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Esse movimento surgiu no século XVIII na Europa, durante a revolução industrial, e logo se espalhou por
diversos países como: França, Alemanha, Inglaterra, Brasil e Portugal. Ele durou até meados do século XIX,
quando começa o realismo.
Contrário aos valores clássicos de equilíbrio e harmonia, ele se manifestou em diversos campos: literatura,
pintura, escultura, arquitetura e música.
A arte, que antes era de caráter nobre e erudita, passa a valorizar o folclórico e o nacional. Ela ultrapassa as
barreiras da Corte e começa a ganhar a atenção do povo.
Na literatura, o romantismo teve como marco inicial a publicação da obra Os sofrimentos do jovem
Werther (1774), do escritor alemão Goethe.
No Brasil, a literatura romântica tem início com a publicação da obra Suspiros poéticos e saudades (1836), de
Gonçalves de Magalhães. Já em Portugal, ele começa em 1825 com a publicação da obra poética Camões,
escrita por Almeida Garrett.
Características do Romantismo
Com a revolução industrial inglesa, muitos trabalhadores do campo vão trabalhar nas indústrias. Isso
colaborou com o crescimento das cidades e o surgimento de uma classe operária.
Na França, o período é de agitação política e social com a revolução francesa (1789-1799), movimento com
foco na liberdade e igualdade de direitos.
Em 1806, Napoleão Bonaparte, líder militar da revolução, impõe o Bloqueio continental, que pretendia travar
a expansão econômica da Inglaterra, impedindo a entrada de embarcações inglesas em diversos países
europeus.
Como Portugal era um aliado comercial da Inglaterra, não participa do bloqueio continental. Temendo a
invasão de Napoleão, a corte Portuguesa vai para o Brasil em novembro de 1807, aportando no país em
janeiro de 1808.
Com a revolução liberal na cidade do Porto, em 1820, que exigia o retorno da família real do Brasil, Dom
João VI retorna a Portugal. Assim, a elite brasileira começa a arquitetar a independência do país, que se
realiza em 7 de setembro de 1822.
O Romantismo no Brasil
No Brasil, o Romantismo começa anos depois da Independência do país, que aconteceu em 7 de setembro
de 1822.
Livre do controle estabelecido pela metrópole portuguesa, o país começa a buscar uma identidade mais
brasileira que o afastasse dos moldes europeus.
É notório na literatura romântica do país a presença de elementos mais brasileiros, com características do
povo, da cultura e de uma linguagem regionalista.
O marco inicial do movimento romântico no Brasil é a publicação do livro de poesias Suspiros poéticos e
saudades, em 1836, de Gonçalves de Magalhães.
Nesse mesmo ano, foi publicada em Paris a Revista Niterói, que reuniu um grupo de estudantes interessados
em divulgar a cultura brasileira, do qual fazia parte Gonçalves de Magalhães. Por esse motivo, essa
publicação é tida também como precursora do romantismo no Brasil.
• Na poesia lírica e épica: Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias, Casimiro de Abreu, Álvares de
Azevedo, Castro Alves, Junqueira Freire, Fagundes Varela e Sousândrade.
• No romance: José de Alencar, Joaquim manuel de Macedo, Manuel Antônio de Almeida, Visconde de
Taunay e Bernardo Guimarães.
• No teatro: José de Alencar, Gonçalves Dias, Gonçalves de Magalhães, Álvares de Azevedo e Martins
Pena.
Tendo como foco uma literatura nacionalista, eles exploraram temas relacionados com a valorização da
natureza, o povo brasileiro, a cultura popular, o folclore brasileiro e o passado histórico.
Uma das marcas mais relevantes da literatura dessa fase é o indianismo, onde o índio, eleito herói nacional,
torna-se símbolo da pureza e da inocência, sendo apontado de maneira idealizada.
Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios
de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.
O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito
perfumado.
Mais rápida que a corça selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua
guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que
vestia a terra com as primeiras águas.
Influenciada pela poesia pessimista do inglês George Gordon Byron (1788-1824), um dos principais
escritores do romantismo europeu, essa geração também ficou conhecida como Byroniana.
Numa atitude de protesto contra o mundo e a realidade social e política do país, os escritores desse período
mostram desinteresse pela vida. Assim, eles exploram temas como a frustração, a desilusão, o tédio, o
negativismo, a fuga da realidade e a morte.
Minha desgraça (trecho do poema publicado na obra Lira dos vinte anos, de Álvares de Azevedo)
• Álvares de Azevedo (1831-1852) - Obras: Lira dos Vinte anos (1853), Noite na taverna (1855)
e Macário (1855).
• Casimiro de Abreu (1839-1860) - Obra: publicou somente um livro de poesias As primaveras (1859).
• Fagundes Varela (1841-1875) - Obras: Noturnas (1861), Cântico do Calvário (1863) e Cantos e
fantasias (1865).
Os escritores dessa fase são inspirados pela poesia do poeta francês Victor Hugo, que também ficou
conhecida como Geração hugoana.
Nesse período, surge a poesia social, relacionada, sobretudo, com o tema do abolicionismo. Castro Alves, o
“poeta dos escravos”, foi a principal figura do momento, cuja poesia esteve voltada para os problemas
humanos, sem apresentar uma visão idealizada do mundo. Temas como a escravidão e a opressão são os
mais abordados pelo poeta.
• Castro Alves (1847-1871) - Obras: O Navio Negreiro (1869) e Espumas flutuantes (1870).
• Tobias Barreto (1839-1889) - Obras: Amar (1866), A Escravidão (1868) e Dias e noites (1893).
• Sousândrade (1833-1902) - Obras: Harpas Selvagens (1857) e O Guesa (1858 e 1888).
O Romantismo na Europa
O marco inicial do romantismo na Europa foi a publicação da obra Os sofrimentos do jovem Werther, em
1774, do poeta alemão Goethe.
Na Inglaterra, o sentimentalismo romântico é expresso na obra poética de Lord Byron. Além dele, merece
destaque Walter Scott e seu romance histórico Ivanhoé, publicado em 1820.
Na França, destacam-se as obras: Os miseráveis, de Victor Hugo, e A Dama das Camélias, do escritor
Alexandre Dumas Filho.
Em Portugal, as principais obras românticas são: Camões (1825), de Almeida Garrett, e Amor de
perdição (1862), de Camilo Castelo Branco.
Além da prosa, nesse período teve destaque a poesia romântica. Vale lembrar que esse termo pode ser
utilizado para as poesias que envolvem a subjetividade do eu lírico e seus aspectos românticos.
Romantismo no Brasil
Antes de estudar sobre os aspectos mais importantes da poesia romântica, vale mencionar que
o Romantismo no Brasil teve início em 1836, com a publicação da obra “Suspiros Poéticos e Saudades”, de
Gonçalves de Magalhães.
• Primeira Geração: no contexto pós-independência do país, a primeira geração esteve marcada pelo
binômio “nacionalismo-indianismo”.
• Segunda Geração: é chamada de “Mal do Século” ou “Ultrarromantismo” e recebeu grande influência do
poeta inglês Lord Byron.
• Terceira Geração: chamada de “Condoreirismo” ou “Geração Condoreira”, essa fase foi influenciada pela
poesia social do poeta francês Victor Hugo.
Primeira Geração
• Individualismo e egocentrismo
• Eu lírico pessimista
• Temas de amor, morte, medo.
• Fuga da realidade
Terceira Geração
Autores Românticos
Da Primeira Geração Romântica merecem destaque os poetas:
• Gonçalves Dias
• Gonçalves de Magalhães
• Araújo Porto Alegre
• Álvares de Azevedo
• Casimiro de Abreu
• Junqueira Freire
• Fagundes Varela
• Castro Alves
• Sousândrade
A primeira geração é denominada nacionalista ou indianista. A segunda geração romântica foi batizada de
"geração do mal-do-século" e a terceira de "geração condoreira".
Primeira Geração
Também chamada de geração nacionalista ou indianista, foi marcada pela exaltação à natureza, volta ao
passado histórico, medievalismo, criação do herói nacional na figura do índio.
Essa alusão ao indígena deu origem ao nome dessa fase da literatura brasileira.
O sentimento e a religiosidade também são características marcantes da produção literária dos autores da
primeira geração.
Entre os principais poetas podemos destacar Gonçalves Dias, Gonçalves de Magalhães e Araújo Porto
Alegre.
Segunda Geração
É a geração do mal-do-século, que foi intensamente influenciada pela poesia de Lord Byron e Musset. Por
esse motivo, é também chamada de "geração byroniana".
As obras dessa fase da literatura são impregnadas de egocentrismo, negativismo boêmio, pessimismo,
dúvida, desilusão adolescente e tédio constante.
São essas as características do ultrarromantismo, o verdadeiro mal-do-século.
O tema preferido é a fuga da realidade, que se manifesta na idealização da infância, nas virgens sonhadas e
na exaltação da morte.
Os principais poetas dessa geração foram Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire e
Fagundes Varela.
Terceira Geração
A Geração Condoreira foi caracterizada pela poesia social e libertária. Nela estão refletidas as lutas internas
da segunda metade do reinado de Dom Pedro II.
Essa geração sofreu intensamente a influência das ideias de Victor Hugo, de sua poesia político-social.
Em consequência dessa ligação, essa fase da literatura também é chamada de "geração hugoana".
O termo condoreirismo é consequência do símbolo de liberdade adotado pelos jovens românticos: o condor,
águia que habita o alto da cordilheira dos Andes.
Romantismo no Brasil
O início do Romantismo no Brasil é classificado pela chegada da família real, em 1808. É um período de
grande e intensa urbanização, que permite a divulgação de um campo livre de ideias para as novas
tendências europeias.
O romantismo no Brasil é influenciado pelas ideias liberais da Revolução Francesa e a Independência dos
EUA.
Ao mesmo tempo, o país caminhava rumo à própria independência. São os ideais que fazem crescer, após
1822, o nacionalismo, o retorno ao passado histórico, a valorização das coisas da terra e a exaltação da
natureza.
As obras consideradas como marco do Romantismo no Brasil são a Revista Niterói e o livro de
poesias Suspiros Poéticos e Saudades, que foram publicadas em 1836 por Gonçalves Magalhães.
Também influenciam diretamente as ideias da poesia ultrarromântica de Lord Byron e Ivanhoé, de Walter
Scott, na Inglaterra.
A primeira geração romântica em Portugal é caracterizada por autores que ainda utilizavam o modelo do
Neoclassicismo, como Almeida Garret e Alexandre Herculano.
Já a segunda geração romântica em Portugal é representada por uma produção literária enquadrada no
ultrarromantismo.
Esse modelo pode ser visto nas obras de Camilo Castelo Branco e Soares de Passos.
Apresenta uma poesia nacionalista que idealiza a figura do índio, como em I-Juca-Pirama.
Álvares de Azevedo
A poesia de Álvares de Azevedo (1831-1853) é marcada pelas falas de amor, de morte, de donzelas
ingênuas, da virgem sonhadora, filhas do céu, mulheres misteriosas em seus sonhos de adolescentes. São
comuns as frustrações, o sofrimento, a dor e morte.
Lembrança de Morrer
Castro Alves
Diferente dos poetas da primeira geração romântica, Castro Alves (1847-1871) amplia o universo antes
intimista e trata, além do amor, da mulher, do sonho, a coletividade, o abolicionismo e as lutas de classe.