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PROSA E POESIA
Estilo e temática voltados para as questões sociais de sua época. Olhar mais
objetivo sobre a realidade. Poesia engajada;
Cultura urbana em desenvolvimento valorizando ideais democráticos
(República);
Denúncia social e repulsa à condição do ser humano escravizado (abolição);
GUIMARÃES, B. O ermitão de Muquém. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 7 out. 2015.
O texto de Bernardo Guimarães é representativo da estética romântica. Entre as marcas
textuais que evidenciam a filiação a esse movimento literário está em destaque a
a) referência a elementos da natureza local.
b) exaltação de Itajiba como nobre guerreiro.
c) cumplicidade entre o narrador e a paisagem.
d) representação idealizada do cenário descrito.
e) expressão da desilusão amorosa de Guaraciaba.
Questão 1
O enunciado pede que identifiquemos uma das características da prosa romântica presente
em uma das opções. Aqui, vemos um fragmento que nos mostra uma mulher se declarando
ao índio Itajiba. Esta declaração se dá por meio de comparações e referencias explicitas à
natureza, como por exemplo: “Itajiba, tuas falas são mais doces para minha alma que os
favos da jataí, ou o suco delicioso do abacaxi”. Nesse sentido, a letra A se estabelece como o
gabarito da questão.
2. (ENEM – 2016)
Seixas era homem honesto; mas ao atrito da secretaria e ao calor das salas, sua
honestidade havia tomado essa têmpera flexível da cera que se molda às fantasias da
vaidade e aos reclamos da ambição.
Era incapaz de apropriar-se do alheio, ou de praticar um abuso de confiança; mas
professava a moral fácil e cômoda, tão cultivada atualmente em nossa sociedade.
Segundo essa doutrina, tudo é permitido em matéria de amor; e o interesse próprio tem
plena liberdade, desde que se transija com a lei e evite o escândalo.
Devido à temática voltada para o questionamento dos valores sociais, podemos afirmar
que este romance urbano possui aspectos voltados para o olhar mais aguçado em
relação à realidade externa.
No fragmento em questão, o autor nos apresenta Seixas, um homem que era honesto,
mas desvirtuou-se. Segundo o autor, apesar de não ir contra a lei, o homem, não era
ético. Além disso, por meio de uma crítica, José de Alencar reforça que tal prática era
comum e aceitável para a sociedade.
Observamos que o autor apresenta resistência quanto à relativização de atitudes éticas,
tonando a letra A o gabarito da questão.
3. (ENEM – 2009)
“A escrava Isaura”, romance de Bernardo Guimarães, retrata a vida Isaura, uma escrava
branca que, apesar da sua condição, estudou e vive na casa dos seus senhores. A obra se
trata de um romance regionalista e possui marcas do condoreirismo. A história é idealizada
e não representa, de fato, a vida das mulheres escravizadas no Brasil.
Para acertar a questão, devemos fazer um paralelo do que Isaura vive com o que, na
realidade, foi a vida das mulheres escravizadas no Brasil. Por esse motivo, o gabarito da
questão é a alternativa C, pois, após a leitura do fragmento percebemos que os problemas
de Isaura não apresentam a realidade vivenciada por essas mulheres.
4. (ENEM – 2015)
Quem não se recorda de Aurélia Camargo, que atravessou o firmamento da corte como
brilhante meteoro, e apagou-se de repente no meio do deslumbramento que produzira seu
fulgor? Tinha ela dezoito anos quando apareceu a primeira vez na sociedade. Não a
conheciam; e logo buscaram todos com avidez informações acerca da grande novidade do dia.
Dizia-se muita coisa que não repetirei agora, pois a seu tempo saberemos a verdade, sem os
comentos malévolos de que usam vesti-la os noveleiros. Aurélia era órfã; tinha em sua
companhia uma velha parenta, viúva, D. Firmina Mascarenhas, que sempre a acompanhava na
sociedade. Mas essa parenta não passava de mãe de encomenda, para condescender com os
escrúpulos da sociedade brasileira, que naquele tempo não tinha admitido ainda certa
emancipação feminina. Guardando com a viúva as deferências devidas à idade, a moça não
declinava um instante do firme propósito de governar sua casa e dirigir suas ações como
entendesse. Constava também que Aurélia tinha um tutor; mas essa entidade era
desconhecida, a julgar pelo caráter da pupila, não devia exercer maior influência em sua
vontade, do que a velha parenta.
A questão toma por base uma passagem do romance O sertanejo, do romântico brasileiro José de
Alencar (1829-1877).
O sertanejo
O moço sertanejo bateu o isqueiro e acendeu fogo num toro carcomido, que lhe serviu de braseiro
para aquentar o ferro; e enquanto esperava, dirigiu-se ao boi nestes termos e com um modo afável:
– Fique descansado, camarada, que não o envergonharei levando-o à ponta de laço para mostrá-lo
a toda aquela gente! Não; ninguém há de rir-se de sua desgraça. Você é um boi valente e destemido;
vou dar-lhe a liberdade. Quero que viva muitos anos, senhor de si, zombando de todos os vaqueiros
do mundo, para um dia, quando morrer de velhice, contar que só temeu a um homem, e esse foi
Arnaldo Louredo.
O sertanejo parou para observar o boi, como se esperasse mostra de o ter ele entendido, e
continuou:
– Mas o ferro da sua senhora, que também é a minha, tenha paciência, meu Dourado, esse há de
levar; que é o sinal de o ter rendido o meu braço. Ser dela, não é ser escravo; mas servir a Deus, que a
fez um anjo. Eu também trago o seu ferro aqui, no meu peito. Olhe, meu Dourado. O mancebo abriu a
camisa, e mostrou ao boi o emblema que ele havia picado na pele, sobre o seio esquerdo, por meio do
processo bem conhecido da inoculação de uma matéria colorante na epiderme. O debuxo de Arnaldo
fora estresido com o suco do coipuna, que dá uma bela tinta escarlate, com que os índios outrora e
atualmente os sertanejos tingem suas redes de algodão.
Depois de ter assim falado ao animal, como a um homem que o entendesse, o sertanejo
tomou o cabo de ferro, que já estava em brasa, e marcou o Dourado sobre a pá esquerda.
– Agora, camarada, pertence a D. Flor, e portanto quem o ofender tem de haver-se
comigo, Arnaldo Louredo. Tem entendido?... Pode voltar aos seus pastos; quando eu
quiser, sei onde achá-lo. Já lhe conheço o rasto.
O Dourado dirigiu-se com o passo moroso para o mato; chegado à beira, voltou a
cabeça para olhar o sertanejo, soltou um mugido saudoso e desapareceu.
Arnaldo acreditou que o boi tinha-lhe dito um afetuoso adeus.
E o narrador deste conto sertanejo não se anima a afirmar que ele se iludisse em sua
ingênua superstição
José de Alencar. O sertanejo. Rio de Janeiro: Livraria Garnier, [s.d.]. tomo II, p. 79-80. Adaptado.
Analise o fragmento abaixo:
Ser dela, não é ser escravo; mas servir a Deus, que a fez um anjo.
Com esta visão que o sertanejo tem de sua senhora, fica perfeitamente caracterizado no
relato um dos traços fundamentais da literatura do Romantismo:
a) animização.
b) idealização.
c) escapismo.
d) condoreirismo.
e) Mal do Século.
Questão 5
Percebam a idealização presente no trecho destacado faz com que o ato de der escravizado não
estabeleça aspectos realistas. A idealização, uma das principais características do Romantismo,
apresenta-se de diferentes maneiras, sendo esta, neste caso, por meio da idealização de uma
personagem e a situação de ser escravizado.
1. (ENEM – 2020)
Desta vez, percebemos a representação feminina sendo apresentada por meio do eu lírico.
Vemos que há uma forte relação entre o estado emocional e a natureza apresentada ao longo
do poema, como em: “Eu sou aquela flor que espero ainda/Doce raio do sol que me dê vida”.
Portanto, o gabarito é a letra D.
2. (ENEM – 2020) [...]
Pois bem! Quando um dia na sombra do vale
O laço de fita Abrirem-me a cova... formosa Pepita!
Não sabes, criança? 'Stou louco de amores... Ao menos arranca meus louros da fronte,
Prendi meus afetos, formosa Pepita. E dá-me por c'roa...
Teu laço de fita.
Mas onde? No templo, no espaço, nas névoas?!
Não rias, prendi-me ALVES, C. Espumas flutuantes. Disponível em:
www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 8 ago. 2015
Num laço de fita. (fragmento).
Na selva sombria de tuas madeixas,
Nos negros cabelos de moça bonita,
Fingindo a serpente qu'enlaça a folhagem,
Formoso enroscava-se
O laço de fita.
Exemplo da lírica de temática amorosa de Castro Alves, o poema constrói imagens caras ao
Romantismo. Nesse fragmento, o lirismo romântico se expressa na
a) representação infantilizada da figura feminina.
b) criatividade inspirada em elementos da natureza.
c) opção pela morte como solução para as frustrações.
d) ansiedade com as atitudes de indiferença da mulher.
e) fixação por signos de fusão simbólica com o ser amado.
Questão 2
Aqui, há uma forte presença de um lirismo romântico e o enunciado pede que identifiquemos
a alternativa que expressa como esse lirismo se dá no texto. Percebam que, ao longo do
poema, o eu lírico demonstra uma fixação com o “laço de fita” e com a utilização do vocativo
“pepita”, relacionando os dois símbolos à mulher amada.
3. (ENEM – 2014)
Soneto
Apreço pela morte;
Oh! Páginas da vida que eu amava, Angústia existencial;
Rompei-vos! nunca mais! tão desgraçado!… Tormento constante;
Ardei, lembranças doces do passado! Apego ao amor de mãe e irmã;
Quero rir-me de tudo que eu amava! Exacerbação romântica;
Escapismo.
E que doido que eu fui! como eu pensava
Em mãe, amor de irmã! em sossegado
Adormecer na vida acalentado
Pelos lábios que eu tímido beijava!
Embora — é meu destino. Em treva densa
Dentro do peito a existência finda
Pressinto a morte na fatal doença!
A mim a solidão da noite infinda
Possa dormir o trovador sem crença.
Perdoa minha mãe — eu te amo ainda!
AZEVEDO, A. Lira dos vinte anos. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
A produção de Álvares de Azevedo situa-se na década de 1850, período conhecido na
literatura brasileira como Ultrarromantismo. Nesse poema, a força expressiva da
exacerbação romântica identifica-se com a(o)
a) amor materno, que surge como possibilidade de salvação para o eu lírico.
b) saudosismo da infância, indicado pela menção às figuras da mãe e da irmã.
c) construção de versos irônicos e sarcásticos, apenas com aparência melancólica.
d) presença do tédio sentido pelo eu lírico, indicado pelo seu desejo de dormir.
e) fixação do eu lírico pela ideia da morte, o que o leva a sentir um tormento constante.
Questão 3