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SÃO GONÇALO
2018
KATIANE OLIVEIRA RAPHAEL DE LIMA
SÃO GONÇALO
2018
INSTRUMENTOS PEDAGÓGICOS E SUA INFLUENCIA NA PRATICA
DOCENTE
Katiane Oliveira Raphael de Lima
Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi
por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daquelas cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim
realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).
RESUMO - O presente trabalho busca demonstrar como alguns instrumentos pedagógicos fundamentais na
pratica docente como currículo, planejamento, avaliação, livro didático e formação docente podem intervir na
prática docente, como influenciam e direcionam de forma positiva ou negativa a ação docente. E como os
docentes se comportam diante destes instrumentos e quais usos fazem dos mesmos em sua rotina escolar.
Primeiramente apresentamos um referencial teórico para elucidar como esses instrumentos estão sendo
abordados no campo educacional e posteriormente um estudo de caso realizado através de uma pesquisa baseada
em questionários fechados com professores de uma escola estadual do Rio de Janeiro situada no município de
São Gonçalo.
ABSTRACT- The present work tries to demonstrate how some fundamental pedagogical instruments in the
teaching practice as curriculum, planning, evaluation, didactic book and teacher training can intervene in the
teaching practice, as they influence and direct in a positive or negative way the teaching action. And how
teachers behave before these instruments and what uses they make of them in their school routine. First, we
present a theoretical framework to elucidate how these instruments are being approached in the educational field
and later a case study carried out through a research based on closed questionnaires with teachers from a state
school in Rio de Janeiro, located in the municipality of São Gonçalo.
INTRODUÇÃO............................................................................................................. 5
1. REFERÊNCIAL TEÓRICO.............................................................................................. 6
1.1 Currículo........................................................................................................................... 6
1.2 Planejamento................................................................................................................... 7
1.3 Avaliação.......................................................................................................................... 8
2. MATERIAL E MÉTODOS......................................................................................
13
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................. 14
5. CONCLUSÃO......................................................................................................... 16
REFERÊNCIAS...........................................................................................................20
5
INTRODUÇÃO
1. REFERENCIAL TEÓRICO
1.1 Currículo
O currículo real é o que acontece no dia a dia, a forma como o currículo formal é
aplicado pelo professor na sala de aula. “Neste contexto, o currículo real é tanto o que sai das
ideias e das pratica dos professores, da percepção e do uso que eles fazem do currículo
formal, como o que fica na percepção dos alunos” (Libâneo e Oliveira apud Platt e Abrahão,
s.d.)
Para Camacho o currículo oculto indica as práticas e mudanças educacionais que
orientam e resultam nas aprendizagens não explicitas e nem propostas pelos projetos
educacionais. Podendo ser considerados como “a aquisição de valores, atitudes, processo de
socialização e formação moral” (RIBEIRO apud CAMACHO, 2010, p.8).
Baseado nestas três formas de currículo torna se possível vislumbrar a possibilidade de
ação do professor e da escola para romper com as imposições verticais impostas pelo
currículo formal, significa dizer que a prática docente dentro do currículo real e oculto pode
se constituir num a prática emancipadora. Onde é possível ao professor fornecer ampliar a
visão do seu aluno, torna-lo um ser crítico e não apenas transformado no que o sistema
determina. Para isso o professor necessita ser questionador, pensar esse poder regulador do
currículo, questionar: “a serviço de quem ou o que está esse poder regulador e como ele nos
afeta? O que ou quem pode ou deve exercê-lo? Qual é o interesse dominante no que é
regulado? Qual grau de tolerância existe na interpretação das normas reguladoras?” Sacristán
(2013, p. 23) Antes de pensarmos o aluno que queremos temos que refletir no tipo de
professor que temos, por que a mudança inicia se primeiramente no docente.
1.2 Planejamento
Mas também é preciso traçar um diagnostico a fim de se ter um ponto de partida para
definir as metas a serem alcançadas. Essas ações são fundamentais na elaboração de um
planejamento assim como a execução e avaliação também.
Apesar da importância do planejamento na ação educativa, muitas das vezes ele não é
implantado na ação pedagógica como deveria, com todas as suas etapas a fim de ser um
instrumento de qualificação da mesma. Falta tempo e conhecimento sobre o ato de planejar
por parte dos docentes, que acabam se apropriando de planejamentos estáticos e que não
cumprem a finalidade adequada de orientar e redirecionar a pratica docente no seu percurso.
1.3 Avaliação
Atualmente a avaliação na escola básica brasileira apresenta sérios problemas, por ser
uma avaliação de caráter classificatório, seletivo, autoritário e punitivo, precisa ser revista a
fim de ser um instrumento de auxilio na mudança do sistema educacional atual. Tem sido
marcada por concepções equivocadas e mecanismos de exclusão.
Esse tipo de avaliação utilizado atualmente encontra se respaldo no sistema de
atribuição de notas, geradas por testes e provas e amplamente difundidas por uma concepção
pedagógica tradicional e tecnicista, onde a avaliação:
(...) é tradicionalmente associada, na escola, á criação de hierarquias de
excelência [grifo do autor]. Os alunos são comparados e depois classificados
em virtude de uma norma de excelência, definida em absoluto ou encarnada
pelo professor e pelos melhores alunos. (PERRENOUD, 1999, p.11)
Sendo assim o atual sistema de avaliação visa manter a atual configuração social, ao
passo que classifica a aprendizagem em níveis inferior, médio e superior de forma estática,
onde essas classificações são registradas e vão acompanhar o educando pelo resto do seu
percurso acadêmico, servindo assim como forma de reproduzir a distribuição social das
pessoas dentro do modelo pedagógico. Com base nesse papel assumido pela avaliação dentro
do contexto escolar Luckesi vai afirmar que:
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Por ser a avaliação um ato politico, a partir do momento em que o professor lança mão
de uma hierarquia de importância no processo avaliativo, ao ponto que define o que é
importante dentro do conteúdo para ser avaliado, cabe ao professor a função de romper com
esse sistema avaliativo imposto por esse modelo de pedagogia liberal conservadora. Onde
para mudar a função da avaliação atualmente utilizada é necessário que o seu ator principal , o
professor participe e se envolva nesse processo de mudança. É preciso que ele tenha claro o
tipo de pedagogia que deseja praticar, definir prioritariamente os rumos de sua ação
pedagógica. É preciso que ele se conscientize e mais que isso ponha em prática essa
conscientização, é necessário que ele entenda as mudanças no rumo da pratica educativa e
isso se concretize na sua pratica diária. É necessário se apropriar da teoria e pôr lá em pratica.
A teoria da qual estamos falando do ponto de vista da avaliação, seria assumir a
avaliação diagnostica, mas ligada a uma vertente pedagógica emancipadora, que enxergue a
avaliação como um ator importante na construção do processo de aprendizagem, sendo capaz
de orientar a prática educativa para obtenção dos resultados desejados. A avaliação deve ser
entendida como um recurso para auxiliar na escolha dos caminhos a seguir durante o processo
de ensino aprendizagem.
Romper com esse sistema que não visa uma avaliação diagnostica que demonstre o
que o aluno aprendeu e ainda não aprendeu com vista ao replanejamento do trabalho
pedagógico que garanta a real aprendizagem dos conteúdos considerados fundamentais é um
passo importante de muitos outros na obtenção de melhores resultados na pratica educativa.
O livro didático no percurso escolar abre espaço para vários pontos a serem discutidos,
como: o mercado editorial, o livro carregado de ideologia, o livro como muleta do professor,
o livro como um instrumento (ferramenta) para o professor. Assumiremos para esta analise a
forma como o livro didático é tratado no Brasil pelas instituições reguladoras do ensino e
pelas editoras responsáveis por sua confecção.
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Esses pressupostos da realidade docente brasileira torna se alvo para editoras de livros
didáticos que por sua vez vão buscar alicerçar seus produtos para atender a realidade precária
vivenciada pelos docentes.
Com base nessa falta de condições é elaborado um material para ser utilizado como um guia a
ser seguido as cegas pelos professores, onde Wilma Siqueira Rosa de Moura, responsável pela
edição na editora Ática, vai dizer em depoimento a Kazumi Munakata, afirma que:
“Não podemos fazer para a escola pública um material que dê trabalho para
o professor, que implique preparação de aula, pesquisa além do livro. Porque
ele não tem onde, não tem recursos, não tem formação para isso. A gente
tem que fazer livros mais mastigadinhos, com aula prontinha do começo ao
fim, que tenha estratégia já indicada para o professor, que não implique
preparação de aula, pesquisa além do livro (Munakata, 1997, p. 151)”
É sobre essa ótica de despreparo e incapacidade docente que são formulados os livros
didáticos. Não só por parte das editoras, mas também por parte do estado, que através das suas
politicas, nesse caso, mas especificamente através do Programa Nacional do Livro Didático, o
PNLD, institui as normas para a criação dos livros didáticos e avalia os mesmos, que serão
classificados e selecionados em listas para serem escolhidos pelos docentes para serem
utilizados nas escolas.
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Partindo e assumindo esse papel importante do professor frente aos livros didáticos é
imprescindível repensar o papel do livro didático em sala de aula, reconhecer que o professor
é quem vai dar significado a esse instrumento no dia a dia, então o principal seria investir na
capacitação docente durante a sua formação para dar subsídios para um trabalho mais
eficiente onde o livro didático se tornaria apenas uma entre vários instrumentos de ensino,
subtraindo assim a sua centralidade no processo de ensino.
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2. MATERIAL E MÉTODOS
O presente estudo trata se de um artigo cientifico, através de uma pesquisa básica, com
uma abordagem sobre a ótica de uma pesquisa exploratória, sobre as principais causas que
influenciam a qualidade da educação básica no Brasil.
Esse estudo é caracterizado por uma pesquisa bibliográfica sobre currículo,
planejamento, avaliação, livro didático e formação docente com intuito de apontar alguns
problemas que estão incutidos no ambiente escolar e que interferem no desenvolvimento de
um trabalho docente de qualidade. Após essa pesquisa buscou se através de um questionário
com perguntas semi-estruturadas a 30 professores de diversas áreas de nível fundamental e
médio de uma escola estadual do município de São Gonçalo, Estado do Rio de Janeiro.
Os dados coletados foram analisados de forma quantitativa e qualitativa buscando
demonstrar a interferência dos fatores analisados na educação básica.
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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Atual em quais níveis de ensino? Fundamental I 0%
Fundamental II e Ensino médio 80%
Ensino médio 20%
Há quanto tempo você trabalha como professor? 1-2 anos 0%
3-5 anos 25%
6 – 10 anos 20%
11 – 15 anos 15%
Mais de 16 anos 40%
Sua formação docente te forneceu subsídios Sim 100% Não
pedagógicos para a prática docente? Muito 25%
Razoável 50%
Pouco 25%
Como você classifica os conhecimentos teóricos Satisfatório 75%
oferecidos durante a sua formação? Razoável 25%
Insatisfatório 0%
Durante a sua formação acadêmica qual foi o seu Muito 15%
contato com o ambiente escolar? Razoável 40%
Pouco 45%
Nenhum 0%
Como foi seu 1º contato com uma sala de aula Muito bom 25%
enquanto professor? Bom 55%
Ruim 15%
Muito ruim 5%
Você fez algum curso de capacitação? Sim 70% Não
Pública 35% 30%
Privada 50%
Pública e Privada 15%
Com que frequência você faz curso de
capacitação?
Quanto tempo você dedica ao seu planejamento 2 horas 25%
semanalmente aproximadamente? 4 horas 35%
6 horas 15%
Mais de 6 horas 25%
Não faz planejamento 0%
Quais materiais você utiliza para planejar suas
aulas?
Qual linha pedagógica você segue? Apesar das linhas pedagógicas citadas percebe
se que os professores não possuem informações
sobre elas e não possuem uma referência bem
estabelecida a ser seguida.
Você segue o currículo? Sim 60%
Parcialmente 40%
Não 0%
Qual importância da utilização currículo para Muito importante 10%
você? Importante 80%
Pouco importante 10%
Sem importância 0%
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5. CONCLUSÃO
A maioria dos professores analisados trabalha nos níveis do ensino fundamental II e
médio, metade deles trabalha a mais de dez anos como docente. Todos os entrevistados
afirmam ter recebido durante a sua formação subsídios pedagógicos para sua prática docente a
maioria em quantidade satisfatória, assim como os conhecimentos específicos de suas
disciplinas.
No que se refere ao contato com o ambiente escolar durante sua formação as respostas
ficam bem divididas onde 55 % considerou ter um contato satisfatório com o ambiente escolar
enquanto 45% considerou pouco esse contato. No entanto, a maioria (80%) considerou bom o
seu primeiro contato em sala de aula como professor.
Com relação à capacitação posterior a sua formação a maioria dos docentes (70%)
buscou se capacitar, seja em universidade publica ou privada, embora essa capacitação ocorra
com pouca frequência.
A respeito do planejamento todos os docentes afirmam realizar e o destacam como o
elemento mais importante dentro do processo educativo apesar de todos realizaram com uma
carga horaria semanal muito baixa, entre 2 e 4 horas semanais, dentre os recursos utilizados
percebe se o papel fundamental que o livro didático desempenha (85%) como fonte de
pesquisa e orientação assim como a internet (90%) na realização dos planejamentos.
No que concerne à linha pedagógica os docentes não possuem uma base sólida que
oriente o seu trabalho, não possuem fundamentação da sua prática, o professor não tem bem
estabelecido teoricamente a sua linha de atuação, um ponto muito importante do
planejamento, um ponto norteador da prática pedagógica.
Quanto ao currículo todos seguem e a maioria (90%) acha importante segui-lo, no
entanto, não de forma rígida, o que revela a importância do currículo, mas a capacidade do
professor de analisar e aplicar de forma crítica os conteúdos selecionados por esse currículo
que muitas vezes reveste se de uma intencionalidade.
No tocante ao livro didático a maioria (65%) utiliza em suas aulas com muita
frequência e considera um instrumento importante no processo educativo. Mas apresentam
um contraditório quando elegem esse item como de menor importância perante alguns
ooutros, como: planejamento, currículo, avaliação.
Com referencia a avaliação ela ainda apresenta um caráter classificatório e tradicional
na maioria dos casos realizadas através do sistema trabalho – teste – prova bimestrais, o que
não auxilia no diagnostico e na solução dos problemas de aprendizagem e ainda é considerado
um elemento pouco importante dentro do processo educativo. Percebe se uma concepção
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equivocada de avaliação, ela não é vista como um elemento que pode redirecionar a prática
pedagógica durante o seu desenrolar para atingir os objetivos desejados.
18
GANDIN, DANILO. O planejamento como prática docente. São Paulo: Loyola, 1997.
Gil, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. Ed. – São Paulo: Atlas, 2010.
PLATT, D. A. & ABRAHÃO, L.T.S. Gestão escolar, currículo e ppp: análise aos eixos
filosóficos fundamentais para a construção na rotina escolar. S/D. 173-186 f. Universidade
Estadual de Londrina. Disponível em: <https://docplayer.com.br/2682511-Gestao-escolar-
curriculo-e-ppp-analise-aos-eixos-filosoficos-fundamentais-para-a-construcao-da-rotina-
escolar.html> Acessado em: 15 Nov. 2018.
21
SILVA, E. T. DA, O professor e o combate à alienação imposta. 5.ed. São Paulo: Cortez,
2002
SORDI, M. R. L. DE. Alternativa propositivas no campo da avaliação: por que não? In:
CASTANHO, Sergio, CASTANHO, Maria Eugênia (orgs). Temas e Textos em metodologia
do ensino superior. Campinas, SP: Papirus, 2001.
VILLAS BOAS, B. M. de F. As praticas avaliativas e a organização do trabalho pedagogico.
1993. 481f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação,
Campinas, SP. Disponível em:
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VILLAS BOAS, B. M. De F. Planejamento da avaliação escolar. Proposições, v.9,n.3,p.19-
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<https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/proposic/article/view/8644114/11552>
Acesso em: 28 Set. 2018