Você está na página 1de 15

AULA 7 – Literatura brasileira

ITENS DO PROGRAMA CONHECIMENTO DO CONTEXTO HISTÓRICO-


CULTURAL DOS DIFERENTES PERÍODOS LITERÁRIOS DO BRASIL;
IDENTIFICAÇÃO DE SUAS PRINCIPAIS MARCAS ESTÉTICAS.

O ROMANTISMO (A PROSA)

1. Características da prosa romântica


Contemporânea ao movimento de Independência de 1822, a literatura
romântica sempre expressou seu desejo de formação de uma literatura
brasileira. A prosa romântica pode ser considerada então como o
principal instrumento de construção desse esforço rumo à brasilidade.
Mais do que na poesia, o romance engajou-se no projeto nacionalista,
buscando descobrir e conhecer os espaços nacionais. Da necessidade
de explorar a selva, o campo e a cidade, surgiram o romance indianista
e histórico, o romance regional e o romance urbano:
• Romance indianista e histórico: uma das principais tendências
do romantismo brasileiro, o indianismo encontrou no nativo
brasileiro sua mais autêntica expressão de nacionalidade.
Ganharam destaque nessa fase autores como José de Alencar,
na prosa, e Gonçalves Dias, na poesia.
• Romance regional: comprometido com a missão nacionalista de
conhecer e retratar os quatro cantos do Brasil. Como não havia
um modelo europeu no qual pudessem espelhar-se, os escritores
do romance regionalista construíram seus próprios modelos.
Nesse período, ganham destaque José de Alencar, Franklin
Távora e Visconde de Taunay.
• Romance urbano: Ao colocar em discussão os problemas e
valores vividos nas cidades, retratando a realidade e o cotidiano
da burguesia, o romance urbano alcançou popularidade entre os
leitores brasileiros. Nessa fase, destacaram-se os escritores
Manuel Antônio de Almeida e José de Alencar.
2. A lógica dos possíveis narrativos
O herói romântico consegue superar todas as dificuldades – por maiores
que sejam – em nome de suas crenças, seu altruísmo e seus valores
éticos e morais, na certeza de que o amor é capaz de vencer todas as
barreiras impostas pela sociedade.
Se vocês pararem para pensar no que eu digo, verão que essa é a
estrutura vitoriosa da novela romântica, que continua reinando absoluta,
desde a publicação de Werther, de Goethe, até as novelas da Globo, da
Record e do SBT, em pleno século XXI.
Agora, devemos reconhecer que a tarefa de ser herói não é nada fácil,
diante das constantes tentações e dos ardis dos vilões – que de tudo
farão para testar a integridade do herói – e das convenções impostas
pela sociedade, geradoras do conflito.
Todos sabemos que as histórias da vida real nem sempre têm um final
feliz. Mas lembrem-se do mote, tão caro ao romantismo: as coisas não
são como deviam de ser. Nesse sentido, os romances românticos não
estão preocupados em fazer um retrato fiel da realidade. Claro que as
mazelas sociais apontadas serão sempre desmascaradas em prol de
uma retórica idealizadora, na qual o bem vencerá sempre o mal.
Para que se transformem em heróis, os protagonistas dessas histórias
sofrerão o tempo inteiro – e vocês, junto com eles – diante das
maldades, das mentiras e das intrigas dos eternos vilões, que de tudo
farão para afastar os amantes. Mas a determinação de nossos heróis e
a força moral de seu caráter farão com que eles superem todas as
dificuldades, por maiores que sejam.
Como terminam as novelas? Invariavelmente com um – ou vários –
casamentos, prova inconteste de que nossos heróis foram, enfim,
capazes de transpor todas as dificuldades em nome do amor. O
casamento nada mais seria do que a prova cabal da recompensa maior
por todos os sacrifícios, representando metaforicamente a benção de
Deus. ”E foram felizes para sempre!”.
Mas o mundo é assim? Claro que não! No entanto, lembre-se do mote:
os escritores românticos não estão preocupados em mostrar as coisas
como elas são – e sim como deveriam ser. Claro que se pode
depreender daí que a ideologia romântica é calcada em um intenso
fundo moral.
Nesse sentido, fica claro que, na concepção romântica, o casamento
por dote é uma instituição considerada abominável. Segue trecho de
Senhora, de José de Alencar, no qual Aurélia Camargo utiliza o dinheiro
para “comprar” Fernando Seixas.
A riqueza que Deus me concedeu chegou tarde; nem ao menos permitiu-me o prazer
da ilusão, que têm as mulheres enganadas. Quando a recebi, já conhecia o mundo e
suas misérias; já sabia que a moça rica é um arranjo e não uma esposa; pois bem,
disse eu, essa riqueza servirá para dar-me a única satisfação que ainda posso ter
neste mundo.
Mostrar a esse homem, que não me soube compreender, que mulher o amava, e que
alma perdeu. [...]
Mas não desespere, o suplício não pode ser longo: este constante martírio a que
estamos condenados acabará por extinguir-me o último alento; o senhor ficará livre e
rico.
Proferidas as últimas palavras com um acento de indefinível irrisão, a moça tirou o
papel que trazia passado à cinta, e abriu-o diante dos olhos de Seixas. Era um cheque
de oitenta contos sobre o Banco do Brasil.
- É tempo de concluir o mercado. Dos cem contos de réis, em que o senhor avaliou-
se já recebeu vinte; aqui tem os oitenta que faltavam. Estamos quites, e posso chamá-
lo meu; meu marido, pois é este o nome de convenção.

Enquanto Aurélia Camargo demonstra ter consciência de seu


verdadeiro desprezo aos valores materiais (o que a habilita a tornar-se
heroína), Fernando Seixas chega ao fundo do poço, uma vez que admite
ser comprado.
Para tornar-se herói e ser digno do amor de Aurélia, Seixas terá de
passar por um longo processo de purificação – que inclui não gastar um
único centavo do que havia amealhado – até conseguir seu resgate e
mostrar que, ele também, despreza o casamento por dote, símbolo
maior da valorização dos bens materiais. É natural que esse processo
de recuperação seja extremamente difícil.

3. Principais autores
José de Alencar

• O autor
O cearense José de Alencar nasceu em 1829. Antes de iniciar sua vida literária, atuou
como advogado, jornalista e deputado, chegando até a ocupar o cargo de ministro da
justiça. Aos 26 anos, publicou sua primeira obra: “Cinco Minutos”.

Alencar, considerado o precursor do romantismo no Brasil, transitou por todas as


vertentes da prosa romântica: os romances indianista, urbano, regional e histórico.

Entre os romances indianistas, podemos destacar O Guarani, Iracema e Ubirajara.


Nos romance de costumes, destacam-se Diva, Lucíola e Senhora. Foram também de
sua autoria os romances regionalistas O Sertanejo, O Tronco do Ipê, O Gaúcho e
Til. Dos romances históricos, fazem parte As Minas de Prata e A Guerra dos
Mascates.
A. Romances indianistas

José de Alencar foi mais longe nos romances que completam a trilogia indianista: O
Guarani (1857), Iracema (1865) e Ubirajara (1874). O primeiro fala sobre o
relacionamento amoroso entre o índio Peri e a mulher branca Ceci. O segundo, epopeia
sobre a origem do Ceará, tem como personagem principal a índia Iracema, a "virgem
dos lábios de mel", com "cabelos mais negros que a asa da graúna". O terceiro tem
por personagem Ubirajara, valente guerreiro indígena que, durante a história, cresce
em direção à maturidade. Sua narrativa inovadora foi crucial para o estabelecimento
de um estilo literário com características brasileiras.

• Iracema

Composta de 33 capítulos, a obra relata a história de amor entre a índia Iracema e o


europeu Martim Soares Moreno, encarregado de colonizar a região, atual Ceará.

O primeiro capítulo retrata o final da história, quando Martim e seu filho, Moacir, deixam
as terras do Ceará.

Um jovem guerreiro cuja tez branca não cora o sangue americano; uma criança e um rafeiro
que viram a luz no berço das florestas, e brincam irmãos, filhos ambos da mesma terra
selvagem.
A lufada intermitente traz da praia um eco vibrante, que ressoa entre o marulho das vagas:
— Iracema!...
O moço guerreiro, encostado ao mastro, leva os olhos presos na sombra fugitiva da terra; a
espaços o olhar empanado por tênue lágrima cai sobre o jirau, onde folgam as duas inocentes
criaturas, companheiras de seu infortúnio.

No segundo capítulo, o autor apresenta a protagonista:


Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a
virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos
que seu talhe de palmeira.
O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu
hálito perfumado.
Mais rápida que a corça selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde
campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava
apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas.

É nesse momento que ocorre o encontro com o colonizador. Iracema está se banhando
nas águas do rio e se assusta com uma imagem que nunca vira antes. Sua reação
instintiva foi atirar-lhe uma flecha:

Diante dela e todo a contemplá-la está um guerreiro estranho, se é guerreiro e não algum mau
espírito da floresta. Tem nas faces o branco das areias que bordam o mar; nos olhos o azul
triste das águas profundas. Ignotas armas e tecidos ignotos cobrem-lhe o corpo.
Após ferir o guerreiro branco, Iracema se arrepende e resolve ajudá-lo, levando Martim
até sua tribo. Em lá chegando, Martim conta que havia se perdido, após sair em caçada
com os índios potiguaras (tribo inimiga dos tabajaras).

A partir desse momento, começa a se revelar o amor idealizado e proibido entre os


dois. Iracema é guerreira virgem, cuja virgindade pertence ao Deus Tupã. Afora isso,
Irapuã, chefe dos guerreiros Tabajaras, também é apaixonado por Iracema, o que faz
com que os dois guerreiros tornem-se inimigos. A obra aponta a rivalidade entre Martim
e Irapuã e entre os potiguaras e os tabajaras.

Em nome do amor, a índia abandona sua família, tribo e tradições para viver com
Martim em uma cabana. Poti, amigo tabajara de Martim segue com eles. A gravidez de
Iracema é revelada, e a guerreira dá à luz um filho, chamado de Moacir. Moacir vem
ao mundo no momento em que Poti e Martim saem para lutar. Quando retornam,
Iracema, muito debilitada, acaba morrendo.
O cristão moveu o passo vacilante. De repente, entre os ramos das árvores, seus olhos viram,
sentada à porta da cabana, Iracema com o filho no regaço e o cão a brincar. Seu coração o
arrastou de um ímpeto, e toda a alma lhe estalou nos lábios:
— Iracema!...
A triste esposa e mãe soabriu os olhos, ouvindo a voz amada. Com esforço grande, pôde erguer
o filho nos braços e apresentá-lo ao pai, que o olhava extático em seu amor.
— Recebe o filho de teu sangue. Chegastes a tempo; meus seios ingratos já não tinham alimento
para dar-lhe!

Ao final, Martim retorna ao velho continente com seu filho, o primeiro luso-
brasileiro.

B. Romances urbanos

• Senhora

O livro se divide em quatro partes:

O Preço → Narra a história de Aurélia Camargo. Órfã e pobre, Aurélia ficara noiva
de um rapaz, que a abandona pelo fato de ela não possuir dote. No entanto, dá-se o
inesperado: nossa heroína recebe como herança a fortuna de um avô, que mal
conhecia. Tornando-se inesperadamente rica, a moça passa a ser cortejada pelos
jovens, interessados em sua beleza e em suas posses. Esse jogo de falsidades só faz
acirrar seu desprezo por uma sociedade movida apenas por dinheiro e interesses.

A jovem escreve então uma carta a seu tutor, Lemos, incumbindo-o de arrumar um
casamento com o atual noivo de Adelaide Amaral, Fernando Seixas, o mesmo rapaz
que rompera seu noivado com ela, para ficar com Adelaide, moça rica.
Quitação → Narra com detalhes a história familiar de Aurélia, de como ela ficou rica
e como se deu seu envolvimento com Seixas. Lemos faz a proposta de casamento a
Seixas, que, mesmo sem conhecer a noiva, recebe um adiantamento pelo dote e
aceita o compromisso. Quando apresentado a Aurélia, Seixas sente uma profunda
humilhação, pois percebe que havia caído em uma cilada. Na noite de núpcias, Aurélia
chama seu marido de homem vendido.

Posse → Descreve a rotina de aparências do casal, que desfila de mãos dadas e troca
carinhos e gentilezas em público. Mas os dois, quando sozinhos, trocam palavras
ferinas e acusações. Fernando se vê como um escravo de Aurélia, tendo ela como sua
dona, à qual obedece em todos os seus caprichos.

Não basta a humilhação sofrida pelo fato de Seixas ter sido comprado pelos cem
contos de réis, oferecidos a ele pelo tutor de Aurélia; o quadro se completa com a
vingança da mulher ofendida, que agora toma as rédeas da situação. Impõe-se aí a
perversidade, a ofensa grosseira, o insulto, o desprezo e a flagelação cruel. Indícios
claros de uma relação desigual, marcada pelo poder pessoal, mas mediada pela
coerção social, já que o insulto é velado; o desprezo, soberano; e o flagelo,
dissimulado.

Resgate → Momento em que ocorrem os principais acontecimentos da trama.


Podemos notar a visível transformação de Fernando Seixas, que passa a recusar o
luxo que tanto já desejara. Nosso futuro herói passa então a trabalhar dedicadamente
e faz um negócio importante, graças ao qual arrecada um valor suficiente para
devolver a Aurélia todo o dinheiro do dote. Ele então pede o divórcio. Comprovada a
mudança de Seixas, Aurélia lhe mostra seu testamento, escrito no dia do casamento,
no qual ela deixa para o marido toda a sua fortuna, declarando ainda seu amor por
ele. O casamento romântico, o verdadeiro, finalmente se realiza, e os dois viverão
felizes para sempre.

Em Senhora, a crítica social, calcada na ideologia romântica, é flagrante. Seixas se


revela fruto da sociedade onde foi criado, motivo pelo qual não hesita em tentar
justificar suas ações, culpando os valores sociais que imperavam à época:
A sociedade no seio da qual me eduquei, fez de mim um homem à sua feição; o luxo dourava-
me os vícios, e eu não via através da fascinação o materialismo a que eles me arrastavam.
Habituei-me a considerar a riqueza como a primeira força viva da existência, e os exemplos
ensinavam-me que o casamento era meio tão legítimo de adquiri-la, como a herança e
qualquer honesta especulação.

C. Romances regionalistas
O romantismo regionalista surgiu durante o século XIX, inicialmente nas obras de José
de Alencar, Bernardo Guimarães, Visconde de Taunay e Franklin Távora. A temática
principal, observada nesses textos, é a vida rural da sociedade da época em
determinadas regiões do Brasil, desde o extremo Sul, passando pelo interior
fluminense e o planalto paulista e chegando até o Nordeste.

Esse tipo de prosa tem como projeto a consolidação da identidade nacional através da
representação dos comportamentos, costumes e valores de uma sociedade rural,
totalmente oposta aos padrões da corte.

Os territórios nacionais narrados nos romances regionalistas eram idealizados e


retratados com um tom heroico, a fim de formar uma imagem grandiosa e valorizar
os espaços brasileiros – em contraposição aos modelos europeus, que ainda
influenciavam muito as capitais e a região litorânea.
• O Gaúcho
O livro narra a história de Manuel Canho, um menino que admira muito seu pai, grande
conhecedor de cavalos. Seu pai é assassinado e o filho nunca o esquece. Odeia o
padrasto e, após sua morte, busca vingar o assassinato do pai.

Durante a execução de seu projeto de vingança, Manuel Canho vive peripécias ligadas
à Guerra dos Farrapos, conhecendo a figura épica e lendária de Bento Gonçalves.
Depois de vingado, Manuel apaixona-se por Catita.

Em meio a uma viagem de Manuel, a moça deixa-se envolver por outro homem, mas,
quando Manuel regressa, Catita arroja-se a seus pés, protestando-lhe seu amor.
Manuel tenta afastar-se dela, mas a moça lança-se à garupa de seu cavalo. O livro
termina com os dois cavalgando pelo pampa infinito, numa louca carreira, em meio a
uma paisagem apoteótica de céu encoberto, relâmpagos cortantes e ventos zunindo.

O Gaúcho foi o primeiro livro da série na qual Alencar tenta retratar ambientes
interioranos, afastados do bulício da corte.

• O Sertanejo
Estamos em 1764. Arnaldo, o herói de nossa história, é dono de habilidades especiais.
Forte de corpo e alma, Arnaldo é capaz de se comunicar com os animais e entender a
natureza do sertão. De personalidade forte, honrado como um cavaleiro medieval,
Arnaldo é apaixonado por Dona Flor, a quem adora como uma santa.

Flor é filha do capitão-mor Gonçalo Pires Campelo a quem Arnaldo serve. O capitão é
dono da fazenda “Oiticica”, em Quixeramobim, no interior do Ceará. Rica, bela, jovem,
bondosa e orgulhosa, Dona Flor cresceu com Arnaldo na fazenda e o tem como um
irmão.

Porém, ela e sua família precisarão da coragem de Arnaldo para se proteger das
investidas de Fragoso, filho de fazendeiro rico e acostumado a conquistar o que quer,
nem que, para isso, tenha de usar a violência de uma guerra.

A história gira então em torno do triangulo amoroso entre Arnaldo, Fragoso e Flor, tendo
como coadjuvantes os pais de Flor, Alina (aldeã apaixonada por Arnaldo e amiga de
Flor) e Justa (mãe de Arnaldo, também aldeã).

Alencar deixou este romance inacabado. Fica a cargo da imaginação do leitor sua
conclusão.

• O Tronco do Ipê
Narra a história de um amor envolto em mistérios, à sombra de um crime. A obra retrata
também a decadência da região do café no Rio de Janeiro do século XIX. Traz como
cenário o interior fluminense e trata da ascensão social de um rapaz pobre.

Na obra, retratam-se, com vigor, a casa-grande aristocrática – com sinhás e mucamas,


ioiôs e negros velhos do tempo da escravidão – juntamente com personagens oriundos
da nobreza. O romancista contrasta duas figuras brasileiras de meninas moças: Alice,
com algo de "flor agreste, cheia de seiva, e habituada a se embalar ao sopro da brisa
ou a beber a luz esplêndida do sol" e Adélia com "certo ar de languidez, que se nota
nas flores dos jardins, assim como ocorre com as moças criadas sob a atmosfera
enervadora da cidade".
A história tem como cenário a Fazenda Nossa Senhora do Boqueirão, na zona da mata
fluminense, onde um velho tronco de ipê representa a decadência da fazenda.

Bem próximo, numa cabana, mora o negro Benedito, espécie de feiticeiro, que guarda
o segredo da família. Mário, o personagem central, que viveu desde criança na fazenda,
juntamente com a prima Alice, descobre que o pai da moça, Joaquim, é o assassino de
seu pai.

Desesperado, Mário tenta o suicídio, pois não pode se casar com a filha de um assassino.
Mas o negro Benedito o impede, contando-lhe o segredo: Joaquim não matou o pai de
Mário. Ele foi tragado pelas águas do Boqueirão e está enterrado junto ao tronco do
ipê.

Mário enfim reconcilia-se com a vida e se casa com Alice.

D. Romances históricos

• As minas de prata
A livro é marcado pelo espírito aventuresco, retratando a Bahia do século XVII.

Numa época em que o Brasil, ainda colônia de Portugal, vivia sob constantes ameaças
holandesas e espanholas – além da incômoda presença da Companhia de Jesus – a fortuna
prometida pelas lendárias minas de prata de Robério Dias poderia decidir o destino da
colônia. Para defender sua pátria e seu amor por Inês, Estácio, filho de Robério Dias, teria
que resgatar o roteiro das minas, deixado pelo pai, e enfrentar as mais aventureiras
batalhas.

Estácio, nosso herói, é jovem pobre, corajoso e honrado, que tem pela frente dois desafios:
reabilitar a memória do pai, livrando-o da acusação de "falso" e "embusteiro" (por ter
“inventado” a existência das minas), e superar o preconceito social para casar-se com Inês
de Aguilar, a "princesa inacessível", nobre e rica. Para tanto, faz-se imprescindível a
recuperação do valioso roteiro, para se chegar às minas.

A história é comandada por três personagens, graças aos quais boa parte das ações irá se
desenvolver. O assunto do livro é o famoso roteiro das minas de prata, cuja descoberta se
atribui a Robério. É em torno de uma incansável busca pelo roteiro das minas que todas
as páginas do romance gravitarão.

Aventura, suspense e muita emoção recheiam a história de As minas de prata. O livro


mostra as intrigas políticas, o preconceito social e religioso, os ódios e as paixões. E tudo
o que se faz para tentar conseguir um tesouro!

• A guerra dos mascates


O livro reporta-se à luta travada entre as cidades de Olinda e Recife, nos anos de 1710 e
1711, pelos proprietários de engenhos, ligados a Olinda, que viam com desconfiança a
prosperidade de Recife, onde residiam os mascates, como eram então designados os
comerciantes portugueses.

Para fugir à autoridade de Olinda, então sede da capitania, os recifenses solicitaram do


reino a autonomia do Recife, sua própria vila. Rebelaram-se os de Olinda, que, armados,
apoderaram-se de Recife, depondo o governador e nomeando para o cargo o bispo de
Olinda. Depois de várias lutas, os ânimos foram serenados, conservando Recife sua
autonomia. O romance marca a eterna luta de classes, em que um grupo tenta livrar-se
do domínio do outro.
Manuel Antonio de Almeida
Uma inversão do romantismo convencional.

• O autor
Manuel Antônio de Almeida nasceu no Rio de Janeiro. Filho de pais portugueses pobres e
órfão paterno aos dez anos, o autor teve uma infância carente, diferente da de muitos
escritores de seu tempo, o que o inspirou, na juventude, a escrever sobre a vida e os
costumes das classes mais pobres.

Publicou no Correio Mercantil, sob a forma de folhetins, seu único romance: Memórias
de um Sargento de Milícias (1852-53), escrito com o pseudônimo de "Um Brasileiro." Foi
ainda diretor da Tipografia Nacional e Oficial da Secretaria do Ministério da Fazenda.
Candidatou-se a deputado e, indo para Campos fazer campanha eleitoral, morreu no
naufrágio do Vapor Hermes, ocorrido na costa do Rio de Janeiro.

• Características da obra

Memórias de um Sargento de Milícias promove, na verdade, uma inversão do romantismo


convencional. O humor, presente em narrativas românticas de forma tímida, ocupa agora
o centro, funcionando como eixo condutor das sucessivas trapalhadas em que se mete
nosso protagonista.

Da mesma forma, as personagens de classes sociais mais baixas, que, tradicionalmente,


ocupavam posições secundárias, constituem o núcleo central da trama. O próprio
protagonista, Leonardo, apresenta-se como uma versão “carnavalizada” do herói
romântico.

Descrito como “filho de uma pisadela e de um beliscão”, sua origem é cômica. Crescido,
torna-se um malandro, tentando sobreviver à margem das instituições sociais nas quais
não consegue se enquadrar. A sociedade carioca, retratada em seu livro, não é mais a da
bela aristocracia, que frequentava os melhores lugares da capital, sem preocupações
materiais e em busca permanente de aventuras amorosas.

Seu público-alvo é a periferia, o povo remediado e sofrido, que o autor conheceu desde a
infância. O herói romântico e idealizado cede seu lugar ao anti-herói, sujeito à luta pela
sobrevivência e dedicado a prover suas necessidades básicas, sem espaço para cultivar
ideais de nobreza ou qualidades superiores.

Leonardo, o anti-herói pobre e malicioso, vive das oportunidades e conta com a própria
sorte. Parte da crítica classifica o livro como uma manifestação tardia do “romance
picaresco”, gênero popular espanhol medieval dos séculos XVII e XVIII.

O gênero picaresco caracteriza-se por narrar, em primeira pessoa, os infortúnios de um


pícaro, garoto inocente e puro que se torna amargo, à medida que entra em contato com
a luta pela sobrevivência e que, por isso, terá sempre que agradar aos poderosos. O pícaro
geralmente aceita a mediocridade e acomoda-se na lamentação desiludida, na miséria ou
num casamento que não lhe dá prazer.
Essa não é bem a trajetória de Leonardo. Leonardo não é inocente, tampouco totalmente
abandonado – muito menos amargo – pois há sempre alguém que toma seu partido e
procura favorecê-lo. Nosso anti-herói desafia seus superiores e, por fim, se casa com
Luisinha, sua grande paixão, acumulando cinco heranças e conseguindo uma promoção
com o major Vidigal.

No entanto, existem, de fato, semelhanças entre Leonardo e os personagens picarescos,


em especial quando se mostra a atitude inconsequente e irreverente do protagonista, o
eterno malandro, que aprende a se virar sozinho para sobreviver.

Na verdade, o tom satírico do livro foge completamente ao idealismo romântico vigente à


época. Se há traços românticos em sua obra, eles estão no tom irônico que assume o
protagonista-narrador. Nesse sentido, Leonardo lembra muito Macunaíma, o herói sem
nenhum caráter.1

Nas peripécias de Leonardo, há muito humor, expresso numa linguagem coloquial e direta.
As demais personagens são tipos sociais, caricaturas da sociedade carioca da época de D.
João VI, razão pela qual as narrações e descrições ganham um caráter de crônica de
costumes. Por essa razão, Manuel Antônio de Almeida é considerado como um escritor
de transição do romantismo para o realismo.

• O enredo da história

Por ser originariamente um folhetim, publicado semanalmente, o enredo necessitava


prender a atenção do leitor, com capítulos curtos – e até certo ponto independentes,
contendo um episódio completo. A trama, por isso, é complexa, formada de histórias que
se sucedem e nem sempre se relacionam por causa e efeito.

A narrativa começa pelo relato do primeiro contato entre os pais de Leonardo: Maria da
Hortaliça e Leonardo Pataca, no navio que os traz de Portugal para o Brasil. Ambos trocam
“uma pisadela” e um “beliscão” como sinais de interesse mútuo e passam a namorar. Maria
da Hortaliça abandona o marido e retorna para a terra natal. Pataca, por sua vez, recusa-
se a criar o filho, deixando-o com o padrinho, o Barbeiro, que passa a se dedicar ao menino
como se fosse seu pai.

Pataca se envolve com uma cigana, que também o abandona. Para tentar recuperá-la,
recorre à feitiçaria, prática proibida na época. Flagrado pelo Major Vidigal, conhecido e
temido representante da lei, Pataca vai para a prisão, sendo solto em seguida.

Enquanto isso, seu filho, Leonardo, pouco afeito aos estudos, convence o padrinho a
permitir que ele frequente a igreja na condição de coroinha. O Barbeiro vê ali uma
oportunidade de um futuro para o afilhado. No entanto, Leonardo continua aprontando
das suas e acaba expulso. Conhece o amor na figura de Luisinha, uma rica herdeira, mas
sua aproximação é interrompida pela ação do interesseiro José Manuel, que consegue casar
com a moça.

O Barbeiro morre e deixa uma herança para o afilhado. Leonardo volta a viver com o pai,
mas foge após um desentendimento. Envolve-se com a mulata Vidinha e passa a sofrer as
perseguições do Major Vidigal, caçador dos ociosos do Rio de Janeiro. Para não ser preso,
é forçado a se alistar.

A experiência militar não será menos problemática: Leonardo continuará a participar de


arruaças, desobedecendo seguidamente ao Major. Por isso, acabará preso. Consegue a
liberdade graças à ação de uma ex-namorada de Vidigal, Maria Regalada. Leonardo lhe
promete, em troca, a retomada do antigo afeto. Leonardo não só é solto, como também é
promovido a sargento da tropa. Reencontra-se com Luisinha, então recém-viúva, e os dois
reatam o namoro. Ainda com a ajuda do Major Vidigal, Leonardo se torna sargento.

1
Macunaíma será tratado nas aulas de modernismo , que virão mais tarde.
Visconde de Taunay

• O autor
Alfredo d’Escragnolle Taunay (1843-99) nasceu no Rio de Janeiro. Bacharel em Ciências e
Letras pelo Colégio Pedro II, cursou Ciências Físicas e Matemáticas na Escola Militar.
Recebeu uma educação familiar de espírito e gosto, típica dos naturalistas e pintores do
“pitoresco”, especialmente franceses e alemães. Essa educação lhe daria certo destaque
em nosso meio literário, artístico e social.

Sua obra-prima, Inocência (1872), consolida a maior fase de sua carreira como escritor.
Com uma vasta experiência de guerra – participou da guerra do Paraguai – e de sertão,
reproduziu com precisão o cenário sertanejo, com seus tipos humanos e normas rígidas de
comportamento social e familiar, equilibrando ficção e realidade, valores da realidade bruta
do sertão e valores românticos, linguagem culta e regional.

Mesmo com um enredo sentimental, Inocência apresenta alguns traços da prosa realista,
ao documentar, a realidade presente nos sertões mato-grossenses. É nesse ponto que
Taunay critica a postura de Alencar, afirmando que o romancista cearense falava de uma
natureza idealizada, bem distante do que Taunay havia presenciado na realidade.

• O enredo de Inocência
No livro, o autor descreve o amor impossível entre Cirino e Inocência, os quais viveram
uma paixão incondicional desde o primeiro encontro. Inocência era uma pobre moça, que
vivia isolada em seu quarto, devido ao autoritarismo e conservadorismo de seu pai, o
senhor Pereira, que já havia prometido a mão da filha em casamento para seu capataz:
Manecão.

Porém, Cirino, um médico desconhecido, havia se hospedado na casa do senhor Pereira


para tratar de Inocência, que há dias padecia de uma forte febre. Assim que vê Inocência,
Cirino perde-se de amor por ela.

Como Inocência estava prestes a se casar com Manecão, a solução encontrada foi falar
com o padrinho da jovem, Antônio Cesário, para que intercedesse em favor da afilhada,
acreditando que o compadre Pereira, pai de Inocência, acataria o que Cesário lhe pedisse.

Como não aguentasse mais esperar, Cirino foi à casa de Cesário, no mesmo dia em que
Manecão fora visitar a noiva. Chegando lá, Inocência disse ao noivo que não o amava e
que não se casaria com ele, pois amava outro homem.

Indignado com a traição de Inocência e Cirino, Pereira atira a filha no chão, que bate a
cabeça na parede e mais tarde virá a falecer. Cirino acabou sendo morto por Manecão,
com um tiro na cabeça.
Questões de concursos:

O que os olhos não virem o seu coração não vai sentir.


Considere as seguintes afirmações sobre essa frase, utilizada em uma propaganda de
software para empresas:
I. Contém um erro de conjugação verbal, no uso de “virem” em lugar de “verem”.
II. Expressa ideia de futuro por meio da locução “vai sentir”, que equivale a “sentirá”.
III. Resulta da reelaboração de um conhecido provérbio popular.

Está correto apenas o que se afirma em


A. III.
B. I e II.
C. I.
D. II.
E. II e III.

2. Levando-se em conta a norma-padrão escrita da língua portuguesa, das frases abaixo,


a única correta do ponto de vista da regência verbal é:
A. A cidade tem características que a rendem, ao mesmo tempo, críticas e elogios.
B. Para você evitar o estresse, é imprescindível seguir o estilo de vida que mais o
interesse.
C. É importante prezar não só a ordem, mas também a liberdade.
D. Sua distração acarretou em grandes prejuízos para todo o grupo.
E. Alguém precisa se responsabilizar da abertura do prédio na hora combinada.

As questões 3 e 4 (FGV) referem-se ao texto I


Texto I
Brasil (Oswald de Andrade)

O Zé Pereira chegou de caravela


E preguntou pro guarani da mata virgem
— Sois cristão?
— Não. Sou bravo, sou forte, sou filho da Morte
Teterê tetê Quizá Quizá Quecê!
Lá longe a onça resmungava Uu! ua! uu!
O negro zonzo saído da fornalha
Tomou a palavra e respondeu
— Sim pela graça de Deus
Canhem Babá Canhem Babá Cum Cum!
E fizeram o Carnaval

Considere as seguintes anotações, referentes ao poema de Oswald de Andrade:


I. Mistura de registros, níveis de linguagem e pessoas verbais incompatíveis entre si
II. Paródia das narrativas que pretendem relatar a fundação do Brasil.
III. Glosa humorística do tema habitual das “três raças formadoras” do povo brasileiro.
3. Contribui para o caráter carnavalizante do poema o que se encontra em
A. II e III, somente.
B. II, somente.
C. I, II e III.
D. I e II, somente.
E. I, somente.
4. Entre as estratégias expressivas de que se vale o poema, só não se encontra
A. reprodução da variante oral-popular da linguagem.
B. referência a verso célebre da literatura brasileira, extraído de “I-Juca-Pirama”, de
Gonçalves Dias.
C. estrutura semelhante à do “poema piada”, praticado no modernismo.
D. utilização de versos brancos e de versos livres.
E. citação de expressões do tupi-guarani, do francês e da língua iorubá.

As questões 5 e 6 (FGV) se referem ao texto II

Texto II
Sua história tem pouca coisa de notável. Fora Leonardo algibebe em Lisboa, sua pátria;
aborrecera-se, porém, do negócio e viera ao Brasil. Aqui chegando, não se sabe por proteção de
quem, alcançou o emprego de que o vemos empossado, e que exercia, como dissemos, desde
tempos remotos. Mas viera com ele no mesmo navio, não sei fazer o quê, uma certa Maria da
hortaliça, quitandeira das praças de Lisboa, saloia rochonchuda e bonitota. O Leonardo, fazendo-
se-lhe justiça, não era nesse tempo de sua mocidade mal-apessoado, e sobretudo era maganão.
Ao sair do Tejo, estando a Maria encostada à borda do navio, o Leonardo fingiu que passava
distraído por junto dela, e com o ferrado sapatão assentou-lhe uma valente pisadela no pé direito.
A Maria, como se já esperasse por aquilo, sorriu-se como envergonhada do gracejo, e deu-lhe
também em ar de disfarce um tremendo beliscão nas costas da mão esquerda. Era isto uma
declaração em forma, segundo os usos da terra: levaram o resto do dia de namoro cerrado; ao
anoitecer passou-se a mesma cena de pisadela e beliscão, com a diferença de serem desta vez
um pouco mais fortes; e no dia seguinte estavam os dois amantes tão extremosos e familiares,
que pareciam sê-lo de muitos anos.
Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um sargento de milícias

5. No excerto, narram-se as circunstâncias em que travaram conhecimento Leonardo


(Pataca) e Maria (da hortaliça), a bordo do navio que, procedente de Portugal, iria
desembarcá-los no Rio de Janeiro.
Considere as seguintes afirmações referentes ao excerto:
I. A narrativa é isenta de traços idealizantes, seja no que se refere às personagens, seja
no que se refere a suas relações amorosas.
II. O ângulo de representação privilegiado pelo romancista é o da comicidade e do humor.
III. A vivacidade da cena figurada no excerto deve-se à presença de um narrador-
personagem, que participa da ação.

Está correto o que se afirma em


A. I, somente.
B. I e II, somente.
C. III, somente.
D. II e III, somente.
E. I, II e III.
6. Embora de fato pertençam ao romantismo, as Memórias de um sargento de milícias
não apresentam as características mais típicas e notórias desse movimento. No entanto,
analisando-se o trecho aqui reproduzido, verifica-se que nele se apresenta o seguinte
traço do romantismo:

A. preferência pela narração de aventuras fabulosas e extraordinárias.


B. tendência a emitir juízos morais sobre as condutas das personagens.
C. livre expressão de conteúdos eróticos incomuns e chocantes.
D. tematização da vida cotidiana.
E. busca do raro e do exótico, como meio de fuga da realidade burguesa.

Texto III (FGV)


Sextilhas românticas (Manuel Bandeira)
Paisagens da minha terra,
Onde o rouxinol não canta
- Mas que importa o rouxinol?
Frio, nevoeiros da serra
Quando a manhã se levanta
Toda banhada de sol!

Sou romântico? Concedo.


Exibo, sem evasiva,
A alma ruim que Deus me deu.
Decorei "Amor e medo",
"No lar", "Meus oito anos"... Viva
José Casimiro Abreu!

Sou assim, por vício inato.


Ainda hoje gosto de *Diva*,
Nem não posso renegar
Peri, tão pouco índio, é fato,
Mas tão brasileiro... Viva,
Viva José de Alencar!

7. Considere as seguintes afirmações sobre as expressões ”onde”, “ruim” e “nem não”,


retiradas, respectivamente, das estrofes 1, 2 e 3.

I. “onde” constitui a chamada licença poética, uma vez que, no contexto e de acordo com a norma-
padrão, o correto seria empregar “aonde”;
II. “ruim” deve ser pronunciado de acordo com a variante popular da língua, isto é, como
monossílabo, tendo em vista a métrica adotada no poema;
III. “nem não”: trata-se da dupla negativa, uso típico da oralidade, já incorporado pela língua
escrita padrão.

Está correto apenas o que se afirma em


A. II e III.
B. II.
C. I e III.
D. III.
E. I.
8. Em quatro das alternativas que se seguem, registram-se características que, presentes
no excerto, atestam a filiação romântica declarada pelo poeta. A única alternativa em que
isso não ocorre é:

A. nacionalismo.
B. transfiguração da natureza.
C. apreço pela formação da literatura brasileira.
D. expressão enfática do sujeito individual.
E. ambivalência de sentimentos do poeta quanto ao assunto do texto.

9. A afirmação “Peri, tão pouco índio, é fato”, justifica-se, principalmente, na medida em


que, em O Guarani (1857)

A. a composição dessa personagem é feita segundo os cânones do movimento


indianista romântico, marcadamente convencionais.
B. o autor, ainda romancista iniciante, desconhece as técnicas de representação
literária do homem selvagem.
C. essa personagem é constituída pela transposição, para a figura de um índio, das
ideias da personagem Rastignac, de Chateaubriand, autor que muito influenciou
Alencar.
D. essa personagem encarna o antilusitanismo que se expressa em cada detalhe da
obra, e não o indígena real.
E. O índio alencarino é construído sobre os modelos nativistas firmados, no século
XVIII, pelos poemas épicos Cartas Chilenas e I-Juca Pirama.

10. Observando as recomendações quanto à colocação dos pronomes oblíquos átonos,


pode-se afirmar que está correta a frase:

A. O dinheiro que entreguei-lhe era meu.


B. No curso de Pedagogia estudaria-se provavelmente História da Educação.
C. Nunca enganamo-nos a esse respeito.
D. Em tempos de vacas magras, compra-se o indispensável.
E. Caso procurem-me, diga que viajei.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Gabarito E C C E B D B E A D

Você também pode gostar