Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Semana 13
Diogo Mendes
(Maria Carolina)
05/05 Romantismo -
Poesia - 2ª e 3ª
geração
11:00
21:00
11:00
21:00
19/05 Realismo e
Naturalismo
11:00
21:00
11:00
21:00
12
Romantismo mai
Prosa
01. Resumo
02. Exercício de Aula
03. Exercício de Casa
04. Questão Contexto
RESUMO
✓ Chegadas das missões estrangeiras (científicas
O Romantismo e culturais);
✓ Surgimento da imprensa nacional;
O Romantismo é, sem dúvidas, um dos maiores mo- ✓ Revolução Industrial;
vimentos literários do século XIX. Baseado em ca- ✓ Era Napoleônica;
racterísticas como a subjetividade, a idealização ✓ Revolução Francesa.
amorosa, a fuga à realidade e o nacionalismo, suas
influências marcaram não só a arte, como a cultura
e os costumes daquele momento, que retratavam os O Romance Indianista
valores burgueses da época. Diferente da poesia, a
prosa é uma modelo de texto escrito em parágrafos, No romance indianista, é comum vermos a constru-
narrando os acontecimentos de um enredo junto a ção da imagem de índio de forma heróica, como o
um grande aspecto descritivo. salvador da nação a fim de implantar um sentimen-
to de amor à pátria. Sua imagem é aproximada a de
um cavaleiro medieval, ideal propagado na Europa
durante a Idade Média. Além disso, a natureza não
atua como plano de fundo e ganha vitalidade, força,
fazendo com que muitas das vezes haja uma noção
de personificação do ambiente natural, como tam-
52
bém a associação ao meio selvagem.
Lit.
tal como a apresentação de suas diferenças, como
costumes, linguagens, hábitos, entre outros. Algu-
A prosa romântica, em especial, se subdivide em mas obras de destaque são “O Guarani”, “Iracema” e
quatro tipos de romance: o regionalista, o indianista, “Ubirajara”, todas de José de Alencar.
o urbano e o histórico. A valorização da individuali-
dade permitiu que inúmeros autores retratassem as
diferentes características do Brasil, que estava mar- O Romance Regionalista
cado tanto pelas diversidades locais pelo país (lín-
gua, cultura e valores regionais) quanto pelo cenário O romance regional foi primordial para o incentivo
urbano que atendia às necessidades da burguesia. de uma literatura que abordasse acerca das diver-
Além disso, é importante dizer que, na prosa, não sidades locais. Entre suas características, há a valo-
há a divisão entre gerações (como ocorre na poe- rização de aspectos étnicos, linguísticos, sociais e
sia), pois muitas obras eram publicadas quase que, culturais sobre várias regiões do país. Ademais, as
simultaneamente, e, o maior nome da prosa român- principais regiões abordadas foram o Rio de Janeiro
tica é o escritor José de Alencar. (que era a capital do Brasil naquele período) e as re-
giões Sul, Nordeste e Centro-Oeste.
EXERCÍCIO DE AULA
53
1.
Leia o trecho a seguir, de José de Alencar.
Lit.
de um, a pretendiam unicamente pela riqueza, Aurélia reagia contra essa
afronta, aplicando a esses indivíduos o mesmo estalão. Assim costumava
ela indicar o merecimento relativo de cada um dos pretendentes, dando-
-lhes certo valor monetário. Em linguagem financeira, Aurélia contava os
seus adoradores pelo preço que razoavelmente poderiam obter no mercado
matrimonial.
José de Alencar
a) equilíbrio
b) dependência
c) complementaridade
d) vantagem
3.
Inocência
54
Depois das explicações dadas ao seu hóspede, sentiu-se o mineiro mais des-
preocupado.
— Então, disse ele, se quiser, vamos já ver a nossa doentinha.
Lit.
— Com muito gosto, concordou Cirino.
E, saindo da sala, acompanhou Pereira, que o fez passar por duas cercas e
rodear a casa toda, antes de tomar a porta do fundo, fronteira a magnífico
laranjal, naquela ocasião todo pontuado das brancas e olorosas flores.
— Neste lugar, disse o mineiro apontando para o pomar, todos os dias se
juntam tamanhos
bandos de graúnas, que é um barulho dos meus pecados. Nocência gosta
muito disso e vem sempre coser debaixo do arvoredo. É uma menina esqui-
sita...
Tímida voz murmurou uma resposta, ao passo que o jovem, no seu papel de
médico, se sentava num escabelo junto à cama e tomava o pulso à doente.
Caía então luz de chapa sobre ela, iluminando-lhe o rosto, parte do colo e da
cabeça, coberta por um lenço vermelho atado por trás da nuca.
55
ravelmente torneado. Ao erguer a cabeça para tirar o braço de sob o lençol,
descera um nada a camisinha de crivo que vestia, deixando nu um colo de
fascinadora alvura, em que ressaltava um ou outro sinal de nascença. Ra-
zões de sobra tinha, pois, o pretenso facultativo para sentir a mão fria e um
Lit.
tanto incerta, e não poder atinar com o pulso de tão gentil cliente.
Vocabulário:
graúna - pássaro de plumagem negra, canto melodioso e hábitos eminentemen-
te sociais
livro de horas - livro de preces
secundou - respondeu
lavrados - na província de Mato Grosso, colares de contas de ouro e adornos de
ouro e prata lobrigar - enxergar
escabelo - assento
facultativo - médico
4.
“— Nem o Sr. imagina... Às vezes, aquela criança tem lembranças e pergun-
tas que me fazem embatucar...
Aqui, havia um livro de horas da minha defunta avó... Pois não é que um belo
dia ela me pediu que lhe ensinasse a ler?... Que ideia! Ainda há pouco tempo
me disse que quisera ter nascido princesa... Eu lhe retruquei: E sabe você o
que é ser princesa? Sei, me secundou ela com toda a clareza, é uma moça
muito boa, muito bonita, que tem uma coroa de diamantes na cabeça, mui-
tos lavrados no pescoço.”
O trecho acima faz referência a crenças e valores de Inocência e de seu pai, Pereira.
EXERCÍCIO DE CASA
1.
O sertão e o sertanejo
Ali começa o sertão chamado bruto. Nesses campos, tão diversos pelo ma-
tiz das cores, o capim crescido e ressecado pelo ardor do sol transforma-se
em vicejante tapete de relva, quando lavra o incêndio que algum tropeiro,
por acaso ou mero desenfado, ateia com uma faúlha do seu isqueiro. Mi-
nando à surda na touceira, queda a vívida centelha. Corra daí a instantes
qualquer aragem, por débil que seja, e levanta-se a língua de fogo esguia
e trêmula, como que a contemplar medrosa e vacilante os espaços imensos
56
que se alongam diante dela. O fogo, detido em pontos, aqui, ali, a consumir
com mais lentidão algum estorvo, vai aos poucos morrendo até se extinguir
de todo, deixando como sinal da avassaladora passagem o alvacento len-
çol, que lhe foi seguindo os velozes passos. Por toda a parte melancolia; de
Lit.
todos os lados tétricas perspectivas. É cair, porém, daí a dias copiosa chuva,
e parece que uma varinha de fada andou por aqueles sombrios recantos a
traçar às pressas jardins encantados e nunca vistos. Entra tudo num traba-
lho íntimo de espantosa atividade.
a) imaginação criadora.
b) consciência da solidão.
c) ânsia de glória.
d) idealização do personagem.
3.
Ubirajara Uma estrela brilhante listrava o céu, como uma lágrima de fogo, e
Ubirajara pensou que era o rasto de Araci, a filha da luz. A juriti arrulhou do-
cemente na mata e Ubirajara lembrou-se da voz maviosa da virgem do sol.
(...)
Seu passo o guiava sem querer para as bandas do grande rio, onde devia
57
ficar a taba dos tocantins. É assim que os coqueiros, imóveis na praia, incli-
nam para o nascente seu verde cocar. Ubirajara ouviu o rumor de um passo
ligeiro através da mata; de longe conheceu Jandira que o procurava. A doce
virgem achara à porta da cabana o rasto do guerreiro e o seguira através da
Lit.
floresta. - Que mau sonho aflige Ubirajara, o senhor da lança e o maior dos
guerreiros, chefe da grande nação araguaia, para que ele se afaste de sua
taba e esqueça a noiva que o espera?
- A tristeza entrou no coração de Ubirajara, que não sabe mais dizer-te pa-
lavras de alegria, linda virgem. - A tristeza é amarga; quando entra no cora-
ção do guerreiro, o enche de fel. Mas Jandira fará como sua irmã, a abelha,
ela fabricará em seus lábios os favos mais doces para seu guerreiro; suas
palavras serão os fios de mel que ela derramará na alma do esposo. - Filha
de Majé, doce virgem, ainda não chegou o dia em que Ubirajara escolha
uma esposa; nem ele sabe ainda qual o seio que Tupã destinou para gerar o
primeiro filho do grande chefe dos araguaias. O lábio de Jandira emudeceu;
mas o peito soluçou. (...) Ela sabia que os guerreiros amam a flor da formo-
sura, como a folhagem da árvore; e que a tristeza murcha a graça da mais
linda virgem
José de Alencar, Ubirajara. 1ª edição: 1874.
“Sua história tem pouca coisa de notável. Fora Leonardo algibebe¹ em Lis-
boa, sua pátria; aborrecera-se porém do negócio, e viera ao Brasil. Aqui
chegando, não se sabe por proteção de quem, alcançou o emprego de que
58
o vemos empossado, e que exercia, como dissemos, desde tempos remotos.
Mas viera com ele no mesmo navio, não sei fazer o quê, uma certa Maria da
hortaliça, quitandeira das praças de Lisboa, saloia² rechonchuda e bonitota.
O Leonardo, fazendo-se-lhe justiça, não era nesse tempo de sua mocidade
Lit.
mal apessoado, e sobretudo era maganão³ .
Glossário:
6.
No excerto, o narrador incorpora elementos da linguagem usada pela maioria
das personagens da obra, como se verifica em:
59
e) amantes tão extremosos.
Lit.
7.
“Os leitores estarão lembrados do que o compadre dissera quando estava a
fazer castelos no ar a respeito do afilhado, e pensando em dar-lhe o mesmo
ofício que exercia, isto é, daquele arranjei-me, cuja explicação prometemos
dar. Vamos agora cumprir a promessa. Se alguém perguntasse ao compadre
por seus pais, por seus parentes, por seu nascimento, nada saberia respon-
der, porque nada sabia a respeito. Tudo de que se recordava de sua história
reduzia-se a bem pouco. Quando chegara à idade de dar acordo da vida
achou-se em casa de um barbeiro que dele cuidava, porém que nunca lhe
disse se era ou não seu pai ou seu parente, nem tampouco o motivo por que
tratava da sua pessoa. Também nunca isso lhe dera cuidado, nem lhe veio a
curiosidade de indagá-lo. Esse homem ensinara-lhe o ofício, e por inaudito
milagre também a ler e a escrever. Enquanto foi aprendiz passou em casa do
seu… mestre, em falta de outro nome, uma vida que por um lado se parecia
com a do fâmulo*, por outro com a do filho, por outro com a do agregado, e
que afinal não era senão vida de enjeitado, que o leitor sem dúvida já adi-
vinhou que ele o era. A troco disso dava-lhe o mestre sustento e morada, e
pagava-se do que por ele tinha já feito.”
Glossário:
(*) fâmulo: empregado, criado
QUESTÃO CONTEXTO
Em 2016, Marcela Temer, esposa do então presidente, Michel Temer, concedeu
uma entrevista à Revista Veja, em que falava um pouco sobre seu estilo de vida,
seus compromissos políticos e sua vida pessoal e familiar. A reportagem causou
grande alvoroço nas redes sociais pelo posicionamento pretencioso que a revista
Veja trazia em sua abordagem. Leia um trecho:
60
gosta de vestidos na altura dos joelhos e sonha em ter mais um filho com o
vice.
[...]
Por algum tempo, frequentou o salão de beleza do cabeleireiro Marco An-
tonio de Biaggi, famoso pela clientela estrelada. Pedia luzes bem fininhas e
Lit.
era “educadíssima”, lembra o cabeleireiro. “Assim como faz a Athina Onassis
quando vem ao meu salão, ela deixava os seguranças do lado de fora”, in-
forma Biaggi. Na opinião do cabeleireiro, Marcela “tem tudo para se tornar
a nossa Grace Kelly”. Para isso, falta só “deixar o cabelo preso”. Em todos
esses anos de atuação política do marido, ela apareceu em público pouquís-
simas vezes. “Marcela sempre chamou atenção pela beleza, mas sempre foi
Fonte: http://veja.abril.com. recatada”, diz sua irmã mais nova, Fernanda Tedeschi. “Ela gosta de vesti-
br/brasil/marcela-temer-bela-
recatada-e-do-lar/ dos até os joelhos e cores claras”, conta a estilista Martha Medeiros.”
GABARITO
01.
5. d
6. c
Exercício de aula 7. d
1. a
2. d
03.
3. Uma das características comuns:
✓ ser sonhadora
✓ querer ser princesa Questão Contexto
61
✓ beleza deslumbrante A hashtag #belarecatadaedolar se assemelha aos
✓ aparência física frágil valores difundidos durante o século XIX, momento
em que os ideais românticos propagavam de que a
Uma das características diferenciadoras: mulher deveria ser submissa ao lar e ao seu marido
Lit.
✓ ser iletrada e família, sem nenhum tipo de liberdade individual.
✓ viver no campo Hoje, no século XXI, a intenção não é criticar o di-
✓ querer aprender a ler. reito de escolha de cada indivíduo, mas evitar que
4. Dois dos traços de Inocência: a mídia persuasiva transmita a ideia de que o único
✓ ousada modelo ideal de mulher é aquele que cumpre essas
✓ vaidosa funções.
✓ quer aprender a ler
✓ tem a mente cheia de sonhos
Dois dos traços de Pereira:
✓ repressor
✓ autoritário
✓ acha esquisitos os desejos da filha e os reprova.
Romance regionalista.
02.
Exercício de casa
1. d
2. d
3. A idealização da natureza americana é a
característica do romance indianista. Os elementos
naturais que compõem o cenário são apresentados
de forma positiva, idealizada, como: “a juriti arru-
lhou docemente” e “os guerreiros amam a flor da
formosura, como a folhagem da árvore”.
4. e