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Iracema

Leticia, Adson, Jeferson, Raissa, Nicole


3º A - M
Resumo do livro

A obra conta a história de amor vivida por Martin, um português, e Iracema


uma índia tabajara. Eles apaixonaram-se quase que à primeira vista. Devido a
diferença étnica, por Iracema ser filha do pajé da tribo e por Irapua gostar
dela, a única solução para ficarem juntos, é a fuga. Ajudados por Poti, Iracema
e Martim, fogem do campo dos tabajaras, e passam a morar na tribo de Poti
(Pitiguara). Isso faz com que Iracema sofra, mas seu amor por Martim é tão
mais forte, que logo ela se acostuma, ou pelo menos, não deixa transparecer. A
fuga de Iracema faz com que uma nova batalha seja travada entre os tabjaras e
os pituguaras. Pois Arapuã quer se vingar de Martin, que "roubou" Iracema,
mas Martim é amigo de Poti, índio pitiguara, que irá protegê-lo.
Além disso, a tribo tabajara alia-se com os franceses que lutam contra os
portugueses, que são aliados dos pitiguaras, pela posse do território brasileiro.
Com o passar do tempo, Martim começa a sentir falta das pessoas que deixou
em sua pátria, e acaba distanciando-se de Iracema. Esta, por sua vez, já
grávida, sofre muito percebendo a tristeza do amado. Sabendo que é o motivo
do sofrimento de Martim, ela resolve morrer depois que der à luz ao filho.
Sabendo da ausência de Martim, Caubí, irmão de Iracema, vai visitá-la e dia
que já a perdoou por ter fugido e dado às costas à sua tribo. Acaba
conhecendo o sobrinho, e promete fazer visitas regulares aos dois.

Conta que Araquém, pai de Iracema, está muito velho e mal de saúde, devido à
fuga de Iracema. Justo no período que Martim não está na aldeia, Iracema dá
luz ao filho, ao qual dá o nome de Moacir.
Sofrendo muito, não se alimentando, e por ter dado à luz recentemente,
Iracema não suporta mais viver e acaba morrendo logo após entregar o filho à
Martim. Iracema é enterrada ao pé de um coqueiro, na borda de um rio, o qual
mais tarde seria batizado de Ceará, e que daria também nome à região
banhada por este rio. Ao meio desta bela história de amor, estão os conflitos
tribais, intensificados pela intervenção dos brancos, preocupados apenas em
conquistar mais territórios e dominar os indígenas.
Contexto histórico

Com a independência política do Brasil, em 1822, surge um novo público leitor


brasileiro, principalmente caracterizado por seu nacionalismo ufanista, do
qual os escritores são seus principais intérpretes. Dessa forma, a ideia de
contribuir para o engrandecimento da nação, revelando o Brasil através de
uma linguagem e de temáticas que pudessem caracterizar o povo brasileiro,
passa a ser o objetivo de muitos escritores do Romantismo. José de Alencar,
em especial, reivindicava uma escrita literária tipicamente brasileira. Em
Iracema, o autor tenta criá-la através do estilo poético e da utilização de
vocábulos indígenas. O indio passa a representar, então, na sua condição de
primitivo habitante do Brasil, o próprio símbolo da nacionalidade e o modelo
francês do bom selvagem, no qual os índios, ignorada toda a sua cultura,
convertem-se em heróis, feitos a imagem de um nobre "cavalheiro branco".
Características românticas em Iracema

Como o Romantismo surgiu na Europa, na França, precisamente, algumas


características não próprias do velho continente como o retorno à Idade
Média, a religiosidade...; outras, são comuns, universais, como o subjetivismo,
sentimentalismo, idealização...; e algumas são mais próprias do nosso
continente, ou brasileiras, como o indianismo e ou nacionalismo, valorização
da natureza, nossas terras, matas, aves, animais…

Iniciando pelas características mais comuns, tentaremos exemplificá-las com


passagens da obra.
Idealização da mulher

Iracema é descrita como:

"A virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos... mais longos que seu talhe de
palmeira. O povo de jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no
bosque como seu hálito perfumado. Mais rápida que a ema selvagem ..." (cap. II).

“A filha de Araquém é mais forte que o chefe dos guerreiros... e vibrou o arco. O
chefe cerrou ainda o punho do formidável tacape; mas pela vez primeira sentiu que
pesava ao braço robusto." (cap. VII).
Sentimentalismo

O sentimentalismo está presente em toda a obra, desde os primeiros


capítulos, principalmente no que diz respeito à personagem Iracema que sabe
Martim ter outra, não acreditando que o que o protagonista sente é a saudade
da pátria e não amor por outra moça.

Há frases em que o autor foi categórico:

"Sofreu mais d'alma que da ferida." (Cap. I)

"O sentimento que ele pôs nos olhos e no rosto, não o sei eu.” (Cap. I)
Subjetividade

O subjetivismo do texto romântico não se caracteriza somente pelo culto do


eu, mas também pela criação de uma história que, mesmo em 3° pessoa, não
deixa de ser subjetiva porque os fatos, personagens, comportamentos,
lugares… são criações não existentes no mundo real.

No livro Iracema, o índio criado por Alencar está longe de ser aquele que vivia
nas matas brasileiras e que ainda não tinha visto o homem branco. A
hospitalidade oferecida a Martim e pelo pajé, Araquém, não foi praticada por
nenhum povo no longo da história.
Nacionalismo

Essa característica foi abundantemente expressa, principalmente pelos


prosadores brasileiros que exaltavam a nova, rica, pujante, encantadora...
terra. Além dos índios que é uma das facetas do nosso nacionalismo, o mundo
da flora e da fauna brasileiras encantavam, razão pela qual esse livro aborda
essa natureza tantas vezes.

“Os rios de água cristalina, os lagos que banhavam a beleza corporal de Iracema, o
mel silvestre que restabelecia a força dos guerreiros nativos, os próprios filhotes da
irara que contribuíram para a alimentação de Moacir” (cap.XXXI), são exemplos
da grandeza da nação, são motivos de orgulho de Alencar, um dos maiores
batalhadores e divulgadores do nosso Brasil.
Valorização de elementos populares

Mito e história se complementam na obra. Iracema vai sendo esmaecida pelo


fator histórico, que é a chegada dos portugueses e a ocupação da terra. É uma
representação do que houve com a população indígena, que foi dizimada ou
sofreu aculturação.
José de Alencar
Sobre o autor

José de Alencar, filho de José Martiniano de Alencar e de Ana Josefina, nasceu


em Messejana, CE, em 1 de maio de 1829, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em
12 de dezembro de 1877.

Com 10 anos de idade ingressou no Colégio de Instrução Elementar. Com 14


anos foi para São Paulo, onde terminou o curso secundário e ingressou na
Faculdade de Direito do Largo de São Francisco.

Foi romancista, dramaturgo, jornalista, advogado e político brasileiro. Foi um


dos maiores representantes da corrente literária indianista.
Obras

Cinco Minutos (1856) Diva (1864)

Cartas Sobre a Confederação dos Iracema (1865)


Tamoios (1856)
Cartas de Erasmo (1865)
O Guarani (1857)
O Juízo de Deus (1867)
Verso e Reverso (1857)
O Gaúcho (1870)
A Viuvinha (1860)
A Pata da Gazela (1870)
Luciola (1862)
O Tronco do Ipê (1871)
Obras

Sonhos d'Ouro (1872)

Til (1872)

Alfarrábios (1873)

A Guerra dos Mascate (1873-1874)

Ao Correr da Pena (1874)

Senhora (1875)

O Sertanejo (1875)

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