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Legislação Profissional do Engenheiro e do Arquiteto
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Natalia Conti
Legislação Profissional do Engenheiro
e do Arquiteto
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Discutir os Conceitos Gerais sobre Legislação;
• Discutir como se organizam as profissões;
• Discutir sobre a estrutura do Sistema Confea / CREA;
• Discutir sobre a estrutura do Sistema CAU-BR;
• Apresentar as Penalidades sobre o Exercício ilegal da profissão da Engenharia e da Arquitetura.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Legislação Profissional do Engenheiro e do Arquiteto
O Papel da Constituição
na Organização de um Estado
A Constituição trata-se de uma norma fundamental que cria juridicamente um
Estado (país) e o organiza. Segundo o Professor José Afonso da Silva (2001 p. 38),
a Constituição do Estado, considerada sua Lei fundamental, seria, então, a organiza-
ção dos seus elementos essenciais: um sistema de normas jurídicas, escritas ou costu-
meiras, que regula a forma do Estado, a forma de seu governo, o modo de aquisição
e o exercício do poder, o estabelecimento de seus órgãos, os limites de sua ação, os
direitos fundamentais do homem e as respectivas garantias. Em síntese, a Constitui-
ção é o conjunto de normas que organiza os elementos constitutivos do Estado.
Figura 1 – Aprovação da Nova Constituição de 1988: Momento histórico no Brasil após a redemocratização
Fonte: Wikimedia Commons
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Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel
dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I – a soberania;
II – a cidadania;
V – o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio
de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
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Constituição
Emendas
Constitucionais
Decretos
Figura 2 – A hierarquia das leis no Brasil, onde no cume aparece a constituição, logo
abaixo as emendas constitucionais, seguida das Leis, Decretos e Outros Atos Normativos
As Leis
As leis estão abaixo das normas constitucionais e são fruto de um processo legis-
lativo emanado no Poder Legislativo. A diferença entre Lei Complementar, Lei Ordi-
nária, Lei Delegada e Medida Provisória está, resumidamente, centrada no seu pro-
cesso de formação, conhecido como processo legislativo. Desse modo, abaixo segue
detalhamento acerca do anteriormente mencionado a fim de elucidar as diferenças:
• A Lei Complementar trata de matérias especificamente previstas na Constitui-
ção Federal, na qual o rigor do seu processo legislativo de criação será maior,
com quórum mínimo de aprovação da maioria absoluta. (Art. 69 – CF);
• A matéria da Lei Ordinária não é reservada pela Constituição Federal, exigin-
do um quórum menos expressivo que a lei complementar para sua aprovação,
a qual se dará por maioria simples;
• A Lei Delegada é elaborada pelo Presidente da República, mediante delegação
do Congresso Nacional;
• A Medida Provisória tem força de lei e é adotada pelo Presidente da República
em caso de relevância e urgência; no entanto, deverá ser submetida de imedia-
to ao Congresso Nacional (Art. 62 – CF).
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Essas quatro normas estão no mesmo patamar hierárquico. Assim, havendo um
conflito entre elas, há de se avaliar qual delas extrapolou os limites de competência
previstos na Constituição Federal.
Os Decretos
Logo abaixo das Leis, encontram-se os Decretos, que resumidamente são um
instrumento legislativo, da competência do Presidente da República (Art. 84, IV –
CF), os quais servem para regulamentar a lei, de forma a possibilitar o fiel cum-
primento desta. É importante destacar que o Decreto não poderá regular questões
além dos limites da lei, para alterar ou acrescentar preceitos a esta. Os governado-
res e prefeitos municipais também têm competência para expedir decretos.
As Portarias e Resoluções
A Portaria trata-se de um instrumento legislativo, utilizado pelos auxiliares dire-
tos dos chefes de Poder Executivo, cujo objetivo é de regular as atividades de suas
pastas. Vale lembrar que uma Portaria deve estar em perfeita consonância com as
Leis e Decretos.
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Como se pode notar, o texto afirma que é livre em nosso país o exercício de
qualquer trabalho, ofício ou profissão; assim, os brasileiros e estrangeiros, residen-
tes no Brasil, podem exercer qualquer atividade laboriosa, desde que não contra-
riem a Lei. Assim, é possível realizar qualquer trabalho, ofício ou profissão desde
que a lei não impeça.
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Figura 4 – Profissionais da Engenharia e da Arquitetura trabalhando. Estas profissões possuem
regulamentação própria dentro da constituição, pois seus profissionais precisam ser
devidamente habilitados a trabalharem nestas profissões
Fonte: Getty Images
[...]
A Regulamentação da Profissão do
Engenheiro e do Arquiteto no Brasil
A regulamentação das profissões de engenheiro, arquiteto e agrimensor, em
âmbito nacional, somente foi obtida em 11 de dezembro de 1933, pelo Decreto-Lei
23.569, quando foram criados os Conselhos Federal e Regionais de Engenharia,
Arquitetura e Agrimensura.
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Essa influência fez com que o então Presidente da República, Getúlio Vargas pro-
mulgasse, em 11 de dezembro de 1933, o Decreto Federal nº 23.569, regulamen-
tando, entre outras, as profissões de engenheiros, além de instituir os Conselhos
Federais e Regionais.
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Mas o que vem a ser autarquia?
Para responder a essa pergunta, basta verificar o que está previsto no art. 4º do
Decreto-Lei n.º 200, de 25 de fevereiro de 1967, no que se refere à organização da
Administração Pública:
Art. 4º – A administração federal compreende:
a) autarquias;
Assim, as autarquias são dotadas de determinadas características que lhe são pró-
prias, como afirma a Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2006, p. 422 a 423):
[...] há certo consenso entre os autores ao apontarem as características
das autarquias:
1- criação por lei;
2- personalidade jurídica pública;
3- capacidade de autoadministração;
4- especialização dos fins ou atividades;
5- sujeição a controle ou tutela.
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objetivos e demais deliberações da lei que as criou. Além disso, o Sistema CON-
FEA/CREA não está voltado precipuamente a finalidades corporativas, pelo
contrário, não possui objetivo corporativo. Conforme já mencionado anterior-
mente, seus preceitos se fundam em uma demanda institucional, diante da ne-
cessidade da sociedade em contar com profissionais que estejam legais e tecni-
camente habilitados para o exercício afeito aos objetivos do sistema, protegendo
a sociedade de serviços que lhe possam trazer riscos, quando realizados por
leigos e não aptos.
O sistema CAU-BR, que também é uma autarquia federal, possui a missão es-
pecífica de “orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão de arquitetura e
urbanismo, zelar pela fiel observância dos princípios de ética e disciplina da classe
em todo o território nacional, bem como pugnar pelo aperfeiçoamento do exercício
da Arquitetura e Urbanismo”.
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Figura 6 – O exercício da profissão da Arquitetura e Urbanismo, que foi regulamentado
pela lei 12.378, que separou do Sistema Confea-CREA os profissionais da Arquitetura,
trazendo um novo horizonte de atuação profissional
Fonte: Getty Images
O CAU veio atender a uma demanda antiga dos arquitetos e urbanistas brasilei-
ros, de ter um conselho profissional próprio, onde pudessem definir os rumos da
profissão. Até 2010, os arquitetos e urbanistas foram filiados ao Sistema CREA/
CONFEA, junto com engenheiros e agrônomos. Porém com esta separação o con-
selho tem conseguido atender as reinvindicações dos arquitetos, reposicionando a
profissão no mercado atual.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Código de Ética dos Profissionais do Sistema Confea/CREA
Vídeo desenvolvido pelo CONFEA no sentido de conscientizar sobre a importância da
ética profissional.
https://youtu.be/ZnZ995xeNEg
Seminário de Ensino e Formação Ética no CAU/SP - Depoimentos
Depoimentos de Conselheiros e Convidados que participaram do Seminário “O papel
do Ensino e do CAU na capacitação e na formação continuada em ética e no exercício
profissional por diferentes modalidades de comunicação”.
https://youtu.be/xa2Ll1xJJzU
Responsabilidade do Engenheiro – Responsabilidade ética, trabalhista e administrativa
Breve explanação sobre as diferentes instâncias e tangências com relação à ética
profissional trabalhista e administrativa para os profissionais da engenharia.
https://youtu.be/0TXIJEsurHA
Sistema Confea/CREA
Nesta página estão disponíveis as últimas informações relativas à legislação da área da
Engenharia. Vale a pena visitar e assistir a última live do presidente, que sempre está
discutindo um assunto interessante relacionado à área e à formação.
http://bit.ly/2KPJAaO
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Referências
BRASIL, Código Penal Brasileiro. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>.
Acesso em: 02/07/19.
SILVA, J. A. da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 19.ª ed. São Paulo:
Malheiros Editores, 2001.
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