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I. INTRODUÇÃO
B. Cadeia de Valor
A ideia de cadeia de valor foi criada por Michael Porter na década de 80 [2]. Seu propósito é
a interação entre processos que atravessam a estrutura organizacional. Com base neste
conceito, cada processo agrega um valor pré-definido a um insumo recebido, visando atender
a uma necessidade específica do cliente. Sendo assim, pode-se dizer que cadeia de valor é o
conjunto de processos interdependentes de uma organização para projetar, produzir,
comercializar, entregar e sustentar seu produto, e que contribuem para o alcance de uma
determinada estratégia [1]. A partir desta definição, Porter construiu um modelo em cadeia de
atividades comum a todos os negócios e dividiu-as em atividades primárias e de suporte,
conforme o esquema apresentado na Figura 1.
•Marketing e Vendas: são os processos que a empresa utiliza para atrair clientes. Cria-se valor
com os benefícios oferecidos e forma de os apresentar.
•Serviço: são as atividades que mantêm e aumentam o valor dos produtos ou serviços após a
aquisição pelo cliente. As atividades de apoio têm como objetivo suportar as atividades
primárias.
•Infraestrutura: são os sistemas de apoio que a empresa necessita para manter as operações
diárias. Inclui a gestão administrativa, legal, financeira, assuntos públicos, de qualidade, entre
outros.
A partir do modelo de referência eTOM, a Tel Brasil criou seu Mapa de Processos, o MP. A
empresa fez uma “ponte” do seu Mapa com a referência de Michael Porter que será
apresentada na seção IV.
● •Um elemento novo de processo deve ser definido com um único pai dentro da
hierarquia de decomposição. Este pai pode ser: um elemento de processo existente
(padrão eTOM), neste caso o novo elemento seria de segundo nível na hierarquia; um
elemento de processo adaptado (o elemento existente no eTOM sofrerá alterações) ou
novo.
● •Um elemento de processo novo deve ser definido com alcance e conteúdo distintos
de outros elementos de processo dentro da hierarquia de processo resultante.
● •Sempre que um ou mais novos elementos de processo substituírem elementos de
processos existentes, então esses devem inteiramente abordar o escopo do processo
substituído e conteúdo.
Como exemplo, para notificação automática será necessário correlacionar o sistema coletor
de alarmes da rede com o inventário, identificando os serviços impactados e os clientes
afetados. Identificado o impacto da falha, outra aplicação que gerencia os parâmetros de
qualidade de serviço (QoS, do inglês Quality of Service) do contratante. Ela pode analisá-los
e, se necessário, dependendo de cada contrato com o cliente, acionar o sistema de
faturamento para ressarcimento. Esse nível de automatização de processo revela a grande
complexidade e também o enorme potencial da implementação do eTOM. [5]
IV.MAPA DE PROCESSOS
O mapa de processos promove uma visão corporativa e completa dos processos de forma a
prover melhor entendimento nas interações, favorecendo a geração de produtos integrados.
Nele, é possível visualizar agrupamentos de processos relacionados diretamente a clientes,
gerar indicadores integrados e fortalecer comunicações e alinhamento entre as áreas.
Os três agrupamentos de maior nível são os blocos no mapa de processos. O bloco de
Estratégia, Infraestrutura e Produto tem por objetivo desenvolver estratégias, criar planos e
construir a infraestrutura necessária para concepção e gestão de produtos. O bloco de
Operações visa ao suporte das atividades operacionais e do relacionamento com o cliente. E o
bloco de Gestão Empresarial foca nos objetivos do negócio e na aferição dos resultados.
Comparando com o eTOM, o mapa de processos da Tel Brasil apresenta os mesmos
elementos de processos.
O mapa de processos possui dois tipos de leitura. A vertical tem o objetivo de visualizar a
contribuição dos processos para a obtenção do produto final nos distintos aspectos de
abordagem ao cliente, tais como aprovisionamento e receita, atravessando fronteiras
funcionais. A horizontal visualiza e organiza, numa sequência temporal, os processos
funcionalmente relacionados, considerando as competências e os recursos tecnológicos
necessários à sua operação.
A visão horizontal é composta de dez agrupamentos cujos objetivos são apresentados a seguir
● Estratégia de Mercado, Produtos, Ofertas e Clientes: Conhecimento sobre o
funcionamento e desenvolvimento do negócio principal da empresa.
● Estratégia e Desenvolvimento de Serviços: planejamento, desenvolvimento e
implantação de níveis de serviços e modelo de operações.
● Estratégia e Desenvolvimento de Recursos: planejamento, desenvolvimento e
implementação de recursos para suporte de produtos e serviços.
● Desenvolvimento e Gestão da Cadeia de Suprimentos: interações da empresa com
seus parceiros e com fornecedores envolvidos na manutenção da cadeia.
● Gestão do Relacionamento com Cliente: conhecimento das necessidades dos clientes
e inclusão de todas as ações necessárias para melhoria e retenção do relacionamento
com o cliente.
● Gerenciamento de Serviços: conhecimento sobre os serviços (tais como acesso e
conectividade), incluindo todas as funcionalidades necessárias para a gerência e
operação dos serviços utilizados no suporte aos clientes.
● Gerenciamento de Recursos: conhecimento sobre os recursos (tais como aplicações,
rede e TI), incluindo todas as funcionalidades necessárias para a gerência e operação
dos recursos utilizados para suportar os clientes.
● Gestão do Relacionamento com Fornecedores e Parceiros: suporta os processos de
operações na sua interação com parceiros e fornecedores.
● Estratégia e Planejamento Empresarial: processos que suportam o funcionamento toda
a organização e seus processos de negócio.
● Gestão Financeira e de Ativos: processos que suportam a gestão financeira e dos
ativos da companhia.
A empresa fez uma “ponte” do seu Mapa de Processos com o modelo de referência de
Michael Porter, apresentado na Seção II B. A ideia é facilitar a associação do modelo
acadêmico à realidade da empresa visualizada no Mapa de Processos. A Figura 6 ilustra esta
“ponte”.
Na cadeia de valor da Tel Brasil, as atividades primárias são compostas pelos sete
agrupamentos que compõem os agrupamentos de Estratégia, Infraestrutura e Produtos e o de
Operações no mapa de processos da empresa.Para as atividades de apoio foram selecionados
elementos de processos do agrupamento Gestão Empresarial.
FASE DE PLANEJAMENTO.
Deve ser feita uma seleção dos processos nos quais se pretende aplicar a metodologia e, para
isso, é preciso observar critérios como: impacto no cliente externo, obtenção de benefícios
financeiros ou a redução dos custos, grau de integração com o direcionamento estratégico,
impacto na imagem externa etc.
Identificar a solicitação é:
Neste cronograma, serão especificados quando cada etapa da metodologia será executada,
quem executará, onde e como o trabalho será desenvolvido e quais serão os recursos
necessários para a execução do trabalho.
Nesta etapa, definem-se as premissas consideradas importantes na execução da metodologia.
No momento da definição das premissas, o dono do processo deve estabelecer:
C.Modelagem de Processos
•Melhor representar ou entender como a organização funciona (ou alguma parte dela);
•Usar/explicitar o conhecimento adquirido e a experiência para usos futuros;
•Decidir com mais segurança sobre as operações e organização da empresa. São seis os
princípios que devem ser seguidos para se alcançar uma boa modelagem de processos. A
seguir, são apresentados os objetivos de cada um.
•Custo/benefício: este princípio visa analisar a quantidade de trabalho necessária para criar o
modelo x utilidade do modelo x tempo de uso de modelo.
•Clareza: este princípio é um dos mais importantes, pois se relaciona à capacidade de ser
entendido e usado pelos usuários.
Algumas técnicas são usadas para o levantamento das informações dos processos, entre as
quais destacam-se: entrevistas individuais e em agrupamentos; observações e avaliação de
melhores práticas.
Essa ferramenta é utilizada para estruturar planos de ação juntamente com os indicadores de
desempenho que medem diferentes resultados de forma a quantificar a eficiência e a eficácia
das atividades. Dessa forma, organizam-se as ações a serem tomadas pela organização de
forma clara e objetiva. As perguntas da ferramenta 5W1H estão relacionadas a seguir.
O quê/Que/Qual (What)?
Onde (Where)?
Quem (Who)?
Quando (When)?
Como (How)?
Utilizando esta ferramenta, é possível constatar que o maior potencial de melhoria, muitas
vezes, é encontrado nas interfaces das áreas funcionais.
Deve-se constantemente questionar o modo como as ações são realizadas, visando simplificar
ou eliminar aquelas que não contribuem para o resultado do processo.
•Garantir que todos os agentes envolvidos no processo estejam representados (áreas, clientes
e fornecedoras, especialistas no processo e líder de processo);
Substituir Combinar Adaptar Modificar, Magnificar Pôr em uso para outros fins Eliminar ou
Minimizar Reverter, Reorganizar As aplicações dos verbos operadores são elencadas a seguir:
Substituir:
Outro procedimento?
Por em uso para outros fins: Para que outro fim isto pode ser usado?
Outras extensões?
Outros mercados?
Inverter os papéis?
O que é desnecessário?
Outro padrão?
Outro layout?
Mudar o horário?
Outra ferramenta é o brainstorming, que visa à geração de novas ideias por meio da
contribuição e participação de diversos indivíduos inseridos num grupo. Registra-se em
flipchart, post-it, quadro branco ou planilha eletrônica a ideia e analisa-se a potencialidade
em vista dos objetivos traçados.
A Tel Brasil também realiza benchmarking para identificar as melhores práticas utilizadas
por organizações reconhecidas, que tenham os mesmos produtos, serviços ou processos, com
o intuito de avaliar desempenhos e identificar oportunidades de melhoria para a organização.
A seleção e priorização de ideias consistem em cada participante dar uma nota para cada
uma das ideias geradas e a pontuação final é a média dessas notas. A Tabela II apresenta os
critérios a serem observados na votação. Impacto na meta e respeito às premissas Facilidade
de implementação Custo de implementação Prazo para implementação
Impacto e Facilidade são as notas mais altas possíveis! Custo e Prazo são as notas mais
baixas possíveis! A priorização ocorre com as notas por ordem decrescente. Em seguida,
deve-se fazer a linha de corte selecionando as ideias que serão tratadas. G. Definição dos
Indicadores de Desempenho do Processo Uma gestão efetiva de processos requer medição e
controle do desempenho. Isto envolve: Estabelecer objetivos, metas e indicadores; Mensurar
o desempenho atual; Revisar a eficiência e eficácia dos processos de negócio. O objetivo é
dar foco e guiar os esforços de melhoria e análise do processo, por meio de uma baseline
(linha de comparação), na qual serão pontuadas as medidas após as melhorias. Assim, será
possível determinar em que etapas do processo as falhas ocorrem e auxiliar na priorização de
oportunidades.
Cada processo deve ser analisado compondo a matriz de riscos e seus respectivos controles
necessários. I. Elaboração do Plano de Implantação do Processo Após a definição e
priorização de todas as melhorias para o processo, deve ser elaborado um plano de
implantação. Este plano contém as atividades necessárias para implantação das soluções com
seus respectivos prazos e responsáveis. Seu acompanhamento e atualização são vitais para o
sucesso da iniciativa de melhoria do processo.
FASE DE PADRONIZAÇÃO J.
Detalha o passo a passo para a execução de uma tarefa. VALIDADE (EM MESES)
APROVAÇÃO 24 DIRETORIA 18 DIRETORIA 18 GERÊNCIA 12 GERÊNCIA 12
GERÊNCIA
A coluna validade representa o tempo vigente do documento. Após esse período é necessário
gerar nova versão, que pode ou não sofrer alteração de conteúdo, e submeter à aprovação. Em
caso de nova publicação do padrão com tempo inferior a sua validade, ele passa por
aprovação também. Todos os padrões, após aprovados, devem estar cadastrados na intranet
da companhia de forma que todo colaborador possa acessá-lo.
FASE DE IMPLEMENTAÇÃO K.
Elaboração da Matriz de Capacitação e Treinamentos Visando à implantação dos processos e
padrões associados, deve ser elaborada uma matriz indicando quais colaboradores deverão ser
capacitados. A estrutura desta matriz é apresentada na Tabela V. FUNÇÃO TABELA V
MATRIZ DE CAPACITAÇÃO, EXEMPLO PROCESSO DE REPARO. MATRIZ DE
CAPACITAÇÃO DO PROCESSO DE REPARO DA PLANTA INTERNA
COLABORADOR POLÍTICA DE REPARO REGULAMENTO DO REPARO FLUXO DO
PROCESSO DE REPARO MATRIZ DE RISCOS E CONTROLES DO PROCESSO DE
REPARO PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE REPARO
Nesta matriz, deve-se informar quais são os procedimentos que serão realizados no processo,
os colaboradores que serão treinados e a função que exercerão. Os envolvidos no novo
processo devem, antes de tudo, ser treinados e capacitados para a implantação do processo
proposto. E este só deve ser colocado em pleno funcionamento quando seus integrantes
estiverem seguros de seus conhecimentos. Outro grande objetivo do treinamento é o de
transformar os que fizeram o treinamento em multiplicadores de conhecimento.
Ciclo de Melhorias
Diagnóstico de processos é a metodologia utilizada pela Companhia Tel Brasil para verificar
se os processos estão sendo executados em conformidade com seus respectivos padrões. O
método usado consiste em:
•Realizar o diagnóstico;
Uma vez elaborado o plano de ação, as ações de melhoria sugeridas para o processo devem
ter seus status acompanhados. Sendo implantadas as ações de melhoria, deve-se
retroalimentar o processo e atualizar sua documentação normativa associada. Reiniciando a
metodologia de desenho de processos.
VI.CONCLUSÕES
A empresa elaborou sua cadeia de valor, modelo teórico proposto por Michael Porter, para
melhor visualizar a interação dos seus processos. Apresenta, também, uma breve análise do
modelo eTOM proposto pelo TM Forum para a indústria de Telecomunicações. Bem como
apresenta as regras que precisam ser respeitadas para implementação do modelo.
Com o modelo teórico e as regras para utilização do eTOM, o trabalho mostra como a Tel
Brasil construiu o seu mapa de processos, mantendo os elementos de processo propostos pelo
TM Forum. Por meio deste mapa, a empresa tem uma visão corporativa dos processos para
melhor entendimento das suas interações, favorecendo a criação de produtos integrados.
Com base no modelo eTOM e no modelo de gestão por processos, uma metodologia de
processos para estruturação das atividades da Tel Brasil é apresentada. Ela permite, também,
promover o aperfeiçoamento contínuo dos processos. As ferramentas como a 5WH1,
scamper, brainstorming e benchmarking ajudam na identificação dos problemas e na busca
das possíveis soluções.
Com base na discussão deste trabalho, verifica-se que a Tel Brasil estrutura os seus processos
segundo o modelo eTOM proposto pelo TM Forum. Aplica uma metodologia de desenho de
processo que tem por método sistematizar os problemas e busca as melhores práticas na
execução das atividades. Organiza seus documentos de processo segundo uma cadeia de
aprovação que possibilita o envolvimento da mais alta à mais baixa hierarquia de cargos da
empresa. E, realizar um ciclo de melhorias periódico garante a busca pela qualidade.
REFERÊNCIAS