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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO BÁSICO

Francisca Francisco Lopes

O Papel da Supervisão Escolar na Melhoria da Qualidade


da Educação no Ensino Básico: Estudo de Caso da Escola
Primária de Mampinda - Quelimane (2020-2022)

Quelimane

2023
Francisca Francisco Lopes

O Papel da Supervisão Escolar na Melhoria da Qualidade da


Educação no Ensino Básico: Estudo de Caso da Escola Primária de
Mampinda - Quelimane (2020-2022).

Projecto de monografia a ser apresentado ao Curso de


Licenciatura em Ensino Básico da Faculdade de Educação,
como requisito para obtenção do grau académico de
Licenciatura em Ensino Básico.

Supervisor: Paulo Mussolo Calima

Quelimane

2023
1

Índice

1.1 Introdução....................................................................................................3

1.2 Objectivos......................................................................................................6

1.2.1 Objectivo Geral...........................................................................................6

1.2.2 Objectivos específicos................................................................................6

Capitulo II: Revisão da Literatura....................................................................7

2.1 Surgimento e evolução da Supervisão escolar.............................................7

2.2 Supervisão.................................................................................................... 8

2.3 Tipos de supervisão......................................................................................8

2.3.1 Supervisão Pedagógica............................................................................. 8

2.3.2 Supervisão educacional.............................................................................9

2.3.3 Supervisão Escolar.................................................................................. 10

2.4 Características de actuação do Supervisor escolar....................................13

2.5 O Papel da Supervisão Escolar na Melhoria da Qualidade da Educação...13

2.6 Tipos de Liderança na supervisão...............................................................15

2.6.1 Liderança autocrática...............................................................................15

2.6.2 Liderança laissez-faire/ liberal..................................................................15

2.6.3 Liderança democrática.............................................................................16

2.6.3.1 Supervisão autocrática..........................................................................16

2.6.3.2 Supervisão democrática........................................................................16

2.7 Modelos de supervisão escolar...................................................................17

2.7.1 Modelo científico...................................................................................... 17

2.7.2 Modelo não-directivo................................................................................18

2.7.3 Modelos de faces múltiplas ou mistas......................................................19

2.7.4 Modelos de ajuda mútua ou interpessoal.................................................19

2.7.5 Modelo clínico.......................................................................................... 20

Capitulo III: Metodologia da Pesquisa...........................................................21


2

3.1 Metodologia de abordagem da investigação...............................................21

3.2 Quanto a natureza da pesquisa..................................................................21

3.3 Quanto aos objectivos.................................................................................21

3.4 Quanto aos procedimentos técnicos...........................................................22

3.5 Técnicas e instrumentos de Recolha de dados...........................................22

3.6 Técnicas de apresentação, analise e discussão dos dados........................23

3.7 População ou Universo da pesquisa...........................................................23

3.7.1 Amostra da pesquisa................................................................................24

Referencias Bibliograficas.............................................................................25
3

Capítulo I: INTRODUÇÃO

1.1 Introdução
O trabalho com o tema o Papel da Supervisão Escolar na Melhoria da
Qualidade da Educação no Ensino Básico, foi realizado na Escola Primária
de Mampinda – Quelimane, (2020-2022), com ele, pretende-se de certo modo
compreender o Papel da Supervisão Escolar na Melhoria da Qualidade da
Educação no Ensino Básico, partindo do pressuposto de que ela (Supervisão
escolar), é tida como o principal vector de crescimento profissional de todos
envolvidos no processo de Ensino e aprendizagem, tanto o professor como o
aluno, sendo que as funções desempenhadas pela supervisão escolar
determinam o cumprimento dos objectivos educacionais traçados previamente.

Contudo de acordo com (MINEDH, 2013), entende-se que o eixo principal


da actividade de supervisão é dinamizar de forma proactiva e reflexiva toda a
actividade de ensino-aprendizagem com vista a melhorar a qualidade de
ensino, bem como proporcionar meios de uma actualização constante, e ser
realizada por um profissional de educação designado para fazer o
acompanhamento dos processos ligados à gestão pedagógica, administrativa,
financeira e dos recursos humanos, com competências para apoiar, facilitar o
processo de reflexão e das mudanças, controlar a implementação das políticas,
estratégicas e orientações superiormente definidas.

O nosso problema surge na medida em que na República de Moçambique


a educação é consagrada como um direito e um dever de cada cidadão
(Alarcão,2010), num momento em que a mesma seja pela via formal ou
informal tem sido equacionada como uma meta a atingir. Todavia, foram várias
as dificuldades enfrentadas para a garantia da sua qualidade principalmente
em estabelecimentos do ensino publico, nos tempos remotos esta situação da
falta de qualidade e progressão foi associada a guerra, contudo, actualmente
vários problemas afectam o desenvolvimento deste sector desde os quais a
falta de capacidade em recursos humanos, o incumprimento de procedimentos
didáctico-pedagógicos ao nível da escola criando entraves na melhoria da
qualidade do ensino básico, o principal vector para a construção da identidade
do aluno.
4

Assim para colmatar esta problemática o Ministério da Educação e


Desenvolvimento Humano tem um departamento ligado a inspecção e
supervisão Escolar, um órgão competente com objectivos e estratégias virada
a melhoria da qualidade de ensino.

Actualmente tem havido vários debates relacionados a melhoria da


qualidade de educação no ensino básicos que na sua maioria emanam e
convergem sobre o papel da supervisão pedagógica e o envolvimento de todos
intervenientes na fiscalização das actividades pedagógicas ao nível das
escolas.

Razão pela qual que pelo reconhecimento da necessidade da supervisão e


inspecção escolar para a melhoria da qualidade de educação, o Ministério de
Educação concebeu vários materiais que normalizam e regulam a sua pratica
como é o caso do Manual de Apoio a Supervisão que tem como objectivo geral
guiar o supervisor no processo de análise, verificação, controlo e avaliação, do
Manual das Directrizes para a Supervisão do Ensino Primário pelos Serviços
Distritais de Educação Juventude e Tecnologia que determina que todas as
escolas primárias devem ser supervisionadas e acompanhadas pelo menos
duas vezes por ano, para garantir o cumprimento do plano curricular

Verifica-se porem que este órgão mostra uma inoperância ao nível das
escolas, isto porque não aparecem para monitorar algumas actividades;
verificam-se poucas formações contínuas ou capacitações de professores;
fraca fiscalização das actividades pedagógicas por parte desta entidade, facto
de certo modo deixa tanto os professores como os gestores da Escola de
Mampinda usando as metodologias rudimentares, dai que levanta-se a
seguinte questão:

 Qual é o Papel da Supervisão Escolar na Melhoria da Qualidade da


Educação no Ensino Básico

A nossa justificativa enquadra-se na medida em que considera-se o ensino


básico, o pilar fundamental para aquisição de conhecimento dos alunos, que
parte desde o ensino pré-primário (pré a 6ª classe), sendo um intervalo que o
aluno precisa colher o conhecimento com maturidade, constituindo assim uma
5

responsabilidade da componente da supervisão escolar, fortalecer as


actividades para a melhoria da qualidade de educação.

A presente pesquisa é resultado das observações que a autora tem feito ao


seu local de trabalho na qualidade de professora do ensino primário, não
obstante, no âmbito da conciliação entre a teoria e a pratica (do conteúdo
relacionado a cadeira de Supervisão e Inspecção Escolar), pretende-se
enfatizar o papel da supervisão Escolar na melhoria da qualidade de educação
e por conseguinte, o desempenho dos profissionais de educação, ao mesmo
tempo que se retende chamar atenção aos gestores de educação de forma a
estimular a pratica desta actividade de forma metódica e continua, para dotar
os professores de metodologias pedagógicas modernas.

Com o estudo espera-se ampliar a visão sobre o papel da supervisão


escolar e de igual modo melhor os mecanismos da sua implementação no
contexto escolar, quiçá no desenvolvimento profissional dos professores de
modo a garantir a qualidade de educação.

Socialmente, espera-se que os resultados do estudo seja um indicador que


possa ajudar a resolver problemas da sociedade relacionadas a qualidade de
educação, uma vez que na presente pesquisa, entende-se que a escola é uma
organização que exerce o papel de formar os alunos que por sua vez terão de
contribuir para a edificação de uma sociedade instruída assim como no seu
desenvolvimento geral.

No âmbito científico pretende- se contribuir cientificamente em relação ao


papel da supervisão no aperfeiçoamento escolar para a melhoria da qualidade
de educação para que os alunos possam ter competências que garante uma
participação inteligente na sua comunidade e na sociedade em geral; uma vez
que a supervisão escolar significa coordenar, estimular, orientar e coordenar
desenvolvimento contínuo dos professores visando capacita-los na tarefa de
estimular e dirigir o crescimento dos alunos, por meio do exercício dos seus
talentos com vista a uma participação mais rica e mais inteligente no meio em
que vivem (Néreci, 1987, p. 28).
6

1.2 Objectivos

1.2.1 Objectivo Geral


 Compreender o Papel da Supervisão Escolar na Melhoria da Qualidade
da Educação no Ensino Básico.

1.2.2 Objectivos específicos


 Identificar o papel da supervisão Supervisão Escolar na Melhoria da
Qualidade da Educação no Ensino Básico;
 Descrever os dispositivos estabelecidos pelo MINEDH para a supervisão
escolar;
 Caracterizar a Supervisão escolar na Escola Primaria de Mampinda.

1.3 Questões de Pesquisa


 Qual é o papel da supervisão escolar na melhoria da qualidade da
educação no ensino básico?
 Quais são os dispositivos estabelecidos pelo MINEDH para a
Supervisão escolar?
 Como se caracterizou a supervisão Escolar na Escola Primaria de
Mampinda – Quelimane nos anos 2020-2022?
7

Capitulo II: Revisão da Literatura


Neste capitulo a autora faz menção aos conceitos e traz algumas teorias
que abordam acerca do papel da supervisão escolar, contudo nele, a autora faz
cruzamento de ideias de vários pensadores de diferentes épocas que abordam
sobre a problemática em alusão.

2.1 Surgimento e evolução da Supervisão escolar


A Supervisão Escolar surgiu em Cincinnatti em 1841 como uma ideia
relacionada a verificação e orientação do processo de ensino e aprendizagem,
sendo que até 1875 estava voltada primordialmente para a verificação das
actividades docentes. No final do século XIX e no início do século XX, a
supervisão passou a preocupar-se com o estabelecimento de padrões de
comportamento bem definidos e de critérios de aferição do rendimento escolar
visando à eficiência do ensino. Uma supervisão preocupada com os resultados
obtidos, o funcionamento da própria escola e estímulo do progresso da
educação (Alonso, 1988).

A partir de 1925, percebe-se uma influência maior das ciências


comportamentais na supervisão e também se observa uma grande tendência
de introduzir princípios democráticos nas organizações educacionais aplicando-
se ao papel do supervisor como líder democrático.

Foi em 1930, que a supervisão assumiu um carácter de liderança, de


esforço cooperativo para alcance dos objectivos, com a valorização dos
processos de grupo na tomada de decisões. Porém, a partir de 1960 a acção
supervisora voltou-se para o currículo, tendo a pesquisa o lugar proeminente
na busca das novas soluções para a melhoria da qualidade do ensino (Assique,
2015)

Portanto foi a partir do seculo XX que foi definido que o objecto específico
da supervisão escolar em nível de escola era o processo de ensino-
aprendizagem. A abrangência desse processo inclui: currículo, programas,
avaliação, métodos de ensino e recuperação, sobre os quais se observam os
procedimentos de coordenação, com finalidades integradora (Alarcão, 2010).
8

2.2 Supervisão
O termo supervisão, vem carregado de vários significados, dentre os quais:
fazer antevisão, dirigir, coordenar, orientar e ate inspeccionar uma determinada
actividade. Assim sendo a que trazermos algumas visões de certos teóricos
que discutem a temática.

Supervisão deve ser definida como sendo uma acção de velar sobre
alguma coisa ou sobre alguém a fim de assegurar a regularidade de seu
funcionamento ou de seu comportamento, sendo ainda importante frisar que
ela significa mais visão (acção de ver), indicando a atitude de ver com mais
clareza uma acção qualquer, no seu sentido estrito pode-se dizer que o termo
significa olhar o todo, dando ideia de visão global (Assique, 2015). Num outro
desenvolvimento assume-se a supervisão como sendo uma tarefa grupal,
assim como os atendimentos, sem interpretações magistrais, mas uma
associação de ideias que vão ser discutidas, analisadas e repensadas (Alonso,
1988).

Tomando como referência o pensamento dos autores acima citados pode-


se dizer que supervisão, apesar de sua conotação muitas vezes ligada a
superioridade, hierarquização, entre outros aspectos é um processo
sistemático onde um profissional mais experiente através de um olhar
abrangente no exercício duma determinada tarefa de área específica, em
coordenação com os profissionais ‘’menos experientes’’, orienta o serviço em
questão com vista a assegurar a regularidade de todas actividades nele
existente para garantir melhores resultados ou esperados.

2.3 Tipos de supervisão

2.3.1 Supervisão Pedagógica


A supervisão pedagógica deve ser entendida como um processo de
orientação aos professores desde a fase da iniciação de suas carreiras
podendo alargar-se durante toda vida do profissional, e que pode ser realizada
por especialistas em supervisão como também por colegas do mesmo contexto
educativo através da interacção, avaliação e auto-avaliação dos autores desta
9

prática estimulando deste modo mudanças no desenvolvimento de


aprendizagem. (Alarcão, 2001)

Em outro desenvolvimento, (Alonso, 1988) avança que a Supervisão


pedagógica pode ser entendida como um processo de trabalho desenvolvido
nas escolas com os professores que visa melhorar a prática educativa e
promover a construção e o crescimento profissional dos seus autores, deste
modo fica evidente que ela esta virada ao apoio pedagógico1.

De acordo com o Manual de Apoio à Supervisão Escolar define-se o apoio


pedagógico como sendo a ajuda aos professores e direcções de escolas na
identificação bem como na procura de soluções dos problemas que dificultam o
processo de ensino-aprendizagem; na identificação e melhoria das
metodologias de ensino com vista a garantir uma boa aprendizagem (MINED,
2013).

Pode-se por isso entender tambem por apoio pedagógico a preparação


constante do trabalho docente através da análise, avaliação e reflexão do seu
papel de modo a capacitá-lo para trabalhar em contextos de mudanças cada
vez mais colocadas pela sociedade (Assique, 2015, p. 97).

2.3.2 Supervisão educacional


Supervisão educacional é um processo que visa o controlo das actividades
educacionais no seu todo, desde o nível macro até a base. Esta supervisão
visa ainda uma boa rotina nos estabelecimentos de ensino e promove um PEA
dinâmico e inovativo e, garante que cada interveniente nele envolvido actue
consoante as suas atribuições. (Macie, 2021).

Supervisão educacional situa, mais amplamente, no que diz respeito as


questões e serviços da educação, a acção supervisora. O educacional,
portanto, extrapola as actividades da escola para alcançar, em nível macro, os

1
Apoio pedagógico é um conjunto de actividades de remediação ou de enriquecimento tendo
em vista ajudar o aprendiz a ultrapassar as dificuldades ou melhorar, de alguma forma, os seus
resultados. (Marques, 2010).
10

aspectos estruturais sistémicos, da educação. Abrange serviços das instâncias


intermediárias e centrais do sistema e da política da educação (Rangel, 2001).

A Supervisão Educacional (SE) exerce um papel importante na criação da


necessária rotina dos processos, não só nos estabelecimentos escolares, como
também nos próprios órgãos gestores centrais, provinciais, distritais, e os de
base. Uma rotina que engloba aspectos como a sistematização dos processos
de relacionamento entre várias instâncias, pontualidade, assiduidade por parte
de todos os membros das respectivas comunidades, correcta planificação,
adequada consentânea implementação do PEA. (Remane, 2015)

2.3.3 Supervisão Escolar


A supervisão escolar significa visão sobre todo o processo educativo, que
determina o alcance dos objectivos educacionais e específicos escolares,
contudo ela consiste no serviço de assessoria a todas as actividades que
tenham influência no processo de ensino e aprendizagem, para que as
necessidades e aspirações dos educandos sejam mais eficientemente
atendidas (Nérici, 1987).

A supervisão escolar, para que possa realizar um trabalho eficaz tem que
obedecer alguns princípios a saber: Científico, democrático, cooperativo,
construtivo, objectiva, permanente, abrangente e avaliativo. Estes princípios
auxiliarão na execução das acções e serão primordiais para que o objectivo do
processo educacional seja alcançado. Todavia, a Supervisão escolar se baseia
em fundamentos filosóficos e científicos (Alarcão, 2010).

Contudo, a supervisão escolar é, pois, acção positiva e democrática


destinada a melhorar o ensino, mediante a formação contínua dos
interessados: educandos, professores, administradores e pais, ou alguma outra
pessoa interessada no problema.

A orientação educacional, em seu aspecto mais geral, visa adaptar o


educando a escola e a comunidade, enquanto a supervisão escolar visa
adaptar a escola ao educando e à comunidade em assistências actividades
11

docentes, de maneira a lhes dar coordenação, unidade e continuidade, para


que a escola alcance os seus objectivos.

Segundo Nérici (1987), a supervisão escolar pode ser exercida em dois


sentidos, pressupondo que seja: sentido geral e sentido particular.

 Sentido geral
Quando se identifica com a inspecção escolar, somente que com outra
atitude que não a de fiscalizar, mas, sim, de ajudar a melhorar a actuação da
escola ao corpo discente a comunidade. A orientação dos trabalhos vem de
fora da escola por intermédio de um inspector ou grupo de inspectores, ou
ainda, de supervisor ou supervisores. (P. 27)

 Sentido particular
Quando se identifica com a orientação pedagógica, exercida pela própria
escola, através do director ou do supervisor, como elemento integrante da
equipa administrativa da escola.
A supervisão escolar identifica os objectivos da escola, visando,
fundamentalmente nos seguintes aspectos: a formação integral do educando e
ao atendimento das necessidades sociais (P. 29).

Segundo Nérici (1973), a supervisão escolar visa adaptar-se ao educando


e à comunidade, e ainda, auxiliar o professor e por isso pode ser tida como "
assistência às actividades docentes, de maneira a dar-lhes coordenação,
unidade e continuidade, para que mais eficientemente a escola alcance os
seus objectivos, (P. 7).

A supervisão escolar é o serviço de assessoria de todas as actividades que


tenham influência no processo ensino, aprendizagem, visando ao seu melhor
planeamento, coordenação e execução; para que mais eficientemente sejam
atendidas as necessidades e aspirações do educando e da comunidade, bem
como mais plenamente sejam efectivos os objectivos gerais da educação e os
objectivos da Escola (Nérici, 1987).
12

Na Visão de um outro autor; a supervisão, implica uma visão de qualidade,


inteligente, responsável, livre, experiencial, acolhedora, empática, serena e
envolvente de quem vê o que se passou antes, o que se passa durante e o que
se passará depois, ou seja, de quem entra no processo para o compreender
por fora e por dentro, para o atravessar com o seu olhar e ver para além dele
numa visão prospectiva baseada num pensamento estratégico (Brzezinski,
2020). Nesta senda um conceito adjacente e verídico aponta que: a supervisão
como sendo uma teoria prática da monitorização e regulação dos processos de
ensino e aprendizagem, desenvolvidas no quadro de uma visão de educação,
como espaço de transformação pessoal e social, assente na reflexividade
profissional e conducente a autonomia do aluno. (Alarcão, 2010).

Na base das assunções acima citadas, entendemos que a supervisão


escolar é de extrema importância para o aprimoramento das competências dos
professores nas suas actividades diárias e no seu crescimento profissional,
também na mudança do comportamento dos educandos na sociedade em que
estão inseridos. Portanto, esta actividade tem como foco a prática pedagógica
do docente para mudar a imagem da escola na sua acreditação como uma
instituição do ensino que se empenha na formação eficiente e eficaz dos seus
alunos, capacitando os professores nas suas tarefas do processo de ensino e
aprendizagem, entendemos que a supervisão escolar é um instrumento guia
que está focalizado na orientação do professor na busca de coordenação de
todas as actividades pré-planificados no plano curricular da escola que
norteiam para aperfeiçoamento da função pedagógica e do aluno, o que remete
nos a ideia de que o supervisor escolar deve ser um especialista na matéria
educativa, para que na base do conhecimento e experiencia acumulado ao
longo do tempo da sua formação e da sua carreira profissional, possa trazer
resultados plausíveis em cada realidade do processo do ensino-aprendizagem
da cada ambiente escolar e do aprendizado do aluno. O supervisor escolar não
tem o papel de criar um novo currículo educativo, mas a sua função é de criar
mecanismos possíveis de trazer uma boa sintonia da coordenação do projecto
educativo e o plano curricular.
13

2.4 Características de actuação do Supervisor escolar


O supervisor deve mostrar condições específicas, características, postura e
formas de actuação, pressupondo que seja:
 Competente, experiente, idóneo, social e cooperativo;
 Criativo, crítico, dinâmico, responsável, comunicativo, respeitável;
 Capaz de apoiar os gestores educacionais, técnicos e professores
na identificação e busca de soluções dos problemas que afectam o
desempenho do sistema educativo;
 Capaz de dominar as políticas, estratégias, documentos
orientadores, normativos e da principal legislação do sector de
educação;
 Conhecedor dos princípios elementares de gestão, planificação e
administração do sistema educativo; (MINEDH, 2013).

Contudo enquanto for supervisor pedagógico o mediador é necessário


exercer as suas actividades com base nas seguintes características:
 Sensibilidade para se aperceber dos problemas e das suas causas;
 Capacidade para analisar, dissecar e conceptualizar os problemas e
hierarquizar as causas que lhes deram origem;
 Capacidade para estabelecer uma comunicação eficaz a fim de perceber
as opiniões e os sentimentos dos professores e exprimir as suas
próprias opiniões e sentimentos;
 Competência em desenvolvimento curricular e em teoria e prática de
ensino;
 Habilidades de relacionamento interpessoal;
 Responsabilidade social assente em noções bem claras sobre os fins da
educação. (Alarcão, 2010).

2.5 O Papel da Supervisão Escolar na Melhoria da Qualidade da Educação


A supervisão pedagógica pode ser entendida como um processo de
trabalho desenvolvido nas escolas com os professores que visa melhorar a
prática educativa e promover a construção e o crescimento profissional dos
seus autores.
14

Uma outra contribuição é feita por Ferreira (2008) que considera a


supervisão como um trabalho de assessoramento aos professores e à equipe
escolar, tendo em vista o desenvolvimento de um projecto colectivo que propõe
mudanças não só nas práticas usuais mas também nas concepções que as
embasam, esse trabalho terá que ser encarado como uma interacção entre
iguais, onde não existe diferença de posições entre os membros do grupo, mas
uma relação de colaboração.
O mesmo autor refere ainda que, para o sucesso desse trabalho de
assessoramento aos professores, algumas condições são imprescindíveis
nomeadamente:
 Manter um clima de abertura, cordialidade, encorajamento fortalecer o
sentimento grupal;
 Trabalhar com professores, propiciando ideias, estimulando e
fortalecendo as lideranças, reflexão sobre a prática, sugerindo, trazendo
contribuições, mostrando caminhos e alternativas;
 Conhecer a legislação, seus limites e brechas, optimizando seu uso em
proveito da escola e dos objectivos educacionais, preocupando-se
sempre com a renovação da escola e das práticas pedagógicas, criando
laços com a comunidade;
 Estimular o desenvolvimento de experiências e seu compartilhamento
com o grupo;
 Atentar para as dificuldades apresentadas pelos professores, criando
mecanismos que permitam a consulta e a discussão do assunto;
 Subsidiar os docentes com informações e conhecimentos actuais sobre
temas complexos, de forma directa ou indirecta, orientando leituras,
dando referências ou propiciando encontros com especialistas na área;
 Actuar junto à administração da escola no sentido de viabilizar encontros
para debates de estudos e intercâmbios, agilizando meios e condições
para tanto.
Retomando as afirmações iniciais, para que a supervisão educacional
ganhe seu verdadeiro sentido no contexto escolar, é necessário despir-se do
autoritarismo que a caracterizou em épocas passadas e assumir seu
verdadeiro papel de estimuladora e organizadora de um projecto de mudança
15

necessária que envolva, de forma responsável, toda a comunidade escolar


(ibidem, p.180).

A supervisão pedagógica reveste-se da máxima importância, visto que


cabe ao supervisor o papel de ajudar o professor a estruturar metodologias
reflexivas, que por sua vez, o ajudarão no seu processo de desenvolvimento
profissional repercutindo-se no desenvolvimento dos seus alunos (Vicente,
2010, p. 2).

A supervisão também pode ser vista como o processo enquadrador da


formação, onde o professor busca a inserção na sua careira seja ela inicial ou
em exercício e tem como função proporcionar e rendibilizar experiências
diversificadas em contextos diferentes, originando interacções, experiências e
transições ecológicas que se constituem em etapas de desenvolvimento
formativo (Alarcão, 2001).

2.6 Tipos de Liderança na supervisão


Supervisão pressupõe liderança para conduzir a mudança de
comportamento das pessoas comprometidas com o processo de ensino-
aprendizagem contudo ela obedece três tipos de liderança, nomeadamente a
autocrática, o laissez-faire e o democrático, (Nerici, 1987).

2.6.1 Liderança autocrática


Na liderança autocrática, o líder é o centro do grupo. Não estabelece
objectivos com o grupo; leva os membros do grupo a aceitarem e atingirem
objectivo pré-estabelecido pelo próprio líder ou por outras pessoas
hierarquicamente superior e é o tipo de liderança que mais se aproxima de
chefia. O líder autocrático dá ordem, toma decisões, informa sobre decisões
tomadas e representa o grupo (Massinga, 2020).

2.6.2 Liderança laissez-faire/ liberal


O tipo de liderança liberal caracteriza-se por uma ausência de liderança,
um grupo entregue a si próprio sem guia ou direcção. O líder, nesse caso,
também parte de um objectivo pré-estabelecido, que será alcançado por
apenas um membro do grupo, ou pelos membros, individualmente, de acordo
16

com as suas aptidões e interesses. A liderança é livre e observa-se a iniciativa


dos membros do grupo. O líder laissez-faire/liberal distribui tarefas e dá
informações quando solicitadas (Macie, 2021).

2.6.3 Liderança democrática


A liderança democrática implica cooperação e participação de todos os
actores na consecução dos objectivos de grupo. O líder democrático:
 Coordena esforços, de modo a torna-los produtivos;
 Inspira o grupo, de modo a leva-lo a encontrar soluções inteligentes;
 Esclarece objectivos, visando a motivar;
 Aproveita ao máximo a capacidade individual dos seus membros.
Com base nos tipos de liderança supramencionados, considera-se que a
supervisão escolar esteja dividida em dois (2) tipos: supervisão autocrática e
supervisão democrática (Nerici, 1987).

2.6.3.1 Supervisão autocrática


A supervisão escolar autocrática é aquela que tem como prioridade a
acção autoritária do supervisor, que determina todas as ordens, sugestões e
direcções para a melhoria do processo de ensino (Nerici, 1987).

A supervisão autocrática, emite ordens e controla o seu comprimento,


funcionando como sendo capaz de encontrar soluções para todas as
dificuldades, qual “repositório da sabedoria didático-pedagógica”. O supervisor
procura impor-se pela autoridade e pela intimidação, ao invés de captar a
confiança e desenvolver a cooperação entre ele e o professor, não utilizando
da possível cooperação entre as partes, sacrificando o seu espírito criador,
dentre outras.

2.6.3.2 Supervisão democrática


Na supervisão escolar democrática a actuação do supervisor é baseada na
liberdade de expressão, respeito, compreensão, e criatividade. O trabalho
desenvolvido não é feito de forma impositiva, e sim, democrática, onde tomada
de decisões envolve todos os responsáveis pelo processo educativo (Macie,
2021).
17

Na supervisão democrática, o supervisor caracteriza-se pela habilidade de


respeitar a individualidade dos seus companheiros de trabalho, estimular a
iniciativa e criatividade dos professores, e, aplicar possíveis normas de
relações humanas, estimulando o espírito de grupo entre os protagonistas do
processo ensino-aprendizagem.

2.7 Modelos de supervisão escolar


Nérici (1987) apresenta os seguintes métodos como os principais para a
supervisão escolar: método científico, método não-directivo, método de faces
múltiplas, método de ajuda mútua, método clínico e de osmose.

2.7.1 Modelo científico


O modelo científico consiste em observar o professor em seu desempenho
magistral para, depois em trabalho individualizado, ser orientado para superar
as suas dificuldades e melhorar a sua acção educativa.

Objectivos de modelos cientificos


 Aperfeiçoamento do processo de ensino-aprendizagem, por meio de
estudo do comportamento do professor em classe;
 Melhor conhecimento sobre o processo de ensino-aprendizagem
(Massinga, 2020).

Estratégia de aplicação do modelo científico


O modelo científico desenvolve-se da seguinte maneira:
 Conferência individual do supervisor com o professor, a fim de explicar
lhe como funciona o método e obter o seu consentimento para observa-
lo em plena aula;
 Análise e interpretação dos dados colhidos durante a observação da
aula;
 A seguir, a conferência individual com o professor, para expor-lhe os
resultados da observação e, através de diálogo amigável, orienta-lo para
a superação dos aspectos negativos constatados;
 Depois, nova observação em plena aula, para observação da melhoria
ou não do seu desempenho, de seguida nova conferencia individual.
18

2.7.2 Modelo não-directivo


O modelo não-directivo consiste na aplicação da não-directiva em
supervisão, oferecendo estímulos e amplas oportunidades para que cada
participante do processo do ensino-aprendizagem tomar consciência do seu
desempenho e, por si, encontre os cominhos necessários para a melhoria da
sua actuação (Massinga, 2020).

Objectivos de modelo não-directivo


O modelo não-directivo concentra-se no aperfeiçoamento do processo de
ensino-aprendizagem, por meio de oportunidades dados ao professor de ter
mais consciência das suas percepções, objectivos, necessidades e aspirações,
o que o auxiliara a desenvolver-se, aumentando lhe a habilidade de analisar,
avaliar e interpretar o que se passa em torno de si e do seu trabalho, ajudando,
assim, a tornar a sua acção pedagógica mais significativa e eficiente.

Estrategias do modelo não-directivo


 O professor relata ao supervisor as suas próprias dificuldades e, de
seguida, elabora o plano de auto-aperfeiçoamento;
 Com base do plano elaborado pelo professor, o supervisor dá a
orientação solicitada ou observa o professor em plena aula, nos
aspectos solicitados pelo professor;
 Após as observações sem plena aula ou de outro qualquer aspecto da
acção do professor, realiza-se a conferência individual. Nessa
conferência, o supervisor deve repetir, com outras palavras, aquilo que o
professor ou o que pretendeu fazer, para constatar que se era aquilo
mesmo que queria dizer ou fazer e, em torno da questão ou questões
em foco, haverá diálogo;
 Os passos seguintes, de desdobramento dos trabalhos e o próprio
professor quem indica, como novas observações, novos diálogos;
 Durante as conferencias individuas, o supervisor, se necessário, fará
perguntas que induzem o professor a melhor analisar ou aprofundar as
suas ideias e, por sua vez o professor é quem toma decisões (P. 89).
19

2.7.3 Modelos de faces múltiplas ou mistas


O Modelo de faces múltiplas consiste na planificação das mais variadas
técnicas de supervisão, que podem variar de caso para caso em função das
características e cada situação e das características de pessoas envolvidas
(Macie, 2021).

Objectivos do Modelo de faces múltiplas ou mistas


O modelo de faces múltiplas visa ao aperfeiçoamento do professor, com
actualização de técnicas que se afiguram mais apropriados a situação e à
pessoa.
Para este modelo, torna-se difícil estabelecer um procedimento, uma vez
que pode variar de caso para caso. E cada caso terá um desenvolvimento
próprio, decorrente de estruturação, em ordem adequada, das técnicas
seleccionadas para cada um. A aplicação deste método requer, por parte do
supervisor:
 Segurança no uso das variadas técnicas de supervisão;
 Bastante prática na utilização das mesmas a fim de aplica-las com
oportunidade e em situação adequadas as mesmas.

2.7.4 Modelos de ajuda mútua ou interpessoal


O Modelo de ajuda mútua consiste em trabalho integrado entre supervisor
e professor, visando ao aperfeiçoamento do processo de ensino-aprendizagem
e, ao mesmo tempo, aperfeiçoamento por cooperação mútua, do supervisor e
professor (Assique, 2015).
Objectivos do modelo de ajuda mútua ou interpessoal
O modelo de ajuda mútua ou interpessoal tem os seguintes objectivos:
 Aperfeiçoamento do processo de ensino-aprendizagem;
 Aperfeiçoamento, por efeito da acção mútua, do supervisor e professor.
O método de ajuda mútua ou interpessoal pode ser desenvolvido da seguinte
maneira:
 Observação de trabalhos de classe, por solicitação do professor e com
base em ficha organizada por cooperação entre o supervisor e
professor;
20

 Conferência individual com o professor, a respeito das observações


efectuadas em classe, como avaliação do supervisor e professor;
 Chegando ambos a um acordo quanto as deficiências recíprocas, há a
elaboração de plano de aperfeiçoamento para ambos, podendo, para tal
fim, serem utilizados as variadas técnicas da supervisão;
 Depois de algum tempo, nova observação em aula, seguida de nova
conferencia para discussão e avaliação dos resultados, e assim adiante.

2.7.5 Modelo clínico


O Modelo clínico consiste fundamentalmente em tornar o supervisor amigo
do professor, a confiança mútua seja mola propulsora do trabalho de seu
aperfeiçoamento pedagógica. A aproximação interpessoal entre supervisor e
professor da início de trabalho de observação da acção didáctica do professor,
afim de torna-la mais integrada e eficiente (Macie, 2021).

Objectivos do Modelo clínico


Os objectivos do método clínico são os seguintes:
 Desenvolver clima de confiança e amizade entre supervisor e professor;
 Desenvolver a capacidade de observação do professor para, na medida
do possível, tornar se o seu próprio supervisor;
 Trabalhar para o crescimento profissional do professor;
 Desenvolver o trabalho da supervisão com base na realidade
profissional do professor, a fim de evitar o mais possível insegurança e
desconfiança
21

Capitulo III: Metodologia da Pesquisa


Tendo em conta a necessidade de compreender o Papel da Supervisão
Escolar na Melhoria da Qualidade da Educação no Ensino Básico, a pesquisa
terá varias opções metodológicas como maneira de sustentar os propósitos
específicos anteriormente enunciados com vista a validar ou não as hipóteses
anteriormente enunciadas.

3.1 Metodologia de abordagem da investigação


Olhando o contexto do papel da supervisão Escolar e pela necessidade de
caracterizá-la na Escola Primaria de Mampinda-Quelimane, achou-se
conveniente optar-se pela abordagem qualitativa, pois centra-se na
objectividade influenciada pelo positivismo, considera que a realidade não só
pode ser compreendida com base na análise de dados brutos, recolhidos com
o auxílio de instrumentos padronizados e neutros, mas também em opiniões
populares que não podem ser mensuráveis (Gerhardt & Silveira, 2009).

3.2 Quanto a natureza da pesquisa


A necessidade de contribuir nas teorias sobre o papel da Supervisão
Escolar de forma a garantir a melhoria da qualidade no Ensino Básico, a autora
baseou-se numa pesquisa aplicada, porque ela tem por objectivo gerar
conhecimentos para a aplicação pratica com base em soluções de problemas
específicos e localizáveis (Gil, 1999).

3.3 Quanto aos objectivos


No presente trabalho, pretende-se de forma clara, para além da
compreensão, a identificação de ferramentas achadas convenientes e eficazes
para a garantia da melhoria do ensino básico, considerado o pilar para a
aquisição de conhecimentos, optou-se pela pesquisa descritiva2. Justifica-se a
escolha deste tipo de pesquisa, a necessidade de demostrar os factos e a
descrição dos fenómenos que motivam o trabalho o trabalho docente e
desperta a consciência de todos envolvidos no processo de ensino e

2
Esse tipo de estudo pretende descrever os fatos e fenómenos de determinada realidade.
22

aprendizagem, a darem seguimento as actividades inerentes ao ensino


(Gerhardt & Silveira, 2009, p. 35).

3.4 Quanto aos procedimentos técnicos


Porque os pressupostos foram baseados em caracteres bibliográficos, pois
era necessário que tivesse um fundamento para garantir os aperitivos sobre a
qualidade da educação no ensino básico, usou-se a pesquisa documental, pois
foi necessário acessar as actas, e os relatórios das reuniões realizadas ao nível
da escola referentes a supervisão escolar realizada tanto interna, quanto
externamente.

Pesquisa bibliográfica utiliza fontes constituídas por material já elaborado,


constituído basicamente por livros e artigos científicos localizados em
bibliotecas. A pesquisa documental recorre a fontes mais diversificadas e
dispersas, sem tratamento analítico, tais como: tabelas estatísticas, jornais,
revistas, relatórios, documentos oficiais (guias) (Fonseca, 2002, p. 37).

Contudo, o trabalho valeu-se das duas modalidades da pesquisa, pois a


revisão da literatura foi baseada em pesquisa bibliográfica, era necessária para
poder antever os prossupostos delas decorrentes, enquanto a pesquisa
documental será necessária no âmbito da busca da informação na instituição
onde pretende-se fazer o estudo.

3.5 Técnicas e instrumentos de Recolha de dados


De modo a fazer jus a temática em estudo privilegiou-se as técnicas de
observação de modo a permitir a autora que para além de pesquisadora faz
parte do grupo alvo, perceber o seu objecto de estudo e os participantes.
Observação consiste no uso de sentidos para apreensão de aspectos
reais, ela permite ver, ouvir e examinar a realidade que se pretende estudar. A
sua importância reside no facto de facilitar a proximidade entre o investigador e
o objecto de estudo. (Gil, 1999).
Outra técnica a por em acção neste estudo é a entrevista. É uma técnica
de interacção social, uma forma de diálogo assimétrico, em que uma das
23

partes busca obter dados, e a outra se apresenta como fonte de informação


(GERHARDT & SILVEIRA, 2009).

A entrevista pode ter carácter exploratório ou ser uma colecta de


informações.
Neste âmbito pelo instrumento que se ira aplicar, usaremos uma entrevista
estruturada. Assim os instrumentos que ira suportar a pesquisa será o
questionário que é um instrumento de colecta de dados constituído por uma
série ordenada de perguntas que devem ser respondidas por escrito pelo
informante, sem a presença do pesquisador. Objectiva levantar opiniões,
crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas. A
linguagem utilizada no questionário deve ser simples e directa, para que quem
vá responder compreenda com clareza o que está sendo perguntado. (Gil,
1999)

3.6 Técnicas de apresentação, analise e discussão dos dados


No acto da apresentação de dados sobre os factos far-se-á a triangulação
dos dados que irão incorporar os dados resultantes das entrevistas;
descobertas, registos e documentos internos. Segundo Yin (2001), a
triangulação fundamentou-se na lógica de se utilizar várias fontes de
evidências. O cruzamento de várias fontes na análise de dados é uma
necessidade e, ao mesmo tempo, um ponto forte muito importante para
estudos de caso, permite examinar evidências dos dados e usando-os para
construir uma conclusão plausível para a pesquisa. (Yin, 2001, p. 25).

3.7 População ou Universo da pesquisa


A população (ou universo da pesquisa) é a totalidade de indivíduos que
possuem as mesmas características definidas para um determinado estudo
(Marconi & Lakatos, 2007).

Neste estudo, será considerada a população toda comunidade escolar da


Escola Primaria de Mampinda, dentre os quais, professores, membros de
24

direcção, membros do conselho de Escola e os Pais e encarregados de


Educação.

3.7.1 Amostra da pesquisa


amostra é parte da população ou do universo, seleccionada de acordo com
uma regra ou um plano e refere-se ao subconjunto do universo ou da
população por meio do qual estabelecemos ou estimamos as características
desse universo ou dessa população. (Marconi & Lakatos, 2007).

Para o presente estudo optou-se por uma amostragem por acessibilidade


ou por conveniência que, de acordo com Gil (2008), constitui o menos rigoroso
de todos os tipos de amostragem. Por via desta estratégia, o pesquisador
selecciona os elementos a que tem acesso, admitindo que estes possam, de
alguma forma, representar o universo. A amostragem por acessibilidade aplica-
se em estudos exploratórios ou qualitativos onde não e requerido um elevado
nível de precisão como o que pretendemos desenvolver.
Assim para a prossecução da presente pesquisa a amostra será
constituída por: 4 professores (2 homens e 2 mulheres), dois supervisores do
sexo masculino e dois membros da direcção (um homem e uma mulher). 2
Membros do Conselho de escola.
25

Referencias Bibliograficas
Alarcão, I. &. (2010). Supervisão da Pratica Pedagógica. Uma pesquisa de
desenvolvimento e aprendizagem. Coimbra: Almedina.

Alarcão, I. (2001). Escola reflexiva e nova nacionalidade. Porto Alegre: Artmed.

Alonso, M. (1988). A Supervisão e o desenvolvimento profissional do professor.


Brazil.

Assique, A. (2015). O contributo da supervisão pedagógica para a melhoria da


qualidade da qualidade do processo de ensino - aprendizagem. Maputo:
Universidade Católica de Moçambique.

Fonseca, J. J. (2002). Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: Apostila.

Gerhardt, T. E., & Silveira, D. T. (2009). Metodos de Pesquisa. Rio Grande do


Sul: UFRGS Editora.

Gil, A. C. (1999). Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas.

Macie, C. (2021). Desafios da Supervisão e Apoio Pedagógico aos Professores


na Escola. Maputo: UEM.

Marconi, M., & Lakatos, M. (2007). Metodologia científica. São Paulo: Atlas.

Massinga, F. (2020). Análise da Influência da Supervisão Escolar no


Aperfeiçoamento do Processo de Ensino e Aprendizagem. Maputo:
Universidade Eduardo Mondlane.

MINEDH. (2013). Guia prático do supervisor pedagógico. Maputo: Ministério da


Educação.

MINEDH. (2013). Plano estratégico de educação/ reunião anual de revisão


desempenho do sector da educação, 2013 = Relatório = (Versão 1,
15/03/2014). Maputo.

Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano. (2019:). Diploma


Ministerial n.º 7/2019:Regulamento Geral de Avaliação do Ensino.
26

Boletim da República (p. 33). Maputo: IMPRENSA NACIONAL DE


MOÇAMBIQUE, E. P. .

Nerici, M. (1987). Introdução a Supervisão Escolar. São Paulo, Brasil: Atlas


editora.

Rangel, M. (2001). Supervisão pedagógica: Princípios e Práticas. Campinas.

Remane, S. (2015). Supervisão pedagógica- Conceitos, procedimentos e


tendências actuais.

Yin, R. K. (2001). Estudo de caso: planejamento e métodos. Porto Alegre:


Bookman.

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