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2022/2023
Psicologia B - 12ºA
Relações Interpessoais
Processos Fundamentais na
Cognição Social
1
Escola Secundária Paços de Ferreira | Relações Interpessoais
Índice
Introdução 3
2. Capítulo - Impressões 5
2.1. Subcapítulo - Como se formam as impressões? 6
2.2. Subcapítulo - Importância das primeiras impressões 7
2.3. Subcapítulo - Categorização 8
2.4. Subcapítulo - Atribuição 9
2.4.1. - Causalidade 9
2.4.2. - Estabilidade 9
2.4.3. - Controlabilidade 10
3. Capítulo - Atitudes 11
3.1. Subcapítulo - Dissonância Cognitiva 12
4. Capítulo - Expectativas 13
Conclusão 15
Bibliografia e Webgrafia 16
Introdução
O presente trabalho tem como principal objeto de estudo as relações interpessoais,
nomeadamente os processos fundamentais na cognição social. A cognição apresenta uma
dimensão social, na medida em que um grande número de pessoas partilha uma série
considerável de noções comuns. Por outras palavras, o objetivo deste trabalho é dar a
perceber que a cognição social abarca um conjunto de processos de conhecimento e
relação com os outros, dos quais se destacam as impressões, as atitudes, as expectativas
e as representações sociais.
Em estreita relação com este caso, existe o exemplo da praxe académica, onde os
veteranos se comportam de forma autoritária sobre os caloiros. De acordo com alguns
relatos, comprovou-se que alguns caloiros sentiram-se desumanizados e foi-lhes removida
a sua identidade pelos representantes do código superior da praxe. Os caloiros
presenciaram um ambiente novo completamente sozinhos, tal como os prisioneiros, sendo,
por isso, facilmente manipuláveis pelos seus superiores. Cada um de nós encontra-se em
estreita relação com outras pessoas, diferentes do nosso eu. Assim sendo, como é que as
pessoas percebem, pensam sobre, interpretam, classificam e julgam os seus próprios
comportamentos sociais e os dos outros?
2.Capítulo - Impressões
O primeiro processo que temos no primeiro contacto com alguém que não conhecemos, é
denominado de impressão. Através deste, constrói-se uma ideia/imagem relativamente a
essa pessoa a partir de algumas características. A produção de impressões nas pessoas é
mútua, ou seja, a nossa impressão afeta o nosso comportamento e consequentemente o
comportamento dos outros para connosco. Desta forma, uma impressão é a noção criada
em contexto interpessoal a partir de alguns indícios que permite construir uma imagem ou
ideia sobre uma pessoa.
Contudo, a alteração de outro adjetivo, como, por exemplo, inteligente, já não teria tanta
influência para a opinião que se forma sobre a pessoa como a alteração de calorosa para
fria. Estas conclusões permitem distinguir qualidades centrais, como caloroso ou frio, por
exemplo, e qualidades periféricas como é o caso do ser inteligente, que não alteram a
impressão que se adquire de uma pessoa.
3. Indícios Não Verbais – estes indícios remetem para elementos e sinais que se
interpretam como indicadores: o modo como se veste, como gesticula enquanto
fala, etc.
4. Indícios Comportamentais – referem-se a todos os comportamentos observados
no sujeito que vão servir para formar uma impressão e consequentemente
classificar o sujeito.
A partir destes indícios, forma-se uma impressão global de uma pessoa, a quem se atribui
uma categoria socioeconómica e cultural ou um determinado estatuto social. Um mesmo
conjunto de indícios pode conduzir a diferentes interpretações.
Este efeito diz respeito à tendência para se atribuir maior relevância à informação inicial
que se recebe sobre uma pessoa. Considerando a situação em que uma pessoa é descrita
como sendo inteligente, trabalhadora, impulsiva, crítica, teimosa e invejosa, ter-se-á, como
provou Asch, tendência a gostar mais desta pessoa do que de outra que seja descrita
como invejosa, teimosa, crítica, impulsiva, trabalhadora e inteligente. Apesar de a
informação ser exatamente igual, invertendo apenas a ordem da mesma, a pessoa que é
descrita inicialmente é caracterizada com maior frequência como sendo mais sociável e
feliz que a segunda pessoa.
Conclui-se então que este efeito pode influenciar potenciais relações ou interações sociais
sem uma base sólida, impedindo por exemplo, que se conheça melhor uma pessoa porque
é categorizada negativamente.
No caso das impressões, classifica-se a pessoa em categorias a partir dos contactos que
se tem com a mesma, em que se recolhe informação proveniente desses mesmos
contactos ou de informações fornecidas por outras pessoas. Esta ideia global com que se
fica orienta o nosso comportamento, porque nos fornece um esboço psicológico da pessoa
em questão. Pode assim dizer-se que incluímos a pessoa numa determinada categoria que
contempla três tipos de avaliação: Afetiva, isto é, se gostamos ou não da pessoa. Moral,
ou seja, se consideramos a pessoa boa ou má e instrumental, se ela é ou não
competente. A forma simplificada como classificamos a pessoa permite-nos ter um
comportamento seguro na relação interpessoal.
2.4.1. - Causalidade
A atribuição externa refere-se à interpretação do comportamento de alguém baseada na
situação em que o indivíduo se encontra. Por exemplo, se uma pessoa dirigir o carro de
forma descuidada e isso resultar num pneu furado, a pessoa vai tender fazer atribuições e
reclamações em relação às “péssimas condições da via”, reduzindo o desconforto de ter
que admitir que o furo no pneu na verdade foi resultado da sua condução imprudente. Por
outro lado, a atribuição interna é um processo que atribui a causa de determinado
acontecimento a alguma característica interna sua ou de outra pessoa. Como por exemplo,
alguém culpar-se por não ter tido uma nota boa num exame, apesar de ter estudado o
suficiente, quando na verdade a lacuna que se encontra no seu desempenho deu-se por
que o vizinho passou a noite inteira com som alto, o que interferiu na qualidade do sono
dessa pessoa e consequentemente no seu desempenho no exame.
2.4.2. - Estabilidade
A estabilidade é a probabilidade da causa se manter a mesma num futuro próximo, ou
mudar. Assim, as causas estáveis são consideradas permanentes, como por exemplo, “A
Matilde respondeu mal ao professor porque é agressiva”. O facto de ela ser agressiva
determina sempre as suas respostas. Por outro lado, as causas instáveis são pontuais, por
exemplo, “A Matilde respondeu mal ao professor porque está a ter um dia muito difícil”. A
sua resposta é resultado de algo pontual e não permanente.
2.4.3. - Controlabilidade
A controlabilidade é a possibilidade da pessoa controlar a causa do que ocorre. “Ganhei a
prova de atletismo porque treinei todos os dias”, a justificação que é apresentada é uma
causa controlável, porque para alcançar a vitória houve treino, dedicação e isso é algo que
a própria pessoa controla. Contudo se alguém afirmar que “Ganhei a prova de atletismo
porque as condições climáticas eram favoráveis” não houve nenhum controle por parte da
pessoa, daí a causa ser incontrolável.
3. Capítulo - Atitudes
A categorização social, permite ter presente teorias sobre as interações sociais e sobre os
pensamentos, sentimentos e comportamentos do nosso eu e dos outros, no âmbito das
quais encontrasse respostas para o que acontece e é fundamento para as nossas atitudes.
E o que são atitudes e como se distinguem dos comportamentos? As atitudes não
são diretamente observáveis: inferem-se dos comportamentos. Também é possível, a partir
de um comportamento, inferir a atitude que esteve na sua origem. Sabendo que uma
pessoa tem uma atitude negativa face ao tabaco, pode-se prever a forma como se
comporta face a uma campanha antitabágica, ou como reagirá se alguém fumar junto dela.
De igual modo, as reações de uma pessoa face a uma situação podem permitir prever a
atitude que lhe está subjacente. Mas afinal, o que define uma atitude?
São sobretudo os pais que exercem um papel fundamental na formação das primeiras
atitudes nas crianças, pois aos olhos destas são modelos que imitam e com os quais se
procuram identificar. A educação escolar desempenha, na nossa sociedade, um papel
central na formação das atitudes. Na adolescência, tem particular relevância o grupo de
amigos, isto é, os indivíduos com idade aproximada com que os jovens contactam mais
frequentemente. Atualmente, os meios de comunicação e os media têm grande influência
na formação de novas atitudes ou no reforço das que já existem. É através da observação,
identificação e imitação dos modelos, não só os pais, mas também os professores e
amigos, que se formam as atitudes.
Esta aprendizagem ocorre ao longo da vida, mas tem particular prevalência na infância e
na adolescência. Tal não significa que, depois destas idades, as atitudes não possam
mudar. As experiências vividas pelo próprio podem conduzir à alteração das atitudes,
contudo existe uma tendência para a sua estabilidade.
Várias pesquisas levadas a cabo por psicólogos sociais nas últimas décadas permitem
identificar situações ou fatores que favorecem a mudança de atitudes.
Considere-se o exemplo dos fumadores. A maioria dos fumadores está ciente de que a
dependência da nicotina é gravemente prejudicial à saúde. Quando a dissonância é
ativada, os fumadores, tal como acontece com todas as pessoas, sentem desconforto e
estão altamente motivados para evitar a inconsciência. Surgem então, muitas vezes,
autojustificações como “fumar não é tão perigoso como as pessoas afirmam” ou “o meu
avô fumou 80 anos e viveu até aos 100”, o que mostra que, em caso de dissonância,
tendemos a interpretar a realidade de forma a torná-la coerente com as nossas
convicções.
4. Capítulo - Expectativas
A rapidez com que se categoriza o mundo à nossa volta e com que se forma impressões
leva-nos, frequentemente, a criar expectativas, quer em relação aos outros quer em
relação aos acontecimentos. As expectativas influenciam o nosso comportamento de uma
forma nem sempre positiva, já que, muitas vezes, acabam por resultar em profecias
autorealizáveis.
Supondo-se que no início do ano circulou por uma escola a ideia de que o professor de
psicologia era antipático e severo. Na primeira aula da disciplina, o professor é reservado
na interação com a turma e dedica-se a esclarecer as regras, as estratégias de avaliação e
a planificação dos temas que serão tratados ao longo do ano letivo, iniciando depois a
abordagem dos conteúdos iniciais. Um grupo de alunos está desatento e fala
continuamente sobre alguma coisa que aconteceu no intervalo. O professor repreende-os
e o grupo pensa: ”De facto, o professor não foi muito simpático”. Mas, se no início do ano
chegasse aos ouvidos desses mesmos alunos que o professor em questão era simpático e
relaxado, talvez terminassem a aula a pensar: “O professor até teve bastante paciência”.
Assim sendo, as representações sociais permitem que as pessoas orientem as suas ações
no mundo físico e social em que estão inseridas, permitindo-lhes que se adaptem de modo
rápido e adequado.
Conclusão
Na vida do ser humano, quer seja no campo pessoal ou profissional, ser capaz de se
relacionar, pode fazer a diferença para se ter qualidade de vida e sucesso. Em todos os
momentos foi possível perceber que o relacionamento humano acontece por meio das
relações interpessoais, seja na família, onde moramos ou onde trabalhamos, surgindo de
forma natural.
Entende-se que cada pessoa tem as suas diferenças e as suas características, sendo
necessário saber lidar com as diferenças dos outros. As interações que estabelecemos
com os outros influenciam o que somos e o modo como nos comportamos.
Bibliografia
AAVV. (2012). The Psychology Book. Londres: DK Publishing.
Catarina Pires e Sara Brandão. (2019). Nós. Areal Editores.
VALA, J. e MONTEIRO, M. (2006). Psicologia Social. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian.
Webgrafia
https://adriana-psy.webnode.pt/rela%C3%A7%C3%B5es-interpessoais/processos-fundame
ntais-da-cogni%C3%A7%C3%A3o-social/
(consultado a 19-01-2023)
https://adriana-psy.webnode.pt/rela%C3%A7%C3%B5es-interpessoais/processos-fundame
(consultado a 29-01-2023)
https://notapositiva.com/processos-fundamentais-da-cognicao-social/
(consultado a 25-01-2023)
http://psicologiacop.blogspot.com/p/processos-fundamentais-da-cognicao.html
(consultado a 27-01-2023)
https://pt.slideshare.net/nockinhas22/cognio-social-3056776
(consultado a 24-01-2023)
https://pt.slideshare.net/RaQuelOliveira64/aula-de-psicologia-40320593
(consultado a 29-01-2023)