Você está na página 1de 82

Romantismo

Prof. Capim
Romantismo - introdução
Nascido na segunda metade do séc. XVIII,
o Romantismo não é apenas uma palavra para
designar uma escola literária.
É UM MODO DE VIDA, UM ESPÍRITO DE ÉPOCA QUE
REFLETE O COMPORTAMENTO DA SOCIEDADE: A
POLÍTICA, A RELIGIÃO, A ECONOMIA, OS
CONCEITOS DE PÁTRIA, FAMÍLIA E ARTES.

É interessante notar que especialmente os romances e


o teatro deixaram marcas nítidas de registros de
costumes sociais daquele tempo: desde
reuniões sociais até vestimentas e costumes políticos.
Romantismo – aspectos históricos
A Revolução Francesa, em 1789, além de provocar
várias transformações políticas e sociais desencadeou duas
“forças”: o Liberalismo ( que visa assegurar a liberdade e a
igualdade) , e o Nacionalismo (que transforma os súditos
em cidadãos) Tomada da Bastilha

O movimento é um
desdobramento
político das
transformações
filosóficas
promovidas pelo
ILUMINISMO
O Romantismo é uma reação direta às posturas iluministas
Romantismo – aspectos históricos
A principal mudança política foi a
chegada da burguesia ao poder
A Revolução Industrial
provoca uma transformação nos
meios de produção – mudam os
costumes e os valores da sociedade
A arte era produzida pela elite e
para a elite – então era preciso criar
um novo padrão de beleza
para se ajustar com a burguesia.
Surge uma arte voltada para a
expressão do INDIVÍDUO e a
valorização do esforço individual,
sinceridade, trabalho, liberdade
de expressão e realização pessoal
Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão
1ª Geração
Romantismo – características literárias
Vítor Hugo
O Romantismo traz um desejo
intenso de liberdade criadora
da época, de rebeldia contra as
regras impostas pelo Classicismo –
Ruptura das regras
clássicas
Inconformado com o cotidiano,
o romântico opta pela
liberdade formal
“A liberdade literária é filha da liberdade
política. Eis-nos libertos da velha forma social;
e como não nos libertaríamos da velha forma
poética? A um novo povo, uma nova arte.”
Romantismo – características literárias
Sentimento Revolucionário
e Patriotismo
(nacionalismo)
Há nos escritores românticos
um desejo de reformar
o mundo, de libertá-lo da
mesmice e das tragédias. Um
sentido reformista no
ideário romântico.
O Romantismo trouxe
também o gosto pela
NACIONALIDADE,
refletindo em uma literatura
patriótica
Romantismo – características literárias
Subjetivismo
(ou Individualismo).
O posicionamento do eu
romântico é sempre íntimo
e pessoal : os estados da
alma são indicados sempre
como expressão interior,
através do inconsciente.
A emoção, paixões,
imaginação são
expressos através da
liberdade criadora e
particular de cada um.
Romantismo – características literárias


Há profundo sentimento
religioso que permeia
todo o tempo romântico,
em substituição à
razão clássica.
A intuição, o
misticismo, os acasos,
as coincidências
compõem o universo da
época.
Romantismo – características literárias
Escapismo
O romântico foge do mundo real através da
imaginação – cria um universo idealizado de sonhos
e fantasias “escapa do aqui e agora”, foge para a infância,
lugares pitorescos, para a Idade Média
Romantismo – características literárias
Culto à Natureza
Fonte de
inspiração
na época: lugar
assemelhado a
um refúgio,
guarda os bens
que os homens
desprezaram.
É exótica, contém lugares intocados, habitados
por “bons selvagens” de Rosseau – ilhas desertas,
montanhas.
Romantismo – características literárias
Idealização da mulher
O escritor romântico vê a
mulher sob dois aspectos
distintos:
De maneira IDEALIZADA
intocável, angelical

Ou como um DEMÔNIO
DE SEDUÇÃO –
erotizada, sensualizada
.
A maior parte dos escritores prefere a primeira versão.
Romantismo – características literárias

Retorno ao passado
A carências dos heróis de carne
e osso gera a tentativa de ver
o passado como lugar
idealizado, composto de
pessoas com gestos nobres.
A Principalmente a Idade
Média, envolta em mistérios
e cheia de heróis bons e
corretos socialmente.

Volta da FIGURA IDEALIZADA DO CAVALEIRO.


Romantismo – características literárias

Sonho
Há um universo de
sonhos e desejos no
caráter romântico.
Tal universo é gerado
a partir do estado de
espírito de seus
integrantes.
Há sempre um lugar
onde tudo é possível.
Representado por imagens, metáforas e símbolos.
Romantismo – características literárias
O exótico e o pitoresco
Lugares remotos, encantados,
terras selvagens e distantes,
gente diferente, distinta das
demais, criaturas retiradas dos
cantos mais remotos do mundo.

Ilogismo
O romântico não é um ser
integralmente definido.
É instável, ora se mostra
melancólico, triste, e ora
alegre e entusiasmado
2ª Geração
Romantismo – características literárias
Com a burguesia no poder a situação do cidadão comum
pouco se modificou e uma frustração foi tomando conta dos
jovens e “revolucionários”
Essa frustração se transformou em
um sentimento de angústia e
perda, e os poetas se deixaram tomar
por essa “crise” que foi tomando
proporções cada vez maiores – MAL
DO SÉCULO

O nome mais expressivo dessa época foi o


poeta inglês Lorde Byron que
influenciou toda essa geração.
Romantismo – características literárias
O mal do século levava ao
exagero sentimental ,
o amor não correspondido
só pode ser aplacado pela
MORTE
O que significava se
entregar completamente
ao mais puro sentimento
que o homem pode ter.

Goethe escreveu, em 1774, o


romance “Os sofrimentos do
jovem Werther” e abalou toda
a Europa.
Romantismo – características literárias

Spleen
Trata-se de uma tristeza
sem medida, vinda não
se sabe de onde, uma
melancolia inexplicável,
intensa.

A solidão é também
frequente.
Romantismo – características literárias
Senso de Mistério, Misticismo
Atraídos pelo “mistério de
estar no mundo”, o lado
sombrio dos seres, coisas e fatos.

É a vertente que
chega à poesia
cemiterial.
Romantismo – características literárias
A morte aparece como solução
Temáticas associadas ao
macabro, como o
satanismo e a necrofilia

Há também o tédio
e o desgosto de
viver
Romantismo – características literárias
A mulher é desejada de maneira sensual e
erótica, mesclando o misticismo e
satanismo

Imagens cemiteriais, demoníacas e


noturnas são frequentes
3ª Geração
Romantismo – características literárias
“A arte de hoje não deve buscar apenas o Belo,
mas sobretudo o Bem”. Victor Hugo

Assim, essa geração desloca o centro


da atenção no “eu” para o outro, do
mundo interno para o mundo externo.
Para os PROBLEMAS SOCIAIS, atitude
muito influenciada pelo escritor francês
VICTOR HUGO.
Participantes e influenciadores do processo político, social e cultural
do Brasil da época, os autores dessa geração tinham o tema da
liberdade como principal de suas produções. Esse fato contribuiu
para o uso da ave “CONDOR” como símbolo desse período do
Romantismo. Chamada de Condoreira ou Hugoana.
Romantismo – características literárias

Liberdade – munidos de um sentimento de revolta ante as


injustiças sociais, os autores acreditavam que , assim como o
condor, tinham a capacidade de olhar de um ponto mais alto as
questões sociais e, por isso, informar a sociedade sobre a realidade
em que viviam, de forma a conscientizá-la e influenciar a forma de
pensar e colaborar para mudanças sociais.
Romantismo – características literárias
Abolicionismo - a poesia desse período volta-se para a
defesa da República e do abolicionismo e, com isso, o foco das
produções está concentrado nos pobres, marginalizados e
negros escravizados;
Romantismo – características literárias
Seus poemas, produzidos próximos à oratória (“poesia de
palanque”).

Tinham a intenção de persuadir o leitor-ouvinte


(grandiloquente), a fim de que esse também alterasse sua visão
às coisas do mundo e defendesse a causa de sua época.
Romantismo – características literárias
Negação do amor
platônico e erotismo
Diferentemente das gerações
anteriores, a relação amorosa
acontece de fato.

Os autores dão forma e


sensualidade à mulher, que,
anteriormente, era vista como um
ser intocável, angelical, impossível
de ser alcançado.
Romantismo – Portugal (1825–1865)
O Romantismo em Portugal tem caráter diverso do brasileiro,
enquanto aqui comemorava-se em meio a grande ufania, orgulho
nacionalista, a independência do país; em Portugal o fenômeno
era inverso: perdera a maioria de suas colônias, havia revoltas
populares e um governo em crise

As três Gerações Românticas


1ª Geração: Nacionalista,
medievalista (1825-1840)
2ª Geração: Ultra-romântica
(1840-1850)
3ª Geração: A transição para o
Realismo (1850-1865)
Romantismo – Portugal (1825–1865)
Em Portugal, havia uma luta para derrubar o regime
monárquico. Com a transferência da família real portuguesa
para o Rio de Janeiro, em 1808, em fuga das tropas francesas e o
fim do monopólio dos portos brasileiros, a nobreza portuguesa
via-se enfraquecida.
Romantismo – Portugal (1825–1865)
Em 1820, eclodiu a Revolução Liberal na cidade de
Porto. Os revolucionários, conseguiram a vitória e convocaram
assembleias para escrever uma nova Constituição cujos
parâmetros fossem inspirados nos ideais democráticos da
Revolução Francesa.

Em 1821, a família real retornou a Portugal e, em 1822,


promulgou-se a primeira Constituição portuguesa, que
transformou o país absolutista em monarquia constitucional.
Romantismo – Portugal (1825–1865)
Com a morte de D. João VI, em 1826, teve início uma
disputa pela sucessão do trono.

As tensões entre liberais e


conservadores deflagraram,
em 1832, a Guerra Civil
Portuguesa, conhecida
como Guerra Miguelista,
Guerra dos Dois Irmãos ou
Guerras Liberais, que
perduraria até 1834.

Foi durante esse período, principalmente a partir de 1825, que


o ROMANTISMO SURGIU EM PORTUGAL.
Romantismo – Portugal (1825–1865)
Romantismo – Portugal (1825–1865)
Almeida Garret (1ª Geração)
Introdutor do Romantismo em Portugal com o poema
Camões, em 1825, com fortes influências árcades
Foi acusado e obsceno, participou
da Revolução Liberal
Portuguesa e retirou-se do país
várias vezes (perseguido)
Na França e Inglaterra entrou em
contato direto com o Romantismo e
adquiriu suas características:
patriotismo subjetivismo,
medievalismo e caráter libertário
Romantismo – Portugal (1825–1865)
Almeida Garret (1ª Geração)
Volta a Portugal e fica encarregado de reorganizar a “vida
cultural portuguesa” – teatro, literatura e pintura.(ao lado de
Alexandre Herculano foi um intelectual atrelado ao poder)
Principais obras
▪ Frei Luís de Sousa (teatro, 1843) – é uma tragédia, escrita
em prosa, em três atos. Inovou profundamente o teatro da
época que ainda era escrito em versos.
▪ Viagens na minha terra (1843-45) – romance, na forma
de folhetim, bem ao gosto da época: cenários que mostram
a beleza de Portugal, heróis, batalhas e uma história de
amor que leva os personagens à morte e ao desespero.
Romantismo – Portugal (1825–1865)
Alexandre Herculano (1ª Geração)
O mais respeitado escritor
romântico português da
época. Nasceu em Lisboa, fez
colegial técnico e curso de Paleografia e
Papirologia na Torre do Tombo.
Foi autodidata, ardoroso
estudante de História (que
reflete em suas obras)
Teve grande influência de
Fernão Lopes
Escreveu contos, poemas, crônicas,
romances. Tal como Garret luta no
Exército Liberal
Romantismo – Portugal (1825–1865)
Alexandre Herculano (1ª Geração)
Quando passa exercer as funções de Diretor da
Biblioteca da Ajuda, escreve seus mais importantes
romances: Eurico, o presbítero (1843) e O Monge de Cister
(1841) – estes dois livros formam o célebre “monasticon” –
assuntos referentes aos monastérios.

▪ Eurico, o presbítero – romance mais importante


do autor, tem cunho histórico e ambienta-se na época em
que godos e árabes lutavam na Península Ibérica
Personagens principais: Eurico e Hemengarda.
Teve grande influência na 2ª Geração
Romantismo – Portugal (1825–1865)
Camilo Castelo Branco (2ª Geração)
Batizado com o nome de Camilo
Ferreira Botelho Castelo Branco, o
escritor ficou órfão de mãe com
apenas um ano de idade e seu pai veio
a falecer quando ele tinha 10 anos.
Com apenas 16 anos, em 1841, Camilo
se casou com Joaquina Pereira,
contudo acaba por deixar sua esposa em
um breve período de tempo.

No ano de 1843, Castelo Branco ingressou na Escola Médico-


Cirúrgica na cidade do Porto, porém não chegou a concluir o
curso, afinal a sua paixão estava mesmo na escrita, tanto que
acabou vivendo exclusivamente de seus trabalhos.
Romantismo – Portugal (1825–1865)
Camilo Castelo Branco (2ª Geração)
Publicou suas primeiras obras em
1845.
Cinco anos depois ele passa por uma
grande crise espiritual e ingressa
no seminário do Porto.
Tentou seguir a vida religiosa, mas
conheceu Ana Plácido, que era
casada com um comerciante, e
apaixonou-se, fazendo-a abandonar
o marido em 1859.
No início da década de 1860, Camilo foi processado e preso
por crime de adultério, mas acaba sendo absolvido no
ano seguinte e passa a viver com Ana.
Romantismo – Portugal (1825–1865)
Camilo Castelo Branco (2ª Geração)
Em 1889 as obras de Castelo Branco
acabam ganhando mais
reconhecimento e ele recebe uma
homenagem da Academia de
Lisboa.
Mesmo com o reconhecimento dos
seus escritos, Camilo Castelo Branco
estava depressivo, pois havia
manifestado uma doença nos olhos
que aos poucos lhe tirava a visão.

Logo após o diagnóstico definitivo de que iria ficar cego, ele


comete suicídio em São Miguel de Seide no dia 1 de
junho de 1890.
Camilo Castelo Branco
1ª Fase 2ª Fase 3ª Fase
Aparecem romances É a fase mais Há nessa fase o que
com características do produtiva e mais podemos classificar
macabro e satânico, voltada para o ultra- como antecipações
personagens ainda romantismo. realistas da obra
Permanecem as camiliana.
voltados para ódios
mesquinhos, aproximações com a Descrição
vinganças. TRAGÉDIA, os pormenorizada,
elementos passionais linguagem
Aparecem também estão em destaque. É coloquial.
algumas novelas de a fase das NOVELAS Obras: Eusébio
caráter histórico. PASSIONAIS. Macário; A corja; A
Obras: Carlota Obras: Amor de brasileira de
Ângela; Onde está a Pranzins; Vulcões
Perdição; Amor de de Lama.
Felicidade?; O Salvação; A queda
Homem de brios. de um anjo.
Romantismo – Portugal (1825–1865)
Júlio Dinis (3ª Geração)
Seu nome verdadeiro era Joaquim
Guilherme Gomes Coelho, e suas
NOVELAS CAMPESINAS fizeram
muito sucesso em Portugal.
Formou-se em medicina e foi ser
professor universitário.
Mas contraiu tuberculose e
foi obrigado a renunciar do cargo.
O fato de passar vários dias no
campo para tratar de sua doença
determinou os temas de sua obra.
Romantismo – Portugal (1825–1865)
Júlio Dinis (3ª Geração)
Seus romances possuem sempre finais especiais
e felizes.
Há neles, segundo a
crítica, um certo
direcionamento para o
Realismo, quer na
maneira como
descreve seus
personagens e ações,
quer pela linguagem e
crítica social
As pupilas do senhor Reitor - principal obra do autor
Romantismo – Brasil (1836–1881)

Com a vinda da família


real portuguesa para o
Brasil, em 1808, a produção
cultural começou a receber
importantes estímulos.

Era imprescindível que


fossem criadas as
condições adequadas
para o estabelecimento da
CORTE PORTUGUESA.
Romantismo – Brasil (1836–1881)
Abertura de portos às nações amigas
(crescimento econômico e cultural)
Criação da Imprensa Nacional
(circulação de jornais e periódicos)

Criação de escolas Bibliotecas

Banco do Brasil

Criação do Jardim Botânico

Urbanização da Capital
Romantismo – Brasil (1836–1881)
As transformações
desencadeadas com o
estabelecimento da corte
portuguesa resultou na
construção de um
circuito cultural em
terras nacionais
É por essa razão que muitos
críticos e estudiosos da
Literatura afirmam que
apenas com o Romantismo
podemos falar de uma
produção
verdadeiramente
nacional
Romantismo – Brasil (1836–1881)

O fator que mais estimulou


o surgimento do
Romantismo no Brasil foi a
Proclamação de nossa
Independência –
podíamos almejar a
definição de uma
identidade brasileira
O primeiro grito de independência literária foi
dado no ano de 1836, com a publicação da
Revista Nitheroy (publicada em Paris), em
que seriam tratados temas de interesse nacional
– além da publicação do livro de poemas,
Suspiros poéticos e saudades de Gonçalves
de Magalhães.
Romantismo – Brasil (1836–1881)
A preocupação de nossos primeiros românticos era garantir a
identificação de uma identidade nacional que nos separasse
de Portugal.
Era necessário encontrar
elementos nativos do
Brasil “intocados pela
máquina
colonizadora”
Passam a inspirar-se na
América pré-cabralina.
Essa perspectiva fez com que essa geração de
escritores fosse considerada lusófaba e
ficaram conhecidos como Nativistas ou
Indianistas
Romantismo – Brasil (1836–1881)

Os românticos vão encher


suas páginas e versos de
índios que correm livres
em meio a uma
natureza exuberante,
incomparável e bela.

É projetado no índio o espírito do homem


livre e incorruptível (como dizia
ROSSEAU ao falar do “bom selvagem”),
fazendo com que sua imagem literária seja
completamente idealizada
Romantismo – Brasil (1836–1881)
É importante lembrar
que a preocupação
romântica nunca foi a
de reconstituição de
uma verdade histórica.
Os ideais são incompatíveis com a
realidade dos índios que aqui viveram.
O interesse é apenas
encontrar um “veículo
ideal” para apresentar ao
público-leitor seus
valores e princípios.

Na Europa será o cavaleiro medieval, no Brasil, o ÍNDIO.


Romantismo – Brasil (1836–1881)
2ª GERAÇÃO 3ª GERAÇÃO
1ª GERAÇÃO
chamada de denominada
denominada extremULTRA- CONDOREIRA
INDIANISTA/ ROMÂNTICA ou HUGOANA,
NACIONALISTA. /BYRONIANA, mais conhecida
Os temas amente influenciada como fase da
desenvolvidos são: por Lorde Byron. poesia social.
índio como herói, POESIA Traz temas
supervalorização CEMITERIAL sociais, tom
da natureza, Seus temas são: declamatório,
patriotismo, morte, satanismo,, uso de figuras de
religiosidade. solidão, saudosismo, linguagem,
escapismo, tédio, grandiosidade.
erotismo.
Romantismo – Brasil (1836–1881)
Gonçalves de Magalhães (1ª Geração)
Considerado o “fundador do Romantismo no Brasil”
Em 1836, publica Suspiros
Poéticos e Saudades, o
primeiro livro romântico brasileiro.
Participa do grupo que lança a
Revista Nitheroy.
Poeta reconhecidamente medíocre,
seu livro A confederação dos
Tamoios (1856) foi duramente
criticado por José de Alencar
Fez teatro e divulgou o
movimento no país.
Romantismo – Brasil (1836–1881)
Gonçalves Dias (1ª Geração)
Filho de um comerciante português e de uma
cafusa, nasceu em 1823, no município de Caxias (MA).
O pai foge para Portugal, assim que
nasceu, pois era contra a proclamação
da Independência – deixa sua mãe na
mais profunda miséria por dois anos.
Volta para o Brasil, casa-se com
outra mulher e o leva para ser
criado pela madrasta
É um ótimo aluno e se destaca durante
toda a vida estudantil, aprende filosofia,
latim, francês e grego, e vai estudar
em Portugal quando seu pai
morreu (tinha 15 anos)
Romantismo – Brasil (1836–1881)
Gonçalves Dias (1ª Geração)
Passa dificuldades em Portugal, mas com a ajuda financeira de
amigos começa a cursar a Universidade de Coimbra
e cresce muito intelectualmente.
Depois de concluir os estudos em 1845, volta ao Maranhão
e, em 1846 muda-se para o Rio de Janeiro.
Como teatrólogo, sofre muita resistência para encenar suas
peças, mas em 1847 começa a carreira brilhante do poeta
romântico, ao publicar Primeiros Cantos
Teve várias doenças tropicais como febre amarela
e malária; sofreu de hepatite, além de câncer de garganta.
Morreu em novembro de 1864, em um naufrágio no
Maranhão.
Gonçalves Dias
Os temas mais desenvolvidos eram: a saudade, o
patriotismo, o indianismo, as perdas pessoais,
o distanciamento do ser amado, o nativismo,
a melancolia.
Ritmo marcial - uma espécie de melodia obtida a partir
de um ritmo bem marcado, muito compassado e cadenciado
Poesia Indianista
Poesia Lírica-
amorosa Poemas dirigidos a heróis
indígenas, a consagração
Composta de poemas do herói gonçalvino dá-se no
dedicados à pátria, ao sentido de louvar o
amor. Os temas são de “bom selvagem”, a
saudade, sofrimento, fibra, a coragem do indígena
desespero, perdas. brasileiro.
Ex. CANÇÃO DO EXÍLIO Ex. I JUCA PIRAMA
Romantismo – Brasil (1836–1881)
Álvares de Azevedo (2ª Geração)
Manuel Antônio Álvares de Azevedo (1831-1852) é considerado por
muitos o “Byron brasileiro”.
Nasceu em São Paulo, em 1831, e faleceu
prematuramente, em 1852, no Rio de Janeiro.
Era um intelectual precoce – aos 9
anos escrevia cartas em inglês para a mãe.
Dedicou-se a leitura, estudo e
tradução de autores europeus como:
Byron, Shelley, Shakespeare, Mussett.
Com apenas 16 anos, matriculou-se no curso
de Direito da Faculdade de Direito do
Largo São Francisco, destacando-se
pelo seu brilhantismo e engajamento. Mas
nunca concluiu o curso.
Romantismo – Brasil (1836–1881)
Álvares de Azevedo (2ª Geração)
Faleceu jovem, aos 21 anos, vítima da tuberculose
e da infecção resultante de um acidente de cavalo.
A partir de então, desenvolveu verdadeira
fixação com a própria morte, escrevendo a
respeito da passagem do tempo, do sentido da
vida e do amor - esse último, jamais realizado.

Álvares de Azevedo amplia o campo de visão O mais importante,


da poesia. Para ele, esta não deve procurar só o a realidade
belo, o sublime e o elevado. próxima e pequena
da vida do dia a dia,
Tudo deve estar aberto à poesia, não como o quarto do
só o ideal e o espiritualizado, como estudante, o gosto
também o feio, o anormal, o doentio, do charuto, os
o disforme, o grotesco, o corporal . pequenos tédios.
Álvares de Azevedo (2ª Geração)
Percebem-se, em sua obra poética, duas facetas opostas

Na primeira, há poemas em que aparece Na segunda faceta, o


a amada idealizada, sempre cheia de poeta leva a seus textos
pureza e intocável; espaços sombrios e elementos da realidade
noturnos, dando a impressão de serem cotidiana prosaica,
próprios de sonhos; assim como o tema inserindo crítica e bom
do tédio e da morte, próprios do MAL humor em sua poesia.
DO SÉCULO. IRONIA

Outras obras que foram


Merece destaque a antologia publicadas postumamente:
poética “Lira dos Vinte •Poesias Diversas (1853)
Anos”, única obra que o poeta •Noite na Taverna (1855)
preparou para publicação, e que •Macário (1855)
foi somente publicada em 1853. •Poema do Frade (1862)
•O Conde Lopo (1866)
Lembrança de Morrer
Se Eu Morresse Amanhã! Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Não derramem por mim nenhuma lágrima
Fechar meus olhos minha triste irmã; Em pálpebra demente.
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã! E nem desfolhem na matéria impura
A flor do vale que adormece ao vento:
Quanta glória pressinto em meu futuro! Não quero que uma nota de alegria
Que aurora de porvir e que manhã! Se cale por meu triste passamento.
Eu perdera chorando essas coroas Eu deixo a vida como deixa o tédio
Se eu morresse amanhã! Do deserto, o poento caminheiro,
– Como as horas de um longo pesadelo
Que sol! que céu azul! que dove n'alva
Que se desfaz ao dobre de um sineiro;
Acorda a natureza mais loucã!
Não me batera tanto amor no peito Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se eu morresse amanhã! Se um suspiro nos seios treme ainda,
É pela virgem que sonhei… que nunca
Mas essa dor da vida que devora Aos lábios me encostou a face linda!
A ânsia de glória, o dolorido afã...
A dor no peito emudecera ao menos Descansem o meu leito solitário
Se eu morresse amanhã! Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
Foi poeta - sonhou - e amou na vida.
Romantismo – Brasil (1836–1881)
Casimiro de Abreu (2ª Geração)
Nasceu no Rio de Janeiro, em Barra de São João, em 1839.
Filho nascido fora do casamento, estuda
em Nova Friburgo, dedica-se a contragosto
ao comércio (desejo do pai).
Depois vai para Portugal concluir seus
estudos, onde contrai tuberculose e tem
que voltar para o Rio de Janeiro.

Passa a frequentar as rodas boêmias e


morre aos 22 anos, antes de publicar seu
único livro.
Seus temas eram ligados à saudade da infância, à pátria; há
ainda um erotismo medroso e disfarçado.
Romantismo – Brasil (1836–1881)
Casimiro de Abreu (2ª Geração)
Meus oito anos Minh'alma é triste

Oh ! Que saudades que tenho Minh'alma é triste como a rola aflita


Da aurora da minha vida, Que o bosque acorda desde o alvor da aurora,
Da minha infância querida E em doce arrulo que o soluço imita
Que os anos não trazem mais! O morto esposo gemedora chora.
Que amor, que sonhos, que flores, E, como a rôla que perdeu o esposo,
Naquelas tardes fagueiras, Minh'alma chora as ilusões perdidas,
À sombra das bananeiras, E no seu livro de fanado gozo
Debaixo dos laranjais! Relê as folhas que já foram lidas.
Como são belos os dias E como notas de chorosa endeixa
Do despontar da existência! Seu pobre canto com a dor desmaia,
- Respira a alma inocência E seus gemidos são iguais à queixa
Como perfumes a flor; Que a vaga solta quando beija a praia.
O mar é - lago sereno, Como a criança que banhada em prantos
O céu - um manto azulado, Procura o brinco que levou-lhe o rio,
O mundo - um sonho dourado, Minha'alma quer ressuscitar nos cantos
A vida - um hino d'amor! Um só dos lírios que murchou o estio.
Romantismo – Brasil (1836–1881)
Fagundes Varela (2ª Geração)
Luís Nicolau Fagundes Varela, nasceu em Rio Claro, no
Rio de Janeiro no ano de 1841
Filho de classe média alta, seu pai era
juiz de Direito, e por isso mudou-se
muito durante a infância.
Mal completou 18 anos, foi para São
Paulo cursar Direito na Faculdade do
Largo São Francisco, mas preferia a
vida noturna.
Em 1862, casa-se com uma ex-trapezista
de circo – “Ritinha Sorocabana”
No ano seguinte, nasce Emiliano, que morre aos 3 meses
Romantismo – Brasil (1836–1881)
Fagundes Varela (2ª Geração)
CÂNTICO DO CALVÁRIO
Vai para o Recife a fim de
terminar seus estudos. À memória de meu filho, morto a 11 de
dezembro de 1863
Morre Ritinha, que ficara com
os pais do poeta Eras na vida a pomba predileta
Que sobre um mar de angústias conduzia
O ramo da esperança!... eras a estrela
Em crise, foge de vez para Que entre as névoas do inverno cintilava
os livros, casa-se pela Apontando o caminho ao pegureiro!...
segunda vez e torna-se um Eras a messe de um dourado estio!...
Eras o idílio de um amor sublime!...
alcóolatra compulsivo. Eras a glória, a inspiração, a pátria,
O porvir de teu pai! - Ah! no entanto,
Morre aos 34 anos em Niterói Pomba - varou-te a flecha do destino!
Astro - engoliu-te o temporal do norte!
Teto, caíste! Crença, já não vives!
Seus poemas oscilam entre Correi, correi, oh! lágrimas saudosas,
temas da vida e da morte, Legado acerbo da ventura extinta,
da cidade e do campo. Dúbios archotes que a tremer clareiam
A lousa fria de um sonhar que é morto!
Romantismo – Brasil (1836–1881)
Castro Alves (3ª Geração)
Antônio Frederico de Castro Alves nasceu na Fazenda
Cabaceiras, em 1847, próximo de Cachoeira, na Bahia
(hoje a cidade leva o seu nome)
Filho de família rica (pai médico e mãe
instruída), teve seis irmãos.
Os pais mudaram-se para Salvador e Castro
Alves estudou em um colégio muito
importante (teve como colega Rui Barbosa)
Em 1862, muda-se para o Recife, onde
envolve-se em rodas boêmias, em noitadas
com bebidas e discussões literárias.
Começa a ser conhecido por declamar versos
grandiloquentes, expressivos e libertários.
Romantismo – Brasil (1836–1881)
Castro Alves (3ª Geração)
Conhece a atriz Eugênia Infante de
Câmara, por quem se apaixona e vai morar
algum tempo depois.
Em 1866, morre o pai do poeta.
Vivendo com Eugênia, era frequentemente
perseguido pela polícia por declamar versos
abolicionistas e participar da política
Escreveu nessa
republicana.
ocasião a peça
Gonzaga (para
que sua amada
pudesse
representar)
Romantismo – Brasil (1836–1881)
Castro Alves (3ª Geração)
Vai para São Paulo em companhia da atriz e matricula-se na
Faculdade de Direito do Largo São Francisco (no caminho passa
por Salvador e Rio de Janeiro – onde conhece José de Alencar)
Chegando em São Paulo, é logo abandonado por Eugênia. Lá é
vítima de um acidente, atinge o pé esquerdo com uma
espingarda – com o agravamento do ferimento, vai para o Rio,
onde tem sua perna amputada.
Estava mutilado, solitário e contrai tuberculose – começa
a reunir poemas e editar seu livro mais conhecido:
Espumas Flutuantes
Morre a 06 de julho de 1871, aos 24 anos
POESIA ABOLICIONISTA
É através dela, em tom declamatório e grandiloquente,
que o poeta faz a sua “poesia de comício” real,
defendendo a causa mais importante de toda a sua obra:
A ABOLIÇÃO DOS ESCRAVOS
POESIA SOBRE A POESIA LÍRICO-
GRANDIOSIDADE DA AMOROSA E LÍRICO-
NATUREZA ERÓTICA
O mar, a amplidão dos céus, A mulher perde o status de
a imensidão, as vastidões da ser inalcançável e divindade
paisagem, as aves com mágica, para atingir o
símbolos da liberdade daquele que desperta
sensações, até a sensualidade

POESIA SOBRE TEMAS


HISTÓRICOS E PERSONAGENS
POESIA DE CUNHO
LIBERTÁRIO
Usa a história do mundo, pinça os
fatos importantes para a humanidade e Louva o homem livre de jugos,
torna-os poéticos, genuinamente a República, o povo no poder, a
humanos. nacionalidade.
Romantismo – Brasil (1836–1881)
Castro Alves (3ª Geração)
➢ O poeta é conhecido como condoreiro, abolicionista ou
hugoano. Recebeu ainda o título de Poeta dos Escravos.

➢ Principal obra: - Espumas Flutuantes (1870) – é o único


livro publicado quando o poeta ainda vivia. Contém todos os
tipos de poesias, à exceção da abolicionista
Algumas edições recentes deste livro, acrescentaram-lhe versos
de O Navio Negreiro
É preciso observar ainda, que a poesia lírico-erótica presente
no livro foi concebida em homenagem à Eugênia Câmara
Prosa Romântica no Brasil
Romance: da palavra
ROMANÇO/ROMÂNICO
(obra em linguagem
popular, com muita
imaginação e aventura)

Século XVIII - ROMANCE


passou a designar o texto em
prosa, normalmente longo, com
vários núcleos narrativos em
torno de um núcleo central –
O romance está ligado a muitos personagens, tempo longo e
um novo público leitor: a espaços diversos ;
burguesia.
Prosa Romântica no Brasil
Romance/FOLHETIM:
Publicado nos jornais, Capítulos curtos que
diariamente/semanalmente acabam em clímax

Idealização: Diálogo com o


O autor cria
heróis/heroínas leitor (a)
um clima de
“perfeitos” Finais felizes,
suspense e
aventuras,
O enredo é composto ações
sentimentalismo,
por aventuras e sombrias
MORAL BURGUESA
momentos de tensão
A prosa romântica brasileira não foi dividida
propriamente em fases. São quatro vertentes
distintas entre si que aparecem nos romances.
Romance social Romance Romance Romance
(ou urbano) regionalista indianista histórico
O ambiente São romances de Esse tipo de O núcleo a ser
retratado é o Rio trânsito para o romance foi desenvolvido no
de Janeiro, a Realismo. Neles, exclusivamente romance é um
Corte carioca, os desloca-se o desenvolvido por fato histórico;
costumes sociais centro das ações e José de Alencar. A no entanto, o
da burguesia da as regiões mais trilogia do autor é romancista não
época, seus longínquas do Brasil composta por: O tem
hábitos, são mostradas. Suas Guarani, Iracema e compromisso
preferências personagens Ubirajara; neles, o com a verdade
políticas, costumes habitam lugares índio ganha histórica e a
elegantes, distantes, longe da destaque na posição desenvolverá
modismos e, corrupção das de herói; o mito do utilizando-se de
sobretudo, amores. grandes cidades. “bom selvagem” situações que
obras: A obras: A Escrava de Rosseau é comporá.
moreninha Isaura (Bernardo largamente utilizado. obras: As
(Joaquim M. Guimarães) e O índio aparece Minas de Prata
Macedo), Inocência em substituição ao (José de
Senhora (José de (Visconde de herói medieval Alencar)
Alencar) Taunay) europeu
Romantismo – Brasil (1836–1881)
José de Alencar
José Martiniano de Alencar, nasceu em Messejana,CE,
em 1829, no final do Primeiro Reinado.
Filho e neto de políticos, Alencar
foi senador, ministro da Justiça.
Após romper com D.Pedro II
mudou-se para o Rio de Janeiro e
investiu somente na carreira de escritor.
Inicia o curso de Direito na Faculdade
do Largo de São Francisco, mas no 3º
ano transfere-se para Olinda.

Publicou vários artigos em jornais durante a faculdade, e


quando voltou ao Rio, estreou como escritor.
Romantismo – Brasil (1836–1881)
José de Alencar
Atuou como jornalista no “Correio Mercantil” (1854) e redator-
chefe no “Diário do Rio de Janeiro” a partir de 1856. Nesse
mesmo ano, publicou seu primeiro romance: “Cinco Minutos”.

No ano seguinte, publicou dois romances, “A Viuvinha” e


“O Guarani” (apelidado de “Epopeia Romântica do
segundo Reinado”).
Casou-se com Ana Cochrane e, em 1872, teve seu primeiro filho,
Mário Cochrane de Alencar.
Foi muito amigo de Machado de Assis, morreu em 1877 aos 48
anos, de tuberculose
Forneceu um VASTO RETRATO DOS COSTUMES DO SÉCULO XIX
Romantismo – Brasil (1836–1881)
José de Alencar
Foi um dos principais
É considerado o FUNDADOR DO criadores da língua
ROMANCE NACIONAL – foi literária brasileira,
nosso primeiro grande romancista praticou ousadias
– escreveu 21 romances, dos estilísticas estranhas ao
quais alguns são obras-primas da português falado em
Literatura nacional Portugal e próprios de
nossa gente.
Extraiu do Tupi muitas sugestões Foi o único autor que
poéticas, sonoridades expressivas, escreveu todos os
sensorialidades visuais, imagens e tipos de prosa da
ritmos. (por isso foi muito criticado Literatura nacional
por portugueses e conservadores)
“Os três Alencares”
AÇÃO HERÓICA AÇÃO AÇÃO
Voltada para SENTIMENTAL REDUZIDA
bravura e Voltada para a Voltada para a
agilidade física do ternura, o amor, os revelação da
alma de
personagem heróis são personagens
O Guarani, dominados pela problemáticas
Ubirajara, O consciência do com ênfase na
Sertanejo, O dever e da honra análise
Gaúcho. psicológica
Cinco Minutos, A
Viuvinha, O Tronco
Lucíola, Senhora
do Ipê. e Encarnação.
Romantismo – Brasil (1836–1881)
Manuel Antônio de Almeida
Manuel Antônio de Almeida, jornalista, cronista, romancista,
crítico literário.
Nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 17 de
novembro de 1831, e faleceu em Macaé,
RJ, em 28 de novembro de 1861.
Órfão de pai aos 11 anos, pouco
se sabe dos seus estudos
elementares e preparatórios
Ingressou na Faculdade de Medicina
do Rio de Janeiro em 1849 e concluiu
o curso em 1855.
As dificuldades financeiras o levaram ao jornalismo e às letras.
Manuel Antônio de Almeida
De junho de 1852 a julho de 1853 publicou, anonimamente e
aos poucos, os folhetins que compõem as Memórias de um
sargento de milícias
Com o pseudônimo de "Um Brasileiro". O seu nome apareceu
apenas na 3a edição, já póstuma, em 1863. Da mesma época data
ainda a peça Dois amores e a composição de versos esparsos.
Em 1858 foi nomeado Administrador da Tipografia Nacional,
quando encontrou Machado de Assis, que lá trabalhava como
aprendiz de tipógrafo.
Em 59, foi nomeado 2o oficial da Secretaria da Fazenda e, em
1861, desejou candidatar-se à Assembléia Provincial do Rio de
Janeiro.
Dirigia-se a Campos, para iniciar as consultas eleitorais, quando
morreu no naufrágio do navio Hermes, próximo a Macaé.
Memórias de um sargento de milícias
Esse romance merece destaque e ocupa um
lugar ímpar na história da literatura brasileira.

Retrata as classes média e baixa, algo muito


incomum para época, onde os romances
retratavam os ambientes aristocráticos.
Mostra o grupo dos portugueses que povoam o Rio de Janeiro da
época, com seus costumes e peculiaridades.

O romance se passa na época de Dom


João VI. Fala-se do período da vinda
da família real para o Brasil, do tempo
em que D. João VI refugiou-se no Rio de
Janeiro, ou seja, do início do século XIX.
Memórias de um sargento de milícias
A linguagem é popularesca,
coloquial, mais de acordo com
pessoas de nível cultural inferior,
pertencente a camadas sociais simples.
Uso da linguagem conotativa ou
figurada.
Contraste entre posturas moralizantes e atitudes que vão contra
os preceitos morais. A crítica social pode ser sentida no
desenvolvimento da trama.
Se distancia muito dos modelos
românticos que prevaleciam na época de
sua publicação: a visão de mundo que ele
expressa não é marcada por traços
idealizados e sentimentalistas.
Memórias de um sargento de milícias
O romance põe em foco, com traços
caricaturais, os tipos populares, a
"arraia miúda", do Rio de então.
A sociedade brasileira (que mal
começava a se esboçar naquele
momento) é vista pela
perspectiva dos pobres.
Visão contrária do que acontece nas obras de Joaquim Manuel de
Macedo ou dos romances urbanos de José de Alencar.
"Memórias de um Sargento de Milícias" se
filia à tradição do romance picaresco, que
se origina na Espanha, com a publicação de
"Lazarillo de Tormes", de 1554.
“Pícaro" = “aquele que vive
de astúcias, trapaças"

Você também pode gostar