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MÓDULO 8

Avaliação da
Formação e das
Aprendizagens
Título:

Módulo 8 – Avaliação da Formação e das Aprendizagens

Regras de utilização:

Este manual destina-se exclusivamente para uso como material de apoio para o curso de Formação
Pedagógica Inicial de Formadores, sendo que os direitos de autoria pertencem à Forseguro.

Data de elaboração:

Janeiro de 2013

2 Data de revisão:

Janeiro de 2013

Autores:

Joana Cruz & Vera Lopes

Formação Pedagógica Inicial de Formadores


Módulo VIII – Avaliação da Formação e das Aprendizagens 2
ÍNDICE
Parte I ........................................................................................................................................................... 4

Avaliação Quantitativa e Qualitativa ............................................................................................................ 4

Avaliação Quantitativa e Qualitativa .......................................................................................................... 5

1.1. Conceito, finalidades e objetos da avaliação .......................................................................... 5

1.2. Tipos de Avaliação .................................................................................................................. 9

1.3. Indicadores e critérios de avaliação da aprendizagem ......................................................... 10

1.4. Características e técnicas da avaliação ................................................................................. 10

1.5. A problemática da subjetividade no processo de avaliação ................................................. 11

1.6. Técnicas de avaliação de acordo com os objetivos, metodologias e estratégias de formação


12

1.7. Instrumentos de Avaliação ................................................................................................... 15

1.8. Escalas de Classificação ........................................................................................................ 23

1.9. Critérios de seleção das técnicas e instrumentos de avaliação da aprendizagem ............... 24

1.10. Regras de conceção dos instrumentos de avaliação ............................................................ 24

Parte II ........................................................................................................................................................ 26

Avaliação: da Formação ao contexto de trabalho .................................................................................... 27

2.1. Princípios e métodos de avaliação da formação ........................................................................ 27

2.2. Avaliação da eficácia e eficiência do processo técnico-pedagógico ..................................... 31

2.3. Avaliação da qualidade da formação .................................................................................... 32

2.4. Impacte da formação e inserção no mercado de trabalho .................................................. 33

2.5. Papéis e intervenientes no processo de avaliação ............................................................... 35

2.6. Técnicas e instrumentos de recolha de informação ............................................................. 36

Bibliografia ................................................................................................................................................. 44

Formação Pedagógica Inicial de Formadores


Módulo VIII – Avaliação da Formação e das Aprendizagens 3
Parte I
Avaliação Quantitativa e
Qualitativa

Formação Pedagógica Inicial de Formadores


Módulo VIII – Avaliação da Formação e das Aprendizagens 4
1
AVALIAÇÃO QUANTITATIVA E QUALITATIVA

1.1. CONCEITO, FINALIDADES E OBJETOS DA AVALIAÇÃO


Num processo contínuo de ensino-aprendizagem, a avaliação deve ser compreendida como um
instrumento de diagnóstico, regulação e certificação. Assim, mais do que centrada nos produtos e na
identificação do nível de conhecimentos que um determinado formando demonstra sobre os conteúdos
e temas abordados ao longo da formação, a avaliação preocupa-se também com os processos, ou seja,
com os diferentes domínios de saber, assumindo desta forma um sentido mais lato, uma vez que integra
diversas informações sobre os diferentes intervenientes e o próprio processo formativo. As informações
que derivam da avaliação podem ser utilizadas para vários fins, reconhecendo-se a sua importância
fundamental na introdução de mudanças ou medidas corretivas que beneficiem a consecução dos
objetivos e resultados desejados.

A avaliação da formação profissional é um ponto de elevada importância na implementação e no


desenvolvimento de todo o processo formativo. Trata-se de um processo que contribui de forma ativa
para uma melhoria de condições e conteúdos tidos em consideração no decurso da formação.
A avaliação da formação profissional pode incidir a vários níveis:
1° Testam-se os conhecimentos e as competências necessárias para abordar a formação com
sucesso (pré-teste).
2° Controlam-se as aquisições dos formandos nos vários níveis do saber.
3° Informa-se os formandos dos progressos conseguidos.
4° Classifica-se os formandos em relação ao grupo.
5° Orienta-se, aconselha-se e corrige-se os formandos durante a formação.
6° Verifica-se se o nível das competências, durante e após a formação, corresponde aos resultados
desejados.
7° Testam-se os objetivos da formação.
8° Diagnosticam-se os pontos fracos da ação, através dos resultados obtidos, possibilitando dessa
forma a melhoria da formação.

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1.1.1. Conceito da avaliação da aprendizagem

O conceito de avaliação é bastante amplo, pelo que não existe apenas uma definição correta para o
termo. Vários estudiosos da área, exploram e compreendem o significado do tema em causa como:

• “Avaliar pode significar, entre outras coisas: verificar, julgar, estimar, situar, representar,
determinar…” – Hadji

• “A avaliação deve ser fundamentalmente entendida como uma componente da prática educativa.
Consiste na tomada de decisões pedagógicas adequadas às necessidades e capacidades [dos
formandos]” – Neves, Campos, Conceição e Alaiz

• “A avaliação é um processo sistemático, contínuo e integral, destinado a determinar até que ponto os
objetivos educacionais foram alcançados” – Fermin

• “Avaliar é obter e tratar informações que se vão utilizar em seguida para tomar decisões ou modificar
uma decisão já tomada” – Y. Tourner e C. Vasamillet

• “A avaliação é um método de coleta e processamento de dados necessários à melhoria da


aprendizagem e do ensino” – Bloom, Hastings e Madaus

• “A avaliação é a recolha e interpretação sistemática de informações que impliquem juízos de valor


com vista a tomar decisões” – Beedy

Tendo em conta as várias interpretações atribuídas à avaliação, constata-se que esta:

1. É um instrumento que recolhe e desencadeia informação, apoiando a tomada de decisão;

2. Assume uma função pedagógica ao permitir a reflexão sobre o que aconteceu no processo de ensino-
aprendizagem (remetendo para o passado) e introduzir mudanças facilitadoras da consecução dos
objetivos previstos (remetendo para o futuro);

3. Possui características autorreguladoras do processo formativo.

1.1.2. Finalidades da Avaliação

A avaliação da formação desempenha um papel regulador das práticas pedagógicas no sistema de


formação.
As funções da avaliação são:

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- Indicar resultados;
- Identificar problemas resultantes das práticas pedagógicas;
- Diagnosticar as necessidades dos formandos;
- Sugerir novos métodos, técnicas e/ou recursos didáticos;
- Prever resultados e facilitar uma orientação;
- Motivar os formandos e formadores para atingir objetivos;
- Orientar os esforços do formando para definir um modo pessoal de aprendizagem.

A avaliação não é apenas a classificação do formando mas antes a avaliação de todos os fatores que
contribuem para atingir os objetivos da aprendizagem.
A função do formador é avaliar todo o processo, incluindo as atividades do formador. A avaliação é uma
parte integrante do processo de planeamento e deve fornecer retorno à instituição e ao formador
com o propósito da introdução de melhorias contínuas. Assim, os instrumentos de avaliação devem ser
diversificados, adequados ao seu objetivo, depois de definidos os seus momentos de aplicação.
O sistema de avaliação pode ser dividido em dois subsistemas relativamente relacionados:
- Avaliação da aprendizagem
- Avaliação da formação

O primeiro subsistema é composto por todos os instrumentos que permitem ao formando e à


instituição avaliar o progresso dos participantes. Por isso, devem diagnosticar-se as competências
iniciais, a evolução de aprendizagem durante o período da formação e de que forma no final da
formação o participante adquiriu as competências ou conhecimentos desejados. O segundo subsistema
avalia como cada fator intervém direta ou indiretamente, para que os formandos possam atingir os
resultados de aprendizagem desejados.

E devem analisar-se todos os fatores que podem contribuir para que o processo de aprendizagem seja
um sucesso. Este processo pode ser realizado em dois momentos distintos: Durante a formação, como
meio de auscultação, de forma simplificada e no final da formação, de forma detalhada.

- Correspondência entre motivações e processo de aprendizagem;

- Preenchimento das motivações acerca do curso;

- Conteúdo programático;

- Objetivos de aprendizagem;

- Desempenho do formador;

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- Técnicas e metodologias pedagógicas;

- Recursos didáticos;

- Ambiente de aprendizagem;

- Apoio logístico;

- Outras condições (cronograma, localização, etc.).


Estes dois subsistemas podem ter uma análise cruzada e devem ter um tratamento efetivo que
permita a introdução de melhorias contínuas.

A noção de avaliação tem adquirido uma diversidade de finalidades ao longo do processo formativo, que
contempla:

• Seleção: na medida em que possibilita a escolha dos formandos cujo perfil e aptidões se encontram
mais ajustados para integrarem uma determinada formação;

• Testagem: uma vez que permite aferir os conhecimentos, competências e atitudes essenciais para
abordar com sucesso a formação;

• Controlo: ao monitorizar as aquisições que os formandos vão concretizando ao longo do processo


formativo, nos diversos domínios do saber;

• Feedback: por facilitar o retorno da informação relativa ao desempenho dos formandos;

• Regulação: sendo que permite orientar, aconselhar e corrigir os formandos no processo ensino-
aprendizagem;

• Classificação: uma vez que situa os formandos num nível mais conveniente de acordo com o
desempenho demonstrado e posiciona-o comparativamente aos restantes elementos do grupo em
formação;

• Verificação e certificação: na medida em que possibilita a aferição do ajustamento final conseguido


pelo formando face ao perfil de saída definido;

• Sinalização: pela identificação dos pontos fortes e menos positivos do processo formativo face aos
objetivos, beneficiando a compreensão dos aspetos a melhorar.

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1.1.3. Objetos da Avaliação

No decurso dos tempos, a avaliação foi assumindo diferentes funções, passando-se de uma conceção
mais tradicionalista em que a avaliação tinha como principal função a medição (seleção, seriação e
classificação) para uma conceção mais atual em que a avaliação assume uma função pedagógica e inclui
quatro grandes dimensões:

• Dimensão pessoal: na medida em que fornece dados sobre os progressos atingidos, reforçando a
confiança dos formandos e indicando ao formador a adequação das estratégias didáticas
implementadas;

• Dimensão didática: no sentido do feedback fornecido relativamente ao diagnóstico, à monitorização


do progresso e aos resultados verificados no processo ensino-aprendizagem;

• Dimensão curricular: servindo de referência para as potenciais alterações a introduzir nos programas e
estratégias pedagógicas implementadas;

• Dimensão educativa: uma vez que veicula informações sobre o sucesso ou insucesso atingido no
processo ensino-aprendizagem e elucida sobre as dificuldades inerentes ao processo.

Não obstante as variações descritas, a avaliação tem vindo a ser associada a outras funções, como seja a
função social, com base na certificação de uma competência detida pelo formando e a função de
controlo, sustentada no exercício de uma autoridade disciplinar por parte do formador que pretende
gerar um clima favorável à aprendizagem.

Outros autores perspetivam a avaliação como detendo essencialmente três funções correspondendo a
três objetivos pedagógicos (e sociais): a orientação, a regulação e a certificação aos quais correspondem
a avaliação diagnóstica (prognóstica ou preditiva), a avaliação formativa e a avaliação sumativa.

1.2. TIPOS DE AVALIAÇÃO


No que diz respeito, à Avaliação da Aprendizagem dos formandos, existem três momentos
fundamentais na formação em que se deve proceder à avaliação:

• Avaliação inicial ou de diagnóstico;

• Avaliação formativa ou processual;

• Avaliação sumativa ou final.

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- Avaliação de Diagnóstico ou Inicial – através dela é possível identificar os conhecimentos e aptidões
que os formandos possuem antes de iniciarem as novas aprendizagens. Esta avaliação permite ao
formador conhecer o domínio dos formandos aos conteúdos do programa. Se se verificar o
domínio de alguns conteúdos, há que retirá-los a fim de evitar a desmotivação e a perda de tempo.

- Avaliação Formativa ou Processual – Visa a obtenção de um feedback contínuo e permanente, de forma


a possibilitar um diagnóstico fiel, do processo evolutivo dos formandos, a identificação das
dificuldades de aprendizagem eventualmente surgidas, a fim de introduzir medidas corretivas
adequadas. (ex. objetivo operacional – serrar madeira em esquadria – cumprido pelos
formandos, não conduziu aos resultados esperados, pelo que o formador reformulou de imediato e o
submeteu de novo à aprendizagem pelos formandos, tendo então verificado a sua adequação).

- Avaliação Sumativa ou Final – é a avaliação que surge no final da formação e visa avaliar o
resultado final da aprendizagem, em função do perfil de saída esperado. Controla as
competências adquiridas e verifica até que ponto os objetivos gerais foram atingidos.

1.3. INDICADORES E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM


Torna-se fundamental explicitar, clara e previamente, quais os objetivos de aprendizagem e as
competências (conhecimentos, capacidades, atitudes e valores) que se procuram fomentar nos
formandos, assim como os critérios de avaliação que se adotarão na aferição dos êxitos alcançados.

Um critério é sempre uma marca de discernimento, ou seja, é sempre a operação que se espera que o
formando realize tendo em conta os objetivos da aprendizagem. Distingue-se portanto de norma, uma
vez que esta corresponde a um padrão geral que traduz a média ou o que se considera normal enquanto
que o critério, mais específico, é utilizado para aferir o nível de cumprimento da norma.

De acordo com o domínio de saber que se pretende aferir e dos objetivos definidos, estes critérios
podem ser comportamentais, cognitivos ou afetivos.

1.4. CARACTERÍSTICAS E TÉCNICAS DA AVALIAÇÃO


1.4.1. Fiabilidade

Fiabilidade significa precisão do instrumento de medida e pode ser averiguada através da análise da
consistência ou estabilidade desse instrumento. Um instrumento de medida fiável não deve produzir
resultados significativamente diferentes se for repetido sobre o mesmo indivíduo num espaço
relativamente curto de tempo.

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1.4.2. Validade

Relativamente à validade pode afirmar-se que um instrumento de medida diz-se válido se conseguir
traduzir de forma correta a grandeza que pretende medir. Por exemplo, o número de anos e meses de
vida de uma pessoa constitui uma medida válida da sua idade, o mesmo já não acontece se usarmos a
sua altura para medir a idade.

Enquanto a fiabilidade diz respeito à consistência ou estabilidade de uma medida, a validade diz
respeito à sua veracidade. Uma medida pode ser muito fiável mas pode estar errada e portanto ser
inválida. A fiabilidade não implica validade mas é um requisito para avaliar a validade. Ou seja, uma
medida para ser válida deve antes de mais ser fiável.

Devemos então primeiro avaliar a fiabilidade dos instrumentos de medida e só depois avaliar a validade
dos mesmos.

1.4.3. Objetividade

Relativamente ao conceito de objetividade podemos afirmar que o teste deve produzir resultados
consistentes quando aplicado a diversos indivíduos, não pode depender de um único resultado devendo
a sua aplicabilidade poder ser generalizada.

1.5. A PROBLEMÁTICA DA SUBJETIVIDADE NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO


Existem inúmeros fatores que podem influenciar o modo como avaliamos alguém, é necessário
estarmos alerta para alguns dos fatores de subjetividade mais conhecidos, com o fim de que nas
nossas avaliações os possamos evitar:
1. Ausência de critérios comuns aos diferentes avaliadores - Tal facto resulta, principalmente, de
não se formularem objetivos comuns de formação. A formulação destes objetivos deveria ser
objeto de trabalho de uma equipa de formadores/avaliadores, para serem rigorosamente
seguidos no momento da avaliação. Assim, evitar-se-ia que cada avaliador utilizasse o seu
critério pessoal.
2. Efeito da informação prévia - Quando os formadores antes da formação têm acesso a
informações sobre os formandos (classe social, partido político, religião, capacidades
intelectuais, de trabalho, aptidões, etc.), podem ser influenciados por essas informações. Ê
necessário que os formadores desenvolvam resistência a este tipo de situações.
3. Efeito de halo - Trata-se de um preconceito que os formadores/avaliadores têm muitas vezes,
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em situação de formação, e que consiste em serem influenciados na avaliação, positiva
ou negativamente, pela apresentação física, postura, gestos, voz, fluência da
linguagem, apresentação das provas escritas dos formandos.
4. Estereotipia - Face ao preconceito criado acerca de um formando, o avaliador tem tendência a
avaliá-lo sempre da mesma maneira, indiferente à sua evolução ou retrocesso.
5. Efeito da ordem de avaliação - A ordem pela qual se avalia interfere muitas vezes na
classificação dos formandos. Por exemplo, se um formando de muito bom nível é avaliado
antes de um outro de nível inferior, pode acontecer que este seja prejudicado pela boa
impressão causada pela atuação do anterior, uma vez que o formador lhe imporá um grau
de exigência maior.
6. Infidelidade do mesmo avaliador - A avaliação feita por um formador pode por si mesma ser
fator de subjetividade, na medida em que está dependente de fatores de ordem
pessoal (estado de saúde física, bom ou mau humor, cansaço, etc.).

1.6. TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO DE ACORDO COM OS OBJETIVOS, METODOLOGIAS E ESTRATÉGIAS DE FORMAÇÃO


A aquisição de conhecimento (saber-saber), competências e capacidades (saber-fazer), atitudes e
formas de estar (saber-ser) pode ser mensurável pelo recurso a um conjunto de técnicas, desde a
observação, à medição, passando pela formulação de perguntas, que se traduzem na administração de
diferentes instrumentos de avaliação. O fim último destas técnicas é, portanto, constatar em que
medida ocorreram as alterações esperadas, classificar o processo de aprendizagem e fornecer um
resultado que se inclui numa determinada escala.

É fundamental ter em atenção que a escolha das técnicas e instrumentos de avaliação deve variar em
função de um conjunto de fatores para além da dimensão de saber a constatar. Entre estes fatores,
encontram-se as características do contexto, a experiência e domínio que o formador detém sobre os
instrumentos e as próprias vantagens e desvantagens associadas a cada técnica.

1.6.1. Observação

É a técnica mais simples e também a mais usada pelos formadores. O formador utiliza esta técnica
constantemente, pois ele observa os seus formandos, as suas reações, comportamentos, gestos,
interesse, cuidados, os passos certos na realização de determinada tarefa. Como instrumentos desta
técnica podemos socorrer-nos:
- Grelhas ou Fichas de Avaliação – nela se registam factos que vão ocorrendo, com interesse para a
avaliação, durante uma sessão de formação, exercício prático, entre outros.
- Listas de Ocorrências – contêm uma listagem, previamente elaborada, dos comportamentos que
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esperamos que venha a ocorrer, tornando a observação mais fácil de registar, mais rápida e mais
objetiva.
- Escalas de classificação – permitem registar e atribuir um determinado grau, numa escala
crescente.

Para que uma observação seja eficaz é necessário considerar algumas regras. Entre elas, as seguintes:

1. Listar previamente os dados que se pretendem recolher. É importante planear e não improvisar.

2. Observar sem perturbar o contexto de observação. É importante ser discreto.

3. Ter em consideração as características pessoais dos formandos. É importante não desvalorizar os mais
tímidos ou inibidos.

4. Ser imparcial e objetivo. É importante reduzir a subjetividade.

5. Ser prudente no tratamento, generalização e utilização dos resultados da avaliação. É importante ver
a avaliação como um instrumento ao serviço da aprendizagem.

6. Construir instrumentos objetivos, em que os factos não se misturem com opiniões ou preconceitos. É
importante garantir a objetividade do instrumento que sustenta a técnica de observação, recorrendo a
critérios ajustados aos objetivos.

1.6.2. Formulação de perguntas

A formulação de perguntas tem assumido, tanto no contexto educativo como no formativo, o estatuto
de técnica dominante, pela facilidade de execução e redução do tempo e custos associados. Não se
trata, contudo, de uma técnica simples ou desprovida de desvantagens.

As perguntas (questões ou itens) podem ser feitas aos formandos por 2 formas: Oralmente (avaliação
oral) ou por escrito (avaliação escrita).

- Avaliação Oral - É uma forma eficaz de avaliação principalmente quando se pode avaliar um
formando de cada vez. Esta avaliação dá-nos uma ideia clara do grau de conhecimentos do
formando. Muito utilizada na avaliação sumativa, esta técnica de avaliação oral permite o diálogo
direto entre formador e formando, focando a aprendizagem construída e possibilitando a recolha de
informação fidedigna sobre o grau de conhecimento detido. Tratando-se de uma técnica onde o
diálogo é privilegiado, ela permite a clarificação de questões específicas no momento da avaliação e
estimula o treino da expressão oral. Menos morosa no planeamento, esta técnica exige tempo para

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execução e, tendo como meio de implementação o diálogo, pode gerar maior dificuldade na criação de
condições de igualdade e uniformidade na avaliação, por um lado, e beneficiar os formandos com
maior à vontade na expressão oral, por outro. Pelas desvantagens associadas, o formador deverá ter
em atenção a elaboração antecipada de um conjunto de questões objetivas e diretamente
relacionadas com o saber a aferir, adequar a linguagem em que são formuladas as perguntas aos
formandos a quem estas se dirigem, clarificar dúvidas sobre as questões colocadas e replicar as
perguntas aos diferentes elementos alvo de avaliação.

- Avaliação Escrita - Nesta avaliação apresenta-se ao formando documentos escritos aos quais ele
terá de responder também por escrito. Focada essencialmente no registo escrito, esta avaliação
integra os inquéritos e os testes. Para que a formulação de perguntas seja eficaz é necessário
considerar algumas regras. Entre elas, as seguintes:

1. Listar previamente as perguntas que se pretendem realizar. É importante garantir que estas questões
são objetivas e representativas da matéria a avaliar.

2. Procurar uma avaliação dos saberes adquiridos centrada nos objetivos. É importante utilizar a
avaliação ao serviço da aprendizagem e não à sinalização das falhas dos formandos.

3. Elaborar questões claras, curtas e numa linguagem ajustada ao contexto formativo. É importante que
as perguntas formuladas sejam compreendidas pelos formandos para que possam avaliar o que
pretendem avaliar.

4. Não fornecer pistas ou facilitar a resposta correta. É importante que o desempenho real seja aferido
com o maior rigor possível.

1.6.3. Medição

Esta técnica consiste em medir determinados desempenhos de execução do formando. È indispensável


para a avaliação de tarefas de execução prática. Pratica-se através da medição de:

- Tempo de execução.

- Quantidade de trabalho produzido.

- Respeito pelas medidas pré-determinadas.

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1.7. INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO
Para avaliar o desempenho dos formandos face aos objetivos pedagógicos definidos, ato que se reflete
num produto final que equivale a uma classificação numa escala, o formador deve conceber e utilizar
instrumentos de avaliação adequados aos saberes que pretende aferir.

Diretamente associados às técnicas anteriormente descritas, encontram-se vários instrumentos que


permitem a recolha da informação necessária à avaliação dos saberes adquiridos.

1.7.1. Instrumentos ao serviço da observação

Para a recolha e registo da informação, o formador pode contar com um conjunto de instrumentos
desde as listas de verificação, até às grelhas de observação, passando pelo registo de incidentes críticos
e pelas escalas de observação.

1.7.2. Listas de Verificação

As listas de verificação permitem registar a presença ou ausência de um comportamento ou de um


resultado de aprendizagem. Têm como principais vantagens a possibilidade do formador realizar um
acompanhamento regular dos formandos, avaliar as competências essenciais para a aprendizagem,
monitorizar desempenhos complexos e fornecer feedback ao formando. No entanto, apresenta a
desvantagem de não possibilitar a recolha de informação sobre a qualidade e/ou frequência dos
comportamentos.

Para a construção de uma lista de verificação, o formador deverá:

1. Identificar os comportamentos que pretende avaliar;

2. Registar com clareza cada elemento da lista;

3. Colocar as ações pela ordem que se espera que ocorram;

4. Referir um comportamento por item;

5. Elaborar listas curtas e fáceis de preencher.

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1.7.3. Grelhas de Observação

A principal limitação das listas de verificação corresponde à grande força das grelhas de observação, na
medida em que permitem registar a frequência dos comportamentos e observar a sua progressão. Têm
como principal vantagem o desenvolvimento de atividades de auto e heteroavaliação e como
desvantagem maioritária a necessidade de um registo rápido e simultâneo ao acontecimento. Apesar
desta limitação este é o instrumento mais completo no âmbito da observação.

Para a construção de uma grelha de observação, o formador deverá:

1. Identificar os comportamentos que pretende avaliar;

2. Referir um comportamento por item;

3. Incluir vários momentos de avaliação;

4. Elaborar listas curtas e fáceis de preencher.

1.7.4. Registo de Incidentes críticos

O registo de incidentes críticos é um instrumento que permite a descrição de comportamentos pouco


habituais – quer negativos, quer positivos – que se apresentam de forma espontânea na formação. A
vantagem da sua utilização prende-se com a sinalização de dimensões associadas às relações sócio
afetivas e atitudinais que muitas vezes são negligenciadas por outros instrumentos. A principal
desvantagem associada a este instrumento é a sua pouca estruturação, pelo que o formador deverá
procurar descrever com um elevado rigor o acontecimento para controlar a subjetividade associada.

1.7.5. Escalas de observação

Também denominado de escalas de classificação, este instrumento integra diversas características,


qualidades ou dimensões que se pretendem aferir, assumindo uma estrutura numérica, gráfica ou
descritiva. Este instrumento partilha as vantagens e desvantagens da grelha de observação, não
permitindo, no entanto, um registo da evolução do formando.

Não obstante o planeamento, experiência e qualidade do instrumento de observação, o formador


poderá encontrar alguns obstáculos na utilização desta técnica. Entre os mais comuns, encontram-se: a
contaminação por outras variáveis, o desajuste na definição dos alvos (o quê e quem) da avaliação, o
tempo exigido para a recolha de informação e a necessidade de imparcialidade e objetividade.

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Para a construção de uma escala de classificação, o formador deverá:

1. Identificar os comportamentos que pretende avaliar;

2. Incluir poucos níveis de avaliação;

3. Cada escala deve estar ajustada ao comportamento que se pretende avaliar.

1.7.6. Instrumentos ao serviço da formulação de perguntas

1.7.7. Listas de perguntas/ficha de registo de respostas

Se o formador optar pela formulação de questões suportadas oralmente, deverá então desenvolver
instrumentos que guiem o processo de colocação de perguntas, bem como o registo das respostas
fornecidas. No primeiro caso, através de uma lista de perguntas, para maior proximidade aos objetivos
propostos, no segundo caso, através de uma ficha de registo de respostas, para posterior tratamento e
análise.

1.7.8. Testes de Produção/Seleção

A formulação de perguntas através da escrita integra, como referido, os inquéritos e os testes.

Questionários

No primeiro caso, referimo-nos a um enfoque predominante no domínio afetivo e atitudinal,


destacando-se a administração de questionários como o instrumento de eleição. As vantagens da
utilização do questionário prendem-se com o facto de se poder utilizar este instrumento como meio de
diagnóstico e recolher um número elevado de respostas num curto espaço de tempo. Por outro lado, é
importante considerar que as etapas de elaboração do questionário transformam-no num instrumento
complexo e moroso, uma vez que formador deve:

- Definir os objetivos e as questões;

- Identificar a população e selecionar a amostra;

- Elaborar as questões propriamente ditas e testá-las;

- Descrever as instruções de aplicação;

- Realizar a redação definitiva do instrumento;

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- Aplicar o questionário e proceder à análise dos resultados.

De salientar, ao mesmo tempo, que este é um instrumento muito sujeito aos efeitos da desejabilidade,
não sendo por vezes fácil distinguir se a resposta se refere ao que os formandos pensam, sentem e se
comportam ou se expressa o que estes consideram ser a resposta desejada pelo questionador.

Testes de produção

Considerando a segunda grande categoria de instrumentos da avaliação escrita, referimo-nos a uma


dimensão mais cognitiva e distinguimos dois tipos de testes: de produção e de seleção. Os testes de
produção são instrumentos curtos ou longos construídos por perguntas de resposta livre (aberta).

Note-se que este instrumento é o único que permite avaliar os objetivos de maior complexidade que
incluem necessariamente a criatividade. Consequentemente é também o mais subjetivo.

Todavia é o mais moroso de corrigir e cotar. Acresce ainda o facto de estar sujeito a um conjunto de
variáveis alheias ao processo de avaliação, como o cansaço, tipos de letra, desacordo entre avaliadores

(falta de uniformidade de critérios), etc.

Vantagens:

- Apresentam-se como instrumentos ideais para avaliar matérias complexas (objetivos complexos);

- Permitem avaliar a criatividade;

- Facilitam o espírito crítico;

- Permitem avaliar as competências de organização e de poder de síntese;

- Relativamente a algumas matérias, são os únicos instrumentos que garantem a existência ou não de
aprendizagem.

Desvantagens:

- Tempo e esforços excessivos na fase de revisão e qualificação;

- Disparidade e falta de consistência na qualificação, medição e cotação (subjetividade do avaliador);

- Interferência de fatores que falseiam a avaliação da matéria:

- Ortografia/ caligrafia/ limpeza;

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- Clareza da exposição/ pobreza ou riqueza de vocabulário

- Conhecimento do desempenho do formando (afetos)

- Competência no domínio da escrita.

Para a construção de testes de produção, o formador deverá:

Criar um texto claro e curto onde explique o tamanho da resposta bem como o âmbito e as subdivisões
de resposta.

Na construção de itens de resposta curta:

- Utilizar um texto claro e curto;

- Indicar a quantidade e extensão da resposta pretendida;

- As respostas devem ser homogéneas e semelhantes em extensão.

Na construção de itens de resposta longa:

- Limitar o âmbito da resposta;

- Indicar claramente o que pretende;

- Subdividir a questão, sempre que possível.

Testes de seleção

Os testes de seleção são elaborados em torno de questões de resposta condicionada (fechadas) que
podem ser de verdadeiro/falso, de completamento, de emparelhamento ou questões de escolha
múltipla. Independentemente dos itens eleitos na construção do teste e mesmo do tipo de teste que se
pretende realizar, é importante não esquecer que este instrumento deve medir os objetivos e
conteúdos que se pretendem medir (validade do conteúdo) e deve diminuir o erro de medida (o que se
prende com a fidelidade), posicionando todos os alunos na mesma condição.

Escolha múltipla

Pertencendo ao grupo das perguntas objetivas, apresentam-se como as mais completas, uma vez que
inviabilizam as respostas ao acaso, pelo facto de o processo mental de seleção ter várias opções.

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Módulo VIII – Avaliação da Formação e das Aprendizagens 19
Todavia são também as que oferecem maior grau de dificuldade na sua construção, seja qual for o
formato, uma vez que impõe apenas uma resposta correta, tendo as restantes opções de ser
necessariamente verosímeis. Constituem obviamente exceção as perguntas que visam a seleção da
melhor opção.

Vantagens:

Objetividade na correção e cotação das respostas;

Rapidez no ato de responder e na correção;

Cobertura de grande quantidade de matéria.

Desvantagens:

Probabilidade de acertar na resposta correta ao acaso;

Conceção exigente e morosa;

Impossibilidade de avaliar a criatividade do formando, não distinguindo portanto um formando muito


bom de um excelente;

Possibilidade de favorecer os formandos que tenham aptidões para este tipo de itens.

Regras para a construção de exercícios de escolha múltipla:

- Colocar apenas uma ideia no corpo da pergunta;

- Apresentar opções com a mesma extensão;

- Dar uma ordem arbitrária à opção correta;

- Verificar a ausência de distratores (respostas tão adequadas como a prevista);

- Evitar o uso de palavras como “sempre”, “nunca” ou “todas”;

- Verificar a concordância gramatical de todas as opções com o corpo da pergunta;

- Evitar associações verbais entre o conteúdo do corpo da pergunta e a opção correta, dado que pode
facilitar a resposta (Exemplo: Psicanálise e Psicodinâmico).

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Módulo VIII – Avaliação da Formação e das Aprendizagens 20
Verdadeiro ou Falso

Constituem um caso de escolha entre duas opções: uma verdadeira, a outra falsa. Desta forma, são
claramente mais fáceis de construir do que os exercícios de escolha múltipla que tratamos
anteriormente. A sua utilização é, por conseguinte, muito frequente. Medem a capacidade de identificar
conceitos muito precisos ou de descriminar o correto do incorreto. São também designadas por
Respostas Alternativas ou Dicotómicas (Sim e Não).

Vantagens:

- Conceção fácil e rápida;

- Avaliação de um elevado número de conteúdos em pouco tempo;

- Resposta rápida;

- Correção e cotação muito céleres.

Desvantagens:

O facto de só permitirem avaliar conteúdos de nível mental (Memorização e Compreensão);

Probabilidade elevada (50%) de o formando indicar a resposta correta, mas ao acaso.

Regras para a construção:

- Utilizar um texto afirmativo e curto;

- Recorrer a apenas uma ideia, totalmente falsa ou verdadeira;

- Incluir instruções claras sobre a forma de responder.

Emparelhamento

Este tipo de questões diz respeito ao ato de estabelecer relações ou correspondências entre os
elementos fornecidos ou ao ato de ordenar ou hierarquizar listas de dados, de acordo com um critério
previamente estabelecido (cronológico, evolutivo, lógico, etc.).

São também conhecidas por questões de ordenação, de hierarquização, de associação ou de


correspondência.

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Vantagens:

Como os itens podem assumir vários formatos, são úteis para avaliar uma grande variedade de
objetivos, particularmente os que têm a ver com o ato de relacionar, vincular, classificar, aplicar leis ou
princípios, aferir, etc…

Desvantagens:

Têm um âmbito muito limitado, dado que só permitem avaliar processos de identificação e
reconhecimento muito elementares. Assim sendo, o desenvolvimento mental resume-se à
memorização.

Regras para a construção:

- Colocar mais itens numa lista do que na outra (para evitar acertar ao acaso);

- Evitar que a lista mais longa seja muito extensa (menor ou igual a 7 itens), para não distrair;

- Os itens devem conter apenas uma ideia;

- Fornecer instruções sobre o modo de responder.

Completamento

Este tipo de questão consiste em completar uma frase ou um texto com as palavras ou expressões em
falta.

Permite avaliar a capacidade do formando para selecionar o conceito ou ideia em falta, num contexto
que ele tem de identificar.

A sua elaboração é simples. Basta retirar algumas palavras ou expressões “chave” de uma determinada
frase ou texto. Contudo deve assegurar-se que o contexto continua legível, apesar das supressões
efetuadas.

Vantagens:

- Conceção rápida e fácil;

- Resposta célere;

- Correção e cotação rápidas;

- Avaliação objetiva.
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Módulo VIII – Avaliação da Formação e das Aprendizagens 22
Desvantagens:

- Avaliação apenas da Memorização

- Impossibilidade de avaliar a criatividade do formando, não distinguindo portanto um formando muito


bom de um excelente.

Regras para a construção:

- Elaborar um texto simples, afirmativo e curto;

- Manter o sentido lógico da frase, mesmo com espaços por completar;

- Selecionar os elementos importantes (palavras-chave) para omitir;

- Situar os elementos a omitir no meio ou no final da frase, nunca no princípio;

- Evitar a ambiguidade;

- Usar espaços com a mesma extensão.

1.8. ESCALAS DE CLASSIFICAÇÃO


Independentemente de se tratar de uma avaliação categorial ou normativa, inicial, formativa ou
sumativa, a avaliação da aprendizagem visa a diferenciação do sujeito que constrói um conjunto de
saberes no processo de formação numa determinada posição face aos restantes elementos ou perante
os objetivos definidos. Neste contexto, torna-se necessária a referência a uma medida, uma escala que
facilita a compreensão da posição que ocupa relativamente ao aproveitamento manifestado pelo seu
desempenho. A utilização de uma determinada escala permite, assim, que o formador atribua um juízo
de valor em que a classificação alcançada represente o domínio dos saberes atingido por um formando
em particular e pelo grupo de formação em geral, tendo em consideração os objetivos de aprendizagem
estipulados.

Para a diferenciação do grau de aprendizagem alcançado, o formador pode recorrer a diferentes tipos
de escalas que, entre si, detêm uma correspondência interpretativa.

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1.8.1. Numérica

A escala numérica, que varia normalmente entre um intervalo de 1 a 5, 0 a 20 ou recorre a


percentagens, posiciona os formandos num contínuo onde a classificação atingida se expressa numa
dimensão quantitativa.

1.8.2. Literal

Outras escalas, como a literal, partem de uma correspondência entre uma sequência – neste caso a
alfabética – e a posição alcançada pelos formandos na distribuição classificativa. São contudo menos
comuns no contexto formativo e educativo português.

1.8.3. Descritiva

A escala descritiva, que varia normalmente entre muito bom e mau, representa a classificação atingida
pelos formandos pelo recurso a uma dimensão qualitativa.

1.9. CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DAS TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM


A escolha correta dos instrumentos de avaliação de aprendizagem é fundamental para a objetividade do
processo de avaliação. Cabe ao formador adequar corretamente o instrumento de avaliação aos
objetivos dos seus módulos e às metodologias de ensino utilizadas. Por exemplo, se os objetivos se
prenderem com o ensino de comportamentos psicomotores a metodologia de ensino será
maioritariamente demonstrativa, como tal, a avaliação deverá ser baseada na observação, visto que,
seria muito difícil com base em outras técnicas de avaliação aferir se os formandos conseguiriam ou não
executar os procedimentos pretendidos.

1.10. REGRAS DE CONCEÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO


No momento em que o formador sente a necessidade de eleger um instrumento ou um conjunto de
instrumentos para a aferição dos saberes adquiridos pelos formandos no processo ensino-
aprendizagem, ele deverá ter em atenção vários aspetos, associados:

• Ao contexto: questionando-se sobre as características dos formandos e das dimensões do saber a


avaliar, mas também sobre o tempo disponível e os custos a despender;

• À experiência: refletindo sobre o domínio que detém sobre as diferentes técnicas/instrumentos;


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• Às técnicas/instrumentos: balanceando vantagens e desvantagens;

• Aos objetivos: definindo os objetivos a ter em consideração, orientando a construção do instrumento


para esses mesmos objetivos.

Atendendo à interação destes fatores, o formador identifica o tipo de avaliação a realizar, adequa os
instrumentos à finalidade dessa avaliação e seleciona os objetivos, criando questões que permitam a
equivalência entre o desempenho, as condições de realização e os critérios previstos pelos objetivos.

Deve então testar as questões com amostras adequadas, tratando os dados e validando as questões (no
caso de ter produzido o efeito esperado) ou reformulando (retomando o processo anterior até a
validação). Nesta fase, o formador deverá elaborar a corrigenda, onde são incluídas as respostas-tipo
corretas e desejadas, bem como tabelas de cotação, determinando a decisão face à demonstração do
limite mínimo de conhecimentos atingido (por exemplo, aprovação) ou não atingido (por exemplo,
reprovação).

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Parte II
Avaliação: da Formação
ao Contexto de Trabalho

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Módulo VIII – Avaliação da Formação e das Aprendizagens 26
AVALIAÇÃO: DA FORMAÇÃO AO CONTEXTO DE TRABALHO

2
2.1. PRINCÍPIOS E MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA FORMAÇÃO
A proliferação de teorias e modelos no domínio da avaliação esclarece a complexidade da temática. No
contexto onde múltiplas abordagens são defendidas, existe algum consenso no que diz respeito à
operacionalização de estratégias avaliativas a implementar no contexto da formação profissional.

Destes consensos deriva a utilização preferencial de alguns modelos, dos quais se destacam:

1. Modelo dos Quatro Níveis ou Abordagem Multinível de Kirkpatrick (1959)

2. Modelo CIRO de Warr et. al (1970)

3. Abordagem CIPP de Stufflebeam (1971)

No que concerne à avaliação inicial da aprendizagem é fundamental que cada conteúdo programático
tenha identificados os objetivos de aprendizagem e os seus resultados esperados uma vez que estes
são condições cruciais para definir o processo de avaliação.
Não basta identificar os objetivos e os resultados esperados, bem como os parâmetros, critérios e
instrumentos de avaliação. Em vez disso, é fundamental transmiti-los de uma forma clara e
inequívoca aos participantes. Para o efeito, é importante registar estes dados num documento de
avaliação. Adicionalmente, é fundamental identificar no plano de sessão os objetivos, os resultados
esperados, os critérios de sucesso e os instrumentos de avaliação.
Relativamente à avaliação da formação, é fundamental que cada participante se posicione e evidencie
as suas competências iniciais, as suas expectativas, motivações e modo de aprendizagem, de modo a
permitir a adaptação da metodologia e do desempenho do formador ao perfil do grupo-alvo.
Neste contexto, propõe-se a introdução de um cartão de identificação de perfil, adaptado aos
objetivos e resultados esperados de cada curso. Este cartão pode revelar-se útil como um instrumento
de seleção de formandos nos casos em a análise curricular se revele insuficiente.
Relativamente à formação, tendo os planos de sessão e os registos da avaliação, o formador, no início
da sua intervenção, deve informar os participantes sobre o processo de avaliação (momentos,
critérios, parâmetros e instrumentos de avaliação).
No que diz respeito à avaliação da formação, deve aplicar-se um conjunto de instrumentos e

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Módulo VIII – Avaliação da Formação e das Aprendizagens 27
procedimentos que permitirão a avaliação da qualidade da formação, a orientação do controlo de
qualidade da formação e a análise da satisfação do cliente, introduzindo as melhorias
necessárias.
Depois da formação, o formador deve compilar os resultados dos diversos instrumentos de formação
de modo a obter a nota final.
No que concerne à avaliação da formação, os diversos resultados iniciais, contínuos e finais
devem ser processados. Devem intervir neste processo os formandos, os formadores e o coordenador
do curso.

Modelo dos Quatro Níveis ou Abordagem Multinível

A abordagem proposta por este autor tem sido até à presente data, a mais aplicada por parte das
entidades que realizam formação. Considerada por muitos autores como uma taxionomia, integra uma
sequência lógica da intervenção avaliativa que se processa, segundo o autor, em quatro níveis de
avaliação que genericamente se apresentam da seguinte forma:

- • Nível 1: Avalia a reação dos participantes à formação (questiona: Em que medida os formandos
ficaram satisfeitos com a formação?); diz respeito ao grau de satisfação dos participantes relativamente
aos conteúdos, métodos, condições relativas à sala e suportes pedagógicos. Trata-se de um nível
cuja mediação é feita, normalmente, com recurso a questionários.

• Nível 2: Avalia as aprendizagens efetuadas (questiona: Em que medida os formandos aprenderam com
a formação realizada?); procura-se conhecer o que de facto foi aprendido, o que não sabiam antes e
passaram a saber. Este nível de avaliação deve ser quantitativo, devendo, no início da ação, aplicar-se
um teste e, no fim, identificar a diferença entre o antes e o depois.

- • Nível 3: Avalia os comportamentos no contexto real de trabalho (questiona: Em que medida os


formandos alteraram os respetivos comportamentos com base no que adquiriram ou desenvolveram
através da formação?); a formação visa a mudança de comportamento associado ao desempenho
de uma dada função. Trata-se de saber em que medida as mudanças verificadas ao nível do
comportamento dos colaboradores se deveram a efeitos provocados pela formação ministras. Esta
avaliação pode ser feita com recurso à chefia, aos colaboradores, aos colegas e aos clientes. Esta deverá
ter lugar quando decorridos três meses.

• Nível 4: Avalia os resultados da formação (questiona: Em que medida a transferência dos adquiridos
para os contextos reais de trabalho provocou impactos no desempenho da organização?); este nível de
avaliação não se refere propriamente aos formandos, centra-se na organização. Procura identificar o
impacto da formação ministrada no desempenho da organização. Os instrumentos utilizados

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Módulo VIII – Avaliação da Formação e das Aprendizagens 28
referem-se a questões como indicadores económicos capazes de facilitar um paralelismo entre
desempenhos da organização antes e depois da formação (ex. níveis de absentismo, aumentos de
produtividade, número de reclamações apresentadas por cliente).

Modelo CIRO

O modelo CIRO foi desenvolvido por Warr, Bird e Rackham, visando na altura disponibilizar uma
abordagem de avaliação especificamente focalizada na aferição dos resultados da formação no contexto
das empresas. Esta abordagem introduziu um conceito de avaliação mais abrangente, revolucionando,
em grande medida, as práticas avaliativas da época uma vez que o contexto anterior à formação assume
uma dimensão de observação importante.

Na perspetiva destes autores, as organizações deviam desenvolver as respetivas intervenções de


avaliação sobre quatro grandes áreas:

• (C) Contexto ou ambiente de partida da formação, onde a avaliação compreende: As razões que
justificam a intervenção formativa;

O gap entre as competências detidas pelos formandos e as competências desejadas pela empresa;

O tipo de saber a desenvolver na formação;

O que deseja que seja modificado com a intervenção formativa.

• (I) “Inputs” (Entradas) a mobilizar para a intervenção formativa, onde a avaliação compreende:

O processo de seleção dos formadores;

A estratégia de formação e respetivos conteúdos;

O processo de seleção dos formandos;

Os recursos materiais e humanos disponíveis;

Os recursos financeiros…

• (R) Reações dos participantes à formação desenvolvida, onde a avaliação afere:

Grau de satisfação dos participantes em relação à formação desenvolvida.

•(O) “Outcomes” (Resultados) da formação, onde a avaliação afere:

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Módulo VIII – Avaliação da Formação e das Aprendizagens 29
Quais os resultados da formação, quer em termos de competências adquiridas/desenvolvidas, quer em
termos de aplicação das mesmas nos contextos reais de trabalho (importa responder à questão: que
mudanças ocorrem após a realização da formação).

Uma das mensagens centrais da abordagem CIRO é a recomendação para serem considerados todos os
aspetos associados ao ciclo da formação. Neste sentido, esta abordagem constituiu uma perspetiva
sistémica já que se apresenta focalizada nos aspetos cruciais associados aos vários domínios de um ciclo
formativo.

Abordagem CIPP

A abordagem de Stufflebeam é uma proposta de avaliação semelhante à abordagem CIRO. Embora


tenha sido desenvolvida no âmbito do sistema educativo, esta abordagem tem sido aplicada no domínio
da avaliação da formação, estabelecendo como domínios de análise:

• (C) O Contexto, onde a avaliação incide sobre:

As características do contexto;

As necessidades de formação/justificação de oportunidades de formação;

As características dos participantes da formação;

Os problemas que deram origem às necessidades previamente identificadas;

A coerência entre necessidades sinalizadas e objetivos de aprendizagem propostos.

• (I) Inputs (ou entradas) da formação, onde a avaliação incide sobre:

Suficiência de recursos materiais e humanos;

Medidas alternativas à formação;

Capacidade de resposta do sistema de formação;

Sinalização de eventuais barreiras à execução da formação;

A adequação da proposta pedagógica e respetiva estratégia de implementação

• (P) Processo formativo, onde a avaliação incide sobre:

A implementação das intervenções formativas;

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Módulo VIII – Avaliação da Formação e das Aprendizagens 30
A sinalização de eventuais aspetos a melhorar.

• (P) Produtos resultantes da formação, onde a avaliação incide sobre:

Resultados da formação;

Resultados face a objetivos pré-definidos;

Objetivos face a standards/padrões pré-definidos;

Resultados face a necessidades do contexto

O modelo pode ser utilizado tanto numa perspetiva formativa procurando responder a questões como:

• O que precisa de ser feito?

• Como deverá ser feito?

• Está a ser feito?

• Está a produzir resultados?

Nesta perspetiva, o avaliador submete relatórios internos atendendo a estas questões, mantendo os
envolvidos informados sobre as respostas providas e ajudando os decisores no processo de tomada de
decisão.

Pode também ser utilizado numa perspetiva sumativa, através de um relatório final onde o avaliador
responde a questões retrospetivas como:

• Foram contempladas as necessidades relevantes?

• O esforço foi conduzido por um plano e um orçamento adequado?

• O desenho foi executado competentemente e modificado quando necessário?

• O esforço foi bem sucedido?

Nas duas formas de conceber e utilizar o modelo, na avaliação formativa e na sumativa, contexto,
entradas, processo e produtos são entendidos diferentemente.

2.2. AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA E EFICIÊNCIA DO PROCESSO TÉCNICO-PEDAGÓGICO


A avaliação da eficácia e da eficiência dos processos de formação são necessárias para garantir que o
dinheiro, tempo e recursos são usados para proporcionar o maior benefício possível. Assim é de

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Módulo VIII – Avaliação da Formação e das Aprendizagens 31
extrema importância a compreensão do que as variáveis de impacto, a eficácia e eficiência podem ser
usadas para melhorar os materiais de formação e processos.

2.3. AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA FORMAÇÃO


Cada vez mais se constata que indivíduos e organizações beneficiam da formação para supressão das
necessidades e maior ajustamento à realidade do contexto de trabalho. A formação apresenta- se
muitas vezes como o meio mais eficaz para suprimir as dificuldades existentes no quotidiano de uma
organização e potenciar o seu funcionamento global pelo investimento no incremento dos
conhecimentos, competências e atitudes face ao trabalho. Para que assuma esta dimensão, a avaliação
deve corresponder às necessidades identificadas, nos indivíduos, grupos ou organizações, visando a
resolução dos problemas existentes. Para maior eficácia, e considerando o previamente referido, é
fundamental que na avaliação, sejam partilhadas responsabilidades e sincronizadas as expectativas dos
diferentes intervenientes envolvidos, abrangendo as diversas componentes do sistema, mais
especificamente:

• O programa: aferição da adequação do conteúdo às necessidades, aos destinatários e aos fins a que se
destina;

• O método: determinar o ajustamento do modo de funcionamento do sistema, ou seja, descrição e


avaliação do que é feito e como é feito para a consecução dos objetivos;

• Os formandos: avaliação da eficácia do processo de seleção, ajustamento dos elementos selecionados


face ao perfil de entrada, aferição dos níveis de satisfação alcançados e resultados da aprendizagem;

• Os formadores: domínio dos conteúdos a abordar, experiência, métodos eleitos, claridade no processo
de comunicação, facilidade de relacionamento interpessoal, métodos e técnicas escolhidas e sua
adequação às temáticas e grupo de formandos;

• Outros intervenientes: ajustando os critérios avaliados em função do seu envolvimento no processo


formativo;

• As entidades participantes: aferindo a sua satisfação com a condução do processo formativo e outros
critérios considerados pertinentes para o processo de avaliação e meta-avaliação;

• A estrutura formativa: determinando a sua adequação face aos resultados esperados, o nível de
execução sustentado e a flexibilidade na introdução de alterações e ajustamentos;

• Os resultados alcançados: explicitando os resultados esperados e inesperados, incluindo os diferentes


níveis de avaliação;

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• A própria-avaliação (meta-avaliação): avaliando a adequação do tipo de procedimento seguido e dos
instrumentos aplicados face aos critérios e indicadores que se pretendiam aferir.

Para a determinação do nível de concretização dos princípios de eficácia e eficiência da formação,


apresenta- se como essencial entender a avaliação como elemento cíclico e integrado, integrando:

• O diagnóstico: na caracterização do contexto, das competências críticas e dos fatores críticos de


sucesso;

• O planeamento: na verificação do alinhamento entre as declarações de necessidades e as declarações


de intenção ou objetivos;

• A conceção: na análise da descrição dos objetivos, da sequência das atividades programáticas e da


adequação dos recursos técnico-pedagógicos;

• A organização: na adequação das condições logísticas, materiais e financeiras e na verificação da


adequação do processo de recrutamento e seleção;

• O desenvolvimento: na verificação do cumprimento dos objetivos de aprendizagem e do alinhamento


entre os vários objetivos de desempenho pretendidos) e na avaliação propriamente dita.

Ao longo destas fases do ciclo formativo, a avaliação é perspetiva no sentido da medição entre o
pretendido e o efetuado, do controlo dos resultados obtidos e da validação do sucesso alcançado.

Contudo, na última fase do ciclo formativo, referente à avaliação, propriamente dita, o seu sentido é
ampliado, integrando em si mesmo um ciclo que integra:

• A elaboração da abordagem;

• A construção dos instrumentos de avaliação;

• Aplicação dos instrumentos;

• Recolha, tratamento e síntese dos resultados;

• Apresentação dos resultados.

2.4. IMPACTE DA FORMAÇÃO E INSERÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO


De acordo com o modelo de Kirkpatrick a mensuração do conhecimento adquirido, das competências
melhoradas e das atitudes alteradas como resultado da formação é de extrema importância.

Para o efeito é necessário que se:

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- Utilizem grupos de controlo, quando viável;

- Avalie o conhecimento, as competências e as atitudes antes e depois da formação;

- Escolham os instrumentos mais adequados para avaliar a aprendizagem nas três dimensões;

- Obtenham 100% das respostas;

- Usem os resultados da avaliação para definir as ações a tomar.

É também importante mensurar a transferência da aprendizagem, isto é, se os formandos aplicam o


novo conhecimento, competências ou atitudes no contexto de trabalho.

O autor propõe que se:

- Permita o tempo necessário para que a mudança ocorra;

- Envolvam os vários intervenientes no processo que possam fornecer informações válidas;

- Verifique a ocorrência de transferência;

- Escolha uma amostra adequada dos formandos;

- Repita a avaliação em momentos apropriados;

- Considere o custo da avaliação versus os seus benefícios potenciais.

Para a avaliação do impacto será também necessário associar os resultados da formação na sua relação
com fatores de negócio, como as vendas, a produtividade, o lucro, os cursos, qualidade, absentismo,
etc…

O autor propõe para esta avaliação que se:

- Use um grupo de controlo, se viável;

- Permita o tempo suficiente para os resultados serem alcançados;

- Afirma os critérios antes e depois da formação, se apropriado;

- Repita a avaliação em momentos apropriados;

- Considere o custo da avaliação versus os seus benefícios potenciais;

- Fique satisfeito com a evidência se não for possível atingir as provas absolutas.

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2.5. PAPÉIS E INTERVENIENTES NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO
Na base conceptual do "e-/earning" estão subjacentes os princípios do ensino à distância e da
aprendizagem flexível, podendo este inclusive ser intervalado com momentos de formação presencial.
Quando tal acontece é, muitas vezes, designado - de modo demasiado simplista, como defendem alguns
autores - por blended-learning. Este conceito promove e incentiva a conjugação de diferentes formas de
organização, metodologias pedagógicas e recursos de apoio, bem como interações em diversos níveis. O
sucesso do e-learning consiste em ministrar, de forma equilibrada, diversas metodologias e tecnologias
com o objetivo de melhorar a eficácia e eficiência do processo de aprendizagem.

Nesta modalidade de ensino cabe ao formador ministrar as sessões presenciais, momentos de extrema
importância nos cursos, visto que, são regra geral eminentemente práticas e específicas abordando os
conteúdos que por alguma limitação não possam ser ministrados à distância.

Cabe então ao Tutor a parte da formação ministrada à distância (de uma forma simplista podemos dizer
que é o equivalente ao formador na formação presencial): deve ver-se como participando num diálogo
entre iguais, estar aberto à mudança e novas experiências, orientando, aconselhando, questionando e
dando feedback. Deverá dominar o software da web e as diferentes estratégias de formação online,
sendo capaz de fomentar a interação entre os formandos e os conteúdos.

As designações são diversas para o "formador à distância": tutor, e-moderador, e-formador...

O seu papel pode variar segundo os objetivos do curso, as metodologias de aprendizagem utilizadas e os
meios tecnológicos que lhe são disponibilizados.

Vejamos, de seguida, situações que exigem know-how distintos. A presença do tutor num "chat" ou em
video-conferência (formação síncrona) tem requisitos diferentes do acompanhamento de fóruns (onde
a comunicação ocorre em momentos diferidos). O mesmo acontecerá quando estão em causa as
metodologias de aprendizagem autodirigidas ou colaborativas. Independentemente da designação e do
enquadramento espera-se que estes profissionais possuam determinadas competências de base, que se
referem a questões tão distintas como a organização, a comunicação ou o relacionamento interpessoal.
É importante que demonstrem abertura para a formação online. Outro aspeto primordial refere-se aos
conhecimentos básicos de tecnologias de informação e comunicação. Por fim - e como em qualquer
contexto formativo - deverão possuir curiosidade para aprender novos assuntos, dominar os conteúdos
ministrados e estar muito motivados.

Utilizaremos, de seguida, o termo tutor como forma de abarcar todas as características e possíveis
designações.

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Tal como o formador como já foi referido também o tutor deverá ter consciência que os formandos
terão expectativas relativamente ao seu papel. Este fator é de extrema importância para melhorar o seu
desempenho profissional e para construir um percurso individual de formação. De seguida enumeramos
alguns exemplos ilustrativos do que o formando poderá esperar do tutor:

- Dominar e possuir conhecimentos técnicos, bem como experiência sobre as matérias ministradas;

- Facultar feedback às suas dúvidas e questões, utilizando um discurso construtivo e uma linguagem
clara e objetiva;

- Orientar o processo de aprendizagem de forma a que todos possam acompanhá-lo;

- Motivar e encorajar a participação de todos os elementos.

Estes fatores deverão estar sempre presentes quando são efetuadas abordagens avaliativas a cursos
que seguem a modalidade b-learning.

2.6. TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE RECOLHA DE INFORMAÇÃO


Ao longo do percurso da avaliação, vários modelos, abordagens e metodologias foram sendo propostas.

Embora a sua utilização varie entre os avaliadores, de acordo com as suas preferências teóricas ou
experiências prévias, tem vindo a tornar-se cada vez mais comum a opção por referenciais definidos por
entidades credíveis no domínio da formação. Um desses referenciais é o Guia para Avaliação da
Formação, uma proposta metodológica difundida pelo Instituto para a Qualidade na Formação. O Guia
defende um percurso de cinco grandes fases a ter em consideração na avaliação da formação, mais
especificamente

• Fase I: Planear a abordagem avaliativa;

• Fase II: Elaborar e testar instrumentos para a recolha de dados;

• Fase III: Realizar a abordagem avaliativa;

• Fase IV: Tratar e analisar os dados recolhidos e produzir relatórios de avaliação;

• Fase V: Apresentar os resultados da avaliação.

Planear a abordagem avaliativa

O planeamento e preparação de uma intervenção avaliativa pressupõem o conhecimento do contexto


de partida, ou seja:

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• A compreensão das razões e dos motivos que estiveram implícitos a determinadas propostas de
formação;

• A análise das principais características de um projeto formativo;

• A sinalização das características fundamentais dos públicos a que se destinam;

• A identificação das principais características do meio (organizações, regiões, etc...).

Este enquadramento é absolutamente necessário e fundamental, considerando-se que a formação, é


antes de mais, um projeto que decorre em contexto.

Adicionalmente, a elaboração de uma estratégia tomada como a mais adequada para as características
identificadas, implica o planeamento da própria intervenção. Neste caso, as tarefas essenciais residem
na:

• Identificação das várias orientações e abordagens avaliativas possíveis;

• Sinalização dos fatores críticos potenciadores do êxito associados à implementação de determinadas


estratégias avaliativas;

• Construção de uma estratégia de avaliação que contemple uma conceção de avaliação tal como
definida e descrita em momentos anteriores deste manual.

Nesta fase, as principais tarefas da avaliação passam por enquadrar o projeto formativo, proceder à
caracterização do contexto e do público-alvo e construir uma estratégia atendendo às abordagens
possíveis, às abordagens com sucesso comprovado e à abordagem de avaliação segundo o modelo de
Kirkpatrick.

A construção de uma estratégia avaliativa que tenha por base o conhecimento prévio do contexto de
formação (isto é, a apropriação das razões que deram origem ao projeto formativo, do proposta
formativa em si mesma, das características dos destinatários e dos beneficiários) realiza-se ao longo de
7 passos essenciais:

1. Definição dos objetivos da avaliação pretendida – porquê avaliar?

2. Definição das questões avaliativas a efetuar – o que avaliar?

3. Determinação dos momentos em que desenvolve a avaliação – quando avaliar?

4. Identificação das fontes de informação – quem envolver/a quem perguntar?

5. Identificação/construção do quadro de referência do processo – avaliar com base em quê?

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6. Identificação de métodos e técnicas de avaliação – como avaliar?

7. Apresentação dos resultados da avaliação – como apresentar?

Elaborar e Testar Instrumentos de Avaliação

É importante a sinalização das abordagens e técnicas mais utilizadas no desenvolvimento de


intervenções avaliativas, na elaboração ou refinamento de instrumentos de recolha de informação e na
verificação da validade dos instrumentos de avaliação selecionados para o projeto formativo que irá
decorrer.

Assim, a equipa de avaliação procura desenvolver essencialmente três tarefas:

• Conhecer os diferentes métodos e técnicas de recolha de informação, assim como as vantagens e


desvantagens a eles associados, procurando sempre que necessário e adequado desenvolver uma
abordagem eclética;

• Elaborar uma bateria de instrumentos adequados ao contexto formativo em que se apresenta o que
pode implicar o refinamento das ferramentas já desenvolvidas ou a criação de novos instrumentos;

• Conhecer as etapas e propriedades necessárias a um bom instrumento de recolha de informação e


desenvolver ou refinar as ferramentas avaliativas no sentido de garantir a fidelidade e validade.

No seguimento da primeira fase, dedicada à construção da estratégia avaliativa, surge a fase de


elaboração e teste dos instrumentos de avaliação que detém como principais objetivos a sinalização de
um conjunto de abordagens ou técnicas a implementar no desenvolvimento da intervenção de avaliação
e a verificação da validade e fidelidade dos instrumentos escolhidos.

No que se refere a esta fase, importa reconhecer que uma estratégia avaliativa surge sempre associada
a técnicas ou instrumentos de recolha de informação mais quantitativos ou qualitativos. As opções
metodológicas tomadas pela equipa de avaliação dependem em grande medida:

• Das características dos contextos formativos;

• Do grau de profundidade da informação a recolher para destinatários;

• Dos objetivos definidos para a própria avaliação;

• Do conhecimento que a equipa detém sobre as técnicas.

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Ao mesmo tempo, a abordagem instrumental está dependente do momento em que se aplicam as
técnicas, assumindo-se que estas podem ser administradas antes, durante e após a execução da
formação.

Realizar a Abordagem Avaliativa

A realização da estratégia avaliativa é essencialmente uma etapa de implementação do momento


anterior. No entanto, implica a reflexão sobre a avaliação antes da execução, durante a execução e após
a realização da formação.

Atendendo à estratégia avaliativa de diagnóstico (avaliação antes da execução), a equipa responsável


pela avaliação deve refletir acerca das diferentes perspetivas possíveis para a avaliação diagnóstico e
sinalizar a mais adequada para o contexto formativo em que se encontram, definindo os instrumentos
mais adequados à modalidade selecionada.

No que se refere à realização de intervenções avaliativas durante a execução da formação, as tarefas da


equipa passam pela sinalização das estratégias a utilizar na avaliação da reação e da aprendizagem.

Relativamente às intervenções avaliativas após a execução da formação, as tarefas são semelhantes às


anteriores, mas dirigidas às abordagens avaliativas de níveis de avaliação mais complexos (transferência
e impacto). Nesta fase, os responsáveis devem definir a realização ou não de uma abordagem que vise a
aferição destes níveis de avaliação e desenvolver a estratégia e instrumentos mais adequados.

Esta fase do processo avaliativo é a que implica um envolvimento mais próximo da equipa e dos
restantes atores da formação, pois nela se procede à:

• Implementação da abordagem avaliativa desenvolvida atendendo ao modelo conceptual de


Kirkpatrick;

• Recolha contínua de informação relevante, proporcionada pelos atores envolvidos, nos diferentes
momentos estratégicos;

• Definição da necessidade e adequação de uma abordagem avaliativa profunda, que envolve todos os
níveis da taxionomia adotada.

Tratar e Analisar os Dados Recolhidos e Produzir Relatórios de Avaliação

O tratamento e análise dos dados recolhidos e a elaboração dos relatórios são fundamentais para o
processo de avaliação. No primeiro caso, trata-se do momento em que se definem os métodos de
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tratamento e análise e se transformam resultados qualitativos e quantitativos em informação relevante
e em evidências avaliativas. No segundo caso, trata-se da elaboração de um produto que sinaliza as
principais conclusões avaliativas e que finda o processo de recolha de informação num conjunto de
recomendações que devem ser implementadas.

A fase IV desta abordagem reúne um conjunto de tarefas que devem ser implementadas pela equipa
responsável pela avaliação, nomeadamente:

• Definição da forma de tratamento dos dados recolhidos durante a realização das atividades de
avaliação;

• Definição dos processos de análise da informação produzida;

• Produção de conteúdos coerentes, sustentados e relevantes num relatório claro, sintético e útil.

Na sequência da implementação da estratégia avaliativa, a equipa de avaliação reúne um conjunto de


dados, de natureza quantitativa e qualitativa, que devem ser tratados e analisados de forma a serem
traduzidos em resultados que respondam às diferentes questões avaliativas colocadas.

Mas que tratamento é o mais adequado para cada dado recolhido? A opção põe um determinado modo
de tratamento está diretamente dependente da natureza do dado a tratar, mas também dos objetivos
desse mesmo tratamento. Entre as alternativas possíveis, a equipa de avaliação encontra-se o
tratamento temático dos dados, o tratamento quantitativo dos dados e o tratamento qualitativo dos
dados.

Aplicando habitualmente mais do que um método de tratamento dos dados, a equipa de avaliação
deverá nesta fase percorrer um conjunto de passos para garantir que o processo avaliativo seja rigoroso
e produza os resultados desejados:

1. Decisão sobre que dados tratar e como os tratar;

2. Validação dos dados selecionados para o tratamento;

3. Codificação para o tratamento;

4. Verificação da representatividade das amostras;

5. Aferição da adequação dos métodos/técnicas de recolha de dados;

6. Revisão das questões avaliativas;

7. Realização da análise de dados;

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8. Revisão da análise e sinalização de informação relevante;

9. Validação das evidências avaliativas.

Apresentar os Resultados da Avaliação

Findo o processo de recolha e sistematização de resultados em conclusões, segue-se a apresentação dos


resultados. Nesta fase, os avaliadores devem centrar-se na reflexão sobre a melhor forma de disseminar
os resultados da avaliação, sendo o relatório produzido na etapa anterior perspetivado como um
instrumento de diálogo entre os agentes envolvidos e os avaliadores.

A importância desta fase traduz-se em tarefas como:

• Definição da estratégia de apresentação e disseminação dos resultados, incluindo a decisão sobre a


quem se apresentam os resultados, como/quando/onde se realiza a apresentação e quem apresenta os
resultados;

• Definição da abordagem de apresentação do relatório;

• Elaboração de planos de melhoria.

A última fase do processo avaliativo traduz-se na preparação da apresentação e disseminação dos


resultados da avaliação, mais especificamente pela definição de estratégias concretas de apoio a estas
etapas e pela construção de planos específicos que visem a introdução de ações corretivas e/ou de
melhoria no âmbito do projeto a decorrer ou dos programas a serem desenvolvidos no futuro.

A apresentação dos resultados além de um relatório e a sua posterior disseminação está dependente do
nível de apropriação e investimento desejados para a informação produzida. Muitas vezes o relatório é a
principal fonte de apresentação e diálogo entre a equipa de avaliação e os destinatários finais. Nos dois
casos, seja a decisão centrada na apresentação e disseminação do relatório ou orientada para
estratégias alternativas, é fundamental que a equipa de avaliação defina uma estratégia que contemple
os seguintes passos:

1. Definição do destinatário final;

2. Adequação da forma de apresentação;

3. Identificação do momento e espaço para a apresentação;

4. Sinalização do responsável pela apresentação;

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Indicadores Avaliados

No decurso de um processo avaliativo, como referido, vários indicadores podem ser aferidos, em
diferentes momentos, recorrendo a instrumentos distintos e tomando em consideração objetivos
específicos. Entre os aspetos mais comummente avaliados no processo formativo encontram-se:

• Conteúdo programático;

• Métodos de aprendizagem e transmissão e conhecimentos;

• Envolvimento pessoal;

• Clima da formação;

• Níveis de desempenho dos formadores;

• Nível da qualidade dos recursos didáticos e da documentação de apoio;

• Carga horária;

• Condições das instalações;

• Relações entre os formandos.

• Aumento do nível de conhecimentos, aperfeiçoamento de tarefas, mudança de atitudes;

• Aplicabilidade da formação adquirida no contexto de trabalho ou quotidiano;

• O grau de cumprimento dos resultados previstos;

• Os efeitos inesperados da formação;

• As mudanças produzidas no meio;

• O impacto alcançado na organização.

De salientar o carácter incompleto da lista, na medida em que os indicadores devem ser definidos de
acordo com os objetivos previstos para um determinado projeto formativo. Os indicadores sinalizados
são relevantes e transversais na maioria das situações, mas não exclusivos.

Regras da Avaliação da Formação

No contexto da avaliação da formação, distinguem-se 7 regras básicas que não devem ser esquecidas:

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1. Avaliar pressupõe comparar resultados, reconhecendo-se que para comparar resultados é necessário
definir um referencial da formação, ou seja, definir o que se pretende obter após a formação;

2. Devem ser definidos indicadores pertinentes para avaliar, com base em critérios de desempenho
observáveis e mensuráveis definidos por um referencial, ou seja, identificar o que se pretende medir;

3. O sistema de avaliação tem de ser conhecido e aceite pelos diferentes atores participantes, ou seja,
todos devem conhecer o que se está a avaliar;

4. É importante garantir que a formação seja o único elemento explicativo para o resultado observado,
ou seja, discriminar todas as variáveis e clarificar se os resultados alcançados dependem da formação;

5. É fundamental não querer avaliar tudo de uma só vez, tendo em consideração se os custos da
avaliação não serão superiores aos seus benefícios, ou seja, selecionar o que importa avaliar em cada
momento;

6. Devem difundir-se os resultados pelos clientes da formação, ou seja, dar feedback sobre os resultados
a quem é importante o seu conhecimento;

7. A avaliação não se esgota em si mesma, sendo um instrumento ao serviço da gestão, ou seja, é


importante definir os momentos posteriores à participação dos resultados.

Neste enquadramento, a avaliação é entendida como um processo transversal a toda a formação


durante o qual se pretende examinar o grau de adequação de um conjunto de informações a um
conjunto de critérios adequados aos objetivos fixados com vista à tomada de decisão. É, portanto, um
exercício contínuo integrado no ciclo formativo, iniciado no diagnóstico de necessidades e deteção de
lacunas cuja formação visa preencher, finalizado nos resultados alcançados e na definição de medidas
corretivas ou reguladoras, ajustadas às necessidades identificadas nos indivíduos, grupos ou
organizações.

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