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INVIZI – CURSO PROPEDÊUTICO

DISCIPLINA: LITERATURA

Romantismo no Brasil: Poesia e prosa


Profª.: Francinete Celestino
ROMANTISMO
O que sabemos
sobre este estilo
literário?
CRONOLOGIA DO ROMANTISMO NO
BRASIL
Período: século XIX
• Início:1836
- Suspiros poéticos e saudades, de Domingos
José Gonçalves de Magalhães.

• Término: 1881
- Publicação de “Memórias Póstumas de Brás
Cubas”, de Machado de Assis, em 1881, que
inaugura o realismo.
CARACTERÍSTICAS
• Subjetivismo
• Sentimentalismo
• Idealização
• Evasão
• Natureza
• Liberdade
• Nacionalismo

Romantismo: assume e exprime a ideologia


burguesa.
POESIA ROMÂNTICA
Primeira Geração
Traços: nacionalismo, indianismo e cor local.
Autores: Gonçalves Dias e Gonçalves de
Magalhães.
Segunda Geração -Ultrarromantismo
Traços: mal do século, excessos do
Subjetivismo e do emocionalismo romântico,
culto da morte e pessimismo.
Autores: Álvares de Azevedo, Casimiro de
Abreu, Junqueira Freire e Fagundes Varela.
Terceira Geração
Pré-Realismo - Condoreirismo
Traços: Aprofundamento do nacionalismo,
temas sociais e políticos, tom retórico e
exaltado e desejo de liberdade.
Autores: Castro Alves e Sousândrade.
Assim como Victor Hugo havia
feito com a águia, o condor, ave
da Cordilheira dos Andes capaz
de voar em altitudes bem altas, é
escolhido como símbolo da
liberdade, daí a origem da
denominação Condoreirismo.
GONÇALVES DIAS: UM
INDIANISTA AMOROSO
Principal representante da primeira geração,
Antônio Gonçalves Dias nasceu no Maranhão,
no ano de 1823.
Em 1846 publicou seu primeiro livro de poesia Primeiros
Cantos. Aos Primeiros Cantos logo seguirão os Segundos
Cantos e As Sextilhas de Frei Antão (1848). Os Últimos
Cantos serão publicados em 1851.
Em sua poesia Gonçalves Dias abordou os três temas
românticos fundamentais: Natureza – Pátria – Religião.
CANÇÃO DO
EXÍLIO
MINHA TERRA TEM PALMEIRAS,
ONDE CANTA O SABIÁ;
AS AVES, QUE AQUI GORJEIAM,
NÃO GORJEIAM COMO LÁ.
 
NOSSO CÉU TEM MAIS ESTRELAS,
NOSSAS VÁRZEAS TÊM MAIS FLORES, MINHA TERRA TEM PRIMORES,
NOSSOS BOSQUES TÊM MAIS VIDA, QUE TAIS NÃO ENCONTRO EU CÁ;
EM CISMAR — SOZINHO, À NOITE —
NOSSA VIDA MAIS AMORES.
MAIS PRAZER ENCONTRO EU LÁ;
MINHA TERRA TEM PALMEIRAS,
EM CISMAR, SOZINHO, À NOITE, ONDE CANTA O SABIÁ.
MAIS PRAZER ENCONTRO EU LÁ;
MINHA TERRA TEM PALMEIRAS, NÃO PERMITA DEUS QUE EU MORRA,
ONDE CANTA O SABIÁ. SEM QUE EU VOLTE PARA LÁ;
SEM QUE DESFRUTE OS PRIMORES
QUE NÃO ENCONTRO POR CÁ;
SEM QU'INDA AVISTE AS PALMEIRAS,
ONDE CANTA O SABIÁ.

GONÇALVES
DIAS .COIMBRA - JULHO 1843.
ÁLVARES DE AZEVEDO

A TEMÁTICA DO AMOR E DA MORTE

Expressão máxima da segunda geração romântica


brasileira.
Não publicou, contudo, nenhum de seus livros em vida.
Aos 21 anos (1852), foi surpreendido pela morte, cuja
causa é, ainda hoje, um mistério.
PRINCIPAIS OBRAS
Lira dos Vinte Anos (1853) – poemas que
mostram um Álvares de Azevedo adolescente,
piegas, meigo, cantor de virgens pálidas e um
Álvares de Azevedo mórbido, macabro e satânico.
É o principal poeta representante do “mal do
século” ou “ultra-romantismo”.
Noite na Taverna (1855) – série de contos
fantásticos narrados por um grupo de amigos
reunidos em torno de uma mesa de bar (taberna).
São narrativas sobre corrupção, incesto, necrofilia,
traição, antropofagia, satanismo, assassinatos por
vingança e por amor.
Se eu morresse amanhã

Se eu morresse amanhã, viria ao menos


Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!
 
Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!
 
Que sol! que céu azul! que doce n'alva
Acorda a natureza mais louçã!
Não me batera tanto amor no peito
Se eu morresse amanhã!
 
Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã...
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!
 
TERCEIRA GERAÇÃO: CONDOREIRA
Castro Alves – o cantor dos escravos
• Poesia sobre os escravos – campanha
Abolicionista.
Obra: Navio negreiro, Tragédia no lar e A
canção do africano.

• Poesia Lírica – erotização feminina, sensualidade


explícita e a mulher real, lasciva e sedutora.
Obra: O “adeus” de Teresa
O NAVIO NEGREIRO
“O Navio Negreiro” é um longo poema que em um navio.
IV
   Era um sonho dantesco... o tombadilho  
Que das luzernas avermelha o brilho. 
Em sangue a se banhar. 
Tinir de ferros... estalar de açoite...  
Legiões de homens negros como a noite, 
Horrendos a dançar... 

Negras mulheres, suspendendo às tetas  


Magras crianças, cujas bocas pretas  
Rega o sangue das mães:  
Outras moças, mas nuas e espantadas,  
No turbilhão de espectros arrastadas, 
Em ânsia e mágoa vãs! 
FONTE
Considerações finais
O que afirma o historiador literário Afrânio Coutinho acerca da
diferença entre o pensamento neoclássico (arcadismo) e o
romântico:

“O estado de alma ou temperamento romântico é uma


constante universal, oposta à atitude clássica, por meio das
quais a humanidade exprime sua artística apreensão do real.
Enquanto o temperamento clássico se caracteriza pelo primado
da razão, do decoro, da contenção, o romântico é exaltado,
entusiasta, colorido, emocional e apaixonado (...) O
romântico procura idealizar a realidade, e não reproduzi-la.”
CONTEXTO HISTÓRICO E CULTURAL DO
ROMANTISMO NO BRASIL
Transferência da família real para o Rio de
Janeiro (1808);
 A elevação do Brasil à categoria de reino
(1816);
 A independência (1822);
 Economia baseada no latifúndio, na
monocultura e na mão de obra escrava;
Afirmação da identidade nacional;
 A formação de público leitor ainda era
precária.
SEGUNDA GERAÇÃO (ULTRARROMANTISMO)
A TEMÁTICA DO AMOR E DA MORTE
 
Já sinto da geada dos sepulcros
O pavoroso frio enregelar-me...
A campa vejo aberta, e lá do fundo
Um esqueleto em pé vejo a acenar-me...
 
Entremos. Deve haver nestes lugares
Mudança grave na mundana sorte;
Quem sempre a morte achou no lar da vida,
Deve a vida encontrar no lar da morte.
 
Laurindo Rabelo. Adeus ao Mundo

Os versos de Laurindo Rabelo nos levam facilmente a identificar o tema que fascinou
os escritores da segunda geração romântica brasileira: a morte.
 
POEMA: A MÃE DO CATIVO
Poema da 3ª geração Romântica
Neste poema, o eu lírico revela à mãe de um futuro escravo o sofrimento
que aguarda seu filho.
Ó mãe do cativo! que alegre balanças 
A rede que ataste nos galhos da selva! 
Melhor tu farias se à pobre criança 
Cavasses a cova por baixo da relva.

Ó mãe do cativo! que fias à noite 


As roupas do filho na choça da palha! 
Melhor tu farias se ao pobre pequeno 
Tecesses o pano da branca mortalha.

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