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COLÉGIO SHALOM Trabalho de Língua

Ensino Médio – 2ª Série Portuguesa


65 Profº: Clécio Oliveira – Língua Portuguesa
Aluno (a) : ______________________________________ Data: Março de 2015
Valor: 24% Nota: _____
Atividades sobre substantivo
Questão 01 - (UNIFICADO RJ) destino.
DETERMINISMOS (Adaptado - VERÍSSIMO, L.F., In Jornal do Brasil, 8/7/95.)

Acho que o caráter de um povo decorre de


Ao considerar o substantivo "corrupção" uma
sua língua, e não o contrário. O constante mau
formação superlativa, o autor pretende salientar,
humor do francês, por exemplo, é uma exigência
mais do que uma noção de tamanho, uma ideia de:
fonética: a língua francesa soa melhor quando
exprime alguma indisposição com o mundo ou com a) assimetria
um semelhante. Certos sons, em francês, só são b) afetividade
perfeitamente atingidos num determinado grau de c) intensidade
irritação. O que, à primeira vista, parece uma d) pejoração
insanável assincronia entre o francês e o seu fígado e) quantidade
ou o seu destino pessoal não passa de um
determinismo da pronúncia. Não se pode esperar Questão 02 - (UFAM)
do francês o gesto largo e generoso de um povo Assinale a opção constante de substantivo que, no
com amplas vogais, como o Italiano. O que se ouve plural, NÃO sofre mudança de timbre (de o fechado
é uma enganosa amargura, fruto das consoantes para o aberto):
construtivas.
A mania dos alemães de dominar o mundo a) esforço / esforços
talvez venha do caráter predatório da sua língua, b) osso / ossos
sempre atrás de maneiras de combinar mais e mais c) imposto / impostos
significados numa só palavra. Há quem diga que o d) esposo / esposos
ideal alemão é reduzir tudo o que precisa ser dito a e) fogo / fogos
uma interminável fileira de sílabas, a uma palavra
única que circundaria o globo e tornaria todas as Questão 03 - (UNIMONTES MG)
outras línguas obsoletas. A BELEZA NÃO É UM ATRIBUTO
Já escrevi que Portugal colonizou a África e FUNDAMENTAL
o Brasil porque o português falado lá se tornara tão 1
difícil de dizer que precisava de ar. Foi a falta de ar Entre os mitos do amor – não provados, porém
que impeliu as caravelas. O português falado na muito acreditados – encontra-se o da beleza.
África e no Brasil é justamente o português de Diz-se que a paixão pede a beleza para crescer, e
Portugal com mais espaço. O mesmo aconteceu com nosso querido poeta Vinícius de Moraes chegou ao
o inglês americano e australiano em relação ao extremo de afirmar: “As feias que me perdoem, mas
inglês. Este teria, com o tempo, se tornado beleza é fundamental”. Já na descrição homérica da
incompreensível para seus próprios usuários, se não guerra de Tróia, atribuía-se o conflito à beleza de
tivesse adquirido dois grandes continentes, onde Helena, reforçando a crença no poder da 5estética e
pôde respirar e se espraiar. em sua importância para o florescimento do amor.
Mas se faz bem à língua o espaço maior pode No entanto, as coisas não se passam bem assim na
prejudicar o caráter. Em Portugal ele dizem "ao" realidade. Se a beleza fosse imprescindível para o
onde nós dizemos "ão" e por isso a nossa amor, onde ficariam todos os feios e as feias que
"corrupção" parece maior, tem a força descritiva de conhecemos, provavelmente a maior parte da
um superlativo. É como se existisse a palavra população? Eles precisariam perguntar ao poeta para
"corrupcinha", mas. de tão pouco adequada aos que seria a beleza fundamental. Como a beleza é
nossos hábitos, se tivesse perdido no tempo, menos frequente do que a feiura, podemos presumir
substituída para sempre pelo seu oposto. Nosso que a maioria formada pelos feios dê valor à
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português liberado pelo nosso tamanho nos qualidade que lhes é ausente, e, por essa razão,
compeliria só aos grandes pecados. A culpa não é haveria uma ponderável parcela de pessoas
nossa, é dos nossos superlativos. Ditongo nasal é valorizando, até excessivamente, a beleza como
qualidade importante na busca de um(a) parceiro(a).
Para confirmar essa hipótese, podemos tomar o lugar, mas é muito provável que sejam minoria. A
exemplo do próprio Vinícius de Moraes, que maior parte dos homens está em busca de mulheres
certamente já não primava pela beleza na época em com outras qualidades consideradas mais
que criou a famosa frase. fundamentais.
Frequentemente, vemos casais que nos chamam a A qualidade de fato mais importante está na
atenção exatamente por serem singularmente capacidade de cada indivíduo tirar partido dos
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díspares, pois, enquanto um é muito bonito, o outro aspectos positivos de sua aparência. Com isso, cada
é bem o contrário. É provável que isso se deva a um um de nós mostra que, mais fundamental do que
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fenômeno bastante comum – a atração dos opostos. ser bonito, é revelar uma atitude de amor, carinho e
Tanto quanto uma pessoa feia pode valorizar a cuidado consigo mesmo. Isso pode ser percebido por
beleza como qualidade que busca em seu parceiro, a sinais exteriores que, por serem realmente mais
pessoa bonita pode se desinteressar por uma valiosos do que a beleza natural, acabam se
qualidade que, para ela, não passa de um dom confundindo com ela. O que acontece, muitas vezes,
natural, em geral escassamente apreciado por não ser é que uma pessoa se torna atraente e nos parece
fruto de um especial esforço, por não ser uma bonita devido somente às suas outras qualidades.
conquista, mas algo recebido, por assim dizer, de Luiz Alberto Py

mão 20beijada.
Na verdade, se pensarmos friamente, a beleza – Em qual das alternativas abaixo, a palavra destacada
como característica desejada no parceiro que é um substantivo?
buscamos – deve vir numa posição não muito
destacada, visto que existem muitas outras a) “A beleza não é um atributo fundamental.”
qualidades que são de fato mais fundamentais (título do texto)
quando procuramos nosso companheiro de viagem b) “... qualidades que valorizam uma pessoa
pela vida. Honestidade, inteligência, capacidade de mais que simplesmente sua formosura.” (linha 25)
amar, diligência, generosidade, bondade, disciplina c) “... uma pessoa se torna atraente...” (linha 47)
pessoal e 25saúde são algumas das qualidades que d) “É muito comum encontrarmos entre as
valorizam uma pessoa mais que simplesmente sua mulheres...” (linha 34)
formosura. Daí a sabedoria popular afirmar que
“beleza não põe mesa”. Questão 04 - (UNIPAR PR)
Não resta a menor dúvida de que a beleza abre Primeiro foi a devastação, depois a indignação – e
portas, facilita um primeiro contato, cria uma agora a ação. Os termos destacados são substantivos
impressão favorável e uma predisposição positiva abstratos derivados de verbo. Assinale a alternativa
nas pessoas. Até porque ela tende a ser vista como a em que o substantivo abstrato NÃO deriva de verbo:
expressão externa de algo interno, ou seja, mostra-se
como uma prévia de qualidades a serem 30percebidas a) A concessão de regalias.
posteriormente. Tendemos a acreditar que uma b) A explanação dos versos.
pessoa é boa e inteligente simplesmente porque é c) A manutenção do automóvel.
bela. Isso, porém, pode se tornar uma faca de dois d) A cessão de direitos.
gumes na medida em que se passa a esperar um e) A solidão dos trabalhadores.
melhor desempenho e um maior leque de qualidades
em uma pessoa, apenas pelo fato de ela ser bonita. Questão 05 - (FUVEST SP)
É muito comum encontrarmos entre as mulheres – S. Paulo, 13-XI-42
como corolário do mito da beleza 35fundamental – Murilo
um outro mito: o da capa de revista. Muitas
mulheres tendem a ficar inseguras quando disputam São 23 horas e estou honestissimamente em casa,
um namorado com outra que consideram mais bonita imagine! Mas é doença que me prende, irmão
ou quando percebem seu homem manifestar pequeno. Tomei com uma gripe na semana passada,
interesse por uma mulher do tipo “capa de revista”. depois, desensarado, com uma chuva, domingo
Na imaginação, acolhem a ideia de que os homens último, e o resultado foi uma sinusitezinha infernal
tenderiam a procurar mulheres especialmente que me inutilizou mais esta semana toda. E eu com
bonitas para serem suas parceiras, o que viria a se tanto trabalho! Faz quinze dias que não faço nada,
encaixar com a ideia de que a beleza seria mesmo a com o desânimo de apósgripe, uma moleza
qualidade mais valorizada por eles. Podem até invencível, e as dores e tratamento atrozes. Nesta
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existir aqueles que colocam a beleza em primeiro noitinha de hoje me senti mais animado e andei
trabalhandinho por aí. (...)
Quanto a suas reservas a palavras do poema que lhe gramática (conjunto de regras de como as palavras
mandei, gostei da sua habilidade em pegar todos os se combinam para formar frases, parágrafos e
casos “propositais”. Sim senhor, seu poeta, você até textos).
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está ficando escritor e estilista. Você tem toda a Quem fala um idioma nacional e um dialeto
razão de não gostar do “nariz furão”, de regional é tão bilíngue quanto quem fala dois
“comichona”, etc. Mas lhe juro que o gosto idiomas. Então por que alguns sistemas são
consciente aí é da gente não gostar sensitivamente. chamados de idiomas e outros, não?
As palavras são postas de propósito pra não gostar, Dialeto vem do grego dialektos, composto de dia,
devido à elevação declamatória do coral que “através”, e léktos, “fala”. Seria, segundo alguns,
precisa ser um bocado bárbara, brutal, uma espécie de fala “atravessada”, um linguajar
insatisfatória e lancinante. Carece botar um pouco defeituoso, não conforme às normas do falar
de insatisfação no prazer estético, não deixar a estabelecidas pelos gramáticos. A primeira definição
coisa muito bem-feitinha.(...) De todas as palavras de dialeto (que por 20sinal, teria inspirado as
que você recusou só uma continua me desagradando posteriores) baseava-se numa visão preconceituosa
“lar fechadinho”, em que o carinhoso do diminutivo que a elite ateniense do período clássico tinha em
é um desfalecimento no grandioso do coral. relação à fala tanto das camadas populares quanto
Mário de Andrade, Cartas a Murilo Miranda. dos estrangeiros (não-atenienses, inclusive gregos de
cidades vizinhas).
No texto, as palavras “sinusitezinha” e Hoje, costuma-se chamar de dialeto qualquer
“trabalhandinho” exprimem, respectivamente, expressão linguística que não seja reconhecida como
língua oficial de um país. Assim, um dialeto pode ser
a) delicadeza e raiva. tanto uma 25variedade linguística regional do idioma
b) modéstia e desgosto. oficial quanto uma língua sem qualquer parentesco
c) carinho e desdém. com ele.
d) irritação e atenuação. BIZOCCHI, Aldo. A distância entre língua e dialeto. Revista Língua, ano 2, nº
e) euforia e ternura. 14, dezembro de 2006. pp 54-57.

TEXTO comum às questões: 06 e 07 Questão 06 - (UFPI)


Em relação à palavra dialeto assinale a assertiva
A DISTÂNCIA ENTRE LÍNGUA E DIALETO CORRETA:
Uma das distinções mais nebulosas da linguística
continua criando a) Trata-se de um neologismo, pois foi criada de
polêmica entre os curiosos forma inédita pelos gregos;
b) Trata-se de uma derivação por prefixação,
O Brasil, frequentemente se diz, é um país de sorte pois inicia pelo prefixo “dia”;
porque, apesar das dimensões continentais, aqui não c) Trata-se de um estrangeirismo, pois a palavra
há dialetos – todos falamos a mesma língua. tem origem na Grécia;
Também é comum ouvir que as línguas europeias d) Trata-se de um substantivo comum de origem
têm muitos dialetos ou que na África as línguas grega;
oficiais (dos colonizadores) convivem com dialetos e) Trata-se de um hibridismo, pois nasce a partir
nativos. O que é, então, língua e dialeto? da junção de duas palavras gregas;
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Para o linguista Max Weinreich, “língua é um
dialeto com um exército e uma marinha”. Não está Questão 07 - (UFPI)
longe da verdade. Afinal, a tradicional distinção O vocábulo “língua”, em relação à palavra
entre língua e dialeto está fundada em critérios mais “português”, guarda uma relação de:
políticos do que linguísticos.
Língua é um sistema de comunicação formado por a) hiponímia;
sons vocais (fonemas), que se agrupam para formar b) hiperonímia;
unidades dotadas de significado (morfemas), que se c) sinonímia;
agrupam para 10formar palavras, que se agrupam (ih, d) homonímia;
ficou monótono!) para formar frases, que se e) polissemia.
agrupam para formar textos. Questão 08 - (UFAM)
Do ponto de vista estritamente linguístico não há Assinale a opção em que o substantivo, ao ser
nada que distinga língua de dialeto. Ambos os levado ao plural, não sofre metafonia (mudança de
sistemas têm léxico (um inventário de palavras) e timbre da vogal tônica: o fechado para o aberto):
vivido e o conservam entre nós. Salvam os feitos e
a) molho de peixe os acontecimentos da sua total desintegração no
b) poço artesiano esquecimento.
c) ovo de codorna A memória do já vivido e a sua narração numa
d) corpo de baile história é o que possibilita a construção da História e
e) posto de saúde das nossas histórias pessoais. Só os feitos e os
acontecimentos narrados em histórias são capazes de
Questão 09 - (UNIMONTES MG) salvaguardar nossa existência e nossa identidade.
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Lembrança e esquecimento Só conservados pela lembrança é que os feitos e os
DULCE CRITELLI acontecimentos podem entrar no tempo e fazer parte
1
“Como é antigo o passado recente!” Gostaria que a de um passado. Recente ou antigo.
frase fosse minha, mas ela é de Nelson Rodrigues Folha de São Paulo – 20/3/08

numa crônica de “A Menina sem Estrela”.


Também fico perplexa com esse fenômeno rápido e Os substantivos usados para dar título ao texto são
turbulento que é o tempo da vida. Não são poucas as
vezes em que me volto para algum acontecimento a) homônimos.
acreditando que ele ainda é atual e descubro 5que ele b) sinônimos.
faz parte do passado para outros. c) antônimos.
Um exemplo é quando, em sala de aula, refiro-me a d) parônimos.
eventos que se passaram nos anos 70 e meus alunos
me olham como se eu falasse da Idade Média... E eu Questão 18 - (IFRS)
nem contei para eles que andei de bonde!
A distância entre nós não é apenas uma questão de
gerações. Eles nasceram em um mundo já
transformado pela tecnologia e pela informática.
Uma transformação que começou nos anos 50 e que
não 10nos trouxe somente mais eletrodomésticos e
aparelhos digitais. Ela instalou uma transformação
radical do nosso modo de vida.
Mudou o mundo e mudou o jeito de viver. Mudou o
jeito de namorar, de vestir, de procurar emprego, de
andar na rua e de se locomover pela cidade.
Mudou o corpo. Mudou o jeito de escrever, de
estudar, de morar e de se divertir. Mudou o valor da
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vida, do dinheiro e das pessoas...
Outros tempos. E, quando um jeito de viver muda,
ele não tem volta. Não se pode ter a experiência dele
nunca mais. Por isso, meus alunos e eu só podemos
compartilhar o tempo atual. Não podemos
compartilhar um tempo que, para eles, é passado,
mas, para mim, ainda é presente. QUINO. Mafalda 2. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
Os fatos de 30 anos atrás não são passado na minha
vida. Para mim, meu passado não passou e 20minha Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as
história não envelhece. Minha memória pode afirmações abaixo sobre o emprego das classes de
alcançar os acontecimentos que vivi a qualquer palavras na tira.
momento, e posso revivê-los como se ocorressem
agora. Mas, se eu os narrar, quem me ouve não pode, ( ) O vocábulo aqui é um pronome.
como eu, vivenciá-los. Por isso, para meus alunos, ( ) O vocábulo veículo é um substantivo.
são contos o que para mim é vida. ( ) O vocábulo isso é um artigo.
Mas é assim que corre o rio da vida dos homens, ( ) O vocábulo ia é um verbo.
transformando em palavras o que hoje é ação. Se
não forem narrados, os acontecimentos e os nossos A sequência correta de preenchimento dos
feitos passam sem deixar rastros. parênteses, de cima para baixo, é
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Faladas ou escritas, são as palavras que salvam o já
a) F – V – V – V.
b) V – F – F – F. mentais. Elas eram 31mais ou menos assim: termine
c) F – F – V – V. o expediente na hora certa; não chegue ao trabalho
32
d) V – V – F – F. antes da hora estabelecida; faça todas as pausas a
e) F – V – F – V. que tem direito; deixe a mesa 33bagunçada;
determine um número de tentativas para concluir o
Questão 11 - (UFOP MG) trabalho e, em 34seguida, entregue o que tiver.
Doença do nosso tempo “Parecem coisas banais, porque aquilo que alguns
35
Mariana Sgarioni deles consideram fracasso é algo para o que a
maioria das pessoas não dá a 36mínima importância”,
01
Você deve estar pensando: gente teimosa e turrona diz. Depois pergunte: você foi castigado? A
existe desde que o 02mundo é mundo. Por que só universidade 37deixou de funcionar? Você está mais
agora se percebeu que isso é um transtorno de feliz? Segundo a professora, os cobaias
03 38
personalidade que deve ser tratado? Porque a vida perceberam que se preocupavam demais com
nunca foi tão difícil para os 04perfeccionistas. bobagens. “Todos ficaram surpresos 39porque tudo
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Até poucas décadas atrás, o ritmo mais lento da continuava funcionando”.
vida – e do trabalho – dava 06espaço a que o sujeito In: Superinteressante, março de 2008, p. 69.

cabeça-dura se ocupasse com suas obsessões e fosse


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especialista nelas. Um afinador de pianos podia “[...] termine o expediente na hora certa; não chegue
demorar semanas para devolver o 08instrumento ao ao trabalho antes da hora estabelecida; faça todas as
cliente, pois seu trabalho dependia somente de pausas a que tem direito; [...] e, em seguida,
talento, aptidão e 09treinamento. Mas as coisas entregue o que tiver.” (linha 31)
mudaram: surgiram artefatos eletrônicos que, se não Assinale a alternativa em que a transposição para o
10
substituem perfeitamente o trabalho de um ouvido plural está correta:
absoluto, tornam o serviço bem 11mais rápido e com
um resultado aceitável para a maioria dos mortais. a) terminem o expediente na hora certa; não
Pior para os 12afinadores perfeccionistas, inventaram cheguem ao trabalho antes da hora estabelecida;
pianos eletrônicos que nunca precisam ser façam todas as pausas a que têm direito; [...] e, em
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afinados. seguida, entreguem o que tiverem.
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Em resumo: a pessoa precisa saber se adaptar, b) terminem os expedientes na hora certa; não
coisa dificílima para um 15perfeccionista. “Vivemos cheguem aos trabalhos antes da hora estabelecida;
numa era em que as vidas social, profissional e façam toda pausa que têm direitos, [...] e, em
afetiva 16exigem flexibilidade”, afirma Geraldo seguida, entreguem o que tiverem.
Possendoro. “Quem não é flexível fica para 17trás e c) terminem os expedientes nas horas certas;
sofre de ansiedade.” não chegues aos trabalhos antes das horas
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Além disso, a era da informação rápida e fácil – estabelecidas; façam todas as pausas a que tem
mas nem sempre confiável 19– é o inferno dos direitos; [...] e, em seguida, entregue o que tiverem.
perfeccionistas porque os obriga a elevar os próprios d) terminem o expediente nas horas certas; não
padrões de 20exigência. Até meados da década de cheguem ao trabalho antes das horas estabelecidas;
1990, um jornalista que quisesse escrever 21sobre façam toda pausa que tem direito; [...] e, em seguida,
afinação de pianos precisaria se desdobrar para achar entregue o que tiver.
fontes especializadas 22de informação. Qualquer
besteira escrita passaria em branco para a maioria Questão 12 - (IFSP)
dos 23leitores – só os perfeccionistas teriam Responda de acordo com a gramática normativa.
disposição para correr atrás dessas fontes. 24Hoje, O substantivo em destaque está corretamente
qualquer tipo de informação – de afinação de pianos flexionado no plural em:
a disfunções intestinais 25do bagre africano – estão
disponíveis na internet para o jornalista, seu chefe e a) Vários painéus explicativos foram expostos
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todos os leitores (ai, Jesus!). para orientar os visitantes que vêm ao museu.
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Mais fácil que mudar esse mundo é tentar b) Os arqueólogos até hoje tentam decifrar
amolecer a cabeça dura dos 28perfeccionistas. Mas alguns caracteres usados por povos da Antiguidade.
como? A psicóloga americana Alice Provost propôs c) Os cidadões estão indignados com o
um 29exercício para o grupo que estudou na aumento excessivo e injusto dos impostos.
universidade – uma série de regras que 30tinham por d) A nova cozinheira sabe preparar deliciosos
objetivo livrar essas pessoas de suas próprias regras pãozinhos de milho.
e) No salão de cerimônias do clube estavam
expostos os troféis do time. didática diante da cultura digital: o tablet na sala de
aula modifica a prática dos professores e o
Questão 13 - (FUVEST SP) cotidiano escolar? Em que medida ele modifica as
Uma flor, o Quincas Borba. Nunca em minha condições de aprendizagem dos estudantes?
infância, nunca em toda a minha vida, achei um Evidentemente isso pode se desdobrar em inúmeras
menino mais gracioso, inventivo e travesso. Era a outras questões sobre a convergência de tecnologias
flor, e não já da escola, senão de toda a cidade. A e linguagens, sobre o acesso às redes na sala de
mãe, viúva, com alguma cousa de seu, adorava o aula e sobre a necessidade de mediações na
filho e trazia-o amimado, asseado, enfeitado, com perspectiva dos novos letramentos e alfabetismos
um vistoso pajem atrás, um pajem que nos deixava nas múltiplas linguagens.
gazear a escola, ir caçar ninhos de pássaros, ou
perseguir lagartixas nos morros do Livramento e da Outra questão que é preciso pensar diz respeito aos
Conceição, ou simplesmente arruar, à toa, como conteúdos digitais. Os conteúdos que estão sendo
dous peraltas sem emprego. E de imperador! Era um produzidos para os tablets realmente oferecem a
gosto ver o Quincas Borba fazer de imperador nas potencialidade do meio e sua arquitetura multimídia
festas do Espírito Santo. De resto, nos nossos jogos ou apenas estão servindo como leitores de textos
pueris, ele escolhia sempre um papel de rei, com os mesmos conteúdos dos livros didáticos?
ministro, general, uma supremacia, qualquer que Quem está produzindo tais conteúdos digitais? De
fosse. Tinha garbo o traquinas, e gravidade, certa que forma são escolhidos e compartilhados?
magnificência nas atitudes, nos meneios. Quem diria
que... Suspendamos a pena; não adiantemos os Ou seja, pensar na potencialidade que o tablet
sucessos. Vamos de um salto a 1822, data da nossa oferece na escola — acessar e produzir imagens,
independência política, e do meu primeiro cativeiro pessoal. vídeos, textos na diversidade de formas e conteúdos
(Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas) digitais — implica em repensar a didática e as
possibilidades de experiências e práticas educativas,
A enumeração de substantivos expressa gradação midiáticas e culturais na escola ao lado de questões
ascendente em: econômicas e sociais mais amplas. E isso
necessariamente envolve a reflexão crítica sobre os
a) "menino mais gracioso, inventivo e saberes e fazeres que estamos produzindo e
travesso". compartilhando na cultura digital.
b) "trazia-o amimado, asseado, enfeitado". (Tablets nas escolas. www.gazetadopovo.com.br. Adaptado.)

c) "gazear a escola, ir caçar ninhos de pássaros,


ou perseguir lagartixas". No último período do texto, os termos saberes e
d) "papel de rei, ministro, general". fazeres são
e) "tinha garbo (...), e gravidade, certa
magnificência". a) adjetivos.
b) pronomes.
Questão 14 - (UNESP SP) c) substantivos.
Considere o fragmento de um artigo de Mônica d) advérbios.
Fantin sobre o uso dos tablets no ensino, postado na e) verbos.
seção de blogues do jornal Gazeta do Povo em
16.05.2013: Questão 15 - (FUVEST SP)
“O diminutivo é uma maneira ao mesmo tempo
Tablets nas escolas afetuosa e precavida de usar a linguagem. Afetuosa
Ou seja, não é suficiente entregar equipamentos porque geralmente o usamos para designar o que é
tecnológicos cada vez mais modernos sem uma agradável, aquelas coisas tão afáveis que se deixam
perspectiva de formação de qualidade e diminuir sem perder o sentido. E precavida porque
significativa, e sem avaliar os programas anteriores. também o usamos para desarmar certas palavras que,
O risco é de cometer os mesmos equívocos e não por sua forma original, são ameaçadoras demais.”
potencializar as boas práticas, pois muda a [Luis Fernando Veríssimo, Diminutivos]
tecnologia, mas as práticas continuam quase as
mesmas. A alternativa inteiramente de acordo com a definição
do autor sobre diminutivos é:
Com isso, podemos nos perguntar pelos desafios da
a) O iogurtinho que vale por um bifinho.
b) Ser brotinho é sorrir dos homens e rir brasileira que Graciliano Ramos e Guimarães Rosa
interminavelmente das mulheres. escreveram suas obras, as mais significativas do
c) Gosto muito de te ver, Leãozinho. século, no país, no campo da prosa. Foi recorrendo
d) Essa menininha é terrível! ao bordão da antropofagia que vários artistas jovens,
e) Vamos bater um papinho. nos anos 60, inventaram a cultura pop brasileira, no
movimento conhecido como tropicalismo. No plano
Questão 16 - (UNIFOR CE) das ideias, o século gerou três obras que se
… pelo satélite usado nas medições de focos de tornariam clássicos da reflexão sobre o país. "Os
calor. Sertões", do carioca Euclides da Cunha, escrito em
As palavras grifadas nas frases abaixo fazem o 1902, é ainda influenciado por teorias racistas do
plural de maneira idêntica à palavra grifada acima, século passado, que achavam que a mistura entre
EXCETO em: negros, brancos e índios provocaria um
"enfraquecimento" da raça brasileira. Mesmo assim,
a) O Ministério recebeu o apoio da organização é um livro essencial, porque o repórter Euclides, que
não-governamental. trabalhava no jornal "O Estado de S. Paulo", foi ao
b) O domínio do fogo foi uma bênção para a campo cobrir a guerra de Canudos e viu na frente de
humanidade. combate muitas coisas que punham em questão as
c) Era necessária a redução de focos de teorias formuladas em gabinete. "Casa-Grande &
incêndio. Senzala", do pernambucano Gilberto Freyre,
d) A população foi prejudicada pela fumaça das apresentava pela primeira vez a miscigenação como
queimadas. algo positivo e buscava nos primórdios da
e) A previsão do Ministro refletia a falta de colonização portuguesa do país as origens da
controle das queimadas. sociedade que se formou aqui. Por último, o paulista
Sérgio Buarque de Holanda, em "Raízes do Brasil",
Questão 17 - (UFSM RS) partia de premissas parecidas mas propunha uma
BRASIL, MOSTRA A TUA CARA visão crítica, que influenciaria toda a sociologia
A busca de uma identidade nacional é preocupação produzida a partir de então.
deste século João Gabriel de Lima
"VEJA", 22 de dezembro, 1999. p. 281-282.
No texto, observa-se a ocorrência de alguns
1 Ao criar um livro, um quadro ou uma canção,
substantivos derivados de verbos - os deverbais.
o artista brasileiro dos dias atuais tem uma
Esses substantivos denotam AÇÃO e apresentam as
preocupação a menos: parecer brasileiro. A noção de
terminações -a, -e, -o. O único substantivo que NÃO
cultura nacional é algo tão incorporado ao cotidiano
do país que deixou de ser um peso para os criadores. faz parte desse grupo é
Agora, em vez de servir à pátria, eles podem servir
ao próprio talento. Essa é uma conquista deste a) busca (subtítulo).
século. Tem como marco a Semana de Arte Moderna b) conquista.
de 1922, uma espécie de grito de independência c) grito.
artística do país, cem anos depois da independência d) século.
política. Até esta data, o brasileiro era, antes de tudo, e) combate.
um envergonhado. Achava que pertencia a uma raça
inferior e que a única solução era imitar os modelos Questão 18 - (UFF RJ)
culturais importados. Para acabar com esse Cada lugarzinho tem
complexo, foi preciso que um grupo de artistas de um canto escondido.
diversas áreas se reunisse no Teatro Municipal de Um ao meio-dia, um às três da tarde.
São Paulo e bradasse que ser brasileiro era bom. O Cada passarinho tem
escritor Mário de Andrade lançou o projeto de uma um canto exclusivo.
língua nacional. Seu colega Oswald de Andrade Às vezes passa um carro, mas só às vezes.
propôs o conceito de "antropofagia", segundo o qual E as ondas do mar não param de passar.
a cultura brasileira criaria um caráter próprio depois Quem tem medo de cobra
de digerir as influências externas. põe sapato.
2 A semana de 22 foi só um marco, mas pode- Quem não tem, a mãe
se dizer que ela realmente criou uma agenda cultural obriga a pôr.
para o país. Foi tentando inventar uma língua O mormaço apazigua a cor.
Às vezes chove, mas só às vezes.
Estende a esteira pra ver as estrelas. linguagem comum.
Sobre a areia deita-se também. (www.super.abril.com.br/revista/. Adaptado.)

Tudo é cinema.
Ninguém precisa de problema. No texto, o substantivo palavrão, ainda que se
Arnaldo Antunes mostre flexionado em grau, não reporta à ideia de
tamanho. Tal emprego também se verifica em:
Assinale a opção em que a palavra grifada do Texto
retoma e resume ideias anteriormente expressas. a) Durante a pesquisa, foi colocada uma
gotícula do ácido para se definir a reação.
a) Cada lugarzinho tem b) Na casa dos sete anões, Branca de Neve
b) Às vezes passa um carro, mas só às vezes. encontrou sete minúsculas caminhas.
c) Tudo é cinema. c) Para cortar gastos, resolveu confeccionar
d) Sobre a areia deita-se também. livrinhos que cabem nos bolsos.
e) O mormaço apazigua a cor. d) Não estava satisfeita com aquele
empreguinho sem graça e sem perspectivas.
Questão 19 - (UNIFESP SP) e) Teve um carrinho de dois lugares, depois um
A ciência do palavrão carro de cinco e, hoje, um de sete.

Por que diabos m... é palavrão? Aliás, por que a Questão 20 - (UFMS)
palavra diabos, indizível décadas atrás, deixou de ser Leia o trecho da crônica Sexa, de Luis Fernando
um? Outra: você já deve ter tropeçado numa pedra e, Veríssimo.
para revidar, xingou-a de algo como filha da …,
mesmo sabendo que a dita nem mãe tem. [...]
Pois é: há mais mistérios no universo dos palavrões - Pai...
do que o senso comum imagina. Mas a ciência ajuda - Hummm?
a desvendá-los. Pesquisas recentes mostram que as - Como é o feminino de sexo?
palavras sujas nascem em um mundo à parte dentro - O quê?
do cérebro. Enquanto a linguagem comum e o - O feminino de sexo.
pensamento consciente ficam a cargo da parte mais - Não tem.
sofisticada da massa cinzenta, o neocórtex, os - Sexo não tem feminino?
palavrões moram nos porões da cabeça. Mais [...]
exatamente no sistema límbico. Nossa parte animal (VERÍSSIMO, Luis Fernando. Sexa. Comédias para se ler na escola.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, p.53-54).
fica lá. Com relação à causa da incompreensão entre pai e
E sai de vez em quando, na forma de palavrões. A filho, assinale a alternativa correta.
medicina ajuda a entender isso. Veja o caso da
síndrome de Tourette. Essa doença acomete pessoas a) A palavra sexo é masculina, portanto é do
que sofreram danos no gânglio basal, a parte do gênero biológico.
cérebro cuja função é manter o sistema límbico b) Uma confusão entre gênero biológico,
comportado. E os palavrões saem como se fossem natural e gênero gramatical.
tiques nervosos na forma de palavras. c) A pergunta do filho se referiu ao gênero
Mas você não precisa ter lesão nenhuma para se gramatical da palavra sexo.
descontrolar de vez em quando, claro. Justamente d) A palavra sexo é masculina, portanto é do
por não pensar, quando essa parte animal do cérebro gênero natural.
fala, ela consegue traduzir certas emoções com uma e) O pai entendeu que a pergunta se referiu ao
intensidade inigualável. gênero biológico.
Os palavrões, por esse ponto de vista, são poesia no
sentido mais profundo da palavra. Duvida? Então Questão 21 - (UEMA)
pense em uma palavra forte. Paixão, por exemplo. Ressentimento e covardia
Ela tem substância, sim, mas está longe de transmitir Carlos Heitor Cony,
toda a carga emocional da paixão propriamente dita.
Mas com um grande e gordo p.q.p. a história é outra. Tenho comentado aqui na Pensata, em diversas
Ele vai direto ao ponto, transmite a emoção do crônicas, os usos da internet, que se ressente ainda
sistema límbico de quem fala diretamente para o de da falta de uma legislação específica que coíba não
quem ouve. Por isso mesmo, alguns pesquisadores somente os usos mas os abusos deste importante e
consideram o palavrão até mais sofisticado que a
eficaz veículo de comunicação. A maioria dos sobremaneira em equipará-lo qualitativamente ao
abusos, se praticados em outros meios, seriam conquistador, realçando ou inventando aspectos do
crimes já especificados em lei, como a da imprensa, seu comportamento que pudessem fazê-lo ombrear
que pune injúrias, difamações e calúnias, bem como com este – no cavalheirismo, na generosidade, na
a violação dos direitos autorais, os plágios e outros poesia.
recursos de apropriação indébita. A altivez, o culto da vindita, a destreza bélica, a
No fundo, é um problema técnico que os avanços da generosidade, encontravam alguma ressonância nos
informática mais cedo ou mais tarde colocarão à costumes aborígines, como os descreveram cronistas
disposição dos usuários e das autoridades. Como nem sempre capazes de observar fora dos padrões
digo repetidas vezes, me valendo do óbvio, a europeus e, sobretudo, como os quiseram
comunicação virtual está em sua pré-história. deliberadamente ver escritores animados do desejo
Atualmente, apesar dos abusos e crimes cometidos patriótico de chancelar a independência política do
na internet, no que diz respeito aos cronistas, país com o brilho de uma grandeza heroica
articulistas e escritores em geral, os mais comuns especificamente brasileira.
são os textos atribuídos ou deformados que circulam (Antônio Candido. Formação da literatura brasileira, 2000. Adaptado.)

por aí e que não podem ser desmentidos ou


esclarecidos caso por caso. Um jornal ou revista é Considere as passagens do texto:
processado se publicar sem autorização do autor um • [...] encarando-o , não como gentil-homem
texto qualquer, ainda que em citação longa e sem embrionário [...].
aspas. Em caso de injúria, calúnia ou difamação, • [...] cujo interesse residia precisamente [...].
também. E em caso de falsear a verdade • [...] como os descreveram cronistas [...].
propositadamente, é obrigado pela justiça a
desmentir e dar espaço ao contraditório. Os substantivos retomados pelos pronomes
sublinhados são, respectivamente,
Nada disso, por ora, acontece na internet. Prevalece
a lei do cão em nome da liberdade de expressão, que a) neo-indianismo, índio e índios.
é mais expressão de ressentidos e covardes do que b) neo-indianismo, índio e aborígines.
de liberdade, da verdadeira liberdade. c) índio, primitivo e aborígines.
Disponível em http://www1.folha.uol.com.br d) índio, primitivo e cronistas.
e) índio, neo-indianismo e costumes.
Leia o trecho a seguir.
Questão 23 - (UFU MG)
"Prevalece a lei do cão em nome da liberdade de O princípio, o meio e o fim
expressão, que é mais expressão de ressentidos e "De quanta terra precisa o homem?” A pergunta é o
covardes do que de liberdade, da verdadeira título de um conto de Leon Tolstoi. Nele, um sujeito
liberdade". faz pacto com o diabo. Receberá toda a terra que
conseguir percorrer a pé, durante um dia, do nascer
Assinale a alternativa que classifica corretamente, do ao pôr do sol. O homem atravessa as horas sem
ponto de vista morfológico, os termos destacados. descanso. Quando o sol já se aproxima do horizonte,
não se dá por satisfeito. Corre. Falta-lhe fôlego, mas
a) Adjetivo, substantivo e adjetivo ele não para. Quer ainda possuir aquele vale, aquele
b) Substantivo, advérbio e verbo bosque. Quando cai morto de fadiga, o conto explica
c) Verbo, verbo e adjetivo de quanta terra precisa um homem: se ele não tem
d) Substantivo, substantivo e verbo consciência de limites, apenas um par de metros lhe
e) Verbo, substantivo e adjetivo bastam. Uma cova não requer mais do que isso.
A trágica moral contida no conto sintetiza um mito-
Questão 22 - (UFTM MG) chave para a compreensão da crise que nossa
Em nossos dias, o neo-indianismo dos modernos de civilização enfrenta. O mito do único pecado que os
1922 (precedido por meio século de etnografia gregos consideravam capital: a arrogância, entendida
sistemática) iria acentuar aspectos autênticos da sobretudo como falta de consciência de limites,
vida do índio, encarando-o, não como gentil-homem como ambição desmedida, como desejo
embrionário, mas como primitivo, cujo interesse incontrolável de posse e de poder. Para os gregos
residia precisamente no que trouxesse de diferente, antigos, a arrogância era o maior de todos os
contraditório em relação à nossa cultura europeia. pecados. Era a falha que não tinha remissão. Eles a
O indianismo dos românticos, porém, preocupou-se chamavam hýbris, e acreditavam que incorrer nessa
falha acarretava a danação eterna.
Insustentável Não é assim, desse modo arrogante – A) “Sem falar nas mazelas que produzimos para nós
feito de destruição, poluição e exploração mesmos, como perturbações da saúde física,
insustentável dos recursos naturais – que tratamos psíquica e mental, ao nos impormos um ritmo e uma
nosso planeta-mãe, a Terra? Convencidos de que carga insustentáveis de trabalho, de produção e de
todas as coisas foram criadas para satisfazer nossos consumismo.” (2º Parágrafo) = doenças.
desejos e necessidades, inventamos uma cultura B) “Para os gregos, o aquecimento global nada mais
inteiramente destituída de bom senso: a cultura da seria do que uma das tantas manifestações de
produtividade e do consumismo insustentáveis. Nêmesis: a consequência nefasta de uma ação
Como no conto de Tolstoi, não conseguimos parar. errônea.” (3º Parágrafo) = prejudicial.
Derrubamos e queimamos florestas, matamos lagos C) “[...] inventamos uma cultura inteiramente
e rios, poluímos os mares e a atmosfera, extinguimos destituída de bom senso: a cultura da produtividade
espécies de plantas e de animais. Sem falar nas e do consumismo insustentáveis.” (2º Parágrafo) =
mazelas que produzimos para nós mesmos, como privada.
perturbações da saúde física, psíquica e mental, ao D) “Embriagados pelo desejo de posse e de poder,
nos impormos um ritmo e uma carga insustentáveis cada vez mais distantes da sabedoria ancestral da
de trabalho, de produção e de consumismo. qual somos herdeiros, esquecemos que a arrogância
Embriagados pelo desejo de posse e de poder, cada constitui um desequilíbrio maior.” (3º Parágrafo) =
vez mais distantes da sabedoria ancestral da qual anterior.
somos herdeiros, esquecemos que a arrogância
constitui um desequilíbrio maior. Não lembramos GABARITO:
que, por uma lei natural, toda ação que leva à perda 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
do equilíbrio gera uma força igual e contrária que
procura restabelecê-lo. Essa força, que os gregos 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
chamavam Nêmesis, era simbolizada por uma deusa 21 22 23
implacável, avessa a qualquer compromisso, a
qualquer oferenda, a qualquer intercessão
apaziguadora. Para os gregos, o aquecimento global Atividades sobre Adjetivo
nada mais seria do que uma das tantas emanações de
Nêmesis: a consequência nefasta de uma ação
Texto comum às questões 1 e 2
errônea.
Morte e Vida Severina
Gaia vive Esse tipo de raciocínio, por sinal, há muito
deixou de ser formulado no âmbito estrito da
O meu nome é Severino
filosofia e da religião. Hoje, ele invade o território
não tenho outro de pia.
pragmático da ciência. Cita-se como exemplo a
Como há muitos Severinos
Hipótese Gaia, do cientista inglês James Lovelock.
que é santo de romaria,
Para ele, a Terra não é uma simples bola mineral a
deram então de me chamar
rodopiar pelo espaço afora. Lovelock e seus
Severino de Maria;
seguidores entendem nosso planeta como um ser
Como há muitos Severinos
vivo, pulsante, dotado não apenas de um corpo
com mães chamadas Maria,
físico, mas também de psique. Um macrosser, em
fiquei sendo o da Maria
tudo análogo a seu filho, o homem.
do finado Zacarias.
“Até quando a Terra suportará sem reagir todos os
Mas isso ainda diz pouco:
arranhões que estamos produzindo em sua
há muitos na freguesia,
superfície?” A célebre questão de Lovelock,
por causa de um coronel
formulada há cerca de três décadas, não precisou
que se chamou Zacarias
esperar muito pela resposta. Ela está aí: o planeta
e que foi o mais antigo
reage às agressões de múltiplas formas e, no
senhor desta sesmaria.
momento, a mais ameaçadora delas chama-se
Como então dizer quem fala
aquecimento global.
Istoé, 18 de dezembro de 2009. ora a Vossas Senhorias?
Vejamos: é o Severino
Assinale a alternativa em que a palavra em destaque da Maria do Zacarias,
NÃO está corretamente interpretada de acordo com lá da serra da Costela,
seu sentido no texto. limites da Paraíba.
Mas isso ainda diz pouco: Questão 02 - (UNIFOA MG)
se ao menos mais cinco havia Sobre o adjetivo “severina”, da expressão “Morte e
com nome de Severino Vida Severina”, que intitula o texto de João Cabral
filhos de tantas Marias de Melo Neto, todas as afirmativas estão corretas,
mulheres de outros tantos, exceto:
já finados Zacarias,
vivendo na mesma serra a) Refere-se aos migrantes nordestinos que,
magra e ossuda em que eu vivia. revoltados, lutam contra o sistema latifundiário que
Somos muitos Severinos oprime o camponês.
iguais em tudo na vida: b) Pode ser sinônimo de vida árida, estéril,
na mesma cabeça grande carente de bens materiais e de afetividade.
que a custo se equilibra, c) Designa a vida e a morte dos retirantes que a
no mesmo ventre crescido seca escorraça do sertão e o latifúndio escorraça da
sobre as mesmas pernas finas, terra.
e iguais também porque o sangue d) Qualifica a existência negada, a vida
que usamos tem pouca tinta. daqueles seres marginalizados determinada pela
E se somos Severinos morte.
iguais em tudo na vida, e) Dá nome à vida de homens anônimos, que se
morremos de morte igual, repetem física e espiritualmente, sem condições
mesma morte Severina: concretas de mudança.
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta, Questão 03 - (UNIMONTES MG)
de emboscada antes dos vinte, COMO SER FELIZ
de fome um pouco por dia Darlene Menconi

(de fraqueza e de doença é que a morte severina Lá se vão mais de 100 dias desde que as primeiras
ataca em qualquer idade, e até gente não nascida). denúncias de corrupção atingiram o governo Lula e
Somos muitos Severinos lançaram o País numa espécie de desencanto
Iguais em tudo e na sina: coletivo. A vida seguiu, mesmo que entre a lama e o
a de abrandar estas pedras medo do caos. Mas teve mais. Os furacões Katrina
suando-se muito em cima, e Rita varreram casas e vidas. No Iraque, corpos
a de tentar despertar queimados viraram estandartes. São tempos difíceis,
terra sempre mais extinta, que nos conduzem a uma inevitável melancolia. Em
a de querer arrancar meio à tormenta, salvaramse os bons indicadores
algum roçado da cinza. econômicos, como a recuperação da estabilidade, os
Mas, para que me conheçam recordes da exportação e a primeira queda dos juros
melhor Vossas Senhorias em 17 meses. Sinais de que melhores dias virão e
e melhor possam seguir que vamos começar a ser felizes?
a história da minha vida, Para os cientistas especializados em bemestar e
passo a ser o Severino satisfação pessoal, não poderia haver sensação mais
que em vossa presença emigra. equivocada. Não podemos condicionar a felicidade
(João Cabral M. Neto – Morte e Vida Severina – Ed. Nova. Fronteira – 1997 – ao futuro.
adaptado)
Pensamos que seremos felizes depois de trocar de
carro, receber aumento, encontrar um grande amor,
Questão 01 - (UNIFOA MG)
reformar a cozinha ou quando nosso time vencer o
“...sobre as mesmas pernas finas”.
campeonato. As recentes pesquisas sobre o assunto
dizem o contrário, que a felicidade está aqui e no
A relação sintática existente entre as duas palavras
agora. Um grupo de notáveis, composto pelo
sublinhadas não pode ser observada em:
psicólogo americano Daniel Gilbert, da
Universidade de Harvard, e pelo Prêmio Nobel de
a) morte severina
Economia Daniel Katneman, da Universidade de
b) presença emigra
Princeton, descobriu que a felicidade nunca é tão
c) cabeça grande
boa quanto se imaginava nem dura tanto quanto se
d) santo de romaria
pensava. O melhor é que o mesmo princípio vale
e) ventre crescido
para a infelicidade, que não dura para sempre nem é
tão nefasta assim. “Erramos ao tentar prever o que
nos fará felizes, seja quando isso significa um duas décadas, um psicólogo conhecido como Doutor
romance, seja quando significa um novo carro ou Felicidade procura motivações que levam as pessoas
uma refeição suntuosa”, explica o professor Gilbert. a se sentirem satisfeitas com a vida.
Ou seja, uma Mercedes na garagem não vai fazêlo Professor da universidade de Illinóis, o
mais feliz. Nem sapatos Manolo Blahnik, muito americano Edward Diener notou que os dois bem
menos uma televisão de plasma. Tudo isso pode realizados eram aqueles que se cercavam da família,
exercer fascínio, trazer conforto, representar uma dos amigos e, mais importante, sabiam perdoar.
conquista, mas está longe de trazer uma sensação
permanente de satisfação. Na fala do filósofo Bertrand Russell “O segredo da
Definir felicidade é tão complexo e abstrato quanto felicidade é encarar o fato de que o mundo é
decifrar a insanidade. Desde a Grécia Antiga, os horrível, horrível, horrível”, a repetição do adjetivo:
filósofos estabeleceram uma diferença entre ser e
estar feliz. Nos últimos séculos, o tema mobilizou a) estabelece uma relação antitética entre o que
artistas, pensadores, intelectuais e produziu frases se diz sobre a felicidade e o que ela é, de fato
antológicas. “O segredo da felicidade é encarar o b) produz um efeito de intensificação do sentido
fato de que o mundo é horrível, horrível, horrível”, expresso por ele
resumiu o filósofo Bertrand Russel, prêmio Nobel de c) cria um efeito de verdade em relação ao que
Literatura. Já Ingrid Bergman, a atriz de se diz
Casablanca, dizia que “felicidade é ter boa saúde e d) cria em efeito de inverdade em relação ao
péssima memória”. Para os psicólogos, ser feliz é que se diz
estar bem.
O psiquiatra e psicoterapeuta Flávio Gikovate vai Questão 04 - (UEM PR)
lançar um livro sobre o que ele chama de medo da Arte de furtar
felicidade. Segundo ele, todos buscam esse estado Questão é se há-de ter o príncipe muitos
de espírito privilegiado, mas acabam se desviando conselheiros se um só. (...) Outra questão é se devem
da rota ou se autosabotando por desespero. Ele ser conselheiros os letrados, se idiotas [leia-se:
percebe duas maneiras de pensar a felicidade: uma simples curiosos, amadores], isto é de 5capa e
sensação de paz, completude e harmonia ou uma espada. Uns dizem que os letrados, com o muito que
conquista. “O importante é perceber que a sabem, duvidam em tudo e nada resolvem, e os
felicidade está no processo de chegada ao pódio, e idiotas, com a experiência sem especulações, dão
não na permanência nele. Uma pessoa fica feliz ao logo no que convém. Outros têm para si que as letras
comprar uma casa, mas esse sentimento se esvai em dão luz a tudo e que a 10ignorância está sujeita a
três semanas”, diz. erros. E eu digo que não seja tudo letrados, nem tudo
O psiquiatra propõe que a felicidade seja vista como idiotas.
algo dinâmico. É, em primeiro lugar, na obtenção de (...) Outra questão se segue a esta (...) se é
quatro requisitos mínimos: saúde física, estabilidade melhor para a República ser o príncipe bom e os
financeira mínima, boa relação afetiva e integração conselheiros maus ou serem os conselheiros bons 15e
social. A partir dessas conquistas, alcançase o o príncipe mau. Se o príncipe se governar por seus
ponto de equilíbrio e o que vier é lucro. A felicidade conselheiros, diz Elio Lamprídio, que pouco vai em
inclui ainda autoestima, o cuidado consigo e os que o príncipe seja mau, se os conselheiros forem
prazeres intelectuais, como curtir uma boa música, bons, porque depressa se faz bom um mau com o
um bom livro, se deleitar com um poema ou uma exemplo de muitos bons, que muitos maus 20bons
ideia nova. “Quem passa a tarde de domingo em com o exemplo e conselho de um bom.
frente à televisão assistindo ao Gugu ou o Faustão (...) O conselheiro há-de ser prudente e secreto,
não pode ser plenamente feliz”. sábio e velho, amigo e sem vícios, não cabeçudo,
Enfrentar os problemas cotidianos já é uma nem temerário, nem furioso. Quatro inimigas tem a
forma de buscar satisfação. “Felicidade é algo que prudência: primeira, precipitação; 25segunda, paixão;
independe do que está a nossa volta. Desfrutar e terceira, obstinação; quarta, vaidade. A primeira
saborear a vida é o nosso maior compromisso. As arrisca, a segunda cega, a terceira fecha a porta à
coisas ruins também fazem parte da vida e quem razão, a quarta tudo tisna. Três inimigos o segredo:
aceita isso enfrenta melhor o sofrimento, sem perder Baco, Vênus e o interesse. O primeiro o descobre, o
os momentos de alegria”, diz o psicanalista Luiz segundo o 30rende, o terceiro o arrasta. E perdido o
Alberto Py. O ser humano tem uma capacidade segredo do governo, perde-se a República. (...)
Excerto do texto anônimo do século XVII.[1652]. Lisboa:
inigualável de aceitar e se adaptar. Durante mais de INCM, 1991.
PSDB e o PT, o PSOL, a carteirinha de estudante,
temerário: audacioso, atrevido, precipitado. o banheiro público, tudo isso são invenções gregas,
tisnar: sujar, macular, enegrecer. milenares. A idéia é a mesma: eu tenho os meus
direitos e ninguém tasca, mas o direito do vizinho é
Assinale a alternativa em que o elemento destacado problema dele. Cada um com seus problemas, e os
não é um adjetivo. meus problemas devem ser resolvidos pelo Estado.
30
Falando em particular do Brasil, enquanto
a) "...ser o príncipe bom..." (linha 13) nós, intelectuaizinhos da classe mediana, ficamos
b) "...conselheiros bons..." (linha 14) reclamando nossos direitos, enquanto nós,
c) "...conselheiros maus." (linha 14) operários sindicalizados, conquistamos 44 horas
d) "...príncipe mau." (linha 15) semanais, enquanto todos curtimos o livre-arbítrio,
e) "...exemplo de muitos bons..." (linha 19) a livre imprensa, o livre comércio, o livre-pensar e
a luta livre, um monte de outros humanopatas é
Questão 05 - (UFOP MG) gerado no sistema educacional brasileiro, esse
35
Exercício de Ironia lugarzinho onde a grana – a verba, pra usar o
Beto Vianna* termo de quem faz direito – não vai pra quem é de
01
Votar não é coisa fácil. Ainda mais depois que direito. País capitalista que se preza, como outros
inventaram essas maquininhas em que não é existem por aí há 400 anos, o Brasil paga bem o
preciso nem escrever o nome do candidato. Ou o universitário e rouba da criança. Capitalista, num
número. Até hoje não vi ninguém denunciar essa sentido lato da coisa, come criancinha mais rápido
eleição informatizada no Brasil como o maior e mais deglutido que qualquer comunista stricto
golpe que já se deu em quem não sabe escrever (ao sensu.
lado do 05celular, do MSN e do orkut). Hoje, não é *In: Jornal O tempo, 23/09/2006, p. A9.

preciso saber escrever pra votar. Hoje, não é


preciso saber escrever. Que histórica ironia: depois O adjetivo “inquilina” (linha 10) significa que a
de 5.000 anos de evolução da escrevinhação bactéria é:
humana, não precisamos mais escrever o voto, e o
voto virou-se contra a escrita. a) Um ser minúsculo muito popular no planeta.
Elitista, eu? Vou viajar mais um pouco, que a b) Um ser que habita um planeta que não é seu.
responsabilidade da pena é 10minha: qualquer c) Um ser que vive em comunidade
bactéria inquilina deste planeta (a maioria, as que harmoniosa.
eu conheço, pelo menos) sabe viver em paz e d) Um ser mais elitista que o autor do texto.
harmonia com a próxima. Já o humano (a maioria,
os que eu conheço, pelo menos) sofre de Questão 06 - (UECE)
democracismo, desde os gregos. É preferível pra A MEMÓRIA E O CAOS DIGITAL
Fernanda Colavitti
esse organismo civilizadíssimo a justiça, a 01
A era digital trouxe inovações e facilidades
liberdade e a igualdade, ou seja, mais vale o 02
para o homem que superou de longe o que a
respeito dos outros ao eu do que a 03
ficção previa até pouco tempo atrás. Se antes
15
responsabilidade individual. Esse é o fundamento 04
precisávamos correr em busca de informações de
da Revolução Francesa e da Independência dos 05
nosso interesse, hoje, úteis ou não, elas é que nos
Estados Unidos. Ah! Como se meu vizinho fosse 06
assediam: resultados de loterias, dicas de cursos,
lavagem pra dar pros porcos, e eu – sempre eu – 07
variações da moeda, ofertas de compras, notícias
fosse o supercidadão, pleno de direitos. A minha 08
de atentados, ganhadores de gincanas, etc. Por
liberdade começa onde... putz, começa onde eu 09
outro lado, enquanto cresce a capacidade dos
conseguir que ela comece, e dane-se o resto. Não 10
discos rígidos e a velocidade das informações, o
esqueço nunca esta música do Premê (cito de 11
desempenho da memória humana está ficando
20
memória, talvez com liberdade poética): “compre 12
cada vez mais comprometido. Cientistas são
já o seu abrigo nuclear e deixe o resto do mundo 13
unânimes ao associar a rapidez das informações
queimar à vontade lá fora”. 14
geradas pelo mundo digital com a restrição de
Você luta por seus direitos? Parabéns, mas 15
nosso “disco rígido” natural. Eles ressaltam,
engula comigo o fato que quem inventou isso 16
porém, que o problema não está propriamente
foram os gregos em um atentado fundacional no 17
nas novas tecnologias, mas no uso exagerado
Ocidente à coletividade, colocando o Estado a 18
delas, o que faz com que deixemos de lado
serviço do eu. O Procon, a Lei do Ventre 25Livre, o 19
atividades mais estimulantes, como a leitura, que
20
envolvem diversas funções do cérebro. Os mais prova mudança de expressão.
21
prejudicados por esse processo têm sido crianças a) A freira encontrouse com o homem pobre.
22
e adolescentes, cujo desenvolvimento neuronal b) O grande chefe do narcotráfico entregouse à
23
acaba sendo moldado preguiçosamente. polícia.
24
Responda sem pensar: qual era a manchete c) A palavra foi dirigida a mestres simples.
25
do jornal de ontem? Você lembra o nome da d) Bonitas moças iam e vinham pela orla marítima.
26
novela que antecedeu o Clone? E quem era o e) Homem algum é capaz de prever o fim do mundo.
27
técnico da Seleção Brasileira na Copa do Mundo
de 281994? Não ter uma resposta imediata para
essas 29perguntas não deve ser causa de Questão 08 - (UFCG PB)
preocupação 30para ninguém, mas exemplifica bem Em “A física, a química e a biologia nos
o problema 31constatado pela fonoaudióloga forneceram hipóteses que são muito melhores que
paulista Ana Maria 32Maaz Alvarez, que há mais de as oferecidas por qualquer crença em outras
20 anos estuda a 33relação entre audição e dimensões”, o adjetivo “melhores” está no grau
recordação.
34
A pedido de duas empresas, ela realizou uma a) comparativo de superioridade.
35
pesquisa para saber o que estava ocorrendo com b) superlativo relativo de superioridade.
36
os funcionários que reclamavam com freqüência c) superlativo absoluto sintético.
37
de lapsos de memória. Foram entrevistados 71 d) superlativo absoluto analítico.
38
homens e mulheres, com idade de 18 e 42 anos. A e) comparativo de inferioridade.
39
maioria dos esquecimentos era de natureza
40
auditiva, como nomes que acabavam de ser Questão 09 - (ITA SP)
41
ouvidos ou assuntos discutidos. (Por falar nisso, Durante a Copa do Mundo deste ano, foi veiculada,
42
responda sem olhar no parágrafo anterior: você em programa esportivo de uma emissora de TV, a
43
lembra o nome da pesquisadora citada?) 44Ana notícia de que um apostador inglês acertou o
Maria descobriu que os lapsos de 45memória resultado de uma partida, porque seguiu os
resultavam basicamente do excesso de prognósticos de seu burro de estimação. Um dos
46
informação em conseqüência do tipo de trabalho comentaristas fez, então, a seguinte observação:
47
que essas pessoas exerciam nas empresas, e do “Já vi muito comentarista burro, mas burro
48
pouco tempo que dispunham para processá-las, comentarista é a primeira vez.” Percebe-se que a
49
somados à angústia de querer saber mais e ao classe gramatical das palavras se altera em função
50
excesso de atribuições. “Elas não se detinham no da ordem que elas assumem na expressão.
51
que estava sendo dito (lido, ouvido ou visto) e, Assinale a alternativa em que isso NÃO ocorre:
52
conseqüentemente, não conseguiam gravar os
53
dados na memória”, afirma. a) obra grandiosa
(Fonte Internet: Superinteressante, 2001).
b) jovem estudante
c) brasileiro trabalhador
Assinale a alternativa em que todas as expressões
d) velho chinês
sublinhadas têm valor de adjetivo.
e) fanático religioso
a) Era digital trouxe inovações e facilidades
Questão 10 - (UNIFOR CE)
que superaram o que previa a ficção.
O adjetivo sublinhado em Sim, adiamos, uma vez
b) Deixemos de lado atividades que envolvem
que há um incoercível destino nacional está
diversas funções do cérebro.
corretamente substituído por:
c) Hoje, úteis ou não, as informações é que nos
assediam.
a) irreprimível.
d) Responda qual era a manchete do jornal de
b) imbatível.
ontem.
c) indefensável.
d) inconsistente.
Questão 07 - (UFGD MS)
e) invencível.
Em muitos casos o mesmo período pode ser
organizado de diferentes maneiras sem alteração de
Questão 11
sentido. Indique a alternativa em que, alterandose "Em meio da viagem, soprou de súbito rijo
a posição do adjetivo ou do pronome destacado, nordeste, e o mar, que até então se conservara
em relação ao substantivo correspondente, não se
plácido e próspero, encapelou-se raivoso. Em três IV“Como agravante, temos nessa região pobre uma
minutos as ondas esbravejaram já terrivelmente, e a taxa de crescimento demográfico mais rápida do
canoa, erguida a grande altura, e de novo país e dificilmente igualado.”
arremessada ao pélago, num estardalhaço de vagas,
recebia no bojo quantidade de água suficiente para Indique a alternativa que contém a(s) versão(ões)
metê-la a pique." que expressa(m), claramente, a informação do
(Histórias Brejeiras) texto:
Em "... e o mar, que até então se conservara plácido a) Apenas II e IV.
e próspero, encapelou-se raivoso" há: b) Apenas I.
c) Apenas III e IV.
a) três substantivos e um adjetivo d) Apenas I e II.
b) um substantivo e três adjetivos e) Apenas III.
c) um pronome e três substantivos
d) dois substantivos e três pronomes Questão 14 - (UDESC SC)
e) quatro substantivos e um adjetivo Assinale a alternativa em que o sentido do adjetivo
NÃO se altera, mesmo se ele for colocado depois
Questão 12 - (UFV MG) do substantivo.
Assinale a alternativa em que a mudança de
posição entre o substantivo e o adjetivo NÃO pode a) Durante a trilha descobriram-se lindas
acarretar alteração semântica: paisagens.
b) Comenta-se que ela é uma simples assistente.
a) O grande traficante assusta a polícia. / O c) Descobriram que ele é um falso detetive.
traficante grande assusta a polícia. d) O programa que estréia hoje está lançando
b) O pobre viciado sofre muito! / O viciado um novo comentarista.
pobre sofre muito! e) Nossa equipe contratou um grande
c) O bom filho à casa torna. / O filho bom à especialista para desvendar o caso.
casa torna.
d) O alto traficante assusta a polícia. / O TEXTO comum às questões 15 e 16
traficante alto assusta a polícia. O suor e a lágrima
e) O velho amigo é que socorreu o viciado. / O
amigo velho é que socorreu o viciado. Fazia calor no Rio, 40 graus e qualquer coisa,
quase 41. No dia seguinte, os jornais diriam que
Questão 13 - (UEPB) fora o mais quente deste verão que inaugura o
“Como agravante temos nessa região pobre uma século e o milênio. Cheguei ao Santos Dumont, o
taxa de crescimento demográfico mais rápido do vôo estava 05atrasado, decidi engraxar os sapatos.
país e dificilmente igualada.” Pelo menos aqui no Rio, são raros esses
(Correio da Paraíba, 24/05/05)
engraxates, só existem nos aeroportos e em poucos
A compreensão do fragmento acima está lugares avulsos.
prejudicada devido a uma ambiguidade na estrutura Sentei-me naquela espécie de cadeira canônica,
oracional, provocada pela inadequada distribuição de coro de abadia pobre, que também pode parecer
dos substantivos e adjetivos em destaque no texto. o 10trono de um rei desolado de um reino desolante.
Apresentamos, abaixo, outras versões (de I a IV) O engraxate era gordo e estava com calor – o
para expressar a informação. que me pareceu óbvio. Elogiou meus sapatos,
cromo italiano, fabricante ilustre, os Rosseti. Uso-o
I “Como agravante, temos, nessa região pobre do pouco, em parte para poupá-lo, em parte porque
país, uma alta taxa de crescimento demográfico, quando 15posso estou sempre de tênis.
dificilmente igualada.” Ofereceu-me o jornal que eu já havia lido e
II “Como agravante, temos nessa região pobre do começou seu ofício. Meio careca, o suor
país um rápido crescimento demográfico, encharcou-lhe a testa e a calva. Pegou aquele
dificilmente igualado.” paninho que dá brilho final nos sapatos e com ele
III “Como agravante temos nessa região pobre uma enxugou o próprio suor, que 20era abundante.
taxa de crescimento demográfico do pais mais Com o mesmo pano, executou com maestria
rápido e dificilmente igualada.” aqueles movimentos rápidos em torno da biqueira,
mas a todo instante o usava para enxugar-se – caso Origem, nascimento e batizado
1
contrário, o suor inundaria o meu cromo italiano. Era no tempo do Rei [...] .
25 2
E foi assim que a testa e a calva do valente Ao sair do Tejo, estando a Maria encostada à
filho do povo ficaram manchadas de graxa e o meu borda do navio, o 3Leonardo fingiu que passava
sapato adquiriu um brilho de espelho à custa do distraído por junto dela, e com o ferrado 4sapatão
suor alheio. Nunca tive sapatos tão brilhantes, tão assentou-lhe uma valente pisadela no pé direito. A
dignamente suados. Maria, 5como se já esperasse por aquilo, sorriu-se
30
Na hora de pagar, alegando não ter nota como envergonhada do 6gracejo, e deu-lhe também
menor, deixei-lhe um troco generoso. Ele me olhou em ar de disfarce um tremendo beliscão 7nas costas
espantado, retribuiu a gorjeta me desejando em da mão esquerda. Era isso uma declaração em
dobro tudo o que eu viesse a precisar nos restos dos forma, segundo 8os usos da terra: levaram o resto
meus dias. do dia de namoro cerrado [...] .
35 9
Saí daquela cadeira com um baita sentimento [...] meses depois teve a Maria um filho,
de culpa. Que diabo, meus sapatos não estavam tão formidável menino [...], o 10qual, logo depois que
sujos assim, por míseros tostões, fizera um filho do nasceu, mamou duas horas seguidas sem largar 11o
povo suar para ganhar seu pão. Olhei meus sapatos peito. E este nascimento é certamente de tudo o
e tive vergonha daquele brilho humano, salgado que temos dito o 12que mais interessa, porque o
como lágrima. menino de quem falamos é o herói desta 13história.
(CONY, Carlos Heitor. Folha de S. Paulo, 19/02/2001.) Manuel Antônio de Almeida – Memórias de um sargento de milícias

Questão 15 - (UERJ) No texto,


A tomada de consciência do personagem-narrador a) o uso simultâneo de sapatão (aumentativo)
acerca dos abismos sociais vai-se aguçando (linha 04) e pisadela (diminutivo) (linha 04)
gradativamente a partir de certo ponto da narrativa. reforça a idéia de que Leonardo fingia distração.
b) como envergonhada (linha 05) corresponde a
Os primeiros sinais dessa tomada de consciência uma intensificação do adjetivo, já que a forma
estão adequadamente representados por um destacada é sinônima de “muito”.
processo de adjetivação presente na seguinte c) valente (linha 04) e tremendo (linha 06)
alternativa: podem ser entendidos, respectivamente, como
“vigorosa” e “vigoroso”.
a) “Pelo menos aqui no Rio, são raros esses d) cerrado (linha 08) sintetiza a circunstância de
engraxates, só existem nos aeroportos” ( l. 5 - 7) que o casal guardava suas manifestações de afeto
b) “Sentei-me naquela espécie de cadeira para os ambientes reservados, isolados.
canônica, de coro de abadia pobre,” ( l. 8 - 9) e) formidável (linha 09) é usado de forma
c) “O engraxate era gordo e estava com calor” ( irônica, pois o menino, ao nascer, revelou
l. 11) comportamento normal e previsível.
d) “Meio careca, o suor encharcou-lhe a testa e
a calva.” (l. 17 - 18) Questão 18 - (UFG GO)
Questão 16 - (UERJ) Uma luta de adjetivos. Touro indomável foi uma
As comparações, ao destacarem semelhanças e solução mais precisa de Ranging Bull do que seria
diferenças entre elementos colocados lado a lado, sua tradução literal, “touro enraivecendo”. A
funcionam como estratégias por meio das quais se adaptação em português enfatiza o aspecto do
ressaltam determinados pontos de vista. termo, não a noção de tempo, como o original
Uma comparação está indicada no seguinte permitiria. Uma alternativa, Touro irado, tem
fragmento: igualmente menos força que o adjetivo
“indomável”.
a) “Fazia calor no Rio, 40 graus e qualquer
coisa, quase 41.” ( l. 1 - 2) No texto, a adaptação do título do filme em
b) “caso contrário, o suor inundaria o meu português, substituindo enraivecendo por
cromo italiano.” ( l. 23 - 24) indomável, confere ao touro
c) “e o meu sapato adquiriu um brilho de
espelho à custa do suor alheio.” ( l. 26 - 27) a) uma habilidade provisória.
d) “deixei-lhe um troco generoso.” ( l. 31) b) um estado inconstante.
c) um comportamento oscilante.
Questão 17 - (MACK SP) d) uma característica permanente.
e) um caráter aventureiro. Aruguas para jogar presentes retirados dos
Armazéns Proibidos, aqueles objetos vindos do
Questão 19 - (UEL PR) tempo antigo que não nos servem para nada, mas
Poema obsceno parecem ter muito valor para os atrasados Aruguas.
1 Façam a festa
2 cantem e dancem Rudêncio foi aos Aruguas como embaixador
3 que eu faço o poema duro especial levando vários caixotes cheios daquelas
4 o poema-murro cabacinhas de vidro que dizem que davam luz
5 sujo antigamente, daqueles tijolinhos achatados que
6 como a miséria brasileira tocavam música e falavam, daqueles cataventos de
7 Não se detenham: ferro de vários tamanhos que giravam sozinhos
8 façam a festa quando se apertava um botãozinho que eles têm no
9 Bethânia Martinho pé, e hoje a gente aperta e não acontece nada,
10 Clementina aquelas chapinhas pretas com um buraco no meio,
11 Estação Primeira de Mangueira Salgueiro que dizem que também tocavam música, e muitas
12 gente de Vila Isabel e Madureira outras dessas bobagens que os antigos adoravam e
13 todos que hoje nem sabemos ao certo para que servem.
14 façam [...]
15 a nossa festa (VEIGA, José J. Os pecados da tribo.
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005. p. 9-10. Adaptado.)
16 enquanto eu soco este pilão
17 este surdo Assinale a alternativa que faz uma afirmação
18 poema correta sobre o uso do adjetivo “atrasados” para
19 que não toca no rádio caracterizar os Aruguas no texto:
20 que o povo não cantará
21 (mas que nasce dele) a) o uso da palavra “atrasados” no texto se deve
22 Não se prestará a análises estruturalistas ao fato de Rudêncio manifestar, por meio do
23 Não entrará nas antologias oficiais discurso direto, a sua antipatia em relação àquele
24 Obsceno povo que, em sua opinião, estava em uma situação
25 como o salário de um trabalhador aposentado evolutiva inferior a outros povos.
26 o poema b) o enunciador, ao caracterizar os Aruguas
27 terá o destino dos que habitam o lado escuro como “atrasados”, manifesta uma ironia em relação
do país à dominação cultural de um povo por meio de
28 – e espreitam. instrumentos considerados sem utilidade prática
(GULLAR, F. Toda poesia. São Paulo: Círculo do Livro, s. d. p. 338.)
nos dias atuais.
O adjetivo “obsceno” presente no título e no c) a palavra “atrasados” atribuída aos Aruguas
poema refere-se no texto manifesta a tendência natural dos
escritores em marcar subjetivamente juízos de
a) à permissividade característica de festas valor que eles têm em relação a coisas, a pessoas e
populares como o carnaval. a povos de maneira geral.
b) ao tom de poemas de Gullar, proibidos de d) a forma linguística “atrasados” manifesta a
figurar em antologias oficiais. maneira encontrada pelo narrador de conferir
c) à situação dos que habitam o lado escuro do objetivamente atributos àqueles que, por alguma
país. razão especial, estão em nível de desenvolvimento
d) à denuncia de uma condição social. cultural e tecnológico diferente da sociedade
e) à indignação para com a corrupção política moderna.
do país.
GABARITO:
Questão 20 - (PUC GO) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Naquele tempo Rudêncio servia numa brigada de
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
baloneiros e tinha feito voos sobre o território dos

Bom Trabalho!
Prof. Clécio Oliveira

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