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Disciplina |

Introdução

DISCIPLINA
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DE
SUPERVISÃO ESCOLAR

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Práticas Pedagógicas de Supervisão Escolar |

Sumário

Sumário
Sumário ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 2
1 Introdução --------------------------------------------------------------------------------------------- 4
2 História da Supervisão Escolar ------------------------------------------------------------------- 4
3 Fundamentos da Supervisão Escolar ----------------------------------------------------------- 6
4 Conceitos e Definições de Supervisão Escolar ----------------------------------------------- 8
5 Ideias e Conceitos Sobre Gestão Escolar ----------------------------------------------------- 10
5.1 Discussões Acerca da Gestão Escolar ---------------------------------------------------------------------- 10
5.2 Organização Escolar: Concepções de Gestão ------------------------------------------------------------ 13

6 Perfil do Gestor Escolar Democrático --------------------------------------------------------- 14


7 Práticas Pedagógicas ------------------------------------------------------------------------------ 16
8 O Papel do Pedagogo na Supervisão Escolar ----------------------------------------------- 18
9 Teorias e Modelos de Supervisão e Sua Aplicação na Prática Educativa ----------- 22
10 Formação Escolar, Pedagogia e Tecnologia ---------------------------------------------- 24
11 Desafios do Pedagogo na Supervisão Escolar ------------------------------------------- 25
12 Quando Supervisionar e Quando Administrar? ----------------------------------------- 26
13 O Papel da Supervisão ------------------------------------------------------------------------- 28
14 O Papel do Supervisor Escolar---------------------------------------------------------------- 28
14.1 O Supervisor é Também um Executor Por Assumir Uma Tarefa Executiva. -------------------- 30
14.2 Para Atuar na Organização o Supervisor Deve se Organizar. --------------------------------------- 31
14.3 A Autoridade ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 32
14.4 Meios e Técnicas de Supervisão na Organização Escolar -------------------------------------------- 32
15 Ética e Postura Profissional do Supervisor Escolar ------------------------------------- 32
16 Teoria + Aplicação Práticas = Resultados ------------------------------------------------- 35
17 Mas o que é MEIO e o que é TÉCNICA? ---------------------------------------------------- 35
18 Técnicas ou Meios Gerais---------------------------------------------------------------------- 36
19 Técnicas ou Meios Para o Sistema Escolar ----------------------------------------------- 38
20 Técnicas e Meios Da Unidade Escolar ------------------------------------------------------ 38
21 Encontro Com os Professores----------------------------------------------------------------- 39
21.1 O Encontro Com os Professores é Uma Técnica das Mais Importantes -------------------------- 39

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Sumário

21.2 O Principal Objetivo na Reunião Com os Seus Professores é a Comunicação ------------------ 40


22 Conferências com Grupos Grandes --------------------------------------------------------- 40
23 Conferências com Grupos Pequenos ------------------------------------------------------- 41
24 Visitas em Outras Escolas --------------------------------------------------------------------- 41
25 Seminários de Congressos e Simpósios ---------------------------------------------------- 41
26 Relatório da Supervisão ----------------------------------------------------------------------- 42
27 Promoção de Rodas de Leituras de Obras Pedagógicas ------------------------------ 43
28 Referência ----------------------------------------------------------------------------------------- 45

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Introdução

1 Introdução
A supervisão surgiu no Brasil no intuito de fiscalização e inspeção e com o tempo
foi-se desenvolvendo e ganhando espaço, inclusive no ambiente escolar.

A presença do supervisor escolar é importante no ambiente de educação devido


seu olhar criterioso sobre a realidade de seu ambiente de ensino com objetivo de
realizar mudanças, transformando-se numa via de acesso para o sucesso da educação
escolar. Sendo, também, responsável pelo funcionamento geral da escola, em todos
os setores, seja, administrativo, burocrático, financeiro, cultural e de serviços.

O papel do pedagogo escolar também é imprescindível na ajuda aos professores


no aprimoramento do seu desempenho na sala de aula, na análise e compreensão das
situações de ensino com base nos conhecimentos teórico, ou seja, na vinculação entre
as áreas do conhecimento pedagógico e o trabalho de sala de aula.

A tecnologia também se tornou um grande aliado ao trabalho do supervisor, pois


o computador passa a ser considerado uma ferramenta educacional, importante na
construção do conhecimento.

2 História da Supervisão Escolar


A supervisão surgiu no Brasil pela primeira vez com a Reforma Francisco Campos,
Decreto-Lei nº 19.890, de 18 de abril de 1931, concebida de forma bem diferente da
que se vinha realizando até aquele momento de simples fiscalização, para assumir o
caráter de supervisão e inspeção (RANGEL, 2001).

Também há evidências que o termo supervisão surgiu no período da Revolução


Industrial, com o objetivo de otimizar produção quantitativa e qualitativa, visando o
lucro dessa forma. Por isso a função do supervisor surgiu devido a necessidade de
melhores técnicas para orientar os profissionais a exercerem suas funções na indústria
e no comércio (ALVES, 2012; RANGEL, 2001).

No contexto brasileiro a supervisão tem uma concepção e apresenta-se como


uma prática relativamente recente. Remonta aos anos 70 e surgiu, "no cenário
sociopolítico-econômico, historicamente, como função de 'controle'". (RANGEL, 2001
p.63).

Ao longo do tempo, prevaleceu uma imagem da supervisão ligada à fiscalização

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História da Supervisão Escolar

e ao controle. Contudo, alguns estudos históricos revelam que se muitas vezes eles
pareciam ligados aos políticos pela hierarquia administrativa e enfrentando os
docentes, outras tantas se recortavam com independência dos mandatos
governamentais e se uniam às lutas do magistério. Este leque de posições em torno
do vínculo com as gestões políticas e com os mestres também está presente nos
discursos e práticas que hoje os supervisores realizam. (FERREIRA, 2010 p.149)

Etimologicamente, supervisão significa "visão sobre", e da sua origem traz o viés


da administração, que a faz ser entendida como gerência para controlar o executado.
Desta forma, quando transporta para a educação, passou a ser exercida como função
de controle no processo educacional (FERREIRA, 2010).

Assim, a função de Supervisor escolar propriamente dita só veio a ser


regulamentada oficialmente pelo Parecer Nº 252/69, com a finalidade de promover a
melhoria na qualidade do ensino (MENDES, 2009).

Recentemente (Decreto Lei 95/97 de 23/4), a supervisão foi assumida como uma
das áreas de formação especializada já previstas na Lei de Bases do Sistema Educativo
(1986) e no Decreto-Lei que aprovou o regime jurídico da formação de educadores e
professores (Decreto-Lei 344/89 de 11/10). Efetivamente, o reforço da autonomia das
escolas como fator de construção de uma escola democrática e de qualidade traduziu-
se também no reconhecimento oficial da necessidade de formações especializadas
para o exercício de cargos, funções ou atividades especificas, por meio de cursos de
especialização realizados em instituições do ensino superior. Define-se que a área de
supervisão pedagógica e formação de formadores visa "qualificar para o exercício de
funções de gestão e coordenação de projetos e atividades de formação inicial e
contínua de educadores e professores" (RANGEL, 2011 p.85-86).

A partir da década de 80, surge uma nova concepção de Supervisão Escolar


através da Gestão Democrática, devido grandes discussões entre político e
educacional, pois a figura do supervisor desponta como elemento de intermediação
associada a ideia de mudança com aplicação de novas propostas curriculares.

A origem da supervisão escolar também está associada ao Programa de


Assistência e Formação de Professores Leigos (PABAEE), implantado no Brasil por
influência norte-americana. Com isso, o conceito de supervisão educacional tem
sofrido alterações no decorrer do tempo, alterando seus objetivos de acordo com as
diferentes etapas que marcaram o processo evolutivo dessa profissão. Tais alterações,
geraram mudanças profundas na maneira de encarar a tarefa educativa e na
compreensão da escola como local especializado para conduzir o processo educativo

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Fundamentos da Supervisão Escolar

(FERREIRA, 2010).

A supervisão encontra seus fundamentos nas ciências da educação e nas ciências


sociais que explicam a criação e o desenvolvimento dos grupos organizados
socialmente para realizar funções ou atividades consideradas desejáveis.

A política da Gestão Democrática, implantada no sistema de ensino com a


Constituição de 1988, reforçou o discurso de que a escola pública pertence ao setor
público. Desse modo determinou-se legalmente a implementação de um trabalho
pedagógico articulado, com o objetivo de tornar possível a elaboração de um projeto
educacional que vincule projetos pessoais dos educadores a um projeto mais amplo
e que envolva o fazer individual e o coletivo, dando ainda mais importância a função
do supervisor escolar.

Outro ponto importante é o significado específico que o termo "supervisão"


adquire nos diferentes sistemas de ensino. No estado de São Paulo a expressão esteve
sempre relacionada ao cargo de "supervisor", alocado nas delegacias de ensino (Lei
Complementar nº836, dezembro 1977). Nos demais estados, não existe o cargo, mas
a função. Esse profissional fica na escola e realização a "supervisão pedagógica", junto
aos professores, recebendo nome de coordenador, orientados, assistente pedagógico
ou equivalente. Essa distinção torna-se importante, visto que decorrem algumas
dificuldades de entendimento de muitas críticas feitas ao trabalho do "supervisor",
para pessoas não familiarizadas com o sistema paulista de ensino (FERREIRA, 2010).

A profissão de Supervisor Escolar ou Supervisor Educacional sempre foi


carregada de indefinições tanto é que embora este profissional contribua
decisivamente para o êxito das práticas educativas no contexto escolar.

3 Fundamentos da Supervisão Escolar


Os fundamentos da supervisão escolar são os princípios e conceitos-chave que
sustentam essa prática no contexto educacional. Eles abrangem as teorias, os
objetivos e as responsabilidades dos supervisores escolares, bem como a importância
dessa atividade para o aprimoramento da qualidade do ensino e aprendizagem nas
escolas. Vamos explorar alguns desses fundamentos:

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Fundamentos da Supervisão Escolar

Melhoria da Qualidade do Ensino e Aprendizagem:

Um dos principais fundamentos da supervisão escolar é a busca contínua pela


melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem nas instituições educacionais. O
supervisor escolar desempenha um papel crucial na identificação de desafios
pedagógicos, no fornecimento de feedback construtivo aos professores e na
implementação de estratégias para aprimorar as práticas de ensino.

Desenvolvimento Profissional dos Educadores:

A supervisão escolar enfatiza o desenvolvimento profissional dos educadores. Os


supervisores são responsáveis por oferecer suporte e orientação aos professores,
promovendo oportunidades de formação e capacitação para que possam aprimorar
suas habilidades pedagógicas e acompanhar as mudanças na educação.

Avaliação e Feedback Pedagógico:

Outro fundamento da supervisão escolar é a observação e avaliação das práticas


pedagógicas dos professores. Através de uma observação criteriosa das aulas e da
coleta de dados relevantes, o supervisor fornece feedback valioso aos educadores,
destacando seus pontos fortes e áreas de desenvolvimento, contribuindo para o
crescimento profissional dos docentes.

Colaboração e Comunicação Eficaz:

A supervisão escolar depende de uma comunicação eficaz e de uma colaboração


harmoniosa entre o supervisor, a equipe gestora, os professores e demais membros
da comunidade escolar. Essa colaboração é fundamental para garantir que as
estratégias de supervisão sejam bem-sucedidas e que as metas de melhoria
educacional sejam alcançadas.

Visão Sistêmica da Educação:

O supervisor escolar precisa ter uma visão sistêmica da educação,


compreendendo a complexidade do ambiente escolar e como suas ações podem
impactar o funcionamento global da instituição. Ele deve considerar aspectos como

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Conceitos e Definições de Supervisão Escolar

gestão escolar, currículo, relações interpessoais e políticas educacionais em suas


práticas de supervisão.

Ética e Responsabilidade Profissional:

A supervisão escolar é uma atividade que requer uma conduta ética e uma
responsabilidade profissional elevada. O supervisor deve agir de forma imparcial,
respeitando a privacidade dos professores e alunos, além de zelar pelo cumprimento
das normas e regulamentações educacionais.

Formação de Parcerias com a Comunidade:

O supervisor escolar também pode desempenhar um papel importante na


formação de parcerias com a comunidade local. Essas parcerias podem trazer recursos
adicionais para a escola, além de envolver os pais e a comunidade no processo
educacional.

Adaptação às Mudanças e Inovação:

Os fundamentos da supervisão escolar também incluem a capacidade de se


adaptar às mudanças no cenário educacional e a abraçar a inovação. Os supervisores
precisam estar atualizados com as tendências e práticas educacionais emergentes
para oferecer suporte efetivo aos professores e alunos.

4 Conceitos e Definições de Supervisão Escolar


Os conceitos e definições de supervisão escolar estão relacionados ao papel, às
funções e aos objetivos dessa prática no contexto educacional. A supervisão escolar é
uma atividade complexa e multifacetada, que tem como objetivo principal melhorar a
qualidade do ensino e aprendizagem nas instituições educacionais. Vamos explorar
alguns desses conceitos e definições:

Supervisão Escolar como Prática de Acompanhamento e Orientação:

A supervisão escolar envolve o acompanhamento contínuo e sistemático das

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Conceitos e Definições de Supervisão Escolar

atividades educacionais dentro da escola. Os supervisores trabalham em colaboração


com a equipe gestora e os professores para oferecer orientação e suporte em relação
às práticas pedagógicas, gestão escolar e questões relacionadas ao ambiente de
aprendizagem.

Supervisor Escolar como Mediador:

O supervisor escolar atua como um mediador entre a administração escolar e os


docentes. Ele trabalha para garantir que as políticas educacionais e diretrizes
curriculares sejam implementadas efetivamente em sala de aula e, ao mesmo tempo,
oferece um canal de comunicação para os professores expressarem suas necessidades
e preocupações.

Aprimoramento da Qualidade Educacional:

Um dos principais conceitos da supervisão escolar é o aprimoramento da


qualidade educacional. O supervisor busca identificar áreas de melhoria no ensino e
aprendizagem, implementando estratégias e intervenções para promover um
ambiente de ensino mais eficaz, inclusivo e alinhado aos objetivos educacionais.

Feedback e Desenvolvimento Profissional:

A supervisão escolar enfatiza a importância do feedback como uma ferramenta


para o desenvolvimento profissional dos educadores. O supervisor realiza observações
das aulas, coleta dados relevantes e fornece feedback construtivo aos professores,
ajudando-os a refletir sobre sua prática e a identificar oportunidades de crescimento.

Orientação Pedagógica e Planejamento Curricular:

O supervisor escolar desempenha um papel fundamental na orientação


pedagógica e no planejamento curricular da escola. Ele colabora com os professores
para desenvolver estratégias de ensino, atividades e materiais educacionais que
atendam às necessidades dos alunos e ao currículo estabelecido.

Avaliação Institucional e Monitoramento:

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Ideias e Conceitos Sobre Gestão Escolar

A supervisão escolar inclui a avaliação institucional e o monitoramento das


práticas educacionais. O supervisor analisa o desempenho acadêmico e
comportamental dos alunos, acompanha o cumprimento dos objetivos educacionais
e identifica possíveis desafios que precisam ser superados.

Abordagem Colaborativa e de Melhoria Contínua:

A supervisão escolar é uma abordagem colaborativa, baseada na troca de ideias


e na parceria com os educadores. Ela busca promover uma cultura de melhoria
contínua, onde o aprendizado e a reflexão constante sejam incentivados para o avanço
da prática pedagógica.

Promoção de Ambientes de Aprendizagem Inclusivos:

A supervisão escolar também tem como objetivo garantir que os ambientes de


aprendizagem sejam inclusivos e respeitem a diversidade dos alunos. O supervisor
auxilia na implementação de práticas pedagógicas que atendam às necessidades
individuais dos estudantes e promovam a equidade educacional.

5 Ideias e Conceitos Sobre Gestão Escolar


5.1 Discussões Acerca da Gestão Escolar
A educação escolar desempenha um papel fundamental na formação completa
do cidadão, permitindo o desenvolvimento integral do estudante em seus aspectos
cognitivos, físicos, emocionais, sociais e culturais, além de proporcionar uma visão
crítica e reflexiva da sociedade em que está inserido.

Nesse contexto, a escola tem a responsabilidade de gerir suas ações de forma a


garantir condições reais de ensino e aprendizagem, através de práticas educativas
intencionais que ultrapassem os limites físicos da instituição. Para que as vivências do
cotidiano escolar sejam significativas, é essencial que os profissionais da educação
compreendam e apreendam os aspectos teóricos relevantes.

Conforme destaca Libâneo (2010, p. 295), a escola e sua organização constituem


um ambiente educativo, um espaço de formação e aprendizagem construído por seus
membros, onde os profissionais podem decidir sobre seu trabalho e aprimorar seus

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Ideias e Conceitos Sobre Gestão Escolar

conhecimentos. É importante reconhecer que a educação não é responsabilidade


exclusiva dos professores, mas sim de todos que trabalham na escola, embora com
diferentes graus de responsabilidade e atuação.

Portanto, a escola desempenha um papel crucial na formação da cidadania, e


todos os envolvidos nos processos educativos devem compreender e considerar a
importância de propiciar uma organização do trabalho pedagógico eficiente.

Essa discussão ganha ainda mais relevância no contexto do regime democrático


estabelecido no país desde a Constituição Federal de 1988. A sociedade
contemporânea é pautada por princípios democráticos, nos quais o povo exerce o
governo e busca tratar todos os indivíduos de forma igualitária, como bem explicado
por Grigoli (2014, p. 114).

Nesse sentido, é crucial refletir sobre como a gestão da educação pode ser
conduzida nas escolas de maneira democrática. A gestão escolar democrática implica
em considerar a participação de todos os envolvidos no processo educativo,
permitindo que professores, funcionários, alunos e comunidade sejam ouvidos e
envolvidos nas decisões e direcionamentos da escola.

Para compreender plenamente a gestão escolar democrática, é importante


destacar o conceito de administração, que engloba aspectos relacionados à gestão e
à gestão democrática. A gestão democrática pressupõe uma abordagem mais
inclusiva, participativa e transparente, em que a diversidade de opiniões e perspectivas
é valorizada, favorecendo um ambiente propício ao desenvolvimento pleno dos
estudantes e ao aprimoramento da educação como um todo.

Para compreender os significados de administração e gestão, podemos recorrer


às definições apresentadas por Ferreira, Reis e Pereira (2002, p. 6). Ambas as palavras
têm origem latina, sendo que "gerere" significa conduzir, dirigir ou governar, e
"administrare" tem uma aplicação específica no sentido de gerir um bem, defendendo
os interesses de quem os possui. Dessa forma, administrar seria uma aplicação prática
de gerir.

Ambos os termos visam conduzir indivíduos a realizar determinadas ações. No


entanto, a administração está relacionada ao planejamento, controle e
direcionamento dos recursos humanos e materiais, enquanto a gestão está voltada
para a mobilização de ações que incentivem a participação de todos, visando alcançar
um objetivo comum.

Com base nessa compreensão, é importante destacar a visão de Ferreira sobre a

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Ideias e Conceitos Sobre Gestão Escolar

gestão. Segundo ele, gestão é o processo de coordenar a execução de uma concepção


em ação, que implementa um plano. A gestão possui um conteúdo que pode incluir
aspectos emancipatórios, como autonomia e cidadania, dependendo das políticas que
lhe fornecem a direção a ser seguida e a forma de gestão (FERREIRA, 2017, p. 111,
grifo do original).

É relevante enfatizar que o termo "administração escolar" se originou a partir da


extensão da administração geral, como a administração de empresas. Assim, ambas
as definições apontam para a necessidade de criar meios para administrar, coordenar,
prever e propor estratégias sobre como o trabalho deve ser realizado no espaço e
tempo do campo de atuação, no caso específico da escola.

Seguindo essa linha de pensamento, Félix (1985, p. 71) destaca que, enquanto a
administração de empresas desenvolve teorias sobre a organização do trabalho nas
empresas capitalistas, a administração escolar se concentra em propor teorias sobre a
organização do trabalho na escola e no sistema escolar. No entanto, a administração
escolar não construiu um corpo teórico próprio, e em seu conteúdo podem ser
identificadas as diferentes abordagens da administração de empresas. Isso implica em
aplicar essas teorias a uma atividade específica, neste caso, a educação.

Dentro desse contexto, a administração, em geral, tem o propósito de


compreender como e com que objetivos os recursos materiais e humanos serão
utilizados para uma melhor execução do trabalho a ser realizado. A administração
escolar surgiu com o intuito de adaptar o conceito do campo empresarial para o
campo educacional, coordenando os processos educacionais nas instituições de
ensino de forma mais eficiente e efetiva, com o objetivo de garantir a formação para
a cidadania.

Nesse contexto, a administração escolar está diretamente relacionada às


transformações da sociedade como um todo, exigindo uma análise aprofundada e
compreensão do contexto das instituições de ensino. Paro (2012) enfatiza a
importância de considerar a realidade para alcançar os fins educativos. Segundo o
autor, é na prática administrativa escolar, como uma ação humana transformadora,
que se encontrarão as formas de gestão mais adequadas para cada situação e
momento histórico específico.

Dessa perspectiva, destacam-se os processos de gestão, especialmente a gestão


educacional e a gestão escolar. A gestão educacional envolve a organização dos
sistemas de ensino em âmbito federal, estadual e municipal, bem como a definição de
responsabilidades e regulamentações legais que abrangem a educação tanto no setor

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Ideias e Conceitos Sobre Gestão Escolar

público quanto no privado.

Por outro lado, a gestão escolar se concentra em organizar o trabalho da escola


como um todo, levando em conta as necessidades e particularidades da instituição de
ensino nos aspectos humanos, administrativos e financeiros. O objetivo é garantir que
os processos educativos promovam o direito à educação e atendam às demandas da
comunidade escolar, buscando uma prática democrática que favoreça o
desenvolvimento integral do aluno, com base em metas educacionais específicas,
alinhadas aos interesses sociais mais amplos e contrárias aos objetivos de dominação
subjacentes ao sistema capitalista produtivo.

Assim, a administração escolar transcende a mera preocupação com liderança e


resultados financeiros da instituição de ensino. Ela se relaciona diretamente com a
formação do indivíduo que exerce seus direitos e deveres em uma sociedade
organizada com base em princípios democráticos. Portanto, a organização do
trabalho educativo nas instituições de ensino deve ser fundamentada na
democratização da educação e na promoção de um ambiente propício ao
desenvolvimento pleno dos alunos.

5.2 Organização Escolar: Concepções de Gestão


Portanto, é de extrema importância compreender a concepção de gestão escolar
adotada pela instituição de ensino, pois essa organização do trabalho pedagógico
reflete diferentes posições políticas e visões sobre o papel das pessoas na sociedade,
como esclarece Libâneo (2010, p. 325).

A compreensão das concepções de gestão escolar é crucial, uma vez que a


estrutura e a organização do ambiente educativo refletem posicionamentos político-
pedagógicos em relação à formação dos estudantes diante da sociedade. Essas
concepções são apresentadas por Libâneo (2010) como as gestões técnico-científica,
autogestionária, interpretativa e democrático-participativa.

Na concepção técnico-científica, os princípios e métodos da administração


empresarial são seguidos, com foco na hierarquia de cargos e funções, visando a
eficiência nas atividades da escola. Nessa abordagem, a comunicação é pautada por
regras hierárquicas, e o diretor detém autonomia nas decisões, sem a participação da
comunidade escolar. A ênfase está na divisão de tarefas e na eficiência do trabalho.

Por outro lado, na concepção autogestionária, a responsabilidade é coletiva, e

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Perfil do Gestor Escolar Democrático

não há uma direção centralizada. Todos os membros da instituição têm participação


direta e igualitária nas decisões, e as condições de gestão permitem criar e instituir
regras próprias, abolindo práticas autoritárias. Essa abordagem envolve uma busca
por maior autonomia na gestão dos recursos e propostas de trabalho diferenciadas.

A concepção interpretativa leva em conta os significados subjetivos, intenções e


interações das pessoas no contexto escolar. Nesse caso, o foco está nas práticas
construídas subjetivamente, priorizando as relações que ocorrem na escola em vez de
tarefas predefinidas.

Por fim, a concepção democrático-participativa envolve a equipe diretiva,


pedagógica e outros profissionais da escola, bem como familiares ou responsáveis
dos estudantes. Todos participam coletivamente das tomadas de decisões que
atendem aos objetivos comuns da instituição. A gestão nessa concepção requer o
envolvimento de todos os profissionais da escola nas decisões administrativas,
financeiras e pedagógicas, com o diretor promovendo ações que visem a práticas
democráticas.

Dessa forma, a participação coletiva é um elemento essencial para a organização


escolar, validando o trabalho realizado na escola. Cada profissional deve assumir sua
função de maneira comprometida e ética, expressando sua prática pedagógica no
coletivo escolar.

Além disso, os processos educativos são constantemente avaliados e


replanejados, com base na concepção democrático-participativa. Questões como
currículo, planejamento e avaliação são de responsabilidade do coletivo e do trabalho
individual dos profissionais da escola, com o objetivo de proporcionar a todos o
direito à educação.

Portanto, é essencial averiguar qual concepção de gestão está sendo efetivada,


buscando garantir uma educação que possibilite ações que promovam a participação
crítica e reflexiva na sociedade em que o indivíduo está inserido. Isso permitirá uma
escola mais democrática e comprometida com o desenvolvimento integral dos
estudantes.

6 Perfil do Gestor Escolar Democrático


A sociedade brasileira está fundamentada em um regime de governo
democrático, e para que os cidadãos exerçam seus direitos e deveres e contribuam

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Perfil do Gestor Escolar Democrático

para a sociedade, é essencial que conheçam os princípios estabelecidos na


Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Essa Constituição define o
Brasil como um Estado Democrático de Direito, cujos fundamentos são a soberania, a
cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre
iniciativa, e o pluralismo político. Além disso, a CF enfatiza que todo o poder emana
do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente.

Esses fundamentos têm como objetivo construir uma sociedade mais justa e
igualitária, com base na participação do povo e de seus representantes. Nesse
contexto, o ambiente escolar desempenha um papel significativo na compreensão e
na prática desses princípios no cotidiano dos cidadãos.

A participação de toda a comunidade escolar é fundamental nas ações realizadas


nas instituições de ensino. O gestor escolar, responsável por conduzir a equipe escolar
na democratização do ensino, deve possuir conhecimento dos aspectos legais,
pedagógicos e administrativos relacionados à concepção de gestão democrática. O
gestor deve ter uma visão abrangente da escola, considerando seus aspectos
pedagógicos, administrativos, financeiros e culturais.

Além do conhecimento teórico, o gestor escolar deve agir de forma democrática,


respeitando os princípios estabelecidos nos dispositivos legais. Sua atuação deve ser
fundamentada em decisões coletivas, pois o poder é exercido não apenas na tomada
de decisão, mas também na sua implementação. Para enfrentar os desafios diários de
maneira mais qualificada, o gestor deve se aprimorar constantemente, incentivando
também a equipe escolar a estudar e pesquisar.

As ações do gestor escolar devem refletir e legitimar os fundamentos


estabelecidos na Constituição e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB). Dessa forma, é possível fortalecer a democratização do ensino no contexto
brasileiro. Algumas ações recomendadas incluem a promoção de reuniões
administrativas e pedagógicas para envolver a comunidade escolar nas decisões, o
acompanhamento do planejamento de ensino dos professores e a busca por melhores
condições para a realização dos processos educativos, de acordo com os dispositivos
legais.

O gestor escolar deve ser um pesquisador, motivador e articulador dos processos


educativos, conduzindo a escola por meio do trabalho coletivo e proporcionando o
direito à aprendizagem a todos os envolvidos. É fundamental que esse conhecimento
seja disseminado no cotidiano escolar, de forma a promover a participação de todos
na formação do estudante para o exercício pleno da cidadania.

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Práticas Pedagógicas de Supervisão Escolar |

Práticas Pedagógicas

Portanto, é essencial promover reflexões e discussões sobre o significado da


gestão democrática escolar, pois a maneira como o trabalho é organizado na escola
tem um impacto direto na efetivação dos processos educativos. O gestor desempenha
um papel fundamental como articulador das ações realizadas na instituição de ensino,
sendo responsável por liderar o compromisso coletivo para alcançar os objetivos
propostos.

A gestão democrática ocorre quando todos os membros da comunidade escolar


são envolvidos nas tomadas de decisões da escola, indo além do simples ato de votar
durante a eleição dos gestores. O gestor eleito assume um compromisso político-
pedagógico diante da comunidade, tornando-se corresponsável por participar,
discutir, refletir e acompanhar os processos educativos.

Libâneo destaca que a participação é o principal meio para garantir a gestão


democrática, pois possibilita o envolvimento de todos na escola na tomada de
decisões e no funcionamento da organização escolar. A participação permite que os
integrantes da escola conheçam melhor seus objetivos, metas, estrutura
organizacional e dinâmica, além de favorecer um ambiente de trabalho propício para
uma maior aproximação entre professores, alunos e pais.

A eleição dos gestores não deve ser vista apenas como um ato isolado de
escolher uma pessoa que tomará decisões, mas como uma ação que expressa a
organização da escola em sua dimensão política e pedagógica. O gestor escolhido
pela comunidade tem a responsabilidade de incentivar a participação ativa de todos
os envolvidos na escola, promovendo uma gestão colaborativa e inclusiva.

A gestão democrática escolar é alcançada quando há participação efetiva de toda


a comunidade escolar nas decisões e no funcionamento da escola, com o gestor
atuando como um líder que estimula a colaboração e a construção coletiva dos
processos educativos. A gestão democrática fortalece o compromisso com a
educação, possibilitando uma escola mais inclusiva, participativa e voltada para o
desenvolvimento pleno dos estudantes e a construção de uma sociedade mais justa e
igualitária.

7 Práticas Pedagógicas
Pedagogia é a ciência que trata da educação, que estuda os problemas
relacionados com o seu desenvolvimento como um todo. Institui-se a partir das

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Práticas Pedagógicas de Supervisão Escolar |

Práticas Pedagógicas

Diretrizes Curriculares- Resolução CNE/CP n. 1 de 15 de maio de 2006 que a


Pedagogia é responsável pela formação de professores da Educação Básica: Educação
Infantil, séries iniciais do Ensino Fundamental e formação de professores no nível de
Ensino Médio.

As Diretrizes Curriculares- Resolução CNE/CP n. 1 de 15 de maio de 2006 ainda


ressalta a docência, prescrevendo o seguinte

Art. 2º As Diretrizes Curriculares para o curso de Pedagogia aplicam-se à


formação inicial para o exercício da docência na Educação Infantil e nos anos iniciais
do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal, e em
cursos de Educação Profissional na área de serviços e apoio escolar, bem como em
outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos.

§ 1º Compreende-se à docência como ação educativa e processo pedagógico


metódico e intencional, construído em relações sociais, étnico-raciais e produtivas, as
quais influenciam conceitos, princípios e objetivos da Pedagogia, desenvolvendo-se
na articulação entre conhecimentos científicos e culturais, valores éticos e estéticos
inerentes a processos de aprendizagem, de socialização e de construção do
conhecimento, no âmbito do diálogo entre diferentes visões de mundo (BRASIL, 2006,
p. 11).

Sua atuação vai além da docência e educação, atua também no processo de


aprendizagem, na área administrativa escolar. A pedagogia ocupa-se dos processos
educativos, métodos, maneiras de ensinar, mas antes tem significado bem mais amplo.
Ela é um campo de conhecimentos sobre a problemática educativa na sua totalidade
e historicidade e, ao mesmo tempo, uma diretriz orientadora da ação educativa. É por
isso que a pedagogia expressa finalidade sociopolíticas numa ação explicita da ação
educativa (LIBÂNEO, 2002).

Art. 4. Parágrafo único. As atividades docentes também compreendem


participação na organização e gestão de sistemas e instituições de ensino,
englobando:

I - Planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de


tarefas próprias do setor da Educação;

II - Planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de


projetos e experiências educativas não-escolares;

III - Produção e difusão do conhecimento científico-tecnológico do campo

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Práticas Pedagógicas de Supervisão Escolar |

O Papel do Pedagogo na Supervisão Escolar

educacional, em contextos escolares e não-escolares. (BRASIL, 2006 p.15).

Para LIBÂNEO (2002), pedagogia é o campo do conhecimento que se ocupa do


estudo sistemático da educação, do ato educativo, da prática educativa concreta que
se realiza na sociedade como um dos ingredientes básicos da configuração da
atividade humana. Dessa forma, a educação é o conjunto das ações, processos,
influências, estruturas, que intervêm no desenvolvimento humano de indivíduos e
grupos na sua relação ativa com o meio natural e social num determinado contexto
de relações entre grupo e classes.

8 O Papel do Pedagogo na Supervisão Escolar


A presença do supervisor escolar é importante no ambiente escolar devido seu
olhar criterioso sobre a realidade de seu ambiente de ensino com objetivo de realizar
mudanças, transformando-se numa via de acesso para o sucesso da educação escolar.
Assim, o supervisor escolar é o profissional responsável pela coordenação do trabalho
pedagógico, assumindo um papel de liderança envolvido no processo de ensino
aprendizagem, rumo à educação de qualidade para todos (MEDINA, 1995).

Sua função também é contribuir com o dia a dia do professor, para melhorar a
produção do seu trabalho e o processo de ensino‐aprendizagem, que vai refletir
diretamente no desempenho do aluno. O supervisor, atualmente, é considerado o
instrumento de execução das políticas pedagógicas e, muitas vezes, é responsável
pelo funcionamento geral da escola, em todos os setores: administrativo, burocrático,
financeiro, cultural e de serviços (RANGEL, 2001).

Na definição de RANGEL (2001), a supervisão passa de escolar, como é


frequentemente designada, a pedagógica e caracteriza-se por um "trabalho de
assistência ao professor, em forma de planejamento, acompanhamento, coordenação,
controle, avaliação e atualização do desenvolvimento de processo ensino-
aprendizagem". (p.32).

Desse modo, setores que fazem parte da competência do supervisor:

• À política: coordenação da interpretação e coleta de subsídios para

desenvolver novas políticas relacionadas a realidade;

• Ao planejamento: coordenação, construção e elaboração do

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O Papel do Pedagogo na Supervisão Escolar

projeto educacional, coordenando o desenvolvimento da mesma. O


planejamento de ensino não limita, mas prevê as ações didáticas. Por isso,

supervisionar o planejamento de ensino é orientar conceitos e critérios,


procurando garantir oportunidades de sua construção coletiva (FERREIRA, 2010;
LIBÂNEO, 2002);

• À avaliação: Analisa e julga as práticas educacionais, sendo a

avaliação ponto essencial do processo de ensino-aprendizagem;

Segundo o Projeto de Lei 4.412/2001, artigo 4º, parágrafo 5º, é atribuição do


supervisor educacional assegurar o processo de avaliação da aprendizagem escolar e
promover a recuperação dos alunos com menos rendimento, em colaboração com
todos os segmentos da comunidade escolar, objetivando a definição de prioridade e
a melhoria da qualidade do ensino.

Conjunto desses elementos: discutir estratégias de ação pedagógica, como por


exemplo, a escolha de livros didáticos, que é escolher recursos de apoio de ensino-
aprendizagem, valores e conhecimento, no qual a orientação supervisora é
fundamental nessas decisões.

A supervisão intervém no processo de ensino e aprendizagem através de


princípios de objetividade, de contextualização, de flexibilidade, de transversalidade e
de interdisciplinaridade. Isso significa a construção de estratégias que focalizam o
aprimoramento de todos esses processos.

A supervisão participa do projeto pedagógico da escola, da sua elaboração


(componente estruturais, conceituais, fundamentos, finalidade) e de sua utilização,
como referência, não só do que é, mas também do que se pretende que seja o
trabalho educativo (FERREIRA, 2010).

O supervisor educacional trabalha com ações gerais, sem descrevê-las e que


essas ações configuram uma nova concepção da supervisão, cuja função está centrada
na questão da qualidade sociais e pedagógicas das atividades de qualificação,
buscando-se superar a visão burocratizada, fiscalizadora, inspetora e fragmentada,
que tem caracterizado a supervisão no Brasil.

O supervisor pedagógico escolar faz parte do corpo de professores e tem a


especificidade do seu trabalho caracterizado pela coordenação - organização em

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O Papel do Pedagogo na Supervisão Escolar

comum- das atividades didáticas e curriculares e a promoção e o estímulo de


oportunidades coletivas de estudo. A coordenação é, portanto, por natureza, uma
função que se encaminha de modo interdisciplinar (RANGEL, 2001; LIBÂNEO, 2008).

O papel do pedagogo escolar também é imprescindível na ajuda aos professores


no aprimoramento do seu desempenho na sala de aula (conteúdos, métodos, técnicas,
formas de organização da classe), na análise e compreensão das situações de ensino
com base nos conhecimentos teórico, ou seja, na vinculação entre as áreas do
conhecimento pedagógico e o trabalho de sala de aula. (LIBÂNEO,2002)

A presença do pedagogo escolar torna-se uma exigência dos sistemas de ensino


e da realidade escolar, tendo em vista melhorar a qualidade da oferta de ensino para
população (...) sua contribuição vem dos campos do conhecimento implicados no
processo educativo-docente, operando uma intersecção entre a teoria pedagógica e
os conteúdos-métodos específicos de cada matéria de ensino, entre o conhecimento
pedagógico e a sala de aula. (LIBÂNEO, 2002 p. 62).

A supervisão escolar supõe a supervisão da escola nos serviços administrativos,


de funcionamento geral, como também os pedagógicos. Dessa forma, observam-se
ações semelhantes às de direção (gestoras), ficando pouco identifica a especificidade
da função com referência ao ensino.

Supervisão pedagógica refere-se à abrangência da função, cujo 'olhar sobre' o


pedagógico oferece condições de coordenação e orientação. (FERREIRA, 2010 p. 77).

A supervisão otimiza a qualidade da pedagogia, representando uma condição da


de compreensão e renovação. Desse modo, a pedagogia sem supervisão é menos
pedagógica, tal como o será a supervisão sem uma visão da pedagogia. Na expressão
“supervisão pedagógica”, direciona não apenas a pedagogia, mas também à sua
função potencialmente educativa. Então, quando a supervisão é orientada por uma
visão crítica de pedagogia, torna a ação pedagógica mais consciente e susceptível à
mudança (VIEIRA, 2009).

Assim, as atividades supervisiva e pedagógica fazem parte de um mesmo projeto:


Fiscalizar e melhorar a qualidade do processo de educação. Sempre que um educador
realiza seu plano, as duas áreas fundem-se numa só.

De acordo com LIBÂNEO (2008), a escola é vista como um espaço educativo, uma
comunidade de aprendizagem, um lugar em que os profissionais podem decidir sobre
seu trabalho e aprender mais sobre sua profissão. A organização e a gestão da escola
adquirem um significado bem amplo, além das questões administrativas e

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O Papel do Pedagogo na Supervisão Escolar

burocráticas. Elas são entendidas como práticas educativas, pois passam valores,
atitudes, modos de agir, influenciando as aprendizagens de professores e alunos.
Nesse sentido, todas as pessoas que trabalham na escola participam de tarefas
educativas, embora não de forma igual. É nesse ambiente que o supervisor
pedagógico atua.

Assim, o profissional precisa desenvolver competências especificas para


participar das práticas de gestão, como: Desenvolver capacidade de interação e
comunicação, habilidade de liderança, organização pedagógica, estar sempre
atualizado e possuir opinião crítica.

Ainda para LIBÂNEO (2008), o supervisor pedagógico responde pela viabilização,


integração e articulação do trabalho pedagógico-didático em ligação direta com os
professores, em função da qualidade em ensino. a coordenação tem como principal
atribuição a assistência pedagógica aos professores, para se chegar a uma
contribuição ideal de qualidade de ensino, auxiliando-os a conceber, construir e
administrar situações de aprendizagem adequadas às necessidades educacionais dos
alunos. De acordo com estudos recentes sobre formação continuada de professores,
o papel do coordenador é de monitoração sistemática da prática pedagógica dos
professores (p.101).

A supervisão vai muito além de um trabalho meramente técnico-pedagógico,


como é entendido com frequência, uma vez que implica uma ação planejada e
organizada a partir de objetivos muito claro assumidos por todo o pessoal escolar,
com vistas ao fortalecimento do grupo e ao seu posicionamento responsável frente
ao trabalho educativo. Nesse sentido, a supervisão deixa de ser apenas um recurso
meramente técnico para se tornar um fator político, passando a se preocupar com o
sentido e os efeitos da ação que desencadeia mais que os resultados imediatos do
trabalho escolar.

Em síntese, as funções do supervisor é planejar, coordenar, gerir e acompanhar e


avaliar as atividades pedagógicas, visando a qualidade de ensino, otimizando o
aprendizado dos alunos (LIBÂNEO,2008).

De acordo com FERREIRA (2010), como prática educativa ou como função, a


supervisão educacional, independentemente de formação específica em uma
habilitação no curso de Pedagogia, constitui-se num trabalho escolar que tem o
compromisso de garantir a qualidade do ensino, da educação, da formação humana.
Seu compromisso é a garantia de qualidade da formação humana que se processa nas
instituições escolares, no sistema educacional brasileiro (p. 237-238).

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Teorias e Modelos de Supervisão e Sua Aplicação na Prática Educativa

Para a profissão de Supervisor Escolar ou Supervisor Educacional precisa ter


formação superior em Pedagogia ou pós-graduação em Supervisão Educacional. O
curso de Pedagogia deve formar o profissional da educação capaz de exercer as
diferentes atribuições requeridas pelos sistemas de ensino, as chamadas habilitações
técnicas: administração, orientação e supervisão.

9 Teorias e Modelos de Supervisão e Sua Aplicação na Prática


Educativa
As teorias e modelos de supervisão são abordagens e estruturas conceituais que
orientam a prática dos supervisores educacionais. Cada teoria ou modelo oferece uma
perspectiva específica sobre o papel do supervisor, suas funções e a forma como a
supervisão deve ser conduzida para melhorar a qualidade do ensino e aprendizagem
nas escolas. Vamos explorar algumas das teorias e modelos mais relevantes e sua
aplicação na prática educativa:

Modelo Clínico ou Formativo:

Neste modelo, o supervisor atua como um "clínico" que oferece suporte e


orientação individualizada aos professores. Ele trabalha em estreita colaboração com
cada docente, fornecendo feedback construtivo, orientações de desenvolvimento e
ajuda na resolução de desafios específicos em sala de aula. O objetivo principal é
promover o crescimento profissional dos educadores e aprimorar suas práticas
pedagógicas.

Aplicação na Prática: O supervisor realiza observações de aulas, identifica áreas


de aprimoramento e colabora com os professores para desenvolver planos de ação
para o desenvolvimento profissional. Ele cria um ambiente de confiança e apoio para
que os docentes se sintam à vontade para compartilhar suas preocupações e buscar
orientação em sua prática diária.

Modelo de Supervisão Democrática:

Neste modelo, a supervisão é baseada na colaboração e na participação ativa dos


professores. O supervisor e a equipe docente trabalham juntos para tomar decisões
sobre ações de melhoria, planejamento curricular e solução de problemas

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Teorias e Modelos de Supervisão e Sua Aplicação na Prática Educativa

educacionais. A supervisão é vista como um processo de aprendizado conjunto, onde


todos têm voz e contribuem para o progresso da escola.

Aplicação na Prática: O supervisor promove reuniões e discussões em grupo


com os professores para identificar desafios e tomar decisões compartilhadas. Ele
incentiva a reflexão coletiva e a troca de ideias, buscando a construção de uma visão
compartilhada sobre a melhoria da escola.

Modelo de Supervisão de Desenvolvimento de Currículo:

Neste modelo, o supervisor concentra-se no desenvolvimento e aprimoramento


do currículo escolar. Ele trabalha com a equipe docente para alinhar as práticas
pedagógicas com os objetivos curriculares e as diretrizes educacionais. O foco é
garantir que o currículo seja aplicado de forma eficiente e eficaz em sala de aula.

Aplicação na Prática: O supervisor colabora com os professores na elaboração


de planos de ensino, materiais didáticos e atividades que estejam alinhados com o
currículo estabelecido. Ele fornece suporte para garantir a coerência e a qualidade do
currículo em todas as disciplinas e séries.

Modelo de Supervisão Baseada em Competências:

Neste modelo, a supervisão é orientada pela identificação e desenvolvimento das


competências profissionais dos professores. O supervisor analisa as habilidades e
conhecimentos necessários para um ensino de qualidade e oferece suporte
individualizado para ajudar os docentes a desenvolverem essas competências.

Aplicação na Prática: O supervisor realiza avaliações das competências dos


professores e elabora planos de desenvolvimento profissional personalizados para
cada um. Ele promove a capacitação e a formação em áreas específicas em que os
educadores precisem aprimorar suas habilidades.

Modelo de Supervisão Centrado no Aluno:

Neste modelo, o supervisor coloca o aluno no centro da supervisão. Ele analisa o


impacto das práticas pedagógicas na aprendizagem dos alunos e busca estratégias
para melhorar os resultados educacionais. O objetivo é garantir que a supervisão

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Práticas Pedagógicas de Supervisão Escolar |

Formação Escolar, Pedagogia e Tecnologia

esteja direcionada para o sucesso dos estudantes.

Aplicação na Prática: O supervisor realiza análises de dados e avaliações do


desempenho dos alunos para identificar áreas de melhoria e necessidades específicas.
Ele trabalha com os professores para implementar práticas pedagógicas diferenciadas
e estratégias de ensino que atendam às necessidades individuais dos alunos.

Modelo de Supervisão Integrativa:

Este modelo busca integrar diferentes abordagens e estratégias de supervisão,


combinando elementos de vários modelos. O supervisor adapta sua prática de acordo
com as necessidades da escola, dos professores e dos alunos, criando uma abordagem
personalizada e flexível.

Aplicação na Prática: O supervisor utiliza uma variedade de técnicas de


supervisão, incluindo observação de aulas, feedback, formação, planejamento
curricular e outras estratégias, dependendo das circunstâncias e metas específicas da
escola.

10 Formação Escolar, Pedagogia e Tecnologia


O envolvimento da tecnologia na educação ganhou força nos anos 90 quando o
governo federal prometeu distribuir 300 mil computadores às escolas e em 1997
lançou o Programa Nacional de Informática na Educação (PROINFO).

Para TERUYA (2006) “O computador passa a ser considerado uma ferramenta


educacional, não mais um instrumento de memorização, mas um instrumento de
mediação na construção do conhecimento”. Dessa forma, a tecnologia torna-se um
facilitador para o aprendizado facilitando o trabalho do supervisor na busca da
qualidade do serviço educacional.

Assim, para efetivar o uso da tecnologia, como ferramenta pedagógica, é


necessário que o gestor busque mecanismos de investimento na formação do
professor, pois ele precisa conhecer os recursos tecnológicos.

Democratizar o espaço da escola, bem como, o uso dos recursos tecnológicos ali
existentes, é um grande desafio aos educadores, pois exige, ação política, formação
continuada aos docentes, compromisso, responsabilidade, e acima de tudo, muita

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Desafios do Pedagogo na Supervisão Escolar

vontade de mudar (MENDES, 2009)

Considerando esta abordagem, acredita-se que os recursos tecnológicos podem


contribuir no processo pedagógico, possibilitando, ao aluno, apropriarse de uma
maior gama.

É consenso entre os autores que a utilização das tecnologias que permitem


acesso rápido e imediato a fontes ampliadas de informação e agilizam seu tratamento,
possibilitadas pelo computador, poderá ser uma alavanca para ajudar a escola a se
transformar num local onde se constroem conhecimentos significativos e
contextualizados (TERUYA, 2006; MENDES,2009).

Para LIBÂNEO (2002), as transformações sociais, políticas, econômicas e culturais


do mundo contemporâneo afetam os sistemas educacionais e os de ensino. A
globalização dos mercados, revolução na produção e na comunicação, transformação
dos meios de produção e outros são fatores da contemporaneidade. Por isso a
educação precisa sempre se atualizar, se adaptando a esses novos contextos como
agente de mudanças, geradora de conhecimento, formadora de opiniões e atuar na
sociedade de forma crítica e criativa.

11 Desafios do Pedagogo na Supervisão Escolar


Em um estudo de ALVES (2012), no qual através de um questionário em que
foram levantados dados sobre a atuação do supervisor educacional dentro da escola
em que foram respondidos 16 questionários por 16 professores com o objetivo de
conhecer e analisar a função do supervisor escolar, evidenciou-se o pouco
conhecimento da importância e necessidade do supervisor junto ao processo
educativo, mostrando a pouca participação do supervisor no planejamento escolar
junto ao docente, onde no qual, a presença do supervisor escolar deveria ser constante
no cotidiano do professor para otimizar o processo de ensino. Ainda nesse estudo
mostra que a maioria da amostra não reconhece o supervisor como papel de
liderança.

Ainda sobre o estudo, mostra que todas as supervisoras não exercem sua função
de supervisão de forma integral, mas se responsabilizam por outras funções aleatórias,
por isso se alienam quanto suas verdadeiras funções, apesar de sempre buscarem
acompanhar o trabalho dos professores. Ainda assim todas têm capacitação para
trabalhar com supervisão escolar (ALVES, 2012).

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Práticas Pedagógicas de Supervisão Escolar |

Quando Supervisionar e Quando Administrar?

De acordo com SILVA (2013), O trabalho do supervisor escolar vem diante de


diversas indefinições e aliena-se diante das reais contribuições que poderiam ser
desenvolvidas, por uma série de circunstâncias advindas dos sistemas educativos e
das imposições ideológicas postas no espaço escolar, na medida em que ele não só
tem como função de fiscalizar, vigiar, mas também buscar orientar o docente na sua
prática pedagógica (p.8-9).

Através desses estudos é possível observar a escassez de conhecimento sobre a


supervisão escolar, evidenciando o quanto é necessário esclarecer seu papel efetivo
no processo de educação.

12 Quando Supervisionar e Quando Administrar?


Posicionar-se enquanto supervisor em uma unidade escolar não é tarefa simples.
A escola, vista como uma unidade empresarial, também precisa de pessoas que deem
suporte tanto na parte administrativa quanto no setor pedagógico. Como afirmamos,
se o supervisor não estiver na FRONTEIRA, assessorando, será inviável que o trabalho
pedagógico permaneça estável.

Os currículos universitários de Pedagogia formam tanto para a supervisão, para


a orientação quanto para a administração. Um pedagogo na instituição pode
representar um alavancamento de todos esses setores. Todavia, sobrecarregá-lo com
a concentração das três funções pode não ser produtivo para o andamento da
instituição, é o que defendemos aqui.

Para que não haja entroncamento, é necessário que se tenha mais de um


supervisor na instituição. Cada qual com as atividades funcionais demarcadas, com a
linha do seu respectivo setor, plenamente esclarecida. Nesse processo, tomam-se os
seguintes direcionamentos:

• Implantar o programa educacional de forma que o supervisor


opere e aprimores a equipe pedagógica;
• Assessorar os responsáveis pelo processo de ensino-

aprendizagem;

• Preocupar-se com a parte pedagógica;

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Quando Supervisionar e Quando Administrar?

Se o supervisor fugir dessas delimitações, ele estará passando ao TODO pela


PARTE, ou seja, ele estará atuando como administrador e supervisor, o que é inviável
para um bom desempenho da instituição.

O supervisor torna-se assim a bússola que direciona a atividade pedagógica.

Ser supervisor também é reter, em termos, a autoridade da direção. Esta tem a


visão do todo, mas não da parte que cabe à supervisão pedagógica. É
responsabilidade de o supervisor se reportar à direção enquanto assessora
pedagógica e informar, por registros, circulares internas, relatórios, TODOS os
encaminhamentos que foram tomados no processo de ensino-aprendizagem da
instituição.

É muito importante que o supervisor contribua com a organização. É importante


também que o supervisor assuma uma responsabilidade positiva, deixando de lado
toda a “picuinha”, para reportar ao seu diretor, com a devida transparência, o que está
acontecendo na instituição. Quanto mais consciente e responsável for essa atitude,
mais a organização cresce. E se a organização cresce, o supervisor crescerá em seu
cargo e funções.

As atribuições do supervisor podem ser assim citadas, considerando que eles são
esse elo entre a alta direção e demais profissionais da equipe pedagógica:

• Tomar decisões responsáveis;

• Dirigir pessoas;
• Planejar a produção.

O supervisor também é responsável pelo currículo. No tocante ao


aprimoramento da aprendizagem, se for necessário, o currículo escolar pode ser
modificado em suas aplicações.

De acordo com PRZYBYLSKI (1982, p. 42): “A supervisão escolar necessita de


todas as entidades da escola, notadamente da administração e da orientação
educacional. O trabalho da supervisão escolar pode ser favorecido ou prejudicado
pela administração da escola. Se esta aceitar plenamente sua ação, o trabalho poderá
alcançar uma maior eficiência. Supervisão e administração devem se complementar”.

O supervisor escolar deve ter vantagens de ação. Para ele a administração deve
ceder o seu apoio assim como a orientação também. A alta direção deve respeitá-lo

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Práticas Pedagógicas de Supervisão Escolar |

O Papel da Supervisão

enquanto autoridade plenamente responsável pelo sucesso ou pelo fracasso do


ensino-aprendizagem da instituição. A proximidade do supervisor com o professor
deve ser constante. Todavia, jamais transpondo as barreiras de autoridade. Esta,
sabemos que não é desautorizar ou autorizar.

13 O Papel da Supervisão
Vimos que o supervisor deve ter autonomia em suas decisões e assegurar que as
decisões da diretoria serão acatadas e concretizadas. É importante destacar também
que a tendência é um professor assumir a supervisão pedagógica pela sua experiência
em sala, sem que o mesmo tenha a formação pedagógica. Não que esse profissional
seja despreparado. Mas ele não retém conhecimentos teóricos suficientes para pôr
em prática a supervisão na união epistêmica de outras áreas e na execução de tarefas
supervisoras.

14 O Papel do Supervisor Escolar


O papel do supervisor escolar é fundamental na melhoria da qualidade do ensino
e aprendizagem nas escolas. O supervisor atua como um agente de mudança e apoio,
trabalhando em estreita colaboração com a equipe gestora, os professores, os alunos
e a comunidade escolar para promover o desenvolvimento profissional dos
educadores e criar um ambiente de aprendizagem eficaz e inclusivo. Vamos explorar
as principais responsabilidades e funções do supervisor escolar:

Orientação e Acompanhamento dos Professores:

Uma das principais funções do supervisor escolar é orientar e acompanhar os


professores em sua prática pedagógica. Isso inclui a observação de aulas, análise de
planos de ensino, fornecimento de feedback construtivo e apoio individualizado para
o desenvolvimento profissional dos educadores.

Desenvolvimento Profissional dos Educadores:

O supervisor escolar é responsável por promover o desenvolvimento profissional

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O Papel do Supervisor Escolar

contínuo dos professores. Isso pode incluir a organização de capacitações, workshops,


palestras e outras atividades de formação para aprimorar as habilidades e
conhecimentos dos docentes.

Coordenação do Planejamento Curricular:

O supervisor colabora com a equipe docente e a equipe gestora para garantir


que o planejamento curricular esteja alinhado com as diretrizes educacionais e as
necessidades dos alunos. Ele ajuda a desenvolver estratégias de ensino, atividades e
recursos didáticos que atendam aos objetivos educacionais.

Avaliação e Análise de Dados Educacionais:

O supervisor escolar realiza a avaliação do desempenho acadêmico e


comportamental dos alunos, analisando dados educacionais para identificar
tendências e áreas de melhoria. Com base nas análises, ele colabora com os
professores para desenvolver planos de ação e intervenções educacionais.

Implementação de Políticas Educacionais:

O supervisor assegura que as políticas educacionais estabelecidas pelas


autoridades competentes sejam implementadas de forma efetiva na escola. Ele orienta
os professores sobre as diretrizes e regulamentações governamentais e garante que
elas sejam seguidas em sala de aula.

Mediação de Conflitos e Solução de Problemas:

O supervisor atua como um mediador em situações de conflito entre os membros


da equipe pedagógica, entre professores e alunos ou entre a escola e a comunidade.
Ele procura solucionar os problemas de forma colaborativa e garantir um ambiente de
trabalho harmonioso.

Promoção de Ambientes de Aprendizagem Inclusivos:

O supervisor escolar trabalha para promover ambientes de aprendizagem

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Práticas Pedagógicas de Supervisão Escolar |

O Papel do Supervisor Escolar

inclusivos, onde todos os alunos tenham igualdade de oportunidades de aprendizado.


Ele colabora com os professores na implementação de práticas pedagógicas
diferenciadas e estratégias de ensino que atendam às necessidades individuais dos
alunos.

Estímulo à Participação da Comunidade:

O supervisor escolar incentiva a participação da comunidade no contexto escolar.


Ele pode desenvolver parcerias com pais, organizações locais e outras instituições para
enriquecer o ambiente educacional e oferecer recursos adicionais à escola.

Avaliação do Desempenho dos Professores:

O supervisor realiza avaliações do desempenho dos professores, considerando


seus pontos fortes e áreas de desenvolvimento. Essas avaliações podem ser utilizadas
para promover reconhecimento e incentivo, assim como para identificar necessidades
de capacitação e aprimoramento profissional.

Liderança Pedagógica e Visão Estratégica:

O supervisor escolar exerce uma liderança pedagógica, promovendo uma visão


estratégica para a escola. Ele trabalha em parceria com a equipe gestora para
desenvolver planos de melhoria educacional e promover uma cultura de aprendizado
e inovação na instituição.

14.1 O Supervisor é Também um Executor Por Assumir Uma Tarefa


Executiva.
O professor que assume a responsabilidade da supervisão passa a ter nova visão.
Ele verá por outro prisma a instituição em que trabalha e, consequentemente, suscitará
questionamentos sobre a própria função do professor, pois concentrará mais
responsabilidades. O professor promovido a supervisor travará novos tipos de relação
no trabalho porque não contará somente com os seus próprios esforços, para a
realização de atividades, mas também com os esforços de outros colegas que ocupam
a função que ele já ocupou.

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O Papel do Supervisor Escolar

As responsabilidades em supervisionar concentram-se em:

• Esclarecer o propósito das atividades dos outros;


• Providenciar recursos e materiais para que as atividades se

concretizem;
• Estimular o esforço de todos os professores; D – Controlar a

execução das atividades pelos demais; E – Tornar os serviços mais eficientes.

Para esses preceitos o professor deve ser líder e saber o quantitativo mensurável
da produtividade da equipe, a qual irá atender as demandas da organização.

14.2 Para Atuar na Organização o Supervisor Deve se Organizar.


Quando o supervisor conhece e aceita a política de objetivos da organização e
aplica aos seus subordinados a política e os princípios de organização. Em relação aos
seus supervisionados, o supervisor deve assim portar-se:

• O supervisor está para a organização como representante da sua

política, assim como os supervisionados estão para o supervisor como


representantes das suas decisões pedagógicas.

• O supervisor está como prioridade da organização assim como a

supervisionada está como prioridade do supervisor.

• O supervisor está lealmente para a organização assim como os

subordinados estão lealmente disponíveis ao supervisor. Não há dupla lealdade,


nem um por todos e todos por um. Há hierarquia de fidelidade e isto é um

conceito ético. Logo, se o seu supervisor decidir a favor da instituição não o


julgue e espalhe sobre ele comentários indesejáveis.

• Um supervisor está em atuação com outros supervisores assim

como o professor está em atuação com outros professores.

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Práticas Pedagógicas de Supervisão Escolar |

Ética e Postura Profissional do Supervisor Escolar

14.3 A Autoridade
Como dito anteriormente, autoridade não é a ação de mandar e desmandar ou
autorizar e desautorizar. Autoridade é ter a complacência de expor suas decisões,
compartilhando-as com os demais. De acordo com Flippo (1972, p. 10) autoridade é:
“o direito de decidir o que deve ser feito e o direito de fazê-lo ou exigir que alguém o
faça.”

Na supervisão, a autoridade se expande pelas searas éticas. Até porque o


supervisor recebe da alta direção o direito de exercer autoridade e não de ser
autoritário. Uma forma de demonstrar autoridade é exercê-la pela sua competência,
transparece o reconhecimento dos méritos e sucessos do supervisor pelo corpo
docente. Esse é outro tipo de autoridade.

14.4 Meios e Técnicas de Supervisão na Organização Escolar


Como será a rotina do supervisor? O que ele deve fazer e cumprir diariamente.
Sabemos que essa questão varia de instituição para instituição. Mas alguns
procedimentos não podem passar em branco no presente curso. A realização desses
procedimentos implica diretamente em dois aportes:

• 1º – A teoria a qual o supervisor segue;

• 2º – A experiência do supervisor.

Acreditamos que, se o supervisor tem amplo conhecimento de sala de aula,


certamente essa será mais uma experiência enriquecedora para gerir grupos de outros
professores.

Na teoria – há esquemas de trabalho pré-reconhecidos, há conceitos adotados,


há aplicação destes no campo de ação dos professores.

Na prática – há a junção de todos os elementos da teoria com a vivência prática


para a ação de resultados.

15 Ética e Postura Profissional do Supervisor Escolar


A ética e a postura profissional do supervisor escolar são aspectos fundamentais
para o desempenho efetivo dessa função no ambiente educacional. O supervisor,

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Ética e Postura Profissional do Supervisor Escolar

como profissional responsável pela orientação e apoio pedagógico, deve pautar suas
ações em princípios éticos que promovam a integridade, o respeito, a confiança e a
responsabilidade. Vamos explorar alguns aspectos importantes relacionados à ética e
à postura profissional do supervisor escolar:

Confidencialidade e Respeito à Privacidade:

O supervisor escolar deve manter a confidencialidade das informações pessoais


e profissionais dos professores e alunos. Ele não deve divulgar detalhes confidenciais
sem o devido consentimento e deve tratar todas as informações obtidas em sua
prática com respeito e discrição.

Imparcialidade e Justiça:

O supervisor deve ser imparcial em suas avaliações e tomada de decisões. Ele


deve tratar todos os professores e alunos de forma justa, evitando favoritismos ou
discriminações.

Honestidade e Transparência:

O supervisor escolar deve ser honesto em suas ações e comunicações. Ele deve
fornecer feedback sincero e construtivo aos professores, baseado em observações
objetivas e dados relevantes. Além disso, ele deve ser transparente sobre suas
intenções e expectativas em relação à supervisão.

Integridade Profissional:

O supervisor deve agir de acordo com os valores e princípios éticos da profissão.


Ele deve evitar qualquer comportamento que comprometa sua integridade e
credibilidade profissional.

Respeito à Diversidade e Inclusão:

O supervisor deve respeitar a diversidade dos professores e alunos, valorizando


suas diferenças culturais, étnicas, religiosas e sociais. Ele deve promover ambientes

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Ética e Postura Profissional do Supervisor Escolar

inclusivos e acolhedores para todos os membros da comunidade escolar.

Atualização Profissional:

O supervisor escolar deve buscar constantemente atualizar seus conhecimentos


e habilidades profissionais. Ele deve acompanhar as mudanças nas práticas
educacionais, políticas e pesquisas relevantes para sua atuação.

Ética na Utilização de Dados e Informações:

O supervisor deve usar os dados e informações coletados em sua prática de


supervisão de forma ética e responsável. Ele deve garantir que os dados sejam usados
para o benefício da escola e dos professores, e não para prejudicar ou constranger
qualquer indivíduo.

Postura Profissional na Comunicação:

O supervisor deve ter uma postura profissional em suas interações com os


professores, equipe gestora, alunos e comunidade escolar. Ele deve se comunicar de
forma clara, respeitosa e empática.

Ética na Relação com os Alunos:

O supervisor deve tratar os alunos com respeito e consideração. Ele deve evitar
qualquer forma de intimidação, abuso ou discriminação, garantindo que o ambiente
escolar seja seguro e acolhedor para os estudantes.

Compromisso com o Bem-Estar dos Educadores e Alunos:

O supervisor escolar deve demonstrar um compromisso genuíno com o bem-


estar e o sucesso dos professores e alunos. Ele deve estar disposto a apoiá-los em
suas necessidades e desafios, buscando sempre promover um ambiente propício ao
aprendizado e desenvolvimento.

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Teoria + Aplicação Práticas = Resultados

16 Teoria + Aplicação Práticas = Resultados


Há o meio de se aplicar a teoria e a forma como esta é aplicada, ou seja, a técnica
de supervisão precedente às ações. Meio é o espaço indelimitável, todavia, utilizado
para se alcançar os resultados com as aplicações dessas técnicas. Observe o gráfico:

Não falamos de apenas uma técnica a ser empregada no meio. São inúmeras e,
para resumi-las, pautemos um roteiro de aplicações dessas técnicas:

• 1º. Passo: o supervisor escolhe uma teoria;

• 2º. Passo: o supervisor delimita as circunstâncias em que será


aplicada a teoria.
• 3º. Passo: o supervisor estabelece os objetivos em longo prazo.

• 4º. Passo: o supervisor estabelece os objetivos em curto prazo.

• 5º. Passo: o supervisor lista os recursos disponíveis.

17 Mas o que é MEIO e o que é TÉCNICA?


Para trabalharmos com os termos ipsis litteris, vamos ao dicionário dos étimos:

Meio: vem de médio.

Médio: ‘que está no meio ou entre dois pontos’. Do latim “medius”. Palavras
originadas: entremear, entremeio, imediatismo, meada, medial... (Antônio Geraldo da
Cunha, Dicionário Etimológico, página 509).

Técnica: do grego “Techno”, significa “arte”, “habilidade”. Palavras originadas:


tecnologia, tecnocracia, tecnografia (Antônio Geraldo da Cunha, Dicionário

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Técnicas ou Meios Gerais

Etimológico, p. 759).

Para PRZYBYLSKI (1982, p. 55), técnica vem de technique (do Francês) e significa:

“A maneira, método ou habilidade com que uma pessoa cumpre os


requerimentos técnicos de uma arte em particular ou campo de atividade.
O conjunto de procedimentos especializados... Habilidade, técnica,
habilidade em aplicar procedimentos ou métodos para conseguir os
resultados desejados”.

MEIO É O LOCAL DO QUAL SE VALE O SUPERVISOR PARA APLICAR AS SUAS


TÉCNICAS COM OS DEVIDOS RECURSOS, ALCANÇANDO OBJETIVOS E
PERSEGUINDO RESULTADOS.

A seguir, clarifiquemos quais são os tipos de técnicas que podem ser aplicadas
pelo supervisor.

Técnicas diretas Técnicas indiretas

Técnicas individuais Técnicas em grupo

Seguiremos por outro tipo de classificação:

• Técnicas ou meios gerais;


• Técnicas ou meios a níveis de sistemas;
• Técnicas ou meios a níveis de unidade escolar.

18 Técnicas ou Meios Gerais


As técnicas gerais são aquelas as quais se guiam por aplicações em uma visão
macro, ou seja, em uma visão de grupo ampla. Citando algumas técnicas ou meios

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Técnicas ou Meios Gerais

desse nível, podemos apontar:

• Reunião com grupos de professores de diferentes áreas;

• Conferências e simpósios de reciclagem com grupos de professores


de diferentes níveis;

• Conferências e simpósios de reciclagem com grupos de professores


de um mesmo nível;

• Trabalhos da cúpula pedagógica;

• Visitas à outra escola para trocas e encontros temáticos;

• Viagens a congressos e seminários;

• Relatórios da supervisão sobre essas atividades.

• Leitura de obras sobre educação em grupo;

• Estudos em cursos de pós-graduação para a formação continuada;

• Atividades experimentais e de vivências;

• Palestras pedagógicas com visitantes trazidos à escola;

• Supervisores externos realizando consultoria com os supervisores


internos;

• Participação da cúpula pedagógica em seminários promovidos por


instituições de grande porte.

• Painéis educativos promovidos para treinamento interno;

• Publicações em revistas impressas ou eletrônicas.

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Técnicas ou Meios Para o Sistema Escolar

Vejamos um exemplo do painel. Atualmente, tem-se usado muito o portfólio, ou


seja, um caderno com anotações, textos, pensamentos, rotinas que circula entre os
professores da instituição e, por ele, o supervisor garante mais um veículo de
comunicação entre ele e a sua equipe pedagógica.

19 Técnicas ou Meios Para o Sistema Escolar


As técnicas desse nível atendem ao ambiente escolar e ao seu programa como
um todo. Podem ser intercambiáveis de sistema para sistema. Algumas técnicas:

• Reunião com a direção da escola;

• Reunião com outros diretores da mesma rede ou de outros

sistemas. Um exemplo: algumas escolas costumam adotar métodos de outros

sistemas escolares. É viável que o representante pelo treinamento desse método

agende com o supervisor os encontros anuais a fim de adequar a didática ao

sistema escolar de origem.

• Supervisão externa a outras escolas da rede;

• Entrevistas com outros supervisores internos ou externos;

• Avaliação e autoavaliação da cúpula pedagógica;

• Planejamento político-pedagógico.

20 Técnicas e Meios Da Unidade Escolar


Enquadram-se nesse item técnicas que podem ser aplicadas individualmente
pelo supervisor no seu ambiente escolar de origem. Com isso, ele agrega professores
e coordenadores das respectivas áreas de ensino e segmentos.

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Encontro Com os Professores

• Reunião com a direção em conjunto com professores e


coordenadores;

• Entrevistas individuais de seleção com professores;

• Visitas às aulas para observação de determinado profissional ou

determinada turma;

• Treinamento interno;

• Workshops;

• Organização de bibliotecas com professores de área e segmento;

• Avaliação do contexto escolar;

• Assistência individual aos professores;

• Orientação das atividades de acordo com o planejamento didático


prévio.

21 Encontro Com os Professores


Essa técnica é CONSTANTE e deve ser suporte de comunicação clarificador para
que supervisão e equipe pedagógica possam zelar pelo andamento do planejamento
prévio.

21.1 O Encontro Com os Professores é Uma Técnica das Mais Importantes


O foco do supervisor é sempre o “feedback positivo”, ou seja, o supervisor que
abre a reunião com críticas específicas aos setores e áreas de ensino, assim como os
seus respectivos segmentos, terá problemas de estímulo e motivação em sua equipe
pedagógica. O objetivo é manter contato DIRETO com os professores para saber a
quantas anda o planejamento e o que eles precisam em termos de orientação e
treinamento. Pode acontecer de o supervisor eleger um professor representante para

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Conferências com Grupos Grandes

passar um adendo importante ou uma atividade diferenciada que o mesmo tenha


vivenciado em outro ambiente escolar.

21.2 O Principal Objetivo na Reunião Com os Seus Professores é a


Comunicação
O supervisor pedagógico tem o dever e o direito de promover reuniões de acesso
informal: confraternização dos aniversariantes do mês, por exemplo, ou formal:
discussão de pautas e objetivos específicos para um determinado evento escolar.
Eventos FORMAIS mais comuns para que sejam feitas reuniões:

• Apresentar novos professores e integrá-los à equipe com

dinâmicas de interação;

• Encontros para planejamento;

• Encontros para discutir sobre um imprevisto ocasionado na escola;

• Encontros para organizar a pauta do diário.

22 Conferências com Grupos Grandes


Um evento em que essas conferências podem acontecer é, por exemplo, em um
seminário com supervisores de uma mesma rede de ensino ou de unidades escolares
que utilizam um método convencionado próprio. O foco dessas conferências é passar
um conteúdo didático e sua articulação ao sistema da escola. O objetivo é tornar um
evento INFORMATIVO.

Quando os supervisores juntam as suas equipes de professores e estes


constituem uma gama ampla de profissionais de diversas áreas e segmentos há
necessidade de alcançar uma grande massa de profissionais com uma pauta de
informação. Para isso, os supervisores organizam:

• A pauta do que irá ser discutido de forma sintética;

• Sistematizar essa pauta em slides e data show ou em grandes banners,

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Conferências com Grupos Pequenos

com ilustrações e dizeres sintéticos;

• Preparar um auditório para receber os professores, com material a ser

entregue a cada um: pasta do encontro, bloco e caneta. Se possível slide

apresentados ao longo da palestra;

• Promover interações em grupos entre os participantes ao final da

apresentação.

23 Conferências com Grupos Pequenos


Essa conferência aplica-se do mesmo modo que a tipificação da técnica anterior.
Todavia, objetivando atingir um número menor de professores. O diferencial é que,
quanto menor o número de participantes, maior tendência a interação e a
informalidade. Ainda assim este fator não dispensa uma pauta de organização da
conferência.

24 Visitas em Outras Escolas


O objetivo de visitar outras escolas é elaborar um planejamento de observação
de técnicas de ensino, materiais didáticos, organização de sala ou procedimentos que
remontem a uma aprendizagem significativa em outro sistema escolar. Essa técnica
tem o objetivo de organizar um encontro específico entre ares de professores. Ou seja,
um professor de Ciências pode trabalhar com materiais e métodos específicos que
possibilitem uma troca com outro professor de Ciências de outro sistema escolar.

25 Seminários de Congressos e Simpósios


Cada unidade escolar pode e deve investir no treinamento e atualização do
professor. Sem inserir a senda política em nosso curso, a verba para a formação
continuada deve suster tanto o professor da rede pública quanto o professor da rede
particular de ensino. O foco da atualização é romper com uma dinâmica repetitiva de
método e atualizar o corpo docente com vistas ao NOVO.

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Relatório da Supervisão

26 Relatório da Supervisão
Chamamos aqui de relatório, mas o supervisor, para criar uma unidade da equipe
pedagógica pode constituir um meio de transmitir as “notícias pedagógicas”. Ele cria
como se fosse um boletim informativo, periodicamente difundido para pais,
professores, educadores, alunos, direção.

Passos para se constituir um boletim periódico integrativo:

• 1º Passo: Escreva o editorial;


• 2º Passo: Comunique o andamento da equipe pedagógica;

• 3º Passo: Programação do setor pedagógico;

• 4º Passo: Reuniões e pareceres;

• 5º Passo: Notícias pedagógicas;


• 6º Passo: Curiosidades;

• 7º Passo: Fofocas da equipe pedagógica; 8º Passo: Encontros

sociais.

Eis mais um evento para COMUNICAR.

Dica: para que o seu boletim saia bem articulado, faça um boletim de frente e
verso, sem se estender muito nos blocos de informação.

Exemplo de Editorial – Sobre Comunicação

Comum = unicar

O nome já diz. Tornar única uma mensagem entre duas ou mais pessoas. E para
que servem mensagens? Para transmitir afeto, amor, compartilhar interesses, trocar
informações, expor ideias. A transmissão da mensagem abrange objetivos culturais,
sociais, econômicos. Transmitir é, também, zelar pela tradição. Muitas lendas, histórias,
músicas, fatos familiares não chegariam às gerações atuais se a função da mensagem
fosse uma nulidade.

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Promoção de Rodas de Leituras de Obras Pedagógicas

Mas comunicar é apenas transmitir? Muitas pessoas acreditam que sim. Todavia,
se comunicar tivesse apenas a função de transmitir, nenhuma mensagem seria
compartilhada. Logo, creditamos à comunicação dois pilares essenciais: transmitir e
compartilhar. Quando duas pessoas compartilham a mesma mensagem, ambas
convergem para uma área comum de conhecimento e podem se apropriar de grandes
informações.

Mas comunicar seria apenas transmitir e compartilhar? Outro engano. Comunicar


é muito mais: transmitir, compartilhar de forma ÉTICA, RESPONSÁVEL, SEGURA E
RESPEITOSA. Fugir a essas caracterizações é não ser digno de caminhar com um tesouro
precioso que Deus nos concedeu: a palavra.

27 Promoção de Rodas de Leituras de Obras Pedagógicas


Além de promover atualização externa na formação contínua de professores, os
encontros de atualização interna também são de grande importância. Para tanto, o
supervisor pode selecionar obras de educadores conhecidos: Ausubel, Paulo Freire,
Anísio Teixeira, Darcy Ribeiro, Emília Ferreiro e filósofos universais, contemporâneos
ou não, e montar painéis em flipchart para treinamento e discussão dos trechos
solicitados.

Essas sessões podem acontecer em grupo ou individualmente. Inicia-se pela


organização do material de leitura e o mesmo é entregue aos professores para que,
em data posterior, a reunião possa ser marcada com a leitura coletiva prévia dos
textos.

Para manter esses textos atualizados e terem corpus de pesquisa para leitura dos
professores a escola pode:

• Assinar revistas especializadas em educação ou em conteúdos

específicos das áreas;

• Organizar uma seção didática na biblioteca da escola;

• Elaborar dinâmicas e círculo de leituras no espaço da biblioteca;

• Indicar artigos e livros para a leitura;

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Promoção de Rodas de Leituras de Obras Pedagógicas

• Elaborar uma apostila de resenhas de livros.

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Referência

28 Referência
MEDINA, Antônia da Silva. Supervisão escolar: da ação exercida à ação repensada.
Porto Alegre: AGE, 1995.

MENDES, Lucimeire Lopes; TEIXEIRA, Marina Cardoso. Gestão escolar: o papel do


gestor na incorporação de novas possibilidades de leitura nessa era digital, 2009.

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2006

TERUYA, Teresa Kazuko. Trabalho e educação na era midiática: um estudo sobre o


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2006.

RANGEL, Mary (org), et al. Supervisão pedagógica: princípios e práticas. 1 ed.


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FERREIRA, Naura Syria Carapeto (Org). Supervisão educacional para uma escola de
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LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: Teoria e prática. 5ªed. Revista
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LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, para que? 5ªed. Cortez Editora.
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VIEIRA, Flavia. Para uma visão transformadora da supervisão pedagógica. Educ. Soc.,
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ALVES Ana Maria Lima de Souza; DUARTE, Elisa Aparecida Ferreira Guedes. Supervisor
escolar: Missão, exercício, desafios e perspectivas. Pergaminho, (3):1‐22. Centro
Universitário de Patos de Minas, MG, 2012.

SILVA, Antônia Maria Cardoso. Supervisão Escolar e as intervenções do supervisor no


processo de ensino e aprendizagem. Dissertação para obtenção do grau de Mestre
em Ciências da Educação no Curso de Mestrado em Ciências da Educação pela
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Lisboa, 2013.

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Referência

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