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Objectivo(s) Geral(ais)
Objectivo(s) Específico(s)
1. Distinguir diferentes níveis de avaliação dos resultados de formação;
2. Construir e aplicar instrumentos de avaliação em função dos objetivos previamente
definidos, que permitam verificar e controlar os resultados da aprendizagem, a eficiência e a
eficácia da formação;
3. Identificar causas de subjetividade na avaliação;
4. Aplicar um método sistémico e evolutivo de análise de resultados de formação;
5. Propor medidas de regulação, com vista à melhoria do processo de formação.
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Avaliação da Formação e das Aprendizagens
Índice
Sub-módulo 1: Avaliação quantitativa e qualitativa ...................................................................... 4
1. Avaliação quantitativa e qualitativa ...................................................................................... 4
1.1. Conceito de avaliação da aprendizagem ....................................................................... 4
1.1.1. Finalidades ............................................................................................................. 4
1.1.2. Funções.................................................................................................................. 5
1.1.3. Objetos da avaliação.............................................................................................. 5
1.1.4. Tipos de avaliação.................................................................................................. 6
1.2. A subjectividade da avaliação ...................................................................................... 10
1.2.1. Causas da subjectividade da avaliação ................................................................ 10
2. Técnicas de avaliação .......................................................................................................... 12
2.1. Observação .................................................................................................................. 13
2.1.1. Ficha de observação ............................................................................................ 14
2.1.2. Lista de ocorrências ............................................................................................. 15
2.1.3. Escala de classificação ......................................................................................... 15
2.2. Formulação de perguntas ............................................................................................ 15
2.2.1. Avaliação oral ...................................................................................................... 16
2.2.2. Avaliação escrita .................................................................................................. 16
2.2.2.1. Inquéritos ........................................................................................................ 17
2.2.2.2. Testes............................................................................................................... 17
2.3. Medição ....................................................................................................................... 22
2.4. Escalas de avaliação ..................................................................................................... 23
2.5. Conceção de instrumentos de avaliação ..................................................................... 24
2.5.1. Características de um instrumento de avaliação eficaz ....................................... 24
Sub-módulo 2: Avaliação: da formação ao contexto de trabalho ............................................... 26
1. Princípios e métodos de avaliação da formação ................................................................. 26
1.1. Avaliação da eficácia e eficiência do processo técnico-pedagógico ............................ 28
1.1.1. O modelo de Kirkpatrick ...................................................................................... 28
1.1.2. Regras para a avaliação da formação .................................................................. 32
1.1.3. Impacto da formação e inserção no mercado de trabalho .................................. 33
1.1.3.1. Papéis e intervenientes no processo de avaliação .......................................... 35
1.1.3.2. Técnicas e instrumentos de recolha de informação ........................................ 36
1.1.3.3. Organização da FCT ............................................................................................. 38
1.1.3.4. O plano individual de aprendizagem ............................................................... 39
Bibliografia utilizada .................................................................................................................... 41
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1.1.1. Finalidades
A avaliação da aprendizagem permite descrever quais os conhecimentos, atitudes ou aptidões
os formandos adquiriram, ou seja, que objetivos do ensino-aprendizagem já atingiram num
determinado ponto do percurso e que dificuldades estão a revelar relativamente a outros.
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Esta informação é necessária ao formador para procurar meios e estratégias que possam
ajudar os formandos a resolver essas dificuldades e é necessária aos formandos para se
aperceberem delas (não podem os formandos identificar claramente as suas próprias
dificuldades num campo que desconhecem) e tentarem ultrapassá-las com a ajuda do
formador e com o seu próprio esforço. Por isso, a avaliação tem uma intenção formativa.
A avaliação proporciona também o apoio a um processo a decorrer, contribuindo para a
obtenção de produtos ou resultados de aprendizagem.
1.1.2. Funções
De uma maneira geral, as funções da avaliação da aprendizagem, em diferentes momentos da
formação, são:
− Indicar os resultados
− Identificar os problemas decorrentes das práticas pedagógicas
− Diagnosticar as necessidades dos formandos
− Sugerir novos métodos e técnicas pedagógicas ou recursos didácticos
− Predizer os resultados e facilitar uma orientação
− Motivar os formandos e os formadores para a consecução dos objectivos
− Orientar os esforços dos formandos na definição de um trajecto pessoal de
aprendizagem
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Tipos de avaliação
Quanto ao momento Quanto ao processo
Avaliação de diagnóstico ou inicial Normativa
Formativa ou Contínua Criterial
Sumativa ou Final
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Funções:
− Avaliar conhecimentos e habilidades (pré-requisitos, pré-adquiridos);
− Avaliar realizações prévias relevantes (experiências, capacidades);
− Enquadrar as expetativas dos formandos nos objetivos da formação;
− Permitir selecionar estratégias para a aprendizagem;
− Permitir decidir o ponto de entrada na aprendizagem;
− Definir a equipa formadora.
A análise da resposta a esta questão levará, com certeza, o formador a introduzir alguns
reajustes ao programa de formação já elaborado, tornando-o mais de acordo com as
necessidades sentidas e manifestadas pelos formandos.
2. Avaliação Formativa
Este nível de avaliação acompanha todo o processo formativo e é da exclusiva
responsabilidade do formador.
A avaliação da aprendizagem realizada permite ao formador obter feedback imediato em
relação aos níveis de atenção e de participação dos formandos bem como do seu grau de
adesão. Permite igualmente o feedback imediato da eficácia dos métodos e técnicas utilizadas,
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3. Avaliação sumativa
Ocorrendo no final da formação, este tipo de avaliação tem como objetivo aferir em que
medida os conteúdos foram aprendidos pelos formandos. Desta forma permite seriar os
formandos e certificá-los. Estes dados deverão ainda ser analisados em função das melhorias
que possam ser implementadas, tendo em conta os objetivos iniciais e o seu alcance ou não
pelos formandos.
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1. Avaliação Normativa
É um tipo de avaliação onde se efetua comparações entre o resultado/ comportamento de
cada formando em relação ao grupo. Tem um teor seletivo, dado que os resultados obtidos
pretendem discriminar e posicionar o individuo em relação ao seu grupo (Ex.: o primeiro, o
segundo, o último, etc.), podendo ser utilizada para seleccionar os melhores formandos.
2. Avaliação Criterial
Tipo de avaliação que visa verificar se os objetivos foram ou não alcançados pelo indivíduo, em
função de um critério, que será os objetivos ou comportamentos que têm de adquirir. Desta
forma, os formandos são situados em termos absolutos no que se refere à aprendizagem
realizada (Ex.: Apto / Não Apto) e não depende das avaliações dos outros formandos.
− Avalia tendo por base o comportamento − Avalia tendo por base o objetivo a atingir
dos outros − A classificação resulta da utilização de um
− A classificação resulta da utilização de um padrão absoluto (quantitativo) que não
padrão relativo (qualitativo) que depende depende dos outros desempenhos
dos outros desempenhos − A classificação pressupõe verificação dos
− A classificação pressupõe discriminação objetivos alcançados
dos formandos − Os formandos são avaliados pela aplicação
− Os formandos são classificados e do apreendido na formação
graduados numa lista
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Enquanto avaliadores, estamos sempre sujeitos a influências que tornarão a avaliação mais
subjetiva, pelo que estar ciente dessa possibilidade e das possíveis causas é essencial para
tentar evitá-los.
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2. Técnicas de avaliação
O formador pode utilizar, simultaneamente ou em separado, uma série de técnicas de
avaliação com vista à recolha de dados que permitam medir ou verificar eficazmente a
progressão da aprendizagem dos formandos. Desta forma, as técnicas de avaliação contribuem
para uma aprendizagem mais rica, na quantidade de aptidões adquiridas e no grau de
proficiência com que cada uma é denominada. Por outro lado, estas informações fornecem
indicadores sobre a qualidade e eficácia da formação.
Vantagens:
− Fornecer feedback para uma aprendizagem mais rica;
− Proporcionar informações que possam construir uma base para a apreciação do
trabalho do formando e atribuição de classificações;
− Fornecer indicadores sobre a qualidade e eficácia da formação.
É necessário para cada técnica construir instrumentos adequados em função de cada situação
de aprendizagem, de modo a escolher os que têm mais vantagens e menos inconvenientes.
Nalguns casos, devem-se selecionar e combinar diferentes técnicas e instrumentos com vista a
uma avaliação eficaz, objetiva e justa.
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2.1. Observação
É uma das técnicas mais simples e das mais utilizadas pelos formadores. Consiste na
observação e registo de dados, podendo ser utilizada para todos os domínios do saber,
principalmente afetivos e psicomotores:
− Afectivos – interesse, zelo, participação, pontualidade, motivação, capacidade crítica,
etc.
− Cognitivos - Conhecimento, compreensão, aplicação, capacidade de análise, de síntese,
de avaliação, etc.
− Psicomotores - Capacidade motora, habilidade manual, resistência à fadiga, etc.
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Uma das maiores vantagens da observação é o facto de permitir recolher dados no momento
em que estão a acontecer, sendo portanto reais e fidedignos. Contudo, tendo em conta que a
observação deverá ser sistemática, isto significa que é necessário muito tempo para permitir a
observação de todos os formandos e ter a certeza que os comportamentos são sistemáticos.
Assim, o formador deverá ter em conta a necessidade de criar estratégias e instrumentos que
permitam tirar o máximo partido da observação. A seguir apresentam-se algumas regras a ter
em conta:
→ Inventariar previamente os dados que se pretendem recolher, criando instrumentos de
registo objetivos;
→ Observar discretamente, sem perturbar o formando;
→ Criar no grupo um ambiente de franqueza, de à-vontade, propício à observação;
→ Ter em conta a natureza dos formandos de modo a não desvalorizar os mais
reservados ou inibidos;
→ Procurar ser imparcial e objetivo.
Ficha de observação
Tarefa Data
Factos observados Comentários
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Executou a
Esteve atento Participou Compreendeu Aplicou
tarefa
Formando
A X X X
B X X
C X X X X X
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2.2.2.1. Inquéritos
Permitem apresentar questões escritas com o intuito de recolher dados essencialmente do
domínio afetivo. São de grande interesse, por exemplo, na avaliação diagnóstica (selecção,
dificuldades de aprendizagem, etc.).
Instrumentos associados:
− Questionário
− Inventário
− Escala de atitudes
− Sociograma
2.2.2.2. Testes
Os testes permitem recolher dados essencialmente do domínio cognitivo. Podemos falar em
dois tipos de testes:
Vantagens:
− Concepção rápida e fácil;
− Resposta rápida e objetiva;
− Avaliação objetiva;
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Desvantagens:
− Limitam a criatividade do formando
“Dicas” de redação:
− Texto claro e curto;
− Indicar a quantidade de resposta que se pretende (X características) ou a
extensão da mesma (em X linhas).
Vantagens:
− Concepção rápida e fácil;
− Avaliação de matérias complexas e processos mentais superiores (por
exemplo, capacidade de análise e de relacionamento das matérias,
organização de ideias, etc.).
Desvantagens:
− Avaliação subjetiva e morosa
“Dicas” de redação:
− Texto claro e curto
− Indicar claramente o que se pretende
− Limitar o âmbito da questão, subdividindo a pergunta, se possível
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Este tipo de testes tem como vantagem o facto de a resposta ser rápida e objetiva, pois o
formando percebe claramente o que tem de fazer. Para o formador, a sua correção também se
torna rápida e objetiva, diminuindo a probabilidade de diferentes avaliadores efectuarem
diferentes avaliações. Contudo, a sua conceção é morosa e requer grande domínio das
matérias (por exemplo, para criar alternativas com o mesmo grau de dificuldade e semelhança
suficiente para o grau de dificuldade que se pretende).
Para além disso, não se pode ignorar a probabilidade de os formandos acertarem ao acaso, ou
ainda o facto de não poderem utilizar as suas próprias palavras, opinião ou criatividade nas
respostas.
Habitualmente pode-se falar em quatro tipos de testes de selecção:
Desvantagens:
− Acaso nas respostas, pois a possibilidade de acerto é de 50%;
− Perigo de os formandos reterem na memória as respostas falsas se não
forem corrigidas no momento.
“Dicas” de redação:
− Texto claro e curto
− Frases afirmativas
− Conter apenas uma ideia, sendo totalmente falsa ou verdadeira
− As instruções devem indicar claramente a forma de proceder para que o
formando indique a sua opção
− Diminuir a probabilidade de respostas ao acaso através da utilização de
descontos nas respostas erradas ou acrescentando a necessidade de
justificação da opção tomada (tornando a pergunta aberta).
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“Dicas” de redação:
− Texto claro e curto;
− A frase, apesar dos elementos omitidos, deve ter sentido lógico;
− Os espaços para escrever devem ser iguais, independentemente do
tamanho da palavra em falta;
− Só se devem omitir elementos importantes que o formando deverá
conhecer;
− Não devem ser fornecidas pistas gramaticais;
− Os elementos em falta devem situar-se, de preferência, no final da frase, de
forma a situar no contexto;
− Só deve ser possível uma resposta, sem ambiguidade.
“Dicas” de redação:
− Texto claro e curto;
− As instruções devem ser claras e indicar a forma de realizar o
emparelhamento, assim como se um elemento de um grupo corresponde a
mais do que um elemento no outro;
− A lista mais longa não deve conter mais do que sete elementos;
− Para evitar acertos ao acaso, uma das listas pode conter elementos
incorrectos que não poderão ser emparelhados;
− Os elementos de cada lista/ coluna devem ser afins e homogéneos e conter
apenas uma ideia.
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Estrutura básica:
- Instruções – São as indicações sobre o que deve ser feito e como (por
exemplo, se há mais do que uma alternativa correta);
- Tronco – Serve para apresentar a questão ou enunciado do problema e as
instruções;
- Lista de escolhas – Lista que contém a(s) resposta(s) correcta(s) e os
distratores;
- Distratores – São o conjunto de respostas erradas.
Desvantagens:
− Probabilidade de acerto por exclusão de partes e não por conhecimento
total da matéria
−
“Dicas” de redação:
− Texto claro e curto;
− Introduzir no tronco o máximo de palavras necessárias de forma a tornar as
escolhas o mais curtas possível;
− As instruções devem indicar claramente a possibilidade de assinalar mais do
que uma hipótese (quando aplicável);
− Os distratores e a(s) resposta (s) certa(s) deverão ser homogéneos em
extensão e coerência;
− A resposta correta deve aparecer na lista numa ordem arbitrária (há uma
maior tendência para escolher as alternativas do meio);
− Evitar o uso de palavras como “sempre”, “nunca”, “todos”, pois há pouca
probabilidade de termos tão abrangentes serem verdadeiros (o mesmo aplica-
se a termos limitantes, como “por vezes”, “em certas condições”, etc.);
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2.3. Medição
Consiste em medir determinados desempenhos ou qualidades de execução do formando. Em
contexto de formação profissional é muito útil para avaliar tarefas de execução prática.
Permite obter dados do domínio psicomotor, como: tempos de execução; quantidade de
trabalho produzido e qualidade do trabalho, etc.
Os elementos de medição podem ser recolhidos através de instrumentos de medida como, por
exemplo, o relógio, o cronómetro, entre outros, mas a avaliação da tarefa exige normalmente
o recurso a outro tipo de técnicas, como a observação e a formulação de perguntas.
Este tipo de avaliação exige que a tarefa a avaliar seja decomposta nas componentes ou
fases que serão objeto de avaliação, de forma a criar parâmetros a avaliar.
Os instrumentos utilizados são fichas de avaliação de trabalhos práticos que podem dividir-
se em dois tipos:
− Ficha de avaliação analítica e quantitativa – analisa a tarefa e quantifica o grau de
execução (escala quantitativa)
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Neste contexto, torna-se necessária a referência a uma medida, uma escala, que facilita a
compreensão da posição que ocupa relativamente ao aproveitamento manifestado pelo seu
desempenho.
A utilização de uma determinada escala permite, assim, que o formador atribua um juízo de
valor em que a classificação alcançada represente o domínio dos saberes atingido por um
formando em particular e pelo grupo de formação em geral, tendo em consideração os
objetivos de aprendizagem estipulados.
Numérica 1 2 3 4 5
Literal E D C B A
Mau Medíocre
Descritiva Suficiente Bom Muito bom
Mt. Insuficiente Insuficiente
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• A elaboração da abordagem;
• A construção dos instrumentos de avaliação;
• Aplicação dos instrumentos;
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A simplicidade das questões e a relativa facilidade da sua passagem à prática como esquema
orientador de qualquer estratégia avaliativa, justificam plenamente a adoção deste modelo
como referência para a avaliação da formação.
A resposta a estas questões permite dividir a avaliação em quatro níveis:
→ Satisfação/ Reações – nível 1
→ Aprendizagens – nível 2
→ Transferência – nível 3
→ Impacto – nível 4
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Avaliação de nível 1
Avaliar a reação é medir a satisfação do cliente. Esta avaliação é importante porque:
• A satisfação dos formandos ajuda a compreender o seu grau de motivação e, por
consequência, a sua disponibilidade para aprender;
• Comunica aos formandos que a sua opinião é importante, que são agentes ativos na
avaliação do processo;
• Proporciona informação de feedback sobre os desempenhos;
• Proporciona informação de suporte para melhorias a implementar.
Como avaliar?
Normalmente esta avaliação é feita no final de cada módulo (ou no final da formação se for de
curta duração) por intermédio de um questionário.
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Avaliação de nível 2
Independentemente dos instrumentos escolhidos para avaliar as aprendizagens, uma questão
deve ser tida sempre em conta: o que foi definido nos objetivos específicos.
A avaliação das aprendizagens é, normalmente, tarefa do formador, cabendo-lhe a seleção dos
instrumentos que considere mais apropriados. Cabe, posteriormente, à coordenação a
interpretação dos resultados desta avaliação.
A avaliação das aprendizagens inicia-se com a avaliação diagnóstica, que serve de definição da
linha de base dos conhecimentos dos formandos e de comparação com os resultados finais.
Sempre que possível as técnicas e instrumentos de avaliação deverão ser diversificados.
Existe ainda outra forma de pôr em prática a avaliação das aprendizagens – a autoavaliação.
Esta forma surge muitas vezes articulada em dois momentos distintos: uma autoavaliação
inicial das competências que se julga possuir (e que serão objetivos da formação a
desenvolver) e uma autoavaliação final dessas mesmas competências.
Apesar desta avaliação, por si só, não ser conclusiva sobre as aprendizagens desenvolvidas, a
sua partição em dois momentos distintos permite retirar algumas ilações.
Avaliação de nível 3
A avaliação da transferência realiza-se já depois da formação (normalmente entre 6 a 12
meses após a realização da ação) e tem como objetivo verificar quais os resultados alcançados
pelos ex-formandos no desempenho normal das funções abrangidas pelo posto de trabalho
em que estão colocados.
A questão ao nível da avaliação da transferência é: em que medida as novas aquisições dos
formandos (nível 2) são efectivamente utilizadas em situações de trabalho? E quando falamos
em novas aquisições falamos em competências a desenvolver que devem ser definidas nos
objetivos.
É neste contexto que importa saber o que pode o formador fazer no sentido de maximizar as
possibilidades de transferência antes, durante e após a formação.
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Antes:
− Diagnosticar as necessidades de formação;
− Informar os formandos sobre os objetivos gerais e específicos da formação, dando
exemplos das aplicações dos conhecimentos a adquirir;
− Definir tarefas a executar.
Durante:
→ Maximizar a semelhança entre a formação e a situação na função, aumentando assim
a possibilidade de transferência positiva;
→ Proporcionar variedade de experiências e exemplos;
→ Permitir que sejam os formandos os “protagonistas” das actividades.
Depois:
− Levar os formandos a fazer a sua autoavaliação;
− Propor um plano de ação pessoal proativo.
Instrumentos:
• Grelhas de observação (no local de trabalho)
• Fichas de avaliação analítica
• Entrevistas de chegada (a formandos e chefias)
• Questionários
• Dados da avaliação de desempenho
• Estudos de caso
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Avaliação de nível 4
Segundo Kirkpatrick este nível é o mais importante e difícil de todos.
O que aqui se pretende avaliar é o impacto da formação ao nível da organização, ou seja, se os
objetivos organizacionais foram alcançados, tendo por base o diagnóstico de necessidades que
deu origem ao plano de formação.
Regra geral é feita 1 a 5 anos depois da formação ter tido lugar e é sempre indireta, incidindo
sobre dados estatísticos da evolução da organização, referentes a setores, atividades ou
comportamentos sobre os quais incidiu a intervenção formativa, traduzindo-se muitas vezes
na expressão “relação custo/benefício” ou “retorno do investimento” – ROI (return of
investiment).
2. Devem ser definidos indicadores pertinentes para avaliar, com base em critérios de
desempenho observáveis e mensuráveis definidos por um referencial, ou seja, identificar o
que se pretende medir;
3. O sistema de avaliação tem de ser conhecido e aceite pelos diferentes participantes, ou seja,
todos devem conhecer o que se está a avaliar;
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4. É importante garantir que a formação seja o único elemento explicativo para o resultado
observado, ou seja, discriminar todas as variáveis e clarificar se os resultados alcançados
dependem da formação;
5. É fundamental não querer avaliar tudo de uma só vez, tendo em consideração se os custos
da avaliação não serão superiores aos seus benefícios, ou seja, selecionar o que importa
avaliar em cada momento;
6. Devem difundir-se os resultados pelos clientes da formação, ou seja, dar feedback sobre os
resultados a quem é importante o seu conhecimento;
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Na formação em contexto real de trabalho torna-se ainda mais evidente a relevância que um
plano de aprendizagem poderá ter, uma vez que pode acrescentar valor ao próprio percurso
de formação, assim como trazer informações valiosas, ajudar na motivação do formando e
ajudar o formador/tutor na orientação desta aprendizagem.
A FCT pode ser um dos melhores métodos de formação, porque é um método planeado,
organizado e conduzido no próprio local de trabalho.
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A FCT, limitada no tempo, exige uma planificação cuidada e bastante detalhada, tendo em
conta que lhe estão associados determinados objetivos, sob pena de não se alcançarem os
resultados esperados.
É fundamental que, antes da FCT ter início, o formando tenha conhecimento de que a sua
aprendizagem estará direcionada para uma determinada função e num determinado contexto
organizacional (missão, cultura, objetivos, valores, estratégia). Só assim o formando
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compreende de que modo os resultados do seu trabalho contribuem para o alcance dos
objetivos da organização.
A partir da análise anterior, devem ser definidos objetivos correspondentes a cada função.
Para esse efeito, o tutor deve responder à questão:
As organizações são reticentes ao uso de instrumentos de avaliação escrita durante a FCT, uma
vez que o recurso a testes escritos exige dos tutores tempo extra para além do dedicado à FCT
e, eventualmente, pode criar nos formandos ansiedade e nervosismo (fruto de eventuais
experiências menos positivas no passado).
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Este instrumento de recolha de informação é adequado para obter informação tanto sobre o
processo ensino-aprendizagem, como sobre os produtos gerados, podendo também ser
utilizada no sentido de diagnosticar progressos e dificuldades no processo e antecipar formas
de resolução dessas mesmas dificuldades.
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2. Elaborar o plano
Depois de elaborada a sequência de funções a treinar na FCT, o tutor deve elaborar do plano
individual de aprendizagem.
• Verificar
Ajudar os formandos a reverem os passos dados durante o processo de aprendizagem, com o
objetivo de detetarem causas e fatores que conduziram a um determinado resultado. Esta
retrospetiva pode ajudar o formando a modificar as suas formas de actuar.
• Clarificar
Auxiliar os formandos a clarificar as suas necessidades, dificuldades e desejos, o que está
profundamente ligado à capacidade de saber ouvir, anteriormente abordada.
• Contextualizar
Ajudar o formando a contextualizar a sua aprendizagem e a sua forma de aprender. Perante
dificuldades enfrentadas pelo formando, este tem, normalmente, tendência para julgar que
essas dificuldades só lhe acontecem a si. Mostrar que essas dificuldades são comuns pode ser
um fator de estímulo.
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• Concetualizar
Dar explicações e indicar teorias que possam ajudar na resolução de problemas.
• Desafiar
Assinalar aspetos menos evidentes ou inconscientes que podem estar a prejudicar o
desempenho do formando, ou que o podem melhorar.
• Suscitar a ação
O diálogo com o formando deve ter como objetivo ajudá-lo a tornar-se ativo. No final de cada
conversa, devem ficar bem definidas as tarefas que o formando deve executar a seguir.
O processo de acompanhamento pelo tutor deve ser bastante cuidado, pois muitas vezes o
formando enfrenta dificuldades que só são ultrapassáveis com ajuda. Numa situação em que o
formando mostra dificuldades, podemos dizer que está numa fase de desorientação. Compete
ao tutor, através do diálogo, identificar o problema e, conjuntamente com o formando,
explorar as possíveis hipóteses que permitem ultrapassar os obstáculos.
A formulação de hipóteses permite ao formando voltar a orientar o seu trabalho. Esta
reorientação permite-lhe partilhar descobertas com o tutor, acumular conhecimentos e alterar
o seu comportamento, o que, por sua vez, conduz a uma nova fase de equilíbrio.
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Avaliação da Formação e das Aprendizagens
Bibliografia utilizada
Barata, J. & Alves, A. (2005). Gestão da Formação. Lisboa: Fundação para a Divulgação das
Tecnologias de Informação.
Ferreira, P. T. (2007). Guia do animador na formação de adultos. (6ª edição). Barcarena:
Editorial Presença.
Lencastre, J. G. (1999). Qualidade e eficácia na formação. (2ª edição). Colecção “Aprender”,
nº17. Lisboa: Edição IEFP.
Pinto, J. (1992). “Avaliação pedagógica: um instrumento de gestão provável”, Revista Formar,
nº5. Lisboa: Edição IEFP, pp. 4-13.
Rodrigues, M. & Ferrão, L. (2006). Formação Pedagógica de Formadores. (6ª edição). Lisboa:
Lidel.
Sampaio, J. (2006). Avaliação da Formação Profissional: Técnicas e Instrumentos. Colecção
“Formar Pedagogicamente”, nº6. Lisboa: Edições IEFP.
Terminologia de Formação Profissional (2001), Lisboa: Direcção-Geral do Emprego e Formação
Profissional (documento em formato digital).
Tira-Picos, A. (2006). Avaliação da Formação Profissional. (3ª edição). Colecção “Formar
Pedagogicamente”, nº5. Lisboa: Edições IEFP.
Tira-Picos, A. & Sampaio, J. (2000). Avaliação Pedagógica na Formação Profissional – Técnicas
e Instrumentos. (3ª edição). Colecção “Aprender”, nº5. Lisboa: Edição IEFP.
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