Você está na página 1de 10

INÊS DE CASTRO: OS

LUSÍADAS, CANTO III,


ESTROFES 118 A 135
EPISÓDIO DE INÊS DE CASTRO, OS LUSÍADAS, CANTO III, ESTROFES 118 A 135

Neste episódio lírico, o tom otimista e eufórico da


epopeia é deixado de lado. Agora conta-se a derrota. O
amor é a causa da morte de Inês e culpado do seu
sofrimento.
EPISÓDIO DE INÊS DE CASTRO, OS LUSÍADAS, CANTO III, ESTROFES 118 A 135

O amor, surge neste episódio


personificado como causa da morte de Inês.
É apresentado como um sentimento
negativo e antitético, pois seduz mas gera
as maiores tragédias e tem em
Inês uma heroína trágica,
vítima desse amor cruel e despótico.
É caracterizado negativamente:
“puro amor
com força crua”,
“fero...áspero e
tirano”
EPISÓDIO DE INÊS DE CASTRO, OS LUSÍADAS, CANTO III, ESTROFES 118 A 135

Camões altera a verdade histórica e


orienta o episódio para uma intensa poetização.
O poeta insiste na inocência de Inês
como vítima do amor, mais do que vítima
de razões políticas ou de estado.
O amor é um engano...
EPISÓDIO DE INÊS DE CASTRO, OS LUSÍADAS, CANTO III, ESTROFES 118 A 135

ESTRUTURA DO EPISÓDIO

A estrutura do episódio assenta no contraste entre a felicidade


amorosa de Inês (“memórias de alegria” - estrofes 120 e 121) e a
precipitação trágica dos acontecimentos (estrofes 122 a 130).
Todo o episódio tem características trágicas que o aproximam da
tragédia clássica:
 Ação trágica que culmina na morte da protagonista;
 Terror: “horríficos algozes”; “morte crua”; “ministros
rigorosos”; “peitos carniceiros”;” brutos matadores”, etc...
 Piedade: a transição da felicidade despreocupada para a
desgraça inesperada.
EPISÓDIO DE INÊS DE CASTRO, OS LUSÍADAS, CANTO III, ESTROFES 118 A 135

ESTRUTURA DO EPISÓDIO

EXPOSIÇÃO (estrofes 118 a 121)


•Apresentação do caso que se vai contar;
•Atribuição das responsabilidades ao Amor;
•Descrição de um amor feliz e correspondido.
EPISÓDIO DE INÊS DE CASTRO, OS LUSÍADAS, CANTO III, ESTROFES 118 A 135

ESTRUTURA DO EPISÓDIO

CONFLITO (estrofes 122 a 131)


• Causas da oposição do rei D. Afonso IV;
• Decisão de matar Inês de Castro;
• Objetivos dessa decisão;
• Dia fatal: Inês é trazida junto ao rei;
• Discurso de defesa de Inês: pedido de clemência; proposta
alternativa; apelo para situação de mãe e consequentemente de avô;
• Reação positiva do rei;
• Interferência do povo: sentença mantém-se.
EPISÓDIO DE INÊS DE CASTRO, OS LUSÍADAS, CANTO III, ESTROFES 118 A 135

ESTRUTURA DO EPISÓDIO

DESENLACE (estrofes 132 a 137)


•Assassínio de Inês de Castro;
•Considerações do poeta sobre a sua morte;
•Reações da natureza;
•Vingança de D.Pedro.
EPISÓDIO DE INÊS DE CASTRO, OS LUSÍADAS, CANTO III, ESTROFES 118 A 135

DISCURSO DE INÊS DE CASTRO


DISCURSO ARGUMENTATIVO/PERSUASIVO

OBJETIVO: mover o rei a desistir do seu assassínio.

ESTRATÉGIAS:

FORMA CONTEÚDO

•Utilização da 2ªpessoa: “Ó •Censura falta de compaixão;


tu”;“ tens”,”te”; “sabes”;
“viste” etc. •Apela à situação de mãe inocente;

•Uso do imperativo: “tem •Pede desterro em vez da morte.


respeito”;”mova-te”;
“sabe”; ”põe- me”...
EPISÓDIO DE INÊS DE CASTRO, OS LUSÍADAS, CANTO III, ESTROFES 118 A 135

CARACTERIZAÇÃO DE INÊS DE CASTRO


Inês de Castro surge como uma figura angélica e piedosa. É
sugerido na caracterização como tendo a nobre elegância de uma
rainha. Ela é vítima do amor, de si própria, da sua beleza.

“ua fraca dama delicada.”(estrofe 123)


“Estavas linda Inês posta em
sossego “Ela com tristes e piedosas vozes” (estrofe 124)

De teus anos colhendo doce “ ...olhos piedosos” (estrofe 125)


fruito, (...) “colo de alabastro que sustinha/As obras com
De teus fermosos que Amor matou de amores...“
olhos...”(estrofe 120) (estrofe 132)

Você também pode gostar