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REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA


INSTITUTO NACIONAL DE INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO

“REFORMA EDUCATIVA”

MANUAL DE APOIO AO SISTEMA DE AVALIAÇÃO

DAS APRENDIZAGENS PARA O ENSINO PRIMÁRIO

Ph.D. Manuel Afonso


FICHA TÉCNICA

TITULO : MANUAL DE APOIO AO SISTEMA DE AVALIAÇÃO DAS APRENDIZAGENS


PARA O ENSINO PRIMÁRIO

ELABORAÇÃO : Ph. D. Manuel Afonso

DIRECÇÃO GERAL : Dr. David Leonardo Chivela


Dr. Pedro Nsiangengo

EDITOR :

IMPRESSÃO :

TIRAGEM : 000 exemplares

1ª EDICÇÃO ------- /2005

INSTITUTO NACIONAL DE INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO

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Caro(a) Professor(a)

O Manual de Apoio ao Sistema de Avaliação das Aprendizagens para o Ensino


Primário, é uma ferramenta de trabalho muito importante para a aplicação
adequada do conjunto de informações contidas no sistema de avaliação das
aprendizagens, elaborado no âmbito da Reforma Educativa.

Neste Manual, constam aspectos gerais que devem ser de domínio de cada
um(a) dos (as) professores(as) e aspectos específicos que têm a ver com a classe
que lecciona.
Assim sendo, recomenda-se aos(às) professores(as) a fazerem um estudo
pormenorizado do conteúdo deste manual para que não tenham dificuldades no
cumprimento obrigatório e rigoroso do sistema de avaliação das aprendizagens
deste nível de ensino.

Deste modo, estamos convencidos de que, com este manual, o seu trabalho
na aplicação do novo sistema de avaliação está mais facilitado e poderá,
certamente, realizar uma avaliação mais objectiva e justa, cuja meta é a melhoria
permanente da qualidade do ensino.

Contudo, esperamos que nos faça chegar as suas contribuições, com o intuito
de enriquecermos o conteúdo deste manual de apoio.

O autor

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ÍNDICE

I. Introdução-----------------------------------------------------------------------5

II. Definição da avaliação--------------------------------------------------------6

III. Quando Avaliar as Aprendizagens--------------------------------------------6

IV. Com que Instrumentos e Técnicas avalia as aprendizagens-------------8

V. Alguns procedimentos para a avaliação contínua ------------------------10

VI. Escala de Avaliação------------------------------------------------------------14

VII. Classificação -------------------------------------------------------------------16

VIII. As fórmulas do Sistema de Avaliação e sua aplicação ------------------17

VIII.1. A classificação dos alunos no I0 Trimestre -------------------------------17

VIII.2. A classificação dos alunos no II0 Trimestre -----------------------------19

VIII.3. A classificação dos alunos no III0 Trimestre ---------------------------21

VIII.4. A determinação da CAP --------------------------------------------------23

VIII.5. A determinação da CF ---------------------------------------------------23

VIII.5.1. Para alunos(as) das classes de transição(2.a e 4.a)------------------24


VIII.5.2. Para alunos(as) da classe terminal(6.a) -------------------------------25

IX. Condições de transição ------------------------------------ ------------------27

X. Condições de reprovação ------------------------------------------------------30

Referência Bibliográfica -----------------------------------------------------------------32

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I. INTRODUÇÃO

No âmbito da Reforma Educativa que visa o enraizamento de um novo


Sistema de Educação em Angola, foram elaborados novos materiais pedagógicos
incluindo os Sistemas de Avaliação das Aprendizagens.
Tendo presente que os novos Sistemas de Avaliação das Aprendizagens
diferem bastante dos sistemas de avaliação em substituição, com vista a facilitar
sua implementação no dia-a-dia escolar, elaborou-se este Manual de Apoio. Como
verá, nesse manual, se encontra todo o fundamento teórico conceptual sobre o
que consta do Sistema de Avaliação das Aprendizagens, o que fazer e como fazê-
lo para que a avaliação das aprendizagens rumo a melhoria da qualidade do
processo de ensino e aprendizagem no nosso País, seja cada vez mais objectiva.
Para o efeito, vamos aqui recordar que, actualmente, o sentido da
avaliação das aprendizagens consiste num processo sistemático e
contínuo, cuja essência alicerça-se na recolha de informações, pelo(a) professor
(a), ligadas aos diversos componentes do processo de ensino e aprendizagem que
vão caracterizando os conhecimentos, as competências, as capacidades, os
comportamentos e as atitudes que os(as) alunos(as) devem necessariamente
adquirir e desenvolver, conforme o caso, em função dos currículos escolares.
A avaliação das aprendizagens dos(as) alunos(as) não deve e nem pode ser
entendida como um simples acto de atribuição de notas para fins de seleccionar,
classificar e certificar os(as) alunos(as) mas sim, um processo fundamentado,
sobretudo, nos objectivos programáticos, nas modalidades de avaliação, nos
instrumentos de avaliação e nos meios e métodos de ensino utilizados, com a
finalidade de contribuir para a melhoria da qualidade do processo de ensino e
aprendizagem.
A razão de ser do acima referenciado baseia-se no valor pedagógico que a
avaliação das aprendizagens reveste, pois, permite adequar o processo de ensino
e aprendizagem a favor do(a) aluno(a) em função das informações que ela
proporciona. Mediante a análise e interpretação adequada das informações
obtidas através da avaliação das aprendizagens, os(as) professores(as) devem
tomar decisões apropriadas que possam levar o aluno ao sucesso escolar.
De um modo geral, os novos sistemas da avaliação das aprendizagens
destinam-se a:
a) Tornar o processo de ensino e aprendizagem mais resultativo com
vista a reduzir os índices de reprovações;
b) Ferramentar adequadamente os(as) professores(as) para a realização
de uma avaliação cada vez mais objectiva;
c) motivar os(as) alunos(as) a fazerem a auto-avaliação para aprenderem
a aprender;
d) verificar e optimizar os processos e resultados do processo de ensino e
aprendizagem;

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e) seleccionar, classificar, clarificar e certificar os conhecimentos e as
competências adquiridas, as capacidades e atitudes desenvolvidas pelo
(a) aluno(a) ao longo do ano lectivo.

II. DEFINIÇÃO DA AVALIAÇÃO

O que é a avaliação?

Todas as definições actuais sobre o conceito de avaliação,


independentemente dos seus autores, são convergentes no seguinte: formulação
de juízos de valor para a tomada de decisões na base de informações recolhidas
sistematicamente.
Por exemplo, segundo Beeby, a avaliação define-se como um processo de
recolha e interpretação sistemática de informações que implicam juízos de
valor, com vista a tomada de decisões.
Essas decisões têm a ver com o(a) aluno(a), professor(a), materiais
pedagógicos, gestão escolar, enfim, com o processo todo e não só com alguns
componentes do mesmo.
Por isso, considera-se que, o novo sistema de avaliação elaborado nessa base
vai permitir a realização de uma avaliação que visa contribuir na melhoria da
qualidade do processo de ensino e aprendizagem.

III. QUANDO AVALIAR AS APRENDIZAGENS

Tratando-se da avaliação das aprendizagens dos(as) alunos(as) que permite


conhecer os níveis de aprendizagem, a eficácia dos métodos e meios utilizados no
ensino, o cumprimento dos objectivos programáticos, a qualidade da aula
leccionada pelo(a) professor(a) e outros elementos inerentes ao processo de
ensino e aprendizagem, é consenso dos especialistas em matéria de avaliação que
ela deve ser feita:

a) Antes do ciclo de uma aprendizagem( Avaliação Diagnóstica ou


Inicial);
b) Durante o ciclo de uma aprendizagem( Avaliação Formativa, também
conhecida por Contínua ou Sistemática) e
c) No fim do ciclo de uma aprendizagem( Avaliação Sumativa).

a) Avaliação Diagnóstica ou Inicial

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A avaliação diagnostica ou inicial realiza-se no início de novas aprendizagens
( de uma unidade, de um trimestre, do ano lectivo) com a intenção de se
constatar o domínio de pré requisitos pelos alunos; isto é, os níveis de
conhecimentos ou aptidões indispensáveis à aquisição de outros que deles
dependem. Em suma, trata-se de conhecer o nível inicial de conhecimentos e ou
de aptidões dos(as) alunos(as) que permitirão estabelecer a ponte com os novos
conhecimentos a adquirir na classe que começam a frequentar.

b) Avaliação Formativa (Contínua ou Sistemática)

Nos dias de hoje, esta é a modalidade que acompanha o processo de ensino


e aprendizagem, em outras palavras, avalia o processo na medida em que tem
lugar durante a realização das actividades docente e educativas.
É uma actividade de controlo permanente que fornece ao(a) aluno, ao(a)
professor(a) e ao(a) encarregado(a) da educação, os resultados imediatos da
acção pedagógica, já que, é feita durante as aulas.
Os resultados desta avaliação permitem ao(a) aluno(a) fazer a auto-avaliação
das suas aprendizagens e ao(a) professor(a) a conhecer os pontos fracos e fortes
de cada um(a) dos(as) seus(suas) alunos(as). Podemos também dizer que, os
resultados dessa avaliação permitem ainda aos(as) encarregados(as) da educação
a terem conhecimentos em tempo útil sobre o desempenho escolar dos seus
(suas) educandos(as) em termos de aprendizagens, o que, em grande medida,
contribui no fortalecimento das relações da escola com a comunidade.
Há muitos especialistas em matéria de avaliação que afirmam que a avaliação
contínua serve de conselheiro na tomada de decisões sobre possíveis
ajustamentos a introduzir no currículo, nas metodologias de ensino, na relação
professor(a)/ aluno(a), na maneira do(a) aluno(a) fazer o seu auto-estudo, etc.
Por isso, ela é de realização obrigatória em todas as nossas aulas.
Para que tudo o exposto acima se efective é necessário que todos os
resultados da avaliação contínua das aprendizagens dos(as) alunos(as) sejam
registados na sua caderneta de avaliações.
O registo dos resultados, para além de dar as informações imediatas para fins
de melhoria da qualidade do processo de ensino e aprendizagem, permitem ainda
que, no fim de cada trimestre, o(a) professor(a) tenha os dados indispensáveis
para a determinação da média das avaliações contínuas. Lembre-se sempre de
que, para as classes de transição(2a e 4a) e a classe de exames(6a), a MAC entra
na fórmula para a determinação da classificação do trimestre para cada um(a) dos
(as) alunos(as).
Para as classes de transição automática(1a, 3a e 5a), essas informações dos
dados registados nas cadernetas e no relatório descritivo, servirão ao(à) professor
(a) no próximo ano lectivo para continuar a dar um tratamento individualizado a

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cada um(a) dos (as) alunos(as) sobre os pontos fracos detectados no ano lectivo
anterior.
Na página 10 deste manual, encontrará o capitulo denominado “ Alguns
procedimentos para a realização da avaliação contínua” que ajudá-lo(a)-ão na
efectivação desta modalidade de avaliação durante as suas aulas.

c) Avaliação Sumativa∗

Ao contrário da avaliação contínua que avalia o processo, a avaliação


sumativa é uma modalidade direccionada para avaliação dos resultados do
processo de ensino e aprendizagem com vista a classificação e a certificação de
conhecimentos e competências adquiridas, capacidades e atitudes desenvolvidas
pelo(a) aluno(a) durante a efectivação do currículo; por isso, realiza-se no fim do
ciclo de aprendizagem, no fim de cada trimestre e no fim de cada ano lectivo.
No caso concreto do Sistema de Avaliação das Aprendizagens para o Ensino
Primário, a avaliação sumativa refere-se as provas do(a) professor(a), as provas
de escola e aos exames finais.
As provas do(a) professor(a) juntamente com as médias das avaliações
contínuas, ditam os resultados finais do(a) aluno(a) em cada trimestre, enquanto
que, as provas de escola e os exames finais com as classificações atribuídas pelo
(a) professor(a) no fim do ano lectivo, determinam a classificação do(a) aluno(a).
Na base dos resultados da efectivação da avaliação inicial, contínua e
sumativa, acima referenciadas, poderá de uma ou outra forma, permitir que tanto
o(a) aluno(a) quanto o (a) professor(a), assim como os(as) encarregados(as) da
Educação e a sociedade em geral, sejam capazes de formular juízos de valor
fundamentados sobre o processo de ensino e aprendizagem realizado nas nossas
escolas.

IV. COM QUE INSTRUMENTOS E TÉCNICAS AVALIA AS


APRENDIZAGENS

Para a avaliação das aprendizagens dos(as) alunos(as), o(a) professor(a)


deve utilizar um conjunto de instrumentos e técnicas de entre os(as) quais se
destacam: as Provas(perguntas) Orais, as Provas(perguntas) Escritas, as Provas
Práticas, Trabalhos em Grupo, Tarefas para Casa e a observação individualizada.

a) Provas(perguntas) Orais

Para o Ensino Primário, esta modalidade só será aplicada na 2ª, 4ª e 6ª Classes, de acordo com o Sistema de
Avaliação das aprendizagens para esse Subsistema
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Consistem em estabelecer um diálogo directo entre professor e aluno,
servindo para:
 comprovar o domínio de conhecimentos já adquiridos;
 medir o grau de cumprimento dos objectivos ao longo ou no fim de
uma aula, de um ciclo de aprendizagens, etc;
 facilitar a ligação entre sub temas de um mesmo tema e temas de
um mesmo ciclo ou de diferentes ciclos de aprendizagem.
 comprovar o domínio da linguagem científica utilizada na disciplina,
isto é, os termos técnicos
 certificar os conhecimentos do aluno em dependência do subsistema

b) Provas(perguntas) Escritas

Consistem em exercício(s) para o aluno responder por escrito, podendo ser


usadas no início ou no fim de uma aula e fundamentalmente no fim de um
ciclo de aprendizagem, no fim do trimestre e no fim do ano lectivo.

c) Provas Práticas

Servem para avaliar as habilidades dos alunos quanto à aplicação prática dos
conhecimentos adquiridos numa situação por eles já conhecida ou não e
comprovar o domínio na manipulação de objectos, meios de ensino.

d) Trabalhos em Grupo

Consistem em organizar os alunos em grupos de trabalho para a realização


de actividades teóricas ou experimentais que podem ter lugar na sala de
aulas ou não, servindo ademais para observar as atitudes e comportamentos
de integração dos alunos no grupo. Este instrumento de avaliação contribui
para a socialização dos alunos.

e) Tarefas de Casa

Consistem em exercícios ou actividades que os alunos devem realizar em


casa, sendo posteriormente revisados, em muitos casos, no início da aula
seguinte. Porém, há tarefas que são revisadas nas aulas posteriores à
seguinte em dependência do tipo e carácter de exercícios ou actividades.
Servem essencialmente para a retro alimentação daquilo que o aluno
aprendeu na aula do dia e ajudam-no a estudar, permitindo também ao
professor conhecer a dedicação e o interesse do aluno em aprender a
aprender fora da sala de aulas.

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f) Observação individualizada

É a forma de acompanhamento directo do desempenho de cada um(a) dos


(as) alunos(as) da turma que pode ser feita na sala de aulas ou fora dela.
Através da observação conseguimos recolher um conjunto de informações
que têm a ver não só com talentos mas também com comportamentos,
atitudes e valores dos(as) alunos(as).

A utilização dos instrumentos e técnicas de avaliação deve ser diversificada,


sem limitar-se em dar perguntas ou exercícios meramente reprodutivos( fáceis ou
difíceis). O(A) professor(a) deve fazer perguntas ou exercícios desde os de
carácter reprodutivo(fáceis e difíceis) aos de carácter aplicativo (fáceis e difíceis),
tendo em atenção o nível de desenvolvimento dos(as) seus(as) alunos(as).
Na formulação de perguntas ou exercícios avaliativos, aconselha-se não
utilizar expressões gramaticais ou palavras que não sejam do conhecimento dos
(as) seus(suas) alunos(as) assim como seleccionar conteúdos para a avaliação
que não tenham sido ainda tratados nas aulas, porque se assim o fizer, acredite
que, estará criando as condições propícias para o insucesso da avaliação e,
consequentemente, do processo de ensino e aprendizagem.

V. ALGUNS PROCEDIMENTOS PARA A AVALIAÇÃO CONTÍNUA

Tal como viu no capítulo sobre Quando Avaliar as aprendizagens, a avaliação


contínua é de capital importância para o processo de ensino e aprendizagem;
porém, o êxito dessa modalidade de avaliação das aprendizagens depende, de
entre outros elementos, do uso correcto dos instrumentos da avaliação, da
formulação correcta das questões e da classificação mais justa das respostas dos
(as) alunos(as).
E, no capítulo anterior, sugeriu-se o uso diversificado dos instrumentos e
técnicas de avaliação; mas, para uma efectiva utilização da avaliação contínua, é
preferível o uso de perguntas escritas no início ou no fim da aula, de perguntas
orais no início da aula, durante a aula ou fim da aula, a orientação e correcção
dos trabalhos de casa, a realização dos trabalhos em grupos e a observação
individualizada do desempenho de cada um(a) dos(as) alunos(as) ou grupo de
alunos.
Para se evitarem subjectividades e injustiças na classificação dos
conhecimentos dos(as) alunos(as), de um lado e perca de tempo do outro,
sugere-se que não faça um número elevado de perguntas escritas. Nesta base,
para a avaliação contínua no início ou no fim da aula, o(a) professor(a) deve fazer
quanto mais duas perguntas escritas para todos os alunos.

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Todas as perguntas escritas feitas pelos(as) alunos(as) devem ser,
necessariamente, corrigidas na sala de aulas para que cada aluno(a) tenha a
oportunidade de conhecer a resposta certa e, consequentemente, os seus pontos
fortes e fracos conforme o caso.
Para as perguntas orais, em função do tempo, o(a) professor(a) pode com
uma mesma pergunta avaliar os conhecimentos de mais de um aluno desde que
opte pela seguinte metodologia, por exemplo, em matemática:
 Marina, qual é o antecessor do número 15?
A resposta da Marina estando certa ou não, o(a) professor(a) deve dirigir a
pergunta a outro aluno para explorar os conhecimentos deste da seguinte
maneira:
 Por exemplo, Pedro, concorda com a resposta da Marina? Porque?
E deste modo pode-se ver o quanto outros alunos possuem domínio dos
números naturais pois, a pergunta exige que confirme ou não com argumentos a
resposta do colega, podendo cada um merecer a classificação correspondente ao
nível dos seus conhecimentos e, consegue-se avaliar as aprendizagens de mais de
um(a) aluno(a) com uma só pergunta oral.
Porém, lembre-se sempre que o tempo de cada aula é limitado, por isso,
para não prejudicar o cumprimento integral do plano da aula correspondente a
esse dia com a avaliação contínua, deve geri-lo bem.
Uma outra maneira mais prática de avaliar os conhecimentos de um
elevado número de alunos(as) tem a ver com a observação individualizada. Esta
técnica permite que durante a avaliação de trabalhos de casa, por exemplo,
divisão silábica na Língua Portuguesa ou exercícios de cálculos em Matemática, se
possa avaliar as aprendizagens de muitos(as) alunos(as) usando a seguinte
metodologia: enquanto um(a) aluno(a) está no quadro a resolver o exercício
deixado para casa, o(a) professor(a) deve passar de carteira em carteira
observando o que cada aluno(a) fez e, conforme as respostas, vai atribuindo as
respectivas classificações.
A técnica referida no ponto anterior, torna-se ainda mais rentável para as
aulas de consolidação ou exercitação da matéria sumariada.
Para que a classificação dessas perguntas orais ou escritas da avaliação
contínua seja feita com maior objectividade, o(a) professor(a) deverá utilizar uma
escala de avaliação inferior ou muito inferior à recomendada para o nível de
ensino em que trabalha. A sugestão aqui é a de usar uma escala que vai de zero
(0) a cinco(5) valores por cada pergunta, sendo a nota do aluno nesta escala
multiplicada depois por; dois(2).
O objectivo dessa escala(de zero a cinco) é de minimizar os efeitos
subjectivos de avaliação que se fazem notar acentuadamente quando a escala
utilizada é maior; levando muita das vezes, a atribuição de notas que não
correspondem ao nível de conhecimentos do(a) aluno(a) no conteúdo avaliado.

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A multiplicação por dois permite a conversão da nota do(a) aluno(a) para a
escala de avaliação estipulada no Sistema de Avaliação das Aprendizagens para o
Ensino Primário.
Vejamos o seguinte exemplo:
Suponhamos que o(a) aluno(a) respondeu de forma meio certa a uma
pergunta oral no inicio de uma aula e o(a) professor(a) atribuiu-lhe, por isso, 2,5
valores na escala acima sugerida.
Para a conversão dessa nota (2,5 valores) na escala de zero(0) a dez(10),
procede-se: 2,5X2=5
Na caderneta das avaliações diárias deste(a) aluno(a), o(a) professor(a)
registará 5 valores e não 2,5 valores.
O procedimento da conversão de notas da escala da avaliação contínua para
a escala do nível de ensino deve ser feito no fim da aula o que permite evitar
percas de tempo útil da aula. E convindo facilitar o processo de conversão, a
seguir coloca-se o respectivo mapa:

MAPA DE CONVERSÃO DOS VALORES

Escala de Escala de Notas Conversão Classificação


avaliação das avaliação prováveis Factor de das notas do dia
aprendizagens contínua (a) conversã
para o ensino o a x2
primário
0 0 x 2 0
0,5 0,5 x 2 1
1 1 x 2 2
1,5 1,5 x 2 3
2 2 x 2 4
0-10 0-5 2,5 2 2,5 x 2 5
3 3x 2 6
3,5 3,5 x 2 7
4 4x 2 8
4,5 4,5 x 2 9
5 5x 2 10

É possível que durante o percurso das aulas e com ele a realização da


avaliação contínua, o(a) professor(a) atribua notas na escala desta modalidade
que não constem do quadro acima(coluna com notas prováveis), exemplo: 0,75
valores.

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Para este caso, bastará multiplicar o 0,75valores por 2 (0,75x2=1,5valores)
para se obter a classificação do(a) aluno(a) a registar na caderneta. Como vê a
nota a registar será 1,5valores e não 0,75.
No caso de que as aprendizagens de um(a) mesmo(a) aluno(a) sejam
avaliados mais de uma vez durante a aula, na mesma disciplina, é necessário que
se determine a média da avaliação contínua para este(a) aluno(a) mediante a
seguinte fórmula:

Σ das notas das avaliações do dia


MAC/dia = -------------------------------------------
n.0 total de avaliações nesse dia

Σ= somatória

MAC/dia = média de avaliações contínuas do dia na disciplina em causa.

Exemplo: Suponhamos que uma determinada aluna participou 4 vezes durante


a mesma aula e obteve as seguintes notas:

n.0 total de avaliações nesse dia 1 2 3 4


Notas que obteve 5 2,5 3 4

Em casos como este, convindo evitar a realização de muitos cálculos, antes


de converter a nota da aluna para a escala correspondente ao ensino primário,
aconselha-se determinar primeiro a média da avaliação contínua do dia na
disciplina em causa.

Assim será:
(5+ 2,5+3+4) valores
MAC/dia = ---------------------------
4

14,5 valores
MAC/ dia = -------------
4

MAC/dia =3,625 valores

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Depois de determinada a média do dia, faz-se a conversão; logo, a aluna
nesse dia e na disciplina em causa terá:

MAC/dia =3,625 valores x2

MAC=7,25 valores

O valor convertido é o que fica registado na caderneta das avaliações.


Para aqueles(as) alunos(as) que tiverem uma única participação durante a
aula, converte-se a nota obtida e regista-se, já que não há necessidade de
determinar média alguma.
Exemplo; a Marina participou uma vez e obteve 5 valores na escala de
avaliação contínua. Nesse dia, sua nota será:

5 valores x 2= 10 valores

Porém, importa recordar que o(a) professor(a) deve procurar que haja maior
número de alunos(as) a participarem na avaliação contínua durante a aula tendo
em conta o seu papel no processo de ensino e aprendizagem.

VI. ESCALA DE AVALIAÇÃO

A escala de avaliação das aprendizagens para o Ensino Primário varia desde


zero(0) a dez(10) valores. A opção feita pela escala de zero a dez valores
fundamenta-se no facto de, os níveis de desenvolvimento entre alunos de
rendimento próximo nesse nível de ensino diferenciarem-se pouco e para não
marcar significativamente as ligeiras diferenças em termos de classificação, optou-
se por essa escala.
Por outro lado, um(a) aluno(a) que obtenha negativa, qualquer que seja, na
escala de zero(0) a dez(10), o efeito psicológico de nunca atingir tal nota máxima
é menor que na escala de zero(0) a vinte(20).
Vejamos por exemplo; um(a) aluno(a) que teve quatro(4) valores na escala
de zero(0) a dez(10), fica menos desmotivado em atingir os dez(10) valores (nota
máxima), pois ele(a) precisa apenas de seis(6) valores, que aquele(a) que obtiver
oito(8) valores na escala de zero(0) a vinte(20), em atingir os vinte (20) valores;
porque este(a) precisará de doze(12) valores para chegar a nota máxima.
E para além dos efeitos psicológicos já citados, existe uma outra vantagem
do ponto vista pedagógico, já que, está praticamente comprovado que quanto
menor for a escala de avaliação menos subjectiva se torna o processo de
avaliação de aprendizagens.
Para poder perceber o significado de cada um dos valores dessa escala em
termos de aprendizagens, existe uma subdivisão por níveis de cumprimento dos

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objectivos, de acordo com o perfil e em relação ao saber, saber fazer e saber ser
que a seguir se apresenta:

a) de 0 a 2 – Mau, quase que não progride, está muito abaixo da


média.

- Atinge até 20% dos objectivos/conteúdos básicos,


nomeadamente na leitura, escrita e cálculo.
- Quase nunca faz os trabalhos de casa e quando os faz,
faz mal.
- Colabora muito pouco na aula e no trabalho de grupo
ou não intervém.
- Exprime-se oralmente com muita dificuldade e sem
precisão, escreve mal e com muitos erros ortográficos.
- Revela, com muita frequência, comportamentos e
atitudes inadequados.

b) de 3 a 4 – Medíocre, progride a baixo da média.

- Atinge entre 30-40% dos objectivos/conteúdos básicos,


nomeadamente na leitura, escrita e cálculo.
- Colabora e intervém pouco na aula e no trabalho de
grupo.
- Faz poucas vezes os trabalhos de casa e nem sempre os
faz bem.
- Exprime-se oralmente com dificuldade e pouca precisão.
- Revela, com alguma frequência, comportamentos e
atitudes inadequados.

c) de 5 a 6 – Suficiente, progride a nível da média.

- Atinge entre 50- 60% dos objectivos/conteúdos básicos,


nomeadamente na leitura, escrita e cálculo.
- Colabora e intervém quase com alguma frequência na
aula e no trabalho de grupo.
- Faz frequentemente os trabalhos de casa e quase sempre
bem.
- Exprime-se oralmente com algumas dificuldades.

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- Revela, quase com frequência, comportamentos e
atitudes adequadas.

d) de 7 a 8 – Bom, progride acima da média.

- Atinge entre 70-80% dos objectivos/conteúdos básicos,


nomeadamente na leitura, escrita e cálculo.
- Colabora e intervém adequadamente com frequência
na aula e no trabalho de grupo.
- Faz frequentemente os trabalhos de casa e sempre
bem.
- Exprime-se oralmente bem e com fluência.
- Revela, quase sempre, comportamentos e atitudes
adequados.

e) de 9 a 10 – Muito bom, progride rapidamente e com segurança,


está no topo.
- Atinge entre 90-100% dos objectivos/conteúdos básicos,
nomeadamente na leitura, escrita e cálculo.
- Colabora e intervém muito e sempre adequadamente na
aula e no trabalho de grupo, onde também ajuda os
colegas a ultrapassarem dificuldades.
- Faz sempre e muito bem os trabalhos de casa, e é
muito criativo.
- Exprime-se oralmente muito bem e com muita fluência.
- Revela sempre comportamentos e atitudes adequados e
influencia os colegas no mesmo sentido.

VII. CLASSIFICAÇÃO

Na filosofia da avaliação em educação, a classificação subentende-se


como sendo a expressão objectiva ou subjectiva, qualitativa ou quantitativa da
avaliação das aprendizagens. Neste caso particular, a classificação constitui a
expressão que informa o lugar que o(a) aluno(a) ocupa no percurso escolar que
compreende fundamentalmente a concretização dos objectivos dos objectivos
programáticos.

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Para a determinação da classificação do(a) aluno(a) no fim de um
trimestre ou ano lectivo, o professor utilizará as fórmulas constantes do Sistema
de Avaliação das Aprendizagens.
Neste particular, torna-se necessário fazer um parênteses para destacar
que, a fórmula para a determinação da classificação final, tem pesos diferentes
para diferentes avaliações a realizar durante o processo de ensino e
aprendizagem; isto porque tomou-se em consideração a evolução e o aumento do
grau de complexidade dos conteúdos, em função do cumprimento progressivo dos
programas curriculares.
As avaliações contínuas do professor por exemplo, inserem um número
reduzido de objectivos programáticos enquanto que, a prova de Escola, insere um
maior número de conjunto de objectivos programáticos( do ano lectivo) de uma
só vez. E daí a diferenciação de pesos expressa através dos coeficientes decimais
ou números fraccionários que acompanham cada um dos símbolos do tipo de
avaliação.
Assim, na expressão CF =0,3xCAP +0,7xCPE por exemplo; o coeficiente
0,3 lê-se “três décimas” e pode escrever-se sob forma de fracção 30/100 ou
3/10. Noutros termos, esse mesmo número representa 30% do valor total da
avaliação das aprendizagens do(a) aluno(a) durante o Trimestre.
O coeficiente 0,7 (sete decimas) o que equivale 70/100 ou 7/10 e
representa 70% do valor total das avaliações das aprendizagens do(a) aluno(a)
durante o ano lectivo.
Um dos aspectos importantíssimos que não deve deixar de ter em conta
ao longo do ano lectivo é a realização obrigatória da prova do(a) professor(a) em
todas as classes do ensino primário no fim de cada trimestre. Este aspecto
encontra-se no capitulo I.3 sobre as Provas no seu ponto 1 do Sistema de
avaliação das aprendizagens.

VIII. AS FÓRMULAS DO SISTEMA DE AVALIAÇÃO E A SUA


APLICAÇÃO.

Antes de passarmos aos exemplos sobre como aplicar as fórmulas do


sistema de avaliação, gostaríamos de lembrar que no Ensino Primário existem
classes de Transição Automática(1.a, 3.a e 5.a); nas quais, tais fórmulas não têm
razão de ser porque a avaliação das aprendizagens nessas classes é qualitativa e
não há reprovação desde que o(a) aluno(a) conclua sem excesso de faltas o ano
lectivo.
As fórmulas para esse nível de ensino servem para as Classes de Transição
( 2. e 4.a) nas quais fazem-se provas de escola no fim do ano lectivo e na classe
a

de exame(6a), onde são feitos no fim do ano lectivo, os exames finais.

17
Vejamos agora alguns exemplos de como determinar as classificações de
qualquer aluno(a) aluno(a) que pode ser das classes de transição ou da classe de
exame numa dada disciplina do plano curricular.

VIII.1. Classificação correspondente ao I.0 Trimestre

Para a determinação da classificação de qualquer(a) aluno(a) correspondente


a este trimestre, o procedimento a seguir consiste em determinar primeiro a
média das avaliações contínuas das notas obtidas pelo(a) aluno(a) ao longo do
trimestre.
Seguidamente, com a média das avaliações contínuas e a nota que obtiver na
prova do(a) professor(a) determina-se a classificação do(a) aluno(a)
correspondente ao trimestre1.
Assim sendo teremos:

Primeiro passo

Suponhamos que esse(a) aluno(a) no I.0 Trimestre durante as 12 semanas de


aulas foi avaliado e obteve, conforme mostra o quadro abaixo, as seguintes notas
em Matemática:

meses Fevereiro Março Abril Maio


semanas 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
MAC/semanal - - 7 4 2 0 4,5 8 10 8 6 9 9,5 10 - -

Com essas notas, o professor determinará a média das avaliações contínuas


do aluno para o Trimestre em causa na disciplina de Matemática; através da soma
de todas as notas a dividir pelo número de avaliações realizadas.
Neste caso, o número total de avaliações é igual ao número de notas que
corresponde, necessariamente, ao número de semanas em que o(a) aluno(a) foi
submetido(a) à avaliação contínua; isto é, n.0 total de Avaliações = 12 vezes.

∑ notas de avaliação contínua durante o Trimestre


a) MAC= ------------------------------------------------------------------
número total de Avaliações ao longo do Trimestre

Substituindo os dados na fórmula(1) teremos:

(7+4+2+0+4,5+8+10+6+9+9,5+10) valores

1
recorde-se que os mapas para o registo de notas na caderneta estão feitos por semanas de aulas. Neste
caso, subentenda que as MAC semanal foram extraídas da caderneta das avaliações contínuas.
18
b) MAC= ---------------------------------------------------------
12

78 valores
c) MAC= -----------------------
12

d) MAC= 6,5 valores

Assim, a média de avaliações contínuas (MAC) do(a) aluno(a) durante o I.0


Trimestre é de 6,5 valores.

Segundo passo

Este passo corresponde a fórmula para a determinação da classificação


correspondente ao trimestre após a realização da prova do(a) professor(a).
Suponhamos que nessa prova, a do(a) Professor(a), de realização obrigatória o
(a) aluno(a) teve 7,5 valores; a sua nota nesse Trimestre será:

MAC+ CPP
1) CT1 = -------------
2
substituindo as notas na fórmula, teremos :

( 6,5+7,5) valores
2) CT1 =------------------------
2

14 valores
3) CT1 = -----------------
2

4) CT1= 7 valores

Veja que, conforme recomenda o ponto 7 do capitulo I.2 sobre a


classificação do sistema de avaliação, não tendo arredondado o 6,5 valores
para 7 e o 7,5 valores para 8, a nota do(a) aluno(a) é igual a 7 valores e se
tivesse feito o arredondamento antes de determinar a Classificação do
Trimestre, a sua nota seria 7,5 valores; o que quer dizer que, já no I.0
Trimestre estaria oferecendo meio valor ao(à) aluno(a).

19
Lembre-se que o sistema de avaliação dispensa a oferta de notas e exige
que o(a) professor(a) cumpra com o seu dever de ensinar melhor para que o
(a) aluno(a) possa aprender também melhor e obter suas notas sem ajuda de
quem quer que seja; em outras palavras, as notas do(a) aluno(a) devem
resultar do seu esforço individual. Se isto acontecer na sua prática docente,
então, pode afirmar com orgulho que, as notas dos(as) seus(suas) alunos(as)
são o resultado do seu bom desempenho profissional.

VIII.2. classificação correspondente ao II.º Trimestre.

No II.0 Trimestre o procedimento é igualzinho ao do I.0 Trimestre.

Primeiro passo

Suponhamos que neste Trimestre, nas avaliações continuas, o(a) aluno(a) em


causa teve os seguintes resultados:

meses Junho Julho Agosto Setembro


semanas 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
MAC/semanal - - 7 5 6,5 1 2,5 8 10 5 6 9 10 - - -

Neste trimestre, o número total de avaliações, será igual a 11 já que, o(a)


aluno(a) foi submetido a avaliação contínua durante 11 semanas.

∑ notas de avaliação contínua durante o Trimestre


a) MAC= ------------------------------------------------------------------
número total de avaliações ao longo do Trimestre

Substituindo as notas na fórmula, temos:

(7+5+6,5+1+2,5+8+10+5+6+9+10) valores
b) MAC= ------------------------------------------------------
11

70 valores
c) MAC= ----------------------
11

d) MAC= 3,36 valores

A média das avaliações contínuas correspondentes a esse trimestre é igual a


3,36 valores.

20
Segundo passo

Suponhamos que na Prova do Professor, de realização obrigatória, esse(a)


aluno(a) teve 5,5 valores. A sua nota nesse Trimestre será:

MAC+ CPP
1) CT2 = -------------
2

Substituindo as notas, teremos :

( 3,36+5,5) valores
2) CT2 =------------------------
2

9,16 valores
3) CT2 = -----------------
2

4) CT2= 4,58 valores

A classificação do(a) aluno(a) correspondente ao II.0 Trimestre é igual a 4,58


valores. Essa nota, também, não se arredonda.

VIII.3. Classificação correspondente ao III.º Trimestre.

Tal como no I.0 e II.0 trimestres, o procedimento mantém-se o mesmo.

Primeiro passo:

Suponhamos que neste Trimestre, nas avaliações continuas, o(a) aluno(a) em


causa teve os seguintes resultados:

21
meses Setembro Outubro Novembro DEZEMBRO
semanas 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
MAC/semanal -- - 7 6,5 1 2,5 10 5 6 9 10 5 8 ---- -- --

Neste trimestre, tal com no anterior o número total de avaliações, é igual a


11, o que significa que o(a) aluno(a) tem 11 médias correspondentes a 11
semanas de aulas.

∑ notas de avaliação contínua durante o Trimestre


a) MAC= ------------------------------------------------------------------
número total Aval. Ao longo do Trimestre

Substituindo as notas, teremos:

(7+6,5+1+2,5+10+5+6+9+10+5+8) valores
b) MAC= ------------------------------------------------------
11
70 valores
c) MAC= ----------------------
11

d) MAC= 3,36 valores

A MAC do(a) aluno(a) nesse trimestre é 3,36 valores

Segundo passo

Suponhamos que na Prova do Professor, de realização obrigatória, esse aluno


teve 6,7 valores. A sua nota nesse Trimestre será:

MAC+ CPP
1) CT3 = -------------
2

Substituindo as notas na fórmula, temos :

( 3,36+6,7) valores
2) CT3 =------------------------
2

10,06 valores

22
3) CT3 = -----------------
2

4) CT3 = 5,03 valores

Neste caso, a nota do(a) aluno(a) é igual a 5,03 valores

VIII.4. Determinação da classificação atribuída pelo(a) professor


(a) no III.0 Trimestre (CAP)

Com as classificações do(a) aluno(a) obtidas durante os três trimestres, o(a)


professor(a) determinará a CAP através da fórmula seguinte:

CT1 + CT2 +CT3


CAP = ---------------------------
3

Logo, substituindo os dados obtidos nos três trimestres na fórmula, a


classificação atribuída pelo(a) Professor(a) ao(à) aluno(a) correspondente ao
aluno lectivo será :

(7+4,58+5,03) valores
CAP = ---------------------------
3

16,61 valores
CAP= ----------------------
3

CAP=5,53 valores

Neste caso, a classificação atribuída pelo o(a) professor(a), ao(à) aluno(a) em


referência é de 5,53 valores correspondentes ao ano lectivo.
Com a determinação da CAP termina a responsabilidade do(a) professor(a)
sobre o(a) aluno(a) no que toca as classificações, já que, de acordo ao que está
previsto no Regulamento das Provas de Escola e dos Exames, a determinação da
Classificação Final(CF) é da responsabilidade do Corpo de Júri que será
superiormente indicado para o efeito.
Assim sendo, o passo seguinte será efectuado pelo corpo do júri.

23
VIII.5. A determinação da classificação final do(a) aluno(a).

Lembrando uma vez mais o que está definido nos regulamentos da prova de
escola e dos exames respectivamente, a determinação da CAP de cada um(a) dos
(as) alunos(as) é tarefa exclusiva do corpo de júri. Porém, este facto, não impede,
de modo algum, que todos(as) os(as) professores(as) tenham pleno domínio dos
procedimentos para a determinação da CF pois, o corpo de júri, será formado por
professores(as) deste mesmo nível de ensino e cada um(a) dos(as) professores
(as) será indicado(a) para o efeito.
Para facilitar a compreensão dos procedimentos a ter em conta na
determinação da Classificação Final dos(as) alunos(as) num dado ano lectivo,
dividiu-se em; (1) para os(as) alunos(as) das classes de transição(2.a e 4.a) e (2)
para os(as) alunos(as) da classe terminal(6.a).

1) Para o (a) aluno(a) das classes de transição(2a e 4a).

De acordo com o sistema de avaliação das aprendizagens, os(as) alunos(as)


das classes de transição, fazem, no fim do ano lectivo, a prova de escola de
carácter obrigatório.
E suponhamos que na Prova de Escola obteve 8 valores; a sua nota Final no
ano lectivo em epígrafe será determinada consoante a fórmula:

a) CF= 0,3xCAP+0,7XCPE

Substituindo as notas na fórmula, temos:

b) CF=(0,3x5,53)+(0,7x8)

c) CF= 1,659 + 5,6

d) CF=7,259 valores

Também pode-se utilizar a fórmula equivalente com números fraccionários:

3xCAP+7xCPE
a) CF=----------------------
10
Substituindo as notas

(3x5,53) + (7x8)
b) CF=---------------------

24
10

16,59 + 56
c) CF= --------------------
10

72,59
d) CF=-----------------
10

B) CF= 7,259 valores

Tratando-se da classificação final, a nota do aluno deve ser expressa em


número inteiro. E, quando a parte decimal é menor que 0,5, o arredondamento
faz-se para o número imediatamente inferior, assim sendo, a classificação final
desse(a) aluno(a) é:

CF= 7 valores

Resumindo

Avaliações I.0 II.0 III.0


Trimestres trimestre trimestre trimestre
Média de avaliações contínuas(MAC) 6,5 3,3 3,36
valores valores valores
Classificação da prova do(a) Professor(a)(CPP) 7,5 5,5 6,7
valores valores valores
Classificação do trimestre(CT) 7 4,58 5,03
valores valores valores
Classificação atribuída pelo(a) professor(a) no III.0
Trimestre(CAP) 5,53 valores
Classificação da prova de escola
8 valores
Classificação final(CF) 7 valores

2) Para o(a) aluno(a) da classe terminal (6.ª)

25
De acordo com o Sistema de avaliação das aprendizagens, os(as) alunos(as)
da 6.ª classe realizam exames finais. E supondo-se que este(a) aluno(a) em
referência obteve 7,5 valores no exame, a sua nota final será determinada
mediante a seguinte fórmula:

a) CF= 0,3xCAP+0,7XCE

Substituindo as notas na fórmula:

b) CF=(0,3x5,53)+(0,7x7,5)

c) CF= 1,659+5,25

d) CF= 6,909

Também pode-se utilizar a fórmula equivalente:

3xCAP+7xCE
a) CF=------------------
10

(3x5,53)+(7x7,5)
b) CF=-----------------------
10

16,59+52,5
c) CF=----------------
10

d) CF= 6,909

Tal como no caso anterior, a nota final deve ser arredondada, porém, para
este caso, sendo a parte decimal maior que 0,5, o arredondamento será feito para
o número imediatamente superior. Logo a nota é:

CF=7 valores

26
Resumindo

Avaliações I.0 II.0 III.0


Trimestres trimestre trimestre trimestre
Média de avaliações contínuas(MAC) 6,5 3,3 3,36
valores valores valores
Classificação da prova do(a) Professor(a)(CPP) 7,5 5,5 6,7
valores valores valores
Classificação do trimestre(CT) 7 4,58 5,03
valores valores valores
Classificação atribuída pelo(a) professor(a) no III.0
Trimestre(CAP) 5,53 valores
Classificação da prova de exame
7,5 valores
Classificação final(CF) 7 valores

IX. CONDIÇÕES DE TRANSIÇÃO

As condições de transição são o conjunto de normas que definem os


requisitos relativos aos resultados da avaliação das aprendizagens que o(a) aluno
(a) deve possuir para transitar de classe.
Analisando o conteúdo do Sistema de Avaliação das Aprendizagens para o
Ensino Primário, capítulo I.2 – classificação na página 2, percebe-se da existência
de (a) classes de transição automática, (b) classes de transição e (c) classe de
exame. Este facto obriga a que seja feito um tratamento diferenciado em função
das categorias das classes aqui definidas.
Deste modo temos:

a) classe de transição automática

27
essas classes, de acordo com o sistema de avaliação das aprendizagens, são
aquelas iniciais de cada um dos três ciclos2 de aprendizagem que compõem o
ensino primário, nomeadamente; 1.a, 3.a e 5.a classes.
Conforme dita a própria denominação, os(as) alunos(as) nessas classes
independentemente dos resultados da avaliação das suas aprendizagens, desde
que não desistam das aulas ou tenham um número excessivo de faltas de acordo
com o regulamento do subsistema, transitam imediatamente para a classe
seguinte e deverão continuar com o(a) mesmo(a) professor(a) caso este(a)
continue fisicamente naquela escola.
A fundamentação desta iniciativa histórica para a educação na República de
Angola, reside no facto da existência dos ciclos de aprendizagem definidos nos
novos planos curriculares e expressos nos programas de ensino. Um exemplo
explicito de facto é o programa de educação musical, enquanto que nas demais
disciplinas há também um desenho de programas com esta filosofia porém,
implícito.
Para além do acima exposto, essa iniciativa pode-se fundamentar ainda pelo
facto de se ter aumentado o número de classes no Ensino Primário de 4 para 6
com carácter obrigatório de um lado, do outro, o facto de se ter reduzido
significativamente o rácio professor(a)/aluno(a) de mais de 50 para 35 alunos, o
que exigiu a reformulação das políticas voltadas aos procedimentos de avaliação
que também contribuiu no surgimento de classes de transição automática.
A grande finalidade dessa iniciativa é contribuir na fluidez de alunos dentro
das classes do ensino primário para permitir que não hajam muitas reprovações
com vista a permitir que a política do Governo de Angola em dar educação para
todos se efective sem muitos sobressaltos, pois, sabe que a repetência de alunos
(as) nas classe iniciais de cada ciclo de aprendizagem dificultaria o ingresso de
mais alunos no sistema educativo e torná-lo-ia mais dispendioso.
A questão que se tem levantado sobre essa iniciativa prende-se com a
qualidade do processo de ensino e aprendizagem. Como garantir a qualidade com
esse procedimento de transição?
Para se garantir a qualidade do processo de ensino e aprendizagem, foram
concebidos vários materiais pedagógicos em que se destacam as cadernetas para
a avaliação contínua, o relatório descritivo, os manuais elucidativos, os programas
menos extensos entre outros.
Considerando ainda que (1) o rácio professor(a)/aluno(a) é mais modesto e
jamais visto nas nossas escolas, (2) a aposta em avaliação contínua que permitirá
a avaliação do processo com vista a ir detectando os pontos fracos do(a) aluno
(a) em cada momento de aprendizagem para a prestação de atenção
individualizada e (3) a orientação que existe sobre a continuação dos(as) alunos
(as) com os mesmo(a) professor(a) para na classe seguinte o que possibilitará

2
Ciclos de aprendizagem: I.0 Ciclo de aprendizagem( 1.a e 2.aclasses), II.0 de aprendizagem ciclo(3.a e 4.a
classes) e III.0 ciclo de aprendizagem(5.a e 6.a classes)
28
limar as dificuldades do(a) aluno(a) trazidas da classe anterior, entre outros
aspectos, pode-se afirmar que as condições para o logro da qualidade estão
garantidas a nível pedagógico.
Finalmente, tal como em Portugal, Moçambique e outros Países mais em que
se utiliza um sistema de avaliação idêntico, o seu êxito está nas mãos de cada um
(a) dos(as) professores deste nível de ensino.

b) classes de transição

Nas classes de transição, todos(as) alunos(as) independentemente dos


resultados da avaliação contínua, desde que não desistam ou tenham faltas em
excesso devem ser admitidos as provas de Escola e decidirão a sua transição.
Esses(as) alunos(as), transitam para a classe imediatamente superior caso
tenham apenas duas negativas3 desde que não sejam simultaneamente a Língua
Portuguesa e a Matemática.
Os(as) alunos(as) com duas negativas simultaneamente a Língua Portuguesa
e a Matemática, caso uma delas for igual ou superior a três(3) valores, o corpo de
júri, de acordo com o regulamento das provas de escola tem prerrogativas de
votar ou não tal negativa.
Caso tenha de votá-la, esta votação deve basear-se nas informações sobre o
desempenho escolar do(a) aluno(a) registadas na sua caderneta. Um
procedimento idêntico poderá ser seguido ou não pelo corpo do júri em situações
em que um(a) aluno(a) tenha três negativas, das quais, uma é igual ou superior a
três(3) valores.
O procedimento de votação de notas não é uma norma, mas, o corpo de júri,
ponderando todas as situações e na base das informações registadas na
caderneta do(a) aluno(a) pode agir desta maneira.

c) classe terminal do ensino primário

Tal como nas classes de transição, os(as) alunos(as) da classe terminal,


independentemente dos resultados da avaliação do(a) professor(a), caso
cheguem sem excesso de faltas as aulas no fim do ano lectivo, deverão ser
admitidos(as) as aos exames finais.
Depois de feitos todos os cálculos conducentes a determinação das
classificações finais de acordo com a fórmula do ponto 9, capítulo da classificação
do sistema de avaliação, transita de classe imediatamente, aquele(a) aluno(a) que
tiver notas iguais ou superiores a cinco(5) valores em todas as disciplinas.

3
Considera-se negativa, a nota do(a) aluno(a) resultante da classificação final inferior a 5 valores
29
Os(as) alunos(as) que tiverem duas negativas desde que não sejam
simultaneamente a Língua Portuguesa e a Matemática, terão acesso aos exames
de recurso.
Assim como no ponto b) deste capítulo, o corpo do júri usará das suas
prerrogativas para poder deliberar ou não os casos críticos.

X. CONDIÇOES DE REPROVAÇÃO

As condições de reprovação são em outras palavras, a falta de requisitos que


determinam a passagem de classe ; quer dizer, o(a) aluno(a) não transita de
classe caso se encontre dentro daquelas normas que estabelecem a falta de
requisitos para frequentar a classe seguinte.
Fazendo a interpretação do sistema de avaliação das aprendizagens para o
ensino primário, pode-se dizer que, os(as) alunos(as) desse nível de ensino estão
agrupados em três categorias;(a) classes de transição automática, (b) classes de
transição e (c) classe de exame.
A cada uma dessas categorias corresponde um conjunto de normas que
definem os requisitos para que um(a) aluno(a) não possa transitar para a classe
imediatamente seguinte. Vejamos o que se considera falta de requisitos para a
frequência da classe seguinte em cada caso.

a) classes de transição automática(1.a, 3.a e 5.a)

Os(as) alunos(as) da classe de transição automática, não transitam de classe


seguinte àquela que acabam de frequentar caso excedam o número de faltas
permitidas pelo regulamento do subsistema, porque nesses casos, o(a) professor
(a) estará impossibilitado(a) de conhecer os pontos fracos do(a) aluno(a) devido a
falta de dados para que possa lhe(a) dar um tratamento particularizado.
Também não transitam de classe caso tenham desistido.
Estando o(a) aluno(a) dentro dessas normas, este(a) deverá repetir a classe,
quer dizer, reprova.

b) classes de transição(2.a e 4.a)

os(as) alunos(as) dessas classes não transitam para as classes


imediatamente superiores caso;(1) desistam das aulas, (2) tenham excesso de
faltas de acordo com o estabelecido no regulamento do subsistema, (3) tenham

30
duas negativas simultaneamente a Língua Portuguesa e a Matemática e (4)
possuam mais de duas negativas.
Qualquer uma dessas normas obrigam a que um(a) aluno(a) não transite de
classe.

c) Classe de exame:

Os(as) alunos(as) nessa classe não transitam para o ensino secundário(7.a


classe) em caso de ; (1) desistência das aulas, (2) terem um excesso de faltas de
acordo com o estabelecido no regulamento do subsistema, (3) possuírem duas
negativas simultaneamente a Língua Portuguesa e a Matemática, o que tira direito
a realização dos exames de recurso e (4) não conseguirem eliminar as duas
negativas que dão direito aos exames de recurso depois da realização destes.
Os(as) alunos(as) dessa classe não devem transitar com negativa, quer dizer
que, têm a obrigação de obterem classificações finais iguais ou superiores a cinco
(5) valores em todas as disciplinas do plano curricular

31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Instituto Piaget. Divisão Editorial. Lisboa.
2. FERNANDES, Domingos. O tempo da avaliação. IN NOESIS. – A
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Inovação Educacional..
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4. MED, Angola, (Janeiro de 2005). Sistema de Avaliação das
Aprendizagens para o Ensino Primário
5. AFONSO, Manuel E MFUAMSUAKA, José Kiala. INIDE 2004. Guia
metodológico para a avaliação das aprendizagens
6. MARTINS, MARGARIDA ALVES e al. . ( Junho 1992) O conceito de
avaliação. IN NOESIS- A Educação em revista. Número 23 Lisboa.
Instituto de Inovação Educacional.
7. MATOS VILAR, A. (1993). A avaliação dos alunos no Ensino Básico.
Porto, Edições ASA.
8. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Informações aos pais e encarregados de
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10.PAULO ABRANTES e al. . ( Março 2002 ) Avaliação das aprendizagens
– Das concepções às práticas – Ministério da Educação –
Departamento da Educação Básica. Lisboa .
11.VALADARES, Jorge e GRAÇA, Margarida.(Dezembro 1998).
Avaliando.... para melhorar a aprendizagem. Plátano Edições Técnicas,
Lda. Lisboa.

32
12.RIBEIRO, Lucie Carrilho (1993). Avaliação da aprendizagem. Lisboa.
Texto Editora.
13. STUFFLEBEAM, Daniel e SHINKFIELD, Anthony (1993) . Evaluación
Sistemática guia teórica y prática. Barcelona, Ed. Paidós/MEC.
14. ZABALZA, Miguel ( 1992). Planificação e Desenvolvimento Curricular.
Porto, Edições ASA.

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