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2.3.2. Desenvolvimento..................................................................................................................... 13
Conclusão ..................................................................................................................................................................... 20
Introdução
No curso Formação Pedagógica Inicial de Formadores, existem dois módulos específicos e centrados na
realização de simulações pedagógicas/autoscopias – M2 Simulação Pedagógica Inicial; M9 Simulação
Pedagógica Final.
As simulações pedagógicas iniciais e finais caraterizam-se pela “autoscopia” que é uma técnica de
formação, que recorre à vídeo gravação de temas apresentados pelo
grupo de formandos, com posterior visualização, consistindo num
processo de autoanálise que permite ao formando rever-se na
ação que desempenha e obviamente conhecer-se melhor, através
da tomada de consciência dos seus pontos fortes e pontos fracos.
As simulações são assim, uma importante técnica para a aquisição das competências necessárias à
atividade de formador, na medida em que visa o treino de competências na área da preparação,
animação e análise de sessões de formação;
Na formação/interação de grupos:
Nos jogos de empresa, em experiência de dinâmica de grupos, no “role-playing ”.
Na formação do Saber-Fazer:
Na aprendizagem das técnicas desportivas, profissionais, gestuais.
Na formação de formadores:
Na formação de professores, de instrutores, de monitores e de animadores. Em suma em qualquer
setor de actividade , que pretenda uma auto avaliação de competências por parte dos seus
colaboradores.
Apresentamos os objectivos e conteúdos de ambos os módulos, sendo que alguns são específicos do
M9, estando identificados como tal.
Executar a simulação pedagógica inicial, avaliar e comentar a mesma, tanto a própria como a
dos colegas;
Executar a simulação pedagógica final, com base nos saberes adquiridos ao longo do curso,
avaliar e comentar a mesma, tanto a própria como a dos colegas;
Capitulo II – Desenvolvimento
2.1. A Autoscopia/Simulação
2.1.1. Finalidades
No contexto da Formação Profissional, a autoscopia realizada para formação dos formadores baseia-se,
em geral, na simulação de sessões. Assim, cada “formador -em- formação” simula uma sessão,
desempenhando os colegas do grupo o “papel” de formandos. A sequência dos trabalhos, as regras
estabelecidas, os critérios de análise resultam de um diálogo entre o animador e o grupo de
“formadores em formação”. Variando por vezes na ordem das operações, o esquema seguido para a
autoscopia assenta, globalmente, nas seguintes fases:
Na simulação pedagógica inicial a ideia base é proporcionar ao formando a realização de uma sessão de
formação registada em vídeo. O seu desempenho é depois analisado pelo próprio e pelos restantes
formandos que analisam e criticam e conjunto o seu desempenho.
A auto-observação, juntamento com as avaliações do grupo permitem ao próprio formando uma auto-
avaliação mais consistente e a consciencialização dos aspectos a melhorar.
A simulação inicial não pressupõe grande estruturação. No entanto, para avaliar objectivamente o
desempenho, é necessário que:
Definir o tema da sessão, que deve ser simples para que o trabalho se centre,
preferencialmente, na forma de condução da sessão, relegando para segundo plano o
conteúdo.
Definir a duração da sessão que deve ser curta (5 a 8 minutos). A sessão deve, no entanto,
compreender todas as etapas necessárias para a consecução dos objetivos visados, isto é, deve
permitir a aprendizagem do tema por formandos com perfil previamente estabelecido.
Promover interacção com os formandos, através da comunicação verbal e não verbal (gesto,
olhar, postura, deslocação pela sala);
Nesta etapa é necessário rever as gravações das simulações promovendo um debate de grupo onde a
análise e autoanálise dos comportamentos pedagógicos observados sirva de base para o formador, em
conjunto com o formando, e as opiniões do restante grupo, criem quadros das competências
demonstradas e das competências a adquirir. O formador tem como suporte as fichas de avaliação das
aprendizagens e deverá ainda, com este debate, elaborar projetos de melhoria individuais para cada
formando que servirão para acompanhamento da progressão das aprendizagens e para contraponto na
Simulação Pedagógica Final.
NOME
N.º DE
IDENTIFICAÇÃO DA
AÇÃO DE FORMAÇÃO
DATA
FORMADOR
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PARÂMETROS A MELHORAR OBJETIVOS A ATINGIR/ COMPETÊNCIAS A
ADQUIRIR (SE APLICÁVEL)
DOMÍNIO DO ASSUNTO
FACILITAÇÃO DA ESTRUTURAÇÃO DO
CONTEÚDO
RECURSOS DIDÁTICOS
AUTOCONFIANÇA
GESTÃO DO TEMPO
CRIATIVIDADE PEDAGÓGICA
A simulação pedagógica final ocorre no final do curso Formação Pedagógica Inicial de Formadores, e
portanto, pretende-se que o formando demonstre os seus saberes pedagógicos adquiridos ao longo do
curso. Deve nesta fase ter também presente a simulação inicial de modo a que promova a correcção de
desempenhos menos favoráveis em termos pedagógicos.
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Esta simulação deverá ter uma duração entre 15 a 20 minutos e deverá ser um excerto do Projeto de
Intervenção Pedagógica, planeado e desenvolvido ao longo do curso. O tema da simulação deve
obrigatoriamente ser de acordo com a área de intervenção do futuro formador.
A simulação pedagógica final deve ser cuidadosamente preparada, de modo a que atinja um bom
desempenho.
Antes da sessão:
Preparar todo o material necessário
Seleccionar os métodos, técnicas, recursos/equipamentos
Durante a sessão:
Lembrar os pontos-chave e sua sequência
Executar a sessão dentro do planeado, mantendo presente que todos estão a desempenhar
papéis.
Após a sessão
Comparar o que estava planeado com o que foi concretizado
Reflectir sobre eventuais melhorias/medidas corretivas para futuras sessões
Na preparação da simulação pedagógica final há aspectos fundamentais que não deve descurar:
A escolha do tema;
A definição de objectivos gerais e específicos – os objectivos devem ser definidos de forma
precisa em termos de comportamentos observáveis;
A definição de pré-requisitos – é fundamental analisar os conhecimentos anteriores dos
formandos (ou defini-los em termos de competências de entrada) para ser possível alcançar,
com êxito, os objectivos previstos para a sessão;
A definição de estratégia pedagógica – depois de definidos os objectivos é fundamental em
como fará para que os mesmos sejam cumpridos, ou seja, que metodologias e técnicas
pedagógicas irá utilizar e que melhor se adaptem aos conteúdos, características do público-alvo
e aos próprios objectivos que definiu. É igualmente fundamental que pense na motivação do
grupo. Para tal deve clarificar os objectivos, realçar a sua aplicação futura, estruturar o
ensino/aprendizagem nos conhecimentos anteriores do grupo e proporcionar aos formandos
momentos de auto-aprendizagem;
A definição de actividades pedagógicas – não deve esquecer a descrição das actividades
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pedagógicas que levarão o formando a atingir os objectivos;
A seleção dos recursos – no plano de sessão deverão estar referidos todos os recursos sejam
materiais, documentos e/ou equipamentos a utilizar em sala e a fornecer ao grupo. Os recursos
devem ser concebidos/preparados e testados antes da sessão, de modo a garantir que os
mesmos funcionam, garantindo a eficácia da sessão;
A planificação do tempo – não se esqueça de planificar em termos temporais todas as
actividades e se puder, teste antes;
A definição do sistema de avaliação – é necessário prever como avaliar a concretização dos
objectivos. Lembre-se que o controlo oral/visual pode não ser suficiente e que a avaliação
deverá assentar em exercícios como testes, trabalhos, execuções práticas (ou outros meios),
que permitam tirar conclusões individuais sobre o progresso dos formandos.
2.3.2. Desenvolvimento
Ao desenvolver a sua simulação, não se esqueça que a mesma deverá começar com uma saudação e
comunicação aos formandos dos principais objectivos da mesma. Quando tal for possível, os objectivos
devem estar relacionados com matéria dada anteriormente. Este controlo dos conhecimentos prévios
pode ser feito através de um teste ou de um modo mais informal, como pergunta-resposta. Não se
esqueça também, da estratégia de motivação do grupo, criando nos formandos a necessidade e gosto
pela aprendizagem. No desenvolvimento deve cumprir o plano de sessão elaborado previamente. No
entanto, é muito importante prever estratégias alternativas (“plano B”) para uma alteração provocada
pelos formandos, pelo ambiente, recursos, etc..
2.3.3. Avaliação
A avaliação tem como finalidade medir se os objectivos foram ou não alcançados, se as competências
forma ou não adquiridos em função dos objectivos fixados. A avaliação não em que ser feita apenas no
final, pode ser feita ao longo de todo o processo de ensino/aprendizagem. Todavia, deverá no final de
cada unidade existir um momento de avaliação formal (testes por exemplo) de modo a aferir as
aprendizagens bem como o próprio processo formativo. Os instrumentos de avaliação devem ser
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preparados para o fim a que se destinam.
2.3.4. Visionamento
Tal como na simulação pedagógica inicial, as sessões gravadas em vídeo que são posteriormente
visionadas. Ao visionar cada formando vai confrontar-se com a sua imagem, enquanto animador de uma
sessão, após a evolução ao longo do curso, devendo observar-se uma melhoria em comportamentos
menos positivos ocorridos na simulação pedagógica inicial. Esta é uma oportunidade de rever os seus
comportamento e de registar os aspectos mais e menos positivos. Os outros formandos e formador
devem, através do visionamento, corrigir as impressões recolhidas durante o desenvolvimento.
2.3.5. Análise
A analise das simulações tem em conta os 16 critérios definidos e apresentados em grelha própria. A
análise da simulação final obedecerá ao seguinte esquema:
É muito importante que as críticas sejam relacionadas directamente com os critérios definidos. Nesta
fase de análise, em que cada formador-em-formação é confrontado com a própria imagem e com as
apreciações dos colegas e do animador, é essencial que o grupo desenvolva um espírito de entre ajuda e
a noção clara de que todo o processo visa o diagnóstico dos comportamentos a melhorar e, por
consequência, o seu aperfeiçoamento pedagógico.
O Formador, após a análise do debate que foi realizado, deverá, em conjunto com os formandos (já a
título individual) construir fichas de percursos para Autoformação e Aprendizagem ao Longo da Vida
(ver exemplo abaixo), como p.e., apontar sugestões (caso se justifique) de melhoria para os formandos,
ou até mesmo, sugerir a participação em formações mais específicas (Formação Contínua) em áreas
como: Formador de Formadores; Formador a distância; Formador Consultor; Gestor/ Coordenador de
Formação; Mediador de Formação dos cursos EFA.
Seja realista: defina passos pequenos e concentre-se num objetivo de cada vez. Faça uma auto
avaliação periódica do seu desempenho como formador e reformule os seus objetivos de melhoria
e planos de ação.
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FICHA DE PERCURSO DE AUTO-FORMAÇÃO E APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA
NOME
N.º DE IDENTIFICAÇÃO
DA AÇÃO DE FORMAÇÃO
DATA
FORMADOR
Observações:
No decorrer e no final de uma ação, um formador consciente, dispõe-se sempre a analisar criticamente
a sua atuação pedagógica. Eis algumas das interrogações que poderá pôr a si próprio:
Em que medida é que este curso foi mesmo um tempo e um espaço de aprendizagem
para todos.
Não suscita Suscita motivação Suscita motivação, Promove motivação de forma Promove motivação de forma
motivação dos para o tema da conseguindo adesão sistemática e diversificada sistemática e diversificada forma
participantes sessão espontânea dos individual
participantes
6 - ATIVIDADES DOS PARTICIPANTES
Ausência de Promoção ocasional Promoção de atividade de Promoção de atividades Promoção de atividades criativas,
atividade por parte de atividades forma sistemática facilitadores da aprendizagem e da inclusivas e facilitadores da 17
dos participantes relação pedagógica aprendizagem e da relação pe
Nas simulações iniciais e finais são avaliadas 3 dimensões: o desenvolvimento da simulação, o plano de
sessão elaborado para a sessão, os recurso didácticos utilizado na sessão. A seguir listam-se os
parâmetros e critérios de cada, de modo a que melhor possa preparar as simulações.
2.5.1. Desenvolvimento
ESTRUTURA Identifica o tema a tratar, os conteúdos, a duração prevista, o público-alvo e o contexto de ensino-
aprendizagem
Sistematiza a planificação da sessão ou módulo e os materiais de apoio, segundo uma organização lógica e
coerente
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ESTRUTURAÇÃO
Concebe os recursos aplicando os princípios pedagógicos e técnicos, específicos dos diferentes suportes
CRIATIVIDADE
Concebe ou seleciona recursos com inovação, originalidade e aproximação a modelos reais
Conclusão
A Simulação Pedagógica é uma técnica, frequentemente usada na formação dos formadores, que visa
proporcionar aos participantes os meios para uma análise da sua própria atuação, através do
diagnóstico dos aspetos a melhorar. A descoberta destes aspetos resulta,
geralmente do feedback proveniente de uma ou mais fontes: a
observação do registo em vídeo da sessão (simulada), a integração
das críticas dos outros participantes, a análise comparativa dos
comportamentos registados com atitudes standart (classificados em
níveis) em grelhas. Este trabalho implica, para além do
empenhamento pessoal, todo o envolvimento de um grupo de
participantes, a gestão de todas estas interações e a síntese de todos os
saberes anteriormente adquiridos, em função de uma atuação concreta. Por estas razões, a autoscopia,
quando bem orientada, permite a integração das diversas capacidades desenvolvidas, conduzindo a
uma efetiva progressão individual. A orientação destes trabalhos passa pela escolha dos modelos, dos
métodos, dos meios e dos instrumentos mais adequados para um determinado grupo. É importante
que, em cada momento, o grupo se sinta co-responsável pela sua própria progressão e que a
autoscopia constitua, em última análise, um fator decisivo que favoreça, no grupo, o
desenvolvimento da sua autonomia, do espírito de entre ajuda e da capacidade de gerir a sua própria
aprendizagem. 20
- Recursos técnico-pedagógicos/didáticos;
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO
3 - Criatividade: conceção de um trabalho sobre uma temática inovadora e de caráter prospetivo; 25%
Distribuição Percentual da avaliação -PIP de acordo com modelo inserido em Plataforma - Orientações
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Referências Bibliográficas
SIMULAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL
SADALLA, Ana Maria F. A.; LAROCCA, Priscila (2004). Autoscopia: Um procedimento de pesquisa
e formação. In Educação e Pesquisa. V. 30, nº 3, pp. 419-433. São Paulo;