de avaliação utilizado, as
técnicas e os instrumentos se adequam à sua função. Ou seja, até que ponto os métodos utilizados avaliam o que se
prende avaliar.
Avaliação da Aprendizagem
A avaliação da aprendizagem tem seus princípios e características no campo da Psicologia, sendo que as duas
primeiras décadas do século XX foram marcadas pelo desenvolvimento de testes padronizados para medir as
habilidades e aptidões dos alunos.
Atualmente, a Avaliação de Aprendizagem, traduz-se num processo de verificação, em termos qualitativos e/ou
quantitativos, das mudanças de comportamento do formando nos domínios cognitivos, afetivos e psicomotor,
durante e após a formação, face aos objetivos pedagógicos previamente definidos.
A avaliação é um processo de produção de informações sobre o processo de aprendizagem, é um processo sistemático,
contínuo e integral. Em momentos diferentes a avaliação dá-nos informações de tipo diverso.
TIPOS DE AVALIAÇÃO
A avaliação num sistema de formação é definida por uma sequência lógica que ajuda na estruturação do alcance
dos objetivos. As diferentes etapas da avaliação devem ser respeitadas consoante a sequência lógica de cada etapa.
Desta forma podem agrupar-se três etapas de avaliação diferentes que constituem diferentes momentos no contexto
formativo:
Inicial ou de diagnóstico: utilizada na fase inicial de uma ação de formação, permite ao formador identificar as
motivações, os interesses, as aptidões sobre determinado assunto, verificar as experiências e capacidades, testar os
conhecimentos e habilidades, que cada formando detém. Além de que, após a aplicação da avaliação diagnóstica, o
Formador, poderá reajustar os seus métodos e técnicas ao público-alvo específico.
Este tipo de avaliação é realizado através de testes ou fichas diagnósticas que, incidem sobre um núcleo restrito de
objetivos, sobre os quais se elaboram várias perguntas diretas. São testes de análise em profundidade. Porém, os
testes diagnósticos não são alvo de classificação.
A definição dos pré-requisitos é elementar, mas investigar os mesmos é imprescindível, e a avaliação diagnóstica
permite essa mesma função. Se o resultado da avaliação diagnóstica não corresponder aos pré-requisitos e aos
objetivos, deverá ser feito um ajuste da formação ou então, reunir condições para que os formandos possam vir a ser
dotados dos conteúdos em falta.
Formativa ou contínua: levada a cabo durante o desenvolvimento da ação formativa, não é mais do que uma
modalidade de avaliação das aprendizagens. Esta avaliação permite avaliar as aprendizagens que o formando
adquire no decorrer da formação, no sentido de o ajudar a estruturar e maximizar a interiorização dessas mesmas
aprendizagens. Permite uma ajuda imediata e contínua ao formando e possibilita informar este e o formador sobre
o grau de desempenho conseguido em cada um dos objetivos da formação. Possibilita também diagnosticar as
dificuldades de aprendizagem e introduzir ações corretivas (a nível de conteúdo, de recursos, de métodos, etc.), com
vista a que os formandos aprendam e se desenvolvam positivamente.
Sumativa ou final: realizada no final do processo de formação, tendo, por isso, uma perspetiva globalizante, visando
testar o produto, o resultado final da aprendizagem, bem como, analisar e verificar a eficiência da formação no final
da mesma. Ao contrário da avaliação formativa que se apoia em objetivos ou parcelas restritas de aprendizagem, a
avaliação sumativa tem por fim controlar competências mais vastas. Embora permita controlar de forma global se os
objetivos gerais foram ou não atingidos, só possibilita mudanças de experiências e objetivos para situações futuras.
Quando Avaliar?
Critérios não são indicadores que determinam a maneira de como se realizar uma supervisão das atividades
educacionais, mas sim princípios que servirão de base para o julgamento da qualidade do processo de ensino e de
aprendizagem. Para cada conteúdo, deve-se ter claro o que, dentro dele, se deseja efetivamente ensinar e, portanto, o
que avaliar. Critérios fundamentam a fidedignidade, validade e eficiência da avaliação que se realiza. Definidos os
critérios, estes serão os potenciadores de construção dos instrumentos de avaliação.
Domínio do
Técnicas Instrumentos
saber
Questionário
Curta
Formulação de De Produção
Afetivo e Cognitivo Longa
Perguntas
Avaliação Escrita Verdadeiro/Falso
Escolha Múltipla
De Seleção
Emparelhamento
De completar
A OBSERVAÇÃO
É uma das técnicas mais simples e talvez mais usada pelos formadores. Estes observam o comportamento,
as reações, a aptidão, o zelo, o interesse, os passos dados para a realização de uma tarefa, as dificuldades
encontradas, os erros cometidos dos seus formandos, podendo registar na memória, por escrito ou de outra forma.
Através desta técnica obtém-se dados em todos os domínios do saber: afetivo, cognitivo e psicomotor. Vejamos:
Motivação
Conhecimento Atenção
Compreensão Interesse Capacidade motora
Capacidade de análise Comportamento Social (carácter, Habilidade manual
Capacidade de síntese educação, postura, cumprimento dos Resistência à fadiga
Capacidade criativa horários) Aplicação
Capacidade de avaliação Participação
Empenhamento
Organização
Para a realização da técnica da observação é necessário realizar-se um trabalho antecedente que comporte
determinados aspetos como:
• Elaborar uma checklist dos dados que pretendemos observar, tendo em conta os objetivos definidos;
• Observar discretamente, sem pontuar os formandos, de forma a não criar inibições;
• Criar no grupo um ambiente propício à observação, autêntico e espontâneo;
• Ter em conta a natureza dos formandos, não beneficiando mais os comunicativos (que por vezes dão
propositadamente nas vistas), em prejuízo dos mais reservados;
• Procurar ser imparcial e objectivo;
• Manter o bom senso e a prudência quanto ao tratamento, generalização e utilização dos dados recolhidos;
• Criar instrumentos adequados à observação, objectivos, para não misturar factos concretos com simples
opiniões subjectivas.
Vantagens Desvantagens
Este inconveniente pode atenuar-se criando previamente instrumentos adequados à observação, possibilitando,
assim, poupar tempo e aumentar a disponibilidade do formador para o grupo.
• Ficha de Observação: utilizadas para registar os factos que vão ocorrendo com interesse e relevância durante
uma sessão de formação, exercício prático, etc.
O formador deverá conceber uma ficha para cada formando. O registo da ficha de observação deverá ser de forma
imediata, ou seja, no decorrer da atividade para que o formador não se esqueça do que observou.. Apresenta-se a
estrutura de uma, a título de exemplo.
Ficha de Observação
• Lista de Ocorrências: elaboram-se, previamente, listando-se os comportamentos que esperamos que venham
a ocorrer com uma sequência prevista, tornando-se a observação mais fácil de registar e mais objetiva. Marca-se
um sinal quando ocorrem esses comportamentos.
Lista de Ocorrências
Curso:
Módulo: Sessão:
Formadora:
Fechar a válvula e insuflar 20/30 mmHg acima da tensão arterial sistólica normal para
o individuo em questão
• Escala de Avaliação: permite registar e atribuir um determinado grau, numa escala progressiva.
Escala de Avaliação
1- Insuficiente 2 - Satisfatório 3 - Bom 4 - Relevante 5 - Excelente
Participantes
Critérios
(Atribuir pontuação de 1 a 5)
A reter:
Técnica Observação
{ Ficha de observação
Lista de ocorrências
Escala de avaliação
FORMULAÇÃO DE PERGUNTAS
As perguntas ou questões podem ser feitas aos formandos por duas formas distintas e destina-se avaliar dados do
domínio cognitivo e afetivo.
Avaliação Oral: é uma forma eficaz de avaliação sumativa quando se trata de avaliar apenas um formando
de cada vez. Permite-nos conhecer, com clareza, os conhecimentos destes e, no caso, de restarem dúvidas, há a
possibilidade de os elucidar prontamente, colocando a questão de outro modo ou aprofundando sucessivamente,
até onde se tornar necessário.
Na avaliação formativa, não confundir método interrogativo com técnica avaliação oral, dado que esta última requer
avaliação de cada formando de forma igual.
Para um bom cumprimento da avaliação oral deve-se ter em conta determinados aspetos:
• Elaborar previamente, sempre que possível, uma lista de perguntas objectivas e representativas da matéria a
avaliar;
• Avaliar o que o formando sabe da matéria, não pesquisando exaustivamente o que não sabe, desmotivando-o;
• Fazer perguntas claras, o mais curtas possível e sempre numa linguagem adequada aos formandos;
• Apresentá-las doutra forma se elas não tiverem sido suficientemente compreendidas;
• Nunca dar pistas, ajudas ou qualquer contributo para a resposta;
• Na avaliação sumativa deverão fazer-se as mesmas perguntas a todos os formandos, sempre que possível,
criando assim condições de uniformidade e igualdade na avaliação. Não escolher apenas as respostas dos
formandos mais interventivos, procurar questionar os menos participativos.
Vantagens Desvantagens
Avaliação Escrita: Continua a ser o tipo de avaliação mais utilizado e consiste na elaboração de
documentos escritos que os formandos deverão responder, igualmente por escrito.
Vantagens Desvantagens
-- economia de tempo;
-- exige uma conceção cuidada e por
- possibilidade de aplicação simultânea a grandes grupos;
conseguinte morosa;
- tratamento igual de todos os formandos, sendo
- favorece os formandos que têm
submetidos às mesmas perguntas;
facilidade de interpretação e expressão
- o formador, em posse da resposta, pode estudá-la,
escrita.
compará-la e refletir sobre ela, quer só, quer em colaboração
com os formandos
Testes
O formando redige a sua resposta, livremente, espontaneamente, utilizando o seu próprio vocabulário. Consoante a
extensão da resposta solicitada ao formando, há dois tipos de testes:
Produção Curta: neste tipo de testes são apresentadas questões ao formando e pede-se-lhe que forneça a resposta
adequada numa palavra, em poucas palavras, poucas linhas, etc. A liberdade para ele se exprimir, é condicionada a
determinado espaço.
Exemplo:
a) Indique três países da União Europeia.
b) Em duas linhas, defina avaliação de aprendizagem.
Vantagens Desvantagens
Produção Longa: neste tipo de testes apresentam-se questões aos formandos, permitindo que ele responda
livremente. Normalmente recorre-se aos testes de resposta longa para avaliar conteúdos mais complexos,
recorrendo ao espírito crítico e à criatividade.
Exemplo:
a) Identifique e desenvolva os fatores que concorrem para a presença de
subjetividade no processo de avaliação.
Vantagens Desvantagens
Em formação profissional raramente faz sentido a utilização de testes tão subjectivos e as questões de produção
longa a utilizar, poderão na maior parte dos casos ser fragmentadas em vários itens, de âmbito mais limitado, que
no conjunto levarão o formando a demonstrar que domina globalmente o assunto.
Nos testes de seleção são fornecidas ao formando a pergunta e as respostas. Não é necessário produzir a resposta,
mas apenas selecioná-las de entre as várias que lhe são apresentadas.
Vantagens Desvantagens
- Verdadeiro-Falso: consiste em formular afirmações que o formando terá de identificar como verdadeiras ou falsas.
É uma das técnicas de avaliação mais utilizadas em formação.
Regras para a elaboração de questões Verdadeiro-Falso:
• O texto deve ser claro e o mais curto possível;
• Ser afirmativo;
• Conter apenas uma ideia;
• O enunciado deve indicar claramente a forma como o formando selecionará a sua opção
Exemplo:
1. Assinale as seguintes afirmações como Verdadeiras (V) ou Falsas (F).
a) A avaliação diagnóstica verifica-se no início da formação. ____
b) Existem testes de simulação e de realização. ____
- Questões de completar: consistem em apresentar ao formando frases incompletas, com espaços em branco,
solicitando-lhe que as complete de forma a que tenham sentido.
Exemplo:
Os tipos de avaliação segundo a natureza do que se avalia são a avaliação ____________,
a avaliação _____________ e a avaliação ____________ .
- Questões de Emparelhamento: trata-se de fornecer ao formando dois grupos de elementos afins, pedindo-se-
lhe para os emparelhar, fazer compreender, associar ou ligar entre si, atendendo à sua afinidade, razão pela qual
também são conhecidos por Testes de Correspondência, Associação, etc.
Exemplo:
1. Trace corretamente a correspondência entre os elementos da coluna A
com os elementos da coluna B. Note que todos os elementos têm
correspondência
A B
- Questões de Escolha Múltipla: consiste em apresentar uma questão ao formando, fornecendo, simultaneamente
várias respostas, entre as quais terá de selecionar a(s) correta(s).
Exemplo:
1. Assinale com uma (X) a resposta que considere correta.
A reter:
}
Avaliação Lista de Perguntas
Técnica
}
Oral
Formulação
de Perguntas Avaliação
}
Curta
De Produção
Escrita Longa
}
Verdadeiro/Falso
De Seleção De completar
Emparelhamento
Escolha múltipla
MEDIÇÃO
Esta técnica consiste em medir determinadas performaces de execução do formando. Na ótica em que estamos
a considerá-la, é indispensável a avaliação de tarefas de execução prática. Assim, destina-se a colher dados
predominantemente no domínio psicomotor.
• Ficha de Avaliação Analítica Quantitativa: as tarefas são decompostas em operações ou fases, com o
objetivo de quantificar o valor de cada domínio do equipamento, ferramentas, materiais, organização do trabalho e/
ou tempos gastos na execução.
Exercício: Nome:
Execução Tempo
Durante a
execução
Depois da
execução
Diversos
Apresentação - acabamento
Tempo gasto:
Tempo concedido:
Escalas de Classificação
Uma das finalidades da classificação é transmitir aos outros os resultados da aprendizagem.
O sistema de classificação mais utilizado são as escalas de classificação, em que as mais usuais são:
• Escalas numéricas:
- Ordinal: 0 a 5; 0 a10; 0 a 20…
- Percentual: 0 a 100%
• Escala literal: A, B, C, D, E
• Escala descritiva:
- Muito Bom, Bom, Suficiente, Medíocre, Mau
- Ótimo, Muito Bom, Bom, Médio, Insuficiente
Embora não havendo uma correspondência rigorosa entre as diversas escalas, a verdade é que, com alguma
frequência se observa o estabelecimento, por parte de formadores, de uma relação entre, por exemplo, escalas
numéricas e escalas descritivas.
Para avaliar desempenhos diferentes através do mesmo formador ou de formadores diferentes, é de toda a
conveniência que se utilize uma mesma escala e com níveis bem definidos, no sentido de se evitarem possíveis
distorções mais ou menos gravosas para a avaliação. Não havendo sintonia quanto a este aspeto, pode acontecer,
por exemplo, que o nível A atribuído por determinado formador, signifique (em termos de grau de conhecimento),
alguma diferença, em relação ao nível A atribuído por qualquer outro formador, o que de todo se deve evitar.
O número de níveis de desempenho (escalões) de uma escala de classificação pode variar, de acordo com o
critério de avaliador. No entanto, especialistas na matéria indicam, como ideal, não ir além de 5 níveis, por estes
possibilitarem classificações bastante seguras e relativamente fáceis de aplicar.
A Subjetividade da Avaliação
Cada avaliador tem a sua forma própria de avaliar, baseada em muitos fatores, alguns dos quais escapam à
consciência do próprio avaliador. Alguns são conhecidos pela sua severidade, outros pela sua benevolência perante
os formandos. Numerosas experiências têm demonstrado que as diferenças de classificação entre diferentes
avaliadores, são menores nas ciências exatas (matemática, física) e maiores nas ciências não exatas (filosofia,
línguas).
Efeito de Halo: Trata-se de um impressão formada acerca dos formandos, motivado pela impressão geral que
este nos causa, por exemplo, a sua apresentação (vestuário, penteado, higiene), presença física (agradável,
desagradável), comportamento físico (voz, tiques), fluência da linguagem, apresentação de provas escritas
(caligrafia, erros ortográficos) podendo esta ser positiva ou negativa e influenciar a avaliação.
Estereotipia: Face a um preconceito criado acerca de um formando, o avaliador tem tendência a avaliá-lo sempre da
mesma forma, indiferente à sua evolução ou retrocesso.
Efeito da ordem de correção: a ordem pela qual se avalia, também pode interferir na classificação. Um exemplo
muito corrente deste facto é o que acontece quando numa avaliação oral, a um formando brilhante se segue
um formando normal. Este terá dificuldade em deixar uma boa imagem. O mesmo não acontecerá quando a um
formando mau se segue um normal;
Infidelidade do mesmo avaliador: a avaliação feita por determinado avaliador, está dependente de factos pessoais
como o estado de saúde física e mental, alterações do comportamento (como o humor no momento da avaliação,
etc.), o grau de exigência, o cansaço e muitos outros fatores.
É fundamental para o formador ter consciência da subjetividade inerente ao processo de avaliação, para que possa
fazer um esforço no sentido de aumentar a objetividade da avaliação.
3
Propor medidas de regulação, com vista à melhoria do
processo de formação
23
Quando se avalia uma ação de formação é também possível analisar em que medida o conteúdo, a organização e a
administração da formação (incluindo aspetos como o horário, as instalações, formador e materiais) contribuíram
para a aprendizagem e respetiva transferência da formação. A avaliação da formação permite ainda identificar quais
foram os formandos que beneficiaram mais, ou menos, da formação. Ao aferir as razões que levaram os formandos
a participar na formação, o seu nível de satisfação com a formação, e em que medida recomendariam a formação a
outros colegas, as organizações podem ainda recolher dados importantes para o marketing organizacional.
Quando uma ação de formação é avaliada, é ainda possível determinar os seus custos e benefícios financeiros,
compará-los a investimentos não relacionados com a formação, nomeadamente ao redesenho do trabalho ou a uma
melhor seleção de colaboradores, e a outros programas de formação.
Objetivos Resultados
Pretende-se que os modelos avaliativos abranjam as reações dos formandos à aprendizagem, ou seja, a opinião dos
formandos relativamente ao que eles pensaram e sentiram sobre determinados aspetos da formação, tais como o
tema, o formador, os materiais, entre outros.
Podemos considerar os seguintes instrumentos para avaliar a reação dos formandos face às aprendizagens:
• Questionários;
• Inquéritos;
• Fóruns de discussão;
Exemplo:
Selecione de 1 a 5 caraterizando os seguintes aspetos
1 2 3 4 5
Totalmente
Conteúdos da Acão Inadequados
adequados
Totalmente
Utilidade dos conteúdos da(s) unidade(s) Inaplicáveis
aplicáveis
Totalmente
Equipamentos e tecnologia Deficientes adequados e
eficazes
Totalmente
Documentação Inadequada
adequada
Totalmente
Recursos Pouco Adequados
adequados
Desta forma, o conteúdo deste nível de avaliação, correspondente à ação de formação, está perspetivado normalmente
para a qualidade da sessão ou sessões e para a importância do seu conteúdo e objetivos, em termos de conhecimentos,
capacidades, etc., face às funções ou futuras funções dos formandos.
A avaliação da formação não deve ser circunscrita ao ato pedagógico em si nem fechar-se na formação, mas
prolongar-se para o posto de trabalho, de modo a que seja uma responsabilidade partilhada com intervenção dos
gestores e superiores hierárquicos dos formandos. O desempenho nos postos de trabalho após o fim da ação de
formação constitui a “prova de fogo” da formação.
Este tipo de avaliação é realizada algum tempo depois do término da formação, focaliza-se no comportamento,
procurando determinar em que medida os formandos utilizam no contexto de trabalho as aprendizagens obtidas na
ação de formação. Neste sentido, o termo “comportamento” é utilizado como referência da medição do desempenho
da função após a formação e tem vindo a ser conceptualizado como transferência da formação.
Do ponto de vista metodológico, um plano ideal de avaliação da transferência implica a realização de diferentes
análises que permitam comparar o comportamento antes e depois da formação, com planos temporais mais distantes
do final imediato da formação, com vista a averiguar em que medida o conteúdo formativo não só foi aplicado mas
também mantido ao longo do tempo.
De um ponto de vista sistémico importa à formação determinar qual a relação entre o êxito da sua formação e os
resultados da empresa.
Para perceber e responder a esta questão é importante perceber que na grande maioria das organizações os
objetivos ou finalidades podem ser descritos e analisados segundo diferentes critérios, tais como:
Para realizar este tipo de avaliação recorre-se com grande frequência a análise estatística, questionários e entrevistas.
Em última instância, o critério dos resultados organizacionais é o mais fundamental para julgar o sucesso da formação,
sendo desejável a recolha e análise de dados sobre indicadores como os referidos. No entanto, constrangimentos
organizacionais, dificuldades de medição efetiva dos resultados e de obtenção dos indicadores adequados, assim
como o isolamento e ponderação de variáveis contingenciais internas e externas que afetam o desempenho
organizacional, tornam a avaliação deste nível mais difícil e complexa, sendo poucos os estudos que fazem a sua
análise.
Para além disso, a mudança comportamental e respetiva incorporação na atividade profissional é um dos aspetos
mais críticos para se avaliar a qualidade e eficácia de um programa de formação uma vez que é um determinante
direto do nível de resultados da formação para a melhoria do desempenho organizacional.
A avaliação da eficácia e da eficiência dos processos de formação são necessárias para garantir que o dinheiro, tempo
e recursos são usados para proporcionar o maior benefício possível. Assim é de extrema importância a compreensão
do que as variáveis de impacto, a eficácia e eficiência podem ser usadas para melhorar os materiais de formação e
processos.
Quando os resultados insatisfatórios sucedem no final da ação de formação, também se deve prever medidas de
regulação com vista à melhoria de um futuro processo formativo:
Atualmente, pretende-se uma avaliação que se inscreva na procura constante de melhor compreender para melhor
agir. É, no fundo, uma procura de melhores desempenhos, para uma dinâmica duradoura de qualquer processo de
desenvolvimento.
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
1. Tira-Picos, António & Sampaio (1990), A Avaliação Pedagógica na Formação Profissional – Generalidades.
2. Tira – Picos, António (1990), A Avaliação da Formação Profissional. Lisboa: Instituto do Emprego e Formação
Profissional
3. Tira-Picos, António & Sampaio (2001), A Avaliação Pedagógica na Formação Profissional – Técnicas e
4. Silva, Maria Gabriela (1993), Avaliação. Lisboa: Companhia Nacional de Serviços, Lda.
t 93 420 1869
e info@formacaoformadores-ccp.pt
formacaoformadores-ccp.pt